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E-BOOK

UM GUIA COMPLETO PARA IRRIGAR A SUA LAVOURA

CORRETAMENTE E ATINGIR ALTAS PRODUTIVIDADES

Luan Peroni Venancio


Doutor em Engenharia Agrícola

2021
Licenciado para - Jholian Maicon Ribeiro Santos - 03523469147 - Protegido por Eduzz.com

Luan Peroni Venancio é Engenheiro


Agrônomo e Mestre em Produção Vegetal
pela Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES) e Doutor em Engenharia
Agrícola pela Universidade Federal de
Viçosa (UFV), com período sanduíche no
Daugherty Water for Food Global Institute
at the University of Nebraska (DWFI/UNL),
nos Estados Unidos. Atualmente, é
pesquisador e líder técnico da linha de
pesquisa Manejo de Altas Produtividades
no Centro de Excelência em Agro
Exponencial (CEAGRE), em Rio Verde, GO.
Possui experiência na área agronômica,
com ênfase em Engenharia e Manejo de
Sistemas de Irrigação, Sensoriamento
Remoto aplicado à agricultura. É autor e
coautor em mais de 35 artigos científicos
e em vários resumos em anais de
congresso, assim como do curso Uso e
Manejo Racional da Irrigação, em parceria
com a empresa AgricOnline. É criador e
administrador da página Expert Irrigação
no Instagram, onde são evidenciados, de
maneira bem didática, assuntos
relacionados à irrigação e agricultura
irrigada. Filho de produtor rural, conhece
bem a realidade do campo.
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Olá,
Este e-book é para você: estudante,
consultor agrícola, produtor rural e
profissional da área das Ciências
Agrárias, o qual deseja saber um
pouco mais sobre como realizar o
manejo dos sistemas de irrigação.
Com ilustrações, imagens e uma
linguagem bem simples, este material
vai ajudar a todos a entender como
realizar o manejo e a importância
dele para o sucesso de um sistema de
irrigação.
Boa leitura!
Luan Peroni Venancio

E-book distribuído por Luan Peroni Venancio | Expert Irrigação


Registrado na Blockchain
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CONTEÚDO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................5

2. PILARES PARA UMA IRRIGAÇÃO DE QUALIDADE................................7

3. O QUE É MANEJAR A IRRIGAÇÃO?..............................................................9

4. CONHECENDO OS PRINCIPAIS SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO............11

5. ÁGUA NO SISTEMA SOLO-PLANTA-ATMOSFERA (SSPA)...............16

6. CONHECENDO OS MÉTODOS DE MANEJO DA IRRIGAÇÃO.........22

7. MANEJO VIA SOLO............................................................................................23

8. MANEJO VIA CLIMA...........................................................................................32

9. MANEJO VIA PLANTA........................................................................................35

10. EFICIÊNCIA DE IRRIGAÇÃO.............................................................................37

11. AVALIAÇÕES GERAIS.........................................................................................43

12. QUANDO E QUANTO IRRIGAR ?..................................................................45

13. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................46

14. PARCEIROS...........................................................................................................50
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INTRODUÇÃO

A irrigação é o processo artificial de aplicação de


água, em quantidades predefinidas, para atender às
necessidades hídricas das plantas, o que não é
possível, muitas vezes, com as chuvas por causa do
baixo volume e da má distribuição delas.

Essa prática tem sido uma importante


estratégia para otimizar a produção
mundial de alimentos, fibras e
bioenergias, levando desenvolvimento
sustentável ao meio rural, com geração de
empregos e renda de forma estável

Uma estatística importantíssima sobre a


agricultura irrigada é que, mesmo
ocupando apenas 20% da área cultivada
do planeta, ela é responsável, em média,
por 40% de toda a produção mundial de
alimentos.

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INTRODUÇÃO

No entanto, existe uma crescente e necessária preocupação


com o uso eficiente da água na agricultura irrigada, com
o aumento dos problemas de escassez de água de boa
qualidade, o que agrava a competição entre os diversos
setores que dela dependem, como a indústria, os
abastecimentos humano e animal, a mineração etc. Nesse
sentido, fazer o correto uso da água na irrigação é essencial
para evitar tais competições, bem como proporcionar uma
prática sustentável. Entretanto, em muitas propriedades no
Brasil, essa prática é ainda feita de forma inadequada, levando
à grande desperdício de água, decorrente da falta de
orientação técnica ou da adoção de um método de manejo.

É importante destacar que o desperdício de água na


irrigação, além de provocar diminuição da
rentabilidade do irrigante, pode provocar
problemas ambientais, como salinização dos solos,
contaminação de lençol freático e rios e
comprometimento da disponibilidade de água em
alguns casos. Diante disso, praticar uma irrigação de
qualidade é imprescindível.

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PILARES PARA UMA IRRIGAÇÃO


DE QUALIDADE

A sustentabilidade da irrigação como um


empreendimento está baseada em três grandes
pilares, que são: o projeto, a qualidade do material
e a instalação no campo e o manejo do sistema
de irrigação.
Um projeto de qualidade deve considerar as
questões técnicas relacionadas a solo, água,
planta, clima, energia, topografia e outras
particularidades da área a ser irrigada. Por que
O PROJETO esses fatores? Porque são eles que influenciam
direta ou indiretamente a irrigação, podendo,
caso sejam negligenciados, impactar a qualidade
final do projeto

Por exemplo, se durante o dimensionamento dele


não for considerado o clima local e a cultura a ser
irrigada, há um grande risco de superdimensionar ou
subdimensionar a vazão desse projeto.

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PILARES PARA UMA IRRIGAÇÃO


DE QUALIDADE

Partindo de um projeto bem-dimensionado, utilizar QUALIDADE DOS


material de boa qualidade é essencial, bem como MATERIAIS E
verificar os detalhes durante a instalação. A INSTALAÇÃO NO
qualidade do material vai depender do seu custo, CAMPO
em que o irrigante deve sempre buscar
compatibilizar o custo x a qualidade.

Com o projeto instalado, agora vem a cereja do bolo, ou


O MANEJO seja, adotar um método de manejo de irrigação para
torná-la uma prática sustentável econômica e
ambientalmente.

O manejo de irrigação é uma decisão,


que, necessariamente, precisa ser
tomada com base em dados e
informações técnicas, coletadas por
equipamentos específicos.

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O QUE É MANEJAR A IRRIGAÇÃO?

O manejo na irrigação pode ser definido como a adoção de uma


série de procedimentos que permitirá o irrigante definir a
quantidade e o momento correto de se realizar a irrigação de
uma forma que satisfaça as necessidades hídrica das culturas sem
desperdício de água, solo, nutrientes ou energia. De maneira mais
simples, seria o conjunto de estratégias adotadas para saber o
momento e a quantidade de água a ser aplicada.

Essa definição, infelizmente, fica, muitas vezes, restrita à teoria e, na


prática, o que se observa é o molhamento, que é a aplicação
de água sem um controle técnico, por meio de sistemas de
irrigação.

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Os benefícios do manejo da irrigação:

Reduzir as condições de estresse hídrico (excesso e, ou, falta


de água) à cultura;

Diminuir as perdas de fertilizantes na medida em que há a


minimização das perdas de água por escoamento superficial e
lixiviação;

Aumentar a produtividade das culturas e a qualidade dos


produtos;

Atenuar os problemas de doenças de solo e da parte aérea,


principalmente aquelas associadas a irrigações em excesso e,
ou, frequentes;

Manter a salinidade na zona radicular das plantas em limites


aceitáveis por meio de lixiviação planejada e controlada de sais;

Deduzir despesas com água, energia, mão de obra,


agroquímicos e manutenção do sistema de irrigação.

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CONHECENDO OS PRINCIPAIS
SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO

Para realizar um bom manejo das irrigações, é imprescindível


conhecer as principais características dos métodos e do
sistemas utilizados, uma vez que o método influencia
diretamente no volume de água a ser aplicado e no momento
mais adequado para fazer a operação.

Existem diferentes sistemas de irrigação que podem ser utilizados.


A escolha do mais adequado depende de uma série de razões,
como o tipo de solo, a cultura, a topografia, o tamanho e a forma
da área, os fatores climáticos, os agentes relacionados ao manejo
da cultura, o déficit hídrico, a capacidade de investimento do
produto e o custo. Os principais métodos de irrigação são os de
Aspersão, irrigação localizada, superfície e subsuperfície.

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Método de irrigação por aspersão


É composto pelos sistemas de aspersão convencional (móvel, semifixa
e fixa), pivôs centrais, linha lateral móvel, lateral rolante e
autopropelidos. Normalmente, gastam menos água que o método de
irrigação por superfície; no entanto, necessitam de investimentos na
aquisição de equipamentos e têm um custo de operação tido como alto,
uma vez que atuam a médias/altas pressões, o que necessita de motores
maiores. O sistema de pivô central merece destaque dentre os
sistemas, uma vez que é de elevada eficiência de irrigação e tem liderado
o crescimento das áreas irrigadas brasileiras nos últimos anos. Hoje, o
Brasil possui uma área de 1 milhão e 612 mil hectares irrigados por pivô
central, com um total de 25.292 equipamentos¹.
Aspersão convencional Linha lateral móvel (pivô linear)

Pivô central

Autopropelido (carretel enrolador) Lateral rolante

¹ GUIMARAES, D. P.; LANDAU, E. C. Georreferenciamento dos pivôs centrais de irrigação no Brasil: ano base 2020. Embrapa Milho e Sorgo-Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (INFOTECA-E), 2020.

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Método de irrigação localizada


Os principais sistemas que compõem esse método são o gotejamento
e a microaspersão. Eles utilizam menos água e energia e são
caracterizados pela baixa pressão de serviço e por molhar apenas parte
do solo. O uso deles tem sido bastante incrementado nos últimos anos,
porém requer investimentos iniciais maiores.

A prática da fertirrigação nesses sistemas é quase que obrigatória,


levando a uma maior economia e eficiência dos fertilizantes. Um detalhe
que pode ser observado nesses sistemas é que há grande risco de
entupimento em razão do pequeno orifício de saída dos emissores, daí a
necessidade de utilização de filtros.

Irrigação por gotejamento na cultura do tomate

Imagem de um microaspersor

Lateral rolante

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Método de irrigação por superfície


Esse método é composto pelos sistemas de inundação, sulcos e
faixas, sendo os dois primeiros mais comuns. Esses sistemas têm
limitações em relação a terrenos muito acidentados e também
arenosos, onde a taxa de infiltração é bastante alta.

São os que mais utilizam água e os mais usados no mundo,


principalmente na China e Índia no cultivo do arroz por
inundação. No Brasil, também é muito aplicado para o cultivo do
arroz no Rio Grande do Sul, Estado que é o maior produtor
nacional.

Irrigação por sulcos na cultura da batata

Irrigação por inundação na cultura do arroz

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Método de irrigação por subsuperfície


A água é aplicada abaixo da superfície do solo, dentro do
volume explorado pelas raízes das plantas.

Os principais benefícios desse sistema são a facilidade no tráfego


de máquinas, já que remove as linhas laterais da superfície do
solo; maior vida útil das mangueiras, pois evita risco de corte
durante as capinas e roçagens e ataque de animais roedores;
redução da perda de água por evaporação e diminuição da
incidência de plantas daninhas.

Em relação aos pontos negativos, estão as dificuldades na


detecção de possíveis entupimentos/vazamentos e na realização
de avaliações de desempenho. O sistema mais comum é
gotejamento subsuperficial, sendo muito utilizado na irrigação das
culturas da cana-de-açúcar e café arábica.

Irrigação subsuperfical na cultura do café


Fonte:: Café Point

Irrigação subsuperfical na cultura da cana-de-açúcar


Fonte:: Mário Bittencourt

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ÁGUA NO SISTEMA SOLO-


PLANTA-ATMOSFERA (SSPA)

O sistema solo-planta-atmosfera (SSPA) é o que descreve o caminho


para a água se mover do solo, por meio das plantas, para a
atmosfera. Conhecer cada um desses componentes e as inter-
relações deles é essencial para o manejo de água na agricultura
irrigada, o que ajuda a obter elevadas produtividades e a usar de
maneira eficiente a água.

Ilustração do sistema solo-planta-atmosfera

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A água
A água é o fator fundamental na produção vegetal. A falta ou o excesso
dela gera problemas para o desenvolvimento das plantas; por isso, seu
manejo racional é essencial. Qualquer cultura, durante seu ciclo de
desenvolvimento, utiliza grande volume de água, e aproximadamente
98% desse volume apenas passa pela planta, perdendo-se
posteriormente na atmosfera pelo processo de transpiração. A soma
da água perdida para a atmosfera pela transpiração e evaporação
direta do solo e das superfícies foliares é conhecida como
evapotranspiração da cultura (ETc).

A ETc é a quantidade de água de importância para a prática da


irrigação, visto que a porção em que é pertinente das plantas é muito
pequena, normalmente inferior a 2% da água total absorvida. A
transpiração é uma necessidade fisiológica da planta, por esse
motivo sua taxa deve ser mantida dentro de limites ótimos para cada
cultura. Essa taxa depende, principalmente, da umidade do solo, das
condições da planta e da demanda atmosférica.

Autopropelido (carretel enrolador) Lateral rolante

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O solo
Sob a perspectiva da irrigação, o que é o solo? A partir da
necessidade das plantas, o solo funciona como um reservatório
de água para elas. A quantidade de água (volume) que esse
reservatório pode manter disponível para uso das plantas é
determinada por suas propriedades físicas, principalmente a
textura

Por exemplo, um solo de textura arenosa é um mau armazenador de água,


quando comparado com um solo argiloso.

Como a recarga natural desse reservatório (chuvas) é


descontínua, o volume disponível às plantas é variável. Quando as
chuvas são excessivas, a capacidade de armazenamento é
superada e grandes perdas podem ocorrer. Quando a chuva é
esparsa, o solo age como um reservatório de água imprescindível
ao desenvolvimento vegetal. O esgotamento desse reservatório,
por uma cultura, exige sua recarga artificial, que é o caso da
irrigação.

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A planta
Dentro da perspectiva da irrigação, a planta é um consumidor
assíduo de água, onde a quantidade e a taxa de consumo
depende principalmente das suas características fisiológicas e
estruturais, das condições climáticas em que está inserida, da
umidade atual do solo e do sistema de cultivo

Por exemplo, o consumo de água de uma planta de milho é diferente de


uma de soja, que é diferente da do alho, da mesma forma que uma planta
de milho adulta tem uma demanda hídrica diferente de uma de milho
jovem.

≠ ≠

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A atmosfera
A atmosfera é uma camada de ar formada por uma mistura de
gases que envolve a superfície terrestre. No âmbito da irrigação e
da fisiologia vegetal, ela é o regulador da taxa em que a planta
consome água do reservatório (solo), atuando juntamente com a
própria planta nessa regulação.

O impacto da atmosfera sobre o consumo de água pelas plantas


(evapotranspiração da cultura) depende das condições
meteorológicas do local onde o cultivo está inserido, a destacar:
radiação solar, temperatura, velocidade do vento e umidade
relativa.

Dia ensolarado - Alta demanda amosférica

Dia nublado - Baixa demanda amosférica

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Resumo sobre o SSPA

O solo é um reservatório de água de volume conhecido; a planta é o


consumidor de água do reservatório; e a própria planta, juntamente com a
atmosfera, é o regulador da velocidade com que planta “esvazia” o
reservatório.

Nesse sentido, caso essa inter-relação não seja considerada, quer por
ignorância quer por falta de planejamento, a sustentabilidade do manejo da
irrigação será comprometida. Por fim, se o volume do reservatório, assim
como a taxa e, ou, quantidade retirada de água, pode ser conhecido, então, é
possível se ter um controle sobre o sistema SSPA. É nesse contexto que se
inserem os métodos de manejo da irrigação.

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CONHECENDO OS MÉTODOS DE
MANEJO DA IRRIGAÇÃO

Os métodos de manejo de irrigação de alguma forma terão que


envolver um ou mais dos componentes dessa inter-relação.
Assim, o uso dos três processos principais de manejo de irrigação
é com base nas condições de umidade do solo (manejo via
solo), nas condições atmosféricas (manejo via clima) e nas
condições de água na planta (manejo via planta).

É importante, sempre que possível, a integração dos métodos


de manejo, a fim de tornarem as decisões mais precisas. O que se
observa na prática é a incorporação do manejo via clima e solo.

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MANEJO VIA SOLO

O manejo da irrigação via solo consiste no monitoramento


do teor de água no solo. Sempre que a umidade do solo
atingir valores críticos predefinidos em razão do tipo de
solo, da cultura, do estádio fenológico etc., deve ser efetuada
uma irrigação para elevar a umidade atual à capacidade de
campo ou de outro valor desejável de acordo com a
estratégia adotada.

Entretanto, para isso, algumas características físico-


hídricas do solo e da planta devem ser conhecidas como a
umidade na capacidade de campo (CC) e no ponto de murcha
permanente (PM), densidade do solo (ds), profundidade efetiva
do sistema radicular (Z) e fator de disponibilidade de água no
solo (f).

A partir dessas informações, é possível calcular vários dados


que irão caracterizar o solo, de maneira que esse possa ser
utilizado como referência no manejo da irrigação, ou seja,
como um reservatório de água.

RESE
RVAT
ÓRIO

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Capacidade de campo (CC) e ponto de murcha (PM)


A CC é a capacidade máxima do solo em reter água.
Acima dessa capacidade, ocorrem perdas por percolação de
água no perfil ou por escoamento superficial. Ela ocorre
quando todos os microporos do solo estão ocupados com a
água.

O PM é o limite mínimo de água armazenada no solo,


que pode ser utilizada pelas plantas; em outras palavras, teor
de umidade em que a planta não consegue mais retirar água
do solo.

Para melhor conhecimento do armazenamento de água no


solo por meio da umidade e também necessário para utilizar
corretamente o tensiômetro, é comum obter a umidade para
vários pontos situados entre a CC e o PM, criando-se curva de
retenção de água no solo (CRAS).

Solo Saturado Capacidade de Canpo Ponto de Murcha Permanente


Adptado de Silva et al. (2019) ²

² DA SILVA, A. B. R.; COOLONG, T.; DIAZ-PEREZ, J. C. Principles of irrigation and scheduling: for Vegetable Crops in Georgia. University of Georgia. Cooperative Extension Bulletin 1511.

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Densidade do solo (ds), profundidade efetiva do sistema radicular


(Z) e fator de segurança (f)

A ds é definida como sendo a relação existente


entre a massa de uma amostra de solo seca a
105 ºC e a soma dos volumes ocupados pelas
partículas e pelos poros. Ela é importante, pois o
aumento da densidade reduz o volume de
poros, o que a afeta o armazenamento e a
drenagem de água pelos solos.

O Z é a profundidade onde estão localizados


80% do total de raízes, podendo ser medido
no campo ou encontrados em tabelas na
literatura. O conhecimento sobre Z é importante
para ser determinada a disponibilidade de água
no solo, uma vez que é ele que delimita a
profundidade do reservatório que é o solo.
Também é importante para indicar o local mais
apropriado para instalar sensores de
monitoramento de umidade do solo.

O fator “f” é um coeficiente que define a


porcentagem de água inserida dentro dos
limites máximo (CC) e mínimo (PM) de
umidade do solo, que a planta pode utilizar
sem interferir no desenvolvimento dela. Por
esse motivo, é comum chamar esse fator de
segurança, em que a magnitude dele é
definida segundo o valor econômico e a
sensibilidade da cultura ao déficit hídrico.

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Quantificando o solo como um reservatório

uma vez conhecidas as características físico-hídricas do solo, as


variáveis que caracterizam o solo como um reservatório são
determinadas: disponibilidade total de água no solo (DTA),
capacidade total de água no solo (CTA) e capacidade real de
água no solo (CRA).

DTA corresponde à água nele armazenada no intervalo entre


as umidades correspondentes à capacidade de campo e ao
ponto de murchamento, expressa em mm/cm solo.

A CTA é a multiplicação da DTA pela profundidade efetiva do


sistema radicular, expressa em mm.

A CRA é a CTA multiplicada pelo fator “f”, já que na irrigação não


é permitido que a umidade do solo atinja o ponto de
murchamento, expressa em mm.

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Como é determinada a umidade do solo na prática?


Em situações de campo, os tensiômetros e os sensores de
medição dielétrica (sensores de capacitância e TDR) são os
equipamentos mais aplicados.

Tensiômetro

Sensor de umidade do solo

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Tensiômetro
Os tensiômetros são equipamentos utilizados para a
determinação direta da tensão de água no solo e a
determinação indireta da umidade do solo. Eles são
constituídos de uma cápsula de cerâmica ligada por meio de um
tubo a um manômetro, onde a tensão é lida.

O tensiômetro só tem capacidade para leituras de tensão até


80 kPa. No caso de tensões maiores do que esse valor, ele
poderá perder a escorva e parar de funcionar, necessitando de
nova instalação. Por isso, esse equipamento somente cobre uma
parte da “água disponível no solo”.

Ele tem sido bastante empregado em sistemas de irrigação


localizados onde a umidade do solo normalmente é mantida em
valores mais elevados (próximos a CC).

Tampa

Tubo transparente

Tubo de plástico PVC

Cápsula de cerâmica

Conexão

Manômetro

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EXERCÍCIO
A CRAS (ds = 1,33 g/cm³) mostrada na
figura ao lado é de um solo com textura
média de uma propriedade rural
localizada no município de Linhares, ES.
Suponhamos que o irrigante deseja fazer
o manejo da sua irrigação utilizando o
tensiômetro, e contrata você para fazer o
planejamento. Assim, determine a
quantidade de água a ser aplicada
(mm) e o tempo de irrigação,
considerando as informações do gráfico e
as apresentadas na sequência:
A umidade na capacidade de campo deve ser definido para uma tensão de 10 kPa;
A cultura que está sendo irrigada é o feijão, na fase de floração, e as irrigações devem ser reiniciadas quando o
potencial mátrico da água no solo atingir 50 kPa;
Os tensiômetros estão instalados na camada de 0,30 m (Z);
O sistema utilizado é a aspersão convencional fixa no espaçamento de 12 x 12 m, vazão dos aspersores de 0,720 m³/h
e intensidade de aplicação de 5 mm/h;
Eficiência de irrigação igual a 80%.

Informações Resolução
Umidade crítica (Uc): umidade mínima, a partir da qual deve-se realizar
Dados de solo
uma nova irrigação, a fim de evitar problemas no desenvolvimento da planta.
-0,071
Equação do Tensiômetro: U = 0,2142 * T -0,071 Uc = 0,2142 * 50 = 0,1622 kg água/kg de solo = 16, 22%
ds = 1,33 g/cm³
Umidade na CC: umidade quando a tensão de água no solo é de 10 kPa.
CC: ocorre na umidade de 10 kPa -0,071
Uc = 0,2142 * 10 = 0,1818 kg água/kg de solo = 18, 18%
Dados da cultura
Déficit atual: refere-se a quantidade de água (mm) necessária para elevar
Cultura: feijão a umidade atual (crítica) do solo até a CC. Também chamada de irrigação
Estádio fenolológico: floração real necessária (IRN).
Tensão crítica: 50 kPa Datual = ((18,18 - 16,22)/10) * 1,33 * 30 = 7,82 mm

Lâmina bruta (LB): lâmina a ser aplicada ao solo, considerando-se a


Dados da irrigação
eficiência de irrigação do sistema.
Espaçamento: 12 x 12 m LB = 7,82/0,8 = 9,78 mm
Vazão do aspersor: 0,720 m³/h
Intensidade de aplicação: 5 mm/h Tempo de irrigação (Ti): tempo necessário para aplicar a LB.
Eficiência de Irrigação: 80%
Ti = 9,78 mm/5 mm/h = 1,95 h = 1 h e 57 min

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Sensores de capacitância

O funcionamento do sensor é com base na alteração da


capacitância, que é diretamente proporcional à constante
dielétrica (Ka) do meio circundante (solo e seus constituintes). A
Ka, por sua vez, é altamente variável com a umidade desse meio.
Dessa forma, a medida da capacitância é um método adequado
para se estimar a umidade do solo.

A capacitância é definida como a quantidade de carga que um


material pode armazenar sob um determinado potencial elétrico
aplicado.

Este sensores normalmente possuem hastes de aço em paralelo


(Figura A), ou um par de anéis de metal (dois eletrodos), montados
ao longo do comprimento de um tubo de PVC (Figura B), que
funcionam girando esse campo eletromagnético.
Sensor Decagon 10HS Moisture
METER Group

Sensor (sonda) EnviroSCAN Probes


Sentek
Fonte:: Meter Group

Fonte:: Sentek

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TDR (Reflectometria no Domínio do Tempo)


O TDR mede a constante dielétrica (Ka) do solo por meio da
medida do tempo decorrido por um pulso eletromagnético,
obtido por meio da introdução de hastes de aço inoxidável no
solo. Esse tempo decorrido é proporcional à Ka do solo e varia
fortemente com o conteúdo de água desse solo.

Semelhante aos sensores de capacitância, os sensores TDR


devem ter um bom contato com o solo, porque quaisquer
lacunas de ar levarão a medições errôneas. O volume de medição
dos sensores TDR depende do comprimento das hastes.

TDR-315H
Acclima
Fonte:: Acclima

Fonte:: Acclima

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MANEJO VIA CLIMA


O manejo via clima visa basicamente repor a água
consumida pela planta em um dia ou durante um período
de dias desde a última irrigação, em que é feito um balanço
hídrico (BH), que considera todos os fluxos de água que
entram e saem do volume de solo explorado pelas raízes.

Assim, a irrigação e a precipitação são as componentes de


entrada no BH. Já as perdas por percolação profunda,
escoamento superficial e evapotranspiração da cultura
são as componentes de saída do BH.

As perdas por escoamento superficial ou percolação profunda


devem ser eliminadas com o manejo de água adequado, além
de serem difíceis de serem mensuradas em condições de
campo. Portanto, para fins de controle do BH, restam as
irrigações, as precipitações e a evapotranspiração da
cultura.

A precipitação é facilmente medida com ajuda de


pluviômetros; e a irrigação, pelo correto conhecimento de
algumas variáveis do sistema de irrigação; assim, a maior
dificuldade está em determinar a evapotranspiração da
cultura (ETc).

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O que é a evapotranspiração da cultura (ETc) ?


A ETc é um processo físico em que a água passa do estado
líquido para o gasoso, enquanto ela se move do solo para a
atmosfera. Esse processo remete à evaporação da água do solo
e das superfícies vegetativas e à transpiração das plantas.

Na irrigação, a ETc é atribuída à quantidade de água que foi


retirada do solo, onde o sistema radicular é encontrado, devendo
essa ser resposta para haver o desenvolvimento adequado da
cultura.
Havendo a necessidade da
determinação da ETc, o
conhecimento das variáveis
meteorológicas como
radiação solar, velocidade do
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
vento, umidade relativa e
temperatura do ar é de Evaporação + Transpiração

fundamental importância, já
que essas são inputs para
analisar a
evapotranspiração de
referência (ETo), a fim de
alcançar a ETc.

Diante disso, as estações meteorológicas são


equipamentos essenciais para esse tipo de
manejo.

ETo depende apenas das condições climáticas; logo, ela é um


elemento indicativo da demanda hídrica das culturas de
determinados local e período. O método-padrão para sua definição
é o Penman-Monteith FAO (PM-FAO), embora o lisimetria seja a
metodologia que permite a medição direta desse fenômeno.

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Como determinar a ETc?


A forma mais simples para a obtenção da ETc pelos processos via
clima é por meio da multiplicação da ETo por um coeficiente de
cultura (ETc = ETo x Kc).

Os valores de Kc variam com o tipo de cultura, estádio de


desenvolvimento da cultura e condições climáticas locais, sendo
responsáveis em diferenciar a evapotranspiração de uma cultura
qualquer da cultura hipotética (referência).

Essa metodologia, apesar de bastante utilizada, tende a


superestimar a ETc, uma vez que não considera dois pontos
importantes: o efeito do decréscimo da umidade do solo sobre a
ETc e o não molhamento de toda área pelos sistemas localizados.

Nesse sentido, há os destaques da metodologia FAO


modificado (MFAO), que corrige essas limitações, por meio do
coeficiente de estresse hídrico (Ks), e do fator de ajuste, em
razão da aplicação localizada da água (KL ), respectivamente.
Assim, a equação final é ETc = ETo x Kc x Ks x KL

Essa metodologia tem sido aplicada com grande sucesso para


estimativa de ETc em cultivos comerciais por meio da empresa
IRRIGER.

Uma descrição completa da metodologia MFAO


pode ser obtida no artigo: Evapotranspiração de
cultura: uma abordagem dos principais métodos
aplicados às pesquisas científicas e na agricultura.

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MANEJO VIA PLANTA

No manejo via planta, as informações para decidir o momento


e a quantidade a ser irrigada são obtidas na própria planta.

As informações mais comuns utilizadas como


um indicativo da necessidade de irrigação são:
potencial hídrico das folhas, resistência
estomática, temperatura foliar e determinação
do grau de turgescência das folhas.

Usar dados da planta para o manejo é muito importante,


uma vez que ela é parte essencial do sistema solo-planta-
atmosfera; entretanto, ainda existem muitas
dificuldades relacionadas ao uso das metodologias e dos
equipamentos, como custos, sensores, calibrações e
representatividade.

Por isso, seu uso ainda é restrito a instituições de ensino e


pesquisa; porém, considerando o rápido avanço tecnológico,
em breve, serão aplicados em larga escala no campo.
Sensor para medição da espessura e a capacitância elétrica da
folha e com isso monitorar o estresse hídrico nas plantas
Fonte:: Pean States News

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Resumo sobre os métodos de manejo da irrigação

Inevitavelmente, os métodos de manejo da irrigação devem envolver pelo


menos um dos componentes do sistema solo-planta-atmosfera.
Sempre que possível, deve ser feito um manejo de irrigação de forma
integrada, de preferência combinando os três componentes. Na prática, é
mais comum a associação dos manejos via clima e solo.

Nessa associação, o manejo via clima, dada a sua maior operacionalidade,


normalmente será o método para tomada de decisão, e os dados de solo
serão utilizados como uma informação complementar, a fim de ajustar as
estimativas via clima.

São muitas as variáveis e, ou, os processos envolvidos no manejo da


irrigação; por isso, a adoção de softwares e plataformas de manejo tem
sido cada vez mais comum. Nesse caso, sensores de campo coletam os
dados e equipamentos específicos, enviando para uma central onde são
processados e disponibilizados aos usuários.

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EFICIÊNCIA DE IRRIGAÇÃO

Uma vez definido o critério de manejo da irrigação, é necessário


o conhecimento da eficiência de irrigação, dado que permite
definir a lâmina bruta de irrigação e, consequentemente, o
tempo de irrigação, informações essenciais ao manejo.

A eficiência de irrigação é função da quantidade de água


mobilizada para a irrigação e a realmente incorporada ao solo
na zona radicular, variando de método para método, sendo
função das eficiências de condução, da aplicação e de
distribuição.

VALORES MÉDIOS (ORIENTATIVOS)


DE EFICIÊNCIA DE IRRIGAÇÃO

Gotejamento Pivô central Microaspersão


(85 a 95%) (80 a 95%) (85 a 90%)

Aspersão convencional Autopropelido Inundação


(75 a 85%) (70 a 80%) (60 a 65%)

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Eficiência de condução (Ec)


Representa todas as perdas que ocorre em desde a captação
d’água até a entrada da área a ser irrigada.

Nos sistemas pressurizados (condutos forçados), é a eficiência


mais fácil de ser otimizada, por meio de um bom projeto e
material de qualidade e manutenções, para evitar perda de água
por vazamentos. Porém, em sistemas portáteis, por causa dos
engates de tubulações, e em sistemas antigos, elas podem ser
consideráveis.

Em condutos livres, essa eficiência é bastante importante, em


razão das perdas por evaporação e infiltração, em canais não
revestidos.

Ca
na
l

Já as eficiências de aplicação e a de distribuição são um


pouco mais complexas, pois tanto as características do
sistema de irrigação quanto às condições meteorológicas
no momento da irrigação e o próprio manejo, afetam
seus valores.

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Eficiência de aplicação (Ea)


Representa todas as perdas que ocorrem durante a aplicação
de água por toda a área. Por exemplo, uma Ea de 90% significa
10% da água aplicada é perdida, e os 90% restante chegará ao
solo e às plantas.

Gotas sujeitas à perdas (arraste e, ou, evaporação)

Essas perdas, por sua vez, decorrem principalmente em razão da


ação do vento, que provoca o arrastamento das gotas e da
temperatura e a umidade relativa, que ocasionam a
evaporação, sendo chamada de perda por evaporação e arraste
(PEA).

É um problema sério nos sistemas de aspersão,


principalmente em regiões com predominância de ventos fortes.
As PEA são obtidas com base na diferença entre a lâmina média
aplicada, medida diretamente no emissor, e a lâmina média
coletada com uso de coletores instalados próximo ao solo.

As principais formas de evitar ou diminuir tais perdas são pelas


irrigações noturnas, ou em horários mais frescos do dia, e
pelos usos de emissores mais eficientes e de controle de
pressão para não ter pressão excessiva, que causará
fracionamento do jato.

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Eficiência de distribuição (Ed)


O simples fato de um sistema de irrigação ter elevada
eficiência de condução e aplicação não é garantia total
Se liga!
que ele terá alta eficiência de irrigação, pois a lâmina
pode estar sendo distribuída com grande variabilidade
na superfície do solo, sendo essa distribuição
verificada por meio da eficiência de distribuição (Ed)
também referida como uniformidade de irrigação.

Assim, o objetivo da Ed é verificar a variabilidade da lâmina de


irrigação na superfície do solo. A importância da Ed aumenta
quando é usada a fertirrigação, pois o sucesso dessas práticas
depende da distribuição correta de água e nutrientes às planta.

Na figura, a seguir, está ilustrada uma área irrigada, onde foi dividida
em vários quadrantes. Cada quadrante recebe a mesma quantidade
de água; logo, neste exemplo didático, o sistema de irrigação tem
elevada Ed.

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Eficiência de distribuição (Ed)


Em razão do sistema de distribuição de água na irrigação de aspersão,
esse tipo de irrigação, a Ed não é influenciado apenas pelas
características do sistema, mas pelas condições climáticas,
principalmente pela velocidade do vento.

Na irrigação localizada, o que mais afeta a Ed é o entupimento dos


emissores.

Já no método de superfície, ela é afetada pelos diferentes tempos de


irrigação, entre o início e o fim da parcela.

Há vários coeficientes empíricos para a obtenção da eficiência de


distribuição. No método de aspersão, o coeficiente de uniformidade
de Christiansen (CUC) é o mais usado. Já no método de irrigação
localizada além do CUC, o coeficiente de uniformidade de
distribuição (CUD) também é bastante aplicado.

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Eficiência de distribuição (Ed)


Avalição da Ed em sistema de aspersão convencional
Fonte:: O autor

Avalição da Ed em sistema de pivô central


Fonte:: O autor

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AVALIAÇÕES GERAIS

A intensidade de aplicação (Ia) de água do sistema também


é uma variável a ser avaliada; é uma lâmina aplicada (mm)
por determinado período de tempo, normalmente por hora.

Para isso, é necessário coletar informações de vazão do


emissor e também do espaçamento do sistema e do
cultivo. Em caso do pivô central, a intensidade é calculada em
mm/volta, dada a característica peculiar desse sistema.

Coleta de dados para obtenção da Ia


em gotejamento

Medição dos espaçamentos do


cultivo e do sistema rrigação.

Coleta de dados para obtenção da Ia


em microaspersão

É importante lembrar que existem metodologias


preconizadas para serem utilizadas como referência nas
avaliações dos sistemas de irrigação.

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AVALIAÇÕES GERAIS

Além das avaliações da eficiência de condução, da aplicação e


distribuição de água e da intensidade de aplicação, também é
necessário a realização de diversas outras, a fim de conhecer o
real estado de funcionamento e ajustes dos sistemas.
É importante salientar que a avaliação de campo é uma etapa
recomendada antes da implantação de qualquer método de
manejo.

Se o sistema for elétrico, é sugerido avaliar a tensão e a


corrente elétrica do motor a fim de evitar o desperdício de
energia elétrica e manter a vazão e a pressão da água,
conforme projetado.

É prudente aproveitar para avaliar a distribuição de pressão


nas linhas de irrigação e nos emissores. A pressão é medida
com manômetros; esses podem ser digitais ou analógicos.

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QUANDO E QUANTO
IRRIGAR?

Após todo o conteúdo passado, podemos responder com


propriedade as duas perguntas que sempre são feitas sobre o
manejo da irrigação: quando e quanto irrigar?

Quando a umidade do solo atingir níveis, a


partir do qual, se tornará prejudicial ao
Quando
desenvolvimento da cultura (umidade crítica
ou umidade no fator f, em amarelo no
diagrama).
Em quantidades que possam ser armazenadas
no solo, na camada correspondente à zona
radicular, e suficientes para repor o que foi
utilizado no processo de evapotranspiração. É
Quanto
importante lembrar que a eficiência de irrigação
do sistema definirá a quantidade de água que
deve ser aplicada para garantir a necessidade
líquida de irrigação na zona radicular.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sucesso da irrigação como um


empreendimento irá depender da qualidade
do projeto, da qualidade do material e da
implantação no campo e do manejo
adequado do sistema.

Em relação ao projeto, existem muitas


empresas e profissionais capacitados para
essa demanda, assim como para a instalação
no campo, apesar de ainda haver muitos
sistemas que são instalados sem um projeto
prévio, muitas vezes feitos pelo próprio irrigante,
sem qualquer critério técnico.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quanto ao material, atualmente, o Brasil


possui as principais empresas de
equipamentos e peças de irrigação,
estando ao alcance do irrigante, dependendo,
é claro, da capacidade de investimento
desse empreendedor.

Entretanto, em relação à área de manejo da


irrigação, é onde há maiores dificuldades, em
decorrência de alguns fatores, como: falta de
conhecimento técnico sobre o sistema solo-
planta-atmosfera, que é base para o manejo,
falta de assistência técnica especializada,
custo de equipamentos e, também pela
resistência do próprio irrigante à
implementação do manejo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse sentido, cada vez mais é exigido de


os profissionais da área de manejo de
irrigação fazerem recomendações mais
precisas de irrigação, considerando a
necessidade hídrica diária da planta, em cada
estádio de desenvolvimento; em outras
palavras, colocando em prática tudo aquilo
que foi apresentado neste e-book.

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Espero que o conteúdo deste e-book tenha


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fortalecendo as ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação no
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