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SÃO PAULO
2022
SUMÁRIO
Resumo……………………………………………………………………….. 3
Introdução………………………………………………………………………4
Justificativa……………………………………………………………………..5
Objetivos.........................................................................................................13
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Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar como a globalização influencia e impacta
diretamente as fronteiras , demonstrará os pontos positivos e principalmente os negativos.
Como a globalização pode ser um grande aliado das fronteiras, ampliando, modificando,
deslocando, multiplicando e alargando as fronteiras, ao mesmo tempo em que as torna mais
incertas e frágeis, pois dificultam a passagem dos estrangeiros, podendo muitas das vezes
construir muros e aumentar as desigualdades sociais , que estão exacerbadas no mundo em
que vivemos.
Abstract: This work has an objective to analyze how globalization influences and impacts
directly the borders , it will demonstrate the positive and mainly the negative points. How
globalization can be a great ally of the borders, expanding, modifying, displacing,
multiplying and extending the borders, while making them more uncertain and fragile,
because they make the passage of foreigners more difficult, and can often build walls and
increase social inequalities, which are already exacerbated in the world in which we live.
Resumen : Este trabajo tiene como objetivo analizar cómo la globalización influye e impacta
directamente en las fronteras , demostrará los puntos positivos y sobre todo los negativos.
Cómo la globalización puede ser una gran aliada de las fronteras, expandiéndose,
modificándose, desplazándose, multiplicándose y ampliándose, al tiempo que las hace más
inciertas y frágiles, porque dificultan el paso de los extranjeros, y a menudo pueden construir
muros y aumentar las desigualdades sociales, que ya están exacerbadas en el mundo en que
vivimos.
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INTRODUÇÃO
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JUSTIFICATIVA
É notável a influência exercida pela Globalização nas fronteiras. Pela primeira vez na
história , mais pessoas vivem diretamente nas fronteiras por não atingirem seu objetivo;
adentrar em solo exterior. A situação desses indivíduos, de separação de sua terra natal,
família para introduzir-se em uma cultura distinta, sem a cidadania do local, os levam e os
tornam “homens- fronteira” em "lugares-fronteira''.
E aqui, entramos no primeiro tema do livro de Michel Agier1, uma exposição para
construir o argumento central. Ao longo da última década do “mundo sem fronteiras”, o
continente americano expandiu seus projetos de integração regional, com o MERCOSUL e o
ALENA, que evidenciaram uma aproximação entre os países e a redução de suas barreiras
alfandegárias. Em contrapartida, há alguns anos essas mesmas fronteiras tornaram-se pontos
de tensão em decorrência de uma série de problemas que se amplificaram, seja no que diz
respeito aos tráficos de todos os tipos ou às tensões territoriais. Nas condições de faixas nas
fronteiras, as pessoas não conseguem e muitas das vezes não podem ultrapassá-las, pois “não
têm reconhecimento nem ‘cidadania’ plena no local de destino”2. O autor destaca três tipos de
homens-fronteiras: o errante, o meteco e o pária, levando em consideração sua condição
social e os lugares de onde vêm.
Os classificados errantes, que podem ser afegãos ou africanos, procuram ao redor do
Mediterrâneo um espaço para adentrar na Europa, pelo mar, desertos ou até mesmo nas
florestas, que poderão representar eventualmente fronteiras. Sempre há uma incerteza pelo
caminho, e em alguns países são taxados pela entrada ilegal e a clandestinidade. Por mais que
esse ato represente uma fuga, uma esperança de se refugiar em outro lugar, não se abstêm de
se tornar um espaço assustador para essas pessoas. Os metecos são uma figura que reaparece
na cidade, mas teve sua origem na antiguidade. São os trabalhadores sem documentos, sem
cidadania, sem direitos fora da relação de trabalho, que se assemelham aos metecos na Grécia
Antiga. E por fim, os párias são os que vivem em um campo de refugiados, de retenção, de
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AGIER, Michel. Nova Cosmópolis: as fronteiras como objetos de conflito no mundo contemporâneo. Revista
Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, vol. 31, 91, junho/2016, p. 2
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deslocados. Além dessa especificações, os estrangeiros passam por diversos lugares que
deveriam ser apenas provisórios, mas em algumas circunstâncias sem ter um lugar mais
adequado para viver, passam suas vidas em um acesso limitado e, muitas vezes, sobrevivem
nas próprias fronteiras.
Com base nesse cenário, o antropólogo exemplifica esses fatos com situações reais,
como o Hospital de Gaza que tornou-se moradia de refugiados palestinos, mulheres
palestinas que tentaram escapar de violências, de trabalhadores migrantes sírios, libaneses
pobres, de iraquianos, de egípcios e também em grande número, de refugiados sírios. Já o
campo de Maheba, que também foi citado pelo autor, em razões de guerras e conflitos, se
tornou uma área que nunca parou de crescer em números de ocupantes refugiados.
Posteriormente, trabalha na questão social e cultural dos que ali vivem, reforçando a ideia das
situações de precariedade e da banalização que é dada a eles, onde a situação “indefinida” se
demonstra tão enraizada que acaba dando espaço para a formação de hierarquias de
superioridade entre os membros envoltos na mesma situação.
No que se refere a esses indivíduos e lugares que são conhecidos pelo leitor, Agier
destaca que as situações de descobertas, os percursos e lugares formam novos mundos
contemporâneos, inicialmente quase incompreensíveis para aqueles que chegam, porém
mesmo que lentamente o estrangeiro começa a compreender a língua, costumes, leis, modos
e entre outros, revela que, para o estrangeiro, o novo modelo cultural é uma terra de
aventura, um objeto de investigação, algo problemático e totalmente complexo de se lidar.
Desse modo, o “forasteiro” extrai a objetividade e a "inteligência do mundo”, construindo
uma lealdade ambígua pois ele não substitui um padrão cultural por outro, mas se torna um
“híbrido cultural” que vive na fronteira de dois modelos diferentes de vida, sem saber a qual
dos dois ele pertence.
Dessa experiência mais fronteiriça que marginal, Agier diz que, cada um estabelece uma
distância em relação à sua própria identidade “de origem” e a sua sociedade de acolhimento,
iniciando uma compreensão do “global”. Aqui, então, o autor começa a delinear seu
argumento pelo cosmopolitismo dessas figuras, já que esse novo olhar é o que define sua
diferenciação.
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1.1 QUAIS SÃO OS IMPACTOS DA GLOBALIZAÇÃO?
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capitalismo. A guerra fria gerou muitos avanços tecnológicos apesar de trazer um clima de
tensão de uma terceira guerra mundial com uma tecnologia mais aprimorada , podendo causar
um estrago maior em todo o planeta. Além dos meios de transportes já estarem avançados os
meios de comunicação foram ampliados , com o desenvolvimento da robótica , internet e
principalmente na biotecnologia , os instrumentos já criados foram sendo aperfeiçoados
aumentando ainda mais a interligação entre as nações.
Finalmente a quarta fase da globalização (datando 1989 até os dias de hoje) é marcada
pela Queda do muro de Berlim e o fim da guerra fria , entrando em um novo momento da
história chamado de Nova Ordem Mundial , a globalização passou a ser o centro , com a
expansão do capitalismo , incluindo até os países que eram chamados de segundo mundo por
serem socialistas. O que se pode perceber com os fatos e tais fases é o encurtamento das
distâncias e a “aceleração” do tempo, a forma como tudo se tornou mais rápido , os
transportes mais velozes, a aceleração se refere em como as tecnologias são criadas e
aperfeiçoadas rapidamente e substituídas facilmente por uma nova criação.
Percebemos com isso o tanto que a globalização foi se transformando ao longo do
tempo , não apenas com as tecnologias e as guerras , mas na vida cotidiana das pessoas e
principalmente nas fronteiras que não tiveram bons resultados. As fronteiras vão se tornando
algo volátil que dependem dos interesses políticos e econômicos envolvidos nesse processo
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um país do outro , ou os limites de um determinado território , enquanto as fronteiras servem
muitas vezes de abrigo e refúgio para muitas pessoas. As fronteiras ficam totalmente
subordinadas a um soberano que pode ou não recusar a entrada de estrangeiros em seu país
por aspectos ideológicos.
Em 2019 foi publicada uma reportagem , em que um arquiteto chamado Ronald Rael e
uma professora chamada San Fratello que construíram uma gangorra no meio de um muro ,
da fronteira entre El Paso (EUA) e Ciudad Juárez (México) para unir as pessoas dos dois
lados da fronteira. O principal responsável pela construção da gangorra declara que o muro
que há entre os dois países virou um ponto de sustentação das relações entre México e
Estados Unidos , dado que as pessoas podiam se conectar através de uma brincadeira ,
fazendo saber que, o que acontece em um lugar também tem consequências significativas no
outro lado, isso foi primordial para a ideia do brinquedo pois se não houver um contato com
outra pessoa do outro lado , não há brincadeira , muito menos interação humana.
Esse contato não pode ser negligenciado , pois principalmente na fronteira do sul dos
Estado Unidos e o norte do México as interações e o fluxo de pessoas são controlados, algo
muito contraditório para um mundo tão globalizado quanto o nosso , em que as interações
deveriam ser mais fáceis , diretas , a troca de cultura seria mais abrangente. Mas o que
podemos observar é que com a globalização esse contato ficou cada vez mais escasso se
limitando apenas ao contato via internet e pelas redes sociais, o contato direito é amplamente
fiscalização, dominado, sendo intensos apenas entre mercadorias, capital e informações, já a
circulação de pessoas é restritas existindo um contato totalmente fragilizado e rígido.
Nem todas as pessoas são bem aceitas nessa circulação global , se você for um turista há
um tratamento diferenciado, visto que um indivíduo que irá visitar outro país com os seus
próprios recursos, tem um capital reservado e isso interessa aos governantes do país
determinado, porém para o estrangeiro que saiu de seu país de origem em busca de uma
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melhora de condições de vida ou até mesmo um refugiado sempre existirá uma barreira, algo
totalmente desigual entre o entrangeiro e o turista.
A globalização integradora não passa apenas de uma falácia que é propagada , visto
que na vida real e cotidiana essa relação é bem distinta da teoria. No artigo da Doutoranda em
Antropologia Social Pesquisadora Associada Sênior do Centro em Rede de Investigação em
Antropologia (CRIA) - no pólo da Universidade do Minho é relatado que há uma
contraditoriedade nas práticas do estado , pois respondem de formas diferente e mais
burocráticas para os estudantes cabo-verdianos, que tencionam ficar em Portugal no final
dos seus estudos
Será que realmente esses fatos acontecem por interesse nacional ou apenas é refletido
o descaso com estrangeiros e refugiados? As barreiras e os muros que dividem as fronteiras
não são apenas físicos , mas ideológicos, quanto maior for a desigualdade, e a realidade
socioeconômica distinta existente entre os países da fronteira, maior será o controle, maior
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restrição será realizada. Enquanto que na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá existe
um controle mínimo, já que são países evoluídos e desenvolvidos economicamente falando ,
é facilitado para um canadense conseguir adentrar e circular pelo território norte-americano
sem um controle rígido como acontece na fronteira dos Estados Unidos com o México que
são desiguais economicamente não possuem o mesmo grau de evolução econômica. E esse é
exatamente o problema, enquanto a globalização prega uma conexão entre os países a
diminuição das distâncias , percebemos que isso existe apenas para um lado da moeda , as
pessoas que não estão enquadradas na parte que interessa economicamente, são excluídas , é
como se não houvesse a “globalização” em certo lugares, para certas pessoas e
principalmente para algumas fronteiras.
A atitude do arquiteto citado acima , se tornou memorável e ao mesmo tempo triste ,
pois percebemos como aquelas pessoas do outro lado da fronteira são negligenciadas, se
alguém não se levantar e realizar algo diferente , algo que mova a sociedade a se atentar o
que acontece nos lugares em que não são tão notados, todos esquecem e nem se importam
com o que acontece com a vida das pessoas nas fronteiras. Será que um dia chegaremos em
um mundo sem fronteiras?
Para Adriane Roso3 Um mundo sem fronteiras é possível , mesmo com todas as
limitações , é necessário a seguinte pergunta para nortear os caminhos das fronteiras : Quem
delimitou as fronteiras que existem em nosso mundo e o por quê isso ocorreu ?
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Organizadora e Coordenadora da obra “Um mundo sem fronteiras : representações sociais e práticas
psicossociais
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(ROSO, Adriana. Um mundo sem fronteiras : representações sociais e
práticas psicossociais. p.34. 2021) PÁGINA 34 - FRONTEIRAS 12
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infelizmente o sistema em que vivemos continua distinguindo as pessoas por sua classe social
e pelo lugar onde vive.
OBJETIVOS
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MATERIAL, MÉTODOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Todo material utilizado para o desenvolvimento deste projeto está disponível nos
acervos digitais ou na Biblioteca da Faculdade de Direito da USP. Toda a bibliografia estará
citada nas folhas abaixo com os URL dos links disponíveis para pesquisa e consulta de todo
conteúdo exposto neste presente trabalho.
Optou-se em ser dissertativa- argumentativa a forma em que foi tratado o tema por ser
um contexto mais abrangente e pessoal que merecia mais espaço para relatos , situações
descrevendo o modo em que o tema foi tratado e como o tema ainda não foi esgotado , há
muito ainda para se fazer e procurar.
Nesse sentido ,obteve o intuito de estabelecer ligações com os textos de pós-graduação e
professores como de relatos que aconteceram recentemente para que o tema fosse mais
explorado mesmo com um espaço limitado de linhas. Como exposto acima a pesquisa foi
limitada pois merece um aprofundamento para ser levado adiante e ter impactos sociais na
sociedade , principalmente na vida das pessoas que estão vivendo estas situações.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GLOBO.Arquiteto instala gangorras na cerca entre EUA e México. G1 Globo Play. São
Paulo. Julho, 2019. Disponível em:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/07/30/arquiteto-instala-gangorras-na-cerca-entre-eu
a-e-mexico.ghtml
PENA, Rodolfo. Fases da globalização. UOL, São Paulo. p 1-10, 2011. Disponível em :
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/fases-globalizacao.htm
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