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9.

PLANOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS E


PROPOSTAS DE ALOCAÇÃO DE
RECURSOS DE COMPENSAÇÃO
AMBIENTAL

Dezembro/2009 Cap. 09 – Planos e programas de monitoramento EIA – OSX Estaleiro - SC


Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 1/99
9.1. INTRODUÇÃO

Os planos e programas ambientais pospostos neste capítulo enfocam a sugestão de


diretrizes de controles ambientais preventivos e mitigadores dos impactos ambientais citados no
capítulo 8 (Identificação e avaliação de impactos ambientais) deste estudo e também procedimentos
de acompanhamento e a supervisão da implementação, execução e resultados.

Estes programas de controle ambiental têm como objetivo contribuir para a criação de
rotinas nas ações de caráter ambiental, ou atividades com potencial poluidor, empreendidas nas
fases de implantação e operação do OSX Estaleiro – SC, de modo a proporcionar ações eficientes
voltadas para o cumprimento das legislações com ênfase nos quesitos ambiental e social. A correta
implementação é capaz de reduzir, evitar e/ou mitigar processos de degradação dos meios físico,
biótico e sócio-econômico, passíveis de serem causados pelas atividades de implantação e operação
do Estaleiro.

Já os programas de monitoramento têm como objetivo acompanhar os parâmetros


ambientais na AID passíveis de sofrerem impactos decorrentes da implantação e operação do
empreendimento, de forma a certificar se as medidas de mitigação adotadas estão sendo eficientes,
sugerindo alterações nos programas de controle ambiental, caso seja necessário. Permitirão também
a coleta de dados para estudos mais aprofundados, que visam, acima de tudo, a manutenção da
integridade da dinâmica ambiental do conjunto representado pelo entorno da área de intervenção.
Os resultados destes programas deverão ser apresentados em relatórios periódicos ao órgão
ambiental competente, conforme condicionantes que serão apresentadas na licença de instalação e
licença de operação do empreendimento.

Assim como os impactos ambientais foram avaliados separadamente para as fases de


implantação e operação, os planos e programas ambientais propostos para cada fase são
diferenciados entre si. Na fase de implantação o plano que rege os programas é o plano ambiental
de construção (PAC), onde são propostos nove programas de controle ambiental, seis programas de
monitoramento, sete programas sociais e o programa de recuperação de áreas degradadas (Figura
9.1).

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Figura 9.1. Diagrama de blocos do plano ambiental de construção (PAC), a ser adotado na fase de implantação
do OSX- Estaleiro, com seus respectivos programas ambientais.

Na fase de operação, o plano de gestão ambiental (PGA) contará com 9 programas de


controle ambiental, entre estes um programa de implementação do sistema de gestão ambiental para
a fase de operação e seis programas de monitoramento ambiental. Estes são direcionados para os
processos realizados no estaleiro: navegação (entrada de materiais e insumos e saída de
embarcações), desembarque de materiais, armazenamento de materiais, caldeiraria, pintura,
montagem, edificação, cais de acabamento, operação assistida e dragagens de manutenção. Além
destes, foram propostos também quatro programas com foco social, os quais devem ser
desenvolvidos desde a fase de implantação do empreendimento (Figura 9.2).

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Figura 9.2. Diagrama de blocos do plano de gestão ambiental (PGA), a ser adotado na fase de operação do OSX –
Estaleiro, com seus respectivos programas ambientais.

A Tabela 9.1 apresenta a correlação entre os impactos da fase de implantação do OSX


Estaleiro - SC com os programas ambientais propostos no Plano Ambiental de Construção (PAC).
A Tabela 9.2 apresenta a correlação entre os impactos ambientais da fase de operação do estaleiro
com os programas ambientais propostos no Plano de Gestão Ambiental (PGA).

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Dezembro/2009 Cap. 09 – Planos e programas de monitoramento EIA – OSX Estaleiro - SC
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Tabela 9.1. Correlação entre os impactos identificados da fase de implantação do empreendimento e os programas ambientais propostos.
Programas de monitoramento
Programas de controle ambientais Programas sociais PRAD
Impactos da fase de ambiental
implantação

Programa de Controle da Erosão e

Programa de Relacionamento

Programa de Recuperação de
Programa de Monitoramento

Programa de Monitoramento

Programa de Monitoramento

Programa de Monitoramento

Programa de Monitoramento

Contratação de Mão de Obra

Programa de Monitoramento
Atividades Produtivas Locais
Programa de monitoramento
Programa de Gerenciamento

Programa de Gerenciamento

Programa de Compensação
Programa de Supressão de
Ambiental da Construção

Programa de Controle da
Programa de Controle de

Programa de Controle de
Programa de Supervisão

Emissões Atmosféricas e

Programa de Manejo da

da Atividade da Pesca e
Programa de Educação

Programa de Apoio às
dos Resíduos Sólidos e

dos Recursos Hídricos

e Comunicação Social

Programa de Apoio a

Programa de Apoio a
de Riscos Ambientais

do Conforto Acústico

Infraestrutura Local
da Qualidade do Ar
Efluentes Líquidos

da Biota Terrestre

Áreas Degradadas
da Biota Aquática

das Interferências
Programas da

Socioeconômicas
da dragagem de
fase de Implantação

Dragagem de

Assoreamento

Ambiental
Vegetação
Fauna
Ruído
Aumento do risco de inundação nas propriedades
X X
adjacentes
Meio físico

Risco de contaminação do solo e água subterrânea X X X


Alteração da qualidade da água superficial X X X X X
Alteração da qualidade da água marinha X X X X X X
Alteração do conforto acústico X X X X X
Alteração da qualidade do ar X X X X
Alteração da circulação hidrodinâmica X X X
Aumento do risco de erosão praial X X X
Redução da cobertura vegetal X X X X X
Perda de habitat X X X X X X X X
Afugentamento e perturbação da fauna terrestre e
X X X X X X X X
alada
Meio biótico

Afugentamento, perturbação e mortalidade da


X X X X X X X X X
fauna aquática
Perturbação de Cetáceos X X X X X X X
Risco de introdução de espécies exóticas no
X X X X X
ambiente
Risco de contaminação da biota aquática em casos
X X X X X X X X X
de vazamentos ou derramamentos de óleo
Risco de alteração no padrão de circulação de
X
ovos e larvas entre as Unidades de Conservação
Impacto visual na paisagem X X X
socioeconôm

Interferência no tráfego de embarcações de


X X X
esporte e recreio
Meio

Interferência na atividade pesqueira e restrição do


X X X X X
espaço de pesca
Interferência nas áreas de maricultura e realocação
X X X X X
dos cultivos

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acesso
urbanos
implantação

Dezembro/2009
Conservação
Impactos da fase de

Incremento populacional
Geração de trabalho e renda

Alteração do mercado imobiliário

Geração de expectativas e incertezas

Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°


fase de Implantação

Risco de interferências em sítios arqueológicos


Possibilidade de influência nas terras indígenas

Qualificação e capacitação da mão de obra local

Risco de intensificação de ocupações irregulares


Programas da

Pressão na demanda por serviços e recursos

Intensificação do tráfego nas principais vias de


Aumento da pressão sobre as Unidades de

Programa de Supervisão

X
X
Ambiental da Construção

Programa de Gerenciamento
dos Resíduos Sólidos e
Efluentes Líquidos

Programa de Controle de
Emissões Atmosféricas e
Programa de Controle de
Ruído
Programa de Controle da
Dragagem de
Programa de Gerenciamento
de Riscos Ambientais
Programa de Manejo da
Programas de controle ambientais

Fauna
Programa de Controle da Erosão e

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Assoreamento

Programa de Supressão de
Vegetação
Programa de Monitoramento
da Qualidade do Ar
Programa de Monitoramento

Cap. 09 – Planos e Programas Ambientais


do Conforto Acústico
Programa de Monitoramento
dos Recursos Hídricos
Programa de Monitoramento
ambiental

da Biota Terrestre
Programa de Monitoramento
da Biota Aquática
Programa de monitoramento
Programas de monitoramento

da dragagem de
X
X
X
X
X
X
X
X

Programa de Relacionamento
e Comunicação Social
X
X
X

Programa de Educação
Ambiental
X
X
X
X
X
X

Programa de Apoio a
Contratação de Mão de Obra
X
X
X
X

Programa de Apoio às
Atividades Produtivas Locais
X

Programa de Compensação
da Atividade da Pesca e
Programas sociais

X
X
X
X

Programa de Apoio a
Infraestrutura Local
Programa de Monitoramento
X
X
X
X
X
X
X
X

das Interferências
Socioeconômicas
Programa de Recuperação de
Áreas Degradadas
PRAD

EIA – OSX Estaleiro - SC


Tabela 9.2. Correlação entre os impactos identificados para a fase de operação do estaleiro e programas de monitoramento propostos.
Programas de controle ambientais Programas de monitoramento Programas sociais
ambiental
Impactos da fase de operação

Programa de Apoio a Infraestrutura Local


Programa de Apoio à Contratação de Mão
Programa de Monitoramento do Conforto
Programa de Gerenciamento de Efluentes

Programa de Controle da Água de Lastro

Programa de Compensação da Atividade


Programa de Controle das Dragagens de

Programa de Gerenciamento dos Riscos

Programa de Monitoramento da Biota


Programa de Implementação do SGA

Programa de Manejo da Vegetação


Programa de Controle de Emissões

Programa de Educação Ambiental


Programas de Gerenciamento dos

Programa de Apoio às Atividades


Programa de Monitoramento dos

Programa de Monitoramento das

Programa de Monitoramento das


Programa de Monitoramento da

Programa de Monitoramento da
Programa de Controle de Ruído

Interferências Socioeconômicas
Programa de Relacionamento e
Dragagens de Manutenção.
Programas

Qualidade do Sedimento
da fase de Operação

Comunicação Social
Recursos Hídricos

Produtivas Locais
Qualidade do Ar
Resíduos Sólidos

de Obra Local
Atmosféricas

Manutenção

Ambientais

dos Navios

Aquática
Líquidos

da Pesca
Acústico
Risco de contaminação do solo e água subterrânea X X X
Alteração da qualidade da água superficial X X X X X X X
Alteração da qualidade da água marinha X X X X X X X X X
Meio físico

Alteração do conforto acústico X X X X X X


Alteração da qualidade do ar X X X X X X
Alteração da circulação hidrodinâmica X X X X
Aumento do risco de erosão praial X X X X X
Redução da cobertura vegetal X X X X
Afugentamento e perturbação da fauna terrestre e
X X X X X
alada
Afugentamento, perturbação e mortalidade da fauna
X X X X X X X X
aquática
Perturbação de Cetáceos X X X X X X X
Risco de introdução de espécies exóticas no
Meio Biótico

X X X X X X
ambiente
Risco de contaminação da biota aquática pelo efeito
X X X X X
residual das tintas antiincrustantes
Risco de contaminação da biota aquática em casos
X X X X X X X X
de vazamentos ou derramamentos de óleo
Impacto visual na paisagem X X X
Socioeconôm

Interferência no tráfego de embarcações de esporte e


X X
recreio
Interferência na atividade pesqueira e restrição do
Meio

X X
espaço de pesca
Interferência nas áreas de maricultura e realocação
X X
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acesso

Dezembro/2009
dos cultivos

Conservação

Incremento populacional
Geração de trabalho e renda
Impactos da fase de operação

Alteração do mercado imobiliário

Geração de expectativas e incertezas

Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7°


Programas

Dinamização das atividades econômicas locais


Possibilidade de influência nas terras indígenas

Qualificação e capacitação da mão de obra local

Risco de intensificação de ocupações irregulares


da fase de Operação

Pressão na demanda por serviços e recursos urbanos


Intensificação do tráfego nas principais vias de
Aumento da pressão sobre as Unidades de
Programa de Implementação do SGA

X
Programas de Gerenciamento dos
Resíduos Sólidos
Programa de Gerenciamento de Efluentes
Líquidos
Programa de Controle de Emissões
Atmosféricas
Programa de Controle de Ruído

Programa de Controle das Dragagens de


Manutenção
Programa de Gerenciamento dos Riscos
Ambientais
Programa de Controle da Água de Lastro
Programas de controle ambientais

dos Navios

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Programa de Manejo da Vegetação

Programa de Monitoramento da
Qualidade do Ar

Programa de Monitoramento do Conforto

Cap. 09 – Planos e Programas Ambientais


Acústico
Programa de Monitoramento dos
Recursos Hídricos
Programa de Monitoramento da
ambiental

Qualidade do Sedimento

Programa de Monitoramento da Biota


Aquática
Programa de Monitoramento das
Programas de monitoramento

Dragagens de Manutenção.
X
X
X
X
X
X
X

Programa de Relacionamento e
Comunicação Social
X
X
X

Programa de Educação Ambiental

Programa de Apoio à Contratação de Mão


X
X
X
X
X
X

de Obra Local

Programa de Apoio às Atividades


X
X
X
X

Produtivas Locais

Programa de Compensação da Atividade


X

da Pesca
Programas sociais

Programa de Apoio a Infraestrutura Local


X
X

Programa de Monitoramento das


X
X
X
X

Interferências Socioeconômicas
EIA – OSX Estaleiro - SC
9.2. PLANO AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO – PAC

O Plano de Ambiental de Construção (PAC) consiste em um conjunto de programas


destinado a organizar a implementação de ações preventivas e mitigadoras dos impactos ambientais
passíveis de ocorrerem nesta fase do empreendimento.

Este plano está dividido em quatro grupos de programas, sendo estes, (1) Medidas de
Prevenção e Controle; (2) Programas de Monitoramento, (3) Programas sociais e (4) Recuperação
de Áreas Degradadas.

O grupo dos programas de medidas de prevenção e controle inclui ações com o intuito
de reduzir e prevenir os impactos adversos relacionados com as atividades de construção civil e
montagem industrial. Neste grupo estão inclusos os seguintes programas:

• Programa de Supervisão Ambiental da Construção;

• Programas de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos;

• Programa de Controle de Emissões Atmosféricas e Poeiras Fugitivas;

• Programa de Controle de Ruído;

• Programa de Controle da Dragagem de Aprofundamento;

• Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais;

• Programa de Manejo da Fauna;

• Programa de Controle da Erosão e Assoreamento; e

• Programa de Supressão de Vegetação.

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O grupo de programas de monitoramento é considerado uma das principais ferramentas
para a gestão ambiental da fase de implantação. A execução do monitoramento deverá seguir o
plano inicial a ser proposto através do Plano Básico Ambiental, mas poderá estar sujeito às
adequações, ajustes e modificações pelos resultados do próprio monitoramento. Neste grupo são
propostos os seguintes programas de monitoramento:

• Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar;

• Programa de Monitoramento do Conforto Acústico;

• Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos;

• Programa de Monitoramento da Biota Terrestre;

• Programa de Monitoramento da Biota Aquática; e

• Programa de Monitoramento da Dragagem de Aprofundamento.

O grupo de programas sociais é composto de sete programas os quais serão detalhados


no PBA e cujas diretrizes são apresentadas a seguir

• Programa de Relacionamento e Comunicação Social;

• Programa de Educação Ambiental;

• Programa de Apoio a Contratação de Mão de Obra Local;

• Programa de Compensação a Atividade de Pesca e Maricultura;

• Programa de Apoio a Infra-estrutura Local;

• Programa de Apoio às Atividades Produtivas Locais ;e

• Programa de Monitoramento das Interferências Socieconômicas

Já a implantação do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas objetiva minimizar


ou eliminar os efeitos adversos decorrentes das intervenções e alterações ambientais relacionadas às
atividades de construção civil e montagem industrial, inerentes a fase de implantação do
empreendimento.

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9.2.1. Programa de Supervisão Ambiental da Construção

As obras de implantação do OSX Estaleiro - SC em Biguaçu terão características


similares às de outras obras de construção civil, porém, devido à localização do empreendimento,
nas margens da Praia de Tijuquinhas, localizada na Baía Norte, confere ao projeto uma maior
atenção por parte dos empreendedores, pelas empresas que executarão as obras, pelo poder público,
órgãos ambientais entre outros.

Devido ao porte das obras de construção civil do empreendimento e a natureza das


tarefas a serem realizadas, são previstos possíveis impactos ao meio ambiente, em todas as etapas
da obra, que poderão ser minimizados ou eliminados através da implantação das medidas
mitigadoras recomendadas no Capítulo 8 deste Estudo e dos Programas Ambientais recomendados
neste PAC.

Sendo assim, este Programa inclui um conjunto de medidas a serem coordenadas pela
equipe responsável pela gestão ambiental do empreendimento, diretamente e com apoio de
empresas especializadas em Supervisão Ambiental. Este, deverá ser desenvolvido ao longo da fase
de implantação e tem como principal objetivo definir ações de controle ambiental que deverão ser
implementadas pelas diversas empresas que trabalharão no canteiro de obras, bem como a
supervisão das atividades que serão realizadas.

9.2.1.1. Diretrizes

Este Programa busca garantir o cumprimento das medidas e procedimentos


consolidados nas condicionantes ambientais das licenças prévia e de instalação e,
consequentemente, no Plano Básico Ambiental do empreendimento, garantindo a oportuna
implementação de ações preventivas e corretivas, toda vez que ocorrer algum desvio com relação às
mesmas. Com a execução deste programa pretende-se:

• Garantir a divulgação e correta compreensão de todos os compromissos e/ou medidas


de controle ambiental junto aos responsáveis diretos e indiretos do processo de implantação;

• Padronizar os critérios e procedimentos metodológicos a serem aplicados pela equipe


de Supervisão Ambiental durante as etapas da obra e dragagem;

• Garantir o cumprimento das normas de segurança do trabalho pelos trabalhadores


diretos e das empresas terceirizadas;
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• Acompanhar e gerenciar os possíveis impactos e/ou riscos ambientais e controlar as
ações ou atividades geradoras dos mesmos;

• Assessorar e nortear as empreiteiras na adequação técnica e ajuste dos métodos


construtivos às diretrizes de minimização de impacto ambiental e aos parâmetros ambientais que se
mostrarem presentes;

• Garantir o cumprimento da Resolução CONAMA N° 307/2002 sobre a gestão de


resíduos da construção civil, promovendo um destino final adequado aos mesmos;

• Produzir relatório documental demonstrando que as medidas mitigadoras e de controle


ambiental previstas são rigorosa e continuamente observadas;

• Documentar metodologicamente todas as alterações ambientais induzidas pelas obras


de forma a viabilizar a posterior comparação entre impactos previstos e impactos efetivamente
ocorridos, inclusive com delimitação de responsabilidades pelos mesmos;

• Avaliar estatisticamente a evolução do desempenho ambiental das construtoras,


comprovando a ocorrência de um processo de melhoria contínua e/ou recomendando as ações
corretivas pertinentes;

• Atender às exigências formais de gestão e monitoramento decorrentes das fases de


Licenciamento Prévio e de Instalação, produzindo relatórios demonstrativos com periodicidade
trimestral e organizando, de maneira acessível para verificações de terceira parte, toda a
documentação ambiental relativa ao ciclo de construção das obras.

Este programa terá relação direta com todos os outros programas propostos, uma vez
que será o responsável por gerenciar e supervisionar as ações de controle ambiental e acompanhar
os resultados obtidos nos programas de monitoramento.

9.2.2. Programa de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos

Uma gestão adequada de resíduos sólidos e efluentes líquidos começa pela prevenção e
minimização da sua produção, com a redução do consumo de energia, matéria-prima e nas despesas
com tratamento e/ou disposição final, seguido pelo incentivo à reutilização e finalmente, a
reciclagem.

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 12/99
O planejamento da obra é componente fundamental para que não sejam gerados
resíduos desnecessários e para que não ocorra a contaminação do solo e da água, neste caso,
principalmente da água pluvial. Igualmente, à avaliação do que poderá ser reutilizado e reciclado na
própria obra, permite uma melhor operacionalização do sistema e melhor disposição final dos
resíduos e sistemas de drenagem. Assim, este programa terá a função de definir medidas de
gerenciamento dos resíduos sólidos e líquidos gerados na construção do empreendimento, através
de controles a ser implantados pelas empreiteiras, visando garantir o adequado gerenciamento dos
resíduos sólidos e efluentes gerados, buscando minimizar a geração destes, promovendo tratamento
e a destinação final adequados e evitando assim, o seu descarte e lançamento irregular no ambiente.

9.2.2.1. Diretrizes

Este programa será composto por atividades de identificação, caracterização,


quantificação, classificação, manuseio, acondicionamento, armazenamento temporário, tratamento e
disposição final, as quais deverão ser conduzidas com base nas legislações e normas técnicas
vigentes, relacionadas ao correto manejo dos resíduos sólidos e efluentes líquidos. O programa
deverá abranger a execução das seguintes ações:

• Estimar os tipos, a classificação e a quantidade/volume dos principais resíduos a serem gerados,


subsidiando o dimensionamento da quantidade, do volume e disposição de contentores e
caçambas necessárias para acondicionamento dos diferentes tipos de resíduos;
• Manutenção de um registro que inclua a produção e a destinação final de acordo com o tipo de
resíduo gerado (inventário de resíduos);
• Elaboração e implantação de um plano de redução da geração, reciclagem e manejo/disposição
dos resíduos;
• Implantar área especifica para armazenamento temporário dos resíduos, de acordo com as
recomendações das normas NBR 11.174 e 12.235 da ABNT;
• Garantir o cumprimento da Resolução CONAMA N° 307/2002, que dispõe sobre a gestão de
resíduos da construção civil, promovendo um destino final adequado aos mesmos;
• Contratar transporte e destinação final adequada de acordo com cada tipo de resíduo;
• Implantar sistemas de drenagem de água pluvial de forma a reduzir processos erosivos e de
assoreamento no terreno e evitar a contaminação dos recursos hídricos decorrentes do
carreamento de sedimentos e das possíveis formas de contaminação da água pluvial;

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• Implantar sistemas de tratamento de efluentes sanitários e sistemas separadores água-óleo;
• Conscientizar e habilitar os colaboradores para o correto manejo dos resíduos e efluentes, através
do programa de capacitação e treinamento ambiental; e
• Fornecer dados e informações sobre a geração, tratamento e destinação final de resíduos sólidos
e efluentes líquidos à coordenação do Programa de Supervisão Ambiental da Construção, para o
monitoramento deste programa visando a reavaliação e adequação deste.

O programa deverá ser monitorado através do Programa de Supervisão Ambiental da


Construção, para acompanhar a evolução das metodologias de gerenciamento implantadas. O
monitoramento terá caráter avaliativo e servirá para identificar e corrigir falhas existentes. Como
resultados deste monitoramento deverão ser gerados planilhas contendo informações, tais como a
produção mensal de resíduos e efluentes, caracterização, classificação, forma de armazenamento,
local de armazenamento e destinação final e relatórios fotográficos.

O sucesso deste programa estará ligado à participação efetiva de todas as empreiteiras


que atuarão nas obras e aos seus colaboradores, tendo em vista que estes estão diretamente
envolvidos com o gerenciamento dos resíduos sólidos e efluentes líquidos. Para tanto, é necessário
que este programa esteja articulado com o programa de comunicação social e educação ambiental.
Este programa também se articulará com o programa de monitoramento dos recursos hídricos (não
sei, eu tiraria este último).

9.2.3. Programa de Controle de Emissões Atmosféricas e Poeiras Fugitivas

Durante a fase de implantação do empreendimento OSX Estaleiro-SC, assim como em


qualquer outra obra de infra-estrutura, a queima de óleo diesel nos motores de caminhões, veículos
e equipamentos acarretarão na emissão de poluentes atmosféricos. Além deste tipo de emissões, as
atividades de demolição, escavação, corte, lixa entre outras, serão grandes contribuidoras de
partículas em suspensão, também chamadas de poeiras fugitivas. Com o vento, esta poeira poderá
se dispersar para além dos limites do terreno, podendo chegar as áreas de entorno (Figura 9.3).

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Figura 9.3. Exemplos de emissões de partículas suspensas (poeira) provenientes de atividades de construção civil.

Este programa tem como principal objetivo definir procedimentos mínimos para a
mitigação das emissões atmosféricas e poeiras fugitivas, através da proposição de medidas de
prevenção e controles ambientais, como redução de emissões atmosféricas provenientes de
maquinas, equipamentos e veículos que utilizam queima de combustíveis fósseis e poeiras fugitivas
relacionadas às atividades de construção, montagem e demais atividades de implantação do
empreendimento.

9.2.3.1. Diretrizes

Para viabilizar a redução e/ou mitigação dos impactos relacionados à emissão da fumaça
proveniente da queima de combustíveis fósseis, recomenda-se a adoção das medidas de prevenção e
controle apresentadas a seguir:

• Realizar monitoramento visual, utilizando aplicação do Cartão – Índice de Fumaça Tipo


Ringelmann Reduzido, assegurando que nenhuma fonte exceda o N°2 da escala;
• Definir e implementar um plano de manutenção periódica dos veículos e equipamentos de modo
a manter suas emissões dentro dos parâmetros exigidos pela legislação (Resolução CONTRAN
N°510 de 15/02/77 e na Portaria MINTER GM/N° 100 de 14/07/80);
• Determinar que, enquanto as máquinas, equipamentos e veículos não estiverem em operação,
estes deverão permanecer desligados;
• Quando possível, a saída de exaustão dos veículos e equipamentos deverá ser localizada o mais
alto possível e virada para cima de forma a facilitar a dispersão das emissões;
• Evitar a operação de veículos e equipamentos próximos a áreas sensíveis;
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• Sempre que possível, dar preferência a motores elétricos ou com baixa emissão de poluentes; e
• Reduzir ao máximo a necessidade de operações e movimentações dos veículos dentro do
canteiro.

As atividades de movimentação de terra como: corte, aterro e escavação são as


principais atividades geradoras, carga e descarga de terra e tráfego em rodovias não pavimentadas
caracterizam-se como as principais fontes de poeiras fugitivas na área de construção civil. Desta
forma, devem ser previstas medidas de prevenção e controle de emissões de poeiras fugitivas, como
por exemplo: evitar manter o solo exposto e utilizar técnicas de umectação de solo para evitar sua
dispersão atmosférica; evitar realizar serviços de escavação durante períodos muito secos e com
ventos fortes; prever barreiras físicas ao redor da obra ou das áreas de trabalho para diminuir as
emissões além do limite da obra; controlar a altura de lançamento de terra nos trabalhos de carga e
descarga; cobrir com lona ou barreiras físicas as caçambas dos caminhões transportadores; e lavar
os pneus dos caminhões, veículos e máquinas sempre que estes deixarem o canteiro.

Além das atividades de movimentação de terra, os trabalhos de cortes com serra,


perfuração, desgaste superficial, uso de material pulverulento, aspersão de partículas líquidas,
lançamento de materiais com queda e ressuspensão, quebra de materiais pulverulentos, queima,
soldas, limpeza com varrição e escavação manual, também se caracterizam como fontes de
partículas suspensas na atmosfera. Sendo assim, recomenda-se que estas atividades sejam realizadas
sempre que viável em local isolado da ação de ventos, utilizando dispositivo de coleta de poeira,
coifa exaustora e filtro e fazer cortes e perfurações com água (quando o equipamento e o material
assim permitem), entre outros.

Durante a fase de implantação do empreendimento, está previsto também uma grande


quantidade de movimentações internas de materiais e resíduos gerados na atividade de construção
civil, que se não tomados os devidos cuidados, possibilitam a ocorrência de emissão de poeiras
fugitivas para a atmosfera. Além das atividades de movimentação, a armazenagem inadequada de
certos tipos de materiais e resíduos também pode gerar este tipo de aspecto ambiental.

É importante que este programa esteja articulado com o programa de relacionamento e


comunicação social, educação ambiental e com o programa de supervisão ambiental de construção,
pois os resultados estão diretamente ligados à participação efetiva de todas as empreiteiras que
atuarão nas obras e seus colaboradores. Este programa também se relaciona com o programa de
monitoramento da qualidade do ar.
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9.2.4. Programa de Controle de Ruído

No intuito de preservar o bem estar da população local, bem como a saúde dos
funcionários e colaboradores da fase de implantação do OSX Estaleiro-SC, deverão ser tomadas
medidas para minimizar e/ou eliminar os riscos relacionados aos ruídos provenientes dos
equipamentos de construção civil, como bate-estaca, serra, lixa, betoneira, entre outros e também do
tráfego de veículos.

Segundo MURGEL (2007), seja qual for a fonte de ruído, ela só se constitui em um
problema de poluição sonora se o som atingir um ponto receptor em um nível que provoque
incomodo ou dano a saúde. Além dos efeitos sobre a saúde humana, a poluição sonora também
afeta os animais, por processos similares. Portanto, deve-se prever meios de controle acústico
através do planejamento do layout do canteiro de obras, de modo que os ruídos emitidos sejam
separados fisicamente dos pontos receptores, assim como, prever ações de redução dos ruídos
provenientes do tráfego de caminhões nas vias de acesso e no canteiro de obras, além de ações
preventivas em máquinas e equipamentos geradores de ruídos.

O objetivo deste programa é evitar que a operação de máquinas e equipamentos


geradores de ruído e a circulação de veículos interfiram prejudicialmente na região e na saúde dos
trabalhadores do estaleiro.

9.2.4.1. Diretrizes

Recomenda-se dividir o espaço do canteiro de obras conforme as finalidades de uso,


reservando áreas específicas para as atividades geradoras de ruído como: corte e serra, lixamento,
entre outras. As áreas destinadas ao repouso e alimentação dos colaboradores também deve ser
específica e estar, dentro do possível, em local afastado das áreas mais críticas em relação ao ruído,
além de adotarem medidas para o controle acústico.

O meio mais direto de atenuar os efeitos do ruído consiste em controlá-lo diretamente


na fonte, reduzindo a emissão sonora. Para cada fonte de ruído deverá ser previsto uma técnica
específica de controle. Como por exemplo, através do uso de sistemas de amortecimento de
vibrações, abafadores, silenciadores de fluxo de gases, entre outros.

Outra medida comumente utilizada para fontes fixas, quando viável, é o


enclausuramento do equipamento ruidoso, por meio da construção de uma sala para o seu

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isolamento ou da instalação de painéis em torno dele, o que reduz a transmissão sonora, resultando
e um nível de ruído externo adequado.

Como medida de mitigação dos impactos do ruído provenientes do transito de veículos,


o empreendedor deverá instruir todos os motoristas envolvidos na fase de implantação do
empreendimento para que se estabeleça uma velocidade controlada.

Ao longo de todos os trechos das vias de acesso que apresentarem residências, escolas,
igrejas e hospitais nas margens, não deverão ser empregadas lombadas e faixas rugosas, ou
quaisquer outros dispositivos que provoquem o movimento de aceleração e desaceleração dos
veículos. De acordo com MURGEL (2007), o uso de redutores de velocidade representam um
importante fator de alteração do ruído resultante. Os veículos, ao passarem sobre obstáculos,
principalmente os caminhões, emitem ruído, decorrente desse movimento, proveniente de rodas,
suspensão, deslocamento de carroceria e eventualmente da movimentação de carga, se esta não
estiver bem fixada, além da própria aceleração do veículo.

Propõe-se que o empreendedor utilize de meios para que os veículos e equipamentos


utilizados apresentem baixos índices de ruídos, além de uma sistemática de manutenção periódica,
visando eliminar problemas mecânicos operacionais. A má conservação dos veículos ou a alteração
do sistema original de escapamento causam um aumento significativo do nível de ruído (MURGEL,
2007).

Outra medida a ser aplicada consiste na realização de inspeções periódicas nos veículos
envolvidos na fase de implantação do empreendimento, sejam eles da própria empresa ou de
terceiros. Este procedimento permitirá exigir do proprietário a manutenção do veículo, em especial
ao sistema de escapamento, nas condições originais de fabricação. Esta manutenção pode ser
vinculada a liberação dos veículos para circulação dentro do site e deverá ser feita com freqüência a
ser definida.

Também, para auxiliar na redução do impacto gerado pelo aumento do tráfego, o


empreendedor deverá limitar, sempre que possível, o trafego no período noturno durante a fase de
implantação do empreendimento, dando preferência para o período entre 7 e 19 horas.

È importante que estas medidas estejam articuladas com o programa de relacionamento


e comunicação social, educação ambiental e de supervisão ambiental de construção, pois os
resultados estão diretamente ligados à participação efetiva de todas as empreiteiras que atuarão nas
obras, tendo em vista que estes estão diretamente envolvidos com a execução das atividades
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geradoras de emissões de ruído. Este programa também se relaciona com o programa de
monitoramento do conforto acústico.

9.2.5. Programa de Controle da Dragagem de Aprofundamento

As atividades de dragagem de aprofundamento que serão realizadas no canal de acesso


e bacia de evolução dos navios, conduzem ao surgimento de material particulado, incrementando a
turbidez da água (ECOLOGUS, 2005).

CASTIGLIA (2006), cita que nas operações de dragagens realizadas com equipamentos
hidráulicos (dragas de sucção e recalque, dragas auto-transportadoras), o sedimento é desagregado,
misturado com água e então sugado. Isso faz com que a concentração de sólidos fique reduzida,
facilitando a dispersão do material na ocasião de seu lançamento.

A remobilização de sedimento durante a operação de dragagem pode promover ainda a


liberação de contaminantes e nutrientes para a coluna d’água. A aeração de sedimentos devido a
ressuspensão ocasionada pela dragagem, pode reduzir o pH e alterar a partição dos metais
associados a este sedimento liberando-os para a coluna d’água (IME, 2008).

Além da possível liberação de sólidos à coluna d’água, a atividade de dragagem pode


afetar diretamente as atividades pesqueiras e de maricultura, justificando assim, a implantação de
um procedimento ou programa específico para o controle e monitoramento ambiental desta
atividade.

9.2.5.1. Diretrizes

Este programa será embasado na definição de procedimentos para reduzir os impactos


gerados pela operação da draga durante seu período de atividades.

A dragagem deverá ser efetuada de modo a minimizar a ressuspensão dos sedimentos,


aplicando-se medidas de controle adequadas à sucção, o que limita a ressuspensão dos sedimentos.
As medidas de controle dependem, fundamentalmente, do modelo de draga que será adotado para
os serviços.

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Também, deverá ser considerada a restrição do overflow (retirada do excesso de água
das cisternas da draga), devido ao fato deste ser o principal impactante na ressuspensão da pluma de
dispersão de sedimentos.

Caso não seja possível restringir o overflow, poderá ser utilizada a tecnologia de
recirculação, no caso das dragas Hopper (Hopper Dredge Recirculation System), que permite que o
overflow, ao invés de ser lançado diretamente na água, seja bombeado através do próprio "braço" de
dragagem da Hopper para o fundo onde está sendo efetuada a dragagem, auxiliando no processo de
sucção. Desta forma, é possível manter um sistema fechado tal que somente uma mínima pluma de
turbidez seja produzida, evitando que sedimentos contaminados sejam lançados na coluna d'água.

Este programa deverá ser executado em consonância com o programa de supervisão


ambiental de construção e de monitoramento da dragagem de aprofundamento, além do programa
de comunicação social e educação ambiental, fundamental para informar a comunidade pesqueira,
aos maricultores, aos navegantes, dentre outros, sobre as atividades de dragagem realizadas.

9.2.6. Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais

Este programa é proposto visando prevenir danos ambientais, sociais, econômicos e


institucionais, sendo composto por procedimentos de prevenção de acidentes ambientais e de
atendimento a emergências ambientais.

Segundo COSTA et al. (2000), o gerenciamento de risco é o ato de identificar e


classificar situações de risco, para posterior tomada de decisões, que minimizem o efeito adverso
que perdas acidentais possam ter sobre uma organização. Em relação a perdas acidentais, estas vão
desde uma pequena avaria em um equipamento até um sinistro de grandes proporções.

Neste sentido, a adequada gestão de riscos, associados com as atividades desenvolvidas


na fase de implantação do OSX Estaleiro – SC, se justifica pela minimização das conseqüências
adversas que um acidente pode causar, incluindo danos ao meio ambiente, saúde e segurança dos
trabalhadores e comunidade de entorno, bem como perdas econômicas ao empreendimento.

O objetivo do Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais é propor soluções para


monitorar, minimizar e/ou controlar os efeitos adversos decorrentes dos impactos ambientais que
serão gerados e/ou previsíveis ao meio ambiente pelas ações do empreendimento durante a etapa de
implantação, através do planejamento de ações preventivas no intuito de antecipar, prevenir, reduzir

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ou eliminar possíveis ocorrências relacionadas ao processo de construção civil e montagem
industrial, além da proposição de medidas para o atendimento à eventuais emergências ambientais.

9.2.6.1. Diretrizes

Os principais riscos ambientais previstos para a fase de implantação são relacionados ao


armazenamento e manipulação de produtos químicos, principalmente os inflamáveis (óleo
lubrificante, combustíveis, tintas, solventes, gases para solda, entre outros), podendo ocasionar
cenários acidentais envolvendo incêndios, contaminação do solo e dos recursos hídricos.

Desta forma, o empreendedor, em conjunto com as empreiteiras, deverá implantar


diversas rotinas e procedimentos voltados à prevenção de acidentes que possam ter conseqüências
ambientais. Tais procedimentos incluem: informações de tráfego; controle no armazenamento de
produtos perigosos; controle nas atividades de abastecimento de veículos e máquinas; sensibilização
ambiental e treinamento; informações sobre as substâncias químicas; controle da saúde dos
trabalhadores; investigação de acidentes; inspeções de segurança; e controle de registros.

Propõe-se um Plano de Inspeções de Segurança para o canteiro de obras, que deverá


conter um roteiro com áreas, equipamentos e processos que deverão ser inspecionados
periodicamente, contendo o cronograma de inspeções e uma lista de verificação para guiar os
técnicos, engenheiros de segurança e a equipe de Supervisão Ambiental. Esta atividade tem como
principal objetivo identificar os riscos aos trabalhadores e ao meio ambiente de forma pró-ativa, ou
seja, preventivamente, evitando a ocorrência de incidentes e acidentes.

Também deverão ser inspecionados, os itens que compõe o projeto de prevenção de


riscos ambientais, com a finalidade de verificar a efetividade dos procedimentos previstos.

Toda a documentação de registro das atividades realizadas no Programa de


Gerenciamento de Riscos Ambientais (resultados de inspeções e treinamentos, por exemplo),
deverá ser mantida em arquivo durante a fase de implantação, para que possam ser consultadas,
inclusive peolos órgãos competentes a qualquer momento.

Ademais, deverá ser elaborado e implementado um plano de atendimento a emergências


e contingências ambientais, dotado de procedimentos técnicos e administrativos que poderão ser
aplicados no caso de necessidade durante a fase de implantação do estaleiro. Dentre estes
procedimentos, deverão ser considerados o estabelecimento de equipes de atendimento e a definição

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de informações e procedimentos operacionais de respostas, contendo: o acionamento do plano; lista
de contatos com órgãos, instituições e empresas que auxiliarão em situações de emergência;
procedimentos de comunicação do acidente; procedimentos para contenção e estancamento de
vazamentos e respingos, proteção da fauna, flora, corpos hídricos, áreas ambientalmente sensíveis,
entre outros.

Periodicamente deverão ser realizados treinamentos, com a finalidade de apresentar e


discutir estratégias das ações de resposta, visando melhorar a eficiência destas, bem como em
reduzir o tempo de resposta e atendimento.

Este programa relaciona-se diretamente com o programa de gerenciamento de resíduos


sólidos e efluentes líquidos, programa de controle da dragagem, programa de supervisão ambiental
da construção e principalmente com o programa de relacionamento e comunicação social .

9.2.7. Programa de Manejo da Fauna

A área onde estará localizado o OSX Estaleiro - SC é caracterizado como um ambiente


costeiro, sendo este tipo de ambiente um sistema complexo, apresentando grande importância
ecológica devido à sua produtividade primária, além de ser o habitat de espécies marinhas e
continentais. O terreno caracteriza-se por apresentar uma variedade de fisionomias como praia,
mangues, pastagens, canais de drenagem e tanques desativados de carcinocultura. Entretanto, a área
encontra-se bastante descaracterizada devido a criação de gado no local.

Durante a fase de implantação, a área do terreno prevista á construção do


empreendimento será aterrada para a elevação da cota, através da deposição do material dragado. O
aterro hidráulico acarretará na supressão da cobertura vegetal existente, ocasionando,
consequentemente na perda de habitats para os animais que residem ou utilizam aquela área para
algum fim, justificando a implantação de um programa de manejo da fauna existente na área para
locais apropriados.

Sendo assim, este programa visa propor ações preventivas e mitigadoras aos impactos
identificados à fauna existente no local antes das atividades de implantação do empreendimento,
possibilitando propor medidas para manejo da fauna antes do início das atividades de construção no
terreno.

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9.2.7.1. Diretrizes

Na fase inicial de implantação do empreendimento, as atividades de preparo do terreno


poderão ocasionar o afugentamento da fauna silvestre, assim como a perda do hábitat local. Ações
de resgate da fauna silvestre deverão ocorrer principalmente na etapa preliminar ao início das obras,
assim como durante todo o período de obras, sempre que algum animal for identificado em local
inadequado ou em situação de risco a sua sobrevivência.

Para a etapa prévia a instalação do empreendimento, o programa deverá contar com


equipe de profissionais treinados para a captura dos grupos taxonômicos registrados e monitorados
no local (mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes). Para o resgate de animais de cada grupo
taxonômico deverá ser utilizado equipamentos de coleta adequados, os profissionais deverão utilizar
equipamentos específicos de proteção para a atividade.

Deverão ser utilizados equipamentos específicos para o transporte dos animais até a
soltura, tais como caixas de transporte para mamíferos, gaiolas para aves, sacos de nylon e caixas de
transporte para répteis, evitando assim o estresse do animal durante o transporte até o local de
soltura.

Durante a obra, serão realizados convênios com instituições, como defesa civil, policia
ambiental e instituições de pesquisa para que sejam tomadas as medidas de resgate necessárias e o
encaminhamento à locais adequados e licenciados para esta finalidade, dos espécimes resgatados.

Ressalta-se a importância de serem previstas medidas de prevenção de acidentes com


serpentes ofídicas em articulação com os Programas de Relacionamento e Comunicação Social e
Educação Ambiental. Estes devem estar focados na disseminação de informações de primeiros
socorros, no caso de acidentes e procedimentos a serem tomados nos casos de avistamento de
serpentes nos locais de trabalho, visando providencias de resgate e a minimização do risco de
acidentes e contato dos animais com os trabalhadores.

Este programa também deverá propor medidas de controle e prevenção de


atropelamento de fauna nas vias de tráfego internas. Os responsáveis técnicos pela execução do
programa deverão analisar a necessidade de implantação de infraestruturas que impeçam a entrada
de animais silvestres na área do empreendimento.

Este programa será realizado em conjunto com o programa de monitoramento da biota e


terá articulação com o programa de relacionamento e comunicação social. O programa de

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supervisão ambiental de construção deverá obter informações dos resultados deste programa, de
forma a subsidiar a elaboração dos relatórios periódicos e relatórios específicos, se necessário.

9.2.8. Programa de Controle da Erosão e Assoreamento

Na fase de implantação do estaleiro será efetuada a limpeza da vegetação da área onde


serão realizadas as edificações, com posterior aterro e nivelamento do terreno. A fase de obras do
projeto consistirá basicamente nas atividades de supressão de vegetação, de decapeamento,
terraplenagem, construção das bases de equipamentos e das edificações definitivas. Estas atividades
acarretarão, temporariamente, na exposição do solo, sendo estas áreas portanto, susceptíveis a
processos erosivos, carreamento e transporte de sedimentos.

As previsões destas ações influem diretamente nos processos de runnof, ou seja, nos
processos de escoamento superficial. Em locais onde ocorrerá supressão de vegetação, escavação,
decapagem ou impermeabilização do solo, as águas de chuva, chegam diretamente ao solo,
produzindo pequenos sulcos, espalhando os materiais ali depositados. Com o tempo, esse fluxo de
água, que flui de forma laminar e com alta capacidade de transporte, à medida que se movimenta
encontra pequenas drenagens naturais pelos quais escoam, entrando em turbilhonamento e
aumentando sua capacidade erosiva e de transporte. Os canalículos juntam-se seqüencialmente,
originado canais permanentes, dando início à corrosão fluvial e ao entalhamento. Esta erosão
disponibiliza grande parte dos materiais que chegam aos cursos d’água, que são então transportados
e depositados mais adiante causando assoreamento do local (DURLO & SUTILI, 2005).

Desta forma, este programa justifica-se em função da possibilidade do aumento das


taxas de erosão e assoreamento, decorrentes das atividades de modificação do uso do solo, corte de
vegetação, atividades de construção civil, entre outros.

Este programa tem como objetivo prevenir e controlar eventuais processos erosivos e de
assoreamento, durante a etapa de implantação na área diretamente afetada pelo empreendimento,
bem como evitar as instabilidades ocorridas durante as atividades de movimentação de terra e
consequentemente os processos erosivos decorrentes da fase de implantação.

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9.2.8.1. Diretrizes

A prevenção e controle dos eventuais processos erosivos e de assoreamento terá início


na identificação das áreas susceptíveis à erosão, bem como das atividades que mais exercem
pressão sobre a estabilidade física do solo.

A identificação das áreas de risco e de atividades potenciais causadoras de erosão


deverá ser realizada a partir de inspeções ao local, objetivando a identificação e mapeamento de
áreas propícias à formação de processos erosivos, áreas com supressão de vegetação, de
movimentação de terra, obras civis e pontos de estocagem de material de solo.

Os pontos identificados deverão ser identificadas, visando a proposição de medidas de


controle ambiental ao longo da implantação do empreendimento.

O controle de erosão e assoreamento deverá ser iniciado assim que for removida a
cobertura vegetal. Os trabalhos decapeamento e terraplanagem deverão ser realizados com apoio
topográfico e deverão ser previstas medidas de retenção de sedimentos e de controle dos processos
erosivos, como paliçadas de contenção e obras de arte. Na eventualidade de formações de pontos de
acumulação com gradiente negativo, não possibilitando o escoamento por gravidade, deverá ser
instalado sistema de bombeamento para a exaustão das águas pluviais, através de tubulações
convenientemente dimensionadas em função das vazões e alturas manométricas necessárias.

Em áreas de terraplanagens, cortes e aterros na preparação do terreno para a instalação


das edificações até as obras do entorno, da mesma forma, onde houver a retirada da cobertura
vegetal ou aterro, deverão ser implantados controles de drenagem para evitar ou reduzir a erosão e o
assoreamento, entre outras medidas complementares de controle (Figura 9.4).

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Figura 9.4. Exemplificação de canalização de drenagem em áreas de terraplanagens, cortes e aterros.

Nos pontos de captação, visando à contenção e decantação dos materiais particulados,


deverão ser abertas caixas de sedimentação, poços ou bacias de decantação provisórias. Estas
caixas, poços ou bacias de decantação devem passar por limpezas periódicas para recolhimento dos
materiais particulados decantados.

Este programa terá interface com o programa de gerenciamento de resíduos sólidos e


efluentes líquidos, programa de monitoramento de recursos hídricos e programa de supervisão
ambiental da construção.

9.2.9. Programa de Supressão de Vegetação

Na fase de implantação do estaleiro, uma das primeiras atividades a serem executadas é


a remoção da cobertura vegetal, visando o preparo do terreno para a terraplanagem e demais
atividades subseqüentes.

O objetivo deste programa é estabelecer diretrizes executivas para as etapas de


identificação prévia, execução e controle da atividade de supressão de árvores, além de propor
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medidas que deverão ser adotados pela OSX Estaleiro – SC nas atividades de corte, em
conformidade com a legislação ambiental pertinente, a Autorização de corte (AUC) a ser emitida
pelo órgão ambiental competente e seguindo as boas práticas ambientais.

No caso deste empreendimento, será necessária a remoção da vegetação visando a


instalação das estruturas do estaleiro e demais estruturas de apoio, destacando que as áreas a serem
suprimida limitar-se-ão ao estritamente necessário às instalações. Para tal, será utilizada a técnica de
corte raso da vegetação, que consiste na retirada de toda a cobertura vegetal existente em uma
determinada área.

9.2.9.1. Diretrizes

Este programa consiste basicamente em 4 etapas, sendo estas: planejamento, análise,


execução e fiscalização.

No planejamento, deverão ser apontadas as informações técnicas básicas a realização da


atividade. Estas informações serão submetidas à apreciação da equipe de meio ambiente e após
análise técnica, as informações sobre o planejamento da atividade serão aprovadas e eventuais
considerações adicionais e/ou proposição de ajustes, para a execução em campo serão propostas. A
execução do corte será feita com motosserras, registradas e com as respectivas Licenças para Porte
e Uso (LPU) e operadas por funcionários comprovadamente habilitados. Destaca-se também que
serão identificadas e propostas as medidas de atendimento aos aspectos legais e normativos
referentes a segurança e saúde dos trabalhadores envolvidos na atividade.

A empresa que executará a atividade de corte necessariamente deverá comprovar a


realização de treinamento das equipes, responsabilizando-se por apresentar à estes os procedimentos
para uso, manutenção, técnicas de corte e procedimentos de segurança com a motosserra e demais
ferramentas. As atividades deverão ser coordenadas por profissional habilitado, preferencialmente
engenheiro florestal.

A supressão deverá ser realizada exclusivamente nos locais onde a vegetação interferirá
na instalação do estaleiro e demais estruturas de apoio. As árvores a serem suprimidas deverão ser
previamente classificadas e os indivíduos a serem removidos deverão ser marcados (com tinta
adequada ou fitas coloridas), de forma que possam ser prontamente identificados pelos supervisores
de campo do empreendimento e equipe de corte.

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Durante o corte e remoção de cada árvore, devem ser tomados os devidos cuidados e
utilizadas técnicas apropriadas, para que a derrubada da árvore não cause danos desnecessários à
vegetação remanescente nem ao ecossistema local.
Após a retirada da vegetação conforme os procedimentos orientativos, o material
lenhoso resultante deverá ser tratado adequadamente, de forma que se criem condições para o seu
aproveitamento e evitar a ocorrência de acúmulo no local.

Posteriormente ao corte, a vegetação suprimida deverá ser traçada ou desdobrada em


toras. As toras deverão ser empilhadas adequadamente em locais que permitam: a retirada e o
posterior transporte para seu destino final e a estimativa de seu volume (obtenção de dados
volumétricos). A medição do material lenhoso empilhado deverá ser expressa na medida estéreo (st)
e o material lenhoso na forma de toras, em metros cúbicos (m³). O seccionamento das toras deverá
ser feito visando seu melhor aproveitamento. A medição deverá ser realizada para efeito de volume
suprimido e para que seja transportada para fora da propriedade com a utilização de Documento de
Origem Florestal (DOF) emitida pelo IBAMA ou pelo órgão ambiental responsável pela emissão de
autorização de transporte.

Alguns cuidados especiais deverão ser adotados durante a execução das atividades de
supressão de vegetação, visando minimizar eventuais impactos adicionais sobre a flora e a fauna.

Com relação à flora os seguintes procedimentos deverão ser adotados:

• Não utilizar herbicidas para controle de vegetação;

• Não dispor nenhum tipo de material resultante da supressão de vegetação no leito de cursos
d’água, linhas de drenagens naturais e em áreas de preservação permanente;

• Promover a rápida retirada do material lenhoso das áreas onde foram suprimidos e destinar
adequadamente, de forma a evitar o risco de ocorrência de incêndios no campo.

Com relação a fauna deverão ser adotados os seguintes procedimentos:

• Antes de proceder ao corte da vegetação deverá ser realizado, um levantamento da vegetação


que será suprimida visando à identificação de ninhos, abrigos e refúgios de animais silvestres;

• Não será admitida a disposição de quaisquer resíduos sólidos em campo, incluindo resíduos de
alimentos. Tal procedimento tem por objetivo evitar que, em caso eventual de animais silvestres
alimentarem-se com restos de comida, também ingerir o alumínio da embalagem;

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• Não deverão ser dispostas as sobras de refeições no campo, pois, além de não serem apropriadas
para alimento da fauna silvestre, poderá acontecer de o animal se alimentar de restos de
refeições eventualmente putrefatas, com sérias conseqüências para estes;

• A caça e a pesca são totalmente proibidas durante a atividade de corte. Será realizado no âmbito
do programa de educação ambiental, palestras informativas e educativas sobre este tema.

Este programa estará relacionado com o programa de relacionamento e comunicação


social, educação ambiental e manejo da fauna.

9.2.10. Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar

Na fase de instalação do OSX Estaleiro - SC ocorrerão alterações na quantidade de


material particulado em suspensão no ar, que poderá ser ocasionado pela movimentação de terra
para decapagem, escavações e aterro, além do tráfego de veículos e equipamentos movidos a diesel
e sobre vias não pavimentadas. Para reduzir os impactos negativos causados à qualidade do ar foi
proposto o programa de controle de emissões atmosféricas e poeiras fugitivas (item 9.2.3).

Os parâmetros legais e normativos vigentes, somados aos dados obtidos com os


monitoramentos realizados durante os estudos, servirão como linha de base para subsidiar as ações
que deveram ser tomadas com vistas a minimizar a geração de poluentes atmosféricos.

O objetivo principal deste programa é monitorar os níveis de qualidade do ar ambiente


relacionados às emissões de gases provenientes da combustão e material particulado na área interna
e no entorno do empreendimento, evitando incômodos à população de entorno e às frentes de obra.

O monitoramento da qualidade do ar serve para garantir que as emissões serão mantidas


dentro do padrão de aceitabilidade segundo as Resoluções 003/90 e 005/89 do CONAMA,
Resolução CONTRAN N°510 de 15/02/77 e na Portaria MINTER GM/N° 100 de 14/07/80 . O
padrão de qualidade do ar define legalmente o limite máximo para a concentração de um poluente
na atmosfera, que garanta a proteção da saúde e o bem-estar das pessoas.

9.2.10.1. Diretrizes

Este programa de monitoramento deverá ser dividido em três itens: (1) avaliação da
influência da operação de caminhões e máquinas na qualidade do ar através da determinação da

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concentração de fumaça, (2) determinação da concentração de material particulado total em
suspensão e (3) determinação de variáveis meteorológicas.

A avaliação da influência da operação de caminhões e máquinas na qualidade do ar


durante as obras será realizada através da metodologia sugerida pela Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), baseada na aplicação do Cartão –
Índice de Fumaça Tipo Ringelmann Reduzido. Este método será aplicado em todos os caminhões e
máquinas envolvidos diretamente com a obra, sempre que as condições meteorológicas estiverem
favoráveis. Os resultados obtidos servirão como um indicativo do estado de conservação dos
motores destes veículos e serão avaliados com base na Resolução CONTRAN N°510 de 15/02/77 e
na Portaria MINTER GM/N° 100 de 14/07/80.

Para avaliação do material particulado em suspensão será utilizado um amostrador de


grande volume (HI – VOL), que consiste basicamente de uma unidade moto-aspiradora, que faz
passar ar através de um filtro de fibra de vidro de 203 mm X 254 mm (8” X 10”) a uma vazão entre
1,13 e 1,70 m3 por período contínuo de 24 h. As partículas com diâmetro aerodinâmico entre 0,1 e
100 mícrons são retidas no filtro.

A malha amostral deverá ser baseada no levantamento apresentado no diagnóstico


ambiental deste estudo, já o ponto controle, na área da comunidade, deverá ser escolhido conforme
as condições meteorológicas do dia, para que o ponto seja representativo com as reais condições
ambientais.

A primeira campanha realizada durante a elaboração do EIA/RIMA, servirá como linha


base, para comparar com os demais monitoramentos executados no decorrer da implantação do
empreendimento.

Se durante o monitoramento houver o reconhecimento de alguma não-conformidade ou


alguma reclamação procedente do programa de comunicação social e educação ambiental, a equipe
de supervisão ambiental de construção do Estaleiro deverá exigir as ações pertinentes da construtora
e supervisar a sua implementação. Uma vez implementadas as ações corretivas, deverão ser
realizadas novas medições para verificar os resultados e a efetividade das medidas aplicadas.

Este programa deverá estar articulado com o programa de controle de emissões


atmosféricas e poeiras fugitivas, uma vez que o monitoramento servirá de indicador dos resultados
obtidos. Assim como, com o programa de supervisão ambiental de construção, que realizará o

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acompanhamento dos resultados do monitoramento e irá propor, se necessário, melhorias no
programa de controle de emissões atmosféricas e poeiras fugitivas.

Igualmente, este programa estará relacionado com o programa de comunicação social e


educação ambiental e caso ocorra reclamações das populações do entorno em relação a qualidade
do ar, os responsáveis terão conhecimento para adotar as medidas mitigadoras necessárias para
minimizar o incomodo causado as comunidades próximas as obras.

9.2.11. Programa de Monitoramento do Conforto Acústico

O canteiro de obra é um potencial gerador de ruídos, principalmente pelo uso de


maquinários pesados como tratores e caminhões, assim como pelo uso das demais ferramentas de
impacto, tais como bate-estacas. Estas ferramentas possuem um elevado potencial de alteração do
conforto acústico na área do empreendimento e nas comunidades vizinhas, além do trafego intenso
de caminhões e máquinas de grande porte, como por exemplo, retro-escavadeiras e tratores.

A possível interferência no conforto acústico das comunidades circunvizinhas ao


empreendimento, especialmente daquelas lindeiras às vias de acesso, remete a necessidade do
desenvolvimento do presente programa de monitoramento, visa assegurar o conforto da
comunidade. Por sua vez, o conforto acústico dos trabalhadores envolvidos na implantação do
empreendimento também merece atenção e deverá ser objeto de programas específicos relacionados
à área de Saúde e Segurança do Trabalho de acordo diretrizes do Ministério do Trabalho e
respectivas Normas Regulamentadoras.

Sendo assim, este programa terá como objetivo avaliar a interferência gerada pela
implantação do empreendimento no conforto acústico das comunidades circunvizinhas e daquelas
lindeiras as vias de acesso, gerando subsídios ao desenvolvimento de eventuais medidas de controle
e/ou mitigação de modo a garantir o conforto da população.

9.2.11.1. Diretrizes

Para o monitoramento dos níveis de ruído e avaliação do conforto acústico, nas frentes
de obra do empreendimento e nas comunidades próximas, deverá ser usado um medidor de nível de
pressão sonora (decibelímetro) digital, capaz de operar na faixa de 30 a 130 dB(A) (decibels
ponderados na escala “A”). É sugerido que a malha amostral das medições seja embasada na
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utilizada no diagnóstico ambiental deste estudo, pois consistirá na linha base para o balizamento de
eventuais reclamações da população lindeira e circunvizinhas.

Estas medições deverão ser baseadas nas normas técnicas da ABNT NBR-10151
(Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da comunidade – Procedimento) e
ABNT NBR-10152 (Avaliação do ruído ambiente em recintos de edificações visando o conforto
dos usuários – Procedimento) e demais legislações pertinentes .

Deverá ser feito o mapeamento acústico de todos os pontos críticos, sendo que nos
pontos que por ventura forem identificadas desconformidades acústicas, deverão ser propostas
medidas de controle ambiental para a adequação da atividade seguindo as normas técnicas, além da
formulação de recomendações que possam auxiliar na melhoria do conforto acústico e do bem estar
dos usuários e moradores.

Os pontos de monitoramento que ultrapassarem os níveis de ruído determinados pela


legislação, serão avaliados pela equipe de Supervisão Ambiental de Construção, que deverá
coordenar e supervisionar a implementação das medidas mitigadoras.

Este programa terá relação direta com o programa de controle de ruído e também com o
programa de supervisão ambiental da construção. Assim como, com o programa de comunicação
social e educação ambiental.

9.2.12. Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos

O monitoramento dos recursos hídricos se justifica pelo fato do estaleiro estar


localizado nas margens do rio Camarão, canal do Português e baía de São Miguel, além disso, o
nível do lençol freático é alto, ou seja, muito próximo a superfície. Estas características elevam o
risco de impactos sobre os recursos hídricos da região.

Sendo assim, este programa é indispensável para verificar a eficácia das medidas de
controle da erosão e assoreamento e a eficácia dos sistemas de tratamento de efluentes das áreas de
apoio.

Este programa terá como objetivo avaliar as possíveis interferências na qualidade dos
recursos hídricos localizados na área diretamente afetada pelo empreendimento, relacionadas às
atividades de construção civil e montagem industrial. A execução do programa deverá verificar a
eficiência das medidas de controle e/ou mitigação, aplicadas através do programa de gerenciamento
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de resíduos sólidos e efluentes líquidos e programa de controle da erosão e assoreamento. Desta
forma, prevê-se controlar os possíveis impactos na qualidade das águas além de gerar informações
que poderão constituir fator de ativação de medidas corretivas.

9.2.12.1. Diretrizes

Este programa é dividido em 2 projetos, que envolvem o monitoramento da qualidade


de água superficial e o monitoramento do aqüífero freático.

9.2.12.1.1. Projeto de Monitoramento dos Recursos Hídricos Superficiais

Este projeto possibilitará a criação de um banco de dados referentes à qualidade das


águas da baía de São Miguel, na área de área de influência do OSX Estaleiro - SC, para servir de
referência no gerenciamento ambiental do empreendimento e como parâmetro para os outros
programas.

Pretende-se com isso, avaliar o impacto das obras de construção sobre a qualidade das
águas dos rios de entorno do estaleiro e das águas da baía através de uma seleção de variáveis
físico-químicas e biológicas. Caso sejam identificadas alterações negativas decorrentes das
atividades relacionadas à implantação do empreendimento, deverão ser propostas medidas
corretivas para a melhoria da qualidade ambiental.

Para um eficaz programa de monitoramento da qualidade das águas superficiais, sugere-


se a adoção dos mesmos parâmetros e dos pontos localizados no Rio Camarão e Canal do
Português, utilizados no diagnóstico do meio físico (capítulo 04), com amostragens trimestrais.

Além destes pontos, recomenda-se também a definição de mais três pontos, localizados
na baía de São Miguel, um à foz do canal do Português, um no meio da praia e o terceiro localizado
à foz do Rio do Camarão, de forma a identificar possíveis alterações na qualidade da água marinha
ocasionadas pelas obras de instalação do estaleiro.

A avaliação destes parâmetros deverá ser baseada na resolução CONAMA nº 357/05,


que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e os padrões de qualidade.

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9.2.12.1.2. Projeto de Monitoramento dos Recursos Hídricos Subterrâneos

Com o funcionamento do canteiro de obras, haverá a geração de efluentes líquidos e


resíduos de combustíveis, lubrificantes, tintas, solventes, aditivos e outros fluídos que
eventualmente, caso não sejam corretamente gerenciados poderão contaminar o solo e,
eventualmente, o lençol freático.

A proteção dos recursos hídricos subterrâneos constituem-se em um aspecto crítico, já


que os custos para a remediação de aqüíferos são muito altos e tecnicamente, sua recuperação é
muito difícil. Para tanto este programa, permite diagnosticar problemas decorrentes das atividades
de instalação do OSX Estaleiro - SC monitorando as possíveis alterações da qualidade das águas
subterrâneas.

Este projeto é importante para a gestão ambiental da obra, pois na eventualidade da


constatação de contaminação das águas subterrâneas, deve-se iniciar imediatamente uma
investigação detalhada das fontes e dos potenciais de danos para que sejam definidas medidas de
controle e correção do dano ambiental.

Para o monitoramento efetivo da água subterrânea na área do empreendimento, sugere-


se que sejam realizadas amostragem trimestrais, utilizando os parâmetros e a malha amostral
adotados no diagnóstico do meio físico (capítulo 04), quando sua localização for viável.

O monitoramento será realizado por meio de coletas de água para análise físico-química
e bacteriológica. A avaliação dos resultados analíticos será realizada logo após a coleta dos dados e
apresentada através de relatórios, com destaque para os eventuais problemas identificados e o
respectivo plano de ação recomendado.

Este programa relaciona-se diretamente com os programas de gerenciamento de


resíduos sólidos e efluentes líquidos, bem como com os programas de monitoramento da biota
aquática. Sendo assim, é recomendado que os locais de coleta sejam sistematicamente os mesmos
durante a realização das campanhas de monitoramento, para que os resultados possam ser
relacionados e complementares.

Além destes, este programa de monitoramento também se articula com o programa de


supervisão ambiental da construção e com o programa de comunicação social e educação ambiental.

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9.2.13. Programa de Monitoramento da Biota Terrestre

A biota terrestre será afugentada e poderá também ser diretamente afetada pelas
alterações provocadas nas fases de supressão de vegetação, decapagem e aterro do terreno e durante
as obras. As espécies mais resistentes ao distúrbio poderão permanecer na ADA, outras se afastarão
até o término das interferências de maior geração de ruído. Já as espécies que ocupam o
remanescente florestal e áreas das margens do rio Camarão e canal do Português possivelmente
permanecerão nestes locais, visto que não haverá alteração nos mesmo. Como descrito no capítulo
de impactos do meio biótico, é difícil prever quais espécies permanecerão e quais se afastarão do
local.

Desta forma, este programa tem como objetivo realizar o monitoramento da fauna
terrestre para verificar o nível de interferência no cotidiano dos animais, delegando atividade de
resgate de fauna ameaçada (programa de manejo da fauna) caso seja necessário.

9.2.13.1. Diretrizes

Antes do inicio das obras de implantação do empreendimento os profissionais


responsáveis pela execução deste programa deverão realizar vistorias na área para identificar os
ambientes utilizados como refúgio, sítios de alimentação, dessedentação e reprodução pela fauna
terrestre e alada na área de influência do empreendimento, gerando mapas temáticos e a avaliação
de seus habitats.

Em articulação com o programa de manejo de fauna, deverão ser definidas as áreas


propícias à realocação e soltura de animais atingidos pela supressão de seu habitat, de forma a
garantir a segurança dos animais silvestres durante o desmatamento das áreas e manter o controle
das ações de captura e realocação.

Os técnicos deverão acompanhar as etapas de corte de vegetação e implantação do


canteiro de obras, para capturar e/ou manejar espécimes da fauna, registrando e catalogando todos
os indivíduos capturados, assim como obter seus dados biológicos, ecológicos, sanitários, de
captura e de seu destino final. Esta ação servirá para complementar os dados obtidos nas campanhas
de diagnóstico, obtendo um quadro mais completo da estrutura das comunidades animais, através de
levantamentos de artrópodos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

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Os animais deverão ser realocados para propriedades próximas do empreendimento. E
após a soltura e realocação da fauna a mesma deverá, dentro do possível, ser monitorada.

Através do programa de comunicação social e educação ambiental será elaborado um


documento com orientações sobre o cumprimento de normas e procedimentos frente às questões
ambientais e de convivência no canteiro de obras e arredores, destacando-se as seguintes diretrizes
em relação a fauna:

• Não será permitida em nenhuma hipótese a caça, a comercialização, a guarda e/ou


maus-tratos a qualquer tipo de animal silvestre;

• Caso algum animal silvestre seja ferido em decorrência das atividades de obra, o fato
deverá ser comunicado à equipe responsável pela implantação do Programa de
Supervisão Ambiental da Construção, que tomará as providências necessárias; e

• A manutenção de animais domésticos deverá ser desencorajada, uma vez que


freqüentemente tais animais são abandonados nos locais após o término da obra.

Este programa estará diretamente relacionado com o programa de manejo da fauna, bem
como, com o programa de supervisão ambiental e de construção. O programa de relacionamento e
comunicação social se relaciona com este programa de monitoramento através da comunicação de
recomendações e instruções aos trabalhadores.

9.2.14. Programa de Monitoramento da Biota Aquática

A decapagem, escavações e aterro do terreno, a dragagem, a construção dos diques, do


cais de atracação e a modificação da praia são as principais ações que causarão alterações no
ambiente aquático e conseqüentemente nos habitats ocupados pelas espécies que atualmente ali
vivem. As atividades com bate estaca para a construção do cais e as dragagens também geram o
ruído, afugentando os cetáceos.

Pelas diversas interferências que ocorrerão no meio aquático, é necessário um


acompanhamento do comportamento da biota local, observando se as medidas propostas estão
sendo eficazes. Para as ações não passíveis de serem mitigadas será observado o impacto e a
recuperação dos ambientes alterados.

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O principal objetivo deste programa é monitorar a biota aquática nos rios e no mar na
ADA, compreendendo o fitoplâncton, o zooplâncton, a macrofauna bentônica, a ictiofauna, a
carcinofauna, cetáceos e quelônios.

9.2.14.1. Diretrizes

O monitoramento da fauna aquática será dividido em quatro grupos: (1) bentos, (2)
plâncton, (3) ictio e carcinofauna e (4) cetáceos e quelônios. São sugeridas coletas bimestrais dos
três primeiros grupos, esta periodicidade permitirá um acompanhamento das variações sazonais e
decorrentes da obra. Durantes as obras de dragagem deverão ser feitas avistagens de cetáceos e
quelônios a cada 15 dias. Os resultados apresentados por cada grupo será avaliado correlatamente
com os outros resultados nas considerações finais do programa, para integração de dados.

• Monitoramento de bentos

Para as coletas dos organismos bentônicos deverão ser utilizados amostradores (dragas,
busca-fundos) do tipo Van-Veen, Petite Ponar, Ekman ou similar. O volume do amostrador não
deve ser utilizado como base para as análises estatísticas, pois ele pode não emergir completo de
sedimento. O material dragado deve ser colocado em uma bandeja e ser coletado com um coletor de
volume conhecido, que então será utilizado para as análises.

As amostras serão colocadas em sacos plásticos, fixadas em formol (concentração 10%)


e acondicionadas em caixas térmicas com gelo. Estas amostras serão enviadas para laboratório,
onde os organismos serão contados e identificados com o auxílio de equipamento óptico adequado
(estereomicroscópio, sob aumento de 45 vezes.), para então ser transferida para álcool 70%. Para a
caracterização quali-quantitativa, a densidade da macrofauna será expressa em número de
indivíduos por m².

Para se obter uma série temporal representativa é sugerida a utilização dos mesmos
pontos de coleta no rio Camarão e canal do Português, apresentados no diagnóstico do meio biótico
(capítulo 5). No ambiente marinho a malha amostral deverá ser a mais constante possível, porém
deve ser readequada com a dragagem e atividades na realizadas na praia.

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• Monitoramento de plâncton

A comunidade planctônica será amostrada através de método qualitativo e quantitativo.


As coletas para estudo qualitativo serão realizadas através de arrasto em subsuperfície com rede de
malha de 20 µm, para fitoplâncton, e 200 µm, para zooplâncton marinho, 200 µm, para zooplâncton
de água doce e 330 µm para ictioplâncton. Os arrastos terão duração de 2 minutos, com velocidade
média de 3,0 km/h.

As amostras de fitoplâncton serão armazenadas em vidro âmbar e fixadas com solução


de lugol (concentração final 2%), enquanto que as amostras de zooplâncton e ictioplâncton poderão
ser armazenadas em frascos transparentes e fixadas com formol (concentração 4 %). Os frascos
serão enviados para análise em laboratório específico, para identificação e contagem de células e
organismos.

É sugerida a utilização da mesma malha amostral, marinha e fluvial, apresentada no


capítulo 5 deste estudo, para se obter uma série histórica. As amostragens deverão ter periodicidade
sazonal.

• Monitoramento do ictiofauna e carcinofauna

As coletas da ictiofauna no rio Camarão e canal do Português serão feitas com dois
artefatos de pesca, rede de emalhe e tarrafa, nos mesmos pontos amostrais apresentados no capítulo
5 deste estudo. A periodicidade de coleta deverá ser bimestral.

Na área marítima serão coletados organismos da ictiofauna e da carcinofaua através de


arrastos de fundo com portas, a ser realizado por embarcação de pesca artesanal (arrasteiro de
tangones) contratado junto aos pescadores da região. Deverão ser feitos dois arrastos, o primeiro em
frente ao empreendimento e o segundo na outra extremidade da baía, próximo ao rio Tijucas, para
ser utilizado como controle. As coletas terão periodicidade semestral, para reduzir o impacto do
arrasto, e garantir a sazonalidade das amostragens.

As amostras serão analisadas e identificadas através de manuais. Os resultados deverão


ser apresentados na forma de estatística pesqueira, com índices de abundância, diversidade, riqueza
e CPUE.

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• Monitoramento de cetáceos e quelônios

Sugere-se a realização de um monitoramento quinzenal da presença de cetáceos e


quelônios, visando, através da série temporal de dados, monitorar com maior acuidade o impacto
das obras.

A identificação de cetáceos será realizada por pesquisadores com experiência no estudo


deste grupo em campo com o auxílio de binoculares (7x50). Quando um grupo, ou indivíduos,
forem encontrados serão registrados a cada intervalo de 5 minutos dados como: horário, número de
indivíduos, dentre outros dados. Desta forma objetiva-se obter um quadro real da distribuição dos
cetáceos na área de influência das obras, especialmente na parte marítima.

Os resultados deste monitoramento deverão apresentar dados que possibilitem:

• Quantificar as prováveis mudanças no comportamento dos cetáceos;

• Avaliar os impactos da poluição sonora sobre os cetáceos;

• Avaliar o comportamento dos cetáceos frente as atividades humanas.

Este programa estará diretamente relacionado com o programa de monitoramento da


qualidade da água e monitoramento da dragagem, bem como, com o programa de supervisão
ambiental e de construção, assim como, com o programa de comunicação social e educação
ambiental.

9.2.15. Programa de monitoramento da dragagem de aprofundamento

As dragagens podem gerar impactos ambientais de diferentes níveis, como alterações


morfológicas dos corpos d’água, danos à comunidade bentônica, aumentos da turbidez na massa
d’água, poluição de águas superficiais (nas áreas de dragagem e nos locais de despejo do material
dragado), contaminação do lençol freático (por disposição de material dragado de forma
inadequada). Para evitar ou mitigar estes impactos, é essencial que o material a ser dragado seja
previamente avaliado (segundo a Resolução CONAMA Nº344/04), que as atividades sejam bem
planejadas, observando as diretrizes do programa de controle das dragagens, e que as mesmas sejam
monitoradas.

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 39/99
O monitoramento da dragagem objetiva avaliar a qualidade da água no entorno da área
de dragagem, além de avaliar uma possível contaminação dos organismos filtradores nas
mariculturas próximas, causadas pela dispersão de partículas finas de sedimentos provenientes da
dragagem do assoalho marinho.
Os objetivos específicos do programa são:
• Verificar se a pluma de turbidez está atingindo os cultivos de mexilhões ou
ostras;

• Analisar os tecidos de mexilhões ou ostras;

• Identificação de metais e de HPA’s na coluna d’água; e

• Quantificação dos metais e de HPA’s na coluna d’água.

9.2.15.1. Diretrizes

Os monitoramentos das obras de dragagem serão separados em sete projetos: (1)


monitoramento da água; (2) monitoramento da biota aquática; (3) monitoramento da atividade
pesqueira; (4) monitoramento hidrodinâmico; (5) monitoramento do perfil praial; e (6)
monitoramento da área de bota-fora do material a ser dragado. Porém, os dados devem ser avaliados
conjuntamente para uma otimização da análise dos resultados.

9.2.15.1.1. Projeto de monitoramento da água

Para o monitoramento da qualidade da água serão realizadas coletas de água nas áreas a
serem dragadas (bacia de evolução, canal interno, canal externo) e áreas de cultivo de mexilhão.

Recomenda-se que na área de dragagem seja utilizado o método dos ciclos de


dragagem, que consiste de uma adaptação do método utilizado no monitoramento hidroquímico das
dragagens recentes do Porto de Rio Grande (CORRADI et al., 2007), pois sua estratégia amostral
foi planejada para o monitoramento antes, durante e depois da passagem da draga, gerando dados
que podem ser comparados entre si, evidenciando as conseqüências da atividade de dragagem na
coluna d’água, além do tempo de permanência de possíveis alterações decorrentes.

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 40/99
As coletas serão realizadas com o auxílio de uma garrafa de Van Dorn, acondicionadas
em frascos de vidro âmbar ou de polietileno e armazenadas em caixas térmicas com gelo para o
transporte até o laboratório responsável pelas análises.

As amostras deverão ser coletadas em meia água (aproximadamente 1,5 m de


profundidade) e acondicionas em frascos de vidro âmbar ou de polietileno, e armazenadas em
caixas térmicas com gelo para o transporte até o laboratório responsável pelas análises.

Os poluentes selecionados para o programa de monitoramento são aqueles que


apresentaram concentrações acima do permitido pela legislação na coleta do diagnóstico ambiental:

1. Metais pesados: arsênio.

2. Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos: Naftaleno.

Todas as amostras deverão ser submetidas, no momento da coleta, à determinação de


oxigênio dissolvido, pH, temperatura e salinidade.

9.2.15.1.2. Projeto de monitoramento da biota aquática

As dragagens podem ocasionar uma degradação do habitat principalmente em função do


nível de ruído, aumento da turbidez na coluna d’água e a disponibilização de contaminantes
químicos para a coluna d’água, porém sob este último item, é importante destacar que os estudos
realizados não identificaram a presença de contaminantes na área prevista à realização da dragagem.
Considerando estes efeitos é necessária a implementação de um programa de monitoramento da
biota aquática, visto que estes animais tendem a ser diretamente afetados.

A remoção e redisposição do sedimento afeta os organismos bentônicos e outros


organismos sésseis. Os ruídos são sentidos pelos cetáceos, porém também pelas tartarugas e peixes.

• Monitoramento de bentos

O monitoramento da macrofauna bentônica deverá ser mensal durante a dragagem de


aprofundamento. As amostras deverão ser coletadas em pontos no canal de acesso, bacia de
evolução e em pontos onde não haverá atividade de dragagem. Porém, para que tenha características
similares ao ambiente que está sofrendo a intervenção, as amostras deverão ser coletadas sempre em
duplicata. Os pontos utilizados no diagnóstico ambiental do meio biótico podem ser utilizados como

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base para a malha amostral do monitoramento. Os pontos amostrais serão incluídos no programa de
monitoramento a partir do início da dragagem na sua respectiva área (canal acesso, bacia de
evolução e pontos controle).

As amostras de sedimento deverão ser coletadas com os mesmos amostradores usados


para as coletas de sedimento, visando ao atendimento da Resolução CONAMA Nº344/04 (Van
Veen, Petite Ponar, Ekman ou similar). Após a coleta, as amostras devem ser transferidas para
sacos plásticos com 100 ml de formol 10 % para o transporte até o laboratório responsável pelas
análises, onde os grupos de maior representatividade (moluscos, crustáceos, equinodermas e
poliquetas), serão identificados por especialistas.

Para a caracterização quali-quantitativa, a densidade da macrofauna deverá ser expressa


em número de indivíduos por litro (L). A abundância relativa de cada táxon deverá ser calculada na
base da sua proporção em relação à densidade total. A significância dos resultados de densidade da
macrofauna total deverá ser avaliada pela aplicação do teste de análise de variância. Nessa análise,
os dados serão testados quanto à normalidade e homocedasticidade. Deverão ser calculados os
seguintes índices biológicos para a macrofauna: (1) número de taxa (número total de taxa
encontrados em cada estação; (2) densidade total (número total de indivíduos em cada amostra); (3)
diversidade (índice de Shannon-Wiener - H’); e (4) dominância (índice de Simpson - SI).

• Monitoramento de mexilhões

Devido a proximidade dos cultivos de mexilhões e ostras na área a ser dragada e devido
aos resultados da modelagem do transporte de sedimentos, apresentadas no capítulo 6 deste estudo,
os cultivos deverão ser monitorados quinzenalmente.

Na área de cultivo, deverá ser determinada a turbidez quinzenal, em 3 pontos: um no


centro e um em cada lateral da área. A localização exata dos pontos deverá ser definida na primeira
coleta, em função da distribuição das linhas de cultivo na ocasião. Como o objetivo deste
monitoramento é avaliar o impacto da dragagem sobre os moluscos cultivados, a turbidez será
determinada apenas em superfície e a uma profundidade de 1,5 m, pois este estrato da coluna de
água abrange satisfatoriamente o comprimento médio das pencas de mexilhão cultivadas na região.

A determinação da turbidez nestas áreas poderá ser feita seja com um turbidímetro
digital acoplado a CTD/STD ou um multi-analisador portátil.

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Para monitoramento do nível de contaminação dos organismos filtradores, serão feitas
coletas quinzenais de mexilhões nas mariculturas localizadas na AID do empreendimento. As
amostras deverão ser compostas de organismos de diferentes pencas. Serão analisados os mesmos
metais e HPA’s monitoradas no projeto de monitoramento de água no entorno da draga.

Os resultados do monitoramento da turbidez nas áreas de maricultura serão avaliados


com base em dados obtidos em campanhas pré-dragagem realizadas na mesma condição de maré
(enchente ou vazante) a ser adotada no decorrer do monitoramento.

• Monitoramento da Ictiofauna

Para o monitoramento da ictiofauna durante a dragagem, sugere a adoção dos mesmos


métodos empregados no levantamento realizado para este trabalho, com arrastos de fundo nas áreas
de dragagem e investigação das redes de emalhe nas imediações do empreendimento. A localização
dos arrastos deverá ser a mais próxima possível da que foi utilizada no levantamento pré-dragagem,
com uma margem para alterações decorrentes da operação da draga, do deslocamento de navios e
em função da presença de obstáculos no fundo. Deste modo, as comparações dos resultados das
duas fases (pré-dragagem e dragagem) tornam-se mais representativa.

Durante os arrastos, deverá ser medida a velocidade média do barco e deverão ser
anotadas as dimensões da rede, para que se possa realizar o cálculo da CPUE (captura por unidade
de esforço) em kg/m².

• Monitoramento de cetáceos com ênfase no espécie Sotalia Guianensis

Sugere-se que o monitoramento da presença de mamíferos marinhos durante as


atividades de dragagens seja efetuado utilizando a metodologia de amostragem por varredura ou
survey (MANN, 1999). Esta varredura será realizada com uma embarcação a motor a uma
velocidade constante através de uma rota pré-estabelecida. A rota será pré-determinada em função
dos locais onde estarão sendo realizadas as atividades.

A identificação de cetáceos será realizada por pesquisadores com experiência no estudo


de cetáceos em campo com o auxílio de binoculares (7x50). Quando um grupo de golfinhos for
encontrado, este será acompanhado pelo método de grupo-focal (LEHNER, 1979) e serão
registrados a cada intervalo de 5 minutos dados como: horário, coordenadas geográficas (GPS),
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número de indivíduos, dentre outros. Desta forma, objetiva-se ter um dado real da distribuição dos
cetáceos na área de influência das atividades de dragagens. Para monitorar com precisão o impacto
das dragagens sobre os cetáceos, será utilizado um índice de abundância de mamíferos marinhos
nos períodos de antes, durante e após as dragagens. Como índice de abundância, serão utilizadas as
taxas de encontro de mamíferos marinhos durante um dia de saída de campo, expressadas pelo
número de indivíduos observados por hora de esforço. As amostragens serão conduzidas apenas em
condição de mar com Beaufort inferior a 2, considerada viável para a avistagem de cetáceos
(CREMER & SIMÔES-LOPES, 2005). Espera-se, através da série temporal de dados obter uma
visão precisa dos impactos do empreendimento sobre os cetáceos, em especial sobre a espécie
Sotalia guianensis na Baia Norte da Ilha de Santa Catarina.

• Monitoramento de quelônios

Monitoramento dos quelônios poderá ser feito simultaneamente ao de cetáceos,


realizado com varreduras em uma embarcação a motor a uma velocidade constante através de uma
rota pré-estabelecida, em função dos locais onde estarão sendo realizadas as dragagens.

A identificação das tartarugas será realizada por pesquisadores com experiência no


estudo de quelônios marinhos em campo com o auxílio de binoculares (7x50). Será registrado o
horário, coordenadas geográficas (GPS), número de indivíduos, dentre outros dados.

9.2.15.1.3. Projeto de monitoramento da atividade pesqueira

Existem atualmente cerca de 300 pescadores, que tem na pesca a principal fonte de
renda da família e desenvolvem suas atividades junto a Baia Norte, muitas vezes utilizando a área
onde será implantado o canal de acesso ao empreendimento. Considerando a possibilidade de
impactos junto a biota aquática e de interferências nas atividades pesqueiras durante o
desenvolvimento da dragagem, propõe-se este monitoramento da atividade pesqueira, minimizando
os possíveis conflitos que possam ser gerados com a comunidade local especialmente com os
pescadores artesanais.

O contato direto com os presidentes das associações de pescadores e da colônia de


pescadores proporcionará um canal aberto de comunicação com todos os pescadores da região.
Estes nos indicam os possíveis problemas com as obras de dragagem, como a mortalidade de peixes

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e alcance da pluma de sedimento. Com este canal de comunicação é possível avaliar a eficiência das
medidas preventivas e mitigadoras aos impactos, indicadas no EIA/RIMA.

Desta forma, este projeto de monitoramento tem como objetivo geral avaliar a
intervenção dos possíveis impactos das obras de dragagem sobre as espécies com valor econômico e
atividade pesqueira, devendo ser realizado de maneira participativa com os representantes das
Colônias de Pescadores e da Associação dos Pescadores dos municípios de Biguaçu e Governador
Celso Ramos.

Neste programa deverão ser abordados os temas relacionados com as obras de


dragagem, com enfoque na percepção de mortalidade e afugentamento da ictiofauna, redução de
captura, aumento do esforço, alteração de abundância e diversidade. É importante que os
presidentes relatem a opinião dos pescadores das associações e da colônia. As sugestões de medidas
mitigadoras e preventivas, que possam ser indicadas pelos presidentes, devem ser identificadas e
avaliadas. Os dados apresentados pelos pescadores devem ser anotados e digitalizados em planilha
eletrônica.

Para melhor embasamento deste programa deverão ser efetuados registros de estatística
pesqueira, baseado em dados atuais os quais poderão ser aquisitados diretamente pelo
empreendedor ou realizados em parceria com instituição de pesquisa, tais como EPAGRI,
UNIVALI e UFSC.

Para verificação da mortalidade de peixes pelas obras deverão ser realizados


monitoramento visual na área de influência da dragagem. A varredura para busca de possíveis
indivíduos mortos contará com pesquisadores com auxílio de binoculares (7x50) em embarcação
motorizada. Caso algum indivíduo seja localizado deverá ser recolhido a bordo da embarcação e
identificado, pesado e medido o comprimento. Esta observação poderá ser feita durante as
atividades de monitoramento de cetáceos e quelônios.

Para informar a comunidade pesqueira sobre a atividade de dragagem, em articulação


com o Programa de Relacionamento e Comunicação Social, serão desenvolvidas estratégias de
comunicação, com informações ambientais pertinentes ao andamento das obras de dragagem,
dispostas de forma clara e ilustrativa, visando informar aos pescadores qual o local que está sendo
dragado naquele momento, próxima área que será dragada (canal externo, interno ou bacia de
evolução), tempo de obra restante e caso seja verificado mortalidade de peixes no entorno da draga,
os resultados também serão divulgados.

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9.2.15.1.4. Projeto de monitoramento hidrodinâmico

As obras costeiras interferem diretamente no comportamento hidrodinâmico dos corpos


hídricos. A modelagem hidrodinâmica indicou que as mudanças estão restritas às áreas do
empreendimento. Na região do canal dragado, haverá uma atenuação das velocidades e alinhamento
da direção das correntes com o mesmo. Na região da bacia haverá uma atenuação da velocidade
devido ao aumento de massa e diminuição da quantidade de movimento. Segundo os estudos, as
diferenças de intensidade foram inferiores 10 cm/s.

O projeto de monitoramento hidrodinâmico visa monitorar a circulação hidrodinâmica


na área de dragagem, para garantir qualidade ambiental comprovando os resultados previstos pela
modelagem hidrodinâmica realizada pela empresa Coastal Planning & Engineering do Brasil.

Deverá ser instalada uma estação meteorológica junto a planta industrial para fazer
previsões meteorológicas diárias e avaliar a entrada de marés meteorológicas associadas a frentes
frias.

Deverá ser instalado um correntógrafo ou ADCP (Acoustic Doppler Current Profiler )


em local estratégico junto ao canal de acesso para verificação das mudanças hidrodinâmicas locais.
Um marégrafo também deverá ser instalado em local apropriado visando correlacionar os dados
obtidos pelo correntágrafo/ADCP e com a estação meteorológica, objetivando ainda a realizar
previsões de maré para o ambiente.

Para o reconhecimento da morfologia do fundo subaquático, deverá ser executado um


levantamento batimétrico com um ecobatímetro. O levantamento terá uma campanha prévia às
obras de dragagem, para verificação situação padrão. Durante o andamento das obras deverão ser
feitas campanhas quinzenais para indicação da profundidade esperada.

Após a finalização das obras de dragagem deverão ser feitas campanhas mensais para
verificar a taxa de assoreamento do canal de acesso e junto ao cais de atracação. Quando houver
algum evento de tempestade, fortes chuvas, maré meteorológica com empilhamento de água na
costa, ou similar, deverá ser realizada campanha pós-evento, como campanha extra, além da
mensal.

O levantamento batimétrico na área do estaleiro deverá ser executado por meio de um


ecobatímetro ou ecossonda apropriada. O equipamento será conectado a um notebook para a
transferência dos dados (profundidades e coordenadas UTM) registrados a cada segundo. O projeto
das linhas sondadas deverá ser previamente elaborado no software HYPACK MAX, para facilitar a
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navegação e melhor a exatidão do levantamento. As linhas de sondagem deverão ser transversais ao
canal de acesso para otimizar os resultados. Como ação complementar poderá ser utilizado um
compensador de ondas, que neutraliza a ação das ondas no registro das profundidades realizado
pelo ecobatímetro.

Os equipamentos necessários para o levantamento deverão ser instalados em


embarcação adequada para o cenário atual. Sugere-se o uso do Datum WGS84 com valores
reduzidos ao zero hidrográfico da DHN. Os dados brutos serão coletados em meio digital com
correção de maré e plotagem em base cartográfica na escala de 1:700.

Paralelamente aos levantamentos batimétricos, deverá ser procedida a leitura da


variação do nível de água no rio em intervalos de 15 minutos. Para tanto, será necessário a
instalação de uma régua de maré nas proximidades da área do levantamento.

9.2.15.1.5. Projeto de monitoramento de perfil praial

Os estudos de modelagem numérica, para transporte de sedimentos e as possíveis


alterações na morfologia no interior da baía em decorrência da dragagem do canal de acesso,
indicaram que existirão regiões de erosão e deposição em torno do canal a ser dragado e em seu
interior, principalmente na sua parte central, antes da curva de acesso ao estaleiro. Foi estimado
que em média é depositado por ano uma camada média menor do que 40 cm.

A possibilidade de erosão praial, ainda que remota, nas praias da área de influência
direta do canal de acesso ao empreendimento, indicam a necessidade do monitoramento dos perfis
de praia: nas praias do Antenor e Caieira do Norte no município de Governador Celso Ramos, de
São Miguel e de Biguaçu, além das praias da Daniela, do Forte e de Jurerê em Florianópolis.
Deverão ser utilizados os mesmos pontos de levantamento de perfil de praia utilizados e
apresentados no Capítulo 4 - Diagnóstico ambiental do meio físico.

Deverão ser realizados levantamentos dos perfis de praia com periodicidade mensal
durante o período de dragagem, sendo necessário o levantamento das condições antes do início da
atividade de dragagem (controle).

A morfologia praial poderá ser obtida através do método de levantamento topográfico


proposto por BORGES (1977), através de levantamentos perpendiculares a praia (perfil praial) ou
ainda, através do método das balizas.

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Deverão ser calculados o volume e a largura da praia, além de serem observadas
visualmente as condições da praia, as condições da vegetação de dunas e restingas, a presença de
material antrópico nas praias, bem como a presença de sedimentos distintos ao da granulometria
original da praia.

9.2.15.1.6. Projeto de monitoramento da área do bota-fora do material a ser dragado

Segundo o estudo conceitual sobre a implantação do OSX Estaleiro - SC, por se tratar
de uma área alagável sob ação de marés, está previsto para o terreno onde será construído o
estaleiro a execução de terrepleno com cerca de 6,0 m de altura em toda extensão proposta a
instalação do estaleiro. Para tanto, será utilizado material dragado proveniente da construção do
canal de acesso.

Este aterro hidráulico, lançado em bacias de decantação confinadas lateralmente por


diques, será executado em altura superior à cota prevista de implantação do projeto e atuará como
carregamento do processo de adensamento acelerado de solo mole com utilização de geodrenos na
base.

Após a decantação do material dragado e a retirada da água superficial, o terreno será


estabilizado com aglomerante do tipo cimento Portland através de mistura mecânica.

Desta forma, este projeto deverá estar articulado com o programa de monitoramento dos
recursos hídricos, para que seja realizado o acompanhamento das concentrações de sólidos totais em
suspensão nos canais de drenagem do terreno (canal do Português e Rio do Camarão) e para a baía
de São Miguel, assim como, verificar se ocorre possível contaminação da água subterrânea na
região.

9.2.16. Programa de Relacionamento e Comunicação Social

A sociedade cada vez mais tem reivindicado por maiores esclarecimentos sobre os
empreendimentos a serem instalados em sua região. Há um grande interesse pelas questões
ambientais e pela formulação de alternativas para as diferentes atividades e para as compensações
dos impactos delas decorrentes.

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Assim como ocorre em qualquer empreendimento, a implantação de um estaleiro gera
interferências nos componentes ambientais (físicos, bióticos e sócio-econômicos), criando uma série
de dúvidas e expectativas na população, positivas e negativas, principalmente no que se refere a
novas oportunidades de emprego, alteração do meio ambiente aquático e a qualidade de vida da
população.

Em face desse quadro de expectativas e incertezas, é necessário a implementação de um


programa de relacionamento e comunicação social que divulgue informações sobre as mais
importantes etapas e ações do empreendimento, a saber: características da obra, abrangência
espacial, oportunidades de empregos e cursos de capacitação oferecidos pelo empreendedor,
impactos e programas de monitoramento ambiental. Ao mesmo tempo o projeto busca criar canais
de comunicação entre a sociedade e o empreendedor favorecendo o diálogo social, a inserção de
reclamações, sugestões e solicitações locais. Entre estes grupos podemos citar: comunidade,
pescadores, maricultores, profissionais do turismo, mídia, órgãos governamentais e não
governamentais, etc.

9.2.16.1. Diretrizes

As ações de comunicação deverão acontecer durante todo o período de instalação do


estaleiro e atividades de dragagem de aprofundamento. Estas também deverão ser continuadas na
fase de operação do estaleiro.

Deverá ser elaborado material informativo priorizando a linguagem visual e gráfica


acompanhada de textos mais didáticos, e menos técnicos, acessível a todos os grupos focais,
objetivando a apresentação do empreendimento, exposição dos resultados dos programas
ambientais, divulgação de oportunidades de emprego e cursos de capacitação oferecidos pelo
empreendedor.

O público alvo deverá ser dividido em dois grupos, público interno e público externo. O
grupo de público interno contempla as empresas que atuarão nas fases de implantação do
empreendimento e seus colaboradores. Já o público externo abrange a população local, associações
de pescadores e maricultores do município de Biguaçu e Governador Celso Ramos, organizações
e/ou associações de barqueiros relacionados ao turismo (potencialmente usuários da área), e demais
associações de classe, sindicatos, organizações não governamentais e agremiações que
manifestarem interesse.
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As organizações de profissionais da pesca, maricultura e turismo deverão ser
informados do inicio e termino das atividades de dragagem, neste caso deverá ser realizado o
AVISO AOS NAVEGANTES informando sobre as atividades de dragagem. Os diálogos visam
comunicar a esses atores a ocorrência de qualquer modificação da área onde eles trabalham e
conscientizá-los sobre as regras de segurança para se estabelecer um bom convívio entre as
atividades de pesca e turismo com as de dragagem. Ao final da dragagem deverão ser distribuídas
cartas náuticas contendo as mudanças ocorridas nas áreas de ação do empreendimento
(principalmente com relação à profundidade das áreas dragadas e do bota-fora).

Para a capacitação dos colaboradores deverão ser realizados treinamentos, os quais


poderão ser divididos em quantas turmas forem necessárias, dependendo das diferentes atividades e
diferentes equipes de trabalhadores contratados, onde deverão ser focados:

• Informações específicas do local, mostrando a realidade socioambiental da área do


empreendimento ;
• Relacionamento com a comunidade local ;
• Questões relativas a segurança no trabalho e saúde ocupacional, e
• Desenvolvimento de ações de promoção a saúde visando a prevenção e controle de
alcoolismo, tabagismo, AIDS, doenças sexualmente transmissíveis e educação sanitária para
os colaboradores.

Por ser de caráter informativo e participativo o Programa de Relacionamento e


Comunicação Social estará relacionado diretamente com todos os demais programas do Plano
Ambiental de Construção, no intuito de ser à base de informação de todo o empreendimento para o
público diretamente atingido, comunidades locais, autoridades locais e demais interessados pela
construção do OSX Estaleiro - SC.

9.2.17. Programa de Educação Ambiental

Educação Ambiental constitui um processo onde se tem que estar atento a tudo que se
está desenvolvendo, é uma relação com a vida das pessoas, o comportamento das pessoas, o jeito
das pessoas. Quando se fala em educação, é bastante abrangente e se aplica também à educação
ambiental: porque se está falando de vida e de recursos que tocam a vida, de que pode haver paz

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dentro de um ambiente quando se consegue entender o papel, a função de cada elemento que faz
parte do seu mundo (MIRANDA, 2007).

O processo educativo proposto pela Educação Ambiental objetiva a formação de


sujeitos capazes de compreender o mundo e agir nele de forma crítica - consciente. Sua meta é a
formação de sujeitos ecológicos. O processo de educação ambiental é uma ferramenta que permite
que indivíduos e a comunidade adquiram conhecimentos e valores que os tornam capazes de agir,
individual ou coletivamente, na busca de soluções para os problemas ambientais (UNESCO, 1987).
Isto também garante melhor participação social em discussões relacionadas às formas de uso e
organização do espaço.

A implementação do Programa de Educação Ambiental constituído em um formato


participativo, onde o público-alvo desempenha um importante papel como protagonista das ações
pedagógicas possibilita a reflexão coletiva das problemáticas sociais e ambientais locais de forma a
propiciar a participação da população na elaboração de alternativas sustentáveis aos impactos
causados pelo empreendimento.

Assim, a educação contribui com a gestão ambiental tornando-se um importante


componente no contexto das medidas mitigadoras e compensatórias.

9.2.17.1. Diretrizes

As ações de educação ambiental deverão acontecer durante todo o período de instalação


do estaleiro, devendo ser continuadas na fase de operação do estaleiro.

O público alvo deverá ser dividido em dois grupos, público interno e público externo.
Deverá ser elaborado material informativo priorizando a linguagem visual e gráfica acompanhada
de textos mais didáticos, e menos técnicos, acessível aos diferentes públicos alvo.

Este projeto visa o desenvolvimento de ações de treinamento e sensibilização dos


colaboradores, quanto à influência da implantação do estaleiro sobre o meio ambiente, instigando-
os a participar de soluções pró-ativas, bem como fomentar o senso de responsabilidade individual e
coletiva para com as questões ambientais e sociais. O projeto busca capacitar os colaboradores para
que atuem ativamente na prevenção de danos ambientais e na tomada de ações caso algum dano
ocorra.

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 51/99
A educação ambiental com os funcionários das obras irá estimular ações que resultem
na melhora na qualidade de vida. Deverão ser criados mecanismos de cooperação entre o
empreendedor e os funcionários, promovendo a conscientização em relação aos recursos naturais,
contribuindo para formulação da consciência ecológica de todos. Para tanto, são propostas tais
ações:

• Implantar normas com restrições ambientais;

• Implantar placas informativas ao longo do terreno relacionadas às boas práticas ambientais;

• Realizar palestras periódicas sobre o meio ambiente;

• Realizar reuniões periódicas com os funcionários para relembrarem a importância do meio


ambiente;

• Reunir os funcionários em grupos incentivando a reciclagem do lixo e outras ações pertinentes.

• Fornecer informações específicas do local, mostrando a realidade socioambiental da área do


empreendimento.

• Desenvolver ações para proteção da fauna e da flora;

• Apresentar os programas de gerenciamento de riscos, planos de contingência e emergência


relacionados aos impactos no meio ambiente;

• Desenvolvimento de ações de promoção a saúde visando a prevenção e controle de alcoolismo,


tabagismo, AIDS, doenças sexualmente transmissíveis e educação sanitária para os
colaboradores.

Para o público externo prevê-se a execução de atividades interdisciplinares visando


soluções dos problemas ambientais locais:

• Campanhas de conscientização ambiental, relativos ao conhecimento e melhoria de seu próprio


ambiente;

• Publicações periódicas com abordagem de assuntos relativos aos recursos naturais da região; e

• Programas de orientação ambiental a ser executado em instituição de ensino.

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9.2.18. Programa de Apoio a Contratação de Mão de Obra Local

Os postos de trabalhos gerados quando da fase de implantação e operação demandam a


disponibilidade de força de trabalho com formação e conhecimento compatível às atividades a
serem realizadas em todo o processo de operacionalização do OSX Estaleiro - SC, o que amplia e
altera o mercado de trabalho e promove o aumento da renda regional de bens e serviços.

A qualificação da mão de obra constitui um aspecto específico do desenvolvimento


pessoal, busca contínua da competência profissional do indivíduo, podendo envolver quatro
tipologias de aperfeiçoamento: transmissão de informações, desenvolvimento de habilidades,
desenvolvimento ou modificação de atitudes, desenvolvimento de conceitos (CHIAVENATO,
2004).

A qualificação deve ser enfocada sob o ponto de vista educativo e na forma


especializada, denominada também como educação técnica ou profissional, que visa adaptar o
indivíduo para o exercício de determinada função em uma organização (AZEVEDO, 1997).

A fase de implantação exige mão de obra capacitada e qualificada, especialmente no


ramo da construção civil e montagem industrial. Na fase de operação, a utilização da mão de obra
local, previamente treinada, deverá conferir qualidade nos produtos e serviços relacionados à
empresa naval, baixando as taxas de desemprego locais e inibindo problemáticas de ordem social,
como a atração de trabalhadores provenientes de outras regiões do país, agravando as demandas por
serviços e recursos urbanos.

Sendo assim, o Programa de Apoio a Contratação de Mão de Obra Local objetiva


qualificar a mão de obra local (Biguaçu e Governador Celso Ramos) para que seja priorizada a
contratação destes na fase de ocupação das vagas. O programa deve ainda proporcionar a
comunicação entre outras empresas da cadeia produtiva a fim de promover outras oportunidades de
absorção de mão de obra, gerando emprego e renda para a comunidade local, além de possibilitar o
aprimoramento educacional dos futuros empregados da empresa.

9.2.18.1. Diretrizes

O apoio a contratação de mão de obra local está baseado nas ações de capacitação e
qualificação que serão desenvolvidos pelo empreendedor na área de influencia do empreendimento.

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 53/99
A empresa responsável pelo empreendimento prevê a realização de parcerias com
instituições educacionais da região para a promoção de cursos de capacitação profissionalizantes,
focando as fases de implantação e operação do empreendimento.

Além dos projetos de capacitação e profissionalização, é previsto também o projeto de


cadastramento da mão de obra. Este consiste na formulação de um banco de dados contendo: perfil
dos trabalhadores (sexo, idade, grau de escolaridade), contato (endereço, e-mail, telefone), atividade
profissão (experiência), perspectiva (área de atuação preferencial, pretensão salarial), que tenham a
intenção de atuar tanto na fase de implantação como de operação do estaleiro.

Este programa deverá estar articulado com o programa de comunicação social e


educação ambiental, para a divulgação dos cursos oferecidos, das ferramentas de cadastro de
potenciais trabalhadores e oferecimento de vagas.

9.2.19. Programa de Apoio às Atividades Produtivas Locais

O município de Biguaçu se destaca economicamente nos setores secundário e terciário,


pela presença de indústrias de pequeno porte e pela prestação de serviços. Por possuir uma vasta
área rural e estar localizado no litoral de Santa Catarina, também desenvolve atividades
relacionadas à pesca e a agricultura (setor primário).

Em Governador Celso Ramos, por sua vez, as atividades pesqueira e maricultura


representam as bases econômicas do município, seguidas pelo turismo.

O objetivo do programa de apoio às atividades produtivas locais é desenvolver junto a


comunidade de entorno em conjunto com o Poder Público ações que assegurarem a continuidade
das atividades relacionadas aos setores primário, secundário e terciário das economias de ambos os
municípios, favorecendo o desenvolvimento comunitário. Este programa estará baseado em ações
participativas que indicarão coletivamente as potencialidades socioeconômicas e demandas
prioritárias da população local.

Destaca-se que o Programa propõem a instaurar um processo coletivo de discussão das


problemáticas e potencialidades da região e do empreendimento, através da elaboração de projetos
pelas próprias lideranças residentes na área, tornando-se um processo legítimo de apoio às
atividades produtivas locais pelo empreendimento.

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9.2.19.1. Diretrizes

O programa deve ser baseado em ações participativas que indicarão coletivamente as


potencialidades socioeconômicas e demandas prioritárias da população local, contribuindo para a
geração de emprego e renda nas atividades produtivas locais, além da valorização dos potenciais da
região favorecendo o desenvolvimento comunitário. As principais diretrizes desse programa são:

• Identificar o perfil dos grupos envolvidos, em suas relações sociais, econômicas, culturais e
sociais;

• Promover ações de parceria entre a comunidade –empreendedor – poder público que priorizem
o desenvolvimento do turismo, de maneira a conciliar o uso turístico dos atrativos com as
políticas de conservação ambiental e valorização do patrimônio cultural;

• Apoiar organizações sociais locais e iniciativas comunitárias, a partir da promoção e


desenvolvimento de projetos que contemplem benefícios para as cadeias produtivas,
objetivando o aumento da produção sustentável;

• Apoiar e promover atividades de pesquisa, validação e difusão tecnológica para os grupos


previamente identificados.

9.2.20. Programa de Compensação da Atividade da Pesca e Maricultura

A atividade pesqueira é bastante tradicional e possui relevante importância econômica


na região de implantação do estaleiro. Para os pescadores e maricultores que sobrevivem dessa
atividade é provável que ocorram prejuízos econômicos decorrentes da diminuição das áreas de
pesca.

Uma forma de minimizar os prejuízos aos pescadores e maricultores locais é


desenvolver projetos que visem a melhoria de suas atividades produtivas e geração de renda. O
objetivo desse programa é criar mecanismos para compensar os pescadores e maricultores
artesanais a partir do desenvolvimento de projetos para que os recursos do mar sejam aproveitados
da melhor maneira possível.

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9.2.20.1. Diretrizes

• Identificar o perfil das comunidades pesqueiras e maricultoras locais, suas relações sociais,
econômicas, culturais e ambientais para definir a melhor estratégia de atuação com essa classe;

• Desenvolver projetos para a melhoria da atividade pesqueira e maricultora, a partir da criação de


projetos que favoreçam a geração de renda, construídos de maneira participativa com a
comunidade de pesca e maricultura.

9.2.21. Programa de Apoio a Infraestrutura Local

A infraestrutura de um município constitui o conjunto de equipamentos e serviços


necessários ao desenvolvimento das funções urbanas, considerando os aspectos sociais (moradia,
trabalho saúde, educação, lazer e segurança), econômicos (desenvolvimento das atividades
produtivas – produção e comercialização de bens e serviços) e institucionais (político-
administrativos).

A infraestrutura básica corresponde a equipamentos de escoamento das águas pluviais,


iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e
domiciliar e vias de circulação. [...] Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de
educação, cultura, saúde, lazer e similares (Lei Federal 6.766/1979 e alterações dadas pela Lei
Federal N° 11.445/2007).

Deficiências nos sistemas infraestruturais caracterizam situação de risco (situação de


violação, degradação ou ausência de direitos ambientais, sociais, habitacionais e de acessibilidade já
instalados ou em vias imediatas de ocorrência).

Os serviços e equipamentos urbanos existentes em Biguaçu e em Governador Celso


Ramos atendem em parte a demanda atual. As maiores deficiências em ambos os municípios se
referem ao atendimento educacional (sobretudo centros de educação infantil) e saúde.

O possível incremento populacional impulsionado pela instalação do OSX Estaleiro -


SC nos municípios próximos ao empreendimento incorre no aumento dessas demandas de saúde e
educação, além de outras como saneamento básico, segurança, transporte e habitação. O objetivo do
programa de apoio a infraestrutura local é auxiliar a implantação, ampliação e recuperação de
infraestruturas necessárias em ambos os municípios. Este programa será construído de maneira

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participativa com o Poder Público e comunidades. As ações específicas serão definidas
oportunamente no momento no momento do PBA (Plano Básico Ambiental).

9.2.21.1. Diretrizes

A expansão urbana decorrente da implantação de estabelecimento de uso industrial


naval em Biguaçu requer também a expansão das redes infraestruturais e dos serviços municipais de
forma compatível à demanda. As principais diretrizes desse programa correspondem ao subsídio
financeiro junto ao Poder Público ou na forma de ações diretas, para o desenvolvimento e execução
de projetos de ampliação, adequação e gestão de instalações urbanas necessárias, podendo ser nas
áreas de educação, saúde, transporte, segurança, habitação e saneamento básico ou a qualquer outra
demanda procedentes da instalação do empreendimento no município. A escolha do projeto será
feita de forma participativa com o Poder Público e comunidade, sendo detalhada no PBA.

9.2.22. Programa de Monitoramento das Interferências Socioeconômicas

A chegada de uma empresa de grande porte em Biguaçu e região, trará diversos


impactos positivos e negativos para o meio socioeconômico, incluindo a geração de 3500 postos de
empregos diretos na fase de implantação. Isto contribuirá para a diminuição do desemprego na
região e aumentará a massa salarial, aumentará a demanda de bens e serviços e criará oportunidades
para outros setores da economia. Os bens e serviços caso não estejam bem estruturados podem
acarretar, por exemplo em alterações no quadro de saúde da população, no aumento do uso e
ocupação irregular do solo urbano e na sobrecarga dos serviços sociais disponíveis nos municípios
da Área de Influência.

O objetivo desse programa é monitorar as interferências sociais e econômicas na área de


influência direta do empreendimento. Assim, será possível verificar a ocorrência dos impactos
positivos e negativos previstos no EIA resultantes da implantação do estaleiro (aumento da
demanda por habitação, serviços de saúde, educação, segurança, transporte, comunicação e
saneamento básico), dando suporte ao poder público no estabelecimento de estratégias de políticas
públicas para a manutenção e o aumento da qualidade de vida da população residente.

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9.2.22.1. Diretrizes

As diretrizes propostas se referem a ações de monitoramento na área de influência direta


do empreendimento, a fim de verificar as mudanças sociais e econômicas que ocorrerão em
decorrência da implantação do estaleiro. Os resultados deverão ser periódicos e de acesso aos
municípios de Biguaçu e Governador Celso Ramos.

9.2.23. Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

A implantação do OSX Estaleiro - SC envolverá atividades que resultarão na


degradação de áreas localizadas, tais como trabalhos de escavação, aterros ou mesmo a
desmobilização de frentes de trabalho, como o canteiro de obras. A respectiva recuperação destas
áreas, objetiva propor técnicas e procedimentos metodológicos para a recuperação dos sítios
degradados, bem como harmonizar o aspecto cênico do empreendimento as condições paisagísticas
propostas..

Destinado a orientar e especificar as ações que devem ser planejadas, projetadas e


realizadas, o presente Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD tem como fim
recuperar as áreas afetadas em seu aspecto paisagístico e ecológico, de modo que os efeitos da
implantação do empreendimento sejam minimizados. Para tanto, atividades como a recomposição
do relevo, recolocação de solo, implantação de drenagens e a própria recuperação da vegetação das
áreas, quando possível, compõe o conjunto das medidas de recuperação ambiental que seguem
descritas.

Sendo assim, este programa tem como objetivo propor ações para recuperação das áreas
degradadas pelas atividades de implantação do estaleiro, possibilitando a melhoria da qualidade
ambiental no que compete ao aspecto paisagístico e a manutenção das especificidades da fauna e
flora locais. Propõe-se como objetivos específicos:

• Promover a readequação paisagística de vias de acesso, áreas de bota-fora e


áreas de corte de terra para aterros, entre outras áreas;

• Realizar a revegetação das áreas afetadas com base no plantio de espécies


nativas da região ou gramíneas; e

• Efetuar a cobertura vegetal nas margens dos taludes e bermas de modo a auxiliar
sua estabilidade.
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9.2.23.1. Diretrizes

Recomenda-se que sejam implementados sistemas de drenagem superficial e obras de


arte complementares, que compreende na captação e adução ordenada das vazões de águas de chuva
que precipitam sobre as áreas afetadas, sem riscos de erosão e instabilidades, até o descarte nos rios
e canais responsáveis pela drenagem natural. No geral, o sistema pode ser composto pelas seguintes
estruturas relativas a cada caso particular, ou conjunto destes:

• Bermas com caimento transversal e longitudinal, desaguando em canais de aproximação, em


nível, em solo; e

• Canaletas escavadas no terreno, revestidas ou não, que conduzirão as águas para as


drenagens naturais.

As medidas de recuperação ambiental contemplam os diferentes níveis de intervenção e


impactos sofridos pela área em análise. Em função disso, medidas específicas devem ser tomadas
objetivando a reabilitação topográfica e paisagística das áreas afetadas, de tal forma que não
destoem da paisagem circundante e aproximem-se do ambiente original ou de patamares esperados.

Entre as medidas pode-se citar a recomposição de relevo e paisagística, que compreende


basicamente a realização de terraplanagem simples, redesenhando superfícies topográficas
irregulares existentes. Esta medida tem a finalidade de atenuar o impacto visual e reduzir a
possibilidade de deflagração de processos erosivos (laminar e linear). O remodelamento topográfico
poderá ser executado com o auxilio de retroescavadeiras, tratores de esteira e caminhões. A
revegetação, que é parte essencial no processo de recuperação de áreas degradadas, implica, não só
o plantio de espécies vegetais, mas também uma seleção adequada dessas espécies e de técnicas de
manejo, visando reconstituir e acelerar os processos de sucessão vegetal que naturalmente
acontecem.

Este programa deverá ser realizado em articulação com o programa de controle de


erosão e assoreamento e com o programa de supervisão ambiental da construção.

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9.3. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL – PGA

O Plano de Gestão Ambiental proposto para a fase de operação do OSX Estaleiro - SC


consiste em um conjunto de programas destinados a organizar a implementação de ações
preventivas e mitigadoras dos impactos ambientais passíveis de ocorrerem durante as operações do
empreendimento.

Este plano está dividido em três grupos de programas, sendo estes, (1) Medidas de
Prevenção e Controle, (2) Programas de Monitoramento e (3) Programas Sócio-ambientais.

O grupo dos programas de medidas de prevenção e controle inclui ações adicionais aos
controles já previstos para o processo de produção de embarcações, com o intuito de reduzir e
prevenir os impactos adversos relacionados à navegação (entrada de materiais e insumos e saída de
embarcações), desembarque de materiais, armazenamento de materiais, caldeiraria, pintura,
montagem, edificação, cais de acabamento, operação assistida e demais processos relacionados à
unidade industrial. Neste grupo estão inclusos os seguintes programas:

• Programa de Implementação do SGA;

• Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos;

• Programa de Gerenciamento dos Efluentes Líquidos;

• Programa de Controle de Emissões Atmosféricas;

• Programa de Controle de Ruído;

• Programa de Controle das Dragagens de Manutenção;

• Programa de Gerenciamento dos Riscos Ambientais;


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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 60/99
• Programa de Controle da Água de Lastro dos Navios; e

• Programa de Manejo da Vegetação.

O grupo de programas de monitoramento é considerado uma das principais ferramentas


para a gestão ambiental do empreendimento. A execução do monitoramento deverá seguir o
planejamento inicial proposto neste capítulo, mas estará sujeito à adequações, ajustes e
modificações propostas pela licença prévia e de instalação e pelos resultados dos próprios
monitoramentos. Neste grupo são inclusos os seguintes programas de monitoramento:

• Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar;

• Programa de Monitoramento do Conforto Acústico;

• Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos;

• Programa de Monitoramento da Qualidade do Sedimento;

• Programa de Monitoramento da Biota Aquática; e

• Programa de Monitoramento das Dragagens de Manutenção.

Os programas sócio-ambientais tem um foco direcionado para a potencialização dos


impactos positivos e para a prevenção e mitigação dos impactos negativos previstos no capítulo 8
deste EIA para o meio sócio-econômico. Além destes, também é apresentado um programa
específico para apoio às Unidades de Conservação da região. Ente os programas deste grupo estão
inclusos os seguintes:

• Programa de Relacionamento e Comunicação Social;

• Programa de Educação Ambiental;

• Programa de Apoio à Contratação da Mão de Obra Local;

• Programa de Apoio às Atividades Produtivas Locais;

• Programa de Compensação da Atividade de Pesca e Maricultura;

• Programa de Apoio à Infra-estrutura Local;e

• Programa de Monitoramento das Intervenções Socioeconômicas.


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9.3.1. Programa de Implementação do SGA

Gestão ambiental pode ser definida como sendo “o conjunto de medidas e


procedimentos bem definidos e adequadamente aplicados, que visam reduzir e controlar os
impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente. O ciclo de atuação da
gestão ambiental deve cobrir desde a fase de concepção do projeto até a eliminação efetiva dos
impactos gerados” (DONNAIRE, 1995).

O sistema de gestão ambiental (SGA) possibilita definir um conjunto de ações


destinadas à evitar, ou mitigar as conseqüências dos impactos provocados pelas diversas atividades
realizadas pelo OSX Estaleiro-SC, buscando soluções para os impactos ambientais gerados, bem
como atuar no processo de controle ambiental dos procedimentos, almejando sempre a prevenção
da poluição e a melhoria continua da qualidade ambiental.

O planejamento adequado da implementação de um SGA é indispensável para um


empreendimento que busca atingir a qualidade ambiental, tendo em vista que este programa fornece
ao empreendedor uma estrutura capaz de garantir a utilização das técnicas mais apropriadas de
redução de consumo, mitigação de impactos ambientais e melhoria contínua.

O objetivo do programa de implementação do Sistema de Gestão Ambiental é


apresentar sugestões para o planejamento do processo de implementação e manutenção do SGA,
buscando de forma permanente a melhoria contínua da qualidade ambiental dos processos,
atividades, produtos e do ambiente de trabalho do estaleiro.

9.3.1.1. Diretrizes

Além de ter relação direta com a definição de metas, objetivos e política ambiental, o
SGA terá a função de coordenar demais programas previstos para a fase de operação. Esta estratégia
tem a função de aumentar a eficácia e correlacionar os resultados dos planos e programas,
permitindo a realização de análises integradas dos impactos da operação da empresa e viabilizando
a redução dos custos da gestão ambiental para o estaleiro.

A metodologia para implementação do SGA será baseada nos requisitos pré-definidos


pela NBR ISO 14001:2008. O sistema deverá ser divido em quatro fases: comprometimento e
política, planejamento estratégico, implementação e medição e avaliação.

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Para a implementação de um SGA, este programa deve seguir as diretrizes da norma
ABNT NBR ISO 14004 (Sistemas de gestão ambiental – Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas
e técnicas de apoio), que provê orientação para o desenvolvimento e a implementação de princípios
e sistemas de gestão ambiental e sua coordenação com outros sistemas de gestão da organização.
Este programa deverá apresentar também, o cronograma de implantação do SGA no
empreendimento.

O Programa de Implantação do Sistema de Gestão Ambiental será o articulador com os


demais programas constantes no Plano de Gestão Ambiental, uma vez que este será o responsável
por gerenciar e supervisionar as ações e acompanhar os resultados obtidos pelos demais.

9.3.2. Programas de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos

Em função das diversas atividades desenvolvidas no estaleiro, que invariavelmente irão


gerar resíduos sólidos, o presente programa terá a função de definir medidas de gerenciamento dos
diferentes tipos de resíduos gerados durante a operação do empreendimento.

Os principais resíduos sólidos gerados diretamente na atividade de fabricação de


embarcações são compostos por metais, madeiras e granalha de aço, os quais possuem
características de elevado peso específico e baixa compressibilidade.

Outro quesito chave frente ás atividades do estaleiro é o desperdício de materiais que


poderiam ser reutilizados em outros locais da linha de produção como insumo produtivo, também
caracterizando o desperdício como uma forma de disposição inadequada a ser combatida.

A geração de resíduos durante a operação deste tipo de empreendimento pode provocar


impactos ambientais significativos e de elevada magnitude, tais como:

• Contaminação por acidentes ambientais (derramamentos, incêndios);

• Contaminação da água por resíduos sólidos gerados na manutenção de embarcações;

• Contaminações crônicas e eventuais, pela drenagem de pátios.

O presente programa tem como objetivo geral implementar medidas de gerenciamento


dos resíduos sólidos, resultantes da operação do estaleiro, evitando a disposição irregular destes
materiais no ambiente, promovendo um tratamento e a destinação final adequados. Os objetivos
específicos do programa são:

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• Dar continuidade ao programa implantado na fase de instalação do empreendimento;

• Implantar um programa de segregação de resíduos de acordo com sua classificação,


promovendo a coleta seletiva e implantar medidas de redução e minimização na geração dos
resíduos sólidos, além de promover a correta destinação final destes.

9.3.2.1. Diretrizes

O programa de gerenciamento de resíduos sólidos deverá ser elaborado com base nas
legislações e normas técnicas vigentes, estabelecendo procedimentos adequados para o manejo dos
resíduos sólidos provenientes das atividades produtivas exercidas pelo estaleiro. As premissas
básicas para a elaboração deste programa estão fundamentadas na minimização de geração de
resíduos, na implementação de coleta seletiva, na gestão compartilhada, na educação ambiental e no
tratamento e destinação final adequada dos resíduos. Este programa deverá vigorar durante toda a
operação do estaleiro, sendo progressivamente adaptado de acordo com as demandas.

Neste programa, deverá ser levada em consideração a geração de resíduos


característicos do empreendimento, entre eles: metais, madeiras e granalha de aço, resíduos
contaminados com óleo e graxa e radioativos, contaminados com raio gama e raio X. Entre as ações
previstas, deverão ser contemplados procedimentos para:

• Minimização da geração de resíduos sólidos;

• Classificação dos resíduos gerados;

• Segregação e acondicionamento;

• Coleta e movimentação interna;

• Armazenamento temporário;

• Coleta, transporte e destinação final;

• Programas de capacitação e desenvolvimento da equipe responsável pelos serviços gerais; e

• Controle de vetores.

Para a garantia de sucesso deste programa, é necessário que este esteja bem articulado
com o sistema de gestão ambiental, implementado através do programa de implantação do SGA e
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com o programa de comunicação social e educação ambiental. Este programa também se articula
com o programa de controle dos efluentes líquidos.

9.3.3. Programa de Gerenciamento de Efluentes Líquidos

De modo geral, o efluente gerado no estaleiro será água possivelmente contaminada


com óleo, cuja origem está relacionada aos resíduos de atividades de manutenção mecânica,
lavagem de equipamentos, veículos e peças. Este efluente é constituído por uma fase aquosa
(mistura de hidrocarbonetos dissolvidos), que necessita de tratamento, e por uma fase oleosa, que
pode ser removida através de separadores físicos.

Deve-se também considerar os efluentes sanitários, gerados em sanitários e refeitórios,


que são ricos em matéria orgânica biodegradável, facilitando o tratamento por processos biológicos.

Os efluentes líquidos gerados pelo estaleiro necessitam de tratamento adequado para


evitar o comprometimento da qualidade ambiental. Assim, o objetivo deste programa é estabelecer
diretrizes para o controle dos efluentes líquidos e a prevenção da contaminação do solo e dos
recursos hídricos.

9.3.3.1. Diretrizes

Os efluentes gerados nos sanitários localizados na área administrativa, refeitório e


canteiro de obras deverão direcionados à uma sistema de tratamento.

Recomenda-se que, na tubulação das pias da cozinha sejam instaladas caixas de gordura
antes do sistema de tratamento. As caixas de gordura são importantes para impedir que a gordura
entre no sistema anaeróbio, afim de não provocar entupimento e colapso no tratamento.

Para evitar possíveis contaminações do solo e água decorrentes das atividades de


limpeza, abastecimento e manutenção de máquinas e equipamentos, deverá ser prevista uma área
exclusiva para esta finalidade. Esta área deverá ser impermeabilizada e possuir canaletas de
drenagem para destinar as águas oleosas à um sistema separador água e óleo.

O Sistema Separador de Água e Óleo (SAO) tem por objetivo reter os resíduos sólidos
sedimentáveis, coletar e conduzir o efluente oleoso para uma caixa separadora, onde é feita a
retenção da fração oleosa livre.

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As caixas devem ser construídas com material impermeável e possuir tampa de fácil
remoção para facilitar o processo de limpeza e manutenção do SAO. O efluente desta caixa deverá
atender aos padrões de lançamento estabelecidos pela legislação federal – Resolução CONAMA
357/05: óleos e graxas: 20 mg/l (20 partes por milhão-ppm); sólidos em suspensão: 20 mg/l; e
material sedimentável: 1 ml/l. Após passagem pelo sistema e devido tratamento, o efluente será
descartado na rede de águas pluviais.

Para evitar possíveis contaminações do solo e da água subterrânea decorrentes de


vazamentos e derramamentos de produtos perigosos, deverá ser prevista a construção de uma área
exclusiva para armazenamento de produtos perigosos.

Esta área deverá ser projetada conforme os critérios de construção da norma ABNT
NBR 12235:2002 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos, devido as características de
armazenamento de resíduos e produtos perigosos serem semelhantes.

Os produtos perigosos deverão estar acondicionados em tambores ou latas, em área


coberta, bem ventilada e com base de concreto ou outro material que impeça a lixiviação e
percolação de substâncias para o solo e águas subterrâneas. O piso deverá contar com uma
inclinação de 2,5% no sentido da bacia de contenção, para posterior captação dos produtos no caso
de vazamentos.

A bacia de contenção deverá se apresentar livre de rachaduras e/ou buracos e estar


suficientemente impermeabilizada, para conter e resistir a vazamentos, derramamentos e
precipitações acumuladas. Esta área deve ter capacidade suficiente para conter, no mínimo 10% do
volume total de armazenamento ou o volume do maior recipiente armazenado, qualquer que seja o
seu tamanho. A bacia deve ser construída de tal forma que impeça o fluxo do escoamento
superficial do entorno para seu interior.

Quaisquer vazamentos ou derramamentos de produtos, como também as águas pluviais


retidas, devem ser periodicamente removidos da bacia, de modo a evitar transbordamento do
sistema de coleta. Se o material coletado estiver contaminado com substâncias tóxicas e que lhe
conferem periculosidade, o seu manuseio e destino final devem ser tal que o meio ambiente seja
adequadamente protegido, seguindo as recomendações da legislação ambiental vigente.

Este programa terá relação direta com o programa de monitoramento da qualidade dos
recursos hídricos, uma vez que o monitoramento servirá de indicador dos resultados obtidos.

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9.3.4. Programa de Controle de Emissões Atmosféricas

A poluição atmosférica associada às atividades de produção de embarcações está


presente em grande parte dos processos, em especial nas atividades de jateamento, corte e solda de
chapas metálicas, pintura e operação de equipamentos que utilizam combustíveis fósseis, podendo
causar problemas tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana.

O controle das emissões atmosféricas é um dos principais focos de atenção das


empresas que visam aprimorar sua relação com a comunidade local e com o meio ambiente. As
ações de melhoria das tecnologias e práticas de controle ambiental, atreladas aos investimentos para
a modernização dos processos de produção e introdução de tecnologias mais limpas, fazem parte da
busca contínua das empresas por uma trajetória de crescimento sustentável e geração de valor.

A implantação deste programa justifica-se pela necessidade de controlar a emissão de


poluentes atmosféricos para a atmosfera, evitando que a qualidade ambiental na região do
empreendimento seja afetada devido à operação do estaleiro.

O programa de controle de emissões atmosféricas tem como objetivo garantir que a


qualidade do ar na região de Biguaçu /SC e Governador Celso Ramos/SC não seja comprometida
durante as operações do estaleiro. Através da definição de métodos e equipamentos que serão
utilizados para o controle das emissões de material particulado na área interna da empresa.

9.3.4.1. Diretrizes

De acordo com a classificação apresentada por PHILIPPI JR. & MALHEIROS (2005),
o estaleiro se classifica como uma fonte tipo área. Esta classificação é utilizada para englobar um
conjunto de pequenas fontes individuais não significativas (no contexto individual) quando
caracterizadas como fonte pontual, mas a emissão do conjunto todo é importante.

Neste caso, recomenda-se que as atividades geradoras de emissões atmosféricas sejam


concentradas em áreas fechadas dotadas de equipamentos anti-poluição (exaustores e
purificadores). Os mecanismos utilizados no controle das emissões atmosféricas dependem do tipo
e da natureza dos poluentes, para o controle de emissões caracterizadas pela mistura de material
particulado e de gases e vapores, recomenda-se o uso de lavadores, acompanhados ou não de
filtragem.

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A Tabela 9.3 apresenta os equipamentos para tratamento atmosféricos recomendados
para as atividades realizadas no estaleiro.

Tabela 9.3.Coletores recomendados para as operações realizadas no estaleiro. (Fonte: adaptado de Macintyre,
2008)
Equipamentos
Operações Teor de Carga Granulometria
empregados
Limpeza metálica por Moderada à fina Média à grossa Coletores úmidos e
abrasão lavadores de gases
Decapagem Moderada --- Lavador de gases
Decapagem ácida Moderada --- Coletores úmidos e
lavadores de gases
Pintura Moderada à fina Fina à média Lavador de gases

Durante o processo de decisão dos equipamentos de controle atmosféricos que serão


utilizados, deve-se considerar fatores como: eficiência, consumo de energia, custo do investimento,
natureza física e química dos particulados e periculosidade (incêndios e explosões).

A obtenção de uma eficiência de separação maior sempre está acompanhada de maiores


custos de tratamento. A Tabela 9.4 adaptada de LORA (2002), apresenta alguns dados úteis para a
seleção do equipamento de separação de particulados.

Tabela 9.4. Comparação qualitativa de separadores de particulados. (FONTE: adaptado de LORA, 2002)
Tipo de Separador
Avaliação Precipitadores
Ciclones Lavadores de gás Filtros de mangas
elétrostáticos
- Baixo custo; - Pode tratar - Alta eficiência; - Alta eficiência;
- Operação em altas particulados - Pode separar uma - Pode tratar grandes
temperaturas; inflamáveis e grande variedade de volumes de gases
- Baixo custo de explosivos; particulados; com uma pequena
manutenção (não - Absorção e - Projeto modular; queda de pressão;
possui partes remoção de - Baixa queda de Separação seca e
Vantagens móveis). particulados no pressão. úmida;
mesmo equipamento; - Ampla faixa de
- Variada eficiência temperaturas de
de remoção; operação;
- Neutralização de Baixos custos de
gases e particulados operação.
corrosivos;
- Resfriamento dos
gases.
- Baixa eficiência (dc - Corrosão; - Ocupa uma área - Alto custo de
< 5-10µm); - Poluição secundária considerável; investimento;
- Alto custo de (gera efluente líquido - Altas temperaturas - Não controle
operação (queda de para tratamento); e gases corrosivos emissões gasosas;
Desvantagens pressão). - Contaminação das podem causar danos - Pouca flexibilidade;
partículas (não às mangas; - Ocupa um grande
recicláveis). - As mangas não espaço;
operam em condições - É afetado pela
úmidas; resistividade das
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Tipo de Separador
Avaliação Precipitadores
Ciclones Lavadores de gás Filtros de mangas
elétrostáticos
- Perigo de fogo e cinzas.
explosão.
Dimensões das
>10 >0,3 – 1,0 >0,5 – 1,0 >0,001
partículas

Este programa terá relação direta com o programa de monitoramento da qualidade do ar,
uma vez que o monitoramento servirá de indicador dos resultados obtidos. Igualmente, este
programa estará relacionado com o programa de comunicação social e educação ambiental e caso
ocorram reclamações das populações do entorno, em relação a qualidade do ar, o empreendedor
tomará conhecimento e adotará as medidas mitigadoras necessárias para minimizar o incomodo
causado as comunidades próximas ao estaleiro.

9.3.5. Programa de Controle de Ruído

As atividades realizadas no OSX Estaleiro - SC caracterizam-se basicamente pela


manipulação de chapas metálicas, que devido à vibração gerada pelo manuseio e equipamentos
(corte, molde, solda, entre outras), torna-se geradora de ruído. Entretanto, conforme apresentado no
item 9.2.4, a fonte de ruído somente constitui um problema de poluição sonora se o som atingir um
ponto receptor em um nível que provoque incômodo ou dano a saúde.

Portanto, assim como na fase de implantação, recomenda-se que sejam aplicados meios
de controle acústico através do planejamento do layout da unidade, de modo que os ruídos emitidos
sejam separados fisicamente dos pontos receptores.

O objetivo deste programa será propor medidas de redução para as fontes geradoras de
ruído do estaleiro.

9.3.5.1. Diretrizes

O nível de ruído dissipado nas atividades industriais do estaleiro deverá respeitar os


níveis de referência recomendados pela NBR 10151:2000 e demais legislações pertinentes, estes em
concordância ao definido no enquadramento de uso e ocupação do solo municipal, instituído pela
Lei Complementar de Biguaçu/SC Nº12/09, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento
Municipal.
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Recomenda-se que o layout do estaleiro seja dividido conforme as finalidades de uso,
reservando áreas específicas para as atividades geradoras de ruído. As áreas destinadas à
alimentação dos colaboradores também deve ser específica e estar em local afastado das áreas mais
críticas em relação ao ruído.

O meio mais direto de atenuar os efeitos do ruído consiste em controlá-lo diretamente


na fonte, reduzindo a emissão sonora. Para cada fonte de ruído deverá ser previsto uma técnica
específica de controle, como por exemplo, através do uso de sistemas de amortecimento de
vibrações, abafadores, entre outros.

Outra medida comumente utilizada para fontes fixas é o enclausuramento do


equipamento/ atividade geradora de ruído, por meio da construção de uma sala para o seu
isolamento ou da instalação de painéis em torno dele, o que reduz a transmissão sonora, resultando
e um nível de ruído externo adequado.

Este programa terá relação direta com o programa de monitoramento do conforto


acústico, que será responsável pelo acompanhamento dos níveis de ruído no entorno do
empreendimento.

9.3.6. Programa de Controle das Dragagens de Manutenção

A capacidade operacional do OSX Estaleiro - SC depende totalmente do calado de seus


berços de atracação e do canal de acesso. O assoreamento destas áreas, seja por causas naturais ou
antrópicas, representa riscos às operações do estaleiro e demanda a realização de dragagens
periódicas, chamadas de dragagens de manutenção.

No entanto, o processo de dragagem de manutenção não se difere do processo de


dragagem de aprofundamento, apresentando normalmente os mesmos aspectos e impactos
ambientais. Sendo assim, é imprescindível que sejam adotadas medidas de controle ambientais para
estas atividades.

9.3.6.1. Diretrizes

Sempre que houver necessidade de dragagem de manutenção, devem ser seguidas todas
as diretrizes indicadas no programa de controle da dragagem de aprofundamento apresentado no
Plano Ambiental de Construção (item 9.2.5).
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9.3.7. Programa de Gerenciamento dos Riscos Ambientais

Deverão ser previstos procedimentos no intuito de prevenir danos ambientais, sociais,


econômicos e institucionais provenientes de impactos ambientais que eventualmente não foram
evitados e caracterizados como acidentes ambientais, que englobem a prevenção de acidentes
ambientais e ações de atendimento à emergências ambientais.

Entende-se por acidente ambiental aquele evento ou seqüência de eventos de ocorrência


anormal, que resulta em perda, dano ou prejuízo ambiental ou patrimonial. Os acidentes estão
diretamente relacionados com o tipo, dimensão e características operacionais de cada instalação,
bem como, com a quantidade e variedade de produtos perigosos manipulados.

Segundo COSTA et al. (2000) o gerenciamento de risco é o ato de identificar e


classificar situações de risco, para posterior tomada de decisões, que minimizem o efeito adverso
que perdas acidentais possam ter sobre uma organização. Em relação a perdas acidentais, estas vão
desde uma pequena avaria em um equipamento até um incêndio de grandes proporções.

Os principais benefícios da implantação de um sistema de gerenciamento de riscos são:

• Redução da probabilidade ocorrência de um acidente: um adequado programa de gerenciamento


de riscos faz com que ocorra a diminuição do número de horas perdidas com acidentes e
redução de infrações penais e indenizações;

• Redução no custo do seguro: com a implantação de um programa de gerenciamento de riscos


entende-se melhor a necessidade de cobertura do seguro além de facilitar a aquisição de
descontos junto às seguradoras;

• Redução na incerteza associada a investimentos: um bom programa de gerenciamento de riscos


é mais um argumento para convencer investidores em potencial a apoiar um projeto, pois desta
forma os investidores têm certeza que o empreendimento está comprometido com a segurança e
o meio ambiente, evitando que a lucratividade seja desperdiçada em eventos não planejados;

• Preservação de vidas e de recursos naturais: uma sincera preocupação social ou o receio de se


verem envolvidos em um processo de responsabilidade civil ou criminal faz com que cada vez
mais os empreendimentos conheçam profundamente seus pontos críticos e de risco;

• Aumento da produtividade: nota-se uma melhoria na produtividade das empresas que adotam
um programa de gerenciamento de riscos, seja pelo melhor uso de seus recursos, pela motivação
de seus funcionários ou pelo melhor conhecimento do ambiente de trabalho.
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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 71/99
Este programa tem como objetivo identificar, analisar, avaliar e propor medidas de
controle e tratamento para os riscos envolvidos nas operações e atividades do estaleiro.
Apresentam-se como objetivos específicos:

• O planejamento de ações preventivas no intuito de antecipar, reduzir ou eliminar possíveis


ocorrências; e

• A proposição de medidas para o atendimento às emergências ambientais.

9.3.7.1. Diretrizes

As atividades propostas neste programa incluem a elaboração de um estudo de análise


de riscos, a implantação de programa de gerenciamento dos riscos identificados, plano de controle
de emergências e plano de emergência individual. Estes estudos e planos deverão estar em
conformidade com as normas CETESB P4.261 (Manual de Orientação para a Elaboração de
Estudos de Análises de Riscos), NR 29 e CONAMA 398/08.

• Estudo de Análise de Riscos

Deverá ser realizada a identificação de perigos por meio de reuniões com as áreas de
segurança, meio ambiente, operação, entre outras, a fim de levantar os dados e informações que
permitam a aplicação da técnica de Análise Preliminar de Riscos – APR, de acordo com as
orientações da norma P4.261 da CETESB e, de modo geral, consistirá de:

• Descrição do empreendimento: principais características do empreendimento e das diferentes


atividades desenvolvidas;

• Caracterização da região: principais características da região no entorno de modo a gerar um


descritivo sucinto das áreas de interesse que afetem ou possam ser afetadas pelas atividades do
estaleiro;

• Identificação de riscos: aplicação da técnica APR para todas as atividades, cujo enfoque será a
segurança das instalações, pessoas e meio ambiente.

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• Programa de Gerenciamento de Riscos

Ao término do Estudo de Análise de Risco, deverá ser elaborado um Programa de


Gerenciamento de Riscos (PGR), com enfoque na prevenção de eventos com potencial de causar
impactos significativos, tomando por base a norma CETESB P4.261. De modo geral, porém não
restrito a esses itens, o PGR contemplará os seguintes itens:

• Informações de Segurança;

• Metodologia para análise e revisão dos riscos;

• Gerenciamento de modificações;

• Manutenção e garantia da integridade de sistemas críticos;

• Procedimentos operacionais;

• Procedimentos de segurança e procedimentos ambientais para terceirizados;

• Procedimentos de investigação de incidentes;

• Política de capacitação de recursos humanos;

• Programa de comunicação de riscos;

• Plano de Emergência Individual (PEI); e,

• Programa de Auditorias.

Embora o PEI seja um item do PGR, devem ser elaborados a parte a fim de facilitar o
acesso às informações necessárias durante as emergências.

• Plano de Emergência Individual

O Plano de Emergência Individual (PEI) deverá ser elaborado em conformidade com a


Resolução CONAMA 398/ 2008. Contendo os seguintes itens:

• Introdução;

• Objetivo;

• Áreas de atuação e abrangência interna e externa;

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• Hipóteses acidentais na qual serão abordados os riscos à segurança do patrimônio, meio
ambiente e pessoas;

• Estrutura organizacional de resposta emergencial (atribuições e responsabilidades);

• Fluxo de acionamento e comunicação dos riscos;

• Recursos humanos: contatos e nomes da brigada e demais integrantes da estrutura


organizacional de resposta, bem como de eventuais prestadores de serviços em emergência e
órgãos públicos competentes;

• Recursos materiais para combate a emergências;

• Ações de resposta: avaliação prévia e análise da gravidade do evento, mobilização de recursos,


procedimentos de resposta específicos de acordo com as diferentes tipologias acidentais,
monitoramento ambiental e ações pós-emergência (remediação, disposição de resíduos etc);

• Política de revisão: estabelecimento da periodicidade e metodologia para a revisão do PEI;

• Divulgação, implantação, integração com outras instituições e manutenção do plano;

• Treinamentos e simulados: periodicidade e escopo;

• Anexos: listagens, plantas, layouts, rotas de fuga, fichas (acionamento e registro de ocorrências,
informação de produtos perigosos, etc).

Além dos requisitos gerais, a elaboração do PEI deve contemplar:

• Modelos de transporte e dispersão de óleo: utilização de software para a simulação da deriva de


mancha de óleo que contemple modelos probabilísticos e determinísticos para os períodos de
interesse que nortearão as ações de resposta;

• Carta de sensibilidade para derrames de óleo: deverá ser carta de sensibilidade para derrames de
óleo (cartas SAO) para a região do Porto de São Francisco do Sul, tomando como base os
modelos de cartas SAO atualmente recomendados pelo IBAMA. A abrangência desta carta será
determinada pelos resultados da simulação de deriva de mancha de óleo;

• Mapa de vulnerabilidade: desenvolvido a partir da utilização da carta SAO e dos modelos de


transporte e dispersão de óleo com o objetivo de planejar ações mais eficazes para proteção e

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 74/99
limpeza dos ambientes prováveis de serem impactados no caso de um derramamento de óleo no
mar.

9.3.8. Programa de Controle da Água de Lastro dos Navios

A água de lastro, utilizada em navios de carga como contra-peso para que as


embarcações mantenham a estabilidade e a integridade estrutural, é transportada de um país ao
outro, e pode disseminar espécies exóticas, consideradas potencialmente perigosas e daninhas.

Segundo COLLYER (2007) a água de lastro transportada e carregada transfere


microrganismos e espécies da fauna e da flora típicos de uma região para outra, totalmente estranha,
o que pode causar sérias ameaças ecológicas, econômicas e à saúde. Nela, podem estar presentes
organismos exóticos, tóxicos e até patogênicos.

Apesar dos riscos impostos pela água de lastro, esta é essencial para as operações
seguras e eficientes da navegação moderna (SILVA, 2008; SOARES, 2007; MMA & TSC
BRASIL, 2006). Porém, medidas de controle ambiental como a troca de água de lastro a 200 milhas
náuticas diminuem o risco de introdução de espécies invasoras.

Sendo assim, este programa tem como objetivo propor diretrizes para o gerenciamento
da atividade de lastreamento das embarcações que atracarão no OSX Estaleiro - SC.

9.3.8.1. Diretrizes

Segundo SOARES (2007) atualmente, não há método de tratamento comprovadamente


prático que torne a água de lastro inofensiva e, por esta razão, o enfoque tem sido na troca de água
de lastro em alto mar, de forma a minimizar o risco, enquanto soluções mais satisfatórias de longo
prazo são investigadas. SILVA (2008), igualmente cita que não há métodos absolutos de prevenção
par ao problema, no entanto a medida de troca de água de lastro em águas profundas, em mar
aberto, pode resultar em operações com risco de segurança, envolvendo, principalmente problemas
de esforços e estabilidade da embarcação.

A IMO (International Maritime Organization) recomenda a troca de água de lastro em


alto mar, como medida redutora do risco de invasões, entretanto, não é 100% efetiva na remoção de
organismos na água de lastro.

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 75/99
Como forma de prevenção, este programa recomenda que se evite o lastreamento em
águas rasas e à noite, porque neste horário os organismos pelágicos de fundo sobem à superfície.
Outro controle proposto pela IMO em 1997, é apresentada na Resolução A.868 (20), intitulada
“Diretrizes para o Controle e Gerenciamento da Água de Lastro dos Navios para Minimizar a
Transferência de Organismos Aquáticos Nocivos e Agentes Patogênicos”, esta resolução trouxe
recomendações como a realização de limpeza dos tanques de lastro de modo a evitar que os
organismos se acumulem nos sedimentos ou na “lama” dos mesmos; evitar a descarga desnecessária
de lastro; e, tanto quanto possível, fazer a troca da água de lastro em alto mar.

9.3.9. Programa de Manejo da Vegetação

Este programa é proposto visando estabelecer as diretrizes às etapas de execução,


fiscalização e controle da atividade de corte seletivo de árvores e de podas e manutenção da
vegetação.

O programa visa a apresentação dos procedimentos que deverão ser adotados pela OSX
Estaleiros - SC para a execução das atividades ligadas ao corte seletivo, podas e limpezas para
manutenção durante a fase de operação do estaleiro, de acordo com a legislação ambiental
aplicável, dentre estas a Autorização de Corte de Vegetação a ser emitida pelo órgão ambiental
competente e segundo as boas práticas ambientais.

Os serviços de poda seletiva e de manutenção da vegetação deverão ser executados em


conformidade com a prévia anuência do órgão ambiental, devendo seguir criteriosamente às
condicionantes estabelecidas na Autorização a ser emitida pelo órgão ambiental.

9.3.9.1. Diretrizes

As diretrizes do programa, consistem basicamente em:

▪ Identificar as áreas no terreno e no entorno, susceptíveis ao corte/poda de vegetação e


atividades de manutenção de vegetação, como capinas, roçadas e limpeza;
▪ Realizar a atividade de corte/poda de vegetação no terreno ou fora deste, sobre a vegetação
que por ventura possa causar danos a operação do estaleiro;
▪ Elaboração/emissão dos relatórios conclusivos de podas e corte seletivo ao órgão ambiental
responsável.
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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 76/99
Este programa consiste basicamente em 4 etapas, sendo estas: planejamento, análise,
execução e fiscalização.

No planejamento, deverão ser apontadas as informações técnicas básicas a realização da


atividade. Estas informações serão submetidas à apreciação da equipe de meio ambiente e após análise
técnica, as informações sobre o planejamento da atividade serão aprovadas e eventuais considerações
adicionais e/ou proposição de ajustes, para a execução em campo serão propostas. A execução do corte
será feita com motosserras, registradas e com as respectivas Licenças para Porte e Uso (LPU) e
operadas por funcionários comprovadamente habilitados. Destaca-se também que serão identificadas e
propostas as medidas de atendimento aos aspectos legais e normativos referentes a segurança e saúde
dos trabalhadores envolvidos na atividade.
A empresa que executará a atividade de corte necessariamente deverá comprovar a
realização de treinamento das equipes, responsabilizando-se por apresentar à estes os procedimentos
para uso, manutenção, técnicas de corte e procedimentos de segurança com a motosserra e demais
ferramentas. As atividades deverão ser coordenadas por profissional habilitado, preferencialmente
engenheiro florestal.

A supressão deverá ser realizada exclusivamente nos locais onde a vegetação interferirá na
instalação do estaleiro e demais estruturas de apoio. As árvores a serem alvo de manutenção e poda
deverão ser previamente classificadas e os indivíduos a serem removidos deverão ser marcados (com
tinta adequada ou fitas coloridas), de forma que possam ser prontamente identificados pelos
supervisores de campo do empreendimento e equipe de corte.
Durante a poda de manutenção devem ser tomados os devidos cuidados e utilizadas técnicas
apropriadas, para que a atividade não cause danos desnecessários à vegetação remanescente nem ao
ecossistema local.
Após as atividades os resíduos vegetais deverão ser tratado adequadamente, visando seu
manuseio, transporte e destinação final.

Alguns cuidados especiais deverão ser adotados durante a execução das atividades de
corte seletivo e podas, visando minimizar eventuais impactos adicionais sobre a flora e a fauna.

Com relação à flora os seguintes procedimentos deverão ser adotados:

• Não utilizar herbicidas para controle de vegetação;

• Não atear fogo na vegetação como medida de controle;

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• Não dispor nenhum tipo de material resultante da supressão de vegetação no leito de cursos
d’água, linhas de drenagens naturais e em áreas de preservação permanente;

• Promover a rápida retirada do material lenhoso das áreas onde foram suprimidos e destinar
adequadamente, de forma a evitar o risco de ocorrência de incêndios no campo.

Com relação a fauna deverão ser adotados os seguintes procedimentos:

• Antes de proceder ao corte da vegetação deverá ser realizado, um levantamento da vegetação


que será suprimida visando à identificação de ninhos, abrigos e refúgios de animais silvestres;

• Não será admitida a disposição de marmitex (quentinha) no campo, bem como qualeur outro
tipo de resíduo. Tal procedimento tem por objetivo evitar que, em caso eventual de animais
silvestres alimentarem-se com restos de comida, também ingerir o alumínio da embalagem;

• Não deverão ser dispostas as sobras de refeições no campo, pois, além de não serem apropriadas
para alimento da fauna silvestre, poderá acontecer de o animal se alimentar de restos de
refeições eventualmente putrefatas, com sérias conseqüências para estes;

• A caça e a pesca são totalmente proibidas durante a atividade de corte. Será realizado no âmbito
do programa de educação ambiental, palestras informativas e educativas sobre este tema.

9.3.10. Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar

O estaleiro desempenhará em seu parque fabril processos que envolvem atividades de


jateamento e pintura de peças metálicas, corte de aço, soldagem, dentre outras que acarretam a
emissão de poluentes atmosféricos como aerossóis fumos metálicos, poeiras respiráveis e
hidrocarbonetos aromáticos.

Estes poluentes além de representarem um risco à saúde dos trabalhadores podem ser
responsáveis por efeitos tóxicos manifestados na área de influência das fontes de emissões.

É prevista a geração de material particulado proveniente das atividades de jateamento,


corte de aço e pintura. LORA (2002), considera material particulado qualquer substância, à exceção
da água pura, que existe como líquido ou sólido na atmosfera e tem dimensões microscópicas ou
submicroscópicas, porém maiores que as dimensões moleculares. O tempo de residência dos
particulados na atmosfera inferior é de alguns dias a uma semana. Entre os particulados, as
atividades de pintura geram os compostos orgânicos voláteis (COV), considerados particulados

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finos e as atividades de corte e solda metálica geram compostos metálicos, em especial, os óxidos
de ferro, considerados podendo ser divididos entre particulados fino e grossos.

PHILLIPPI JR. & MALHEIROS (2005), citam que as partículas totais em suspensão
provocam doenças respiratórias que podem em situações extremas causar câncer, provocar corrosão
de materiais e a destruição da flora. Além disso, podem causar incomodos, como, por exemplo,
acúmulo de poeira e interferência na luz solar.

Desta forma, este programa de monitoramento tem como objetivo acompanhar a


qualidade do ar do entorno no empreendimento, além de identificar uma possível alteração causada
por poluentes atmosféricos provenientes do processo do estaleiro. Os objetivos específicos do
monitoramento da qualidade do ar são:

• Identificar as principais fontes de emissões atmosféricas fixas e móveis no estaleiro;

• Avaliar a qualidade do ar e analisar a influência das atividades do estaleiro sobre a qualidade do


ar em seu entorno imediato;

• Monitorar e quantificar de partículas inaláveis e partículas totais em suspensão geradas e


emitidas nas instalações do estaleiro, conforme método de amostragem definido na resolução
CONAMA 03/1990;

• Monitorar e quantificar as concentrações de fumos metálicos e hidrocarbonetos aromáticos


voláteis gerados e emitidos nas instalações do estaleiro;

• Documentar os resultados obtidos na forma de relatório, gerando um banco de informações.

9.3.10.1. Diretrizes

Para a realização do monitoramento da qualidade do ar no estaleiro o programa será


dividido em dois itens: (1) determinação da concentração das partículas totais em suspensão (AGV
– PTS) e (2) determinação da concentração de partículas inaláveis (AGV –MP2,5).

Para a determinação do teor de partículas totais em suspensão, será utilizado o Método


do Amostrador de Grande Volume PTS (amostrador de grande volume para partículas com
diâmetro aerodinâmico de 25 à 50 µm). Este método atende à Resolução CONAMA Nº03, de
29/06/90, como método de referência para partículas totais em suspensão, além de atender também
às Normas ABNT (NBR 9547), US EPA (40 CFR, parte 50, ap. B), CETESC e FEEMA.

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Figura 9.5. Amostrador de Grande Volume (AGV) para partículas totais em suspensão. (FONTE:
www.energetica.ind.br)

A determinação das concentrações de partículas inaláveis será realizada através do


Método do Amostrador de Grande Volume MP2,5 (amostrador de grande volume para partículas
com diâmetro aerodinâmico de até 2,5 µm). Este método atende às normas ABNT (NBR 13412),
US EPA (40 CFR, parte 50, ap. J).

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Figura 9.6. Amostrador de Grande Volume (AGV) para partículas de até 2,5 µm. (FONTE:
www.energetica.ind.br).

Os pontos de coleta serão estáticos, sendo que os equipamentos serão posicionados


juntos, em áreas próximas ao empreendimento, que apresentem aglomerados populacionais, de
preferência respeitando a dinâmica dos ventos da região. Recomenda-se que as análises sejam
realizadas em campanhas de duração de 7 dias, considerando 24h/dia, com freqüência trimestral.

Este programa deverá estar articulado com o programa de controle de emissões


atmosféricas, uma vez que o monitoramento servirá de indicador dos resultados obtidos.
Igualmente, este programa estará relacionado com o programa de comunicação social e educação
ambiental que caso ocorra reclamações das populações do entorno, em relação a qualidade do ar, o
empreendedor tome conhecimento e adote as medidas mitigadoras necessárias para minimizar o
incomodo causado as comunidades próximas ao estaleiro.

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9.3.11. Programa de Monitoramento do Conforto Acústico

As atividades desenvolvidas no estaleiro podem gerar elevados níveis de pressão


sonora. Os efeitos do ruído em excesso são nocivos à saúde e pode causar problemas temporários
ou permanentes, dependendo de fatores como, a intensidade, o tempo de exposição e a
susceptibilidade individual.

Este programa objetiva avaliar e controlar, através de amostragens periódicas, a


elevação dos níveis de pressão sonora causados pelas diversas atividades operacionais
desenvolvidas no Estaleiro. Os objetivos específicos são:

• Verificar se as medidas de mitigadoras estão sendo eficientes para reduzir os níveis de ruído no
empreendimento;

• Realizar o mapeamento acústico de todo os pontos críticos na área do estaleiro e na comunidade


de entorno;

• Em caso de não conformidade com a legislação especifica, sugerir alterações nas medidas de
controle e minimização do ruído.

9.3.11.1. Diretrizes

Para se ter o conhecimento do nível de ruído gerado nas atividades do cotidiano do


Estaleiro deverão ser realizadas medições periódica de nível de pressão sonora com o auxilio de um
(decibelímetro) digital, capaz de operar na faixa de 30 a 130 dB(A).

Deverão ser propostos pontos de monitoramento no localizados no limite do


empreendimento e nas comunidades adjacentes. Deve-se dar preferência aos pontos amostrais
utilizados no diagnóstico do meio físico estudo (capítulo 4), pois as amostragens anteriores ao início
da operação servirão como linha de base para comparação de dados.

As medições deverão ser baseadas nas normas técnicas da ABNT NBR-10151


(Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da comunidade – Procedimento) e,
quando necessário, ABNT NBR-10152 (Avaliação do ruído ambiente em recintos de edificações
visando o conforto dos usuários – Procedimento).

Serão utilizados como balizadores dos resultados, os níveis de referência recomendados


pela NBR 10151:2000, e demais legislações pertinentes, estes em concordância ao definido no

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enquadramento de uso e ocupação do solo municipal, instituído pela Lei Complementar de
Biguaçu/SC Nº12/09, que institui o plano diretor de desenvolvimento municipal.

Deverão ainda ser identificados os pontos que ultrapassem os limites previstos pela
legislação e o mapeamento acústico de todo os pontos críticos, com o objetivo de propor melhorias
nas medidas de controle ambiental.

Este programa está relacionado com o programa de controle de ruído, responsável pela
proposição de medidas mitigadores para controlar os níveis de pressão sonora no ambiente. Ao
mesmo tempo, o programa de relacionamento e comunicação social interage com este programa,
uma vez que é por meio deste, que a população poderá expor possíveis reclamações a respeito do
desconforto acústico e em contrapartida poderão receber informações acerca dos resultados do
monitoramento e das medidas mitigadoras adotadas.

9.3.12. Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos

A utilização das águas tem seu uso regulado com vistas a manter a qualidade e a
assegurar sua disponibilidade. De acordo com a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei federal
9.433/97) e com a legislação estadual correlata, os corpos d’água são enquadrados em classes,
segundo os seus usos preponderantes.

Este programa apresenta a metodologia de monitoramento da qualidade da água


superficial e subterrânea na AID do estaleiro, de modo a verificar a interferência das operações da
empresa nos recursos hídricos da região.

A análise das amostras de águas superficiais, dos rios, do mar, e subterrâneas,


apresentará as condições ambientais dos locais amostrados, bem como, as ações de
remediação/recuperação necessárias para alcançar-se o estágio de conservação das condições
naturais, imprescindíveis para a continuidade da atividade econômica dentro do foco de
sustentabilidade.

Como padrões de referência, serão utilizados os resultados encontrados na avaliação da


qualidade dos recursos hídricos apresentados no diagnóstico do meio físico deste estudo (capítulo
04), bem como os padrões estabelecidos nas pela legislação brasileira pertinente, no caso Resolução
CONAMA nº. 357/05, 396/08 e 397/08, além de normas brasileiras como as propostas pela
CETESB.

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 83/99
Este programa tem como principal objetivo, acompanhar os parâmetros físico-químicos
e biológicos que influência na qualidade dos recursos hídricos, relacionados às operações do
estaleiro.

9.3.12.1. Diretrizes

O programa de monitoramento dos recursos hídricos será dividido em dois projetos, (1)
projeto de monitoramento da qualidade das águas superficiais e (2) projeto de monitoramento da
água subterrânea, que serão descritos a seguir.

9.3.12.1.1. Projeto de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais

O programa de monitoramento da qualidade das águas superficiais abrange os rios


contidos na área de influencia direta do empreendimento e as águas da Baía de São Miguel.

No primeiro ano de operação do estaleiro, as amostragens deverão ser realizadas


mensalmente, para a observação de adaptação do meio aquático aos efeitos, por exemplo, da
movimentação de embarcações. Nos anos seguintes as mesmas poderão ser efetuadas a cada
trimestre e/ou semestre, dependendo dos resultados do primeiro ano de monitoramento.

A metodologia de coleta, assim como a malha amostral deverá ser a mesma realizada no
diagnóstico do meio físico (capítulo 04).

As amostragens deverão ser realizadas nos dois rios do entorno do empreendimento e


no rio Areias (que deverá ser utilizado como ponto controle dos demais rios).

O monitoramento da qualidade da água na Baía de São Miguel poderá subsidiar a


adoção de medidas corretivas na operação do cais de atracação, caso ocorram situações imprevistas.

9.3.12.1.2. Projeto de Monitoramento da Água Subterrânea

A contaminação de águas subterrâneas é um risco inerente a atividades industriais,


comerciais e domésticas. No caso dos estaleiros, as fontes de poluentes mais destacadas são os
combustíveis, lubrificantes, esgotos sanitários e produtos perigosos manipulados ou armazenados
nas dependências da planta industrial.

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 84/99
Com o funcionamento completo do empreendimento haverá a geração de efluentes
líquidos e resíduos de combustíveis, lubrificantes, tintas, solventes, aditivos e outros tipos fluídos
que poderão contaminar o solo e eventualmente o lençol freático, caso ocorra lançamento acidental
ou falta de manejo adequado.

O monitoramento e a prevenção de vazamentos, serão sempre a alternativa mais viável.


É importante frisar que a grande maioria dos métodos de remediação ocasiona impactos adicionais à
área contaminada, principalmente dada a necessidade de escavações e instalação de equipamentos
de controle, somados a velocidade necessária de implantação no caso de emergências, amplificando
desta forma o impacto negativo no local.

A metodologia deste programa foi proposta de modo que os resultados indiquem a


qualidade das águas subterrâneas junto ao estaleiro, verificando se as atividades industriais, ali
realizadas, causam ou não alterações da qualidade das águas. Para tanto, os pontos de instalação de
poços deverão ser selecionados de modo a formar uma rede de monitoramento ao longo da planta
industrial.

Os parâmetros deverão ser monitorados de acordo com a Resolução CONAMA nº.


396/2008 que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas
subterrâneas e dá outras providências.

A coleta das amostras deverá seguir a metodologia para a amostragem dos poços da
NBR 13.895/97 (Construção de poços de monitoração e amostragem – Procedimento).

De acordo com a Resolução CONAMA nº 396/2008, os parâmetros para monitoramento


das águas subterrâneas deverão ser escolhidos com base nas atividades desenvolvidas pelo
estabelecimento, em função dos usos preponderantes, das características hidrogeológicas,
hidrogeoquímicas, das fontes de poluição e outros critérios técnicos definidos pelo órgão
competente.

No primeiro ano de operação do estaleiro, sugere-se que as amostragens sejam mensais,


com redução para trimestral nos anos seguintes, conforme as conclusões do primeiro ano de
monitoramento.

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9.3.13. Programa de Monitoramento da Qualidade do Sedimento

A maioria das substâncias químicas introduzidas nas águas marinhas, podem alcançar o
assoalho e depositar-se nos sedimentos, que são importantes componentes dos ecossistemas
aquáticos, pois oferecem substrato para uma grande variedade de organismos (ABESSA et al.,
1998).

Durante a fase de operação do estaleiro, ocorrerão atividades de que podem causar a


alteração da qualidade do sedimento da baía de São Miguel, em especial as atividades realizadas no
dique seco e as atividades de atracação e entrega de embarcações. Se não foram utilizados os
devidos controles ambientais, possíveis derramamentos de óleo e graxa podem alterar a qualidade
do sedimento através do aumento da concentração de HPAs (hidrocarbonetos poli aromáticos) e
alguns metais pesados. Além disso, a alteração físico-química do fundo da baía poderá afetar a
comunidade bentônica local.

O objetivo deste programa é monitorar a qualidade dos sedimentos na área de influência


direta do empreendimento, a fim de estabelecer parâmetros ambientais e verificar a influência das
operações do estaleiro na qualidade dos sedimentos. Este programa também servirá como base
referencial de valores guia no caso de necessidade de investigações para a atividade de dragagem de
manutenção. Como objetivos específicos do monitoramento da qualidade de sedimentos, tem-se:

• Avaliar os parâmetros físico-químicos de qualidade dos sedimentos;

• Caracterizar a granulometria dos pontos amostrais, verificando as possíveis modificações da


estrutura sedimentar;

• Avaliar se os sedimentos causam toxicidade aguda aos organismos-teste; e

• Analisar os sedimentos coletados sob a ótica da resolução CONAMA nº344/04.

9.3.13.1. Diretrizes

Deverão ser escolhidos pontos de amostragem localizados na área diretamente afetada


pelas operações do estaleiro, portanto, espera-se que os resultados das análises do sedimento
coletado nestes pontos reflitam a maior influência das fontes de poluição sobre a qualidade
ambiental da área de estudo.

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As amostras de sedimento devem ser coletadas com amostradores (dragas, buscadores
de fundo) tipo Van Veen, Petite Ponar, Ekmam ou similar. Após serem coletadas, as amostras
deverão ser submetidas à análise visual, objetivando um reconhecimento preliminar quanto às suas
características de cor, odor, textura e presença de organismos vivos e/ou detríticos. Entre os pontos
amostrais, o amostrador deverá ser lavado com água e uma solução de álcool 70 % para eliminar
resíduos de sedimentos e eventuais contaminantes.

Em cada ponto amostral, o sedimento coletado deverá ser separado em três frações
distintas para as caracterizações física, química e ecotoxicológica, de acordo com as determinações
da Resolução CONAMA Nº344/04.

9.3.14. Programa de Monitoramento da Biota Aquática

Durante a operação do estaleiro várias atividades podem afetar a qualidade de água dos
rios de entorno e da baía de São Miguel e causar impactos de segunda ordem aos organismos
aquáticos se não controladas. Ainda que a possibilidade seja baixa, os produtos utilizados no
tratamento e pintura das chapas metálicas, os combustíveis dos equipamentos e embarcações, bem
como os demais efluentes líquidos gerados pela operação do empreendimento podem ser carreados
para os cursos d’água e causar a degradação da qualidade ambiental.

O principal objetivo de monitorar a biota aquática na fase de operação é identificar,


acompanhar e mitigar os impactos causados pela operação do estaleiro. Os objetivos específicos
são:

• Consolidar os padrões de distribuição da fauna aquática, com base no diagnóstico já realizado e


apresentado neste estudo;

• Avaliar as possíveis alterações nos padrões de distribuição das espécies ao longo do tempo, na
área diretamente afetada pelo empreendimento; e

• Correlacionar às informações obtidas com fatores ambientais e impactantes;

• Verificar a interferência no cotidiano dos cetáceos, em especial na espécie Sotalia guianenses.

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9.3.14.1. Diretrizes

Este programa é destinado à fase de operação do estaleiro. Durante a operação do


empreendimento deve-se dar continuidade aos monitoramentos da fase de implantação,
considerando-se os mesmos grupos, plâncton, bentos, ictiofauna e carcinofauna, cetáceos e
quelônios.

As malhas amostrais e metodologias de coleta de plâncton, bentos e ictiofauna e


carcinofauna, descritas na fase de implantação, devem ser preservadas durante o monitoramento da
operação. Porém, a freqüência de coleta pode ser reduzida ao longo desta fase, de acordo com os
resultados obtidos. No primeiro ano deverão ser mantidas coletas bimestrais para plâncton, bentos, e
semestrais para ictiofauna e carcinofauna.

O monitoramento de cetáceos e quelônios, durante a operação do empreendimento, visa


identificar impactos comportamentais dos indivíduos, em especial aos da espécie Sotalia guianenses
pela movimentação de embarcações.

9.3.15. Programa de Monitoramento das Dragagens de Manutenção.

Dragagens de manutenção são atividades necessárias para manter o calado de um


determinado local afim de manter a segurança da navegação. No caso do OSX Estaleiro – SC,
eventualmente serão necessárias atividades de dragagem para manutenção do canal do acesso e
bacia de evolução. Sendo assim, este programa somente deve ser ativado na fase de operação se as
obras de dragagem recomeçarem para recuperar o calado do canal de acesso e bacia de evolução.

9.3.15.1. Diretrizes

È imprescindível que antes do início de qualquer dragagem seja executado a


caracterização do material a ser dragado de acordo com a Resolução Conama nº 344/2004, bem
como a confecção de um plano de dragagem.

Sempre que houver necessidade de dragagem e o programa for reativado, devem ser
seguidas as diretrizes indicadas no programa de monitoramento da dragagem na fase de
implantação. Deverão ser reativados os projetos de monitoramento da água, monitoramento da biota
aquática, monitoramento da atividade pesqueira, monitoramento hidrodinâmico, monitoramento de
perfil praial e do bota-fora do material a ser dragado.
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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 88/99
Entretanto, deverá ser considerada a metodologia de disposição do material a ser
dragado, já que a dragagem de aprofundamento utilizou este material como fonte de aterro
hidráulico. Caso a disposição do material dragado para a manutenção do canal e bacia de evolução
seja em bota-fora oceânico, deverá ser previsto um projeto específico para o monitoramento desta
atividade.

9.3.16. Programa de Relacionamento e Comunicação Social

Durante toda a fase de operação do estaleiro o canal de comunicação entre o


empreendedor, os colaboradores e a comunidade necessita ficar aberto, para serem apresentadas
dúvidas, críticas, sugestões, elogios e reclamações. Com um canal de comunicação, os públicos
internos e externos podem expor sua opinião e serem informados sobre as operações e atividades
exercidas no empreendimento.

Seguindo as diretrizes do programa de relacionamento e comunicação social proposto


para a fase de implantação, é importante que se mantenha as atividades do Projeto de Treinamento e
Capacitação Ambiental.

A implantação deste programa se justifica pelas expectativas e incertezas sobre as


características do empreendimento, oportunidades de empregos e cursos de capacitação oferecidos
pelo empreendedor, impactos e programas de monitoramento ambiental. Ao mesmo tempo, assim
como o proposto para a fase de implantação, o projeto busca criar canais de comunicação entre a
sociedade e o empreendedor favorecendo a inserção de reclamações, sugestões e solicitações locais.

Este programa tem por objetivo manter aberto um canal de informação e comunicação
entre a comunidade e o empreendedor durante a operação da empresa e também conscientizar os
funcionários e comunidade sobre questões relacionadas à impactos ambientais e melhorias na
qualidade de vida da região. Como objetivos específicos este programa pretende:

• Estabelecer sistemas de comunicação formal com a força de trabalho, moradores da área de


entorno e também com o poder público municipal e estadual, as organizações não
governamentais e as lideranças da região;

• Implantar mecanismo de escuta e resposta às reclamações, sugestões e solicitações das


comunidades vizinhas, com vistas a estabelecer um canal regular de diálogo;

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 89/99
• Estabelecer um bom relacionamento entre o empreendedor e os órgãos municipais e estaduais
de comunicação e educação;

• Divulgar oportunidades de trabalho, com valorização da mão de obra local; e

• Estabelecer ações voltadas à educação sexual dos trabalhadores

9.3.16.1. Diretrizes

A principal diretriz do programa de relacionamento e comunicação social consiste em


privilegiar iniciativas que viabilizem o diálogo permanente entre o empreendedor, colaboradores e a
comunidade.

O programa será direcionado para dois públicos alvos: público interno (colaboradores) e
público externo (comunidade, órgãos governamentais, mídia e demais partes interessadas). As ações
a serem tomadas devem apresentar estratégias distintas de ação, as quais devem considerar as
diferenças com relação à repercussão da atividade, adequando à linguagem e dos instrumentos de
comunicação ao perfil de cada grupo interlocutor. Para tanto são propostas as seguintes ações:

• Implantar uma central de informações para o publico interno, onde normas e demais avisos
pertinentes serão postados;

• Elaborar material informativo de divulgação das operações e atividades do estaleiro, resultados


dos programas de monitoramento ambiental, divulgação de vagas, procedimentos para seleção e
contrato de empregados, eventos, entre outras informações;

• Divulgar informações na mídia local;

• Desenvolver seminários de educação para o público interno e externo;

• Elaborar materiais informativos sobre o funcionamento do estaleiro;

• Elaborar material de suporte para o programa de educação ambiental geral;

• Desenvolver ações de comunicação para os procedimentos e programas do sistema de gestão


ambiental; e

• Manter as diretrizes do Projeto de Treinamento e Capacitação Ambiental proposto para a fase de


implantação do empreendimento.

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 90/99
• Desenvolver atividades que visam a redução da incidência das doenças de veiculação hídrica, já
que higiene e informação são instrumentos fundamentais na prevenção destas doenças;

• Desenvolvimento de ações de promoção a saúde visando a prevenção e controle de alcoolismo,


tabagismo, AIDS, doenças sexualmente transmissíveis e educação sanitária para os
colaboradores e comunidades de entorno do estaleiro.

Por ser de caráter informativo e participativo o Programa Relacionamento e de


Comunicação Social está relacionado diretamente com todos os demais programas do Plano de
Gestão Ambiental, no intuito de ser à base de informação de todo o empreendimento para o público
diretamente atingido, comunidades locais, autoridades locais e demais interessados pela operação
do OSX Estaleiro - SC.

9.3.17. Programa de Educação Ambiental

Este programa consiste em privilegiar iniciativas de educação ambiental que


demonstrem a preocupação socioambiental do empreendedor com a comunidade o qual está
inserido.

As ações desenvolvidas neste programa durante a fase de implantação deverão ser


continuadas na fase de operação do empreendimento, tal como apresentado no item 9.2.17.

9.3.17.1. Diretrizes

Para a implantação deste programa deverão ser seguidas as diretrizes propostas no


programa de educação ambiental para a fase de implantação.

O público alvo deverá ser dividido em dois grupos, público interno e público externo.
Deverá ser elaborado material informativo priorizando a linguagem visual e gráfica acompanhada
de textos mais didáticos, e menos técnicos, acessível aos diferentes públicos alvo.

A educação ambiental com os funcionários do estaleiro irá estimular ações que resultem
na melhora na qualidade de vida. Para tanto, são propostas tais ações:

• Implantar placas informativas ao estaleiro relacionadas às boas práticas ambientais;

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 91/99
• Realizar palestras periódicas sobre o meio ambiente, abordando temas relativos a política 3 R’
(reduzir, reutilizar e reciclar), conservação e poluição ambiental; e

• Reuniões periódicas com os funcionários para relembrarem a importância do meio ambiente.

Para o público externo prevê-se a execução de atividades interdisciplinares visando


soluções dos problemas ambientais locais tais como:

• Campanhas de conscientização ambiental, relativos ao conhecimento e melhoria de seu próprio


ambiente;

• Publicações periódicas com abordagem de assuntos relativos aos recursos naturais da região; e

• Programas de orientação ambiental a ser executado em escolas de educação primarias e


secundárias, com distribuição de material informativo a respeito do tempo.

9.3.18. Programa de Apoio à Contratação de Mão de Obra Local

A previsão de operação de uma empresa de grande porte em uma determinada


localidade sempre gera expectativas na população da região, sendo que em geral está relacionada
com a geração de emprego e renda na região.

Para as operações do OSX Estaleiro - SC em Biguaçu, é previsto a contratação de cerca


de 4.000 pessoas. Desta forma, dando continuidade as ações iniciadas na fase de implantação, este
programa visa criar condições para que os postos de trabalho sejam preenchidos por moradores da
AID (Biguaçu e Governador Celso Ramos) e posteriormente com empregados da grande
Florianópolis, propiciando com o aumento dos níveis de emprego e na renda da população local e
também, contribuindo para minimizar possíveis impactos socioeconômicos na região, tais como
incremento populacional e ocupação desordenada de áreas impróprias.

9.3.18.1. Diretrizes

Para a implantação deste programa deverão ser seguidas as diretrizes propostas no


programa de apoio à contratação de mão de obra local para a fase de implantação.

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 92/99
9.3.19. Programa de Apoio às Atividades Produtivas Locais

As ações desenvolvidas neste programa durante a fase de implantação deverão ser


continuadas na fase de operação do empreendimento, tal como apresentado no item 9.2.19.

9.3.19.1. Diretrizes

O programa deve ser baseado em ações participativas que indicarão coletivamente as


potencialidades socioeconômicas e demandas prioritárias da população local, contribuindo para a
geração de emprego e renda nas atividades produtivas locais, além da valorização dos potenciais da
região. As principais diretrizes desse programa são:

• Promover programa de apoio à infraestrutura turística, de maneira a conciliar o uso turístico dos
atrativos com as políticas de conservação ambiental e valorização do patrimônio cultural;

• Apoiar organizações sociais locais e iniciativas comunitárias, a partir da promoção e


desenvolvimento de projetos que contemplem benefícios para as cadeias produtivas,
objetivando o aumento da produção sustentável;

• Apoiar e promover atividades de pesquisa, validação e difusão tecnológica para as áreas de


pesca, maricultura, agricultura e turismo e desenvolver projetos que contemplem benefícios para
essas áreas.

9.3.20. Programa de Compensação da Atividade da Pesca e Maricultura

As ações desenvolvidas neste programa durante a fase de implantação deverão ser


continuadas na fase de operação do empreendimento, tal como apresentado no item 9.2.19.

9.3.20.1. Diretrizes

• Identificar o perfil das comunidades pesqueiras e maricultoras locais, suas relações sociais,
econômicas, culturais e ambientais para definir a melhor estratégia de atuação com essa classe;

• Desenvolver projetos para a melhoria da atividade pesqueira e maricultora, a partir da criação de


alternativas de atividade econômica ligadas à atividade marítima.

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Direitos Autorais Lei nº 9610/98, art. 7° 93/99
9.3.21. Programa de Apoio a Infraestrutura Local

As ações desenvolvidas neste programa durante a fase de implantação deverão ser


continuadas na fase de operação do empreendimento, tal como apresentado no item 9.2.20.

9.3.21.1. Diretrizes

A expansão urbana decorrente da implantação de estabelecimento de uso industrial


naval em Biguaçu requer também a expansão das redes infraestruturais e dos serviços municipais de
forma compatível à demanda. As principais diretrizes desse programa correspondem ao subsídio
financeiro para o desenvolvimento e execução de projetos de ampliação e adequação de instalações
urbanas necessárias, correspondentes, sobretudo, à educação, saúde, transporte, segurança,
habitação e saneamento básico ou a qualquer outra demanda procedentes da instalação do
empreendimento no município.

9.3.22. Programa de Monitoramento das Interferências Socioeconômicas

As ações desenvolvidas neste programa durante a fase de implantação deverão ser


continuadas na fase de operação do empreendimento, tal como apresentado no item 9.2.22.

9.3.23. Diretrizes

As diretrizes propostas se referem a ações de monitoramento na área de influência direta


do empreendimento, a fim de verificar as mudanças sociais e econômicas que ocorrerão em
decorrência da implantação do estaleiro. Os resultados deverão ser periódicos e de acesso aos
municípios de Biguaçu e Governador Celso Ramos.

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9.4. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

A proposta de Compensação Ambiental objetiva apresentar a proposição de


compensação pela implantação do OSX Estaleiro – SC, com a aplicação da quantia correspondente
à 0,5% do custo total do empreendimento em pauta, destinado a Unidades de Conservação.

Segundo dados fornecidos pelo empreendedor, o processo de aquisição dos imóveis


integrantes da área do empreendimento demandou um investimento de cerca de R$
2.080.000.000,00 (Dois bilhões e oitenta milhões de reais). Dessa forma, a compensação ambiental
para a implantação do empreendimento deverá ser de aproximadamente R$ 10.400.00,00 (Dez
milhões e quatrocentos mil reais).

Essa proposta de compensação ambiental está baseada na Lei 9.985/2000, que institui o
Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC e em seu Decreto regulamentador, nº
4.340/2002, bem como na Resolução Conama nº 371/2006, que dispõe:

Art. 9º O órgão ambiental licenciador, ao definir as unidades de conservação


a serem beneficiadas pelos recursos oriundos da compensação ambiental,
respeitados os critérios previstos no art. 36 da Lei nº 9.985, de 2000 e a ordem de
prioridades estabelecida no art. 33 do Decreto nº 4.340 de 2002, deverá observar:

I - existindo uma ou mais unidades de conservação ou zonas de


amortecimento afetadas diretamente pelo empreendimento ou atividade a ser
licenciada, independentemente do grupo a que pertençam, deverão estas ser
beneficiárias com recursos da compensação ambiental, considerando, entre outros,
os critérios de proximidade, dimensão, vulnerabilidade e infra-estrutura existente; e

II - inexistindo unidade de conservação ou zona de amortecimento afetada,


parte dos recursos oriundos da compensação ambiental deverá ser destinada à
criação, implantação ou manutenção de unidade de conservação do Grupo de
Proteção Integral localizada preferencialmente no mesmo bioma e na mesma bacia
hidrográfica do empreendimento ou atividade licenciada, considerando as Áreas
Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios
da Biodiversidade, identificadas conforme o disposto no Decreto nº 5.092, de 21 de
maio de 2004, bem como as propostas apresentadas no EIA/RIMA.

Parágrafo único. O montante de recursos que não forem destinados na forma


dos incisos I e II deste artigo deverá ser empregado na criação, implantação ou
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manutenção de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral em
observância ao disposto no SNUC.

........

Art. 15. O valor da compensação ambiental fica fixado em meio por cento
dos custos previstos para a implantação do empreendimento até que o órgão
ambiental estabeleça e publique metodologia para definição do grau de impacto
ambiental.

O art. 33 do Decreto nº 4.340 de 2002 define a ordem de prioridade de aplicação dos


recursos da compensação ambiental.

Art. 33. A aplicação dos recursos da compensação ambiental de que trata o


art. 36 da Lei no 9.985, de 2000, nas unidades de conservação, existentes ou a serem
criadas, deve obedecer à seguinte ordem de prioridade:

I- regularização fundiária e demarcação das terras;

II- elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo;

III- aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão,


monitoramento e proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento;

IV- desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de


conservação; e

V - desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de


conservação e área de amortecimento.

Parágrafo único. Nos casos de Reserva Particular do Patrimônio Natural,


Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre, Área de Relevante Interesse
Ecológico e Área de Proteção Ambiental, quando a posse e o domínio não sejam do
Poder Público, os recursos da compensação somente poderão ser aplicados para
custear as seguintes atividades:

I- elaboração do Plano de Manejo ou nas atividades de proteção da unidade;

II- realização das pesquisas necessárias para o manejo da unidade, sendo


vedada a aquisição de bens e equipamentos permanentes;
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III- implantação de programas de educação ambiental; e

IV- financiamento de estudos de viabilidade econômica para uso sustentável


dos recursos naturais da unidade afetada.

Segundo a Lei nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000, que Regulamenta o art. 225, § 1º,
incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza e dá outras providências.

Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de


significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental
competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório
- EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de
unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto
neste artigo e no regulamento desta Lei.

§ 1o O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta


finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a
implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental
licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo
empreendimento.

§ 2o Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de


conservação a serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no
EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação
de novas unidades de conservação.

§ 3o Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou


sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só
poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua
administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de
Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste
artigo.

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Segundo a Portaria Conjunta nº 205, de 17 de julho de 2008, fica instituída à Câmara
Federal de Compensação Ambiental - CFCA, assegurar a melhor aplicação dos recursos oriundos
da compensação ambiental, mediante consulta e participação de todos os atores interessados.

Art 2º ...

Parágrafo único. Fica delegada competência ao Diretor de Licenciamento


Ambiental do IBAMA para decidir sobre a destinação dos recursos oriundos da
compensação ambiental no que toca as unidades de conservação a serem
beneficiadas, observadas as deliberações da CFCA, que deverá considerar as
propostas apresentadas no EIA/RIMA, ouvido o empreendedor, podendo, para tanto,
firmar os instrumentos jurídicos necessários a esse fim.

A partir das orientações de caráter legal, para proposição dos destinos de alocação dos
recursos de compensação ambiental, seguem-se as seguintes premissas:

1 Privilegiar a alocação em UC que tenha relação direta com a área de influência do


empreendimento e que cumpra uma função ecológica de assegurar melhorias ambientais,
notadamente no aspecto da qualidade dos seus recursos hídricos, fauna e flora, e / ou;

2 Privilegiar a alocação a UC que esteja próxima a localização do empreendimento e


que possa – direta ou indiretamente – sofrer impactos decorrentes da implantação e operação do
empreendimento.

Considerando-se o exposto, foram identificados 3 Unidades de Conservação próximas


ao empreendimento, sendo 2 do Grupo de Proteção Integral: Reserva Biológica Marinha do
Arvoredo e Estação Ecológica de Carijós, e 1 do Grupo de Uso Sustentável, a Área de Proteção
Ambiental Anhatomirim (Figura 9.7). Sugere-se a aplicação dos recursos nestas unidades.

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Figura 9.7. Grupos de proteção integral e de uso sustentável nas proximidades do OSX Estaleiro – SC: Área de
Proteção Ambiental do Anhatomirim e Estação Ecológica de Carijós e Reserva Biológica Marinha do Arvoredo.

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