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1
Acta Qualidade, Tecnologias e Educação a
Distância; Editora: Daniela da Costa Britto
Pereira Lima; Editora Associada: Catarina de
Almeida Santos – Campo Grande: UFMS, 2018 –
v. 1, n. 4.
CDU - 37.018.43
2
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL: PROCESSOS, ORGANIZAÇÃO
E PRÁTICAS
Carina Elisabeth Maciel 4
______________________________________________________________________________
3
Esse número do periódico possui como tema a institucionalização da modalidade
de educação a distância (EaD) na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul-UFMS1. Seu
objetivo geral é analisar o processo de implementação e institucionalização da modalidade
EaD na UFMS. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e descritiva, realizada para
compreensão do desenvolvimento do processo de institucionalização dessa modalidade em
uma Instituição de Educação Superior Pública Federal. A coleta e análise de dados privilegiou
duas fases: (i) levantamento dos dados na instituição participante, (ii) análise dos dados e
resultados do processo de institucionalização da instituição participante para o delineamento
do processo de institucionalização na modalidade.
Para a abordagem realizada neste estudo, depreende-se que as políticas de
institucionalização oferecem subsídios estruturais para o funcionamento da educação. Assim,
constituem-se de normas que orientam os papéis e as responsabilidades nas instituições de
ensino superior, o que inclui desenvolvimento de regras e regulamentos. Para Kesar (2007), a
institucionalização é definida como um processo caracterizado por rotinas “cristalizadas”
com apoio legítimo e comprometimento de lideranças no desenvolvimento das ações no
ambiente de trabalho. Pesquisadores como Kesar (2007); Sam (2012) e Plat (2009)
argumentam a existência de três fases do processo de institucionalização “mobilização,
implementação e institucionalização” que podem ocorrer simultaneamente ou dinamicamente,
não seguindo de maneira obrigatória uma ordem linear e hierárquica.
Na mobilização encontramos processos que podem contribuir para as decisões e
cumprimento de uma política (PLATT, 2009). Durante a mobilização evidenciamos os
processos de tomadas de decisão que podem culminar com a implementação de ações e
políticas, dentre esses processos destacamos: construção de pontos de referência, modelos,
criação de força-tarefa, reuniões, obtenção de apoio externo, utilização de aliados
institucionais e criação de planos de ação (KESAR; SAM, 2012).
A implementação refere-se à materialização das ideias e/ou atividades, ou seja,
coloca-se em prática as ações propostas. De acordo com Platt (2009), essa fase pode durar de
seis meses até cinco anos. O processo da implementação é caracterizado pelo apoio às ações e
criação de infraestrutura, bem como estímulos e desestímulos no desenvolvimento das ações
1 Esta pesquisa e todos os itens aqui publicados fazem parte de uma pesquisa maior intitulada “ A
Institucionalização da Educação Superior a Distância na Região Centro-Oeste: Processos, Organização e
Práticas”, coordenada pela professora Doutora Daniela da Costa Britto Pereira Lima (UFG) e financiada pelo
CNPq, pela Chamada CNPq/ MCTI n. 25/2015 Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas, sob número de
processo 443725/2015-2 .
4
(KESAR; SAM, 2012). É importante destacar que nessa fase os debates tem foco na ação, já
que a existência de agendas e reuniões para discussões estão mais definidas nesse período
(KESAR, 2007).
No processo institucionalização existe a operacionalização viável de estruturas
organizacionais, ações e atitudes que tornaram-se rotinas por mais de dois anos (PLATT,
2009). No entanto, Pimenta e Anastasiou (2010), ressaltam que uma rotina engessada e
burocrática pode inviabilizar o desenvolvimento de atividades na própria instituição, porque a
rotina apresenta-se como um obstáculo. Com base no conceito de institucionalização, a
presença de apoio organizacional, padronização de procedimentos e a incorporação de valores
e normas na cultura organizacional são fundamentais neste processo.
Em continuidade, as pesquisas de Ferreira e Mill (2013, p. 158), argumentam
sobre a presença de cinco elementos como fatores de institucionalização na Educação a
Distância:
1. Políticos e Filosóficos (Planejamento): estão associadas à vocação institucional
para oferta de cursos superiores na modalidade, perspectivas de longo prazo e
sustentáveis para adoção de políticas e procedimentos em EaD e fortalecimento da
estrutura acadêmica colegiada.
2. Organização: capacidade em promover a articulação entre os cursos presenciais/à
distância através do fortalecimento integrado entre as unidades acadêmicas e
gestoras.
3. Infraestrutura: garantias de recursos físicos tecnológicos necessários à
estruturação da gestão técnico-pedagógica e administrativa.
4. Pessoal: garantias à formação e qualificação de quadros necessários à condução
de políticas de oferta dos cursos.
5. Políticas Discentes (Serviços ao Estudante): garantias de participação plena do
corpo discente vinculado aos cursos EaD nas políticas universitárias, no acesso aos
suportes acadêmicos e pedagógicos e auxílios destinados a eles.
5
HISTÓRICO, TRAJETÓRIA E MARCOS LEGAIS DA EAD
HISTÓRICO DA EAD
2
Essas informações podem ser conferidas na página virtual da Coordenadoria de EaD da UFMS disponível em:
<http://www.ead.ufms.br/portal/index.php?inside=1&tp=3&comp=&show=103>. Acesso em: 30 mar. 2013.
3
Segundo Stanton (2004), a Bitnet foi criada no Brasil a partir do desenvolvimento das tecnologias de
telecomunicações que ocorreram entre os anos de 1970 e 1980. Mas a sua utilização aberta às universidades
ocorreu a partir de 1988. Utilizou-se a sua infraestrutura para criar redes de computadores não comerciais com o
fim de interligar instituições brasileiras, incluindo as universidades nacionais e estrangeiras.
4
“PHP (um acrônimo recursivo para PHP: HYPERTEXT PREPROCESSOR) é uma linguagem de script open source
de uso geral, muito utilizada e especialmente guarnecida para o desenvolvimento de aplicações Web embutível
dentro do HTML”. Disponível em:<http://php.net/manual/pt_BR/intro-whatis.php>. Acesso em: 30 mar. 2013.
6
Os ambientes virtuais educativos provocaram uma revolução nos cursos a
distância. O modelo de EaD e dos cursos nessa modalidade antes do aparecimento do
ambiente digital ou virtual de aprendizagem era no formato de educação semi-presencial, isto
é, aqueles que eram realizados parte a distância e parte presencialmente, segundo Moran
(2002). Nesse formato semi-presencial ocorreram os primeiros cursos de pedagogia a
distância, o que se aplica também à UFMS, ao final dos anos de 1990. Em 1998 foi ofertado o
primeiro curso de especialização a distância: Curso de Especialização em Orientadores
Pedagógicos em Educação a Distância, cujo formato se classificava em semi-presencial, isto
é; havia encontros presenciais de 15 em 15 dias (na maior parte das disciplinas), aos sábados
para a realização das disciplinas, no que se refere à apresentação do conteúdo. Após o
encontro os estudantes acessavam os conteúdos pelo ambiente virtual e interagiam pelo fórum
online do curso, desenvolvido em linguagem PHP, conforme aponta (BATISTA, 2002).
A Educação a Distância ancorada em ambientes virtuais de aprendizagem - AVA
consolidou-se nos anos de 2000, na UFMS, por meio de sua Coordenadoria de EaD. Nesses
ambientes, no período de 1998 a meados de 2005, foram realizados diversos cursos de
extensão e especialização (BATISTA; GOBARA, 2006, 2007). Em meados dos anos 2000, já
eram utilizados, na UFMS, além daqueles ambientes e plataformas criados especificamente
para a EaD/UFMS, novos espaços virtuais educacionais denominados Teleduc5.
A partir dos anos de 2005 e 2006, esse tipo de ambiente virtual foi utilizado para
outros cursos, como os de Especialização em Educação Infantil, Especialização em
Orientação Acadêmica em EaD, entre outros, ofertados, à época, pela Coordenadoria de
Educação Aberta e a Distância da UFMS - CED/UFMS. Mas, nesse mesmo período, novos
ambientes virtuais começaram a ser instalados na EaD da UFMS. E, assim, além do Teleduc,
utilizava-se também a plataforma do AVA moodle6 e o ambiente colaborativo de
aprendizagem – e-proinfo7, plataforma essa, desenvolvida pela Secretaria de Educação a
Distância do Ministério da Educação – SEED/MEC, adotado nos cursos de extensão e na
5
“O TelEduc é uma plataforma para realização de cursos a distância com a utilização da Internet. Desenvolvido
em 1997 a partir de análises de experiências realizadas com usuários, tornou-se um software livre internacional”.
Disponível em: <http://edutec.unesp.br/index.php?lang=pt_br&Itemid=110>. Acesso em: 30 mar. 2013.
6
O AVA moodle é definido como: Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle. Moodle constitui uma sigla
cujo significado é: Modular Object Oriented Distance Learning ou Objeto modular orientado ao ensino a
distância. (SANTANA, 2008, p. 02).
7
O ambiente e-proinfo é definido como Ambiente colaborativo de aprendizagem. Disponível em: <http://e-
proinfo.mec.gov.br>. Acesso em: 30 mar. 2013.
7
Especialização do Programa Mídias na Educação, à época também ofertado na Coordenadoria
de EAD da UFMS.
No período de 2009 a 2015, a modalidade de EAD da UFMS vivenciou seu
período de auge e expansão em todos os níveis da formação. Nesse período, a Coordenadoria
de EAD da UFMS – CED/UFMS teve seu projeto de espaço ampliado e um prédio construído
especificamente para abrigar suas ações e serviços como se pode ver na foto a seguir. A
mudança de espaço físico para um prédio próprio ocorreu em 2010.
8
Fonte: Autores (2017)
9
para Formação de Professores. Os técnicos-administrativos da CED foram instalados no novo
prédio e a mudança realizou-se também com relação à estrutura organizacional dos setores da
CED, que a partir de janeiro de 2017 deixou de ser Coordenadoria e passou a ser Secretaria de
Educação a Distância e Formação de Professores – SEDFOR. A seguir o depoimento de um
técnico-administrativo da SEDFOR, denominado nesse discurso como TA/SEDFOR, o que
significa Técnico-administrativo da Secretaria de Formação de Professores, cuja função na
EAD até dezembro de 2016 era a chefia da Divisão de Tecnologia da extinta CED:
10
Imagem 5: Espaço SEDFOR
11
Fonte: Autores (2017)
O atual espaço físico da EaD divide salas com outros segmentos da UFMS, entretanto,
possui auditórios próprios, salas de aulas, sala de vídeo conferencia e alojamento.
12
[...] a capacitação inicial e continuada do corpo técnico-administrativo em educação
e docente da UFMS, com o intuito de propiciar as condições suficientes para o
desenvolvimento das atividades pedagógicas de ensino presencial e da oferta da
educação a distância [...].
O Estatuto Geral da UFMS foi alterado em 2011, mas nesse documento não
consta nenhuma referência à educação a distância. Ao tratar do funcionamento dos cursos de
graduação, mencionam o período diurno e noturno.
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A importância social da EaD na UFMS é destacada no Relatório de Gestão 2014:
Pode-se destacar, ainda, as ações desenvolvidas na área de Educação a Distância,
cujos indicadores dão visibilidade quanto ao papel social representado pela UFMS
nos vários municípios do Estado, quais sejam, Água Clara, Bataguassu, Bela Vista,
Bonito, Camapuã, Campo Grande, Costa Rica, Miranda, Porto Murtinho, Rio
Brilhante e São Gabriel do Oeste. Nos municípios limítrofes com o país vizinho, o
Paraguai, com uma população caracterizada pela diversidade de etnias e de línguas,
os cursos oferecidos na modalidade a distância possuem alunos índios matriculados
(UFMS, 2014, p. 104).
14
No Relatório de Gestão 2015 o destaque é para a realização de ações extensionistas e
para o papel social desenvolvido pela EaD, favorecendo a interiorização desse nível de
educação. Novamente é destaca importância da modalidade EaD para justificar a aquisição de
novos veículos.
Nos três Relatórios de Gestão analisados, a EaD aparece na descrição de algumas
ações realizadas, é identificada como justificativa para aquisição de nova frota de veículos e é
destacada como importante modalidade para a interiorização da educação superior,
desenvolvendo um papel social de destaque, principalmente no que se refere à educação
indígena e do campo. Sobre a Institucionalização dessa modalidade na UFMS, os relatórios
não apresentam informações de destaque.
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
15
São apresentadas a Avaliação Institucional e o Planejamento Estratégico,
conforme se observa no referido PDI (2015, p.131-132),
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modalidade a distância, foram “convidados” a atuarem parcialmente nessa modalidade,
colaborando com a oferta de disciplinas presenciais, também.
O período de 2008 até 2013 representam um período de expansão de docentes
concursados e específicos para cursos e disciplinas na EaD. No mesmo período foram
selecionados e contratados técnicos para atuarem especificamente nessa modalidade. Os
dados específicos com relação ao quantitativo de professores e técnicos concursados no
período não nos foi disponibilizado.
Cunha (2013, p. 38) destaca ainda que “[...] a investigação tem compromisso com
a prática educativa concreta: mas mais do que isso, tem responsabilidade na construção de
sujeitos críticos e autônomos que possam procurar soluções permanentemente para os
desafios da prática”. Porém é preciso cuidar para não outorgar a educação uma função
redentora, o que a autora pontua ao dizer que “[...] é certo que a pesquisa tem compromisso
com as condições sociais e políticas dos contextos concretos, mas também é certo que ela não
carrega em si um dispositivo de poder que lhe outorgue a condição redentora da prática
educativa” (CUNHA, 2013, p. 45).
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Nessa perspectiva é significante perceber o surgimento de várias produções
acadêmicas, pós-LDBEN/1996, na área de educação e áreas afins, na Região Centro-Oeste e
Brasil, sobre o tema ‘educação a distância na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul’.
Identificando os recortes, especificidades ao tratar a temática, metodologias, referenciais, bem
como aquilo que ainda não foi abordado.
O olhar para as produções acadêmicas permite levantar alguns questionamentos
como: Quais os enfoques mais frequentes nas pesquisas sobre a educação a distância na
UFMS? Que enfoques têm sido esquecidos? Em que referenciais teóricos os/as
pesquisadores/as se apoiaram para fundamentar a pesquisa? Que metodologias e técnicas de
coletas de dados foram usadas?
Assim, para o levantamento das produções acadêmicas (artigos científicos,
dissertações e teses) acessamos os repositórios de pesquisas científicas da CAPES8, BDTD9,
UFMS10, Scielo11 e Google Acadêmico12, utilizando os seguintes descritores: EaD UFMS;
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; Educação a Distância. As pesquisas coletadas
foram organizadas num quadro por ano, título, autor/a, resumo e referência conforme ABNT.
Ao todo foram 21 artigos científicos,
ANO Número de Programas Total de trabalhos na área da Total de trabalhos em áreas
educação afins
2002 1 0 0 1 0 0
2003 0 0 0 0 0 0
2004 1 0 0 1 0 0
2005 1 0 0 1 0 0
2006 1 0 0 1 0 0
2007 0 0 0 0 0 0
8
Banco de Teses e Dissertações da CAPES. Disponível em: <http://bancodeteses.capes.gov.br/banco-teses/#/>.
Acesso em: 18 jan. 2017.
9
Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Disponível em: <http://bdtd.ibict.br/vufind/>. Acesso em:
18 jan. 2017.
10
Teses e Dissertações defendidas na UFMS. Disponível em:
<http://repositorio.cbc.ufms.br:8080/jspui/handle/123456789/52>. Acesso em: 18 jan. 2017.
11
Scientific Electronic Library Online. Disponível em: <http://www.scielo.org/php/index.php>. Acesso em: 18
jan. 2017.
12
Google Acadêmico. Disponível em: <https://scholar.google.com.br/>. Acesso em: 18 jan. 2017.
18
2008 0 0 0 0 0 0
2009 1 0 0 1 0 0
2010 0 0 0 0 0 0
2011 0 0 0 0 0 0
2012 1 0 0 1 0 0
2013 0 0 0 0 0 0
2014 1 0 0 1 0 0
2015 0 0 0 0 0 0
2016 0 1 0 0 0 1
Total 7 1 0 7 0 1
Tabela 4 – Distribuição de dissertações e teses sobre EAD na UFMS segundo o ano, número
de programas e total de pesquisas, por área de pesquisa
19
programas na área da educação, sendo 06 (seis) dissertações na área da educação e 01 (uma)
em áreas afins.
Outro aspecto interessante de percebermos nesse mapeamento é que diversos anos
não apresentam publicações: 2003, 2007, 2008, 2010, 2011, 2013 e 2015. Alguns trabalhos se
concentram em anos de transição de governo ou de início de segundo mandato de governo. E
mais, mesmo que nosso mapeamento tenha tido como recorte temporal 1996 (LDBEN),
apenas uma dissertação é do final do mandato de FHC, sendo que as outras são desenvolvidas
no período do mandato de Lula e Dilma, o que reflete que novas preocupações e análises são
postas agora ao campo da educação a distância, em especial na UFMS.
A partir dos resumos disponibilizados no Banco de Teses e Dissertações da
CAPES, é possível identificar alguns enfoques dessas produções acadêmicas, bem como
autores/as mais utilizados/as e referenciais teóricos nos quais foram ancoradas as pesquisas.
Cabe ressaltar que tomamos por base os resumos e que os mesmos muitas vezes
não trazem informações sobre referencial teórico, metodologia, etc., o que apenas uma leitura
do trabalho na íntegra possibilitaria identificar, o que não foi realizado. Adotamos por critério
apenas a leitura e análise de conteúdo dos resumos. Aqui também destacamos a importância
de que os/as pesquisadores/as tragam todas essas informações no resumo de seus trabalhos. A
partir da análise do conteúdo dos resumos de cada uma das dissertações, foi possível
identificar os enfoques priorizados no estudo, os quais são listados na Tabela 5.
Tabela 5 – Distribuição das dissertações que abordam a EaD na UFMS segundo os enfoques
de pesquisa
20
Enfoques 200 200 200 200 200 200 200 200 201 201 2012 201 201 201 201 Tota
2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 3 4 5 6 l
Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº N Nº Nº Nº Nº
º
1. Formação de 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 4
Professores
2. Perfil do 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Professor
3. Metodologia 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
4. Cursos de 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Especialização
5. Fórum on- 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
line
6. Custos 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Cursos EaD e
Presencial
7. Tecnologias 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Digitais
8. Arranjos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Organizacionai
s
21
Tabela 6 – Distribuição das dissertações sobre EaD na UFMS segundo os tipos de pesquisa e
técnicas de pesquisa
Tipos de 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
Estudo Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº
1.Documental 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 3
2. Análise de 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Discurso
3. Estudo de 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Caso
4.Bibliográfico 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
5. Pesquisa de 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Campo
Técnicas de 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
Pesquisa
Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº
1. Entrevistas 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 4
2. Grupo Focal 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
3. Dados 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Estatísticos
4. Observação 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
5. Registros 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 2
6.Questionários 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
on-line
22
estatísticos”, “observação”, “registros” (sendo que uma especificou que era registros escritos),
e “questionários on-line”. Também nesse caso, uma mesma pesquisa poderia abordar mais de
um tipo de estudo e/ou técnicas de pesquisa, e nesse caso a pesquisa foi inserida em mais de
um campo.
Houve citação de 15 (quinze) autores/as, que diferem de acordo com o referencial
em que se ancorou a pesquisa e área de estudo. Por exemplo, na abordagem “estar junto
virtual” ou modelo de interação na EaD, foi citado Valente (02 pesquisas). Na abordagem
construcionista no uso de tecnologias digitais, Papert (01). No estudo sobre a atitude de
sujeitos em ambientes virtuais, Scherer (01). Na formação de professores, Garcia e Ponte (01).
Na situação didática e contrato didático, Brousseau (01). Nas interações sociais na construção
do conhecimento, Vigotsky (01). Além de serem citados Castells, Vianney, Medeiros e Faria,
Pretti, Niskier e Franco, e Sacritán (01). Como pode ser observado, alguns trabalhos citaram
explicitamente seus referenciais, outras apenas aportes teóricos e outros não fizeram
referência nesse sentido.
Dos 21 artigos identificados no levantamento das pesquisas abordando a EaD na
UFMS, chama a atenção que 12 deles se preocupam com o estudo de aspectos da EaD em
cursos específicos. O curso de Matemática é o mais trabalhado (06 artigos), seguido de Letras
(04 artigos), Ciências (01 artigo) e Pedagogia (01 artigo).
2002 1
2003 0
2004 0
2005 0
2006 0
2007 0
2008 1
2009 1
2010 1
2011 2
23
2012 2
2013 2
2014 3
2015 5
2016 3
Total 21
24
No CNPq existem, cadastrados, quatro grupos de pesquisa sobre EaD na UFMS.
Dos quatro grupos, três tem a educação como área predominante e um com Ciências da
computação como principal área de investigação.
Não identificamos pesquisas cadastradas sobre EaD, mas ainda buscaremos essas
informações. Tendo em vista a existência de quatro grupos que pesquisam essa temática, é
provável que existam projetos de pesquisa cadastrados com essa temática.
25
ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA EAD
ORGANOGRAMA
Fonte: http://www.capes.gov.br
28
Geografia
Ciências Biológicas
Letras - Português Espanhol
Matemática
Pedagogia
LOGÍSTICA DE COMUNICAÇÃO
31
desafio de administrar, acompanhar e possibilitar atividades pedagógicas e o desenvolvimento
acadêmico de alunos inseridos em contextos diversos.
Dessa forma, os polos de apoio presencial parceiros da UFMS devem ser
preparados para oferecer a infraestrutura necessária para o desenvolvimento das atividades
previstas no Projeto Político Pedagógico dos cursos.
O polo de apoio presencial estrutura-se com base num modelo proposto pelo
MEC, que determina uma estrutura mínima, a qual deve ser observada pelo município. Essa
estrutura pode variar de acordo com as demandas regionais específicas, da natureza dos
cursos, da proposta pedagógica da instituição e com o tamanho que o polo quer se tornar em
termos de quantidade de turmas e de alunos.
Um polo UAB prevê disponibilidade de acervo bibliográfico, laboratórios de
ensino, laboratório de informática com acesso à internet de boa qualidade, sala de tutoria, de
coordenação do polo e de secretaria acadêmica, além de salas de aula e outros espaços
importantes.
De acordo com o MEC, a configuração mínima de um Polo de Apoio Presencial
da Universidade Aberta do Brasil deve contemplar:
- Estar inserido num local de fácil acesso, com facilidade de transporte público;
- Ser um local seguro;
- Ter espaços físicos suficientes para atender às necessidades dos cursos,
condizente com o número de turmas e alunos;
- Ter mobiliário adequado para os objetivos pedagógicos dos cursos;
- Possuir equipamentos de informática, comunicação e conexão à internet de
qualidade;
- Portar acervo bibliográfico coerente com as necessidades de cada disciplina dos
cursos ofertados;
- Dispor de recursos humanos para a gestão do polo, atendimento tutorial dos
estudantes, apoio à biblioteca, laboratórios pedagógicos e de informática e serviços gerais;
- Contar com apoio dos gestores municipais, especialmente em busca da
sustentabilidade financeira do polo e de outras melhorias.
Nesse modelo, os polos dispõem de uma equipe composta por: coordenador de
polo, secretaria, técnico de informática, tutores presenciais específicos para cada curso e
outros profissionais que auxiliam no desenvolvimento das atividades presenciais ou online.
Quanto as funções desempenhadas pelos profissionais que atuam na Educação a
Distância da UFMS, apresentamos resumidamente.
32
Professor: é o responsável por planejar e preparar uma disciplina (materiais
educacionais e atividades avaliativas); coordenar a equipe de tutores virtuais e presenciais ao
longo de sua oferta; acompanhar e orientar os processos de ensino e aprendizagem, fazendo
ajustes sempre que necessário.
Tutor a distância: incumbido por acompanhar e orientar os processos de ensino e
aprendizagem de um grupo de 25 a 30 alunos ao longo de uma disciplina. Esse modelo de
tutoria virtual possibilita um acompanhamento contínuo e bastante próximo do processo de
aprendizagem de cada aluno. Na UFMS a equipe de tutores a distância é composta por
profissionais qualificados, com pós-graduação concluída na área de educação. Esses
profissionais são selecionados a partir de edital público e recebem bolsa mensal.
Tutor presencial: responsável por mediar as atividades no polo de apoio
presencial, auxiliar no processo ensino-aprendizagem, aplicar provas, incentivar os alunos na
realização das atividades e presença em sala de aula. Esses também são qualificados para a
função e selecionados por meio de edital público. O GP1_UFMS ao ser questionado sobre a
manutenção da equipe evidenciou que “Os docentes envolvidos são lotados nas unidades
administrativas. O corpo técnico é lotado na CED. E temos também colaboradores docentes e
técnicos que ou são bolsistas da UAB ou terceirizados, como no caso de alguns técnicos”.
Como se pode depreender do depoimento do GP1_UFMS, a equipe da EAD é composta por
docentes e técnicos concursados e docentes externos, mas quando refere-se aos profissionais
como “terceirizados” deixa claro inexistência de programas, políticas e procedimentos para a
contratação de recursos humanos, ou seja, não existe uma prática institucionalizada para
lotação de docentes específicos para a EAD na própria instituição.
Vale ressaltar, que a equipe multidisciplinar da SEDFOR é constituída por
profissionais habilitados nas diferentes competências de forma a atender as demandas da
educação a distância.
Os cursos UFMS-UAB estão estruturados com o princípio da indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão. Logo, a produção das disciplinas atende a um processo
dialógico que envolve etapas de planejamento, produção, validação e disponibilização dos
conteúdos, materiais e interfaces, de modo a garantir a construção de conhecimentos,
competências e habilidades previstas no PPP, nas Diretrizes Curriculares Nacionais - DCN e
demais legislações vigentes.
As disciplinas têm estrutura pré-definida de acordo com a carga horária e as
diretrizes do Plano de Ensino e do Projeto Político Pedagógico do Curso, tendo um
planejamento mínimo inicial, com o desenho didático e recursos a seguir:
33
- Livro da Disciplina elaborado pelo professor da disciplina;
- Guia-didático do aluno, implementado pelo professor da disciplina;
- Conteúdo digital, preparado pelo professor da disciplina;
- Vídeo de apresentação da disciplina;
- Vídeoaulas contemplando as unidade didáticas;
- Webconferências agendadas para esclarecimentos de dúvidas.
Diante de tantas atribuições, a capacitação da equipe é fundamental para o alcance
dos objetivos. Essas formações são permanentes e acontecem de acordo com a organização
individual dos cursos. De forma geral, são realizados encontros com finalidades pedagógicas
na semana que antecede o início da disciplina. Nessa reunião, o professor responsável
apresenta o Guia Didático do Aluno, explana brevemente sobre os conteúdos e detalha cada
atividade a ser desenvolvida pelos acadêmicos, repassando aos tutores a distância o parâmetro
de correção a ser considerado.
Além desse momento de formação, a presença dos tutores presenciais e a
distância é requerida nas webconferências, as quais também são consideradas instâncias de
capacitação para eles.
Conforme Maximiano (1986), a comunicação da equipe deve ser clara e objetiva,
para que todos possam interagir ao mesmo tempo, pois cada integrante faz parte do projeto, e
para que se obtenha a eficiência em todo o processo da execução deste projeto é necessário
que todos os integrantes tenham o mesmo objetivo.
Na Educação a Distância, a motivação dos alunos para a aprendizagem é uma
preocupação constante e alguns princípios sustentam esse modelo acadêmico:
- A interação entre o aluno e a interface tecnológica deve se caracterizar pela
transparência, facilidade e simplicidade;
- A interação entre aluno e conteúdo deve resultar sempre na estimulação da
cognição do aluno, viabilizando a construção de uma aprendizagem significativa;
- Na interação entre aluno e tutores, a mediação pedagógica a e aprendizagem
colaborativa devem ser os princípios norteadores, incentivando a busca do conhecimento.
As interações entre o aluno e seus pares são elementos essenciais desse processo e
contribuem para a construção de novos conhecimentos aplicáveis ao cotidiano.
Na UFMS a formação para professores que atuam na EaD acontece por meio da
prática e de cursos esporádicos. Dois cursos foram oferecidos com o objetivo de
formar/capacitar profissionais que atua na EaD; Edital 13, destinado a todos os professores da
UFMS, com oferta no ano de 2013. E Mídias na Educação, destinado aos docentes que
34
ingressam por meio de seleção específica, oferecido em dois níveis: especialização e
extensão. O curso de Mídias é oferecido desde o ano de 2008.
A seleção dos estudantes para modalidade EaD acontece por meio de editais e de
vestibular específico para essa modalidade. Todos os cursos oferecidos são gratuitos.
A dedicação dos docentes para as atividades à distância é definida de acordo com
as horas necessárias para cada disciplina. A grande maioria dos docentes atua em cursos
presenciais e a distância ao mesmo tempo. Mesmo os docentes que ingressaram por meio de
concursos específicos para EaD, atuam nas duas modalidades. Vários docentes que atuam nos
cursos a distância recebem bolsas específicas. Para professores da UFMS existe a opção de
recebimento de bolsa ou a possibilidade de utilização da carga horária para contagem em sua
jornada de trabalho na instituição.
35
[...] o modelo da segunda geração – multimeios – desenvolveu-se a partir das
orientações behavioristas e industrialistas típicas da época – pacotes instrucionais,
público de massa, economia de escala, integrando em maior ou menor medida as
inovações tecnológicas de comunicação e informação, e ainda hoje é o modelo
prevalente na grande maioria das experiências de EAD. Seus meios principais são o
impresso, programas de vídeo e áudio difundidos via cassetes ou via antena
(broadcasting) (BELLONI, 2009, p. 56).
O terceiro modelo surgiu nos anos de 1990, com a disseminação das ferramentas
web. De acordo com Belloni (2009),
Porém, quando refletimos sobre os modelos de EaD não podemos reduzir nosso
olhar a uma visão simplista e direcionada apenas à estruturação educacional, visto que os
padrões traduzem a filosofia da instituição e explicitam princípios e valores.
Costa (2007), diz que os modelos de EAD devem se adequar às reais necessidades
dos alunos e regiões onde serão implantados e, identificando essas necessidades coerentes
com as exigências legais, podemos destacar quatro concepções constitutivas básicas, que
devem dominar ou orientar a escolha de modelos de qualidade em educação superior a
distância (COSTA, 2007, p. 10): “professores e alunos atuam em espaços distintos;-
necessidade de mediação tutorial;- necessidade de apoio descentralizado ao estudante; e o
aluno é o centro do processo pedagógico”
O autor afirma que:
36
objetivos do curso, as práticas pedagógicas do professor, as abordagens pedagógicas, as
posturas docentes (professores e tutores), os métodos de ensino e os critérios avaliativos.
Nesse sentido, a UFMS tem atendido à legislação específica - Decreto no 5.622,
de 19 de dezembro de 2005 - no que diz respeito aos cursos de graduação e de especialização,
bem como as indicações políticas relacionadas à Universidade Aberta do Brasil - Decreto no
5.800, de 8 de junho de 2006.
A UAB fomenta a modalidade EaD nas instituições públicas de Ensino Superior,
bem como apoia pesquisas em metodologias inovadoras de ensino superior respaldadas em
tecnologias de informação e comunicação. Além disso, incentiva a colaboração entre a União
e as federações e estimula a criação de centros de formação permanentes por meio dos polos
de apoio presencial em localidades estratégicas.
Ao inserir a universidade pública de qualidade em locais distantes e isolados, a
UAB incentiva o desenvolvimento de municípios com baixos IDH e IDEB. Desse modo,
funciona como um eficaz instrumento para a universalização do acesso a educação superior e
para a requalificação do professor em outras disciplinas, fortalecendo as escola nos interiores
isolados do Brasil, minimizando a concentração de oferta de cursos de graduação nos grandes
centros urbanos e evitando o fluxo migratório para as grandes cidades.
No entanto, é preciso estar atento a forma como essa oferta se dá e a qualidade da
mesma. A EAD tem o potencial de ofertar um grande número de vagas, contribuindo para
democratizar a educação superior, porém tal processo de universalização da educação
superior não pode ser atribuído apenas à EAD nem mesmo ocorrer de forma precipitada e
relapsa.
É notório que a integração da UFMS ao Sistema UAB possibilitou a ampliação da
oferta de vagas e o aumento das atividades no AVA e em outras mídias. Além disso, são
previstos momentos presenciais dos professores nos polos de apoio. Sobre os modelos de
oferta de cursos de EAD que são mantidos pela UFMS, o GP1_UFMS limitou-se explicar que
os modelos adotados acontecem de duas formas “semipresencial e totalmente a distância”,
sendo que “O modelo da graduação e lato sensu é o semipresencial com 20% de aulas
presenciais e o restante via AVA, que no nosso caso é o Moodle. Alguns cursos de extensão
podem ser totalmente a distância” (GP1_UFMS). Nesse sentido, compreendemos que a
UFMS adota com veemência o modelo semipresencial da Universidade Aberta do Brasil, o
que pode ser explicado pela dependência do financiamento UAB para a implementação desta
modalidade na referida instituição. O depoimento do GP1_UFMS problematiza a necessidade
37
de discutir os princípios políticos e filosóficos (Planejamentos para adoção de políticas e
procedimentos em EaD).
Conforme seu Estatuto atual (2011), em seu Artigo 3º, parágrafo 3º, a
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, nos termos da Constituição Federal, possui
autonomia didático científica, administrativa e de gestão orçamentária, financeira e
patrimonial. Essa autonomia de gestão orçamentária, financeira e patrimonial consiste em:
administrar patrimônio e recursos próprios; elaborar, executar e propor a suplementação de
seu orçamento; firmar contratos, acordos, convênios e estabelecer parcerias; aceitar e receber
subvenções, doações, legados e cooperação financeira; elaborar, aprovar e executar planos,
programas e projetos de investimentos; e efetuar transferências, quitações e outras
providências de ordem orçamentário, financeiro e patrimonial.
39
CURSOS/ PROGRAMAS/ SERVIÇOS: INDICADORES E PROCESSOS
PEDAGÓGICOS
40
Recurso Tipo de atividade
Hot Potatoes Atividade do tipo jogos educacionais criados com o software Hot
Potatoes
Texto Online Tarefa no qual o aluno digita e submete um texto para avaliação, ou
seja, o texto é produzido diretamente no Moodle
41
texto simples possibilidade de outros recursos visuais
Criar uma Recurso que permite a disponibilização de texto mais elaborado, com
página Web maior possibilidade de edição e adição de outros recursos visuais,
como imagens e vídeos
Inserir rótulo
Recurso que permite rotular ou criar um texto de definição para um
tópico de um ambiente virtual
● Fórum
● Link a um arquivo ou site
● Visualizar um diretório
● Envio de arquivo único
● Modalidade avançada de carregamento de arquivos
● Chat
42
● Wiki
● Questionário
Além do Moodle, outra tecnologia bastante utilizada na Educação a Distância da
UFMS foi o sistema Adobe Connect. Ele começou a ser utilizado no ano de 2010 quando a
então Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância (que atualmente é Divisão de
Educação a Distância dentro da Secretaria de Educação a Distância e Formação de
Professores - SEDFOR) da UFMS fez a aquisição de servidor e licença do software (contendo
10 salas virtuais) para uso nos cursos de graduação e pós-graduação.
Na época a versão utilizada era Adobe Acrobat Connect Pro 7. O servidor foi
desativado em 2013 devido a um erro irrecuperável e à falta de um contrato de suporte com
autorizada do fabricante do software, a Adobe. Nesta época, a Educação a Distância passou a
utilizar o sistema provido e mantido pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa - RNP, Adobe
Connect versão 9, da qual dispomos de 42 salas virtuais para webconferências para aulas nos
cursos de graduação, especialização, extensão, reuniões, orientações de TCC e outros tipos de
encontros virtuais.
Esse sistema garante uma certa autonomia ao professor, já que cada um possui um
login e uma senha para acesso à sua sala virtual, tem a liberdade de agendar um horário com
seus alunos, gravar a reunião e disponibilizar o link para quem necessita assistir
posteriormente. O Adobe Connect foi amplamente utilizado pelos professores, pois contava
com um suporte técnico diário e aos finais de semana, para sanar dúvidas e solucionar
problemas técnicos das reuniões online. Esse suporte, de certa forma, capacitou os professores
em serviço e com o passar do tempo eles foram utilizando menos, pois já tinham segurança
para conduzir as reuniões.
Outro recurso bastante utilizado pelos professores na Educação a Distância da UFMS
é a vídeoaula produzida em estúdio próprio da instituição. Além de fazer encontros interativos
com os alunos, a maioria dos professores também considera importante produzir vídeos de
conteúdos com qualidade para compor o material didático dos alunos. Os gráficos abaixo
indicam os cursos que mais produziram vídeos no período de 2013 a 2015.
Gráfico 1 – Produção de videoaulas em 2013
43
Fonte: Riedner; Gualberto, 2017.
44
Fonte: Riedner; Gualberto, 2017.
45
Fonte: Riedner; Gualberto, 2017.
Há no piso inferior quatro espaços (salas) para docentes, sendo que a dos docentes
de Matemática, Biologia e Letras é em um único espaço, separados por divisórias. O quarto
espaço para docentes é separado por divisórias da sala do curso Mídias na Educação e da sala
de reuniões, sendo que a sala que as abrange tem estrutura para uma sala de aula com quadro,
com dois pontos para internet ou telefone. Neste mesmo piso, há ainda salas da equipe
administrativa e financeira, outra de serviços administrativos separada da recepção por uma
divisória, sendo usada como depósito e na preparação de malotes, um almoxarifado que
guarda materiais de consumo e livros, e uma sala feita com divisória embaixo da escada para
depósito e material de limpeza (SILVA, 2015, p. 4).
46
Fonte: Gualberto (2015) apud SILVA (2015, p. 4)
47
e São Gabriel do Oeste. Nas tabelas abaixo é possível conferir o polo, seus os cursos, turmas,
início/término e alunos.
CIÊNCIAS 06 2013-1/2016-1 21
BIOLÓGICAS
PEDAGOGIA 20 2014-2/2017-2 13
POLO: BATAGUASSU
ADMINISTRAÇÃO 06 2014-2/2017-2 69
PÚBLICA
CIÊNCIAS 02 2013-2/2016-2 14
BIOLÓGICAS
LETRAS 13 2013-1/2016-1 14
MATEMÁTICA 08 2009-1/2012-1 02
14 2013-1/2016-1 13
PEDAGOGIA 11 2009-1/2012-1 03
21 2014-2/2017-2 23
CIÊNCIAS 05 2012-1/2015-1 26
BIOLÓGICAS
LETRAS 12 2012-1/2015-1 19
48
MATEMÁTICA 13 2012-1/2015-1 09
PEDAGOGIA 15 2012-2/2015-2 39
POLO: CAMAPUÃ
CIÊNCIAS 09 2014-2/2017-2 34
BIOLÓGICAS
LETRAS 14 2013-1/2016-1 28
PEDAGOGIA 16 2013-1/2016-1 22
POLO: MIRANDA
CURSOS TURMA INICIO/TERMINO ALUNOS
MATRICULADOS
LETRAS 18 2014-2/2017-2 19
MATEMÁTICA 16 2013-1/2016-1 12
Total de alunos matriculados 31
Fonte: SILVA (2015, p. 9).
49
POLO: PORTO MURTINHO
CURSOS TURMA INICIO/TERMINO ALUNOS
MATRICULADOS
CIÊNCIAS 03 2012-1/2015-1 29
BIOLÓGICAS
GEOGRAFIA 02 2013-1/2016-1 19
LETRAS 19 2014-2/2017-2 19
MATEMÁTICA 10 2009-1/2012-1 01
Total de alunos matriculados 68
Fonte: SILVA (2015, p. 9).
50
QUADRO DE DOCENTES
CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DOCENTES EFETIVOS
NOME TITULAÇÃO
ALBERTO DE BARROS AGUIRRE DOUTORADO
ALESSANDRO GUSTAVO SOUZA ARRUDA DOUTORADO
CAMILA MOREIRA ALMEIDA DE MIRANDA MESTRADO
CLÁUDIO CÉSAR DA SILVA DOUTORADO
DEISE GUADELUPE DE LIMA VAGULA DOUTORADO
DENISE BARROS DE AZEVEDO DOUTORADO
FERNANDO LOPES NOGUEIRA ESPECIALIZAÇÃO
HUDSON NOGUEIRA CUNHA MESTRADO
JOSÉ APARECIDO MOURA ARANHA MESTRADO
JOSÉ CARLOS DE JESUS LOPES DOUTORADO
LUIZ CARLOS DA SILVA MESTRADO
MARCELO RIBEIRO SILVA DOUTORADO
MATHEUS WEMERSON GOMES PEREIRA DOUTORADO
MAYRA BATISTA BITTENCOURT FAGUNDES DOUTORADO
MILTON AUGUSTO PASQUOTTO MARIANI DOUTORADO
Fonte: SILVA (2015, p. 11).
DOCENTES COLABORADORES
NOME TITULAÇÃO
MÔNICA FERREIRA SATOLANI MESTRADO
Fonte: SILVA (2015, p. 11).
NOME TITULAÇÃO
ANGELA MARIA GUIDA DOUTORADO
CLEUZA ANDREIA GARCIA MUNIZ MESTRADO
DANIELA SAYURI KAWAMOTO KANASHIRO DOUTORADO
ELAINE DE MORAES SANTOS DOUTORADO
PATRÍCIA GRACIELA DA ROCHA DOUTORADO
Fonte: SILVA (2015, p. 15).
DOCENTES COLABORADORES
NOME TITULAÇÃO
ÁLVARO JOSÉ DOS SANTOS GOMES MESTRADO
ANA KARLA PEREIRA DE MIRANDA MESTRADO
AYLA LIZANDRA CAMPOS DE VASCONCELOS MESTRANDA
CAMILA DE FREITAS VIEIRA MESTRANDA
CELI CORREA NERES DOUTORADO
DARLENE ALVES DE OLIVEIRA ESPECIALIZAÇÃO
51
FERNANDA RITA LEVANDOSKI MESTRANDA
JUÇARA ZANONI DO NASCIMENTO MESTRADO
KÁTRIA GABRIELI FAGUNDES GALASSI MESTRADO
LUIZ LEANDRO GOMES DE LIMA MESTRANDO
RAQUEL DUTRA SALDANHA MESTRANDA
RONY MÁRCIO CARDOSO FERREIRA DOUTORANDO
SAMUEL RANOBO SOARES DOUTORADO
THYAGO JOSÉ DA CRUZ MESTRADO
WANILDA COELHO SOARES DE MORAES MESTRADO
Fonte: SILVA (2015, p. 15).
PEDAGOGIA
DOCENTES EFETIVOS
NOME TITULAÇÃO
CARINA ELISABETH MACIEL DOUTORADO
CARLA BUSATO ZANDAVALLI MALUF ARAUJO DOUTORADO
FERNANDO SILVA PAULA DOUTORANDO
MARIA DE FÁTIMA XAVIER DA ANUNCIAÇÃO DE
ALMEIDA DOUTORANDA
MIRIAN LANGE NOAL DOUTORADO
NESDETE MESQUITA CORRÊA DOUTORADO
Fonte: SILVA (2015, p. 15).
DOCENTES COLABORADORES
NOME TITULAÇÃO
ADRIANA APARECIDA BURATO MARQUES
BUYTENDORP MESTRADO
ANDRESSA FLORCENA GAMA DA COSTA MESTRADO
ANDRÊSSA GOMES DE REZENDE ALVES MESTRADO
ARTUR D'AMICO BEZERRA MESTRANDO
CARLA FABIANA COSTA CALARGE MESTRADO
CAROLINE HARDOIM SIMÕES MESTRADO
CRISTIANE MIRANDA MAGALHÃES GONDIN MESTRADO
CÉLIA BEATRIZ PIATTI DOUTORADO
DAIANI DAMM TONETTO RIEDNER MESTRADO
DEBORA JULIANA NEPOMUCENO DE SOUZA MESTRADO
DILZA PORTO GONÇALVES DOUTORADO
FERNANDA RITA LEVANDOSKI MESTRANDA
GILSE TEREZINHA LAZZARI PEROSA MESTRADO
HERIEL ADRIANO BARBOSA DA LUZ MESTRADO
JUÇARA ZANONI DO NASCIMENTO MESTRADO
LEMUEL DE FARIA DINIZ DOUTORANDO
MARGARETH APARECIDA QUINTINO DOS SANTOS MESTRADO
MIRIAN MITY NISHIMOTO MESTRADO
MIRTES DOS SANTOS JESUÍNO MESTRADO
NÉSIO ALAMINI MESTRADO
RAFAEL ROSSI DOUTORANDO
52
RAQUEL ELIZABETH SAES QUILES DOUTORANDA
ROBSON GONÇALVES FÉLIX DOUTORADO
SHEILA DENIZE GUIMARÃES BARBOSA DOUTORADO
VIVINA DIAS SÓL QUEIRÓZ DOUTORADO
WANILDA COELHO SOARES DE MORAES MESTRADO
Fonte: SILVA (2015, p. 16).
MATEMÁTICA
DOCENTES EFETIVOS
NOME TITULAÇÃO
ADRIANA BARBOSA DE OLIVEIRA MESTRE
BRUNO DIAS AMARO DOUTOR
CARLA REGINA MARIANO DA SILVA MESTRE
ELEN VIVIANI PEREIRA SPREAFICO DOUTORA
JOÃO RICARDO VIOLA DOS SANTOS DOUTOR
MARCOS VINICIUS PEREIRA SPREAFICO MESTRE
RAFAEL MONTEIRO DOS SANTOS MESTRE
SONIA MARIA MONTEIRO DA SILVA BURIGATO MESTRE
THIAGO PEDRO PINTO DOUTOR
MAGDA CRISTINA JUNQUEIRA GODINHO MONGELLI MESTRE
Fonte: SILVA (2015, p. 17).
DOCENTES COLABORADORES
NOME TITULAÇÃO
ANDERSON MARTINS CORRÊA MESTRE
DANIELLY REGINA KASPARY DOS ANJOS MESTRE
DEJAHYR LOPES JUNIOR DOUTOR
PÁBLO CARCHESKI DE QUEIROZ MESTRE
Fonte: SILVA (2015, p. 17).
NOME TITULAÇÃO
ALBERT SCHIAVETO DE SOUZA DOUTORADO
ALEXANDRA PENEDO DE PINHO DOUTORADO
ANTÔNIO PANCRÁCIO DOUTORADO
ELIANE MATTOS PIRANDA DOUTORADO
ESTER TARTAROTTI DOUTORADO
FERNANDA ZANDONADI RAMOS MESTRADO
OSVALDO NUNES BARBOSA MESTRADO
RODRIGO JULIANO OLIVEIRA DOUTORADO
SANDRA DOS SANTOS CEREALI DOUTORADO
SUZETE ROZANA DE CASTRO WIZIACK DOUTORADO
VERA DE MATTOS MACHADO DOUTORADO
Fonte: SILVA (2015, p. 18).
53
DOCENTES COLABORADORES
NOME TITULAÇÃO
ANA LÚCIA BARROS MESTRADO
DÉBORA TEIXEIRA DA CRUZ MESTRADO
ELIANE SEMIDEI DE SOUZA LIMA MESTRADO
JOAQUIM CORSINO (Técnico UFMS) DOUTORADO
KÁTIA CRISTINA NASCIMENTO FIGUEIRA DOUTORADO
LETÍCIA ALVES GOMES ALBERTTI (Técnico UFMS) DOUTORADO
NATHALIA NOVAK ZOBIOLE (Técnico UFMS) MESTRADO
ODAIR SONEGATTI MESTRADO
VANESSA CARNEIRO PEREIRA DE ARAUJO MESTRADO
ZIELMA DE ANDRADE LOPES MESTRADO
Fonte: SILVA (2015, p. 18).
DOCENTES COLABORADORES
CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA
DOCENTES EFETIVOS
NOME TITULAÇÃO
JOEL SARAIVA FERREIRA DOUTORADO
LUCIANA CORREIA DIETTRICH METSRADO
LUIZA LANA GONÇALVES MESTRADO
PAULO RICARDO MARTINS NUNEZ MESTRADO
RAFAEL PRESOTTO VICENTE CRUZ MESTRADO
SANDRA HELENA CORREIA DIETTRICH DOUTORADO
TAMIR DE FREITAS FAGUNDES MESTRADO
Fonte: SILVA (2015, p. 19).
DOCENTES COLABORADORES
NOME TITULAÇÃO
CLÁUDIA REGINA DA SILVA ESPECIALIZAÇÃO
LUCIENE COELHO RABEL MESTRADO
TIAGO RODRIGUES DE LEMOS AUGUSTO ESPECIALIZAÇÃO
Fonte: SILVA (2015, p. 19).
CURSO: GEOGRAFIA
DOCENTES EFETIVOS
NOME TITULAÇÃO
ANGELA DAMASCENO GOMES MESTRADO
ICLÉIA ALBUQUERQUE DE VARGAS DOUTORADO
JOSÉ MARCATO JUNIOR DOUTORADO
RAFAEL ROSSI MESTRADO
SÉRGIO RICARDO OLIVEIRA MARTINS DOUTORADO
54
Fonte: SILVA (2015, p. 19).
DOCENTES COLABORADORES
NOME TITULAÇÃO
CÁTIA BRAGA MESTRADO
CÉLIA REGINA PIROLO DOS REIS MESTRADO
ÉDER JANEO DA SILVA MESTRADO
ODAIR SONEGATTI MESTRADO
Fonte: SILVA (2015, p. 19).
55
56
Fonte: SILVA (2015, pp. 33-35).
57
58
59
Fonte: SILVA (2015, pp. 36-38).
60
As questões levantadas nesta seção nos provocam a refletir sobre os Cursos/
Programas/ Serviços: Indicadores e Processos Pedagógicos na EaD da UFMS, aparentemente
a análise dos dados demonstra uma história de expansão de cursos a distância e
institucionalização da EaD na UFMS, tanto que todos os pró-reitores quando questionados
“Você julga que a EaD está institucionalizada na Universidade?”, respondem com um “Sim”
(PR1_UFMS;PR2_UFMS e PR3_UFMS), mas quando perguntamos “Em que a Universidade
precisa avançar com relação à EaD?”, os relatos enunciam uma postura divergente, conforme
ilustram abaixo:
Creio que um planejamento que envolva a área da extensão poderia trazer benefícios
para extensionistas e para a EAD. Esse planejamento conjunto depende de muitas
questões mas a principal dificuldade é parear calendários e demandas, dentro de uma
rotina de demandas sempre urgentes. Esperamos, nessa nova gestão minimizar esses
descompassos (PR2_UFMS).
De maneira similar, o gestor justifica que uma das desvantagens da EaD é “[...] a
possibilidade das unidades administrativas optarem por não aderir à modalidade, optando
somente pelo ensino presencial” (GP1_UFMS). Ainda complementa que o “[...] O desafio é
fazer com que essa modalidade faça parte do cotidiano da instituição e não uma iniciativa
apartada” (GP1_UFMS).
De maneira similar, o gestor justifica que uma das desvantagens da EaD é “[...] a
possibilidade das unidades administrativas optarem por não aderir à modalidade, optando
somente pelo ensino presencial”(GP1_UFMS). Ainda complementa que o “[...] O desafio é
fazer com que essa modalidade faça parte do cotidiano da instituição e não uma iniciativa
apartada”(GP1_UFMS).
Assim, as respostas dos pró-reitores e do gestor problematizam que a EaD emerge
de práticas isoladas e ao mesmo tempo de experiências de gestão enfraquecidas à medida
que um dos pró-reitores exige o mesmo “status de um curso presencial”, e outro pró-reitor
reforça a dificuldade de planejamento coletivo para unicidade dos calendários, sem considerar
as diferenças de oferta e de operacionalização entre as modalidades de educação. O GP1
considera que a Ead desenvolve ações separadas dos demais projetos da instituição. Os
depoimentos do gestor e dos pró-reitores, evocam a existência de grupos distintos dentro da
própria instituição, com docentes a favor da EaD e outros docentes a favor dos cursos
61
presenciais. Tais posturas corroboram para que a referida modalidade não seja incorporada na
cultura organizacional da instituição.
A partir das informações dos pró-reitores e gestor sobre a EaD na UFMS, é
perceptível a inexistência da institucionalização da EaD na UFMS. Com base nos estudos de
Kesar (2002), concluímos que a discussão sobre a compreensão do papel da educação a
distância na UFMS encontra-se na fase da “mobilização”, uma vez que identificamos nas
respostas dos gestores debates difíceis e carregados de conflitos, bem como estratégias de
planejamento fragmentadas com poucas conversas coletivas sobre o planejamento e
desenvolvimento das ações inerentes à EaD.
A resistência para responder os questionários também demonstra que o tema sobre
EaD é evitado pela maioria dos profissionais, gestores e pró-reitores, que não atuam
diretamente com essa modalidade de educação.
62
FINANCIAMENTO
64
gestores da UFMS ressalta que a principal dificuldade enfrentada pela UFMS para a oferta e
continuidade da EAD é a dependência de financiamento da UAB: “Ainda dependemos da
UAB, da distribuição e redistribuição de recursos [...]” (GP1_UFMS). De forma análoga, um
dos pró-reitores afirma que “[...] os recursos financeiros” (PR1_UFMS) é um dos principais
entraves enfrentados por esta reitoria para a oferta, continuidade e expansão da EaD,
consequentemente este cenário não corrobora para adoção de normas e incorporação da
cultura de EaD na instituição, fatores primordiais para a institucionalização, conforme os
estudos de Kesar (2007).
Para Silva e Silva Neto (2008), vê-se a necessidade do trabalho diferenciado da
equipe gestora da instituição, juntamente com o grupo de apoio (professores-autores,
professores-tutores, designer instrucional) na elaboração de currículo e projeto de curso
condizente com a realidade local do aluno, preocupando-se com o aspecto formativo,
qualitativo e quantitativo do conteúdo que será utilizado. É importante destacar que, ainda
segundo Silva e Silva Neto (2008), a aprendizagem sempre deve ser significativa e deve
posicionar-se com o universo de conhecimentos do estudante, permitindo que este formule
problemas e questões a partir das interferências e provocações do educador que, por sua vez,
deve permitir ao educando entrar em confronto com problemas práticos de natureza social e
viabilizar a aplicação daquilo que aprendeu para outras circunstâncias da vida. Em síntese,
toda aprendizagem deve provocar modificações. Essas mudanças exigidas pelo novo formato
de ensino (EaD) levam as instituições de ensino a repensarem a formação de seus cursos.
Todos os cursos na modalidade EaD oferecidos pela UFMS são gratuitos.
65
REFERÊNCIAS
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. São Paulo: Autores Associados, 2009.
KESAR, Adrianna. Tools for a Time and Place: Phased leadership Strategies to
Institutionalize a Diversity Agenda. The Review of Higher Education. v. 30, N. 04, 2007. pp.
413-439. Disponível em:
<http://www.cfans.umn.edu/diversity/web%20text/Phased%20leadership%20strategies.pdf>.
Acesso em: 10 nov. 2016.
KESAR, Adrianna; SAM, Cecile. Strategies for implementing and institutionalizing new
policies and practices: understanding the change process. In: KESAR, Adrianna (Ed.).
Embrancing non-tenure track faculty: changing campuses for the new faculty majority.
New York: Routledge, 2012. pp. 28-53.
MILL, Daniel; MACIEL, Cristiano (org.) Educação a distância: elementos para pensar o
ensino-aprendizagem contemporâneo. Cuiabá: EdUFMT, 2012.
MINAYO, Maria. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes,
2009.
PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Docência no ensino
superior. 4. Ed. São Paulo: Cortez, 2010.
67
68