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Introdução ao texto: A História de Israel e a Pesquisa Atual

FARIAS, Jacir de Freitas (org). História de Israel e as pesquisas atuais. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 43 – 87.

O Consenso Tradicional:
Até meados da década de 70 do século XX, existia um consenso razoável sobre a história de Israel. A Bíblia Hebraica
era considerada um guia confiável para a reconstrução da história do antigo Israel, desde os patriarcas até Esdras.
Evidências arqueológicas e textos extra-bíblicos corroboram essa visão.

Exemplos do Consenso:
Os patriarcas eram personagens históricos comprovados por textos mesopotâmicos (registros escritos em diversas
formas e materiais que datam de civilizações antigas que floresceram na região da Mesopotâmia, entre os rios Tigre
e Eufrates, no Oriente Médio. Abrangem um período extenso, desde cerca de 3500 a.C. até 500 a.C., e oferecem
uma rica fonte de informações sobre a história, cultura, religião, filosofia e literatura da época).
A migração dos amoritas explicava a entrada dos patriarcas na Palestina.
A escravidão no Egito e o Êxodo eram confirmados por textos egípcios.
A conquista da Palestina pelas 12 tribos era suportada por evidências arqueológicas.
A monarquia unida de Davi e Salomão era considerada um marco histórico.
O exílio babilônico e o retorno a Jerusalém eram bem documentados.

A Mudança de Paradigma:
A partir da década de 70, o consenso começou a ser questionado. Novas pesquisas e interpretações lançaram
dúvidas sobre a historicidade de muitos eventos bíblicos.

Fatores que contribuíram para a Mudança:


Novas perspectivas na arqueologia, distanciando-a da "arqueologia bíblica".
Uso de métodos literários sofisticados para analisar os textos bíblicos.
Críticas à confiabilidade da Bíblia como fonte histórica.
Ênfase em fontes extra-bíblicas para a construção da história de Israel.

Consequências da Mudança:
A sequência tradicional de eventos (patriarcas, Êxodo, conquista, monarquia, exílio) foi fragmentada.
O uso da Bíblia como única fonte para a história de Israel foi questionado.
A historicidade dos patriarcas, da monarquia unida e de outros eventos foi posta em dúvida.
Novas perspectivas surgiram, como a "história de Israel e dos povos vizinhos".

O Debate Atual:
A história de Israel está em constante debate e reinterpretação.
Pontos-chave do Debate:
Historicidade dos patriarcas e da monarquia unida.
Confiabilidade da Bíblia como fonte histórica.
Papel da arqueologia na construção da história de Israel.
Importância da tradição oral na história de Israel.

Este capítulo:
Aborda as principais mudanças na historiografia de Israel.
Destaca as dificuldades e desafios da pesquisa atual.
Sugere pistas de leitura para quem se interessa pelo tema.

Objetivo do Capítulo:
Apresentar um panorama das diferentes perspectivas sobre a história de Israel.
Estimular o debate e a reflexão crítica sobre o tema.

Conclusão:
A história de Israel é um campo de estudo complexo e dinâmico. As pesquisas e interpretações continuam a evoluir,
desafiando as concepções tradicionais e abrindo caminho para novas perspectivas.

Introdução ao texto: Capítulo 1 – Considerações preliminares sobre a história da pesquisa e a hermenêutica.

GUNNEWEG, A.H. J., Teologia bíblica do antigo testamento: uma história da religião de Israel na perspectiva bíblico-
teológica. São Paulo: Editora Teológica / Edições Paulinas, 2005, p. 25 – 61.

Contexto Histórico e Teológico:


O autor Gunneweg reconhece a falta de clareza sobre o que significa teologia bíblica e, particularmente, teologia do
Antigo Testamento.
Ele observa que diferentes autores oferecem definições e abordagens divergentes da disciplina.
Gunneweg propõe uma teologia do Antigo Testamento como história da religião de Israel na perspectiva bíblico-
teológica.

B. Formulação do Problema:
A principal questão é como conciliar a história complexa e, às vezes, contraditória de Israel com a imagem de um
Deus amoroso e santo.
Gunneweg identifica outros desafios para a teologia do Antigo Testamento, como a diversidade de textos e gêneros
literários, o desenvolvimento histórico da teologia e a influência do contexto cultural e social.

C. Proposta Metodológica:
Gunneweg defende uma abordagem interdisciplinar que integre a história da religião de Israel com a análise
teológica dos textos bíblicos.
Ele também propõe uma perspectiva bíblico-teológica que enfatize a revelação de Deus ao longo da história de Israel
e a leitura dos textos bíblicos à luz da fé cristã.

D. Relevância do Estudo:
A teologia do Antigo Testamento é importante para a fé cristã, pois oferece uma compreensão das raízes da fé e
contribui para o aprofundamento da relação com Deus.
O estudo também é relevante para o diálogo inter-religioso, pois promove o conhecimento da tradição judaica e
facilita o diálogo com outras religiões.

E. Estrutura do Livro:
O livro está dividido em três partes:
História da religião de Israel
Temas teológicos centrais
Relação entre o Antigo e o Novo Testamento

F. Síntese das Considerações Preliminares:


Gunneweg traça um panorama histórico da teologia do Antigo Testamento, desde o final do século XVIII até os dias
de hoje.
Ele destaca a importância da história da religião de Israel para a compreensão da teologia do Antigo Testamento.
O autor também apresenta sua proposta metodológica para o estudo da disciplina, que se baseia em uma
abordagem interdisciplinar e em uma perspectiva bíblico-teológica.
Observações:

O texto de Gunneweg é denso e complexo, exigindo do leitor atenção e reflexão crítica.

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