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FACULDADEDEDI

REI
TODEBI
SSAU

(
RESUMODAMATERI
A)

Dir
eit
odaEconomiae
Economi
adaGuiné
Bi
ssau

Regente:Prof
.DoutorJoãoMendes
Pereir
a
Assi
stente:TovoyAr
naldoDjú

(
2021/2022)

1
Concei
todeDi
rei
todaEconomi
a

Éum r amonor mat i


vododi reitoquedi sciplina,segundopr i
ncí pi
os
especí ficoseaut ónomos,aor gani zaçãoeaact ivi
dadeeconómi ca
(SousaFr anco) .
O Di reitodaEconomi aser iaum conj unt odenor masj ur í
di casao
serv i
çodeumamesmaf i
nal idadedeor gani zaçãodaact i
vidade
económi ca.
Par a Cabr al de Moncada, o di r
eito económi co, af irma-se
fundament alment ecomoodi rei topúbl i
coquet em porobj ect i
v oo
estudodasr elaçõesent reosent espúbl i
coseossuj ei
tospr i
vados,
1
naper spect ivadai ntervençãodoEst adonav i
daeconómi ca.
Ar eduçãododi r
ei t
oeconómi coaodi reitodai ntervençãodoEst ado
na economi a dá- nos do di reito económi co uma concepção ao
menost endenci alment er estrita.
Odi r
eitoeconómi copassaaserpr edomi nant ement edi r
ei t
opúbl i
co,
não só pel as f inalidades que pr osseguem as nor mas que o
cor porizam, mast ambém pel osi nst rument osoumei osj urídicosem
queseconcr et i
zam, expr essãodoi usi mper iidoEst ado.
A act i
v i
dade económi ca públ ica r egida pel o di reitof i
nancei r
o
assume cada v ezmai s acent uadament e nos nossos di as uma
orientação conf or mador a da act ivi
dade pr i
vada. Os mei os
fi
nancei rost êm agor aporobj ect i
v or elançaraact i
vi
dadeeconómi ca
pri
v ada no sent ido consi der ado mai s conv eniente ou ai nda
redistribuiror endiment ooucont rairaact ivi
dadeeconómi ca.
Nest aconf or midadeaact ivi
dadef inancei radei xadeserneut raem
rel
açãoàeconomi a,f unci onal izando- seporcompl etoem or dem
aosseusnov osobj ect i
v osdi rigi stasei ntervenci onistas.
Tendoem v istaonov ocar ácter ,onov ocont eúdoeonov oobj ecto
daact ivi
dadef i
nancei r
adosnossosdi as,caem asbar reirasent rea
economi aeasf inanças.Odi rei toeconómi cocomodi reitoger alda
actividadeeconómi caabr anger iaassi m,aomenospar cialment e,o
dir
ei t
of i
nancei r
o, em especi alodi rei t
odasdespesaspúbl icas, tudo
cont ri
bui ndoem sumapar aodi lui rdanoçãodedi r
eitoeconómi co.
Oraécer toquecont i
nuaaexi st irdi reit
of i
nancei r
oquenãoédi reit
o
económi co porexempl o,a di scipl i
na j urídica da el abor ação e
2
execuçãodoor çament o.

1
Cfr
.LuísS.Cabr
aldeMoncada,Dir
eit
oEconómi
co,
2ªEdi
çãoRev
ist
aeAct
ual
i
zada,
Coi
mbr
a
Edi
tora,
1988pg.7esegsepg. 12
2
Luí
sCabralMoncada,
ob.
cit.pg.
9

2
OÂmbi
todoDi
rei
todaEconomi
a

Aconcepçãoampl adedi rei


todaeconomi a,quef oiadopt ada,lev aa
que se possam aut onomi zar t rês ár eas nor mativas que
cor
respondem, tendenci alment e,atrêsr amosaut ónomosdodi reito,
ai
nda que a af irmação da sua aut onomi a ci entíf
ica ou apenas
di
dácti
casef açacom r itmosdi ferentes.
Sãoassegui nt esasár easnor mativasquer ecor tam com al guma
ni
ti
dez:
a)Direi t
oI nternacionalEconómi co,que cor r
esponde o
direitopr oduzidoporf ontesnor mat i
v asint er
nacionai se
que,no essenci al
,v i
sa cr iar uma or dem j urídica
económi cai nternacionalquerdev ocaçãouni versalista,
comosucedecom aOr gani zaçãoMundi al doComér cio.
b)O Di r
eito Comuni tári
o Económi co, que se v ai
aut onomi zardodi r
eitoeconómi coi nternacional,eque
tem a sua or i
gem quernas nor mas dos Tr atados
Const itutiv
o das Comuni dades ( UEMOA) ,quer nas
nor mas de di reito derivado,quer ,ai nda,na pr ópr i
a
interpr etaçãoj urisprudenci alquedel asf oisendof eit
a
peloTr ibunal deJust içadaComuni dade.
c)O Di rei
t oInternodaEconomi a,queéaquel equeser á
object oexpr essodonossoest udo.

AsRel
açõesent
reoDi
rei
toeaEconomi
a.

Éev i
dent ear elaçãomúl tiplaent r
eoDi r
eit
oeaEconomi a,
qual querquesej aaconcepçãodeum edeout ra,sobreum
ousobr eoutra.
Na v erdade,o Di r
eito e Economi a são subsi stemasdo
sistemasoci al,comoest ruturaouor dem dasoci edadeou
enquant o v ida soci al ( estáti
ca e di nâmica soci al
).
Subsi stemas do si st
ema soci alque se t raduzem na
existênci ader elaçõesdomi nantementecor rel
at i
vas–ede
umat alinterl
igaçãoent reambasqueamesmar eali
dade
socialpodeser ,deum pont odev i
sta,económi ca,e,de
outro, jurí
dica.
Seráeconómi ca,enquant oser eport
aàsdi f
erentesf ormas
dev idahumanaper t
inentes, àafectaçãodebensmat er
iai
s
rarosàsat i
sfação dasnecessi dadesdoshomens;ser á
j
ur í
dica, enquant osepr endercom ar el
açãov alorati
vaent r
e
os homens que r esulta da f orma de r egulação soci al

3
i
mperati
vaqueéoDi rei
to.
De qualquer das for
mas,li
mitamo-nos a ver
if
icar a
i
nter
dependênciager
alent
reDi
rei
toeEconomia.

AsFunçõesdoDi
rei
todaEconomi
a.

Par a car act erizara sua f unção soci al,bem como a


conf igur ação das r espect ivas i nst ituições,é necessár io
fazerumaanál isedasi tuaçãosoci alem queel eexer cea
funçãoder egul açãoj urídica.
Elacar act er iza-se, em nossoent ender , por :
a)Necessi dade de def inição j ur í
dica dos equi l
íbrios de
poderent reosEst adoseasent idadessoci ai s,públ icas
epr i
v adas,dadaaconcent r
açãoact ualdasuni dades
soci ai s( produt iv as ou não) e a i nadequação dos
mecani smos do mer cado par a assegur arem,
espont aneament eesóporsi ,talequi líbr io.
b)Assunção pel o Est ado de obj ect i
v os de cont rolo da
economi a,osquai sr esul t
am t antodoaument odepeso
dosi nst rument osdequedi spõecomodaassunçãode
nov asf unçõeseconómi casesoci ais:est econt rolode
fact odev eserj ur idicament eregul adoei mpl ement ado.
c)Tr ansf or mação, daqui decor r ent e, do si stema
económi coedosr egimeseconómi co-soci ais,t ant o
nosseuscar act er esext raoumet a–j ur ídicos, comonos
aspect osj urídicos, quecar ecem dedef iniçãomai scl ara.
d)Assunção cl ar a,em mui t osEst adosesoci edades,a
nív el const ituci onal ou out ro, de obj ect i
v os de
transf or maçãosoci al( nosi stemaoudosi stema) ,com
par ticul ari nci dênci anodomí nioeconómi co,oquepode
serf eito medi ant emer asacçõesdef acto;mas,em
soci edades est abi l
izadas e em Est ados de Di reito,
obr igaem r egr aaumadef i
nição do enquadr ament o
ger al dasi nst i
tui çõeseconómi casf undament ais.
A f unção r egul ador a soci aldo Di reito Económi co é
nat uralment eexer cidaem conf ormi dadecom di fer ent es
opçõesdepol ítical egi slativa.Tant osepodedi zerqueel a
visar áaquidef i
ni rosi stema,or egimeeoenquadr ament o
das i nst i
tui ções económi cas f undament ais,equi l
ibr ando
i
nt eressespúbl icos,soci aisepr ivados,comoof ar ácom
prev alênci adeunsoudeout ros.

4
AEv
oluçãodoDi
rei
todaEconomi
a.

Nanossaci vilização,ar el açãoent r eDi r


eitoeEconomi a
podedi zer-sequesesi tuav a,ant esdo capi tali
smo,em
termosquemui t
oseaf ast am daper spect ivapr ópr iado
moder noDi rei
t odaEconomi a.
Écom oapar eci ment onaEur opadossi stemassoci aisde
ti
pomoder no–esuai mposi ção,pel osdescobr iment os,a
colonizaçãoeamundi alizaçãodacul turaedasf or mas
sociais,associ edadesi nt egr adasem out rasci vili
zações–
quecomeçam asur girnov osr amosdeDi r
eito, com cl ar eza
autónomos r elat ivament e ao Di reito Ci vil,ao Di reito
Canóni co eao Di reito Públ i
co Ger al.O quechamamos
“sistemassoci ai smoder nos”car act eriza-se,porum l ado,
pelosur giment odoEst adonaci onalem f or mat ípicade
organizaçãodassoci edadespol í
ticas,noâmbi toi nter noe
no i nter nacional ; por out ro, pel o apar eciment o da
sociedademer cant i
l–capi talismocomer cial eindust ri
al .
A aut onomi a da r eal i
dade económi ca e seu
desenv ol vi
ment o,as f or mas nov as que assume,t udo
modi fi
cadeal gum modoaf unçãor egulador adoDi reito
rel
ativament e à act i
vi
dade económi ca:de uma f unção
regulador a genér ica,el e passa a assumi ruma f unção
regulador aespecí fica.Cabe- lheest abel eceradi scipli
nade
novost iposder elaçõesesi tuaçõesquesur gem nav ida
social–e,aoexer ceressaf unção,cabe- l
heconser var ,por
um lado, etransf or mar,porout ro,apr ópriar ealidadesoci al
regulador aour egi da( pelanor ma)ev iv i
da( nai nst it
uição) .
Ocr esciment odoi ntervenci oni smoedodi r i
gismoest adual ,
tendent es a um cont rolo gl obal da economi a, o
apareciment odeobj ecti
vosv oluntar istasdet ransf ormação
social,tant onospaí sesdesenv olvidoscomonospaí ses
em desenv olv iment o,os quai s ger am a def i
nição de
programasdei nter vençãoeconómi caesoci alquet endem
a originaruma nov aregul ação nor mat i
v a das r elações
económi co-soci ai s.
Opr ocessodecr escent ei nt ernacional izaçãodaeconomi a,
quel evaaoapar eciment odeumapr át i
caeumadi sci plina
j
urídica i nternaci onais das i nst ituições económi cas
i
nternaci onais( oucom r el ev ânciai nt er nacional )edav ida
económi cainter naci onal.

5
AsFont
esdoDi
rei
todaEconomi
a:Enunci
adoGer
al

O Di rei to daEconomi acomungacom out r


osr amosdo
dir
ei t
odapr obl emát i
canor maldasf ont esdodi reit
oeda
suahi er arqui a.
Nat ural ment equeaconst ituiçãoconst itui apr i
mei raemai s
i
mpor tant ef ont edoDi reitodaEconomi a.
Aor dem j ur í
di cadaEconomi aéconst i
tuídaport odasas
normas e act os j urídicos que di sci plinam a act iv
idade
económi ca,sej am el esl eis,decr et
os–l eis,r egul ament os,
portar ias, despachosouout ras.
Esta mul tiplicidade de r egras não t em,por ém,um
desenv ol viment o i ncoer ent e ou anár quico mas, pel o
cont rário,dev e const i
tui rum si stema car act eri
zado por
umauni dadeecoer ênci ai nternas.Daír esul t
aquesej a
possí veledesej ávelenunci arospr incí piosf undament ais,
ospr incí piosger aisquedesenham o model o danossa
ordem económi ca.
O pr ocessodai nter naci onal i
zaçãodaEconomi aéf act or
poder osoder ecomposi çãodosi stemaj urídico,apar t
irdo
dir
ei t
oeconómi co.
Um l ugar à par te dev e ser r eser vado, as f ont es
comuni tárias,ent reosquai shá,desdel ogo,quesal ient ar
ost ratadosdaUMOAedaUEMOA.
Nãosóost ratadosconst ituem,noent anto,umaf ont ede
dir
ei t
odaeconomi a,r elev andopar ticular ment eumaf ont e
dir
ect a os r egul ament os comuni t ários,que const ituem
normas ger ais e abst ract as obr igat ór ias,de apl i
cação
i
medi at a, sem que se t orne necessár ia qual quer
deli
ber açãodosEst ados- membr ospar aasuaent r
adaem
vi
gornosr espect i
vost er rit
ór iosdecor rent edeef eitodi reito
eimedi ato.
Quant oasdi rectivasconst ituem,noent ant oosEst ados–
membr osnaobr i
gaçãodeadopt arem medi dast endent esà
prossecuçãodedet ermi nadosobj ect ivosai ndaquel hes
deixem al iber dadedeescol haquant oaosmei oseàf orma.
Num domí niocom anov i
dadeemobi li
dadedodi reit
oda
economi a,r ev este-se,de f act o,da mai ori mpor t
ânci aa
apreci ação da f orma como os t ribunai si nt erpretam as
normasdedi reitoeconómi co,af irmaçãoqueév ali
daquer
paraasdeci sõesdost ribunai sadmi ni strativos,querdos
tr
ibunai s cí veis,cr escent ement e chamados a apr eci ar

6
sit
uaçõesj urídicasr egul adaspelodi rei
todaeconomi a.
Damesmaf ormaenoquer espeitaaodi rei
tocomuni tári
o
económi co,háquer eferi
rai mpor tânciadasdeci sõesdo
TribunaldeJust içadasComuni dadesnosei odaUEMOA.
Ost r
ibunai st êm um papelf undament alnaapl i
cação e
i
nterpretaçãodosTr atados,bem comonav eri
fi
caçãodo
respeitopel osEst ados- membr osdasobr igaçõesimpost as
pelost ratadosoupel odi rei
toder i
v adocomuni t
ári
oena
apreciação da v alidade dos act os das aut ori
dades
comuni táriaseor espei todosseusdev er
es.
Nãosedev erá,ai ndaaqui ,esquecerocr escenterecursoa
formasdear bitragem eat endênciapar a,noâmbi todav i
da
empr esar i
al,sur girem f i
guras dest i
nadas a r esolveros
confli
tosent reempr esasounosei odasempr esasouent re
parceirossoci ais,par acuj asol ução ser iainadequado o
recursoaost ribunai s.

ConcepçãodeDi
rei
todaEconomi
a

O Direi
to da Economia como Di
rei
to da i
nter
venção
económicadoEstado.

A cor rentedomi nant ena dout rina al emã par tedeuma


verifi
caçãoedeumaconcepçãoger al.
Av er i
ficaçãoéest a:oDi reitodaEconomi asur gecomo
consequênci a,ouéexpr essãodai nter venção( nomai sl ato
sent i
do) do Est ado na act ivi
dade económi ca ( ou,
restritament edadi r ecçãodaEconomi apel oEst ado), ou, da
outraf orma,é um conj unto de r egr as limi t
ativas da
l
iber dadeeconómi ca.
A par ti
rdest ai dei a,di versasconcr etizaçõessur gem:o
Direito daEconomi acomo conj unt o denor masquena
prática execut am j uridicament e a pol ítica económi ca;a
l
imi tação da di recção económi ca pel o Est ado,ou a
formal i
zaçãodessadi recção( em sent i
dosopost os) ;oua
expr essãoj ur í
dicadoequi l
í
brioent rei nter venção( direcção)
daeconomi apel oEst adoegar antiasdaspessoasedos
grupos( par
t i
cularesousoci ais)per ant eessai ntervenção.
Estet ipodeconcepçõescor r
espondeaumav er i
ficação
histor i
cament e cor recta.O Di reito da Economi a sur ge
quandosei ntensificaaacçãodoEst adosobr eaeconomi a,
esur gecomoexpr essãodeum pr ocessodet ransfor mação

7
dos si stemas económi cos l iberai
s em si stemas
crescentement eintervenci
onist
asoudi r
igi
stas.
Estasposi çõest êm,poi s,consequênci asef undament os
demui t
omér it
o.
Parece-nos, todav i
a,inadequadaspar adefi
nirecar acter
izar
ar eal i
dade ci entíf
ica do Di r
eit
o da Economi a na sua
l
atitudeact ual:
Nãosedi stinguecor rectamenteent r
easdi ferentesformas
deint er
vençãodoEst ado( v.
g.adistinçãoentreor denação,
i
nter v
ençãoeact uação).

O Direi
to da Economi
a como Di
rei
to Admi
nist
rat
ivo da
Economia.

Épossí veldef ender -se–comoent renósoPr of.Mar cell


o
Caetano–queo“ ODi r
eitoEconómi co”nãoémai sdoque
oDi reitoAdmi nist rativodaEconomi a( ou,ev ent ualment e,
esteoDi reit
oi nt ernaci onal Económi co)
A par ti
rdai dei aant erior,épossí veli dentifi
cart odasas
formas de i nter venção do Est ado como f or mas
admi nistrati
vas de i ntervenção.E ent ão di r-se- á que o
Direi
to de Economi a mai s não é do que Di rei
to
Admi nistrati
vodaEconomi a; osseusact os,admi nistrat i
vos;
osseuscont rat os,cont ratosadmi nistr
at i
vos;eassi m por
diante.
Ao r aciocinarassi m,esqueceu- se a i mpossi bi l
idade de
reconduzi raoconcei t
odeDi reitoAdmi nistrativodemui tos
i
nst i
tutos nucl ear es do nov o Di reito da Economi a.
Esqueceu- se que o di rei
to da concor rênci a r egula
compor tament ospr i
vadoseéem mui tospaí sesapl i
cado
pelost ri
bunai s;
Esqueceu- se que a nov av aga do cont r
at ualismo –
económi co e soci al– se apr oxima mui t
o mai s da
contratação pr iv ada com o Est ado ( ou at é sem el e)–
apesardeel aserf eitaàl uzdoi nteresseger al–doqueda
contrataçãoadmi nistrativa(nãosónodomí niododi rei
to
económi comast ambém em anál ogosr amosdedi rei
to
social).Esquece- se que o Di reito do Pl aneament ot em
mecani smosdeel abor açãoei mposi çãobem di ver sosdos
doDi reit
oAdmi ni st r
ativo.
Poder i
a enf im apont ar-
se que o espí rit
o do Di reito da
Economi aéem mui tosaspect osdi versodoquei nspi r
aa

8
Admi nistração eo Di reito Admi nist r
ativo:deum l ado o
i
ncent i
v oeamedi dasem sanção,doout r
oaact ividade
directa ou a i mposi ção de compor t
ament os aos
par t
iculares por act o admi nistrativ
o especí fico ou
regulament o genér i
co;de um l ado a par t
icipação nas
decisões,deout roodi ri
gi smo;deum pl anoeopr ogr ama,
doout roor egulament o;deum l adoaconcer taçãosoci al
,
doout roai mposiçãouni lat
eraleocont r
atuali
smof ormal
(o pr ivil
egio da execução pr évia não exi ste no nosso
domí nio) ;deum l adoar egulaçãodocompor tament odos
sujeitospr ivadosousoci ai
s( porexempl o,cooper ativas,
empr esasem aut ogestão) ;doout roai mposiçãouni lateral
decompor tament os.
Todav i
aexi steum Di reit
oAdmi ni
strativodaEconomi a;el e
trata da est rutur
aef uncionament o da Admi nistração
Públ i
ca,sobr etudo deár ea económi ca egener i
cament e
quandot em umaact uaçãoeconómi caqueser efl
ect enos
i
nst i
tutosf undament aisdaeconomi a.

ODi r
eit
odaEconomi
acomodi
rei
todaor
gani
zaçãooudo
si
stemaeconómi
co.

Fazendo pr evaleceros aspect os or ganizativos,t em- se


defendi doqueoDi rei
todaEconomi aser i
aoDi reitoda
organi zaçãooudosi stemaeconómi co.
Ossi st emaseconómi cospodem def ini
r-secomof or mas

picas de or ganização e f uncionament o da economi a,
decor rent es de pr incípios f undament ais que r egem
economi asdeest ruturasdi v
er sas.
Podem sert i
pos ideais de or ganização,def i
nidos com
el
ev adogr audeabst racção, ousi st
emasconcr etos,for mas
de or denação, est rutural e f uncional de economi as
concr et as.
Dev er econhecer -
sequeéi mpor tanteacont r
ibuição do
Direit
o da Economi a par a a def inição do si stema
económi co.Masanoção do si stemaeconómi co não é
j
urídica,e como t alnão ser ve par a pr oporcionaruma
adequadaconf i
guraçãodoDi rei
todaEconomi a.
Porout rol ado,mesmonopl anoest rutural,esquece- seuma
outranoção- quadroi mpor tante:ader egi meeconómi co,
que ent endemos sera f orma como,num det ermi nado
si
st ema económi co – soci alse ar ti
culam as r elações

9
est
áv eis(ouest r
uturais)depoder .Também el anãopoder á
sertomada,depersi ,comoel ementodef ini
dordoDi rei
to
daEconomi a,masdev econsiderar-
serel
ev anteparat alfi
m,
atí
tul osemelhant eaodosi stema.
Todav ia,nem tudonoDi rei
todaEconomi aser econduza
est
af unção nor mativa:mui t
o dos seus i nsti
tutos ou
i
nstituiçõesnãot em quev ercom adef i
niçãodosi stemaou
dor egime,napar teem quei ssoéacessí velaosi stema
j
urí
dico, e se si tuam em pl anos de concr eti
zação
i
nstitucionalquet ranscendem ampl ament easnoçõesde
si
stemaeder egime.

O Dir
eit
o da Economia como fenómeno nor
mat
ivo ou
i
nter
pret
ati
vodenatur
ezaespeci
al.

Diver sasconcepçõescar act erizam ai ndadi ferentement eo


DireitodaEconomi a.Unsl i
mi t
am aacent uarqueasnov as
necessi dades– asdeum cer to“ pan-economi cismo”da
vi
damoder na–l ev am aoapar eci ment odeum nov ot i
pode
produção nor mat iva,or i
ent ado par ar egular ou,mai s
ambi ciosament e,di ri
gira v ida económi ca.Mas est a
verifi
caçãosi tua-seapenasnopl anodapol í
tical egislati
v a;
e não bast a o aument o quant it
at i
vo de nor mas sobr e
deter mi nadot i
podemat ériaspar aquesur j
am um r amode
Direitoj uridicament eaut ónomo.
Acent uam out ros que est e nov o t ipo de pr odução
normat i
vaexi geumanov amet odol ogiadei nterpretaçãoe
aplicaçãodal eiedet er
mi naat énov aespeci alizaçãoent re
aspr of i
ssõesj urídicas( adosj uri
st aseconómi cos) .Mas,
poisest aobser vaçãosesi tuanodomí niodaspr ofissões
do Di reito,el a ser á sem dúv i
da i mpor t
ant e,mas não
j
ust ifi
caaaut onomi adeum r amodeDi reitoedeuma
correspondent edi scipli
naj urídica.A f ormaçãoespecí f
ica
paracer tasmat ériasouoest udoapr ofundadodecer tos
mét odos – porexempl o,o Di reito Compar ado – são
i
mpor tantesem Di reito,massi tuam- seem pl anodi versodo
dosr amosdeDi reit
o.
Out rosv ãoum poucomai slonge,det ectandoum espí ri
to
nov onaor dem jur í
dicaeem di v ersasdassuasnor mas,o
qualcomoque“at ravessaem di agonal ”t odaaor dem
j
urídica, um nov omét ododepensament ojurídico.
E,aof azê- lo,encont ram nor masdeDi reit
oEconómi co–

10
comonor masdesobr eposi çãooudesegundogr au-que
dãonov osent idoàsnor maspr ópr i
asdosr amosdeDi r
eito
tradicional .Constit
uíram el asassi m um cor podepr i
ncí pios
i
nspi rador es( desprov idosdenor mat ivi
dadeconcr eta,mas
model adores de sol uções di tados ao l egisl
adorou ao
aplicadordal eipelaconcor rênciagl obaldoor denament o)
oudeal gumasnor mas( comandosconcr etos),com r eflexo
sobr e o conj unto do or denament o, mas sem a
especi fi
cidade,autonomi aecoer ênciapr ópriadequedev e
result arum r amodeDi reitocar act eri
zado.
Out ros r econhecem que exi st e uma t ransformação na
regul açãodasr el
açõesj urídicasem t emposr ecentes,que
daídecor reum nov oespí rito,um nov omét odo,umanov a
visãodar eali
dadej uridico- economi ca.
Mas t al não j ustificar i
a mai s do que o est udo
pedagogi cament euni ficadodepar celassi gnifi
cati
v asda
“Enci clopédia Jur ídica” ,cuj a abor dagem exi giri
a uma
particul arat i
tudedeespí ritoeumamet odologiapr ópria,
sem seav enturar
em at éaor econheci ment odoDi r
ei toda
Economi acomonov or amodeDi reit
o.Est et eri
aapenas
autonomi apedagógi ca, didáct icaepr ofissi
onal.

Aspr
inci
pai
scar
act
erí
sti
casdoDi
rei
todaEconomi
a

1.Car
áct
err
ecent
edoDi
rei
todaEconomi
a

O Di r
eitoAdmi nistrati
v odesdesempr er eguloumat ér
ias
com incidênci aeconómi cacomoosconcur sospúbl i
cosde
empr ei
tadas,def ornecimentodebensaoEst adooude
concessãodeexpl oraçãodeser vi
çospúblicos.
Épori ssoqueoDi reit
oPúbl i
codaEconomi aenquant o
dir
eitodai ntervençãodoEst adonaEconomi aér amodo
dir
eitoj ov em em r elação ao direi
to Públ i
co ger alda
economi aact ueel ecomoi nstrumentodecoor denaçãoe
estimuloài niciativa pr i
vada ou como i nstrumento de
gestãodosect orpúbl ico.
Aj uventudedoDi reit
oPúbl i
codaEconomi aéassi m uma
consequênci a di recta das f i
nali
dades especi ais a
prossegui redosr egimesj urí
dicosutil
izadosnoâmbi todo
actualintervenci onismoest atal
.

2.Di
ver
sidade

11
ODi reit
oPúbl icodaEconomi ar eflect
eahet er
ogeneidade
da or dem económi ca dos paí ses di spost os numa
graduaçãoquev aidesdeaseconomi asdemer cadomai s
oumenospur asàseconomi asi nt egral
ment eplanifi
cadas,
tornandoinviáv elael aboraçãonoseusei odeumat eor i
a
geral.
Époi sum di reito,masdoquequal querout r
o,dependent e
daest r
utur
aeconómi cadomi nant eem cadapaí s.
Apesar da di versi
dade das est r
uturas económi cas
dif
erentespaí ses,em t odosel esseacent uaagest ãodo
Direi
to Público da Economi a,e mesmo naquel es que
acusam um f ortependorl i
beralsepodef alardeum di rei
to
públicodaeconomi a.I storesultadasuper açãodai deiade
que a act ivi
dade económi ca é est r
anha à act ivi
dade
estadual,super ação que conduzi u ao int erv
encionismo
estataleaoconsequent eest il
haçardaor dem económi ca
l
iberal,deixando a economi a de const ituirum sect or
i
ndi f
erenci
adoeexcl usi vodaact ividadepriv ada.

3.
Mal
eabi
l
idade

As nor mas de Di r eit


o Públ i
co da Economi a cont êm
frequent ement er egr as–quadr omenosr ígidasqueasdo
Direit
o Admi ni strativo Cl ássi co. As causas da
mal eabili
dadesãodi versas:
-gr ande di v ersidade de or gani smos que i ntervêm na
activi
dadeeconómi ca;
-car ácterv ar i
ado dosr egimesj urí
dicosda i ntervenção
estadual ;v .g. i nter venções uni later
ai s e concer t
adas
directasei ndirect as, imperativasei ndi
cat i
vas;
-apar eciment o de t i
pos de act os com car act erí
sticas
próprias e especi fi
cas em cont raste com os act os de
Direit
oPúbl i
coComum,v .
g.opl ano,cuj anat urezacol oca
problemas nov os,não se subsumi ndo nos quadr os
j
ur í
dicoscl ássicos; asdi recti
v asdet i
poi ndicati
vodopl ano
easi nformaçõesqueoEst adonel epr estaequev isam
facil
itaro enquadr ament o da act i
vidade par ticular
,as
ofertas de boni f
icação de j uros, os cont ratos de
viabil
ização,as r ecomendações do Gov erno à banca
estatizadapar aconcedercr éditoadet erminadaempr esa,
etc.

12
4.
Mobili
dade ou Mut
abi
l
idade do Di
rei
to Públ
i
co da
Economia

Asnor masdest er amo dedi r


eit
o não podem aspi rara
l
ongadur ação,poisasf requentesalt
eraçõesdaconj untura
económi caepol íti
cat endem aencur tarociclobi ológico
dosdi pl
omas.
Daíqueser ecorraabundant ement eaosr egul
ament osaos
despachoseàsr esoluçõesquet êm um pr ocessament o
mais si mples,dado que podem ser mai sf acilment e
revi
stoser evogados.
Ganhaassi m maiorpesoopoderExecut ivonael abor ação
das nor mas r el
ativas ao Di r
eit
o Públ i
co da Economi a,
deslocando-se o cent r
o de gr avi
dade da pr odução
normat i
va,noâmbi todoDi rei
toPúblicodaEconomi a,do
l
egislati
vopar aoExecut ivo,t
ambém porest ar
azão.

5.
Het
erogenei
dadedoDi
rei
toPúbl
i
codaEconomi
a

O Ecl eti
smo do Di reit
o Públi
co da Economi a,é uma
consequênci ador ecursosimult
âneoar egraseinstit
uições
dedireitopúblicoededi reit
opri
vado.
A simul t
aneidadedousoder egimesj urí
dicosdedi rei
to
públi
coededi rei
topr i
vadoder i
vadasnecessi dadesde
regul
ament ação das situações e problemas levantados
pelaintervençãoestadual naeconomia.

6.
Per
meabi
l
idadeaosv
alor
espol
í
ticos

O Direi
toPúbl icodaEconomi aépar t
icul
ar mentesensí velaos
val
oreseor ientaçõespol íti
casdol egisl
adoredaAdmi ni
stração.
Sendoasnor masdeDi reitoPúblicodaEconomi aenunciadasem
ter
mosi mpr ecisosev agos,al ém decom r eferênci
aconst antea
pri
ncípi
osv alorativos,dei xam àent i
dadeencar regadadeaspôr
em acto,ol egislador ,
seset r
atardenor masconst i
tuci
onaisoua
Admi ni
straçãoseset ratardel eisordinárias,umaampl aesf era
deliberdadequeser ápr eenchidachamandoàcol açãocr it
érios
polí
ti
cosaosabordopesodasmai or i
aspar l
ament ar
esoudas
opçõesdosgov er nos.
Av ontade pol ít
ica dos ór gãos do poderé dest e modo um
component eessenci aleev identedoDi r
eitoPúbl i
codaEconomi a.

13
Claroéqueav ontadepol i
ticanãoéexcl usivadaquel asnor mas
mani festando- sepor ém nelasdemodomui t
oní tidoejustament e
àmedi daqueai ntervençãonaeconomi asev aialar
gandoem
extensãoepr ofundidade.
Ai nter vençãodoEst adonaEconomi afazdav ont adepolíti
cado
l
egi slador ,seu act or pr i
nci pal
,o r egulador das deci sões
económi cas,apardomer cado.Vont adepol ít
icaemer cado,eis
osdoi sel ement osessenci aisdo modo deserdaact i
vidade
económi caequei mpr i
mem, nasuacompl exasí ntese,um cunho
especi alaodi reit
oqueaest uda.
O Pr of essor Dout or Paz Fer r
eira, acrescent a a est as
caract er í
sticasout r
ascomo:
-decl íniodai mper ati
v i
dadeecoer cibi
li
dadedasnor mas,com
recur socr escenteai ncentivos,em det rimentodasmedi dasde
repressão;
-cr isedagener ali
dadedanor maecr escentei mportânciado
casuí smo,
-necessi dadeder ecur sofrequent eaestudospl uridi
sci
plinares;
-crescent eaut onomi zaçãoci enti
fi
caepedagógi cadesub- ramos
dodi r
ei todaeconomi a.

Const
it
uiçãoEconómi
ca

Noçãodaconst
it
uiçãoeconómi
ca

As pr inci
pais car acter i
zações da const it
uição económi ca
nasceram nadout ri
nager mânica,quedesdel ogocont rapôs,no
âmbitodoDi reit
oPúbl icodaEconomi a,oDi reitoConst it
ucional
Económi co, i nt
egrado pel as nor mas const it
ucionais ou
fundament ai
sdaeconomi a,aoDirei
toAdmi ni
st r
ativ
oEconómi co,
i
ntegrado pelor egi
me j urídi
co da intervenção económi ca do
3
Estado.
Aconst it
uiçãoeconómi caéoconj untodenor masepr i
ncípios
constit
ucionais r el
ati
vos à economi a, ou sej a, a or dem
constit
ucionaldaeconomi a.For
mal ment e,éapar teeconómi ca
daconst it
uiçãodoEst ado,ondeest ácont i
doo« or
denament o
essencial da act ivi
dade económi ca» desenv olv
ida pel os
i
ndivíduos,pel as pessoas col ecti
vas ou pel o Est ado.Esse
ordenament o é basi cament e constituído pel as liberdades,
dir
eit
os,dev eres e r esponsabi l
idades dest as entidades no
3
Vi
de,AntónioL.SousaFrancoeGuil
her
meD’Ol
iv
eir
aMar t
ins,AConst
it
uiçãoEconómi
ca
Por
tuguesa,EnsaioInt
erpret
ati
vo,
Liv
rar
iaAl
medi
na,Coi
mbr a,
1993pg.11

14
exer cíci o daquel a act ividade.Nest e sent ido a const itui ção
económi ca é conf or mador a das r est antes nor mas da or dem
j
ur í
di cadaeconomi a.El aé,poi s,umapar tef undament alda
ordem j urídicadaeconomi a,ousej a,apar teest ruturador ae
bási cadel a.
Fala- se em const ituição f ormal par a desi gnar nor mas e
princí pios obt i
dos, pr incipalment e, com base em t ext os
const itucionai s.
Em sent i
domat erial,aconst itui çãoéoconj unt odenor mase
princí pios que est rut ur am e l egi ti
mam det er mi nada or dem
j
ur í
di ca.
Aconst it
uiçãoeconómi camat er iali ntegraonúcl eoessenci alde
nor masj urídicasquer egem osi stemaeospr incípi osbási cos
dasi nst i
tuiçõeseconómi cas,querconst em quernãodot exto
const itucional :maxi me,quersej aounãodot adadapar ticular
estabi l
idade que car acter i
za as nor mas nos t ext os
const itucionai s.
A const it
uição económi ca f or malcompr eender á apenas as
nor mas,t alcomoaci madef inidas,queest ejam i ntegr adasno
text o const it
uci onal e dot adas dos seus r equi si
tos e
car act erísti
casf ormai s:ouout rasnor masconst ant esdot exto
const itucionalf ormalcom i nci dênci a económi ca,ai nda que
despr ov idas, depersi , daquel apar ticularr elev ânci amat eri
al .
Énat ural ment eoconcei todaconst i
tuiçãoeconómi camat erial
aquel equenosi nter essaf undament alment eequeper mi tea
i
nt egr ação deum conj unt o del eisquesão f undament aisna
def inição da or dem j us-economi ca,t ais como as l eis da
concor rência,ou as que r egul am a act ividade especi f
ica de
det ermi nadossect or esdaeconomi a.
Numa apl icação de um concei to j urídico de pr ocedênci a
ger mâni ca,f ala-seporv ezesdaconst i
tuiçãoeconómi capar a
desi gnarpr ecisament e os pr incí pios f undament ais que dão
unidadeàact i
vidadeeconómi cager aledosquai sdecor rem
todasasr egr asr elat i
v asà or gani zação ef unci onament o da
act i
v i
dadeeconómi cadeumacer tasoci edade.Nãoéexi gí vel
que t ais pr incípi os const em de al guma par t e especi alda
const ituição,a el es dedi cada,bast ando que as di sposi ções
económi casest ejam di sper saspel ot extoconst ituci onaloupor
l
egi slaçãoav ulsa.
Segundoosaut ores,aconst ituiçãoeconómi ca,assi m ent endi da
comooconj untodospr incípiosf undament ai si nf ormador esda
act i
v i
dade e da or gani zação económi ca, é const ituída

15
simul taneament epornor masf or mal ment econst i
tucionais,i.é,
normasi nscr i
tasnot extoconst i
tuci onal ,epornor masapenas
mat erialment e const it
uci onais,i st o é,pi lar es da or ganização
básica da or dem económi ca, sem assent o no t exto
const itucional.
ParaGui lhermedeOl iveiraMar tins4,aconst i
tuiçãoeconómi ca
comooconj untodepr i
ncípiosenor masf undament ai
sporque
se r egem j uri
dicament e a or gani zação e o f uncionament o
económi cosdeumacomuni dadepol íti
ca.
Nest es t ermos,a const i
tuição f i
nancei ra cor responder á ao
conjunt odepr i
ncí piosenor masf undament ai sporqueser egem
j
uridicament e,numa comuni dade pol í
tica,a or ganização e o
funcionament or espei tantesàact iv
idadeeconómi cadosent es
públicosqueaf ectam bensoumei oseconómi cospr ópriosà
sati
sf açãodenecessi dadesquel hesest ãoconf iadas.
Deacor docom est alinhader aciocíni o,aconst itui
çãof i
nanceira
farápar tedaconst it
uiçãoeconómi ca,aqual ,porsuav ez,se
i
ntegr anaconst ituiçãol atosensu.
Éhoj e,noent anto,possí velv erificarqueat odosossi stemas
económi cost êm umaconst i
tuiçãoeconómi caquet r
aduznuma
decisão gl obalsobr e a or dem da v ida económi ca de uma
sociedade,r econduzi ndo- seaumaopçãof undament alporuma
deduasf ormasgl obaisdeor gani zaçãodav i
daeconómi ca:ou
economi ademer cadooueconomi apl anificadacent ralment e.

Car
act
eri
zaçãoeenquadr
ament
odaconst
it
uiçãoeconómi
ca

Anoçãodaconst i
tuiçãoeconómi caint
egraapar t
ef undament al
–por queamai si mpor t
ant e–daor dem jurí
dicadaeconomi a.
I
mpor ta,pois,defini
-la.
As pr inci
pais car acter
izações da const it
uição económi ca
nasceram nadout ri
nager mâni ca,quecedocont rapôs,noâmbi to
do Di rei
to Públ ico da Economi a,o Di r
eit
o Const i
tuci
onal
Económi co, i nt
egr ado pel as nor mas const i
tucionais ou
fundament aisdaEconomi a,aoDi rei
toAdmi ni
strati
voEconómi co,
i
ntegrado pel or egime j urídico da interv
enção económi ca do
Estado.Vimoscomoest adi cot omiaset or
noupr ogressiv
ament e
i
nsufici
entepar acar act
erizardemodo capazo cont eúdo do
Direi
todaEconomi aem soci edadesmoder nas:
4
Guil
hermedeOli
veir
aMart
ins,
LiçõessobreaConsti
tui
çãoEconómi
caPor
tuguesa,
Vol
.I
I,
A
Consti
tui
çãoFi
nancei
ra,
AAFDL,Lisboa,
1984/
85,
pg.4.

16
Elenãoéapenaspúbl i
co, nem apenaspr i
v ado; elenãoser esume,
comonaet apai medi atapost er i
oraol iber alismo,at rat arum
cer t
oenquadr ament odaacçãoeconómi cadoEst ado( tant ode
i
nt erv ençãocomodeact uaçãocomosuj eit
oeconómi co) ,def i
ne
or egi mej urídico ger aldaor dem económi ca.E dest eéque
decor rem os cr i
tér i
os de i nt erv enção do Est ado,e não ao
cont rár io.
Aconst i
tuiçãoeconómi caf oi,poi s,um concei toquepr imei rose
formal izoucom basenai ntegr açãoem t extosconst ituci onai sde
nor mas sobr e a act uação económi ca do Est ado e a sua
i
nt erv enção,e depoi s de cer tos pr ogr amas,cada v ez mai s
ampl osegl obai s, quehav iam deenquadr aressaact uação.
Nessamedi da,nadaobst ariaaqueset rat assedeum mer o
“direitoconst itucional especi al”.
Cont udo, o “ Di reito Const itucional da Economi a” f oi
progr essi vament e ev ol uindo no sent ido de i nt egr ar uma
regul açãogl obaldasquest õesf undament aisdaor dem j ur ídi
ca
da economi a,i ndependent e da acção do Est ado ( embor a
i
nt egr ando- a)enão concebi do como mer o obj ect o daacção
política( except onot ocant eàsuasuj eiçãoat udooqueé“ direit
o
l
egi slado” ).Asuai ntegr açãonumaár eanor mat ivaaut ónomada
do Di rei t
o Públ i
co t or na-se cl ara,chegando ent ão pr ef erir-
se
abandonaranoçãodaconst ituiçãoeconómi capar af al arant es,
porexempl o,depr incí piosger aisdedi reitoeconómi co.
Éf requent e,todav ia,quesev áal ém di sto,apar tirdoar gument o
de que a const i
tuição mat er ialé t ambém const it
ui ção da
soci edadeenquant oserpol ít
ico,demodoqueasuaf or mul ação
restrita negar ia a per spect iva ci entifi
ca adequada ao pol íti
co
comocat egor iadef enómenosoci al:podeent ãochegar -
seaum
concei to ampl íssimo da const i
tuição soci al, na qual a
const i
tui çãoeconómi caf i
car iaint egrada.
Est aconst ituiçãosoci alser i
aconst ituídadepr incípi osenor mas
sobr e a or denação soci aldas pessoas e dos gr upos,os
fundament osdassuasi nterrelaçõesef ormasdepar ticipaçãona
comuni dade( e,em especi al,asquedecor rem dasdi fer entes
formasdepar ticipaçãonapr odução:t rabal hador es,empr esár i
os
etc).

Sist
ema er egimeeconómico como object
osda const
it
uição
económica e como est
rut
uras de enquadr
ament
o da própri
a
consti
tui
ção

17
Noçãodesi
stemaeconómi
coer
egi
meeconómi
co.

Podemos def i
nir os si stemas como f or mas t ípi
cas de
organi zaçãoef uncionament odaeconomi a,baseadasem cer to
númer odepr i
ncípiosf undament aisquer egem economi ascom
estruturasdi versas.
Podemosf al ardesi st emasabst r
actosesi stemasconcr etos,
consoant eogr aumai oroumenordeabst racçãocom quese
concebem os r espect ivos pr i
ncípi os, como model os
i
nfor mador esei nterpr etat ivosdedi ferent esr ealidades.
Designamosporr egimeseconómi cosasf or masdi v ersascomo-
no âmbi to de cada si st ema – o poder (
maxi me,o poder
polí
tico) sear ticulacom ar eali
dadeeconómi ca.
A car act erizaçãodor egi meeconómi coconst i
tuiumamol dur a
explicativ adospr i
ncí piosdai ntervençãodoEst adoedasua
actuaçãof inancei ra,t ant onopl anodasi deol ogiasi nspirador as
como no das i nstituições de enquadr ament o.El ar efere-se,
natural ment e,aumaar ticul açãocompl exa,quet ranscendeem
mui toomer odomí nioj urídico,ai ndaqueodet ermi ne,napar te
em queaor denaçãoeconómi cav i
saconf i
gur aroudi sciplinar
certas r egr as ou cr itérios de i nter venção, sendo ai nda
determi nada porel e,na medi da em que cada r egime “ se
exprime”at rav és da or denação económi ca ( e da sua par te
fundament al queéaconst i
tuiçãoeconómi ca) .
Anoçãoder egi menãoseesgot a,assi m,naf ormapol í
ticado
5
poder,mas i ncluias demai sf ormas de poder :os poder es
sociais( si ndi cais,pat r onai s…) ,ospr ópriospoder eseconómi cos
– f or mas de domi nação com est rutura e car ácter
essenci al ment e económi co:t ant o nas r elações ent r
e si( por
exempl o:opr incipiodasubor di
naçãodopodereconómi coao
poderpol í
t i
co) ,comonasr espect ivasr elaçõescom ar ealidade
económi caem qual querdassuasex pressões( mer cado,pl ano,
empr esa, et c…)

Ospr
incí
piosdadi
recçãocent
ral
edaeconomi
ali
vre

Ossi st
emasabstr
act
osserãotiposideai
sdeor ganizaçãoda
economia.
Trat
a-se, ent
ão de pr
incí
pios opostos, que inspir
am a
5
Nestesent
ido,
AntónioL.SousaFrancoeGui
l
her
meD’
Oli
vei
raMar
ti
ns,
AConst
it
uição
EconómicaPort
uguesa,ob.ci
t.pg.
90

18
organizaçãoeof uncionament odaeconomi aparar esol
veros
trêsproblemasf undament ai
s: quepr oduzir
?comopr oduzir?para
quem pr oduzir?Par adizerdeout r
af ormaamesmacoi saos
problemasdo consumo,dapr odução edar epart
ição – com
todos os demai sf enómenos económi cos deles derivados
(cir
culaçãoecomér cioexter
no, designadament e)
.
Um é o da di recção central( ou direcção centr
alt ot
al,ou
planif
icação integral
,ou economi a central
i
zada);outro,o da
economi alivr
e( oueconomi al ivredemer cado,oueconomi ade
mer cado,economi adescentralizada).

Opr
inci
piodadi
recçãocent
ral
daeconomi
a

Osi stemadadi r ecçãocent ralpar tedopr i


ncipiodequet odasas
decisõeseconómi casser ãot omadasporumamesmaent i
dade
central,quedi spõedemei osdef azerexecut arassuasdeci sões
pelosmembr osdasoci edade.
Assim, aessaent idadecent ral cabe:
-i nterpretar as necessi dades de cada um dos suj eitos
económi cos,est abel ecendo quai sel assão,qualar espect i
va
priori
dade r elativa de sat i
sf ação,quai s os bens que ser ão
produzi dospar aassat i
sfazer ,eem quequant i
dades(consumo) .
-fixarasquot asder esul tadosdepr oduçãoquesãodi st
ribuídos
acadasuj ei
toeconómi co,acadaf actordepr odução,eacada
regiãoesect or (
repar tição) .
Com est as deci sões gl obai s,são r esolvidos pela autori
dade
centralospr obl emaseconómi cosf undament ai
s–r estandoaos
agent eseconómi cosexecut arasdeci sõestomadas.
Estesi stemaé,assi m,t otalment ecent ral
izadoedependedeum
plano cent r
alment e obr igat ório, que t odos na economi a
execut am:éel eoseui nst r
ument opr i
vil
egiadoder egulaçãoou
ajustament odaeconomi a.

Opr
inci
piodaeconomi
ali
vre

O princí
pio daeconomi alivr
ei nspi
raum sistemat otal
ment e
descentr
ali
zado,em quear esoluçãodosprobl
emaseconómi cos
fundamentais se passa se não houvesse Estado (“
anarquia
económica”).
-O consumoédet erminadoporcadaconsumi dor,quetr
açaa

19
sua tabela de necessi dades e def i
ne as suas pr i
oridades e
i
ntensidades,conf r
ontando- seasposi çõesdet odosat ravésda
l
ici
taçãor ecí
pr ocanosmer cadosl i
v r
es.
-Apr oduçãoéor ganizadal ivrement epelosagent eseconómi cos,
queescol hem ast écnicaseosbensapr oduzi
r;elespr oduzem
paraasnecessi dadesqueem sipr ópri
ossent em (auto-produção
eaut o-
consumo) ,oupar at r
ocacom ospr odutoscr i
adospel os
outr
os,conf r
ont adosasof ert
aseaspr ocuraspelal i
vrel ici
tação
em mer cado( produçãopar aomer cado) .
-Ar eparti
çãodopr odutoéf eitatambém at r
avésdosmer cados
defact or
esdepr odução,em queunsv endem t r
abalho,capi tal
,
ter
raout écnica, eout r
os–asuni dadesdepr odução–compr am
tai
sbenscom asr eceitasda v enda dosseuspr odut osem
mercado.
Aqui,o i nst
rument o essenci alde aj ustament or acionaldas
decisõeseconómi caséomer cado.

Os sistemas económicos concr


etos como model
os de
est
rut
uraçãodecadasoci
edade.

Mui tasv ezesaquer eladoutri


nár i
aent resist emast em em v ista
apenasost iposi deais.Procura-seent ãoapur ar,sobr etudo,qual
émai sr acional ,per mit
indo menordesper dício der ecur sose
mai orbem –est ar;qualémai sef icaz,permi tindoumapr odução
mai seficient eemai orr i
queza; qualémai sjust o,gerandomenos
desigualdades.Qual ,em suma,émai sconf or meaoconcei tode
sociedadequecadaum t em.
Masar ealidadeconcr etaémui tomai smat i
zada:ospr incí pios
i
deai ssof rem sempr el i
mitações,aomenospel asest rutur asde
cadasoci edadeepel ofactodeal gunsel ement osdosi stema
domi nant eser em l i
mi t
adosou“ t
emper ados”porel ement osdo
sistemaopost o.OsEst adoscapi tali
stasmoder nost êm pl anos
globaisem mui toscasos,masoseumecani smof undament al
nãodei xadeserodomer cado;háEst adossoci ali
stasem que
existem mer cados,sem queoel ement oessenci aldosi stema
deixe de sero pl ano.Nenhuma economi a é 100% l i
v ree
descent rali
zada:hásempr eum Est adoef or masdei nter venção
delenaact ividadeeconómi ca.
Nenhuma economi a é 100% pl anif
icada e cent ralizada:há
sempr emar gensdel i
berdade-oudeout raf ormaosi st ema,de
tãobur ocrát i
co, lento,pesadoeaut ori
tário,nãopoder iaf unci onar .

20
Oquecar act
eri
zaum sist
emaeconómicoem concretosão:
1)asinst
itui
çõesfundament
aisdavi
daeconómicaesoci al
;
2)atécni
cadomi nantedepr
odução,
3)o móbi ltí
pico quedominao comport
ament o dossujei
tos
económicos.

Osi
stemacapi
tal
i
sta

a)Car
act
eri
zaçãoj
urí
dico–económi
ca

O sist
ema capitali
sta,ou de mer
cado,ou de economia de
mercado,oudaeconomi al
ivr
e,ouda“ l
i
vreempresa”qual
quer
quesejaonomequesel hedê,éeleomaisanti
gosi st
emada
soci
edadeindúst
ria.

Podemosrecor
rerpar
acar
act
eri
zaçãosi
ntet
icament
eaost
rês
tr
açosf
undamentai
s.

1ºum cer tonúmer odei nst i


tuiçõesj urí
dico- sociaist í
pi cas:o
mer cado,aempr esaeo capi tal,ai nici
ativaeapr opriedade
privadas;
2ºumat écnicaev oluídaedi nâmi cadepr odução;
3ºum móbi ltípicodasact ividadeseconómi cas, designadament e
daspr odutivas; espírit
odeganho, em especial naf ormadel ucro.
Asi nstit
uiçõeseconómi casdocapi tal
ismosãoomer cado,o
capital eaempr esa.
As“ institui
çõesquadr o”típicasdocapi t
alismo,nopl anoj urídico,
assent am basi cament e em doi spr i
ncípios:o da pr opriedade
privadaeodal i
ber dade, desi gnadament edei nici
at i
vapr i
vada.
Asl eiseospr incípioseconómi cosf undament aisdeum si stema
capitalista são i nf ormados pel ai dei
a de que a l i
ber dade
económi caéamel horf ormader eali
zaropr ogressoeobem –
estareconómi cos.
Omer cadoemoedaconst i
tuem asf undament aisi nsti
tuiçõesde
ajustament o ou r egulação dos mecani smos económi cos,
compl etadas,no domí nioj urí
dico pel o cont ratuali
smo e pel o
voluntar i
smo( pr i
ncipiodaaut onomi adav ontadei ndi
v i
dual ).

Al
i
ber
dadeeai
nici
ati
vapr
ivada.

O pri
nci
pio da l
i
ber
dade económica – como expansão da
per
sonal
i
dadeem actos,em conjugação com o exer
cíci
o da

21
propr i
edadeedandoor igem àsuaaqui sição( masnãosó)–t em
i
gual ment emúl ti
plasexpr essõesj urídicasdequesedest acam
comonucl eares:
1-Al iberdadedecont ratar–pr incipiodaaut onomi adav ontade
entendi do em t ermos j urí
dico -f or mais e absol utos,que
progr essiv ament esev ão li
mi tando nasmoder naseconomi as
soci ais;cadacont rat o situa-senum mi ni-
mer cado bi lateral,o
princí pioessenci aldomer cadoéal iv
recont ratação.
2-Al iber dadedet rabal ho– cadaum exer ce,em abst racto,a
prof issão que desej a,segundo sua l ivre opção,cont ratando
l
ivrement e, deformai ndi vi
dual, assuascondi çõesdet rabal ho.
3-A l iber dade económi ca t em uma expr essão pecul iar e
aut ónoma no r econheci ment o do di reito de t omari niciati
v as
(l
iber dade de i niciativa), desi gnadament e no domí nio da
produção, emui toem especi alal i
v r
ecr i
ação( com subor dinação
apenasàl ei ,mesmoquedependa, deact osdeadmi nistração)de
unidades de pr odução,“ maxi me” empr esas ( liberdade de
empr esa) ;nãoapenasnot ocant eàcr iaçãodeempr esascomoà
l
ivredeci sãonaempr esa.
4-Umaúl timaexpr essãor elev ant edal i
berdadeeconómi caéa
l
iber dadedeconsumo,i stoé,al iberdadedeescol hadot i
poe
graudenecessi dadesasat isfazerporcadasuj eit
opor tadorde
carênci aseconómi cas.Dal iber dadedeconsumor esultaol ivre
funci onament odosmer cados.Masanecessi dadedecompensar
asmani pul açõesquel imi t
am ousupr imem al ivreescol hapel os
consumi dor eslevaaquedal i
ber dadedeconsumomer ament e
formal –nomer cado-sepasseal iberdadesubst ancial:
o f unci onament o das i nst i
tuições j urí
dicas de def esa do
consumi dor .
Em sent ido ampl íssimo,t odas est as f ormas de l i
ber dade
const ituem al i
berdadeeconómi ca.

Mot
ivaçõest
ípi
casdossuj
eit
oseconómi
cos.

O el emento mai s caract


eríst
ico dest e si
stema é que nos
encontramosper ant
eoqueset em chamadoumaeconomi ade
l
ucro:i st
oé,ossuj eitoseconómi cossão,todosel esmov i
dos
pelaintençãodeobterganhos( osganhosdaempr esasãolucros)
nasuaact i
vi
dadeer elaçõescom out r
os:eosuj eit
oeconómi co
domi nanteet í
picoéopr odut
or ,quecomandaomer cadona
real
idade,sendooconsumi dorr
el at
ivamentepassivoperanteele.

22
Ast
écni
casdepr
oduçãonocapi
tal
i
smo.

Ocapi talismoéum si stemaquei ntegra,comoessenci alpadr ão


cult
ural,uma cul tura científ
ica e t ecnológi ca dinâmica.El e
correspondet ambém,nessedomí ni
o,aum el evadoí ndicede
ci
v i
l
ização,eaum t ipodeci vil
izaçãoquebuscaopr ogresso
constant e.
Nãoé,t odavia,apenasaexi stênci adeumat ecnologiaav ançada
edi nâmi caque,comoépr ópri
odeum si stemadesoci edade
i
ndust r
ial ,caracteriza o capi tali
smo.Também uma el evada
capacidadedei nov ação–por venturamai or ,porqueset ratade
um si st ema descent rali
zado e compet i
tivo,do que a dos
si
stemassoci al
istas– odemar ca:ai novaçãot ant oatingeas
práti
caseconómi caseosmodel osdecompor tament oi
ndi vi
dual
,
como a est rut
urat écnica,como a apl icação da t écni ca à
acti
v i
dadeeconómi ca.

Ti
posef
ormasdecapi
tal
i
smo

Pr
é- capital
i
smo, capi
tal
i
smo i
ndust
ri
al, capi
tal
i
smo de
matur
idade

1.O pr
é-capi
tal
i
smo,o capi
tal
i
smo nascent
e,ou capi
tal
i
smo
comer
cialefi
nancei
ro

O capi talismo comer ciale f inanceiro ( ou mel hor:o pr é-


capi
talismo)cor r
espondeaumapr imeirafasedeev ol
ução,em
queost r
açosdocapi tali
smocomeçam anascernassoci edades
deeconomi aurbanadaEur opa.El ev aidosécul oXVaosécul o
XVII
I(oucomeçosdosécul oXI X).Car acter
iza-
seoapar eciment o
da ment ali
dade, das i nsti
tuições e pr áti
cas capi tali
stas,
sobretudonasci dadesdoCent roeNor tedaEur opa,sem queo
art
esanat oset i
vesseai ndat r
ansf or madoem i ndústriamoder na
eassumi dolugardomi nant enaest rutur
apr oduti
va.
A act ivi
dade manuf actureir
a e agr ícol
a, car acterí
sti
ca da
economi a ur bana,v ai-
se sobr epondo a act ivi
dade comer cial
,
dentrodaEur opa.Ocomér ci
oger anov asinstit
uiçõesepr át
icas,
desenv ol
v eegener ali
zaament al
idadecapi t
ali
sta.OsEst ados
naci
onai s assegur am uma est abili
dade sociale pol í
ti
co.E a
acumul açãodecapi t
al,apardoespí r
it
odepoupança,l evaao
i
ncrement odeum comér ci
oquev aialém dasi mplesf unçãode

23
i
nter
medi ár
io e pr omotor de t ransport
e de mercadori
as,
di
namizandoor especti
vomer cado:
aacti
vidadefinancei
ra(“fi
nançasprivadas”
),queéafunçãode
i
nter
medi ár
ionosmer cadosdamoedaedocr édi
to.

Ocapi
tal
i
smoi
ndust
ri
al.

Ar evoluçãoi ndustri
alocor ridaem I nglat
err
aenaAmér i
cado
Norte,nasegundamet adedossécul osXVIII–introduzumamai s
profunda, t
ransformaçãonast écnicasdepr odução
Ai ndústriacom ael ev adai ntensidadedecapi taletecnologia
mai ssofisti
cada,cont inuaat éhoj easeraact i
vidadedomi nante
nassoci edadescapi talistasdesenv olvi
das:
aopont odea“ segundar evoluçãoi ndustr
ial
”–j ánosécul oXX,
devidaadescober tadecomput adoreseasnov astecnologias
i
ndust r
iais–consi st
irai ndanacr i
açãodemei osdecapi talque
vi
sam subst it
uirou compl ement ar,não apenas a f orça de
tr
abalhodohomem, masasuapr ópr i
acapacidadedeconcepção
i
ntelectual.

Ocapi
tal
i
smodemat
uri
dade,
tar
dio,
soci
alouamadur
eci
do.

A cor recção de i njustiças,o peso de cor rentes ideológi


cas
sociali
st aseodesaf iodar ev oluçãorussade1917pr ovocam a
tr
ansf ormação mai ordo capi t
ali
smo,do f inalda 1ª Guer ra
Mundi alat éhoje:eletendeat ornar-
sesoci alemundi al.Aument a
ai ntervençãodoEst ado,t ant oem t ermosdepr oduçãocomo
para sat i
sfação de necessi dades sociais( saúde,segur ança
social,empr ego,bem- estar)
.Aument aasact ivi
dadespr odutiv
as
deser viços, em detr
iment or elati
vodai ndústri
a.
Assi m o capi t
ali
smo dei xa de serl iberal,para passara ser
crescent ement esocial,difer
ent edoqueer anosécul odeour odo
i
ndust riali
smo.
Em sí ntese podemos di stinguirt r
ês model os princi
pais do
si
st emacapi tal
ist
a:

-Reduzi do peso do poderpol í


ti
co e activi
dade económica
desenvolvi
da essencial
ment e com base na l i
berdade dos
múltipl
os sujei
tos i
ndiv i
duai
sel i
beral
ização do Est ado –
abstenci
onismo( l
i
beral)
.
-Acentuadopesoedi versi
dadedefunçõeseconómi casdopoder

24
polí
ti
co,embor acom r espeitopel ospr i
ncípi
osf undamentaisda
propri
edadepr i
v adaedal i
ber dadei ndiv
idual;oEst adoint
er vém
apenaspar acor r
igi
redef enderof uncionament odosi stema,
masnãopar aoor ientaroudi r
igir–intervencioni
smo.
-OEst adopr opõef inseconómi cospr ópriosepr ocuradir
igirou
ori
entarofunci onament odaeconomi a,embor asem supr i
mi rde
rai
zasi nst
it
uiçõesepr incí
piosbási cosdaeconomi ademer cado
–diri
gismo.

Ossi
stemassoci
ali
stas

I
dei
ager
al

Os si stemas soci ali


stas cont empor âneos car acter
izam- se
essenci alment eport rêst raços:aapr opriaçãopúbl icadosmei os
depr odução,com desapar eciment ost endenci aisdai niciat
iva
pri
vada capi tali
sta,e gest ão admi ni
strativa da economi a;a
acti
vidade económi ca subor dinada ao pl ano e subt r
aída,em
pri
ncipio,àsl eisdomer cado;mot ivaçõesi deaisdei gualdade,
soli
dar i
edadesoci al,discipli
naebem –est arcol ect
iv o.
Osoci alismot êm decomum, aoquepar ece, umai dei adef undo:
pret
endem,r ejeit
andoai deol ogialiberal,instaurarum si stema
(ouum r egi
me)económi co-soci alquer eduzaasdesi gual
dadese
i
njustiçasdof uncionament odopr i
ncípiodomer cado.Tent a-
se,
assim,i nstaurarum cer topr i
madodosv aloressoci aissobr eos
i
ndividuai ser eforçarasol idariedadeeai gualdade,embor acom
eventual detri
ment odal iberdade.

Pr
incí
pioseconómi
cosf
undament
ais.

Osi stemacapi tali


sta,assentenal i
berdadeeconómi ca,baseia-se
nof unci onamentodel eisdeof ert
aepr ocura.Nadadi st
osucede
porém nosi st
emasoci al
ista:apl anif
icaçãoéoseupr i
ncípio
económi cofundament al.
Of unci onament odaeconomi adependedepl anosglobais,que
discipli
nam pr i
mar i
ament e a pr odução e der i
vadament ea
repartiçãoeoconsumo,em t odaaeconomi a.Taisplanossão
em pr i
ncí pi
oimper ati
vospar atodososagent eseconómi cos:isto
é,com base em f ormas de par ti
cipação mai s ou menos
descent rali
zadas na sua pr eparação e r ev i
são na f ase de
execução,quesei mpõem,comomet asnecessár i
asaat i
ngir,a
todosossuj eit
oseconómi cos.

25
Opl anor epr
esenta,em rel
açãoaum dadoper í
odo( ci
nco,seis,
seteanos…)um conj untodeprevi
sõesededeci sões.Previ
sões
da ev ol
ução da economi a;deci
sões acer
ca do que v aiser
produzido,doquehá- deserconsumidoouinvesti
do,doquev ai
remuner arostr
abalhadoresoudoqueéat ri
buí
doàcober tur
ade
encargossociais.

Mot
ivaçõest
ípi
cas.

Édi f
íci
ltentarprecisarem queconsi steamot ivaçãotípi
cados
sujei
tos económi cos nos si stemas soci ali
stas.Em t ermos
teóri
cos,poderí
amosdi zerqueser áobem- estar,adentr
odeuma
i
deiadesol idar
iedadesoci al(quedomi naocompor t
ament odos
sujei
toseconómi cosintegradosem t ai
sest ruturas)edeum
pri
ncípi
odei gualdadecol ect
iv a.Pretender-
se-iaassim super ar
osf i
nsindiv
iduali
stas(espíri
todeganho)daeconomi acapital
ista;
mas não se dei xa de mant er a primazia de f i
nali
dades
económi cas sobre out r
os obj ecti
vos soci ai
s e cul t
urais,ao
menosnapr áti
caef ect
iva.

Asconst
it
uiçõeseconómi
casgui
neenses

Noper cursodoconst i
tucionali
smogui neensepodemosapont ar
vári
osper í
odos:
- um pr i
mei ro per í
odo,i ni
ciado com a out or
ga de uma
constit
uição pelo mov iment o da li
ber t
ação,na sequênci a da
proclamaçãouni lat
er aldai ndependênci aeem pl enasituaçãode
guerra.
-um segundo per íodo,demar cado pel a apr ovação de uma
segunda const it
uição pel a Assembl eia Naci onalPopul ar,na
sequênciadeum gol pedeEst ado.
- um t erceiro per íodo, r esult
ante da r ev i
são do t exto
constit
ucionalde1984,quesecar acteri
zapel aconsagr açãode
umademocr aci
apl urali
sta,porumat endenci alemanci paçãoda
sociedadeciv i
le,nomeadament e,pelali
beralizaçãodaeconomi a;
-um quar toper í
odo,quedecor reda r evisãoconst itucionalde
1993equepassapel oaprof undament odoel encoedor egi mede
dir
eitos,li
berdadesegar ant i
as,pelar eordenaçãodosi stemade
governo e pel a consagr ação da f i
scalização j urídica da
constit
uição.
Estes quat r
os per íodos poder ão reduzir-se a doi s gr andes
mov imentosdehi stóriaconst it
ucionalguineense:

26
- pri
mei r
o,um mov i
mento de construção do Estado,de
i
nspiraçãosoci
ali
staedeeconomi adir
igi
da;
-um segundo,mov i
ment oi
nici
adocom arevisãode1991,quese
abreparaasv i
rt
ualidadesdomer cadoequepr etendei
mplant
ar
um verdadei
roEstadodeDireit
o.

Aconst ituiçãode1973nãosedet ev eadesenharoscont or nose


aest rutur adaor gani zaçãoeconómi ca.
Limi tou- seaapr esent arosobj ect i
v osgenér icosi mpost ospel a
procl amação do Est ado da Gui né – Bi ssau ( e que er am o
progr essoeconómi codopaí seael ev açãoconst antedoní v elde
vidasoci aleeconómi codaspopul ações)eai ncumbi roEst ado
depr ossegui r,atrav ésdapl ani fi
cação,est esobj ectivos.Oar tigo
8º da const ituição de 1973 r eza o segui nte« o Est ado
desempenha um papel deci si vo na pl ani fi
cação e no
desenv olviment o har moni oso da economi a naci onal . A
propr iedadedoEst adocol onialistaeapr opr i
edadedost rai dor es
àpát riaser ãot ransf ormadasem pr opr iedadenaci onal ».
Deixou assi m o poderconst ituído a f acul dadedeconf or mar
l
ivrement eaeconomi aeaoEst adoadeseassumi rcomoúni co
deci soreconómi co.
Aoní v eldapr opriedadeapenasnosapar eceumar ef erênci ana
segundapar t
edoar ti
go8º ,quedet ermi naat ransf ormaçãoem
propr iedadenaci onaldapr opriedadedo« Est adocol oni alista»ea
propr iedadedost raidor esàpát ria.Impor tar ef eri
rque:
1ºosbensdoEst adopor tuguêsnaci onal izadosnãoest av am
dependent esdest epr eceito par apassar em par aaesf er ado
Estado gui neense,v i
sto que t aldecor re aut omat i
cament e de
regr a de di reitoi nternacionalr espei tant eàt ransf erênci a da
propr iedadepúbl icanumasucessãodeEst ados;
2º At ransf ormação da pr opriedade dos « traidores à pát ria»
conf igur aumasi t
uaçãodenaci onal ização– sançãoquenão
i
mpl icaqual quercr it
ériomat erial dedel imi taçãodesect ores.
Ver if
icamos assi m que não f icam aqui excl uídos nem
delimi tados quai squer sect ores de pr opr iedade públ i
ca,
cooper at i
v aoupr ivada.
Aconst ituiçãode1973f oiout orgadanum per íodoespecí ficoem
queapr eocupaçãocent ralresidi anaaf irmaçãodasober ani a.A
tarefadeor gani zaçãof oideixadapar aopoderconst ituídodef ini
r
namel horopor t
uni dade.
Eaopor tuni dadesur giuem 1975.Todoum conj untodedi pl omas
i
nf ra-const itucionai sf oidesenhandoecol or indoaeconomi ada

27
Gui
né-
Bissau.

-Foiacl assi fi
caçãoeaf ectaçãodosol oem t odoot erri
tóri
o
nacional,rur aleur bano,aodomí niopúbl i
co,com possi bili
dade
deusoef ruiçãoporconcessão( Leinº4/75);
-f
oia r eser va pel o Est ado de v ári
as act iv
idades como a
i
mpor tação de pr odutos f armacêut i
cos ( Lei nº 8/75) ,a
exploração de r iquez as florestai
s ( Decr et
o nº 12/ 76),a
comer cial
izaçãoei mpor t
açãodear roz,f
ar i
nhadet r
igo,ciment o,
sabão ( Decr eto nº 8/ 77),óleo de pal ma ( Decreto nº 36/77),
acti
vidadesegur ador a( Decr
etonº14/ 79),etc;
-Foia cr iação de empr esas públ i
cas com monopól ios de
acti
vidade( Decr etonº10/ 75).
Já no t exto const itucionalde 1984 com a r ev i
são de 1991,
consagr atrêspr incípios:
1ºopr incipiodaeconomi ademer cado,quev em subst it
uiro
anteri
orpr i
nci pi
odadi r
ecçãocent raleplanifi
caçãoest atal;

2ºopr i
ncipiodasubor di
naçãodopodereconómi coaopoder
polí
ti
co,oquedecer tomodopodei mpl i
carumaapr opri
ação
col
ectivaaospr incipaismei osdepr oduçãoeopl aneamento
democr áti
codaact i
vidadeeconómi ca;
3º o pr i
ncipio da coexi stênci a das pr opr
iedades pública,
cooperativaepr i
vada.
Aconst it
uiçãogar anteacoexi stênciadet r
êsdisti
ntossectores
depropr i
edadedosmei osdepr odução.
Na ident i
ficação dos sect or es « de propri
edade» manda a
consti
tuiçãoat enderàt i
tul
aridader especti
vaeaomodosoci al
degest ãodecadaum.Por« t
itul
ari
dade»dev eent ender-
sea
i
nclusãodosbensnoâmbi todospoder esdedisposiçãodeum
desti
natário.

Asconst
it
uiçõeseconómi
cascomuni
tár
ias

OTr atadoconsti
tut
ivodaUni ãoEconómicaeMonet áriadaÁf ri
ca
Ocidental( UEMOA),de1994pr evênoseuar t
igo4ºal í
neaa)
ref
orçar a compet i
tivi
dade das acti
vidades económi cas e
fi
nanceirasdosEst ados-membr osnoâmbi todeum mer cado
abertoeconcor r
encialedeum ambi ent
ej urí
dicoracionali
zadoe
harmoni zado.Na alínea c)do mesmo pr eceito preconiza a
cri
açãodeum mer cadocomum baseadonal iv
recirculaçãode
pessoas,bens,servi
ços,capitai
senodireitodeest abeleci
ment o

28
das pessoas exer cendo uma act ividade i ndependent e ou
assal ariada,assi m como a i nst ituição duma paut a ext er na
comum edepol íti
cacomer cial comum.
Com ef eit
o,oTr atadopr ev ênoseuar tigo76º ,ai nst i
tuiçãode
regrascomunsdeconcor r ênci aapl icáv ei sasempr esaspúbl i
cas
epr i
v adas, assim comoasaj udaspúbl icas, em v istaar eal i
zação
doMer cadoComum.
Asf unçõesessenci aisdasr egr ascomuni táriasdaconcor rênci a
apli
cáv eis às empr esas consi stem em ev itarque acor dos,
práticas concer t
adas ou abusos de posi ção domi nant e
mant enham os obst ácul os ao comér cio ent re os Est ados-
membr os el i
mi nados por f orça das r egr as sobr e quat ro
l
iberdades.
Por apl i
cação do ar tigo 88º do Tr atado da UEMOA,são
i
ncompat í
veiscom asr egr asdo Mer cado Comum asaj udas
acordadaspel ooEst adooucom osr ecur sosdoEst adosob
qualquerf or ma,desdequef alseiam oususcept íveisdef alseara
concor r ênciaf avorecendocer tasempr esasoucer taspr oduções.
Oar tigo87ºpar agr afo4,doTr at adodaUEMOA,pr ev êasr egr as
deconcor rêncianoespaçodauni ãoeconómi caemonet ária.
ORegul ament oComuni tár ionº14/ 98CM/ UEMOA( v eradat ade
publicação) ,adopt a as modal i
dades de der rogação a t itulo
excepci onalaapl i
caçãodasmedi daspr evistasnoar ti
go86ºdo
Tratado daUEMOA ( tem av ercom anão apl icação at itulo
excepci onaldas r egr as de uni ão aduanei ra e da pol í
tica
comer cialcomum) .Tem av ercom medi dasdesal vaguar dapar a
fazerf aceadi f
iculdadesgr av esnossect or esdeeconómi ca.a
não apl icação a t i
tulo excepci onaldas r eferidas r egr as não
poder á ul tr
apassar sei s e t em de ser comuni cada
obrigat oriament eaComi ssãodaUEMOA.
O Regul ament o Comuni t ário nº 2/ 97CM/ UEMOA de 28 de
Nov embr oadopt aapaut aext er nacomum.
O Act oAdi ci
onalnº6/ 99( v eradat adepubl icação)i nstituio
disposi tivodecompensaçãof i
nancei ranosei odaUEMOA.
Quant o a Comuni dade Económi ca dos Est ados da Áf rica
Ocident al(CEDEAO) ,acr iaçãodeuni ãoaduanei raest ábaseada
em v áriasf ases,istoé,ai mpl ement açãodeumal i
v recomér cio,
aadopção deumapaut aext ernacomum edeumapol í
tica
comer cialcomum em r elação aos paí ses t ercei ros,e a
eli
mi naçãodasbar reir
asàl i
vr eci rcul açãodaspessoas, dosbens,
dos ser viços e dos capi tais no sei o da r egião.Assegur aro
funcionament oef ect i
v odeumazonadel ivrecomér ciocomo

29
pr
imei
raf
asedeum f
utur
omer
cadocomum.

Pr
incí
piosger
aisdaor
gani
zaçãoeconómi
ca.

Pri
nci
piodacoexi
stênci
adesect
oresdet
it
ular
idade(
art
igo12º
CRGB).

A gar ant i
adaexi stênci adet rêssect oresdet itul
ar i
dadedos
mei osdepr odução–públ ico,pr ivadoecooper ativo-t em sido
umaconst ant enot extoconst i
tuci onal ,independent ement edas
variaçõesnopesoei mpor tânci ar elat i
vadecadaum del es.
Acoexi stênci aecompat i
bi lidadesdef ormasdeapr opr i
açãoe
gest ãodebenseuni dadespr odut i
vasconst it
ui ,al i
as,umasdas
caract erísticasdacompl exidadedot extoconst i
tuci onal.
Ar epar ti
çãodaact i
v i
dadeeconómi caem sect or esassent ana
natur ezadossuj eitost itular esdapr opr i
edadee/ ounopoderde
dir
ecçãodessamesmaact iv idade.
Assi m,aact i
vidadeeconómi cadi st ri
bui-seporqual querdest es
sect ores, tendocomobaseobj ect ivosdi f
erenciados.
O sect or públ i
co t em que ser ent endido no âmbi to das
i
ncumbênci asger aisdoEst adoem mat ériaeconómi caesoci ale
arti
cul ado com as out ras f or mas de r egulação
const i
tucional ment epr ev i
st as.
No sect orpr ivado queseconcent raaact i
vidadeeconómi ca.
Essa act ividade or gani za- se e desenv olve-se l i
vrement e de
acor do com os obj ectivos l ucr ativos que l he são i nerentes,
sujeitando- se aos condi cional ismos e às r estri
ções
const i
tucional oul egal ment epr ev istas.
O Sect orPúbl icoéconst ituí dopel osmei osdepr oduçãocuj as
propr iedadeegest ãoper tencem aoEst adoouaout rasent i
dades
públ i
cas.A acumul ação dapr opr iedadeegest ão écondi ção
necessár i
a,dado que pode hav erbens públ icos ger idos por
empr esaspr i
vadasoucooper at i
v asepodehav eri ntervenção
públ i
ca na gest ão das empr esas pr ivadas,embor aat í
tulo
excepci onalecom car áct ert ransi tóri
o,sem quepori sso,em
qual querdoscasos, devam essesbensouempr esasconsi derar-
seint egr adosnosect orpúbl i
co.
Assi m sendo,f azem par t e do sect orpúbl ico os mei os de
produção públ icos ger idos di rect ament e pel a Admi ni str
ação
Públ ica ( por exempl o,sob a f or ma de ser viços públ i
cos
económi cos) ,ou porout rasent idadespúbl icas,que poder ão
assumi ra f orma de i nst itutos públ icos,empr esas públ i
cas,

30
soci edades de capi tais públ icos ou soci edades de capi tai
s
mi stos,quando mai oritariament e cont roladas pel o Est ado e
desdequeest et enhat ambém amai orianosór gãosdegest ão.
O Sect orPr i
v ado,é const ituído pel os bens e uni dades de
produção cuj a pr opr iedade ou gest ão per tencem a pessoas
singul aresoucol ect ivaspr ivadas.
Est ão,assi m,nat ural ment e abr angi dos t odos os mei os de
produçãoquesej am pr opr iedadedeent i
dadespr ivadas,except o
sef or
em ger idosporcooper ativ asem obedi ênci aaospr incí pi
os
cooper ativos.Per tencem i gual ment eaosect orpr ivadot odosos
mei osdepr oduçãoquesej am pr opr iedadepúbl ica,mascuj a
gest ão t enha si do -porv ia cont r
at ualou não -ent regue a
ent i
dadespr i
vadas.
O Sect orCooper ativo eSoci al,o sect orcooper ativo esoci al
compr eendeosmei osdepr oduçãoger idosporcooper ativasde
acor docom ospr incí pioscooper ati
v os( independent ement eda
formadepr opr i
edade,quet ant opodeserpúbl ica,pr i
vada,ou
cooper ativa);osmei osdepr oduçãocomuni t
ár i
a,possuí dose
ger i
dosporcomuni dadesl ocai s,osmei osdepr oduçãoobj ecto
deexpl oraçãocol ect ivaport rabal hador es,osmei osdepr odução
ger i
dosporpessoascol ectiv assem car áct erl ucr ativoecom
object ivosdesol idar i
edadesoci al.
O Códi go Cooper ativo def ine as cooper ativas « as pessoas
colect ivas aut ónomas,de l ivr e const ituição,de capi tal e
composi çãov ari
ávei s,quev isam at ravésdacooper açãoeent r
e
ajuda dos seus membr os,com obedi ênci a aos pr incí pi
os
cooper ativos,v i
sam,sem f ins l ucrat i
vos,a sat isfação das
necessi dades e aspi rações económi cas,soci ais ou cul turai
s
dest es, podendoai nda, at i
tulocompl ement ar ,realizaroper ações
com t erceiros» .Evitou- sedest emodoqual i
ficaruni lateralment e
ascooper ativascomoassoci açõesousoci edadescomer ciais.

Pr
inci
piodal
egal
i
dadeeal
i
vrei
nici
ati
vapúbl
i
ca

Trat
a-sedo pr i
ncí
pio segundo o qualasv ari
adasf ormasde
i
nterv
enção queospoder espúblicosdeci dir
em l evara cabo
devem assumi raformadel ei.
Aexigênciadaf or
madel eiparaasi nt
ervençõesmai sgravosas
dopont odev i
stador egimej urí
dicodosdi reit
ossubj ecti
vos
i
ndivi
duais,masmant eri
am essenciaisdopont odev istadavida
em comuni dadeequeabr angesem duv i
daasi nt
ervençõesdos
poderes públ icos par a a consol i
dação, manut enção e

31
conf or mação dos di r eitos f undament ais,nomeadament ea
propr iedadeeal ivr
eempr esa.
Nest as mat érias dev e a l ei consumi ra t ot alidade da
regul ament açãoem causa,r eduzi ndoaomí nimoal i
ber dadeda
Admi nist r
ação.
Par a al ém di sso é de exi gira f or ma de l eipar at odas as
i
nt er vençõesque se af igur em essenci aisaosv aloressoci ais
ger ais,sej am ou não r est rit
ivas do cont eúdo dos di reitos
fundament ais:ar estriçãodocont eúdor espect ivonãoéoúni co
critér i
odai mpor tância( essenci al
)dasmat ériasar egul ar.Háde
fact o,nest aópt ica,inter vençõesnãor estri
t i
v asquer ecl amam a
formadal ei.
Dev econsequent ement er epudi ar-seat esedaut il
izaçãodi rect a
doact ol egi slativopar aadi scipl
inagl obaldagener alidadedas
i
nt er vençõesest aduaisnaeconomi a, nomeadament edasquese
traduzem em medi dasdeest í
mul oef ormat odasact ividades
económi cas e que const it
uem a mai orpar te da i nt erv enção
económi ca do Est ado nos nossos di as ( nomeadament e no
âmbi todaquel asf ormasdei nterv ençãoqueseconcr et izam em
prest ações a f avordos par ti
cul ares,como é o caso dos
subsí dios, subv enções, empr ést i
moset c.
Nest eâmbi tol egiti
ma- sedest amanei raaut i
lizaçãodaf igur ado
regul ament o de or igem gov ernament al
,mas adapt áv elàs
exigênci as móv eis da conj unt ura económi ca. Tr at a-se de
quest õesdei mpor tânci aasmai sdasv ezesconj unt uralsem
digni dadenecessár iapar aum seut ratament oaní v ell egi slativo,
masqueassumem nav idasoci oeconómi canosnossosdi as
umai mpor tânci aest rat égicaconsi der ável,nãosendonoent ant o
osuf icient epar aexi girapr esençadi rectadal einagl obal i
dade
dor espect iv ot ratament o.
Talpr esençaconf eri
riaài nter vençãopr est ativadoEst adouma
l
egi timi dadeeumadi gni dadeespeci aismasr oubar i
a( subt raia)
aospoder espúbl i
cosacapaci dadedemanobr a,quesepr etende
rápidaef aci lment eadapt áv el,par adarr espost aàsquest ões
post as,asmai sdasv ezescar ecendodesol uçõesdecont eúdo
técni co.Os poder es públ i
cos per der i
am em ef i
cáci a o que
ganhav am em l egiti
mi dadeedi gni dade, eéporv ezesnecessár io
sacr ificaraquel esv al
or es.

Opr
inci
piodal
i
vrei
nici
ati
vapúbl
i
ca.

Em mat
éri
adei
nici
ati
vaeconómi
caospoder
esdei
nter
venção

32
doEst adopodem i rat éaopont oex t
remodeexcl ui
ragest ão
privadadaempr esa,anul ando o cont eúdo do di r
eito del i
vre
i
ni ciati
v apr i
vada.
Nest amedi dapoder ãoospoder espúbl icosobr i
garasempr esas
privadas, i ndependent ement e da v ontade dest as, no
cumpr iment odeobr igaçõesposi ti
vas, def acere.
Ospoder espúbl icospodem ut il
izarasempr esasprivadascomo
i
nst r
ument o da sua pol íti
ca económi ca, obri
gando- as a
acomodar -seeapr osseguirosseusdi tames, mui
toembor asóo
possam f azernaf or madel eie« transitoriamente»nospr óprios
termosl egai s.Cl
ar oest áqueasexi gênciasdaf ormadel eieda
transi t
oriedade não são v erdadeiros l imites quali
tati
vos às
vicissitudes da pol ít
ica económi ca nem nest a medi da
ver dadei r
ascondi cionantesdef undo quant o àampl it
udeeà
prof undidadedai ntervençãoest adual .

Oi
nter
venci
oni
smoEst
atal

Noçãodei
nter
vençãoeconómi
cadoEst
ado.

Asr elaçõesact ivasdoEst adocom aeconomi a– istoé,as


formasdedet erminaçãodaeconomi a(oucer tosaspect osdel a)
peloEst ado–sãomui tasv ezesdesi gnadascomoi ntervenção
económi ca do Est ado,i ntegr ando,t alcomo a or denação do
sistemaeosdi rei
tosf undament aiseconómi cos,osel ement os
essenci aisdaor dem económi ca.
Adopt ando uma v i
são mai s pr ópri
a de cer tos tipos de
i
nt ervenção,há quem – sobr etudo na moder na teori
a angl o-
saxoni ca, maximenor te–amer icana–pr ef
ir
af alarderegul at
ion,
def i
nindo-acomoaact uaçãodoEst adoquei nterf
erecom as
forçasdomer cado– e,r eflexivament e,deder egul
ati
on,como
mov i
ment otendenteaabol irtaisf ormasdeact uação,mant endo
apenasasact uaçõesdoEst adoquesej am conf ormeàs“ f
orças
do mer cado” ou ao “ li
vref uncionamento do mer cado” .A
regulaçãoé,assi m,ar ealizaçãodecompr omi ssossoci ai
sea
procur adeequi l
íbri
osinst i
tuci onaisqueper mi t
am aef iciênci
ae
aequi dadedosi stemaeconómi co.

Ar
ti
cul
açãodoEst
adocom aeconomi
a.

Pornós,temosprefer
idoest
abel
ecerumati
pol
ogi
atr
ipar
ti
dadas
ar
ti
culaçõesdoEstadocom aeconomia.

33
Hav erá or denação económi ca sempr e que se t rata de
est abel ecerasnor masepr incí piosj urí
di cosaqueobedecea
act i
v i
dade económi ca e de as ex ecut ar segundo cr itér i
os
excl usi vament ej urídicos, nomeadament eat rav ésdost ribunai s.
Nout ros casos,o Est ado i nter fer e,sem a mer ai nt enção de
est abel ecer um or denament o j ur í
dico ger al,na act i
v i
dade
económi cadeout rossuj eitos:
Temosent ãoai nter vençãoem sent idor est rito.
Em sent ido ampl o,i nt er venção do Est ado é uma expr essão
util
izadapel osaut orescom osmai sdi ver sossent idos,j urídicos
comoeconómi cos,soci aisoupol íticos.Par aal guns,el achegaa
i
dent ifi
car -
secom t odaaespéci edecompor tament oeconómi co
doEst ado.Par aout rossóhái nt er vençãodoEst adoquandoa
suacondut a,nodomí nioeconómi co- soci al,t em umaf inalidade,
cont eúdo e ef icáci a conf or mador as da r eal idade economi ca
(regr as,i nstituiçõesour el açõesconcr etas) .Par aout rosai nda,a
i
nt erv ençãodi ferenci a- sedeout rasf ormasdeact uaçãoport er
um cont eúdoconcr et oev i
sai nter fer irnaact ividadedosagent es
económi cosnãoest aduai s.
Em coer ênci a com o concei to ant es desenv olv i
do,par a nós
i
nt erv ençãoeconomi cadoEst adoét odoocompor tament odo
Est ado ( ou de out ras ent idades públ icas equi par áveis)cuj a
função e f inalidade consi ste na modi ficação concr eta do
compor tament odeout rosagent esousuj eitosoudascondi ções
concr etasdaact i
vidadeeconomi ca.Nãosel imi taàor denação
abst ract a de r egr as ou i nstitui ções j ur ídicas que or i
ent am,
enquadr am ou condi ci onam o desenv olv er da act i
v i
dade
economi ca( ordenaçãoeconomi ca) .
Nem set raduznoscompor tament osem queopr ópr ioEst ado
(ouent i
dadeequi par ada)desenv olv eumaact iv idadeeconomi ca
própr ia,di spondo de bens r ar os suscept ív eis de apl icação
alternat iv aspar asat isfazernecessi dades( pr ópr i
asdoapar elho
est adualoudasoci edade)quel hecumpr esat isfazeract i
v i
dade
fi
nancei ra.
É,poi s,essenci alment eum sent idot el
eol ógi coquedemar caa
i
nt erv enção das out ras f ormas de act uação do Est ado,
combi nadocom ocr itér i
osubst anci al (f
or mader ealizaraf unção
est adualdei nter venção) .Porout r ol ado,oconcei todebaseé
essenci al ment eeconómi co:opoderl egi slativ or elativament eà
economi apodeserf or madeor denação,maspodesert ambém,
i
nst rument odei nt erv ençãoconcr eta( éf or madeor denação,por
exempl o,quandor egul aabst ract ament eocompor tament ode

34
outros agent es ou cr iaer ege nor mat ivament e os pr ópri
os
i
nstitutosoui nstrument osdei ntervenção;maspodeser vi
rpara
dir
ect aeconcr etament einferi
rnocompor tament oeconómi code
outrossuj eitos,eent ãoser ámei odei nt erv
enção) .
Regul aro r egime dos pr eços admi nistrati
vos é or denação
economi ca;definiref ectiv
ament eospr eçosadmi nistrativamente
condicionadosdecer tosbensecadamoment oéumaf ormade
i
ntervenção.
Porout rol ado,aact i
v i
dadef i
nancei r
aem siéumaf ormade
actuaçãoeconomi cadoEst ado; maspodeserusadacomomei o
dei ntervenção( porexempl o,atribuindobenef íci
osf iscaispara
i
ncent ivardet ermi nadaact ivi
dadeeconomi caoui niciati
vados
parti
cular es).
O concei to de i nter v
enção def ine uma f unção cl ar a e um
conjunto coer ente de nor mas j urí
dico-economi cas,que,no
essenci al,secar acterizam poroper arem umadel imi taçãodos
poder es do Est ado r elativ
ament e a compor tamentos
económi cosdossuj ei t
osqueem pr inci
pi oser i
am li
v res.

Modal
i
dadesdei
nter
venção.

a)Quant
oadout
ri
nai
nspi
rador
a.

A i ntervenção do Est ado cor r


esponde,ou a um conj unto
desgar radodei nstituições,pr áti
caseact os,ouaum sent i
do
globale coer ente de act uação f uncionaldo Est ado.Nest e
segundo sent i
do,nas soci edades moder nas,i ntegraf or mas
diversas de super ação da or dem l iberal e dos r egi mes
económi cosquel hecor respondem.
Como dout rina e como modal i
dade de pr át
ica hi st
ór ica,é
corrente di sti
nguiri nter v
enci onismo si mples, di ri
gismo e
planifi
cação.
Oi ntervencionismosi mpl esexi stequandooEst ado,r espei tando
noessenci alal iberdadedeact uaçãodosagent eseconómi cos
privados,pr ocurarar ealizarobj ectivos própri
os r elat
iv os ao
conjuntodaeconomi a,condi ci
onandooui nfl
uenciandocom t al
fi
m aact ivi
dadedospar ti
cul ares.
O di r
igismo( oudi recçãoeconómi ca)existequandooEst ado
formul aobj ecti
vosgl obai sepr etendepr opô-los,ouat éimpô- los,
aossuj eitoseconómi cos.
Diri
geassi m asuaact ivi
dade( em v ezdesel i
mi t
aracor r
igi-l
a),
embor acom r espeitopel ospr i
ncípi osessenciaisdal i
ber dade

35
económi caepel omer cadocomoi nstrument oregul ador.
Apl ani ficaçãoexi stequandooEst adodef ineobj ecti
v osglobai s,
sector iais e est r atégias de compor t
ament o porel es ditadas,
i
mpondo- as,medi anteopl anoi mper ati
vo,agener alidadedos
sujeitoseconómi cos,aospr i
nci
pai ssuj eitoseconómi cos,ousó
aossuj ei tospr odut iv
os.Dequal querf orma,omer cadodei xade
seropr incipalinst rument oreguladordosi stema, passandoessa
funçãoaserexer cidapel oplano.
Dequant osedi ssedecor requeoi ntervencionismosi mpleseo
diri
gismo são compat í
vei
s com si stemas de economi a de
mer cado e com si stemas mi st os de domi nante mer cantil
enquant oapl anificaçãoéumapr áticadecor r
ent eoui ntegr ant
e
de si stemas soci ali
stas de di r
ecção cent ralou si stemas
colect i
v istas.
Com apl anif
icação, t
alcomoadef i
nimos, conv ém nãoconf undir
osi mpl espl aneament o.Esteéum mer oi nstrument o,quepode
ser compat í
v el– se r espei
tar no essenci alas l i
berdades
económi cas–com aeconomi adomer cado( nor mal ment e,em
práticas de di recção económi ca,or ientação ou “ diri
gismo
global ”).

b)I
nter
vençãodef
act
oei
nter
vençãoj
urí
dica.

Ai ntervençãoeconómi capodeconf i
gurar-se–eor i
ginariamente
assim se per fil
ha -como mer o compor tamento de f acto do
Estado e seus ór gãos e agent es,ou como compor t
ament o
j
uridicament eti
pificadoeconf i
gurado.
Ai ntervençãodef actopodecor r
esponderasi mplesintervenção
depol í
ticapura( actosmat eriaisdecont eúdopol ít
icoouact os
políti
cos)ouaact oseconómi cos,sociai
s,etc.
Ai nter
v enção jurídica,i nt
egr ando-se em i nsti
tutos jurídi
cos
dest i
nados a ar ti
cul ar o compor tament o condicionado dos
outrossuj eit
oseocompor tament ocondi cionant
edoEst ado,é
naturalment e a que i nt
eressa est udar,nos seus pr incipai
s
fundament ai
sinstitutosoui nstrument osjurídi
cos.

Asnaci
onal
i
zaçõesef
igur
asaf
ins

Deve,noentanto,consi
derardominante,ent
renós,at endência
parauti
li
zaroconceitodenaci onal
i
zaçõesem sentidor est
rit
o,
como constit
uindo uma medi da coacti
va que determina a
tr
ansfer
ênci
adapr opri
edadedeempr esas,par
ti
ci
paçõessoci ai
s,

36
univ ersal i
dadesdebens,pr édiosr úst icose/ ouur banosouai nda
deout rosbensdepessoaspr i
vadaspar aent idadespúbl i
cas, por
razõesdepol íticaeconómi caesoci al.
É possí v eli sol aral guns t raços que i ntegr am o concei t o de
naci onal izaçõesequef icam, desegui das, ref er enci ados.
1ºa naci onal ização oper a sempr e porv ia coact iva,não se
podendof alardenaci onal izaçãoset iverhav i
doumacompr a
peloEst adodebenspr ivados;
2ºé pr eciso que se v erifique uma t ransf er ênci a ef ect i
v a de
propr iedade dos bens que dei xam de se i ntegr arno sect or
privado;
3ºanaci onal izaçãot em umamot ivaçãodeor dem económi cae
soci al,v i
sando que os bens at ingi dos f i
quem ao ser viço do
i
nter esseger al.
A naci onal ização é um act o pol íti
co j uridicament e expr esso,
quase sempr e,num di ploma f or mal ment el egi slativ
o,que
prov ocaat ransf er ênciadosbensdepr opriedadepr ivadapar aa
órbitadapr opr iedadepúbl icaou“ naci onal ”eexpr imeoi ntui t
ode
ger i
rosbensnoi nteressecol ectivo.
Ent endi daanaci onalização nost er mosr est r i
tosquef icaram
assi nalados,par ece necessár i
o di st ingui -
lá de out ras f igur as
afins.
A pr imei r
af i
gur a que i mpor tar ef erenci ar e que l ev ant a
probl emasespeci al ment emel i
ndrososéaexpr opr i
ação.
A expr opr iação dos bens de pr odução i mpl ica i gual ment ea
passagem dasuapr opr iedadepr ivadapar aapr opr iedadepúbl ica,
excl uindocont udoapr opriedade« naci onal » .Si gni ficai stoquea
expr opr iação não se f az a f av ordas cooper ativas e dos
colect ivosdet r abal hador es,massóaf av ordoEst adooude
out raspessoascol ectivaspúbl icas, aut ar quiasoui nst i
tucionai s.
Acr esce que a expr opr i
ação se di sti
ngue cl ar ament e da
naci onal izaçãoquant oaosr espect i
v osf undament osi deol ógicos.
Efect ivament ecom anaci onal izaçãov isa-sel imi tarampl ament e
opapeldapr opr iedadepr ivadaenquant of undament odaor dem
económi ca.Anaci onal izaçãoest áv incul adaaumaconcepção
progr amát ica i deol ogi co-pol ít
ica da pr opr iedade públ ica e
«naci onal »dosbensdepr odução, nomeadament edasempr esas,
enquant o queaexpr opr i
ação assent aem r azõeseconómi co-
soci aisdeí ndol epr agmát icaque,em cer tascondi ções,exi gem
que se ponha t ermo à pr opriedade pr ivada de cer tos bens,
nomeadament eàdat erra.
O quesepr et endecom anaci onal izaçãoél ev aracaboum

37
progr amadeal teraçãomai soumenosr adi
caldasest ruturasde
propr i
edades dos bens de pr odução.A expr opr i
ação é uma
simpl esmedi dapr agmát icadeat enuaçãodoi ndi vidualismoedo
puroi ndi vidualismoeconómi cos.
A expr opr i
ação dá sempr el ugar ao pagament o de j ust a
i
ndemni zação, cuj ocr i
térioal eiescl ar ece.
Ora a naci onal i
zação,nem sempr e compor t a o pr i
ncípio da
i
ndemni zaçãoemui tomenosporum v al
ori dênt i
coaoqueé
cont abilizadopar aef ei
tosdeexpr opr iação.
Aexpr opr iaçãonamedi daem quei mpl icaar eposi çãoaf avordo
ti
tular do bem expr opr i
ado de um v alor ao menos
tendenci alment ei dênticoaopr ópr i
obem expr opr iadonãoéum
i
nst rument o apt o, ao i nvés da naci onal ização, a al t
er ar
radical ment ear epartição soci aldos bens de pr odução.A
expropr i
açãonuncaéum i nstrument or evoluci onár io.
Formal ment eadi stinçãoécl ara;aexpr opriaçãoéconsequênci a
deact oadmi ni
strativoeanaci onalizaçãodeum act olegislati
v o.
A naci onal i
zação di st
ingue- se,ai nda,da r ev er são que se dá
quando,poref eit
odeext inçãodecer t
oor gani smooupessoa
colect iva,opat r i
móni odapessoaext intar ever tepar aoEst ado.
Damesmaf orma, nãosepodei dent ificaranaci onal i
zaçãocom o
resgat edeconcessão, queocor requandooent epúbl icor etoma
agest ãodi r
ect adeum ser vi
çopúbl icoconcedi doant esdef indo
opr azoporf orçader azõesdei nter essepúbl ico,pagandouma
j
ust ai ndemni zação.
A naci onal i
zação di stingue- se,i gual ment e,do conf isco,que
consi stenaapr eensãoeper daaf av ordoEst adodet odoou
partedopat rimóni odoagent edeumai nf
racçãosem quehaj a
l
ugaraqual queri ndemni zação.

AAdmi
nist
raçãoEconómica
AAdmi
nist
raçãoEconómica:v
áriasfacet
as
AAdmi
nist
raçãoem sent
idoorgânicoeem sent
idomat
eri
al

A activ
idadedi r
igidaàsat i
sfaçãodasnecessi dadescolecti
vas
dos ci dadãos ( gestão públ i
ca) chama- se, em di rei
to
admi ni
strat
ivo,admi nistr
açãopúbl i
caem sent idomat eri
al(ou
objecti
vo).
Quando est a acção se ci rcunscreve à esf
era da activi
dade
económi caf al
a-se,def ormamai sr est
rit
a,em admi nist
ração
económi cadoEst ado( em senti
domat eri
al)
.
Enquanto act ivi
dade, a admi ni
str
ação económi ca t em-se

38
caracterizadoporum al argament odasár easder egulação( em
detri
ment odai ntervençãodi recta)e,em si mul tâneo,poruma
compl exidadecr escentedasf ormaset écnicasusadaspar ao
efei
to.
Aconduçãodessaact i
vidader equeraexi stênciadeum apar elho
i
nstitucionalcom capaci dadepar at omardeci sões, ger i
reapl icar
os recur sos necessár ios.Est e apar el
ho é a Admi ni
stração
económi cadoEst adoem sent idoor gâni
co( ousubj ecti
vo).Est a
i
ntegr a,assim ór gãosei nsti
tuiçõesdaadmi nistraçãopúbl i
ca
queav ár i
osnív
eis, t
erri
tori
aisouf unci
onais,est udam, prepar am,
emitem ouexecut am asdeci sõeseconómi casdoEst ado.

Admi
nist
raçãoest
adual
,regi
onal
elocal
.

Naest ruturadaAdmi nist


raçãoeconómi cadoEst ado,aexempl o
da Admi nist
ração Públ ica em ger al,há que di sti
nguira
admi nistração estaduale asadmi ni
straçõesdescent ral
izadas
i
nf r
a-est aduai
s( admi nist
raçãoaut ónomast er
rit
ori
ais,comoas
regiõeseasaut arquiasl ocais).Asadmi nist
raçõesr egi
onale
l
ocalpossuem ser vi
çosecompet ênciaspr ópri
as,t ambém de
í
ndol e económi ca, nat uralment e circunscr i
tos a sua ár ea
terr
itori
al ,não estando suj ei
tas a qual quert i
po de cont r
olo
hierárquicoporpar tedoGov ernooudaadmi ni
straçãocent r
al,
masapenasamer atutelaadmi nistrati
va.

Aadmi
nist
raçãoeconómi
cadagui
neense

Acoor denaçãogl obaldoGov ernoedaadmi nistr


açãoeconómi ca
cabe sempr e ao Pr imeiro- ministr
o,o qualé mui t
as v ezes
assisti
do nessa f unção por um Consel ho de Mi ni
stros
especializadosar ti
go100, nº2“podem sercr iadosConsel hode
em raz ãodamat éria”.
Nov érticedaadmi nist r
açãoeconómi casitua-seoGov erno.
Compet e-l
he,dir
igirosser v içoseaact i
vi
dadedaadmi nistração
dir
ectadoEst ado, super int
endernaadmi nistraçãoi ndi
recta.
OGov ernoenglobaum núcl eov ar i
áveldemi nistroscom f unções
económi cas.
O Mi nistéri
o das Fi nanças ocupa nor malment e da economi a
numaper spect
ivagl obal( macr oeconomi a)
,namedi daem que
l
he compet e um papel det erminante na pr eparação do
Orçament oenocont rolodasuaexecução.
Osdepar t
amentosr esponsáv eispel oOr çament oeoTesour o

39
exer
cem, de f act
o, um cont rol
o signi
fi
cat
ivo sobr
e as
i
nter
vençõeseconómicasef
inanceir
asdoEst
ado.

AAdmi
nist
raçãodi
rect
aei
ndi
rect
a

Cent r
andoaat ençãonaAdmi nistraçãoest adual ,estapodeser
dir
ect a ou i ndi rect a.A base da admi nist ração di rect aéa
admi nist ração cent ral ,si stema i ntegr ado de depar tament os
(ministér ios,secr etar iasdeEst adoeassuasdependênci as)de
queoGov ernoéoór gãosuper ior,cabendo- lhedi rigi
rosser vi
ços
eaact iv i
dadedaadmi nist
r açãodi rect adoEst ado,aquem cabe
execut aras pol íticas poraquel e def ini das.A admi nistração
dir
ect ai ncl uiaindaf or masdeadmi nist raçãodesconcent rada.
A desconcent ração t raduz- se no « descongest ionament o da
compet ênci adosór gãoseser viçosadmi nist rativossupr emosdo
Estadoem benef íci odeór gãoseser vi
çosper i
féricosoul ocai s»
ousi mpl esment ei nf er i
ores( porexempl o,asdi recçõesr egionai s
dedi f
er ent esmi nist ériosnãoper sonal izadas) .
Aadmi ni straçãoi ndi rect a(oumedi at a)éaquel aqueéconf i
adaa
estruturasdot adasdeper sonal idadej ur ídicaegr auv ariáv elde
autonomi aadmi ni strat i
v a(porexempl oi nst itutospúbl icos) .Mas
seest eéonúcl eoessenci aldaadmi nist raçãoeconómi cado
Estado( aquel equepossuinat urezaexcl usi vament epúbl ica),a
verdadeéque,porf or çadasnov asf or masdei nterpenet raçãoe
equilí
br ioent reopúbl icoeopr ivado, seassi steàemer gênci ade
outrosagent esdeadmi nistraçãoeconómi caque,i ntegr adosno
Estadooupar cialment esoboseucont rolooudi recção, possuem
natureza hí brida ou at é pr i
vada quant o à composi ção,
organização,mét odos de di r
ecção e f or ma j urídi
ca.Assi m
sucedequando, porexempl o, ent i
dadespr ivadassãoassoci adas
at aref as de admi nistração públ ica,mas v ezes sob si mples
formadei nfor maçãoouconsul t a(admi ni straçãoconsul tivae/ ou
concer tada) ,out rascom f unçõesexecut iv aspordel egaçãode
poder espúbl icos( admi nistraçãodel egada) .

Car
act
erí
sti
casger
aisdaadmi
nist
raçãoeconómi
ca

Aadmi
nist
raçãoeconómi
cacompar
ti
lhadascar
act
erí
sti
casda

40
Admi nistração Públ ica em ger al, mas t ambém apr esenta
algumasespeci fi
cidades.
O exer cíciodasf unçõesdaadmi nist
raçãoi mpl icaopoderde
i
mporas suas deci sões aos ci dadãos.Pori sso susci ta um
problemadel egal idade, i
stoé, deconf ormidade( edecont r olode
confor midade)dar espect i
vaact uaçãocom al ei.Opr incípioda
l
egalidadedaadmi nistração éum pr i
ncípi oi ntegrantedeum
EstadodeDi rei tof undadonumaconst i
tuição,nasepar açãode
poder esenor espei todosdi reitosegar antiasdosci dadãos.Est e
éol i
mi tef undament aldaact uaçãodaadmi nistração.
Aconst it
uiçãodaGui né-Bissau,est abelecenoseuar ti
go8,nº1
«oEst adosubor dina-seàconst ituiçãoebasei a-senal egal i
dade
democr áti
ca» .E nº 2,do mesmo ar ti
go acr escenta que « a
vali
dadedasl eisedosdemai sact osdoEst adoedopoderl ocal
dependedasuaconf ormi dadecom aconst ituição» .
Todav ia,par aact uarcom ef ici
ênci a,aadmi nist raçãor equerum
certogr audeaut onomi aedi scr i
cionar i
edadenadeci são,sej a
quant oàopor tunidade,sej aquant oàf orma,out ambém quant o
aopr ópr i
osent idodadeci sãoadmi nistr
ativa.Háumamar gem de
l
iberdadequedev eser -
lheaut orizada, embor asempr edent rodos
l
imitesdal ei,ousej a,«vinculada» .
Em ger al,pode di zer-se que a admi nist ração económi ca é
caracterizadaporumai mpor tantedosededi scr icionari
edade.

Pl
anosEconómi
cos

O concei t
o do plano desenv olveu-secom o apar eciment o de
novosi nstrumentosder acionali
zaçãodaact uaçãodoEst ado,
fundament almenteocor ri
docom ai ntensif
icaçãodai ntervenção
doEst adoecom aadmi nistraçãoracional quetendeai nstalar-se
aolongodosécul oXX.
Em t ermosger ai
s,ospl anoseconómi cospodem serdef ini
dos
como document os apr ov ados pel os poder es pol í
ti
cos
compet entes,quesedest inam aanal i
saraspossi bilidadesde
evoluçãodasi tuaçãoeconómi ca,adef i
nirumaor i
ent açãopar a
essaev oluçãoeapr ocur ardi r
igirossuj ei
toseconómi cosno
sentido de cooper arem par a a r ealização dos obj ectiv
os
estabelecidos.
Com basenest adefinição,épossí velident i
fi
cartrêsel ementos
essenci aisdosplanoseconómi cos:
-apr evisãoeconómi ca.opl anoconst i
tui,antesdomai s,uma
tentativ
adecal cularqual ser áaev oluçãopr ováveldaeconomi a.

41
-af ixaçãodeobj ecti
v os.Ospoderespol í
ti
cos,nost er
mosem
que a const i
tuição e demai s legisl
ações est abeleçam,
determinam certosobj ecti
vosaalcançar.
-aescol haeaor denaçãodosmei osnecessáriosparaatingiras
met asdefini
das,sel eccionandoopl anooconj untodasacções
consideradasindispensáv ei
sparaalcançarosobjecti
vos.

Car
act
erí
sti
casdopl
anoeconómi
co

1ªopl anoéum act oj urídicov i


ncul ativoapr ovadopel osór gãos
políticos;
2ªopl anoéum act ouni lat
eral,nãobi l
ateralemui tomenos
cont ratual;
3ªopl anoéum document oquet em umadur açãol imitadano
tempo;
4ª o pl ano t em por obj ect o def inir ou enquadr ar o
compor tament odosór gãosdoEst adoedospar ti
cularesem
deter mi nados sect or es ou ár eas,podendo i ncluirf ormas de
i
nf l
uenci arocompor tament odosagent eseconómi cos.
Opl anoéum document oque,deal gumaf orma,sesi tuaent rea
mer ai dei adeor denaçãodaeconomi aeaat ri
bui çãodedi reitose
dev eresasuj ei
tosconcr etos.
Trata- se,assi m,de i nstrument o que pode serconsi derado
compr omi ssóri
oent reessesdoi sext remos:amer aor denação,
porum l ado, eaatri
bui çãodedi reit
osedev eres,porout r
o.
Ai dei adepl anoseconómi cosnascei nicialment enaseconomi as
soci ali
st as,comoconsequênci adacol ect i
v i
zaçãodospr incipais
mei osdepr odução,oquei mpl i
caoabandonodasr egrasdo
mer cado,oqualdei xadepoderdef inirosní veisdepr odução,o
ti
podebensapr oduzi r
,asquant idadeseospr eços, comoocor re
naseconomi ascapi t
al i
stas.
Opl anoeconómi cot em, ent ão,af unçãopr imor dialdeassegur ar
adi recçãocent raldaeconomi adef inindor egrasi mper ativ
aspar a
osagent eseconómi cos.
O pl ano é,consequent ement e,v i
ncul ativo par a os agent es
económi cos públ i
cos é, na medi da em que só mui to
residual ment e se podem encont rar pequenas par celas de
actividadeeconómi caquenãoest ejam est ati
zadas,t endeaser
aplicadoat odaaact iv i
dadeeconómi ca.

Anat
urezaj
urí
dicadopl
ano

42
A cont est ação da nat ur eza j urídi ca do pl ano f oif ei t
a com
especi alv i
gornadout rinaf rancesaquet endeuaconsi der a-lo
como um mer o act o t écnico ou de pol ítica gov ernat iva,
entendendonãoset rat ardeum i nst rument oj urídicomas, tão- só,
deum act opol ítico.
Nãoseencont r
ar iaaquiascar act er ísticasnor mai sdeum act o
j
ur í
dicoe,desi gnadament e,acr iaçãodedet er mi nadosdi reitose
obrigaçõesnaesf eraj ur ídicadeum suj eitodedi reito.
Pertinent ement e,GomesCanot ilhoeMar celoRebel odeSousa
notam queset rat adeumal eidupl ament er efor çadapori nt egr ar
odomí niodar eser vaabsol utadaAssembl eiaei nserir-
seat éna
zonapr imor dial dessedomí nio.
Umapr imei ralinhapossí v elpar adef enderanat ur ezamat er i
alda
l
ei dopl anoéaquel aqueésegui daporMar cel oRebel odeSousa,
que sust enta que se t rata de “ uma l eimat eri
alde t ipo
estrutur ant e,j á queacr escent a à mer ai ncl usão deum mi ni
progr ama económi co- soci al par lament ar de gov er no uma
naturezadepr oj ectonaci onalgenér icoeabst ract odeal teração
dasest rut uraseconómi co- sociais” .
Out r
al i
nhapossí veléadeManuelAf onsoVaz,queacent uaa
existênci adedi sposi çõesdopl anoquet êm car áct erobr i
gat ór io
pelomenospar aosagent espúbl icosqueasdev em execut ar .
Écer toque,cont raoar gument odaobr igat oriedade,sepodem
l
ev ant arduasobj ecções:ai nexist ênci adesançãonocasodeas
normasnãoser em cumpr i
daseaf lexibili
dadeemobi lidadedo
plano, suj ei t
oaf requent esr evisões.
Porum l ado, aexi stênci adeumanor maj ur í
di canãoseconf unde
com acoer cibili
dadedessanor ma,porout r
o,aausênci ade
sançãoécar act erísti
caf requent edodi r
eit oeconómi co, como, de
resto, sucedenout rosr amosdodi rei tomai sest rut urados.
Também aal egadapossi bi l
idadeder ev isãodopl anoeasua
fl
exibi l
idade não par ecem const i
t uir ar gument os r elev ant es,
porquenat uralment enãoi mpl i
cam que, acadamoment o, senão
dev av erif i
carocumpr i
ment odopl anot al comoel eexi ste.
Aconsi der açãodopl anocomoumal eiem sent i
domat erialnão
i
mpl icaquenãosel her econheçaum car ácter“ suigener i
s” ,uma
vez que,como assi nal a ManuelAf onso Vaz,exi ste uma
j
ur i
cidadedi rect aei medi ataem r elaçãoaoEst adoemer ament e
i
ndi r
ect apar aasent idadesi ndependent esdoEst ado.

Daexecuçãodopl
ano

43
São apont ados t rês t ipos de medi das essenci ais de
concr etizaçãodopl ano:
-Medi dascoer civas;
-Medi dasdeest i
mul opsi cológico;
-Medi dasdeconcessãodei ncentivos, querset r
atedei ncent i
v os
gerais, quersect or i
ais.
Comoopr ópr ionomei ndi ca,medi dascoer ci
v assãoapl i
cadas
em f unçãodaexi stênci adecer tasr egr asquecr iam l imi tesà
activi
dadedosagent eseconómi cos.
Nãoéopl ano,em si ,queconst i
tuiumar egr acoer civa,mashá
determi nadas r egr as,porexempl o,as r elativas à fixação de
preços, quepodem serut ili
zadasdur ant eaexecuçãodopl ano.
Estímul os psi col ógi cos são medi das que v isam,t ransmi tirà
sociedade as v ant agens r esultant es da pr ossecução dos
objectiv os def inidos, at ravés de uma campanha hábi l
,
designadament enosmassmedi a.
Finalment e,asmedi dasdeconcessãodei ncent i
vosconsi stem
naat r i
bui çãodedet er mi nadasf or masdeapoi oeconómi co,a
agent es económi cos pr ivados,que acei t
em coor denara sua
activi
dadeem f unçãodopl ano.
Falandodasmedi dascoer civas,est esi stemacar acteriza- sepor
existi
rem v árias modal idades de pr eços,que de segui da se
enunci am, ai nda que sej a pat ent e a t endênci a par a a
l
iberalizaçãoeor ecur socadav ezmenoraest et i
podef i
xação
admi nist rativ aquel ev ant apr oblemasaumaeconomi aliv re:
-Ospr eçosmáxi mos, apl icadosadet ermi nadosbenscuj ov aloré
fi
xado nos v ários est ádios de pr odução não podendo ser
ultr
apassados;
-Ospr eçosdecl ar ados, quecor respondem aoscasosem queos
produt or es são obr i
gados a comuni carà Admi ni
stração os
preçosquedesej am pr at i
car ,fi
candoest acom af aculdadedese
l
hesopor ;
-Ospr eçoscont r atados,quer esul tam deum acor do ent r
eo
Gov erno easpr i
nci pai sent idadesdedet ermi nado sect orno
sentidodeser em pr at i
cadosdet erminadospr eços;
-Ospr eçosoumar gensdecomer cializaçãof ixadas,casosem
queseadmi te,em cadaest ádi odapr odução,queopr odut or
possaapl icarumamar gem mí ni
ma;
-Ospr eçosv i
giados,quesãoospr eçosdeumasér iedebens
comuni cados à admi nist r
ação económi ca af im de que est a
mant enhaal gum cont rolosobr eaev oluçãodessespr eços;
-Ospr eçosl i
v res, quef unci onam em r elaçãoaosr estant esbens.

44
Apr áticadepr eçosquecont r
ar i
em essasr egrasdáor i
gem ao
cri
medeespecul ação.
Admi ti
ndoquecadaagent eeconómi coactuanomer cado,com
vi
staamaxi mizaro seupr oveitoindivi
dual,hádet erminadas
ci
rcunst ânci asem queo Est ado dev eapoi aressaact ivi
dade
i
ndividual ,doqualpodem r esultarmel hor
esní veisdesat i
sfação
geral.
OEst adoact ua,assim,mui t
asv ezes,pelaatribuiçãodeauxí li
os
públi
cos,quecor r
espondem af ormasdeconcessãodeapoi o
dir
ecto que,em t eoria,cor r
espondem à sat i
sfação de um
i
nteressedeor dem ger al.
O aux í
liodoEst adopoder evestir
-sededi versasmodal idades,
estabelecendo- se a di st
inção f undamentalent re subv enções
fi
nancei rasesubv ençõesfiscais.
Quant o aos mecani smos de cr édito,elas cor respondem à
concessão di recta de empr ésti
mos, à boni f
icação de
empr éstimosconcedi dosouàconcessãodegar ant i
asporpar t
e
doEst ado.
Noquer espei taàssubv ençõesdenat ur
ezaf iscal,elassãode
naturezaai ndamai sv ari
ada,cor respondendo,deumamanei r
a
geral,asi tuaçãoem queoEst adoseabst ém det ri
butar .

Empr
esapúbl
i
ca,
noção

Anossaor dem j urídicaconsagr aumanoçãol egaldeempr esa


pública.
Odi plomaf undament aléoDecr etonº55/ 93de25deOut ubro,
publicadonoBol etim Of icialnº43de25deOut ubrode1993.
Assim, segundooar t
.1ºdef i
neasempr esasdecapi t
aispúbl i
cos,
asempr esascr iadaspel oEst adocom capi t
aispr ópr i
oseou
fornecidosporout rasent i
dadespúbl icaspar a expl oração de
activi
dades de nat ureza económi ca e soci al
,desde que não
sejam const i
tuí
dassobaf ormadesoci edadesem conf or midade
com al eicomer cial.
Assim podemosconcl ui
rqueempr esasdecapi taispúbl icossão:
Ascr iadaspel oEst adocom capi tai
sf orneci
dospel oEst adoou
outras entidades públ i
cas,e,nat ural
ment e,par a expl orarem
activi
dadesdenat urezaeconómi caousoci aledesdequenão
sejam constituí
dassobaf ormadesoci edadescomer ciai s.
Asempr esaspúbl icasdi f
er em dasempr esasnaci onalizadas.As
empr esasnaci onal i
zadas,sãoaquel asque,j áexi stindocomo
reali
dadesempr esar i
ais,foram dir
ectament eobj ectodeum act o

45
legisl
ativ
odenaci onalização.
As empr esas públ icas são pessoas col ect
ivas de nat ureza
empr esarialedeor i
gem i nstit
uci onalousej a, i
nstit
uí dasporact o
deaut ori
dade.
Efectivament eaper sonal i
dadej urí
dicadedi rei
topúbl icoassume
face ao nosso di reito uma i mpor tânci a essenci alpar aa
caracteri
zaçãodaf i
gur ajur í
dicadaempr esapúbl i
ca,poi squeo
acto de naci onalização t ev e poref eito a desapr opr i
ação da
universali
dadequeéaempr esadesdel ogo do seuact ivoe
passivo,ext ingui ndo consequent ement e a sua per sonalidade
jurí
dicadedi reitopr ivadoecr i
andoem subst i
tuiçãoumanov a
pessoaj ur í
dicapar aquem t ransferi
uat itulari
dadedosbense
direit
osi ntegradosnor espect i
vopat rimóni o;ocar áct erpúbl i
co
daempr esadependedasuat i
tulari
dadeporum ent epúbl i
co.As
empr esaspúbl icasdi stinguem t ambém dosi nst i
tut ospúbl i
cos
como mei o de desconcent ração da admi nistr
ação públ ica.
Dispondo de aut onomi a admi nistrativa e f inanceira e
frequentement edot adosdeper sonalidadej urí
dica,di sti
nguem-
se das empr esas públ icas por não desenv olv erem uma
activi
dadedi r
ect adeex ploraçãoeconómi caousoci al,peloque
nãodi spõem decapi t
alpr óprionem seest rut
uram ef uncionam
sobaf ormaempr esar i
al.
Asempr esaspúbl i
casdi f
er em dasempr esasousoci edadesde
economi a mi sta,empr esas que associ am capi tais públ i
cos e
pri
vados.

Per
sonal
i
dadej
urí
dicaar
t.2º(
per
sonal
i
dadeecapaci
dade)

Todasasempr esaspúbl icast êm per sonal idadejurídi


ca,di sti
nta
portant odadoEst adoe,ev i
dent emente,umanov aper sonalidade
j
urídicaem r elaçãoàsent idadespr i
vadasaquepor venturat enham
sucedi do.
A capaci dade j urí
dica de cada empr esa públ ica mede- se,em
concr eto,peloseuobj ecto.
O obj ecto das empr esas públ i
cas consi ste na expl oração de
acti
v i
dades de nat ureza económi ca ou soci al e const a
obrigat ori
ament edosr espectivosestatut os.
A empr esa públ i
ca é uma pessoa col ectiva públ
ica aut ónoma
rel
ativament eaoEst ado.Di spõedeper sonal idadeprópr i
a.
Não hav endo per sonalidade j urí
dica aut ónoma, a act i
vidade
empr esar ialseriasempr eexer ci
dapel aent i
dadepúbl icaest atalou
l
ocal ,pel o que se conf igurari
a sempr e como uma act i
vidade

46
acessór iar elat i
vament e à act i
vidade gl obaldo Est ado ou das
autarqui as.
Aper sonal idadej ur ídicaaut ónomaéassi m condi çãoi ndispensáv el
paraqueaact ivi
dadeempr esarialpossaserconf i
guradacomoa
acti
v i
dade pr incipalda ent idade e a par t
irdaiconst ruirem t al
confor mi dadeor espect ivor egi mej urídico.
Aconcessãodeper sonalidadej urídicat razat rásdesi ,comoseus
corolários, aper sonal idadej udi ci
ár i
apl ena, ar epresentaçãoat r
avés
deór gãospr ópr i
oseaaut onomi apat rimoni al.
Acapaci dadej urí
dicadedi reitopr ivadodasempr esaspúbl icasnão
div
er gedacapaci dadedaspessoascol ectivaspr evistanocódi go
ci
vil.Vigor apar ael asopr incípiodaespeci ali
dade,nost ermosdo
qualnãopodem pr at i
caract oscont rár i
osaosseusf ins,medi ndo-se
poisacapaci dade, em concr eto,peloseuobj ecto.
O obj ectodaempr esapúbl icaésempr edef inidoespeci fi
cament e
pelalei, nem out r
acoi sasecompr eender ia, poisqueel aexi stepara
odesempenhodeumaf unçãodei nt er
essepúbl i
co.Esteobj ect

um l imi te à sua compet ênci a,sendo nul os t odos os act os e
contratospr aticadosecel ebr adospel aempr esaquet r
anscendam
oucont rari
em oseuobj ecto.
A capaci dadej urí
di cadedi r
eitopúbl icoéaquel aqueal eilhes
concedeaodet ermi narasuacompet ência.

Aut
onomi
aadmi
nist
rat
iva

A aut
onomi aadminist
rati
vadasempr esaspúbl i
cassignifi
caque
podem prat
icaract
osadmi nist
rat
ivosdef init
ivoseexecutór
ios,que
écomoquem di z,quedosact ospr aticadospelosór gãoseno
âmbit
odassuascompet ênciasnãocaber ecursohi
erárqui
co,mas
sócontenci
osoparaost r
ibunai
sart.55º,nº 2.

Aut
onomi
afi
nancei
ra

Significaaaut onomi afi


nancei
radasempr esaspúbl icasqueel as
dispõem deum or çamentopri
vat
ivo,porelaselabor adoeapr ovado.
Esteor çamentonãof azpart
eintegrantedoOr çament oGer aldo
Estado nem sobr e el
e inci
de qual quer act o de apr ovação
parlament ar.
Porest arazãotem aempr esacompet ênciaparacobr arasreceit
as
prov enientesdasuaact i
vi
dadeouquel hesej am f acult
adasnos
termos dos est atut
os ou da lei
,e par ar eali
zaras despesas
i
ner ent esàprossecuçãodoseuobj ect
o.

47
Aut
onomi
apat
ri
moni
al

Signifi
caest epr i
ncípi
oquepel asdí v
idasdasempr esasr esponde
apenas o r espectivo patri
mónio,excl ui
ndo os bens do domí nio
públicosobadmi nistr
açãodaempr esapúblicoart.
34º ,nº4.Pel as

v i
dasdaempr esanãor esponderi
anuncaopat r
imóniodoEst ado
porqueel atem personalidadejurí
dicaautónoma.
Aaut onomiapat ri
moni aléassi m consequênciadaper sonali
dade
j
ur í
dicaprópri
a.

Cr
iaçãoeext
inçãodasempr
esaspúbl
i
cas

Asempr esaspúbl
icassãocr iadaspordipl
omadoGov er
noar
t.4º,
nº1esóseext i
nguem poriniciat
ivagover
nament
alporvi
adeci
são
oufusãocom outr
asart.47º,
nº 1.
Aextinçãoédacompet ênci
aexcl usi
vadoConselhodeMini
str
os
ar
t,
48ºepormei odedecr et
o.

Osi
stemadecont
rol
oar
t.31ºpel
oGov
ernoar
t.
33º

Gestãoeconómi cadeempr esas


Or egimedegest ãoeconómi cadaempr esapúbli
caconstadalei.A
sual ógicaor i
ent adoraéadar entabi
li
dadeeconómica,adol ucro,
nasmesmascondi çõesdequal querempresapri
vada.
Nestaper specti
v anãodev eaempr esasergeridacom baseem
cri
tériosdepr ior i
dadepol í
tica,nem acust adedisponibi
l
idades
orçament ais.
Ospr i
ncípiosbási cosdegest ãodasempr esaspúbl
icassãooda
economi cidade, odaef iciênciaedepl aneamento.
Opr i
ncipiodaeconomi cidade

Opr incípiodaeconomi cidadeexi geol ucroempr esari


alousej a,o
excedent e.Ospr eçospr ati
cadospel a empr esa dev em serpoi s
super i
oresaocust o.
Ol ucroempr esari
aléar egr aeosubsí di
oàexpl oraçãoaexcepção.
Ar entabi l
i
dadeeconómi capenet radentrodor egimedaempr esa
pública,mesmodaquet em aseucar goser vi
çospúbl i
cos.
Ol ucrot em um desti
nol egal.Deveassegur aroaut ofi
nanciamento
daempr esa,demodoanãooner araempr esaatrav ésdor ecur
soao
créditoer emunerarocapi tali
nvesti
do.

48
Opr
inci
piodaef
ici
ênci
a

Atravésdestepri
ncipiofi
caaempr esaobr i
gadaaacomodarasua
gestão económica a um apr ov eit
ament or aci
onaldos mei os
humanosemat er
iaisdequedi spõe,mi ni
mi zandooscust osde
produção,demodoapoderr espondernamai orescal apossívelas
necessidadesdequepr opõesatisfazer.Trata-
sedeum cor olári
odo
pri
ncípi
odaeconomi ci
dadequev isacriarascondi çõesparaquea
rentabi
li
dadeempresarialsej
apossí vel
.

Opr
inci
piodepl
aneament
o

Através dest e pr i
ncípio dev e a empr esa públ ica perspect i
var
racionalment easuaact uaçãoqueranualqueramédi opr azo,assim
esclarecendoasuadeci sãoeconómi caquot i
diana.Nãosepr etende
com est epr i
ncípiosubst i
tuirosmecani smosdemer cadoporuma
met odologia diri
gista e cent r
alizada da deci são económi ca.A
empr esadi spõedei nteir
al i
berdadedegest ão,comoj ásedi sse.
Pretende-se t ão-
só que os ór gãos di r
ectiv
os se habi tuem a
perspectivarasuadeci sãoeconómi caamédi opr azodeacor do
com a ev olução da conj untura,assi m cont r
ibuindo par a o seu
esclareciment o.
Signifi
caistoqueal eirequerpar aaempr esapúblicaumaest ratégia
económi caanual edemédi oprazo.

Concer
taçãoeconómi
co–soci
aleocont
rat
ual
i
smoeconómi
co

Aspect osGer ais


Apassagem par aestaf or
madeEst adoquepr ocurao“ di
álogo”ea
“concer t ação”com os agent es pr i
vados r epresenta mai s uma
viragem no l ongo pr ocesso deal t
eração dasr elaçõesent reos
uni v
er sospúbl icoepr i
vado.
Seconsi der
ar moscomopont odepar tidaosEst adosl iber
aisde
direito,encont ramos uma pr ofunda di sti
nção ent re Estado e
Soci edade,que são concebi dos como r eali
dades t otalment
e
distintas.Ai ntervençãoest atalapenassej ust
ifi
canossect oresem
que se r ev ela absol utament e necessár ia par a o nor mal
funci onament odasoci edade.
Cria-seumal ógicaem queháumapr ofundadi sti
nçãoent reesfer
a
públ i
caeapr ivada.Est adist
inçãoél evadaapont osext remos,que
conduzem ài deiadequehái nstr
ument osdeacçãot otalment
e
diferent esem cadaum dessesuni versos.

49
Assi m,oi nst r
ument odeacçãonor maldosect orpúbl icoser i
aal ei
–f ormadecomando uni l
at eralporexcel ênci a,enquant o queo
sect orpr ivado t eria como i nst rument of undament alpar a a sua
activ i
dadeocont ratoqueper mi tiri
aaospar ticul aresor ganizar em,
damel horf or ma, eem pl enal iber dade, assuast rocas.
Oi deár i
ol i
ber al sur ge, assim, associ adoaduasi deiasf undament ais:
adequeoEst adonãodev ei nt ervirnaeconomi aeadequeo
Estado dev er et irar-se dos sect ores onde ant erior
ment e est av a
present e.
A passagem par aoEst adoi nter venci oni stat ev ecomor esul tado
essenci aluma pr ofunda al ter ação do papeldo Est ado na v ida
económi ca, passandoaent ender -sequeoEst adot em dei nter virde
formaact ivasobr eapr ópr iasoci edade.
OEst adopassaat erumaconcepçãodaqui loqueédesej ávelpar aa
evol uçãodassoci edades.
Subj acent eài nt er vençãodoEst adoest á,necessar i
ament e,uma
deter mi nadaconcepçãoeconómi casoci al.
Par ecepoderaf i
rmar -sequeoEst adoi nter v enci onista,ouoEst ado
deBem- est ar,éum Est adoi nspi radonumai dei aét i
caf undament al
queéadequeaper tençaaumacol ect ividadepol íticaesoci al
garant e,porsisó,oacessoaum conj unt odebensf undament aisa
quet odost êm di reito.
Par aapr ossecuçãodessesobj ect i
v os,oEst ado,quedei xadeser
i
ndi fer enteàsquest õesdedi stribui çãoder i
quezaent reosgr upos
soci aisemesmoent reasr egi ões,v ê-sef or çadoaumai nt
erv enção
prof undadaeconómi aqueset raduznof enómenodepubl icização
dodi reitopr ivado.
Se o i nterv encioni smo est adualse t raduz,essenci alment e,na
i
mposi çãodepr ofundoscont rol osàl iber dadedai nici
at i
v apr i
v adae
namul tipli
caçãodasnor masi mper ativasquev ãol i
mi taropr ínci pio
daaut onomi acont r
at ualpr ivada,nem pori ssosepodei gnorarque
of act odeoEst adoseapr oxi mardaact iv i
dadeeconómi caov ai
l
ev ara l ançarcr escent ement e mão de i nst rument os de di reito
pri
v ado.Ousej a,àpubl icizaçãododi reitopr i
v adonãopodedei xar
desecont raporumacer tapr ivat izaçãododi reitopúbl ico,ou,pel o
menos,a pr i
vat i
zação da act i
v idadeeconómi ca do Est ado,que
surge a cr i
arempr esas que v ão act uar ,t endenci al ment e,de
harmoni acom odi reitopr i
vado.
OEst adot ende,com ef eit
o,ai nv adirzonasdeact uaçãocadav ez
mai sampl asmas,aomesmot empo,t endeapr escindi rdosseus
i
nst rument ost i
pi cosdeact uaçãouni l
at eral.
Daquinasceumasi tuaçãocom al gunsf act or esdeambi guidade, na

50
medida em que o Est ado,embor ar ecorr
endo mui t
as v ezes a
i
nstrument osdeact uaçãoqueseapr oxi
mam dospr i
vados, mantém
-se numa posi ção de di recção da economi a e cont i
nua a
desenvolverumaacçãomar cadament euni
lat
eral.
Defacto,or ecursocrescenteaf ormasdedi r
eitopri
vado, nãoexcl ui
apossi bi
l
idadedeque,em cer tosenti
do,oEst adointervencionist
a
possacompor taror i
scodar eduçãodasl i
berdadesi ndi
v i
duais,na
medidaem queadef ini
çãodeobj ecti
vosquecar acteri
zaoEst ado
i
ntervenci
onista pode impl i
caruma compr eensão excessi va dos
espaçosdel iberdadeindivi
dualoudegr upo.

AProcuradeNov
asFor
masdeRel
aci
onament
oent
reoEst
adoea
Soci
edade

Aomesmot empo,asv icissitudesdosEst adosdeBem Est arSoci al


eacr escent edi ficuldadeem encont rarum ampl oacor dosoci alem
quesepudessebasear ,tantomai squant oem mui tassi tuaçõesse
ver ificouqueel et endiaapr i
vi
legiardet erminadascamadascom
especi alpoderr ei vi
ndicat ivo,vail evaraquesepr ocur em nov as
for masdeenl aceent reoEst adoeaSoci edade.
Tr at a-se de sol uções que não i mpl icam o abandono de uma
presença act iv a do Est ado,enquant o agent er eguladorda v i
da
económi ca,masquepr etendem apr oxi maropoderdedeci sãodos
cidadãos.
At ent ati
v adeat enuarauni l
ateralidadedaact uação do Est ado
traduzi u-se,desi gnadament e,nor ecur soaf ormasdedi álogocom
osagent esr epr esent at i
vosdaact ividadeeconómi ca,conheci das
pordi versas desi gnações,mas que,ent re nós,t endem a ser
ref er i
das pel o gal ici
smo economi a concer tada,r efl
ect i
ndo a
desi gnaçãoquesedesenv olveuem Fr ançaapar ti
rdapubl i
caçãodo
l
iv rodeFr ançoi sBl och–Lai nè:Àl aRecher ched’uneÈconomi e
Concer tèe.
Qual querque sej a sej a a desi gnação ut i
li
zada,aqui lo que se
pret ende pôrem ev i
dênci a é que o Est ado abdi ca de f ormas
pur ament euni lt
er aisdeact uaçãopar apr ocurarassoci aràssuas
deci sõesosci dadãosou, pelomenos, osor ganismosconsi derados
repr esent ati
v osdosi nteressesexi stent esnasoci edade.

AEconomi
aConcer
tada

Nessar
edef
iniçãodequadrosentr
eacti
vi
dadepúbli
caepri
vada,
ganhai
mportânci
afundamentalanegoci
ação decompr
omi
ssos

51
entreospar cei rossoci aiseent reest eseoGov erno, relativament eà
adopção,i mpl ement ação e execução de medi das de nat ureza
económi ca e soci al ,par ticul ar ment e,no domí nio da l egi slação
l
abor al,daspol íticaseconómi caseder endi ment osepr eços.
Boch-Lai nècar act er izaaeconomi aconcer tadapel of act ode“ os
represent ant es do Est ado ou das Comuni dades l ocai s e os
represent ant esdasempr esas( públ icasepr i
vadas)ser euni rem de
forma or gani zada,a f i
m de t rocari nf ormações e conf rontar
previsõesede, em conj unt o, tomardeci sõesouf or mul arpar ecer es” .
Não dei xa,al ias,de sercur ioso,que asi deiasde concer tação
económi caesoci aledeadmi nist raçãoconcer tadav ãoconhecer
umagr andepopul ar idadeem Fr ança,paí smar cadoporumaf orte
centralização admi nist rativ a e poruma gr ande i mpor tânci a da
actuaçãodoEst adonav idaeconómi ca.
Nãosepoder á,porout rol ado,i gnor arque,ai ndaquepor v ent ura
com menor es pr eocupações t eór icas, a concer tação soci al
desenv ol v
eu- semui toant esdeFr ançaedeumaf ormamui tomai s
mar cadaem out rospaí ses, sendo, talvezaAust r
iaar ef erênci amai s
signifi
cat i
va.
Em Por t
ugaldev e- se a Bapt ista Machado,num t ext o da mai or
i
mpor tância,umachamadasér iadeat ençãopar aof enómenoda
concer taçãosoci al ,aoescr ev er :
“umadasf or masdepar ticipação que,asegui ràpar ticipação
polít
ica nas el ei ções se acha em mai s adi ant ado est ado de
i
nst i
tucional izaçãonoEst adoneo- liberalcont empor âneoéaquedá
pelonomedeconcer taçãoou“ acçãoconcer tada”.Aconcer taçãoé
um mét odo f lexi v elde gov ernarou de admi ni strarem que os
represent ant esdo Gov erno ou da Admi nistração par ticipam em
debat esconj unt oscom r epr esent ant esdeout roscor possoci ais
autónomos( aut arqui as,si ndi cat os,or gani zaçõespat ronai seout ras
associ açõeseconómi cas)com v ist aàf or maçãodeum consenso
sobremedi dasdepol íticaeconómi caesoci al aadopt ar.
O mét odo t em decar act er istico o r ecur so àper suasão eaos
i
ncent ivos, depr ef er ênci aaor ecur soaosmei osdecoacçãoj ur í
dica.
Atravésdel e, or gani zaçõespr ivadassãoassoci adasaoexer cí ciode
uma f unção públ ica- o est abel eciment o duma or ient ação
económi ca gl obal -,par tici pando assi m,at é cer t o pont o,na
formaçãodav ont adepol íticadoGov ernooudeout rosór gãosda
Admi nistração.
Nest af ormadepar ticipaçãot rat a-sedeconci liaropr incípi oda
l
iberdadedaspar tesi nter essadas,i stoédospar cei rossoci aisdo
Gov erno ou da Admi nist ração,com det ermi nadas di rect ivas de

52
ordem gl obal.Ver ifi
ca-seumat r
ocadei nf ormações,deopi niõese
de pr evi
sões ent re as ent i
dades admi ni st
rativ
as e os r efer i
dos
par ceiros soci ais(associações de i nter esses,como si ndi catos,
organi zaçõesdeempr esári
os,câmar asdecomér ci
oedai ndúst ri
a,
etc.).
Esper a-seque, atrav ésdestat rocadeopi niõeseem f acedosdados
orient adoresf orneci dospel aAdmi nistr
ação,sej apossi velchegara
um consenso,porexempl o,quant oàsmedi dasanti-cícl
icasede
cor recção da conj untura a adopt ar,de modo a consegui r-se a
estabi li
dadedospr eços,um el evadogr audeempr ego,oequi l
íbri
o
da bal ança de pagament os e um desenv olvi
ment o económi co
equi li
brado.Umav ezal cançadooconsenso,esper a-sedal ealdade
dos par ceiros que as medi das acor dadas com v ista a uma
“act uaçãoconcer tada”nosv áriossect or eseconómi cosesoci ai
s
sejam ef ectivament eadopt adasporel esequedesi gnadament eos
par ceiros soci ais da Admi nistração Públ i
ca actuem j unt o dos
respect ivosassoci adosem def esadet aismedi das.

Out
rasFor
masdeReduçãodaUni
l
ater
ali
dadedaAcçãodoEst
ado

Paraal ém daConcer taçãoeconómi caesoci aledaadmi nist


ração
concer t
ada,t êm- se tentado out ras formas de apr oximação da
decisãoeconómi caaosci dadãos,comosej am,adeumamai or
descent r
ali
zaçãof i
nanceira,quei mpl i
caacr i
açãodeuni dadesde
sati
sfaçãodenecessi dadespúbl i
casmenor esdoqueasest aduais.
Trata-se de uma sér ie de t écnicas atrav
és das quai s se tent a
esbateradi stânciaquesecr ianasdemocr aci
asr epresentati
vas
entr
eost i
tularesdoscar gospol ít
icoseosci dadãos.
Éaindadent r odomesmomov i
ment oquesepodef il
i
aracr i
açãode
fi
guras como a do Pr ov edorde Just i
ça,que surge como uma
alt
ernativademedi açãoent r
eosci dadãoseoEst ado,pr ocurando
faci
lit
arodi álogoent reosór gãosdedeci sãoeaquel esquev ão
sofrerasconsequênci asdessaexecução.
Mas,por ventura,o aspect o mai s si
gnif
icati
vo deste pr ocesso
consiste no pr ogressivo r ecurso pelo Est ado a f ormas de
contratual
ização e,par ti
cul arment e,aos chamados cont r
atos
económi cos.
OCont r
atuali
smoEconómi co

Aspect
osger
ais

Fi
couj
ásubl
i
nhadoqueoEst
adol
i
ber
alassent
avanumadi
sti
nção

53
radicalent reouni versopúbl i
coepr i
v ado, quecompor tavaar ecusa
dequeaAdmi nist
raçãoPúbl i
ca,dot adadepoder esdeaut oridade,
pudessel ançarmãodocont r
atopar aaexecuçãodassuast ar
ef as.
Também sabemos j á que a passagem par af ormas de Est ado
i
nter vencionistai mpl i
couumagr andedi versifi
caçãodasact i
vi
dades
estaduai seor ecursocr escenteaf ormasdedi rei
topr ivado,que
i
mpl icam umadi minuiçãodocar ácteruni lateraldaact uaçãodo
Estado.
Av er i
ficaçãodet alcircunstâncialev aaqueal gunsaut orescomo
Gianni ni,apareçam asuger i
rqueof uturodaadmi ni
straçãopúbl ica
estánocont rato, i
deiaqueganhouadept osem Fr ança, sobretudoa
partirdapubl icaçãodeum ar t
igodeMi chelVasseur ,quedef ende
queaadmi nistraçãocadav ezmai srecor reráaocont r
atoecadav ez
mai st entaráoacor docom ospar t
iculares.
Trata-se,por vent ura,def ormulaçãoext remadas,masnãosepode
i
gnor arque,na r ealidade,o cont r
at ot em v indo a ganharuma
i
mpor tância f undament al como i nst rument o de act uação da
Admi ni str
açãoPúbl ica.

OsCont
rat
osEconómi
cos

Mui tassãoasv ezes,noent anto,em queoEst ado,aoagi rnaár ea


económi ca,não se col oca nessa posi ção de supr emaci a,nem
reser vapar asiquai squerpoder esespeci ais,act uandodef orma
semel hanteàdequal quersuj ei
toeconómi co.
Porest arazão,a dout rina tem sent ido alguma di fi
culdade em
classi fi
caroscont r
at oseconómi cosdoEst adoem bl oco,como
cont ratosdedi rei
topúbl i
cooucomocont r
atosdedi r
eitoprivado.
Nest amedi da,par ecemai ssensat aaposi çãosegui daporSousa
Franco e Ser vulo Cor r
eia,que consi deram que os cont ratos
económi cos são cont ratos cel ebr ados porpessoas col ectivas
i
nt egradasnaAdmi ni straçãoPúbl ica,ouent reest asepar t
iculares
noâmbi todai ntervençãoeconómi cadoEst ado,ev it
andot omar
posi çãosobr eanat urezadosmesmos.
É pr eciso,em qual quercaso,not arque a f igura do cont rato
económi co,queset em expandi do mui t
o,t em dado l ugar,com
bast ante f requênci a, a al guns exager os, pr ocurando v er-se
cont ratosem si ti
osondenãoexi st em,mas,ant es,est amosapenas
em pr esençadef ormasdedi minui çãodauni lateralidadedaacção
doEst ado.
É, consequent ement e, feli
zaposi çãodeSousaFr anco, aointroduzir
ai dei adecont ratual ismoeconómi coesoci al,concei t
obast ante

54
mai s ampl o que o de cont r ato económi co,que se t raduz em
diversasmodal idades.
Estariam abr angi dosporest econt rat ualismoeconómi coesoci al
aquiloquepodemosdesi gnarporsi mpl esacor dosdecav alheiros
entreoEst adoeospar ti
cul ares; ocondi cionament odecer tosact os
da Admi nistração a acor do dos par ti
cual res;a cel ebr ação de
acordoscol ect ivosgenér icoseacel ebr açãodeacor dosi ndi v iduais.
Nãosepoder á,ent ret ant o,esquecerqueoapar eci ment odaf i
gura
do cont rato económi co t em susci tado mui tas dúv idas de
qualifi
caçãodout rinár i
a.
Em Fr ança, osadmi nist r
at ivi
st ast ent aram r et rabal haroconcei t
ode
contrat oadmi nistrat iv o,porf or maaabr angerocont ratoeconómi co.
Laubadèr e, por exempl o, di stingui u ent re os cont rat os de
colabor ação económi ca,que cor responder iam,aos t radi cionais
contrat os admi nist r ativos, e os cont rat os de admi nist ração
económi ca–osnov ost iposdecont rat oem queoEst adoacor dava
com v istaàpr ossecuçãodedet ermi nadosobj ect ivos.
Aconcer taçãoeconómi caesoci aléumat endênci adomi nant ena
polít
ica,no Di reito e na Admi ni stração económi ca dosEst ados
moder nos.
Ocont ratual i
smoéaf ormaacabadadaconcer tação, quermedi ante
contrat oseconómi cosgéner icos–querexpr imem amer aadesão
i
ndi v
idualapr ogr amaseconómi cosdei nter esseger al–querem
contrat os económi cos especi ficos( os acor dos ent re ent idades
económi casouent reoEst adoepessoassi ngul ar esoucol ect ivas,
que def inem,porv ia cont r atual ,os r egi mes de exer cí cio de
determi nadas act iv idades económi cas, ou al guns dos seus
aspect osr elev ant es) .Vi st oqueai dei ade« cont ratual i
zação»est á
na moda e cor responde ef ect ivament e a uma t endênci a do
i
nterv encioni smo economi co act ual.Ex i
ste uma pr opensão par a
reconhecer a qual ificação j ur ídica de cont ratos a t odos os
processosem quesemani fest eapr ocur adeum acor doent r
ea
admi nistraçãoeosagent eseconómi coscom osquai sel at rat a.
Oscont r
at oseconómi cost êm porobj ectivo,r ealizarapol íticade
i
nterv encioni smo concebi da e deci dida pel o Est ado. São
i
nst r
ument os de r eal i
zação dest a pol í
tica.Nor mal ment e,est a
reali
zaçãopar eceexi girmai sopr ocessodadeci sãouni l
at er al,mas
oEst adopr efer ef r equent ement e,hoj eem di a,r ecor reraocont r
ato
paraat ingi robj ect iv osqueout ror apr ocur av adepr ef erênci aat ravés
daacçãouni later al.
Noquedi zr espei toaospar cei ros,oscont ratoseconómi cossão
conclui dos, comoosout roscont ratosadmi nist rati
v os, ent reopoder

55
públ
i
coepar
cei
rospr
ivados.

Pr
ivat
izaçõeseRegul
ação

Pr
ivat
izações,
aspect
osger
ais

Par ece,com ef eitoque,depoi sdeum per í


ododel ar gasdécadas,
em que se acr edi tou na excel ênci a da act uação públ ica e na
vant agem daexi stênci adeum sect orpúbl icoal argado,seent rou
numa f ase em que se dá pr imazi aài ni ciativa pr i
vada e aos
mecani smosdemer cadocomof ormadeconsegui romáxi mode
bem- est arnasoci edade.
Impor ta,def act o,r et erqueomov iment odepr ivati
zaçõescomeça
por ser um f enómeno car act erístico dos paí ses oci dentais
desenv olvidos, nosquai sv aiconhecerr itmosv ariados, quesel i
gam
quercom v icissi tudespol íticasdospr ópr iospaí ses,quercom as
condi çõeseconómi casger ais.
Essaampl i
tudedomov iment odepr ivat i
zaçõesl evou, ali
as, aquej á
fosseaf ir
madoque“ aspr iv ati
zaçõesf oram um pr ocessomui to
diver so nas v árias ár eas do mundo, às v ezes deci di
do
aut onomament e,mui tas v ezes f orçado porf actor es ext ernos e
realizado com ausênci ader egrasei nst ituiçõesadequadas,daí
der i
v ando a i magem de um pr ocesso di fí
cil
,mui t
as v ezes
i
ncompl etoeconst el adodeer ros” .
Nosúl timost empos,assi st iu-seaumaacel eraçãodopr ocessoem
mui tos paí ses,que passou,na gener alidade dos casos,pel a
adopçãodeumanov al egi slaçãosi mpl i
ficador adaspr ivatizações.
Também ser ev est edeumaespeci alimpor tânci aapr iv ati
zaçãoque
está a serl ev ada a cabo em paí sesem desenv ol viment o,sob
i
nfluênci a das pol íticas de est abilização do Fundo Monet ár i
o
Internaci onal( FMI )edeaj ust ament oest rut uraldoBancoMundi al
(BM) ,que exi gem a r edução da máqui na admi nistrativaea
privat izaçãodosect orpr odut ivo.
A pr iv atizaçãodosect orpr odut ivot em- sedepar ado,noent ant o,
nessespaí sescom pr obl emasr esul tant esdaescassezdecapi t
ais
privados e dos pr obl emas ét icos que col oca no pl ano da
redist ribuição da r i
queza,mas par ece exi stir da par te dos
organi smos i nt ernaci onai s e dos paí ses doador es uma f irme
deci sãodepr ossegui rnest ecami nho.
Àsacusaçõesdeque, aoexi girest et i
podepol íti
caint erna, oBanco
Mundi alest ar iaav iol arar egr adeapol iticismoconst antedosseus
estat ut os,r espondeo Banco com aaf irmação dequeaact ual

56
orient ação a f av ordo mer cado não é det ermi nada porr azões
i
deol ógi cas, masant eséof r ut odaev oluçãoaol ongodost empose
dev eserv i
staàl uzdof alhançodemui tospr oj
ect osest i
mul ados
pelopr ópr i
oBanco, par t
icular ment eem Áf rica.
Dev er á,t odav i
a,t er-se pr esent e que o equi l
íbri
o ent re o sect or
públ i
coesect orpr ivadonessespaí ses,àl uzdacont ribuiçãopar ao
desenv olviment o económi co, cont i
nua a ser um quest ão
especi alment edel i
cada,equesepr endecom odesenv olviment oe
ai nst ituci onal izaçãodesi st emasdemocr át i
cosedesoci edades
civiscom apossi bilidadeder esponsabi l
iz arosgov er nos.
Asexpl icaçõespar aosucessodaspol íticasdepr ivatizaçõessão
múl tiplas,mas,por vent ura,r ev este-sedeumaespeci alimpor t ância
a sat ur ação f iscalque se começa a f azer sent ir de f orma
especi alment e ní tida nos f inai s da década de 70,quando os
cont ribui nt escomeçam adarcl arossi nai sdequenãoest ãona
disposi çãodecont inuarasupor taroaument odacar gaf i
scal .
O Est adodeBem- Est arSoci al,instaladoapósasegundaGuer ra
Mundi al ,r esistiumalàscr iseseconómi casdadécadade70,que
env olv eram um aument odadespesapúbl icaqueobr igouar epensar
global ment easr el açõesent reoEst adoeaeconomi aecr iouum
cli
madesf avor áv el àexi st ênci adegr andessect orespúbl icos.
Aest epanodef undof av oráv elàr eduçãodosect orpúbl ico, vieram,
ainda,j unt ar-seout rasci r cunst ânci asquef av orecer am,i gual ment e,
at endênci anosent idodaspr i
v atizações.
Foiest eocaso, porexempl o, dodesenv olv i
ment odat ecnol ogi aem
sect or es onde,nor mal ment e,não hav ia empr esas pr i
vadas por
cor r
esponder em a ár eas de monopól io, o que v ei
o r eti
rar
argument ospar aasubt racçãodessessect or esài niciativapr ivada,
como sucedeu de f orma especi alment e mar cant e na ár ea das
telecomuni cações.
Também a i nternaci onal i
zação dos mer cados e a cr escent e
mundi al izaçãodaeconomi a,com asempr esasat er em,cadav ez
mai s,queest abel eceracor doscom empr esasdeout rospaí sesea
criarem pr ocessosdeuni ãoent reel as,vei oacent uarasdi f
iculdades
deest rut ur adepr opr iedadepúbl ica.

Motiv
ações económi
cas e f
inancei
ras nos pr
ocessos de
pr
ivat
izações

Nasmotivaçõesdecaráctereconómi co,háquesal
ientaraint
enção
de int
roduzir al
terações pr ofundas no f uncionamento de
det
ermi
nadasempr esas,associadaài deiadequeagest ãopri
vada

57
émai sef icazdoqueapúbl ica.
Nout r al i
nhadear gument ação,def ende- se,ainda,queagest ão
privadaper mit
epol íti
casdeempr egomai sr i
gor osas,af i
rmando- se
que,quando a l ut a sindi calse t rava ent re pat rões,pr ivados e
sindicat os,émai sf áci
lqueexi staumav erdadeiral utaeconómi ca,
pondo- sedepar t
easconsi der açõesdeor dem soci al,
enquant oque
asempr esaspúbl icaspar ecem sermai ssensí veisaosaspect osde
políticasoci al.
Out roar gument odecar áct ereconómi coéoquesepr endecom
mai orar aci
onalidadedasempr esas,opondo- seaqui loqueser i
ao
caráct erbur ocráticodosect orpúbl ico, pesadoepoucodi nâmi co,ao
sect orpr ivado,quet em out r aspossi bil
idadesder acionali
zação.
Finalment e,háquer ef
er enci arasmot ivaçõesdeor dem f inancei r
a
quesão, essencial ment e, t
rêst i
pos.
Em pr imei rolugar ,subl inha- seof actodeasempr esaspr ivadas
terem um acesso mai sr ápi do aos mer cados i nternacionai s de
capit ais,quesãocadav ezmai si mpor t
ant es.
Em segundo l ugar ,sust ent a-se que as pr ivatizações apar ecem
comoum f enómenocapazdecr iarumadi nâmi caf avoráv elnos
própr iosmer cadosdecapi t
ai sdospaí sesondeocor r
em.
Finalment e,há que not arque,com as pr i
vatizações,sur ge a
possi bili
dade de l ibertar o Est ado do peso dos pedi dos de
fi
nanci ament o das empr esas do sect orpúbl ico,r eduzi ndo as
pressõesor çament ais.

Noção e Modal
i
dadesde Pr
ivat
izações(vi
de ar
t.8ºe segsdo
Decr
etonº5/92,
de10deAgosto–Lei Quadr
odasPri
vat
izações)

-Concur
sopúbl i
coabertoouli
mitado;
-Subscr
içãopública;
-Ofer
taaopúbl i
cosujei
taali
cit
ação;
-Vendadirect
a.

ARegul
açãoEconómi
ca,
aspect
osger
ais

Em paral
elocom opr ocessodepr ivati
zações,tem-seassi sti
doà
emergênciaedesenv olv
iment oi
ntensodof enómenoder egulação
económica,quer epresentaumat entati
vapar aencontrarasf or
mas
mais adequadas de pr otecção do interesse públ
ico,uma v ez
consumadaapassagem dasuni dadespr odutiv
asdosect orpúbl i
co
paraoprivado.
A noçãoder egulaçãoeconómi caest ál ongedeserpací f
icanos

58
seus l imi tes, obj ect ivos e i nst rument os, v ariando mui t
o as
util
izaçõesdadasnomesmot er mo.
Ar egul açãoeconómi casi tua- senaár eadeconv ergênciaent reo
Estado eaEconomi aepodeserent endi danum sent ido mui to
ampl o,comoof azum cer t
osect ordadout rinaangl o- saxóni ca,
como a act uação do Est ado que i nter fere com as f or ças do
mer cado.
É,t ambém,par a uma def inição mui to ampl a de r egulação que
apont aAnt óni oCar losSant os,MªEduar daGonçal veseMªManuel
LeitãoMar ques,aoi dent i
f i
car em- nacom t odasasmedi dasque
visam i nf luenci ar o compor tament o dos agent es económi cos
privados.
Nout rosent ido,ar egul açãopodeserdef inidacomoat ent ativado
Estadopar acor r
igirasf al
hasdomer cado,t aref aquet ant opoder i
a
serpr ossegui daat rav ésdapr oduçãodebenspúbl i
cosoudebens
privadosporent idadespúbl i
cas,comodacr iaçãodei nstr ument os
par acor rigiressai nef i
cáci asat rav ésdai mposi çãodedet er mi nados
compor tament osaosagent eseconómi cospr ivados.
Ar egul açãoeconómi cai mpl ica,assi m,ant esdemai s,adef ini
ção
deobj ect ivosporv ial egisl ativ a,aescol hadosi nstrument ospar a
assegur arapr ossecuçãodet ai sobj ectiv oseaopçãoquant oaos
mei ospar adot aressesi nst rument osdanecessár i
acoer cibi li
dade.
A associ ação ent re as pr ivat izações e a r egul ação económi ca
repr esent aor econheci ment odof al hançodasf ormast radi cionais
dequeoEst adol ançoumãopar amaxi mi zarobem est arger al,mas
repr esent a, também, umat ent at ivapar acont i
nuaradaraospoder es
públ icosapossi bili
dadedev incul arospr i
v ados.
Dev er át er -sepr esent eque,com ar egul ação,sepr ocur oucr i
ar
respost apar aaqui loque,ent r et ant o,set inhaaper cebidoser em as
“falhas da i ntervenção públ ica” ,em que er am especi alment e
sensí v
ei saexcessi v adependênci adagest ãodopoderpol íti
co,a
i
nexi stênci a de est ímul os si gnif i
cat ivos à pr odut i
vi
dade e o
desenv olviment odebur ocr aci as.
Ar egul açãov ai-sedesenv olv erdef or maespeci almentesensí v el
nossect or esem queseconsi der aaconcor rênci aimpossí velou
i
mper feita,maspode,t ambém,v isarr esponderaumasi tuaçãode
concor rênci aexcessi vaounoci va,ài nsuf iciênci adepr ov isãode
benspúbl icos,à pr esença de ext ernal idadesou de assi met rias
i
nf or mat iv as.
As di ferent es si tuações em que se v aienquadr aro f enómeno
regul atór iov ãodet er minarqueosobj ect ivospr ossegui dossej am
diver sos.Assi m,sear azãomai sf r equent epar aoapar eciment oda

59
r
egulaçãoéagar ant
iadointer
essepúbli
co,nout
roscasospode
vi
saraprot
ecçãodospr odut
oresoufor
necedor
esouatéarespost
a
agruposdeint
eresses.

Br
eveApr
eci
açãodoFenómenodaRegul
ação

Aapr eciaçãodosr esul tadosconsegui doscom odesenv olv i


ment o
daexper iênci aregul atór i
aénecessar i
ament edi fí
cil
,embor apar eça
mai sf ácilr econhecerqueamesmaauxi l
iouodesenv olv iment odo
fenómenodaspr i
v atizaçõesemi nimizoual gunsdosi nconv enient es
mai sev ident esquedel epoder iam t erresul tado.
Nesse sent i
do, t em si do obser vado que a pr iv atização
acompanhadademecani smosr egulador es,assi m comoapr ópr i
a
exper i
ênci adedesr egul ação, nãosi gni
ficam um r egressoaol aissez
-fai
re, car act eríst i
co do l i
ber ali
smo económi co, mas ant es
const i
tuem um esf or çoder edef iniçãodef ront eir
asdoEst ado,que
sepodeat ét r
aduzi r,nal gunscasos,porum esf orçodai nt er venção
públicaem ár eascomoadapr otecçãodosconsumi dor esedo
ambi ent e.
Aexper iênci aest á, cont udo, l
ongedeseri sent adedi f
icul dadesque
têm v indoaseranal i
sadasquerdeum pont odev i
stat eór ico,quer
deum pr ático.
Or i
scodasempr esaspúbl icasser em mani puladaspel ospol í
ticos
ou pel os si ndicat os,cor responde o r isco de as ent idades
regulador asser em i nf luenci adaspel asempr esasr eguladas.
Damesmaf orma,oexcessodepessoalt ant asv ezesapont adoàs
empr esas públ icas,encont r
ar i
a uma cont r
apar ti
da na possí vel
sobrecapi talizaçãoi nduzi dapel ar egulação.
Em r elaçãoànat urezaambí guaev agadosobj ectiv
osdosgest ores
públicos,poder -se-ia,i gual ment e,cont raporanat urezai gual ment e
vagadasf i
nal idadesr egul ador as( “ointeressepúbl i
co”).
Quant oaocar áct ermonopol istadecer t
asempr esaspúbl icas,el e
pode, domesmomodo, tercor respondênci anodesenv olv i
ment ode
l
egislaçãor egul ador aant i
-concor rencial
.
Também noquet ocaàdef icient ecoor denaçãoent r
easempr esas
públicas,el a pode,da mesma f orma,ocor rerent re ent idades
regulador as.
Outrosr iscos,assi naladosporMªManuelLei tãoMar queseVi tal
Mor eira,sãoosdepoder em nãoexi stirr ecur sossuf i
ci ent ement e
qualifi
cadospar aapl icarumar egul açãoquet em umacomponent e
técnica f orte e o de uma ev entualf al ta de or gani zação dos
consumi dor esouut ent esou,mai sgener icament e,com um déf i
ce

60
depar
ti
cipação.

I
nst
rument
osdeRegul
ação

Atravésdapr át
icader egulaçãodesect or
esdeactivi
dadepr
etende-
seconsegui rinfluenci
aroucondi ci
onaraactivi
dadedosagent es
económi cos.
Impor t
a,então,saberquai sosaspect osquepodem sersujei
tosa
estaacçãoem quesãof undament al
menteosseguint
es:
-Preçosouest ruturastari
far
ias,
-Quant i
dadesmáxi masemí nimas;
-Taxasder entabili
dade;
-Númer odeempr esasecondi çõesdeentradaesaí
dadomer cado;
-Padrõesdequal idadedobem ouser vi
çoaproduzi
r;
-Investi
ment oglobalousector .

Modal
i
dadesdeRegul
ação

A r egulação,t alcomo a consi deramos at é agor a,consi ste


essenci alment e num pr ocesso em que est ão em causa
compor tament oseconómi cos,masporv ezeso mesmo t ipo de
actuaçãoest ende- seigualment eaaspect ossociais.
Podemos,assi m,consi derarquear egulaçãoeconómi caéaquel a
que v i
sa di sciplinar uma det ermi nada act i
vidade económi ca
consi deradai sol adament e,enquant oquear egulaçãosoci alv isa
object i
vos ext erior es,como a pr otecção dos consumi dor es,do
ambi enteoudost rabalhador es.
Nãosepoder á,t ambém,i gnor aranecessi dadedeconsi der aras
diferentes escal as geogr áficas em que per mi t
ir
iaf alar numa
regul ação naci onal ,quando a mesma se v eri
ficasse a ní veldo
gov erno cent ral,numa r egulação r egional,cor respondent e à
def i
nição eexecução depol í
ticasaní velinfr
a-estadualenuma
regul ação supr anaci onal,t raduzi da na apl i
cação no i nter i
ordos
Est adosder egr asdef inidasdef ora,comosucedecr escent ement e
com apr ópriaOr ganizaçãoMundi al doComér ci
o.

Pr
ogr
amasdeAj
ust
ament
oEst
rut
ural
(PAE)

Generi
camente,osProgramasdeAj ustamentoEstrut
ural(
PAE)são
consti
tuí
dos por um conj unto de pol ít
icas que v i
sam
si
mul t
aneamenteaest abi
li
zaçãomacr o-
economicaer efor
mada
estr
uturadei
ncenti
vosnosv ár
iossectoresdaeconomia.

61
Num pr i
mei ro moment o,pr ev êem medi dasdeest abili
zação que
l
idam com pr oblemasdei nflação,escassezdedi visas,def ugasde
capi t
aisedesubst anciaisdéf icescor rent es.Numasegundaet apa,
asmedi dasdeaj ust ament oabor dam osobst ácul osaocr esciment o
del ongopr azo,ousej a,asr eferidasdi st orçõesnosi ncent ivosà
produção,oscont r
ol osdepr eços,aspol íticasdej urosecr édit
o,as
restri
çõesaocomér cioeaspol ít
icasfiscai s.
Nadécadade80,quaset odosospaí sesaf ricanost i
ver am dese
submet eraosPr ogr amasdeAj ustament oEst r
ut uralcr i
adospel o
BancoMundi al( BM)epel oFundoMonet ár ioI nternaci onal( FMI )
.O
objectivoer aoder eduzi rasdespesasi nter naspar apoderpagaras
dívidas.
Ai mposi çãodest esPr ogr amasj usti
fi
ca- sepel aquedadospr eços
dost radicionai sdeexpor t
ação,em par ticul arospr odut osagr ícolas
easmat ér i
as-pr i
mas.Aacr esceraest asdi ficuldadesr egistava-se
aindaum sal doext remament enegat i
vonabal ançadepagament os,
bem comodéf i
cesnoor çament odeEst adodadoquecar eciam de
receitaspr ov enient esdosi mpost osdeexpor tação.
Nosent i
dodel imi tarasdespesasi nt
er naseest imul araeconomi a
pela di mi nuição da i nflação f oiut i
liz ado o i nst rument o mai s
relevantepar areduzi roscr éditos,i.
é,oaument odej uros.

OPr
ogr
amadeAj
ust
ament
oEst
rut
ural
,casogui
neense

O Pr ogr amadeAj ustament oEst rut


ur ali nsti
tuí
donaGui né- Bissau
apósmeadodadécadade1980assi nal ouumamudançaabr utana
dir
ecçãodaest ratégiadedesenv olvi
ment o.
O Pr ogramacomeçou aest abili
zaraeconomi apel ai nt r
odução
prudent edepol ít
icasf iscai s,monet ár iasedet axasdecâmbi o,
compl etadaspormedi dasdel i
ber al
izaçãodepr eçosecomér cio.A
mel hor i
adagest ãodosect orpúbl icof oi out r
oobj ecti
voi mpor tante.
Partindo de uma r efl
exão em t orno das pol íti
cas económi cas
l
ev adas a cabo,na Gui né- Bissau,após a sua i ndependênci a,
evidênci atrêsper í
odosdi stintos:
-O pr i
meiroper íodoquecoi ncidecom ospr i
mei r
osanosapós
i
ndependênci acar acteri
zadospel aeuf or i
ananaci onalistaef ort
e
dir
igismoest atal,dur anteosquai sat ar efadeconst ruçãodopaí s
era da r esponsabi li
dade excl usiva do Est ado e do par ti
do
gov ernament al.
-Oi ni ci
odadécadadeoi tent aquemar caocomeçodasdi scussões
acer cado1ºPl anoQuadr ianualdeDesenv ol
vi
ment o,quev igoroude
1983 a 1986;nest e Pl ano j á se v erifica um abr andament o no

62
dir
igi
smoest at
al,passandoasi nstit
uiçõesr egionaiseapr ópri
a
populaçãoat er
em um papel maisinterveni
ente;
-Um terceir
operíodocoi nci
decom ar eali
zaçãodo4ºCongr essodo
PAIGCem 1986,doqualsaem aspr i
ncipaisdirectr
izesdo2ºPl ano
QuadrianualdeDesenv olvi
mento(1988/ 1991).
Noâmbi t
odestePl ano,sem pôrem causaai mpor t
ânciadoEst ado,
estáprevist
aumapr ogressi
vali
berali
zaçãodaeconomi aguineense,
em queasi nici
ati
vasdebasepopul arepr i
vadasser ãoincenti
vadas
eapoiadas.

Papel
doFMIedoBM nosPr
ogr
amasdeAj
ust
ament
oEst
rut
ural

O FundoMonet árioI nt ernaci onaleoBancoMundi alconst i


tuem
sem dúv idaduasdasi nst ituiçõesmai spoder osasdopont odev i
sta
der elaçõeseconómi casi nter naci onai s.
Essepodert em v indoaacr escere,nosúl ti
mosanos,adqui riuuma
dimensãoexpr essivanar egul açãodapol íti
caeconómi cadeum
númer ocadav ezmai sampl odeEst adosnaci onai s.
Inicial ment eai nterv ençãodest asor ganizaçõesv isav aaj udaros
paí sesaul tr
apassarospr inci paisest r
angul ament oseconómi cos-
financei r
osnocur topr azo.Todav iaaexper i
ênci av eiodemonst r
ara
recor rência e gener alização dos pr oblemas, exi gindo uma
modi fi
caçãoqual i
tativ aequant it
at i
v adai ntervenção.
Sur gi ram osPr ogramasdeAj ust ament oEst r
ut uralquepr ev iam,em
simul tâneo com a est abi l
ização dos pr i
nci pais agr egados
macr oeconómi cos,amodi ficaçãodapr ópriaest rut uraeconómi ca.
OFMIeoBM def endi am queocumpr i
ment oi ntegr alr igor osodas
medi das de pol íti
ca económi ca,cont i
das nos Pr ogr amas de
Aj ust ament o Est rut ur al, per mi tir
ia est abilizar os pr incipais
pr obl emasconj untur aisnocur topr azoer euni rpr ogr essi vament eas
condi çõesper mi ssiv asdeumaal teraçãoest r
ut ur alamédi opr azo.
Podemosdi zerqueaspol í
ticasdeAj ust ament oEst rut uraldoBanco
Mundi alt êm um espect rot empor alde médi o ou l ongo pr azo,
act uandopel aexpansãodaof erta,em cont rast ecom aor ientação
de cur to – pr azo,cent rada na cont racção da pr ocur a,que
car act eri
zaoFMI .
Aspol í
ti
cas,ou pr ogr amasdo Banco Mundi alconcent raram na
est rut ura produt i
va,adv ogando uma est r
at égia de pr i
v atização,
desr egulament açãoel iber al i
zaçãodocomér cio.
OsPr ogramasdeAj ust ament oEst rutur al,t
êm at enção, osaspect os
soci ai sdo Aj ustament o sobr etudo a l uta cont ra a pobr eza ea
ref ormai nsti
tucional .

63
Osproblemasdospaí sesem desenvolv
iment
onãoser esumem aos
aspectos económicos,mas si m a um conj unto de sector
es
i
nterl
igados,quenãopermitem um trat
amentoi
solado,aquandode
umapl ani
fi
caçãogeraldodesenvolv
imento.

OsMer
cadosFi
nancei
ros

Aspect
osGer
ais

Um dossect oresdaact iv i
dadeeconómi caem quemai sset em
desenv olvido o f enómeno da r egul ação é o dos mer cados
fi
nancei ros,quecor respondem,noent ant o,a umadasàr easonde
talr egulaçãosedef ront acom mai orespr obl emas,r esultant esquer
dagl obal i
zaçãof inancei ra,querdat endênci adosect orpar at entar
i
mporf ormasdeaut o-r egul ação.
Par a Gomes Canot il
ho e Vi talMor eira,a expr essão si stema
fi
nancei ro est á ut ilizada numa dupl a acepção:num sent ido
obj ectivo,como conj unt o de nor mas,i nstit
ut os e mecani smos
j
ur ídicosquer egem aact iv i
dadef inancei raem ger al,enum sent ido
subj ectivo como o conj unt o de i nstituições, empr esas e
organi zaçõescom i nter v ençãodi rectanaact ividadef i
naceira.
Nabasenanoçãodesi st emaf i
nancei rooudeact ivi
dadef inancei ra,
est áai dei
a de i nt ermedi ação f inancei ra,ent endida como a
act i
v i
dade desenv olvida porcer t as ent idades que canal izam os
fundos r esultantes da poupança par a out r
as ent i
dades que
necessi t
am deobt ermei ospar ainv estirouat épar aconsumi r.
Or a,essai ntermedi açãot ant opodeconsi sti
rem r eceberdepósi tos
e concederempr ést imos,caso em que est ar emos per antea
act i
v i
dadebancár ia,comot raduzi r-
senaut i
l
izaçãodet odauma
sér i
edeout r
osi nstrument os, comoacções, ti
tulosdepar t
icipaçãoe
toda uma nov a ger ação de pr odut os,caso em que est aremos
per anteaqui loqueporv ezessedesi gna, porsi st emaf i
nancei roem
sent idoest ri
to.
Qual querquesej aaf or madequeser evest eessai ntermedi ação,é
clar o que os pr obl emas que se col ocam são comuns e se
reconduzem, em gar ant ir as poupanças; assegur ar a sua
canal ização par a o i nv est iment o e cr iar condi ções par a o
desenv olviment oeconómi co.
Direi t
obancár i
omat er ialr egul aasr elaçõesent reasi nsti
tuiçõesde
crédi toeosseuscl i
ent es,mast ãosóabor daral gunsaspect osdo
direito bancár ioi nst ituci onal ,que se r epor t
a às r el
ações ent re
aquel asi nstituiçõeseoEst ado.

64
Primei r
o aspect oi mpor tant e do di reito bancár ioi nstitucionalé
preci sament e o que se r epor t
a a def inição legaldo que são
i
nst ituiçõesdecr édi to, quai sasact i
vidadesquepodem desenv ol
ver
e quai s as ent idades compet entes par a aut orizar o seu
funci onament o.
Asi nst i
tuiçõesdecr édi tosãoempr esascuj aact i
vidadeconsi ste
em r eceber do públ ico depósi tos ou out ros f undos
reembol sáveis(numer ário,v alorespar acobr ança,etc.),af i
m deos
aplicar em porcont apr ópr iamedi ant eaconcessãodecr édi to.
Exist e,dapar t
edai nst i
tui çãor ecept ora–esóasi nstituiçõesde
crédi topodem r eceberdepósi tos( pr i
ncípiodaexcl usi
v i
dade)–uma
obrigação de r est ituição da quant i
ar ecebi da(i sto é,dada a
fungi bili
dadedasdi sponi bilidadesmonet ár i
asr ecebidas, out rot anto
domesmogéner oequal idade)nopr azocont ratualment ef ixado.
Associ edadesf i
nancei r assãoempr esasdet i
posoci etárioque,
nãosendoi nsti
tuiçõesdecr édi t
oepor tantonãopodendor eceber
depósi tos ou out ros f undos r eembol sáv eis,t êm porpr inci
pal
actividadeexer cer ,at ítulopr of issional,al gumaoual gumasdas
actividadesf inancei rasecr editíciaspossi bilit
adasàsi nst it
uiçõesde
crédi to,especi ficament eaquel asquesãopr evist
aspel osdi plomas
quer egem,em concr eto,cadaumadest asempr esas( vgagênci as
decâmbi o).
Em concr eto,cadasoci edadef inancei raencont ra-sev inculadaaum
acent uadopr i
ncí piodeespeci ali
zação.
Mer cdado monet ário,t ransacci nam- set i
tuloscom um pr azo de
venci ment oat éum ano, ist oé, acur topr azo.
Mer cado de capi tai s,t ransacci onam- se t it
ulos cuj o pr azo de
venci ment oésuper ioraum ano, i
st oéamédi oel ongopr azo.
Mer cado de cambi o conf ronta- se a pr ocur a e a of erta de
divi
sas( moedaest rangei r a).
Mer cadodeVal or esMobi l
iáriosv gbol sasdev alores

AComi
ssãoBancár
iadaUEMOA

A Comi ssão Bancári


a da UEMOA é um ór gão encarregue do
contr
olo dos est abel
ecimentos fi
nanceiros e a apl i
cação das
sançõesnocasodai nfr
acçãoaoregul amentobancár io.
A Comi ssãoBancár i
af oicri
adapel aConv ençãoqueent rouem
vi
gora 1 de Out ubro de 1990 e regida pelas disposi
ções que
fi
guram em anexoaessaConv enção.A Comi ssãoBancár i
af oi
i
nstaladaa30deJanei r
ode1995em Abi dj
am( Cost adeMar fi
m) .
AComi ssãoécompost adoGov ernadordoBCEAOqueapr eside,e

65
aindadosmembr osdesi gnadosem r azão dassuasqual idades
técnicas, de um r epresentante por cada Est ado-membr o,
parti
cipantenagest ãodoBancoCent ral
.
AComi ssãoBancár i
aexer ceasuami ssãoat ravésdosseguintes
i
nst r
ument os:
- cont rol
o das moedas no l ocal,j unto dos bancos e
estabeleci
ment osfinanceiros;
-emitirpareceressobr eospedi dosdeaut or
izaçãooul i
cençados
bancoseest abel
eciment osf i
nanceiros;
-tomadademedi dasadmi ni
str
at i
vas em casodei ncumprimento
dasdi sposiçõesdor egulament obancár io;
A Comi ssãogar antedest emodoapr otecçãodosdepósi t
osea
estabili
dadedosi st
emaf inanceiro.

Di
rei
todaConcor
rênci
a

Di
rei
todaConcor
rênci
a,aspect
osger
ais

Assim,comoescr ev eCar dosoMot a,“odi reitodaconcor r


ência,
expressãoj urídicadeum dadoeconómi co,porsuav ezf unçãode
umaopçãopol ítica,pr ocur apelav i
adeumagr andepl asti
cidade,
pragmat i
smo e ader ênci aàr ealidade,enquadr ar a si tuação
concor renciali ner ent e ao pl uralismo i ndust r
iale concor rencial
,
vi
sandodel ar etirarassuasv i
rt
ual idadesem t ermosdení veisde
produção, depr odut iv idade, depr eçosedequal idade” .
Odi rei todaconcor rênci apode,ent ão,sercar acterizadocomouma
partedosi stemal egal ,t endenteàf i
xaçãodenor masapl icáveisao
exercí ciodaact iv i
dadeeconómi caat rav ésder egr asr elati
vasao
estabel eci
ment o das empr esas,à comer cialização dos seus
produt os,àsr elaçõesconcor r
enci aiseàpr otecçãodoconsumi dor.
Trata- sedeum conj unt odel ei
squet em em v i
st aapr otecçãodo
mer cado cont r
ar est rições à concor rência quer i mput ávei sa
compor tament os i sol ados dos suj eitos económi cos, quer a
compor tament os col igados de gr upos de empr esas,
i
ndependent ement edasuaf ormaj ur í
dica,querai ndaaoexer cí
cio
abusi v odeposi çõesdedomí nioporpar tedeumaempr esaou
empr esaspr eponder ant esnomer cadoe, bem assi m, ocont rolodas
oper açõesdeconcent r ações.
Ar espost a que é dada nos v ários si stemas j urídicos a est a
probl emát icanãoéuni for
me,encont rando- se,basi cament e,doi s
si
stemas:um quev isai mpedirodanopot enci aleout roquese
ori
ent apelai deiadedanoef ecti
vo, comoj áficouv isto.

66
Ospr i
mei rossi stemast endem apr iv
ilegiarumanoçãoest r
uturalda
concor rênciaeaav ali
arest acomoum bem em simesmoedaí
estabelecer em uma pr oi
bição genér ica e apr ioride t odos os
acordos e pr áti
cas suscept ivei
s de at ingirem a est rut
ura
concor rencialdomer cado,combat endo- seaconcent raçãoat r
avés
dapr oibiçãodaspr át
icasqueael apodem conduzi r.
Trata-se, assim, desi st
emasqueabst raem dosr esultadosef ecti
vos
dasr est r
içõesàconcor rênciapar aseconcent r
ar em noper igoque
essasr est ri
ções, porsi mesmas, represent am.
Nosegundot ipodesi stemasnãosecombat eem abst ractoos
acordos,concent raçõeseout rosact osl imitativosdaconcor r
ência,
repri
mi ndo- seapenasquando, porpar ticularescondi cionali
smos, se
revelem cont ráriosao i nteresse ger al,caso em que dev em ser
declaradosi l
ícitososacor dosquepr oduzam ef eit
osnegat ivosna
concor rência,del es r esult
ando pr ejuízo par a o conj unto da
comuni dade.
Ospr imei rossi stemasassent am num cont r
olopr évio,enquantoque
ossegundossópodem seracci onadosapost eriori.

AConcor
rênci
aeaEconomi
adeMer
cado

Nãosepode,noent ant o,dei xardeassi nalarqueexi ste,decer to


modo, umacont radiçãonagénesedal egislaçãosobr econcor r
ência,
na medi da em que a sua exi st
ênci a par ece conf li
tuarcom os
pri
ncí piosem queassent aumasoci edadel i
ber al.
Émui tof r
equentedepar arcom aaf i
rmaçãodequeaconcor rênciaé
um dospi l
aresdeumasoci edadel i
ber al,pel oqueasl egi
slações
i
nspi radaspel ol iberali
smoeconómi cot ender iam,sempr e,acr iar
normasdi scipli
nador asdaconcor r
ênci a.
Ora,com r azão,aut orescomo Fr anco Romani ,vêm def endera
exi
st ênci a de um par adoxo na pr omul gação de uma l eida
concor rêncianumasoci edadel i
beral.
De f act o,como r ecorda Romani ,a l i
ber dade económi ca e a
l
iberdadedecont rataçãosãoospont oscent raisdeumasoci edade
l
iberal,enquant oquenaessênci adequal querl eidiscipli
nadorada
concor rênciaest áapr oibição deacor dosl i
v rementecel ebrados
pelaspar tesedecompor tament osi gualment eacor dadospel as
partes.
Aliber dadedei niciativ
aeconómi cat raduz- senecessar i
ament eno
l
ivreacessoaosmer cadosdenov osagent eseconómi cos,masa
consequênci adaent radadessesnov osagent eséadequeest es
vãot ent arconqui starposi çõesaosagent esj ái nst
alados,que,por

67
vezes, vãonat uralment epr ocurarimpedi rasuaent rada.
Ora,poder -
se-iadi zerqueum or denament ojur í
dico li
ber alpuro
consider ariaacei táv eisest escompor t
ament os,apenaspenal i
zando
aquelesqueset raduzi ssem nor ecur soàv iolênciaeàf raude.
Aaf ir
maçãodadef esadaconcor rêncianost ermosem quehoj eé
fei
tar esulta mui t
o mai sdasaspi raçõesdo Est ado a r egul
ara
acti
v i
dadeeconómi caeaconsagr arumaor dem queconsi deraideal
doquedaconsagr açãodosv al
oresper feit
osdol iberali
smo.
Paraoneol iberal ,Hay eck,pr etendem r eduzi rsi gnif
icativamente
aquilo que ser i
a o cont rolo admi ssí
v elda concor r
ência porv i
a
l
egislat i
v a,defini
ndoduasgr andesár eas:
-Adagar antiadeumaaut enti
cal i
ber dadedei niciati
vaeconómi ca
consist entenapossi bil
idadedeacederl ivrement eaum qual quer
mer cado;
-Al i
mi taçãodessal iberdadeapenasquandor esul t
arem danospar a
osconsumi dor es.
Paraessesaut oresumasi tuaçãodeconcor rênciaper feit
aacabar i
a,
ali
as, porev i
tarqual queract uaçãoconcor rencial
,namedi daem que
nenhum agent e act uando no mer cado est aria em posi ção de
i
nfluenci ar os pr eços,o que excl ui r
ia qual quer si tuação de
compet ição.

Def
esadaConcor
rênci
aeConcor
rênci
aDesl
eal

Vimosqueodi reit
odaconcor r
ênciaéum di rei
toquev isaor gani zar
osmer cadoseporessav iaprotegerconsumi doresepr odut ores,
reconduzi ndo-sebasi cament eài deiadeor denaçãodaEconomi a
peloEst adoqueest ánabasedodi r
eitodaeconomi a.
Pelocont rári
o,odi rei
todaconcor rênciadesl ealsit
ua-senopl ano
j
us-privatisti
co,v isando a pr ot
ecção de agent es económi cos
concretos,exi gindodosconcor r
entesum padr ãodel ealdadena
concorrênci a.
Neste caso t rata-se,apenas,de pr eveniros casos em que os
compor tament osdossuj eit
oseconómi cosof endem asr egrasai nda
queusuai sdamor alidadeel eal
dadedaconcor rênci
a.
Ar epressãodaconcor r
ênciadesl ealabr ange,consequent ement e,
todos os act os ou omi ssões,não conf ormes ao pr i
ncipio da
honestidade e da boa f é em comér ci
o,suscept ív
elde causar
prej
uízo aempr esadeum concor rentepel ausur pação t otalou
parci
al dasuacl ientela.
Paraqueexi st
aum act odeconcor rênciadeslealénecessár ioque
se verifiquem os segui ntes requisitos:( r
etir
ada do códi go de

68
propri
edadei ndustr
ialport
uguêsDec. nº16/
95 de24 deJaneir
o,
art.
260º).
-Aexistênci adeum actodeconcor r
ência;
-queesseact osej
acont r
ari
oàsnor maseusoshonestos;
-Dequal querr amodeact i
vi
dade;
-Com ai ntençãodecausarpr ej
uízoaout r
em oual
cançar
,par
asi
ou
paraterceiro,um benefi
cioi
legí
ti
mo.

Concor
rênci
ail
í
cit
a

Af or mat radi cionaldepr ot ecçãodeconcor rênciaér epr esent ada


pelar epressãodaconcor rênci ailí
cita,incl
uindo, deformaespecí f i
ca,
aconcor rênci adesl eal.
Em t ermosger ais,quandosef aladeconcor rênciailí
cit
a,f ala-sede
regrasdedi reitopenaloucont ra-ordenacional, desti
nadasai mpedi r
ourepr imi rfor masdeconcor r
ênci apar ti
cular
ment ei
ntoleráv eis.
Quandosef al aespeci ficament edeconcor rênciadesleal,tem- seem
vist
aapr ev ençãodecasosem queocompor tament odossuj eitos
económi cosof endeasr egr asusuai sdamor al i
dadeel ealdadeda
concor rênci a.El a abr ange assi m t odo o act o ou omi ssão,não
confor meaospr incípi
osdahonest idadeedaboaf éem comér cio,
suscept íveldecausarpr ej uízoaempr esadeum concor r
ent e,pel a
usurpaçãot ot aloupar cialdasuacl i
ent el
a.Estaf ormadedi sci pl i
na
de concor rênci a só sur ge v ári
as dezenas de anos após a
proclamaçãodospr incípiosdal iberdadedocomér ci
oei ndúst ria.
A di scipli
na da concor rênci a desl ealnão se conf unde com o
moder nodi reitodaconcor rência.Éum i nsti
tutopar al
eloquenão
tem pr eocupaçãomacr oeconómi ca, quev i
sanãoapr ot
ecçãoem si
mesmadosi stemadomer cado,edessemododeconsumi dor ese
produt ores, gl obal ment e consi derados, mas a pr ot ecção
i
ndiv i
dual i
zadadosagent eseconómi coscont raasact uaçõesdos
seus concor rentes cont rar
ias a pr i
ncípios de deont ol ogia
profissional .

NoçõesBási
casdaConcor
rênci
a

A indagação sobre o di rei


to da concor rênci
a e as suas
car
acter
íst
icaspressupõe que se procurer apidamente daruma
i
deiadaquil
oqueseent endeporconcor rênci
aedascondi çõesem
queamesmasev eri
fi
ca.
Em ter
mosmui t
oampl os,poder
-se-
iadef i
nirconcorrênci
acomoa

69
situaçãodecompet içãoent redoi ssuj eitoseconómi cosousect ores
económi cos com o f ito de pr oduzi rou compr arnas mel hor es
condi ções.
Anoçãodeconcor rênci asur ge,noent ant o,em especi alnosécul o
XIX,l i
gadaài dei adeconcor rênci aper feit a,cor r
espondent eaum
model oi dealdemer cadoqueser iacar act er i
zadopel av er i
ficação
cumul ativ adassegui ntescondi ções:
a)At omi ci dade( exi stênci adeum númer osuf icient edepr odut ores
eadqui rent espar at or nari rrel ev anteacondut ai soladaem t er mos
depr eçodomer cadoquesur gecomoum dado) ;
b)Homogenei dade( ausênci adedi ver sificação ent repr odut ose
ser viços congéner es,que se apr esent am como per fei tament e
subst ituív eis);
c)Tr anspar ênci a( per f ei
tai nf or mação de t odos os oper ador es
sobr eascondi çõesdemer cado) ;
d)Fl uidez( inexist ênci adeobst áculosaoi ngr essoeci rcul açãode
agent eseconómi cosnomer cado) .
Reuni dasessascondi ções,t ender i
aaf or mar -seum úni copr eço
par acadauni dadedepr odut osf r
ut odoaj ust ament or ecí procoda
ofer ta e da pr ocur a e est ariam assegur ados os pr obl emas da
det ermi naçãodosní v eisópt imosdepr oduçãoedequal idade,bem
comodadi mensãoi deal daempr esa.
Amãoi nv isível f
unci onar i
apl enament e, orient andoaeconomi a.
Como escr eve Sousa Fr anco par a os pr imei ros l iber ais a
concor rênci aassegur ar iaopr ogressocont ínuodaeconomi aeo
est abel eci ment odomel horequi lí
br i
opossí v elnacr iaçãodar iqueza
enoapr ov eitament odosr ecur sosdosi ndi v í
duosedasnações.
Ser v i
ndo- sedal ut aedast endênci ashedoni staspar ar eal izara
feli
ci dade de t odos,as dout ri
nas i ndi v idual istas at ribuem à
concor rênci a ef eitos pr ópr ios e i nsubst ituív eis: el a t or nar i
a
i
mpossí v elmel hor ara posi ção de um consumi dorat r avés da
produçãodeumamer cador iaem det riment odeout ras,sem que
i
ssopi orasseasi tuaçãodosdemai s;r ecompensar iacom mai ores
l
ucr osaspr oduçõesmai sút eisat odos,di stribui ndoosf act or esde
har moni acom oest ímul odomel horl ucr onosmer cadosf inais;
elev ariaassi m aomáxi moapr oduçãonaci onal , pornãoserpossí vel
com umaquant idadel imi t
adadef act ores,aument arapr oduçãode
umamer cador iasem di mi nui radeout rasef ariacadaempr esa
atingi r,at endendoaosest ímul osnat ur aisdol ucr o,adi mensãoque
l
he pr opor cionasse mel horr endi ment o que er a a sua mel hor
cont r
ibui çãopar aoequi l
íbrioecr esci ment oeconómi cos.Ousej a,
verif i
car -se- ia,aqui ,ai deial iber aldequeobem est ardasoci edade

70
resul taaut omat i
cament edosomat óriodobem est ardecadaum
dosseusmembr ossem necessi dadedeact ividadecor rect or aou
conf or mador aporpar tedoEst ado.
Noent ant o,r apidament esev i
uqueasi t
uaçãodeconcor r ência
per f
ei taer aum model out ópicoquesómui tor arament esepoder i
a
verificarnapr ática,namedi daem quesur giam asmai sdi ver sas
distor çõesr esul tant esquerdeabusodeact uaçãodospr ivadosno
seucompor tament o,det ermi nadospel al ógicadedesenv olv i
ment o,
pela concent ração monopol ista ou pel a cel ebr ação de acor dos
conducent es aos mesmos ef ei
tos, quer do cr escent e
i
nt erv enci oni smo est adual ,t raduzi do em aj udas a det ermi nados
sect or es, ár easgeogr áficas, empr esasoupr odut os.
Ai dei adeconcor rênci aper feitapr essupor i
a, sobr etudo, um est ádio
dedesenv olv i
ment or elativament ebai xo, nãosecoadunandocom o
progr essoedesenv olviment oeconómi coecom apr ópr i
adi nâmi ca
docapi talismoqueacabouporacol ocarem cr i
sepr of unda.
Def act o,omodel odeconcor rênciaper feitanãot em hoj equal quer
possi bi lidadedev err euni dososseuspr essupost os,namedi daem
quenaeconomi amoder nav erifi
camosque:
-O mer cado não ét ranspar ente,masext remament ecompl exo,
exigindo uma anál ise mor osa e ext remament el abor i
osa,não
hav endo na mai orpar te dos casos i nformação suf i
cient e dos
compr ador esacer cadospr eços.
-Omer cadonãoéat omi zado,coexi sti
ndouni dadesdedi mensão
variáv el .
-Ospr odut osnão são homogéneoseo r ecur so at écni casde
mar ket ingpr ocur adi sti
ngui -l
osai ndamai s.
-Amobi l
idadedosf actor esér eduzi da,em r esul tadodedi ficul dades
i
ner ent esàmudançadeempr ego eàev ol ução t ecnol ógicapor
exempl o.
Adi v er sificaçãodasest r uturasdomer cadol ev aàcombi naçãoda
ofertaedapr ocur aem t er mosdeseencont rarem osmai sv ar i
ados
model osdeconcor rênci ai mper f
eita.

ACooper
açãoI
nter
-empr
esar
ial
,noçãoef
undament
os

Noçãoef
ormas

O direit
o da concor
rênci
a par t
e de uma concepção r est
ri
ta de
concentração.Nestecontexto,o termo cooperação surgecomo
umaest r
atégi
aempr esar
ialdecoor denaçãodecompor tamentos,
di
sti
nt adaconcentr
ação,ref
erindo-
seàsoper açõesentreempresas

71
que,sem al ter
argr avement easest rut
urasdest asedomer cado,
i
mpl icam umaconj ugaçãodeesf orçosedemei osdasent idades
envolvidas.
Sendoem simesmoum compor tament odenão–concor r
ência( ou
desuspensãopr ovisóriadaconcor rência)porpar tedasempr esas
nomer cado,acooper açãopr essupõequeel asmant enham asua
plenaaut onomi ajurídi
caeeconómi ca.Busca- seapenasat r
av ésdo
estabeleciment o de f ormas f l
exí
v eis de col aboração mút ua,
l
imitadas no obj ect o e no t empo,a pr ossecução de cer t
os
objectivoscomuns.
A cooper ação assume nor malment eaf orma cont r
atual.Est es
contratos desempenham f unções,or a a mont ante do processo
produtivo( comooscont ratosdet r
ansf erênciadet ecnologia),ora
noi nteriordopr ocessopr odutivo( comoasubcont r
ataçãoea
parceria),oranaf asededi str
ibuição( comoadi str
ibui
çãoexcl usiva
ousel ect i
va),oraem v ári
osdessesmoment os( comof ranqui a,a
j
oint-venture,osACE) .

Pr
inci
pai
srazõesdoseudesenv
olv
iment
o

Sãov ár i
ososmot ivosqueexpl icam amul t
iplicaçãoeexpansão
destasf ormasdecooper açãoempr esar i
al.
Em pr imei rol ugar ,sur geof actodeospr odut osser em cadav ez
mai scompl exos,i ncor porandoum saber -fazerdi versif
icado,àl uz
desta compl exidade,as gr andes empr esas ent endem que é
preferívelespeci alizarem- senasuaf unçãopr i
ncipaleconf iaras
restant esaout rasempr esasquedet enham osaber -f
azerespeci fi
co
paraoef eit
o.
Entre as empr esas env olvi
das num mesmo pr ocesso pr odut i
vo
estabel ecem- se,ent ão,r el
açõesdecooper açãof ormandor edesde
empr esas. Tr at a-se, assi m, de uma nov a modal idade de
cresciment odaempr esa,mui tof l
exí vel,assent enãonai nt
egração
def unçõesmasnumaor ganizaçãor eticularatr avésdeacor dos.
Depoi s, ainvest igaçãodenov ospr odut osoupr ocessosdef abricoé,
em mui toscasos, um i nvesti
ment ocom demasi ador i
scoepori sso
as empr esas pr eferem associ ar-se,em l ugar de o cor rerem
sozinhas.Al ém di sso,só a associ ação com out ras empr esas
permi tear ent abi li
zação de cer tos i nv est imentos em nov as
tecnologi as,ouaor ganizaçãodeal gunsser viços( porexempl o,de
expor tação) ,em empr esasdepequenaoumédi adi mensão.
Finalment e,par aaspequenasemédi asempr esas,sãot ambém os
cont r
at osdecooper açãoe,at r
av ésdel es,af ormaçãoder edesde

72
empresas,mui
tasvezesaúni
caviapar
aasuai nt
ernaci
onal
i
zação,
ousejaparaoacessoaosmer
cadosext
ernos.

Asf
ormasdecooper
açãof
aseàconcor
rênci
a.

A cooper ação i mpl ica r elações cont r


atuais ent r
e empr esas
i
ndependent esquemant êm asuaaut onomi adeum pont odev i
sta
j
ur í
dico.No ent ant o,acooper ação ent reel asest abel eci danem
sempr e se car act eriza pel a hor i
zont ali
dade,podendo i mpl i
car
formasdei ntegr açãooudedependênci adenat ur ezaeconómi ca.
Nav er dade,nãoi gnor andoqueem t odoosi stemadepr oduçãoe
distribuiçãoexi stesempr eal gumadependênci aent reosagent es
económi cosenv olv i
dos,v erifica- sequedeal gunsdessescont ratos
result aumadependênci aeconómi caacr escidapar aumadaspar tes,
assent ena i mpor tânci a quepar a ela assumea per manênci ae
regular idadedasr elações,det almodo queo conj unt o da sua
actividadeéor gani zadoem f unçãodasual i
gaçãocont ratual .
O f act o de al guns dest es cont r
at os const it
uí rem f ormas de
organi zaçãodomer cado,el i
mi nandoouesbat endoaconcor rência
entre as empr esas env olvidas,f azque possam serobj ecto de
restrições ou condi cionament os pel as l eis de def esa da
concor rênciaoudecont rolodasconcent rações.Porout r
ol ado,é
também r econheci daasuaut ili
dadecomopot enci aisi nst rument os
de col abor ação,suscept íveis de f av orecera especi al i
zação,o
reforçodacompet itividadedasempr esaseasuaper manênci ano
tecidoempr esar ial( nocasodasPME) ,oquel ev aaqueospoder es
públ i
cos, adi ver sosní v eis,osest imul em edi spensem r ecur sospar a
oseudesenv olv i
ment o.
Esta ambi v alênci a conduz a que sej a di fí
cilest abel eceruma
ti
pol ogi aapr ioriquesepar ecl arament eoscont ratosdequer esulta
uma cooper ação daquel es que podem ocul tar f ormas de
dependênci aoudegener arem pr ati
casr estrit
ivasdaconcor rênci a.
O mesmo cont r
at o pode, em abst racto, cont er ambas as
virt
ual idades,di stingui ndo- se,ev entualment e,pel aspr eocupações
demant erai gual dadeent r
easpar teseumacol abor açãol i
mi tada
quet em porf im um r ef orçodacompet içãoext ernaouf utur aent r e
aspr ópr i
aspar tes.
Hámesmof igur as, comoporexempl oasJoi nt-vent ur es, quepodem,
conf ormeoscasos,serv i
st ascomof or madecooper açãooude
concent ração( em sent i
doest rit
o) .

Aempr
esacomum (
joi
nt-
vent
ure)

73
Noção

Uma das expr essões t ípi


cas das f ormas de cooper ação entr
e
empr esaséaj oint
-venture,quet ambém édesi gnadaent r
enóspor
empr esacomum e, em algunscasos, porconsór cio.
Numa def inição ampl a,ela éa ent i
dadeeconómi ca constituí
da
conjuntament e por duas ou mai s empr esas económi cas e
j
uridicamentei ndependent es,que exer ce as f unções de uma
empr esaou,pel omenos,umaact iv
idader elativaàpr oduçãode
bensouàpr estaçãodeser viços.
Umadef i
niçãor estri
taconsi deraqueháumaJoi nt
-ventureapenas
quandoéconst it
uídaumanov apessoaj ur
ídica,distintadosseus
fundadores.Est adef i
niçãof avoreceumamai orsegur ançajurí
dica,
masnem sempr eseadapt aàcompl exidadedav idaeconómi ca.

Oagrupament
ocompl
ement
ardeempr
esas(
ACE)
Noção

Osagr upament oscompl ement aresdeempr esasconsi st


em numa
formadecooper açãocont ratualent reempr esasj áconst ituídase
quemant êm asuaper sonal i
dadej urídica,dest i
nadaamel horas
condi ções de exer cício ou de r esul tado das suas act i
v i
dades
económi cas.
Embor acai bam noconcei t
odej oint-vent ure,em sent i
doampl o,os
ACE são t ratados,no di reito posi tivo por t uguês,como f iguras
disti
nt as,querpel aconf iguraçãoest rutur alqueal eilhesconf ere,
querpel osobj ecti
v osquel hessãoat ribuídos.Di stinguem- sedo
consór cio,nomeadament e,pel of actodeest et er,segundoal ei,
uma est rutura de const i
tui ção e f unci onament o mai sl ev ee
object i
v os t empor alment e mai sl imi tados do que o ACE.Ao
contrár iodoconsór cio,aconst i
tuiçãodosACEéf eitaporescr it
ura
pública,adqui r
indo per sonal idade com a i nscrição no r egisto
comer cial.
Além di sso,noquer efereaosobj ectivoseconómi cosquepr esidem
àcr i
açãodecadaumadest asf i
gur as,oconsór cioapar ecemai s
vocaci onadopar aagr uparempr esascom di ferent escapaci dades,
concor rendo par a um mesmo obj ect i
v o,o qualpoder á ser ,por
exempl o, areali
zaçãodeumaobr aouum concur sopar ainst alação
deum pr oj
ectoi ndust ri
al,enquant ooACEéconcebi docomoum
mei o de pr oporci
onaraos seus membr os a possi bi
l
idade de
exercer em em comum,nor mal ment edesdeaor igem umacer ta

74
acti
vidadedequet odososparti
cipant
esbenefi
ci
am (porexempl o,
organizarem em comum activi
dades de for
mação,serviços de
exportação,decont
rol
odequali
dade,etc)
.Porúl
ti
mo,acrescent
e-se
queoconsór ci
oéentendi
docomoumaf ormadecooperaçãoentre
empr esas de qual
querdimensão,enquanto o ACE se desti
na,
sobretudo,àsPME.

Asub-
cont
rat
açãoi
ndust
ri
al

Noção

A subcontrat
ação i
ndust
ri
alé a operação atr
avésda qualuma
empr esaconfi
aaoutraatar
efadeexecutarparasi,deacordocom
um cadernodeencargosourequi
sit
ospré-est
abeleci
dos,umaparte
ouat ot
ali
dadedosactosdepr oduçãodebensoudet erminadas
operaçõesespecí
fi
cas.

Di
rei
toComuni
tár
iodaConcor
rênci
a

Um dospr inci
paisobj ect ivosdaUni ãoEconómi caeMonet áriada
ÁfricaOci dentaléo r eforço dacompet i
tividadedasact i
vidades
económi casef i
nancei rasdosEst ados- membr osnoquadr odeum
mer cado aber to e concor r
enciale de um ambi entej urídico
racional izadoehar moni zado.
Com ef eito,oTr atadopr ev ênoseuar ti
go76º ,ai nsti
tui
çãode
regrascomunsdeconcor rênciaapl icáv ei
sasempr esaspúbl i
case
privadas, assim comoosauxí lios,em v i
staar eali
zaçãodomer cado
comum.
Com aent radaem vigordauni ãoaduanei ra,a1deJanei r
ode2000,
permi tiu assi m a UEMOA de ul trapassar uma das et apas
i
mpor t
ant es de const rução desse mer cado comum,onde as
empr esaspoder ãopr oduzi ràgr andeescal a,decol ocarosmei os
moder nosdepr oduçãoeder eduzi rassi m oscust osem benef i
cio
dosconsumi dores.
Amanut ençãodeum si stemadeconcor r
ênci al i
vreenãof alseada
const it
ui um dosprincí piosf undament aisdaUEMOA.
Asf unçõesessenci aisdasr egrascomuni táriasdaconcor rência
aplicáv eisàsempr esasconsi stem em ev itarqueacor dos,pr áticas
concer tadas ou abusos de posi ção domi nante mant enham os
obst ácul osaocomér cioent reosEst ados-membr oseliminadospor
forçadasr egrassobr easquat roliber dades.

75
Porout rol ado,aUEMOA i mpõeum cont rolomai sr igor osodas
distorçõesdaconcor rênci a,em par ticularno queser ef ereaos
aux í
liosest ataisconcedi dospel osEst ados- membr os.
Por apl i
cação do ar ti
go 88º do Tr atado da UEMOA, são
i
ncompat í
vei s com as r egr as do mer cado comum as aj udas
acor dadas pel o o Est ado ou com os r ecur sos do Est ado sob
qual querf orma,desdequef alsei am oususcept íveisdef al seara
concor rênci af av or ecendocer tasempr esasoucer taspr oduções.
ADi r
ect ivanº01/ 2002/ CM/ UEMOAsobr eaconcor rênciaexi geque
osEst ados- membr osgar ant am at ranspar ênci adasr elaçõesent r
e
os poder es públ i
cos e as empr esas públ i
cas,comuni cando à
Comi ssão da UEMOA, a seu pedi do, det ermi nados dados
fi
nancei rosef or necendoi nf ormaçõesadi cionaissobaf or made
relatór i
osanuai s.
A ní veldosEst adosaComi ssãodaUEMOA ar ti
cula-secom as
est r
ut ur asnaci onai sdeconcor rênci a.Asest r
utur asnaci onai sde
concor rênci a assegur am uma act ivi
dade per manent e de
fi
scal ização nosmer cadosaf im debani rosdi sfunci onament os
l
igados à pr áti
cas ant i-concor r enciais(Direct i
v a nº
02/ 2002/ CM/ UEMOAde23deMai or elati
v aacooper açãoent rea
Comi ssãoeasest ruturasnaci onai sdeconcor r
ênci anosEst ados-
membr os) .
Em mat ér i
adaconcor rênci ao Tr atado daUEMOA di stingueas
regrasquedi zem r espei toàsempr esaseasr egr asapl icáv eisaos
aux í
liosest atais.
No que concer ne asr egr asapl icáv eisasempr esasa Di recti
va
precei tuaosegui nte:
Sãoi ncompat íveiscom omer cadocomum epor tant opr oi bidos,
todos os acor dos ent re empr esas, t odas as deci sões de
associ açõesdeempr esaset odasaspr át i
casconcer t
adasque
sejam suscept í
v eis de af ect aro comér ci o ent re os Est ados-
membr os e que t enham porobj ect i
vo ou poref eitoi mpedi r,
restringi rouf alsearaconcor rênci anomer cadocomum( ar t.3ºdo
Regul ament oComuni t
ár i
onº 02/ 2002/ CM/ UEMOAr elativaapr áti
ca
ant i
-concor renciai snoi nteriordaUni ãoEconómi caeMonet ár i
ada
ÁfricaOci dent al).
O mesmoRegul ament oComuni tár i
oenumer a,noseuar tigo3ºa

tulo exempl ifi
cat i
v o,aspr áticasi ncompat ívei
scom o mer cado
comum:
a)Os acor dos que l i
mi t
am o acesso ao mer cado ou l ivr
e
exer cíciodaconcor r
ênci apel asout rasempr esas;
b)Fi xar ,def or madi rectaoui ndi rect a,ospr eçosdecompr aou

76
dev enda, ouquai squerout r
ascondi çõesdet ransacção;
c)Limitar ou cont rolar a pr odução, a di str
ibui ção, o
desenv olviment ot écni coouosi nv est i
ment os;
d)Repar tirosmer cadosouasf ont esdeabast eci ment o;
e)Aplicar ,r elat i
v ament e a par cei ros comer ci ais,condi ções
desiguai snocasodepr estaçõesequi val
ent escol ocando- os,
poressef act o, em desv ant agem naconcor rênci a;
f)Subor dinaracel ebr açãodecont r
at osàacei tação,porpar t
e
dosout roscont r aent esde pr est açõessupl ement ar esque,
pelasuanat ur ezaoudeacor docom osusoscomer ci ais,não
têm ligaçãocom oobj ect odessescont r
atos.
ORegul ament opr oíbe, ainda, aexpl oraçãoabusi vadeumade
6
umaposi çãodomi nant e nomer cadocomum ouumapar t
e
subst anci aldel e,porumaoumai sempr esas,namedi daem
que,sendosuscept íveldeaf ect arocomér ciodosEst ados-
membr os, éincompat ivelcom omer cadocomum( art igo4ºdo
Regul ament onº02/ 2002/ CM/ UEMOA) .
Aspr át i
casabusi v aspodem consi st ir,designadament eem:
a)impor ,def or madi rect aoui ndi rect a,pr eçosdecompr aou
dev endaouout rascondi çõesdet ransacçãonãoequi tat ivas;
b)l i
mi tarapr odução,adi st ri
bui çãoouodesenv ol v i
ment o
técnicoem pr ej uízodosconsumi dor es;
c)aplicar ,rel ativ ament e a par ceir os comer ciai s,condi ções
desiguai snocasodepr estaçõesequi val
ent escol ocando- os,
poressef act o, em desv antagem naconcor rênci a;
d)subor dinaracel ebraçãodecont rat osàacei tação, porpar t
e
dosout roscont raent es,depr est açõessupl ement ar esque,
pelasuanat ur ezaoudeacor docom usoscomer ciais, nãot êm
l
igaçãocom oobj ect odessescont rat os.
Quant oaosauxi l
iosest atais,oTr at adodaUni ãoenunci a,de
quesãoi ncompat ivei
scom omer cadocomum namedi daem
queaf ectem ast rocascomer ciai sent reosEst ados- membr os,
estando,por tant o,pr oibidos os aux íl
ios concedi dos pel os
Estadosoupr ov eni entesder ecur sosest atais, quef al sei am ou
ameaçam f alsear a concor rênci a, f av or ecendo cer tas
empr esasoucer taspr oduções,i ndependent ement edaf orma
queassumam.
Asaj udasdosEst adosãoaquel asqueemanam doEst adoou
deumacol ect ividadeouor gani smospúbl icos,qual querque

6
Si
gni
fi
caopoderdaempr esacri
arobstácul
osamanut ençãodeumaconcorrênci
aef
ect
iva
tendoacapacidadedesecomportardeformaindependent
eem rel
açãoaosseus
concor
rent
es,cli
ent
eseconsumidores.

77
sejaasuaforma:subv
enções,
emprésti
mos,
insençõesf
iscai
s,
gratui
dade?decert
osbensouser
viços.

78

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