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FICHAMENTO DE LEITURA- VITÓRIA BEATRIZ INÁCIO MATIOLI

BROWN, Peter. O fim do mundo clássico. Lisboa: Editorial verbo, 1992.

O mundo antigo fixava-se a volta do mar, não diferente o mundo romano também, esse
grande império obteve em sua existência uma expansão absurda com a ajuda do mar mediterrâneo,
possibilitando legados visíveis como a ampliação da cultura romana para outras regiões, por
exemplo, na cidade de Dura-Europos os militares utilizavam o calendário de festividades romanas.
Brown descreve a sociedade romana urbana como parasita das formas de produção feitas pelos
moradores do campo,

“A história do Império Romano é a história de como dez por cento da população que vivia
nas cidades deixou sua marca na civilização europeia) se alimentava de forma sumária
indicada por Galen, á custa do trabalho dos restantes noventa por cento que trabalham a
terra.”(BROWN, Peter, 1972, p.12)

A partir dessa visão, o historiador cria um panorama da comida como fator essencial na
Roma Antiga e devido a isso o transporte dessa comida nesse local, já que boa parte das cidades
romanas careciam de áreas que alimentassem todos seus cidadãos. Brown atribui a importância da
água nesse modal, já que através dela diminuía-se o investimento em carregamentos de trigo e
cevada.

O escritor descreve o Império do ocidente como altamente inerente aos seus


administradores, uma aristocracia dos patrícios, já no oriente a administração está a cargo de uma
oligarquia. A tolerância racial e religiosa no império romano também é citada por Brown, segundo
ele os romanos apesar de tolerantes nesses dois quesitos, ao incluir outra população em seu mundo,
os obrigava a seguir suas tradições de modo a garantir conformidade, se fossem contrários ao
estabelecido eram taxados pelos gregos e romanos de “bárbaros” ou desprezados e até mesmos
mortos.

Em se tratando de sociedade clássica, fica notório a troca de cultura entre a sociedade


grega e romana, durante a época dos antoninos, Brown evidencia a ascensão dos sofistas, mestres da
retórica e também parte da sociedade privilegiada da época. A atuação dos sofistas marcou a idade
média, nesse período são escritas diversas obras enciclopédicas das mais divergentes áreas. Brown
resgata o pensamento do historiador Dión Cássio, ao mencionar que, o último constantemente
falava da relação Grécia e Roma e a aglutinação do mundo romano pelos gregos.

O autor do livro menciona que após morte de Dión Cássio seus descendentes vão assistir a
conversão do imperador Constantino ao cristianismo, como sua religião oficial. Peter Brown ainda
delata, que o Império Romano tinha uma economia basicamente advinda da agricultura, oque
possibilitou uma segurança durante os períodos de invasões em 240. Essas invasões bizantinas
afetaram drasticamente o império, em uma crise advinda desses conflitos, instigou Roma a criar um
governo pacífico, apesar disso, em 260 são instigados a continuar a guerrear com o mesmo afinco.
O governo mal se sustenta durante esse período, estão despreparados para todos os conflitos, nesse
período de instabilidade há tantos golpes, que apenas um dos 25 imperadores finaliza seu mandato.
A crise termina com a instauração de uma revolução militar, os últimos reforçam suas
fronteiras contra os bizantinos, há um aumento do número de militares nesse contexto, o que
acarreta em um alto nível de imposto para suprir as necessidades militares. Durante o império de
constantino em 324 a 337, os soldados recebiam em moedas de ouro, chamadas popularmente de
“solidus”, eles também influenciados por Constantino em 312 são de maioria cristãos, os oficiais
passam a usar uniformes, o latim tornou-se língua oficial desse segmento.

O regresso ao passado também é fato de coesão social das classes privilegiadas, surge nesse
período uma astronômica produção de cartas contanto os feitos de guerra. Os mestres nesse período
visavam a formação de diferentes realidades, sendo para a aristocracia, governo e administração.
Além disso, a paidéia era fator de responsabilidade para formação educacional dessas gerações e
afetava drasticamente a vida aristocrata.

No século IV a sociedade romana, prospera. Segundo Brown (1972, p.37,) “o rendimento


de um senador pode chegar a 120.00 peças de ouro […]”, claramente demonstrando o alto
rendimento e também imposto que as classes dominantes chegavam a ganhar e cobrar. As classes
dominadas não eram humilhadas como anteriormente. Os senadores desse período são apenas
governadores em suas sociedades, as queixas da população nesse período, eram responsabilidades
de um cargo denominado o patronus. Os artistas locais, criam seus trabalhos com um viés livre, são
expressivas as obras romanas baseadas em mosaicos. A sociedade pode ser representada por uma
pirâmide, no topo os mais ricos e privilegiados e abaixo na base uma discrepância notória na
quantidade de camponês. Uma diferença gritante entre os dois Impérios romanos e descrita por
Peter, era a lealdade presente no Oriente, a vida camponesa também difere-se, já que no século V
gália tera revoltas dos camponeses por conta dos altos impostos. No século V, temos uma oligarquia
consolidada, a importância do comércio é mister para equilíbrio social, a classe média vivia bem e a
cidade de Constantinopla aumenta seu catálogo cultural, com obras artísticas encontradas anos mais
tarde por arqueólogos na Turquia.

Em suma nesse capítulo Peter Brown, demonstra quão mutável foi a situação romana e quais
aspectos afetaram diretamente o império, em um panorama acerca de diferentes realidades do
mundo romano.

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