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Matriz

Extracelular
e Junções
Celulares
SUMÁRIO
1. Matriz Extracelular: Composição e Função................................................................ 3

2. Organização da Pele e sua Relação com a Matriz Extracelular................................ 4

3. Junções Celulares......................................................................................................... 6

4. Conclusão.................................................................................................................... 10

Referências....................................................................................................................... 11
1. MATRIZ EXTRACELULAR: COMPOSIÇÃO
E FUNÇÃO

A matriz extracelular (MEC) é uma estrutura complexa e dinâmica que envolve e su-
porta as células nos tecidos. Ela não é apenas um suporte passivo, mas desempenha
papéis ativos na regulação de várias funções celulares, incluindo adesão, migração,
diferenciação e proliferação.

Composição da Matriz Extracelular


A MEC é composta por uma mistura intrincada de macromoléculas, incluindo:
1. Proteínas Fibrosas:
• Colágeno: É a principal proteína da MEC, fornecendo resistência e estrutura. Existem
vários tipos de colágeno, cada um com propriedades e funções específicas.
• Elastina: Confere elasticidade aos tecidos, permitindo que eles retornem à sua
forma original após serem esticados.
2. Proteoglicanos: São moléculas compostas por uma proteína central e cadeias
de polissacarídeos chamadas glicosaminoglicanos (GAGs). Eles preenchem os
espaços entre as células e as fibras, fornecendo resistência à compressão.
3. Glicoproteínas de Adesão: Como fibronectina e laminina, que ajudam as células
a se aderirem à MEC.

Funções da Matriz Extracelular


1. Suporte Estrutural: A MEC fornece uma estrutura tridimensional na qual as células
estão ancoradas, dando forma e resistência aos tecidos.
2. Regulação da Comunicação Celular: A MEC influencia a comunicação entre células
ao regular a disponibilidade e atividade de moléculas sinalizadoras.
3. Filtragem: A MEC regula a passagem de moléculas entre diferentes compartimen-
tos teciduais, atuando como uma barreira seletiva.
4. Cicatrização e Regeneração: Após uma lesão, a MEC desempenha um papel crucial
na cicatrização, fornecendo um substrato para a migração celular e orientando a
reconstrução do tecido.
5. Diferenciação Celular: A composição e rigidez da MEC podem influenciar o destino
das células-tronco, direcionando-as para diferentes linhagens celulares.

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Em resumo, a matriz extracelular é muito mais do que um mero “espaço preenchido”
entre as células. Ela é uma entidade dinâmica e multifuncional que desempenha papéis
cruciais na saúde e na doença. Alterações na composição ou função da MEC estão
associadas a várias patologias, incluindo fibrose, câncer e doenças degenerativas.

Figura 1. Matriz extracelular


Fonte: VectorMine/Shutterstock.com

2. ORGANIZAÇÃO DA PELE E SUA RELAÇÃO


COM A MATRIZ EXTRACELULAR

A pele é o maior órgão do corpo humano e serve como a primeira linha de defesa
contra agentes externos, além de desempenhar funções vitais, como regulação térmica,
sensação e síntese de vitamina D. Sua organização complexa e multicamada é intima-
mente ligada à matriz extracelular (MEC), que desempenha um papel fundamental na
manutenção da integridade e função da pele.

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Estrutura da Pele
A pele é composta por três camadas principais:
1. Epiderme: É a camada mais externa da pele e é predominantemente composta
por queratinócitos. Estes células passam por um processo de diferenciação, co-
meçando na camada basal e progredindo para a superfície, onde formam uma
barreira resistente e impermeável.
2. Derme: Localizada abaixo da epiderme, a derme é uma camada espessa composta
principalmente por fibras de colágeno e elastina, que são componentes chave da
MEC. A derme também contém vasos sanguíneos, nervos, glândulas sebáceas e
glândulas sudoríparas.
3. Hipoderme: Também conhecida como tecido subcutâneo, é a camada mais pro-
funda da pele e consiste principalmente em células adiposas. Ela atua como um
isolante térmico e uma reserva de energia.

Relação da Pele com a Matriz Extracelular


A MEC na derme fornece resistência, suporte e elasticidade à pele. Ela é composta por:
• Colágeno: Forma uma rede densa na derme, conferindo resistência à tração e
prevenindo a formação de rasgos ou lesões na pele.
• Elastina: Permite que a pele retorne à sua forma original após ser esticada, ga-
rantindo sua elasticidade.
• Proteoglicanos e Glicoproteínas: Estes componentes da MEC ajudam a reter água,
conferindo hidratação e turgor à pele.
A interação entre as células da pele (como queratinócitos e fibroblastos) e a MEC é
crucial para a regeneração e reparo da pele. Por exemplo, após uma lesão, os fibroblas-
tos migram para o local da ferida e produzem novos componentes da MEC, facilitando
a cicatrização.
Além disso, a MEC desempenha um papel na sinalização celular, influenciando pro-
cessos como proliferação, diferenciação e migração celular. Alterações na MEC podem
resultar em condições patológicas, como cicatrizes, envelhecimento cutâneo e certas
doenças dermatológicas.

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3. JUNÇÕES CELULARES

As junções celulares são estruturas especializadas presentes na superfície das células


que permitem a comunicação e adesão entre células adjacentes. Elas são cruciais para
a manutenção da integridade dos tecidos e para a coordenação de funções celulares
em um ambiente multicelular.

Figura 2. Junções celulares


Fonte: Acervo Sanar.

Tipos de Junções Celulares

1. Junção de Ancoragem (Junções Adesivas):


As junções de ancoragem, também conhecidas como junções adesivas, são especiali-
zadas em fornecer adesão mecânica entre células adjacentes ou entre células e a matriz
extracelular (MEC). Elas são cruciais para a manutenção da integridade e resistência
dos tecidos, especialmente em áreas do corpo que estão sujeitas a estresse mecânico.

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Tipos de Junções de Ancoragem
1. Desmossomos:
• Estrutura: Os desmossomos são discos espessos formados por proteínas cha-
madas caderinas, especificamente desmogleínas e desmocolinas.
• Função: Eles conectam firmemente as células adjacentes, especialmente em
tecidos que experimentam estresse mecânico, como a epiderme e o músculo
cardíaco. Os desmossomos garantem que as células permaneçam conectadas
sob força e tensão.
• Localização: Comuns em tecidos como a epiderme e o músculo cardíaco.

Figura 3. Desmossomo
Fonte: Sakurra/Shutterstock.com

2. Hemidesmossomos:
• Estrutura: Semelhantes em estrutura aos desmossomos, mas em vez de conectar
duas células, os hemidesmossomos conectam células à matriz extracelular. Eles
são formados por integrinas e outras proteínas associadas.
• Função: Eles ancoram células, como queratinócitos, à lâmina basal subjacente,
garantindo que a epiderme permaneça firmemente conectada ao tecido subjacente.
• Localização: Principalmente encontrados na interface entre a epiderme e a derme.

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3. Adesões Focais:
• Estrutura: São pontos de contato entre as células e a MEC, formados por agrupa-
mentos de integrinas e proteínas associadas.
• Função: Eles desempenham um papel crucial na migração celular, adesão e sina-
lização. As adesões focais também permitem que as células “sintam” a rigidez e
composição da MEC, influenciando processos como diferenciação e proliferação.
• Localização: Presentes em muitos tipos de células que interagem dinamicamente
com a MEC, como fibroblastos e células endoteliais.

2. Junção Compacta (Junções Estreitas ou Tight Junctions):


As junções compactas, também conhecidas como tight junctions (junções estrei-
tas), são estruturas especializadas que selam as células adjacentes em um epitélio,
formando uma barreira quase impermeável entre elas. Elas desempenham um papel
crucial na manutenção da polaridade celular e na regulação do transporte paracelular
de moléculas e íons.

Estrutura das Junções Compactas:

• As junções compactas são formadas por uma rede de proteínas transmembranares


que se entrelaçam entre células adjacentes. As principais proteínas envolvidas
são as ocludinas e as claudinas.
• Estas proteínas se ligam a proteínas do citoesqueleto, como a zonula occludens
(ZO-1, ZO-2 e ZO-3), garantindo a ancoragem das junções compactas ao citoes-
queleto da célula.

Função das Junções Compactas:


1. Barreira Seletiva: As junções compactas impedem a passagem livre de moléculas
e íons entre as células, permitindo que os tecidos mantenham ambientes distintos
em cada lado do epitélio. Isso é especialmente importante em órgãos como o
intestino, onde a absorção seletiva de nutrientes é essencial.
2. Manutenção da Polaridade Celular: As junções compactas ajudam a manter a
polaridade das células epiteliais, separando a membrana apical da membrana
basolateral.
3. Regulação do Transporte Paracelular: Ao formar uma barreira, as junções com-
pactas regulam o transporte de substâncias entre as células (via paracelular),
garantindo que moléculas específicas passem enquanto outras são retidas.

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3. Junção Tipo Fenda (Gap Junctions):
As junções tipo fenda, também conhecidas como gap junctions, são canais interce-
lulares que permitem a comunicação direta entre o citoplasma de células adjacentes.
Essas junções são vitais para a coordenação rápida de atividades celulares em tecidos
e órgãos.

Estrutura das Junções Tipo Fenda:

• As junções tipo fenda são formadas por proteínas chamadas conexinas. Seis
moléculas de conexina se agrupam para formar um hemicanal ou conexon.
Quando conexons de duas células adjacentes se alinham, eles formam um canal
intercelular completo.
• Esses canais permitem a passagem de íons e pequenas moléculas (até cerca de
1 kDa) entre células.

Função das Junções Tipo Fenda:


1. Comunicação Direta: As junções tipo fenda permitem que as células compartilhem
moléculas sinalizadoras, como íons cálcio e AMP cíclico, facilitando a coordena-
ção de respostas celulares.
2. Coordenação de Atividade Elétrica: Em tecidos excitáveis, como o músculo car-
díaco, as junções tipo fenda permitem a propagação de potenciais de ação de
uma célula para outra, garantindo contrações sincronizadas.
3. Metabolismo Coordenado: Em alguns tecidos, as junções tipo fenda permitem
o compartilhamento de metabólitos e outras pequenas moléculas, facilitando o
metabolismo coordenado entre células.

Importância das Junções Celulares


As junções celulares são fundamentais para a homeostase e funcionamento ade-
quado dos tecidos. Elas garantem que as células permaneçam conectadas, permitindo
a comunicação e coordenação de funções. Além disso, as junções celulares desempe-
nham papéis vitais em processos como crescimento, desenvolvimento e reparo tecidual.
Distúrbios ou disfunções nas junções celulares podem levar a várias doenças e
condições patológicas. Por exemplo, alterações nas junções estreitas podem resultar
em doenças inflamatórias intestinais, enquanto defeitos nas junções tipo fenda podem
causar arritmias cardíacas.

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4. CONCLUSÃO

As junções celulares são componentes fundamentais na organização e funciona-


mento dos tecidos multicelulares. Elas não apenas mantêm as células unidas, mas
também facilitam a comunicação e coordenação entre elas, garantindo a homeostase
e a resposta adequada a estímulos externos e internos.
Cada tipo de junção - seja de ancoragem, compacta ou tipo fenda - tem funções es-
pecíficas e insubstituíveis. As junções de ancoragem fornecem resistência mecânica, as
junções compactas estabelecem barreiras seletivas e as junções tipo fenda permitem
a comunicação direta entre células adjacentes.
Distúrbios nas junções celulares podem levar a uma variedade de doenças, refletindo
sua importância na manutenção da saúde dos tecidos. A pesquisa contínua nessas
estruturas não apenas aprofunda nossa compreensão da biologia celular, mas tam-
bém abre caminho para novas abordagens terapêuticas em condições associadas à
disfunção das junções.
Em um mundo biológico onde a individualidade celular poderia facilmente predomi-
nar, as junções celulares servem como um lembrete da importância da cooperação e
comunicação no funcionamento harmonioso de um organismo. Elas são a essência da
coesão e coordenação, permitindo que as células funcionem coletivamente de maneira
eficaz e eficiente.

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REFERÊNCIAS
1. Alberts B, Johnson A, Lewis J, et al. Molecular Biology of the Cell. 6th ed. New York:
Garland Science; 2014.
2. Lodish H, Berk A, Zipursky SL, et al. Molecular Cell Biology. 7th ed. New York: W.H.
Freeman; 2016.

Escrito por Thiago Geanizelle em parceria com inteligência artificial via chat GPT 4.0.

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