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O PERDÃO

Um Estudo sobre o Significado Psicológico do Perdão e

Conselhos Bíblicos Sobre esse Tema.

O que é o perdão? O que significa perdoar?

Sob o ponto de vista de profissionais na área psicológica:

Perdoar não é excusar ou minimizar o ato criminoso.

Muitas pessoas entendem o perdão como um ato através do qual o evento prejudicial é
desculpado ou minimizado. Alguns até pensam que significa esquecer o mal que
alguém fez para nós. Nada está mais longe da realidade.

Perdoar significa lembrar exclusivamente a ofensa através de um novo ponto de vista

que não desperta tais sentimentos negativos, não permitindo que o dano seja
perpetuado dentro de nós.

Perdoar não é um ato de libertação para quem cometeu o mal, mas para a pessoa
que sofreu o dano causado.

O perdão é um ato íntimo que nos permite recuperar o controle sobre nossas vidas e o
bem-estar que perdemos porque fomos vítimas de crime e injustiça.

O perdão liberta. Alimentar a raiva é como se agarrar a um brasão quente com a

intenção de jogá-los em outro; mas você é quem se queima.
Raiva e ressentimento se voltam contra aqueles que os sentem.

Estar ancorado em raiva e ressentimento não é um “castigo” para aqueles que nos
feriram, mas para nós mesmos.

Uma meta-análise de 25 estudos realizados no University College London revelou que

existe uma forte correlação entre raiva e hostilidade mantida ao longo do tempo e
risco de ataques cardíacos. Essas emoções também foram associadas a outros
problemas de saúde, como o câncer.

Outro estudo realizado na Universidade da Califórnia, em que 332 pessoas foram

seguidas por cinco semanas, descobriu que o nível de estresse era diretamente
proporcional à quantidade de ressentimento e raiva, enquanto diminuiu, quando as
pessoas perdoavam.
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Outro estudo conduzido por esses mesmos psicólogos com 148 pessoas descobriu que
aqueles que acumularam mais estresse da vida tinham pior saúde mental.

Curiosamente, pessoas que foram capazes de perdoar, embora também tenham

vivido experiências difíceis, não tiveram má saúde mental. Isso significa que o
perdão é capaz de apagar o impacto negativo do estresse e da angústia gerados por
alguns eventos.

As 5 Regras da Terapia de Perdão

1- Perdoar não é o mesmo que esquecer. Perdoar não significa esquecer o

que aconteceu. Uma pessoa que foi vítima de abuso, não esquecerá o que
aconteceu e não precisa fazê-lo porque ele pode usar essas experiências como
“combustível” para construir a resiliência.
Assuma o passado e centralize-se no futuro – O passado não pode ser mudado
e é inútil procurar entender os fatos ou as pessoas que a influenciaram
negativamente.
Se você estacionar no passado, não poderá olhar para o futuro com a confiança
necessária.

2- Perdoar não é minimizar a experiência. Perdoar não significa dizer

”O que aconteceu está bem, não foi tão ruim depois que tudo passou”.
Na verdade, perdoar é necessário supor que o que aconteceu foi terrível e nos
deixou cicatrizes. Mas também significa deixar que essas cicatrizes sejam
curadas em vez de despejar sal continuamente sobre a ferida.

3- Perdoar não é um sinal de fraqueza. O perdão não é um sinal de fraqueza,

ingenuidade ou insensatez, é um grande sinal de inteligência e maturidade,
porque isso significa que, apesar de tudo, você decidiu continuar, não
deixando o passado condicionar o seu futuro.
Experimente perdoar – Embora seja um processo que pode levar muito tempo,
esse é um passo importante para a solução do que aconteceu no passado.
Trabalhar o ódio não deve impedir que a vítima deseje um fim justo para sua
experiência traumática.

4- Para perdoar, não é necessário que o agressor se desculpe.

Os agressores nem sempre reconhecem o dano que causaram, mas essa não é
uma razão para ficar preso no ódio.
Para perdoar não é necessário receber um pedido de desculpa ou
compensação. O perdão é um ato interno que nos beneficia, e não
precisamos que aquele que nos prejudicou se arrependa e peça perdão.

5- O perdão é para sua saúde e bem-estar. Manter a raiva e o ressentimento é

tóxico para você. Isso leva a depressão, raiva crônica e amargura.
Perdoar não é um ato que você faz por quem te machucou, mas por seu
próprio bem. Não perdoe o outro para lhe fazer um favor, mas para fazer
um favor a si própria.

Claudia cita M. Pereyra, doutora em Psicologia (Argentina), autora de um livro

sobre o perdão:
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“A única forma de curar a dor que não se cura por si mesma é o perdão à
pessoa que te magoou.
O perdão cura a memória ao trabalhar a mudança de pensamentos. Aquele que
vive remoendo sua dor pode ser mais prisioneiro que o agressor e, ao perdoar,
liberta-se da prisão.” (pag. 60)
Ainda citando Pereyra: “… perdoar não é passar por cima dos próprios
sentimentos, ou simplesmente ‘dar a outra face’. É um processo longo e
dolorido, pois é um ato voluntário de renúncia ao direito legítimo de estar
ressentido, de julgar negativamente o ofensor ou agressor e demonstrar uma
atitude de compaixão e generosidade para com ele, apesar de não merecer.

6- Expresse suas emoções. Seja qual for o dano que você tenha sido infligido,
você deve saber que é perfeitamente compreensível e normal para você se
sentir mal e até com certa revolta.
Você pode experimentar sentimentos diferentes, de raiva a tristeza ou dor. Não
é conveniente que você tente reprimir e esconder esses sentimentos, mas
que você os expresse. O que é reprimido continua a afetá-lo no
inconsciente, gerando mais sofrimento e raiva.

Fale sobre o acontecimento traumático – Em um ambiente seguro e tranquilo,

falar (ou escrever) sobre o acontecimento que causou o trauma é um passo
importantíssimo.
Procure uma pessoa de confiança e conte-lhe o que aconteceu. O efeito da
terapia de grupo com pessoas que tiveram experiência semelhante também
oferece resultado eficaz.
Enquanto você não elaborar os pensamentos que o machucam, eles vão se
repetir. E o que não pode ser dito não será esquecido.

Melanie Greenberg e Arthur Stone realizaram um interessante estudo na

Universidade do Estado de Nova York, em Stony Brook. Participaram 60
estudantes universitários com experiências no passado, seguindo estes passos:
Agruparam os participantes em subgrupos: os que haviam experimentado um
forte trauma, os que haviam vivido um leve trauma e os que não sofreram
trauma algum.
Para alguns foi solicitado que revelassem por escrito sua experiência e a
outros não foi dada essa oportunidade, para que servissem de ponto de
referência ou grupo de controle.

Durante os meses seguintes, foram observadas as tendências de saúde e

doenças em todos os participantes.
Os resultados mostraram que aqueles que haviam passado por um forte
trauma e revelaram o fato por escrito experimentaram progressos na saúde
física muito acima dos que não escreveram nada sobre sua experiência
traumática.
Estudos como esse demonstram que revelar a experiência traumática não
é bom somente para a alma, mas também para o corpo.

Escreva sua experiência em detalhes, escreva sobre as consequências que o

ato causador da dor lhe trouxeram, e depois, queime o papel.
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Algo mais sugerido pelos psicólogos, é que se procure a pessoa causadora do
mal, para que ele ou ela entenda os resultados maléficos que suas atitudes
causaram e tome responsabilidade pelos atos cometidos.
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Uma vez que os psicólogos veem o perdão como o remédio para nossas dores e
cicatrizes deixadas por atos de maldade e irresponsabilidades de alguém, no passado,
Deus, conhecedor profundo da mente humana, nos dá conselhos sábios para que
esses traumas sejam curados, com Sua poderosa ajuda.

Vajamos o que a Bíblia tem a nos dizer sobre este tema.

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A Terapia de Perdão sob o Ponto de Vista Bíblico

Certo dia, o apóstolo Pedro se achegou a Cristo, com a pergunta: "Até quantas vezes
pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?" Mateus 18: 21

Os rabinos limitavam o exercício do perdão até três ofensas. Pedro, que, como
pensava, seguia os ensinos de Cristo, ampliou-o até sete, o número que indica
perfeição.
Cristo, porém, ensinou que nunca nos devemos fatigar de perdoar.
Não "até sete", disse Ele, "mas até setenta vezes sete". Mateus. 18:22.

Mostrou, então, o verdadeiro motivo pelo qual o perdão deve ser concedido, e o perigo
de acariciar espírito irreconciliável.

A pessoa que guarda ressentimento e rancor em sua mente por causa de algum mal
que alguém lhe fez em tempos passados continuará vivendo no passado.
A única forma pela qual poderemos desfrutar de liberdade para viver no presente
consiste em pedir a Deus que nos conceda o dom do perdão. (o perdão vem
somente de Deus. Não é uma característica humana)

Mateus 5: 38
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei
bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para
que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;
Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos
e injustos.”

Quando oramos por nossos inimigos, não significa que aprovamos o que nos fizeram.
Quando Jesus orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, ao ser
crucificado, não quis dizer que as atitudes deles foram corretas.
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O apóstolo Paulo também disse: “Dia após dia, morro!” (1 Coríntios 15:31). Isso
significa que o novo nascimento em Cristo é um processo que devemos renovar
diariamente.

Você tem propensão a viver no passado?

Quando a lembrança de afrontas no passado lhe causarem mal-estar, lembre-se que a
nova vida em Cristo não está edificada no passado; não se esqueça de que nEle
temos um novo começo.

Continue crescendo diariamente por Sua graça, e ganhando vitória após vitória sobre
as coisas que no passado a desanimavam.

Viver ressentido é viver com a dor agarrada em você.

A palavra “ressentimento” significa “re-sentir”, ou seja, sentir de novo.

O perdão interrompe o sentir a dor contínua. Quando você perdoa, a dor vai
embora e você se sente melhor, mesmo que o perdão não possa produzir o
restabelecimento do relacionamento interrompido pela quebra da fidelidade e
confiabilidade.

Salmo 147: 3
“Só ele cura os de coração quebrantado e cuida das suas feridas.”

Quando parece não existir mais saída e a angústia devasta o coração, existe Alguém
que pode medir a dimensão da sua dor.

O profeta Isaías descreve os sofrimentos do Messias com as seguintes palavras:

Isaías 53:3-5
“Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de tristeza e familiarizado
com o sofrimento.
Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado...
Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as
nossas dores
Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa
de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas
feridas fomos curados”

A despeito de todo sofrimento que teve de enfrentar, Jesus podia e ainda pode oferecer
algo que todos nós precisamos:

Mateus 11:28, 29
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei...
aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para
as vossas almas.”

Esse Jesus que morreu para que nós tivéssemos vida, hoje deseja dar um novo
significado para a sua existência.
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Creia em Seu amor, confie em Seu poder! Desconfie dos seus sentimentos. Peça
ajuda! Ele vive para dar vida a todos os que sofrem:

Isaías 61:1-3, falando de Jesus,

“...O Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos
que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação
das trevas aos prisioneiros, para proclamar a bondade do Senhor e o dia da vingança
do nosso Deus; para consolar todos os que andam tristes, e dar a todos os que
choram...uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um
manto de louvor em vez de espírito deprimido…”

Salmos 91:15
“Quando ele me invocar, eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-
ei, e o honrarei.”

Deus está ao seu lado neste momento e ao lado de cada pessoa que sofre uma dor
física ou emocional. Ele é pleno de misericórdia e amor.

Hebreus 4:16
“Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de
recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos socorra no momento da
necessidade.”

Sua compaixão é infinita:

Para Deus, você vale muito.

Deus lhe ama e sempre está pensando em você.
Deus promete-lhe um futuro maravilhoso.

A Bíblia diz em Jeremias 29:11:

“Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos
de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança”.

Sabemos, sim, que Ele dá a todos nós forças para vencermos e sermos
verdadeiramente livres.

Filipenses 4: 13
“Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.”

Verso 37 a 39
“Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que
nos amou. Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem
demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem
profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do
amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.”

Um ótimo conselho bíblico é este:

“Mas uma coisa faço: deixando as coisas que ficaram para trás e avançando para
as que estão adiante, prossigo para o alvo” (Filipenses 3:13, 14).
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Entenda e aceite que não é Deus quem origina o mal, mas Ele usa tudo o que for
possível para que as mas experiências da vida contribuam para o seu crescimento e
sua salvação eterna.

Desse modo você poderá dizer como Davi:

Salmos 18:2

“O SENHOR é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu
rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação.”

O convite que lhe faço é para que use o perdão… Sim, perdão deve ser o ingrediente
indispensável para uma vida repleta de satisfação. O seu cérebro vai agradecer.

Assim, desafio você a começar uma vida diferente, esvaziando-se das mágoas para
que na sua vida haja espaço suficiente para os bons sentimentos.

Mais um conselho de Jesus:

Mateus 18: 15
“Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir,
ganhaste a teu irmão...”

O Criador jamais exige de nós mais do que poderemos dar. Lembre-se de quão
maravilhosa é a sensação de ser perdoado por Deus.

Não esqueça que a mesma sensação seu ofensor pode sentir caso o perdoe.

Quem sabe, seguindo o conselho dos psicólogos e, principalmente o exemplo de

Jesus, você estará não somente se libertando das correntes da magoa, mas ao mesmo
tempo, poderá estar cooperando para que um pecador indigno seja levado ao
arrependimento e conheça Jesus, aceitando o seu perdão e iniciando uma nova vida
ao lado de Deus.

Comece de novo, permita que a pessoa que precisa do seu perdão também desfrute
do privilégio de ser perdoado.

Nenhum ser humano possa responder sobre como Deus irá julgar as atitudes de uma
pessoa, pois este tipo de julgamento pertence a Deus.

Ezequiel 18: 30
Portanto, eu vos julgarei, cada um conforme os seus caminhos...”

Romanos 12:18-20
“Tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas
deixai a ira para Deus; porque está escrito: A mim Me pertence a vingança; Eu é que
retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de
comer; se tiver sede, dá-lhe de beber....”

Quem não perdoa com o tempo, sofre para sempre.

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