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'O trabalho das minas nunca conheceu interrupcção desde a aurora brumosa em que
nosso antepassado pitecântropo destacou um lasca de sílex de um buraco de greda
até este dia recente em que um série de pás mecânicas, atividades pelo vapor ou a
eletricidade, cavaram rapidamente e com grande ruído uma montanha de rocha
cuprífera. A operação se pratica sobre uma escala muito maior, mas o fim é o
mesmo; explorar os recursos minerais da natureza em proveito do homem'
(RICHARD, s.d. apud GOMES, 1978, p. 3).
Mais a frente, o autor também completa sua posição na fabricação de ferro, onde
A constituição do processos para extrair o ferro e fabricar suas ligas usuais a partir
dos óxidos, e ocasionalmente do carbonato (siderita) só se fez necessário nos tempos
históricos. É a evolução dessa indústria primitiva até a grande indústria atual que
tornou o ferro o metal da civilização (GOMES, 1978, p. 11) .
1
Este artigo foi elaborado em 2004 e baseia-se em alguns capítulos modificados da dissertação de mestrado do
autor.
3
MEIO AMBIENTE
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ESPAÇO
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DESENVOLVIMENTO URBANO E RURAL
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MEIO AMBIENTE | MEIO AMBIENTE
BIOGEOFÍSICO | SÓCIO-ECONÔMICO
| | |
| | | | |
FÍSICO BIOLÓGICO | INFRA-ESTRUTURA SUPER-ESTRUTURAS
| | | MATERIAL SOCIAIS
| | | | |
ÁGUA FLORA | ÁGUA INSTITUCIONAL
AR FAUNA USO AR CULTURAL
SOLO | E SOLO POLÍTICO
| | OCUPAÇÃO | |
| | DO | |
| | ESPAÇO NECESSIDADES NECESSIDADES
| | | FÍSICAS SOCIAIS
| | | | |
IMPACTO IMPACTO | ALIMENTAÇÃO EDUCAÇÃO
FÍSICO BIOLÓGICO | SAÚDE PARTICIPAÇÃO
| | | SANEAMENTO TRABALHO
| | | HABITAÇÃO BEM ESTAR
| | | |
| | |
IMPACTO BIOGEOFÍSICO | IMPACTO SÓCIO-ECONÔMICO
| | |
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IMPACTO AMBIENTAL
|
CRITÉRIOS
|
AIA
A atuação da empresa na área ambiental pode ser vista de duas formas: a primeira
objetiva adequar o processo industrial ao mínimo exigido pela legislação e, a partir
daí, agir preventivamente com ênfase em tecnologias novas e menos poluidoras;
outra é a do tipo ‘apagar incêndio’, em que se utilizam equipamentos do tipo 'end of
pipe' (SILVA e SOUZA, 2002, p. 15).
A MBR2 já aponta para esse caminho, pois já reformulou seu projeto de forma a
rastrear possíveis incidências impactantes com o meio ambiente.
2
Pertence CAEMI, que por sua vez pertence a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).
5
Outra nota a ser destacada pela empresa é com relação ao futuro, quando a mina
chegar a exaustão. “A área de operação, devidamente recuperada, será incorporada ao Parque
Estadual Serra do Rola Moça, vizinho a Capão Xavier (...) e ao sistema de abastecimento de
água da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH)” (Idem, 2004).
3
Plantio de gramíneas.
4
A previsão de operação desta mina é prevista ao longo de 17 anos, segundo a MBR.
5
Esta mina foi desativa em 2001.
6
“Dentro do conceito de colocar toda a tecnologia disponível a serviço da mineração, a MBR já investiu mais de
R$ 1 milhão, desde 1993, apenas em pesquisas ambientais e monitoramentos na região do empreendimento,
próxima a mananciais. (...) Esse acompanhamento, que será realizado durante toda a fase de operação da mina, já
teve os primeiros efeitos: permitiu detectar, no local, a presença de dois gêneros de microcrustáceo, sendo que
um deles, o Branchineta sp., era ainda desconhecido”. (SISTEMA MBR, 2004).
6
4 Mannesmam7
A barragem da Mina Pau Branco, em operação desde 1994, com custos aproximado
de US$ 500 mil e o projeto Mata Ciliar são exemplos da preocupação da empresa
com a recuperação do meio ambiente. E 1995, os investimentos nesse sentido
alcançaram 4% do faturamento e para 1996 a previsão é de que o valor seja o
mesmo. (...) Para atender as metas e os mais itens referentes à despoluição industrial,
os investimentos na área ambiental deverão totalizar, nos próximos dois anos,
aproximadamente R$ 40 milhões, o que corresponde ao montante investido nos
últimos 20 anos (MANNESMAMM, 1997, p. 37-38).
A questão dos resíduos também aponta para outro problema, a emissão de poeira na
atmosfera. Assim, a importância da instalação de equipamentos de desempoeiramento, de
recirculação da água e outras medidas de saneamento ambiental se fazem necessárias, além do
destino com os resíduos industriais, onde levou a Mannesmann a criar um sistema de gestão
para sua destinação ou mesmo transformar em sub-produto rentável. Com isso também foi
possível reduzir o volume do estoque de carvão vegetal o que implica em menor impacto
ambiental.
7
A Mannesmam S.A. em 02 de junho de 2000 passou a fazer parte da Vallourec & Mannesmann Tubes,
empresa formada em 1997 através de uma ‘joint venture’ (união de empresas do mesmo setor para
desenvolverem juntas uma alta tecnologia, ou seja, um sistema de parceria) entre o grupo francês Vallourec
(55%) e a alemã Mannesmannrohren-Werke (45%), na fabricação de tubos de aço sem costura.
7
pela melhoria da qualidade do ar. Além disso, o estoque interno de carvão vegetal
foi reduzido de 300.000 para 30.000 metros cúbicos, demonstrando que técnicas e
procedimentos de gerenciamento, de forma integrada, garantem a gestão adequada
da matéria prima e reduzem os impactos ambientais (MANNESMAMM, 2004).
Outro grande impacto ambiental são as emissões de gases gerados pela empresa e este
problema pode ser amenizado com a implantação de uma usina termoelétrica utilizando o gás
de Alto Forno e o alcatrão vegetal (subproduto da carbonização da madeira) como
combustíveis.
Para o meio ambiente as vantagens são significativas: uma termelétrica a gás natural
do mesmo porte dessa que está sendo construída na VMB, emite cerca de 10 t/h8 de
CO2 para a atmosfera. No caso da termelétrica que emprega GAF e alcatrão, o
balanço de CO2 pode ser considerado ‘zero’, pois toda emissão é anteriormente
fixada na formação da biomassa de madeira de eucalipto, plantada para este fim
(MANNESMAMM, 2004).
Embora a empresa apresente como solução o destino dos gases e resíduos, estes ainda
estão longe de uma redução significativa a favor do meio ambiente.
revegetar 100 hectares por ano. Entre setembro de 1998 e abril de 1999, 150
hectares foram revegetados, sendo 60 hectares na Mina de Alegria, em Mariana, 10
hectares em Córrego do Meio, na região de Sabará e 70 hectares em Morro Agudo,
em Rio Piracicaba e 10 hectares na Mina do Andrade, próximo a João Monlevade. O
Programa visa a recuperação das áreas degradadas imediatamente após o processo
de lavra, evitando a geração de passivos ambientais para as próximas gerações
(SAMITRI, 1999).
8
Tonelada por hora.
8
9
Pertence a CVRD.
10
Privatizada em outubro de 1991.
11
Quilo por tonelada.
12
Metro cúbico por tonelada.
9
- Solo: reduzir a disposição de resíduos sólidos em aterro controlado para 15.000 t/mês13 em
dezembro de 2003. A meta é comercializar 5.000 toneladas da lama de alto forno no ano de
2003. Para recuperação do Solo, o objetivo é descontaminar a antiga área de disposição de
resíduos (Poço Redondo) até 2012, adequando o teor de benzeno dos efluentes hídricos da
área do Poço Redondo aos padrões da legislação (<0,01 mg/L)14 até 2012. (USIMINAS,
2004).
Analisando os objetivos, as metas propostas e também a preocupação da Empresa,
pode-se adiantar que a política ambiental parece estar presente por trás dos danos causados
por ela.
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Tonelada por mês.
14
Miligrama por litro.
15
Privatizada em julho de 1992.
16
Gastos com programa de educação ambiental, campanhas de conscientização, auditorias externas, entre outros.
17
Gás carbônico ou CO2
10
18
Fornos movido a queima de coque.
19
Gás carbono por tonelada.
11
A CST utiliza 95% da água do mar como fonte na centrais termoelétricas, nas
coqueiras e nas aciarias “como fluído refrigerante sem contato com equipamentos e produtos
e retorna à sua origem através de um canal de longo percurso e bacia de acumulação, no qual
a temperatura é reduzida pela troca de calor com ar” (Idem, 2003).
Quando a água é retornada ao mar, esta é monitorada pela Companhia para verificar o
grau dos efluentes nela contido num de raio de 50 metros a 10 quilômetros. Nesse estudo é
analisado a “salinidade, pH, oxigênio dissolvido, sólidos de suspensão, coliformes fecais,
amônia não ionizada, fósforo solúvel, óleos e graxas, incluindo metais” e a água doce é
também usada no processo, porém sofre contato com matérias poluentes, mas “a empresa
contabiliza 96,6% de recirculação de água doce” (Ibidem, 2003). O gráfico 3 mostra a
redução do consumo de água doce, com redução constante até 2001, quando mantém o
mesmo índice em 2002.
Um impacto muito agressivo está nos efluentes hídricos (lama) gerado no processo de
limpeza dos gases da ‘coqueira’ onde a amônia é o material nocivo. O Gráfico 5 mostra a
emissão de líquidos em quilos por hora (kg/h) que contém amônia no período de 1998 a 2002,
com percentual de redução de 32,22%, embora o ano de 2002 apresentou um retrocesso aos
anos de 2000 e 2001.
A ACESITA20 foi fundada em 1944 e iniciou suas atividades em 1949. Sua produção é
voltada em aços ao carbono e microligados, aços ao silício de grão orientado (GO) e de grão
20
Privatizada em outubro de 1992. A Acesita detém a participação acionária da CST.
14
não orientado (GNO), além dos aços inoxidáveis planos laminados a frio. Em setembro de
1998, incorpora a Usinor, grupo francês considerado um dos maiores produtores de aço do
mundo. Sua produção está voltada para o uso do carvão vegetal, ou seja, segundo Furtado
(2000, p. 176), “a empresa, produtora de aços especiais de alta qualidade, emprega o carvão
vegetal como principal redutor em seus altos-fornos, do mesmo modo que a Belgo-Mineira.”
Sua política ambiental foi implementada em 1992 na Fundação Acesita através do
Oikós, seu Centro de Educação Ambiental. Em 2001 conseguiu a certificação ISO 14001.
A CSN21 em 1993 iniciou uma estratégia de controle ambiental nas suas unidades de
produção, como a “desativação de antigas unidades e a instalação de equipamentos de ponta,
destinados a eliminar cada vez mais os efluentes, resultaram em sensível melhora na
qualidade ambiental de Volta Redonda e no processo produtivo da Companhia. (CSN, 2004).
Entre as políticas ambientais adotadas pela empresa são as iniciais da palavra
SEMPRE, ou seja, Suporte ao negócio, Empresa transparente, Melhoria contínua, Prevenção
da poluição, Respeito à legislação ambiental e Equacionamento das não conformidades.
No que diz respeito aos efluentes gerados na unidade GalvaSud (joint-venture entre a
CSN e a alemã Thyssen Krupp Stahl AG - TKS), na fabricação de aços galvanizados para
21
Privatizada em abril de 1993.
15
Todo efluente gerado na fábrica é tratado por intermédio de uma completa estação
físico-química totalmente automatizada, ou de sistemas compostos de fossas sépticas
e filtros anaeróbicos. Nas atividades operacionais foram instalados queimadores de
baixa emissão de NOX, processos de recirculação e reutilização de soluções
alcalinas, transformadores secos e lâmpadas de sódio de alta pressão, entre outros
(CSN, 2002, p. 24).
Embora no Brasil não exista padrão legal para a presença de benzeno no ar, o valor
registrado em 2002 enquadra-se nos índices de concentração máximos permitidos
para áreas residenciais previstos na legislação da Alemanha (2,5 µg/m3), além de ser
também inferior ao valor de referência da OMS (Organização Mundial da Saúde),
reconhecidamente o mais restritivo (1,0 µg/m3) (CSN, 2002, p. 18).
22
Quilograma por tonelada.
17
A Cosipa23 está localizada em Cubatão, São Paulo. Começou suas atividades em 1963
com a laminação. Atende a política do meio ambiente colocando como meta a segurança e a
saúde. Nesses itens, a empresa efetua os procedimentos através das normas nos processos de
operação e manutenção.
Os Projetos Ambientais Cosipa (PAC) são tratados pelo órgão competente que
centraliza a implementação de equipamentos de controle de poluição (ar, água e solo).
Também concilia o uso da sucata (reciclagem) como matéria-prima, o que reduz de certa
forma os impactos ambientais.
No início de 1989 executou o projeto de despoeiramento do alto-forno 1, etapa final
do processo de fabricação do ferro gusa. A poeira é muito nociva, principalmente quando
resulta da oxidação. Assim, foram instalados 1.344 filtros que tornam o ar mais limpo em
Cubatão, com tecnologia nacional. “A Cosipa já investiu no controle de 70% das emanações
para a atmosfera. (...) Para concluir o programa, a Cosipa necessita de outros US$ 73
milhões” (COSIPA, 1989, p. 32). Com isso, a Companhia conseguiu a certificação ISO
14.001. Ainda assim seus investimentos estão na ordem de US$ 240 milhões.
Esse programa foi iniciado em 1995 e é, sem dúvida, um dos mais amplos já
realizados pela siderurgia brasileira, com objetivo eminentemente ambiental. Para a
sua execução até 2002, serão utilizados US$ 240 milhões. (...) A atuação desse
projeto já resultou na redução de 92% das emissões de material particulado na
atmosfera (COSIPA, 2003).
Com isso a Cia. conseguiu a certificação ISO 14001 e OHSAS 18001. O Gráfico 8
apresenta os investimentos passados e futuros, estes, com maior volume no período pós
privatização.
23
Privatizada em agosto de 1993.
18
12 Companhia Belgo-Mineira
No Brasil, a Belgo e sua controlada BMP Siderurgia contam com seis unidades no
Brasil: em Monlevade, Sabará, Juiz de Fora e Itaúna, em Minas Gerais, em
Piracicaba (SP) e Vitória (ES). Nessas unidades, produzem fio-máquina, vergalhões,
barras, perfis e arames para construção civil (BELGO, 2003).
25
A empresa possui certificados ISO 14001 e BS 8800. Assim, sua política ambiental
está vinculada a minimização dos impactos gerados por ela.
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Privatizada em setembro de 1993, sendo o Grupo Gerdau o maior acionista.
25
Cinco das seis unidades do seu setor de Siderurgia.
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A AFP26 foi fundada em 1961 e em 1975 a Aços Finos Piratini passou a integrar o
Grupo Siderbrás, holding pública do Governo Federal automotiva. Após a privatização, a
empresa foi adquirida pelo Grupo Gerdau, passando a denominar a partir de 1993, como
Gerdau Aços Finos Piratini. Possui certificações ISO 14001, ISO 9002 e QS 9000. “A
siderurgia atua na fabricação e transformação do aço, dispõe de investimentos significativos,
como modernos sistemas de despoeiramento para proteção atmosférica” (AFP, 2004).
Dentro da cultura de sustentabilidade, destaca-se sua posição de liderança na
reciclagem da sucata e pela política de reaproveitamento dos subprodutos decorrentes da
produção do aço.
14 Comercial Gerdau
A Comercial Gerdau atua no ramo de siderurgia e sua política ambiental está enfocada
na eco-eficiência e desenvolvimento sustentável, com destaque ao uso de técnicas que
permitem a reciclagem da sucata. “Hoje, o índice de reciclagem já alcança mais de 85% e o
restante deste total é encaminhado para aterros licenciados externos” (GERDAU, 2004). O
Grupo investe recursos na implantação de novos sistemas de despoeiramento nas usinas
(material particulado dos Fornos Elétricos da Aciaria) de forma a reduzir as emissões
atmosféricas. Assim,
26
Privatizada em fevereiro de 1992.
21
15 SAMARCO
27
Precipitadores eletrostáticos são filtros que impedem o ar particulado de atingir a atmosfera.
22
O grande passo é sem dúvida a pesquisa, pois é neste processo que grandes impactos
são revelados assim como um diagnóstico para alertar o grau do estrago. Pode-se destacar
como exemplo de resultado de pesquisa, o mineroduto, onde a água é misturada ao minério
para ser transportada e posteriormente numa estação de bombas a mesma é retirada, reduzindo
de forma significativa o custo do transporte e prováveis impactos decorrentes de acidente
ferroviários. A Figura 2 ilustra o mineroduto da Samarco que atinge 396 quilômetros de
extensão e atravessa 24 municípios com capacidade de bombeamento de 15,5 milhões de
toneladas por ano.
FIGURA 2 - MINERODUTO - KM 0
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A CVRD dispõe de dois sistemas (sul e norte) da qual organiza sua extração,
siderurgia e exportação. Assim,
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Inclinação do terreno após a terraplanagem.
24
29
Fonte: Relatório Anual 2001, 2002 e 2003. Demonstrações Contábeis - Balanço Social (informativo adicional)
– Indicadores sociais - Controladora.
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Como se pode observar, todas possuem certificado internacional ISO 14001, com
exceção da Açominas, que possui a ISO 9001. A Companhia Gerdau embora não tenha o
certificado, possui o SGA, formulado nos moldes da norma ISO 14000. Desse modo, as
empresas estão buscando certificações internacionais talvez premidas pelas novas
condicionalidades ou como um diferencial de mercado ou ambos os casos. A obtenção da
certificação não implica necessariamente que as empresas não estão poluindo, apenas indica
que as agressões ambientais estão sendo controladas e mantendo-se, no mínimo, no limite
imposto pela lei.
18 Considerações
O Brasil por ser um país importante na América Latina devido ao seu porte continental
possui uma riqueza em recursos naturais de maneira ímpar e sua inserção está cada vez mais
dinâmica no comércio internacional, pois exporta boa parte do que extrai, em particular do
minério de ferro. Em outras palavras, “as exportações brasileiras têm uma significativa
intensidade de recursos naturais e recursos energéticos, cuja exploração tem influência direta
sobre o meio ambiente” (GONÇALVES, 2000, p. 79).
No que diz respeito aos recursos manufaturados intensivos em energia, como o ferro e
o aço, os impactos ambientais são mais danosos quanto o setor dinamiza o crescimento,
principalmente quando os recursos não-renováveis são exportados em escala.
Os anseios, as expectativas e preocupações da comunidade não são vistas como
prioridade das Companhias, apenas sob a forma de poluição e de acordo a exigência da
legislação (mínima). Estas tem como concepção de que a “a legislação ambiental é extensa e
avançada, porém conflitante, criando dificuldades na sua aplicação, necessitando uma
compatibilização” (FARIAS, 2002, p. 20). Contudo as Cias. quando montaram suas plantas
industriais no Brasil tinham plena consciência de uma a política ambiental branda e que com o
tempo haveria o amadurecimento, sendo comparável a de outras nações. Como exemplo, a
28
implantação do Projeto Ferro Carajás (PFC), no Pará pela Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD):
30
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de
Janeiro, conhecida como a Rio 92 ou Eco-92, foi um grande avanço nas políticas ambientais das empresas.
31
A CVRD é levada aos tribunais pela população de Itabira (MG) com 3 ações públicas, sendo em 1986 por
poluição atmosférica, danos paisagísticos e degradação ambiental, em 1992 pelos projetos que não saíram do
papel, pouco abrangia a recuperação topográfica e não previa o preenchimento das cavas e em 1993 por
poluição atmosférica em volume excessivo aos níveis da OMS (Organização Mundial da Saúde), SEMA
(Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais) e COPAM (Conselho Ambiental de Política Ambiental)
(FERREIRA e BRAGA, 1995, p. 481 ; SILVA e SOUZA, 2002, p. 7 e 11).
32
Em 1999, “existiam 14.106 certificações IS0 14000 em 84 países, sendo que a América Central e do Sul
detinham 2,2%, a Europa detinha 52,2%, o Leste Asiático com 30,84% (no qual o Japão detém a maioria das
certificações), e América do Norte com 6,9%”. Para adquirir uma ISO “os preços variam de US$ 197,00
(Alemanha) até US$ 1.655,00 (Suécia) (...) a França, por exemplo, para realizar a auditoria cobra US$ 1.090,00
por dia, além da passagem e acomodação” (GODOY e BIAZIN, 2001, p. 9 e 11).
29
para mostrar suas ações para a sociedade e ao mesmo tempo silenciar suas ações nocivas e
impactantes deixadas no passado e aquelas que ainda não foram denunciadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2004.
_____. Mineração Metalurgia. Rio de Janeiro, ano 56, n.º 525, abr./mai./jun. 1992.
_____. CVRD 2004. 2004. Disponível em: <www.vale.com.br>. Acesso em: 09 mar. 2004.
COSIPA, tem novo sistema de despoeiramento. Mineração Metalurgia. Rio de Janeiro, ano
52, n.º 501, jan./fev. 1989.
FERREIRA, V. A.; BRAGA, T. Sociedade, Poder e Meio Ambiente. In: PAULA, J. A. de.
Biodiversidade, População e Economia. Minas Gerais: Editora Cedeplar, 1995.
FURTADO, Milton Braga. Síntese da Economia Brasileira. 7ª ed. Rio de Janeiro: LTC,
2000
MBR compatibiliza atividades minerárias com o meio ambiente. Mineração Metalurgia. Rio
de Janeiro, ano 53, n.º 511, jan./fev. 1990.
SAMITRI. Mineração Metalurgia. Rio de Janeiro, ano 56, n.º 525, abr./mai/jun. 1992
SAMITRI aniversaria e festeja Meio Ambiente. Jornal Insight. Jun 1999. Disponível em:
<www.expertinfor.com.br/insight/junho99/materia6.htm>. Acesso em: 04 mar 2004.