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Capítulo 3

Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.

Programa de
Prevenção de Riscos
Ambientais

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) prevê uma


forma de gestão sobre os agentes físicos, químicos e biológicos presen-
tes na organização, decorrentes de suas atividades.

Neste capítulo, serão abordados os conceitos relativos a este pro-


grama de gestão ocupacional, legislação e normas relacionadas, bem
como elementos para a gestão do programa.

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1 Legislação relacionada

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O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais possui previsão le-
gal na Norma Regulamentadora no 9, aprovada pela Portaria no 3.214
de 8 de junho de 1978 e alterada pela Portaria SSST no 25, de 29 de
dezembro de 1994, a qual instituiu a obrigatoriedade da elaboração e
implementação do programa.

A Norma Regulamentadora no 9 estabelece, assim, a obrigatorie-


dade da elaboração, implementação e manutenção do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais, por parte de todos os empregadores
e instituições que mantenham trabalhadores como empregados. Ou
seja, a organização que possuir um ou mais trabalhadores é obrigada a
desenvolver e manter esse programa ocupacional.

A obrigatoriedade da implementação do PPRA restringe-se, em re-


lação aos órgãos e entidades públicas, apenas àquelas que possuam
trabalhadores regidos pelo regime da CLT, conforme inteligência do item
9.1.1 da NR 9 e item 1.1 da Norma Regulamentadora no 1 do Ministério
do Trabalho:

1.1 As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e


medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empre-
sas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração
direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo
e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação
das Leis do Trabalho – CLT. (BRASIL, 1978a)

A Norma define que as ações pertinentes ao Programa de Prevenção


de Riscos Ambientais devem ser disseminadas para cada estabeleci-
mento da organização, isto é, todos os estabelecimentos devem ser in-
tegralmente contemplados pelo programa.

Quanto aos profissionais responsáveis pela elaboração do Programa


de Prevenção de Riscos Ambientais, a norma deixa a cargo da

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organização selecioná-los. Todavia, ressalta a normativa que os profis-
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sionais escolhidos a critério do empregador estejam capacitados para


desenvolver todo o disposto na Norma Regulamentadora no 9. Assim,
o profissional ou profissionais escolhidos devem ter conhecimento
compatível à complexidade das atividades e operações da organização.
Em geral, os profissionais do Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) são aqueles que mais
comumente elaboram e implementam o Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais, ou seja, são designados engenheiros, enfermeiros
e técnicos de segurança do trabalho, bem como médicos do trabalho
próprios da empresa ou por meio de contratação de consultorias espe-
cializadas ou profissionais autônomos.

Figura 1 – Fundamento jurídico do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

Constituição da República Federativa do


Brasil de 5 de outubro de 1988

Consolidação das Leis do Trabalho


(art. 200)

Portaria MTb no 3.214, de 1978,


e Portaria SSST no 25, de 1994

Norma Regulamentadora no 9

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


(PPRA)

2 Definições
A seguir, destacam-se algumas das principais definições estabele-
cidas pela Norma Regulamentadora no 9, bem como termos técnicos e
legais aplicáveis ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

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•• Riscos ambientais: são os agentes físicos, químicos e biológicos

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(agentes nocivos) existentes nos ambientes de trabalho que, em
função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo
de exposição, são capazes de causar danos à saúde do traba-
lhador. O termo “risco” aqui empregado não se confunde com o
termo risco utilizado na gestão de riscos, assim entendido como
o resultado da combinação da probabilidade com que se espera
determinado evento ocorrer e sua respectiva gravidade (relação
R= P × G).

a. Agentes físicos: são as diversas formas de energia a que pos-


sam estar expostos os trabalhadores, tais como ruído, vibrações,
pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizan-
tes, radiações não ionizantes, infrassom e ultrassom.

b. Agentes químicos: são as substâncias, compostos ou produtos


que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas for-
mas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou
que possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo atra-
vés da pele ou por ingestão, em virtude da natureza da atividade
de exposição.

c. Agentes biológicos: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, proto-


zoários, vírus, entre outros.

d. Documento-base: documento contendo toda a estrutura do


Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, incluindo a des-
crição da estratégia e metodologias empregadas; cronograma e
ações prioritárias; formas de registros e divulgação dos dados do
programa; a periodicidade de verificação e atualização.

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3 Estrutura
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O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deve ser elaborado


segundo uma estrutura que tenha a abrangência e complexidade ade-
quadas, de modo a possibilitar a gestão de todos os riscos ambientais
presentes nas atividades e operações da organização.

Assim, o PPRA deverá ser descrito em um documento-base, conten-


do a estrutura:

a. planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades


e cronograma;

b. estratégia e metodologia de ação;

c. forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;

d. periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

Um cronograma deverá ser estabelecido relacionando todas as eta-


pas necessárias ao desenvolvimento do programa, bem como metas
a serem atingidas, distribuídas em um período de doze meses. Cada
etapa ou ação deverá ser cumprida segundo sua prioridade, definida
pela equipe responsável pela elaboração do PPRA segundo critérios téc-
nicos e legais.

A equipe também deverá definir uma estratégia e metodologia de


ação adequada à complexidade para a elaboração e implementação do
PPRA na empresa. Isto é, de que forma serão realizadas as diversas
etapas e quais métodos serão empregados em cada etapa (antecipa-
ção, reconhecimento, avaliação, etc.). Por exemplo, a definição das fer-
ramentas de análise de risco que deverão ser utilizadas, necessidade de
capacitação dos componentes da equipe de elaboração do programa
ou contratação de profissionais especializados.

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 43


3.1 Desenvolvimento do programa

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O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais possui etapas bem
definidas, assim elencadas na Norma Regulamentadora no 9 (BRASIL,
1978b):

a. antecipação e reconhecimentos dos riscos;

b. estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

c. avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

d. implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;

e. monitoramento da exposição aos riscos;

f. registro e divulgação dos dados.

A etapa de antecipação dos riscos ambientais compreende um pro-


cesso preventivo que, por meio de análise de todas as situações em
que novos processos estejam para ser implementados ou atividades já
existentes sejam objeto de alteração, verifica-se a possibilidade da ativi-
dade futura de expor os trabalhadores a agentes nocivos. Dessa forma,
o programa enfatiza a necessidade de se planejar medidas de contro-
le em novas operações, evitando que trabalhadores sejam expostos a
agentes nocivos acima dos níveis permitidos.

Tanto na fase de antecipação dos riscos como na fase de reconhe-


cimento, pode ser necessária a aplicação de uma ferramenta de análise
de riscos conforme o caso concreto.

Na fase de reconhecimento dos riscos ambientais, os seguintes as-


pectos deverão ser observados (BRASIL, 1978b):

a. a sua identificação;

b. a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;

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c. a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propaga-
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ção dos agentes no ambiente de trabalho;

d. a identificação das funções e determinação do número de traba-


lhadores expostos;

e. a caracterização das atividades e do tipo da exposição;

f. a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possí-


vel comprometimento da saúde decorrente do trabalho;

g. os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos ambientais


identificados, disponíveis na literatura técnica;

h. a descrição das medidas de controle já existentes.

Após a análise das informações coletadas na fase de reconhecimen-


to, torna-se possível concluir a necessidade de avaliações qualitativas
ou quantitativas para cada agente identificado. É o que o texto legal,
Norma Regulamentadora no 9, denomina avaliação dos riscos. Na ver-
dade, avaliar o risco, nesse contexto, nada mais é que analisar o agen-
te nocivo segundo uma metodologia quantitativa (comparando com
limites de tolerância legalmente estabelecidos) ou qualitativa (mera
constatação).

Haverá uma avaliação qualitativa do agente nocivo quando a legis-


lação aplicável assim a estabelecer. Por exemplo, em trabalhos ou ope-
rações nos quais se tenha contato permanente com lixo urbano, seja
em coleta ou industrialização, a simples constatação da exposição do
trabalhador com este tipo de material caracterizará a exposição a agen-
tes biológicos.

Já na avaliação quantitativa, existem agentes nocivos que, por sua


característica, podem ser quantificados por meio de instrumentos ou
outros métodos, de forma a comparar um resultado obtido com de-
terminado limite de tolerância legalmente estabelecido. A exposição à

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vibração é um exemplo de agente nocivo que pode ser quantificado e

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comparado segundo limites de tolerância legalmente definidos.

Quanto à avaliação quantitativa, a Norma Regulamentadora no 9 de-


fine que deverá ser realizada sempre que necessária para comprova-
ção do controle da exposição ou mesmo a inexistência de determinado
agente nocivo identificado na etapa de reconhecimento. Essa avaliação
também servirá para dimensionar a exposição dos trabalhadores a de-
terminado agente nocivo, ou ainda fornecer elementos para que se ado-
te as medidas de controle adequadas.

3.2 Medidas de controle

As medidas de controle refletem a necessidade de propor, adotar e


implementar ações que sejam suficientes para eliminar, minimizar ou
manter sob controle a exposição dos trabalhadores aos agentes noci-
vos. A Norma Regulamentadora no 9 (BRASIL, 1978b) prevê a adoção de
tais medidas sempre que houver:

1. identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;

2. constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à


saúde;

3. quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição


dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos
na NR 15 ou, na ausência destes, os valores limites de exposi-
ção ocupacional adotados pela ACGIH – American Conference
of Governmental Industrial Higyenists, ou aqueles que venham a
ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que
mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos;

4. quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado


o nexo causal entre danos observados na saúde dos trabalhado-
res e a situação de trabalho a que eles ficam expostos.

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Desta forma, as medidas de controle podem ser preventivas ou rea-
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tivas. São implementadas de forma preventiva quando realizadas antes


de uma efetiva exposição do trabalhador a determinado agente nocivo.
De outra forma, são reativas quando implementadas após a constata-
ção de exposição acima dos limites legais estabelecidos, ou, ainda, por
nexo de causalidade entre o infortúnio sofrido pelo trabalhador e sua
atividade ou condições do ambiente de trabalho.

Entretanto, ao aplicar os controles, uma ordem preestabelecida de-


verá ser observada. É chamada de hierarquia na aplicação dos contro-
les, conceito previsto em diversas normativas de gestão da segurança e
saúde no trabalho, bem como na Norma Regulamentadora no 9. Define
a norma que o estudo, o desenvolvimento e a implantação das medidas
de controle deverão obedecer à seguinte hierarquia:

1. medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de


agentes prejudiciais à saúde – por exemplo, a substituição de pro-
duto químico que contenha substâncias nocivas por outro sem
qualquer substância nociva;

2. medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agen-


tes no ambiente de trabalho – equipamentos de proteção coletiva,
EPC, a exemplo de capelas fechadas com sistemas de exaustão
de gases, onde se intervém diretamente na fonte;

3. medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes


no ambiente de trabalho – por exemplo, sistemas de exaustão que
diminuam a dispersão de gases, onde se intervém na trajetória.

A norma ainda estabelece que, em situações nas quais se comprove


a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou
quando estas não forem suficientes, encontrarem-se em fase de estu-
do, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar
ou emergencial, outras medidas deverão ser adotadas, obedecendo-se
à seguinte hierarquia:

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1. medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;

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por exemplo, reduzir o tempo de permanência de um trabalhador
com exposição ao agente físico calor, controlando sua exposição
a limites toleráveis;

2. utilização de equipamento de proteção individual (EPI).

Em relação à utilização de equipamentos de proteção individual, di-


versas medidas devem ser adotadas, dentre as quais (BRASIL, 1978b):

a. seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o traba-


lhador está exposto e à atividade exercida, considerando-se a
eficiência necessária para o controle da exposição ao risco e o
conforto oferecido segundo avaliação do trabalhador usuário;

b. programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta


utilização e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI
oferece;

c. estabelecimento de normas ou procedimento para promover o


fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a
manutenção e a reposição do EPI, visando garantir as condições
de proteção originalmente estabelecidas;

d. caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores,


com a respectiva identificação dos EPIs utilizados para os riscos
ambientais.

A figura 2 demonstra a regra para a aplicação dessa hierarquia.

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Figura 2 – Hierarquia na aplicação dos controles
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Eliminação

Substituição

Controles de engenharia – EPC

Controles administrativos

Equipamentos de proteção individual – EPI

4 Gestão do programa
De forma a garantir que o Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais seja efetivamente implementado, cumprindo de forma ple-
na todas as regras legalmente estabelecidas, ressaltam-se alguns as-
pectos de observação obrigatória na gestão do programa:

•• deve ser efetiva a participação dos trabalhadores no processo de


desenvolvimento e implementação do programa;

•• a abrangência e profundidade do programa devem ser compatí-


veis às características e complexidade dos riscos e das respecti-
vas necessidades de controle;

•• deverá ser efetuada, sempre que necessária e pelo menos uma


vez ao ano, uma análise global do PPRA para avaliação do seu
desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabe-
lecimento de novas metas e prioridades;

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•• relativamente ao monitoramento da exposição dos trabalhado-

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res e das medidas de controle, deve ser realizada uma avaliação
sistemática e repetitiva da exposição a um dado agente nocivo,
visando à introdução ou modificação das medidas de controle,
sempre que necessário;

•• o documento-base e suas alterações e complementações deve-


rão ser apresentados e discutidos na CIPA, quando existente na
empresa, de acordo com a Norma Regulamentadora no 5, sendo
sua cópia anexada ao livro de atas desta Comissão;

•• o documento-base e suas alterações deverão estar disponíveis de


modo a proporcionar o imediato acesso às autoridades compe-
tentes (fiscalização);

•• o cronograma de ações deverá indicar claramente os prazos


para o desenvolvimento das etapas e cumprimento das metas
do PPRA (os prazos devem ser razoáveis e, uma vez definidos,
devem ser cumpridos integralmente);

•• o PPRA deve estabelecer critérios e mecanismos de avaliação


da eficácia das medidas de proteção implantadas considerando
os dados obtidos nas avaliações realizadas e no controle médi-
co da saúde previsto no Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional;

•• diferentemente do documento-base do PPRA, no qual não há exi-


gência legal de um profissional específico para sua elaboração,
nas avaliações quantitativas há de se observar a necessidade de
profissional legalmente capacitado para realizá-las, na figura do
engenheiro de segurança do trabalho e do médico do trabalho.

50 Gestão dos programas ocupacionais


Considerações finais
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O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é um programa de


gestão ocupacional de caráter permanente, isto é, uma vez elaborado e
implementado, deve ser mantido, revisado e atualizado constantemen-
te, conforme as características de cada empresa.

O PPRA tem o objetivo de preservar a saúde e integridade dos traba-


lhadores por meio de antecipação, reconhecimento, avaliação e contro-
le dos riscos ambientais.

Por fim, é importante ressaltar que o Programa de Prevenção de


Riscos Ambientais, como a própria legislação preceitua, é apenas parte
de um conjunto mais amplo de ações que visam garantir a segurança
e saúde dos trabalhadores, devendo integrar-se aos demais programas
de gestão ocupacional presentes na organização.

Referências
BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora no 1 – Disposições
gerais. Brasília, DF, 1978a.

_______. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora no 9 – Programa de


Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Brasília, DF, 1978b.

CHIRMICI, Anderson; OLIVEIRA, Eduardo Augusto Rocha de. Introdução à


segurança e saúde no trabalho. Rio de Janeiro: Grupo GEN/Guanabara
Koogan, 2016.

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA (SESI). Departamento Regional da Bahia.


Legislação comentada: normas regulamentadoras de segurança e saúde do
trabalho. Salvador: Sesi, 2008.

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