Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE FEDERAL

MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

PROCEDIMENTO POP N° 91 Data: 12/03/2012


Revisão N° 03 Data: 13/07/2020
OPERACIONAL PADRÃO
Título: Preparo e Administração de Área de Aplicação: Alojamento Conjunto
Hemocomponentes em Adultos
Responsáveis Nome Cargo
Elaboração Juliana Mello Jennings Coordenação de Enfermagem do Alojamento
Conjunto
Monique Ribeiro Correia Enfermeira Rotina do Alojamento Conjunto
Revisão Viviane Saraiva de Almeida Assessoria de Planejamento, Supervisão e
Isabela Dias Ferreira de Melo Cuidado
Aprovação Ana Paula Vieira dos Santos Direção de Enfermagem
Esteves

1. EXECUTANTE

1.1 Compete ao Enfermeiro o manejo de hemocomponentes de um doador para administração em


um receptor conforme protocolo da unidade, assegurando a segurança do paciente durante o
procedimento.
1.2 Compete ao Técnico de Enfermagem instalar o hemocomponente, sob supervisão do
Enfermeiro, aferir sinais vitais no pré, intra e pós procedimento transfusional e observar e
comunicar ao Enfermeiro qualquer intercorrência.

2. RESULTADOS ESPERADOS

2.1 Aumentar a capacidade do sangue de transportar oxigênio.


2.2 Restaurar o volume sanguíneo.
2.3 Melhorar possíveis distúrbios de coagulação.
2.4 Garantir a segurança do paciente.

3. MATERIAL NECESSÁRIO

3.1 Gorro.
3.2 Máscara.
3.3 Óculos protetor
3.4 Luva estéril.
3.5 Campo estéril.

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
UNIVERSIDADE FEDERAL
MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

3.6 Equipo com filtro.


3.7 Extensor.
3.8 Gaze estéril.
3.9 Álcool a 70%.
3.10 Bolsa de sangue ou hemocomponente.

4. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

4.1 Receber o hemocomponente do banco de sangue, que deve ser transportado em maleta de
transporte própria e temperatura controlada.
4.2 Conferir na prescrição tipo de hemocomponente e volume prescritos.
4.3 Conferir na bolsa: nome completo da paciente receptora, registro, tipo (concentrado de
hemácias, plaquetas, plasma), volume da bolsa , compatibilidade e validade do produto.
4.4 Realizar inspeção visual da bolsa (cor e integridade) e temperatura.
4.5 Informar a paciente o procedimento a ser realizado.
4.6 Higienizar as mãos (ver POP de Higienização das Mãos).
4.7 Verificar e registrar os sinais vitais antes da administração do hemocomponente.
4.8 Separar o material para preparar o hemocomponente.
4.9 Paramentar-se com gorro, máscara e óculos de proteção.
4.10 Abrir os materiais no campo estéril.
4.11 Conferir novamente a bolsa com o registro, nome, volume, compatibilidade e prescrição
médica.
4.12 Calçar as luvas estéreis (ver POP Colocação e Retirada de Luvas Estéreis).
4.13 Fazer a antissepsia com álcool a 70% do local de conexão da bolsa com o equipo.
4.14 Abrir a conexão e conectar o equipo com filtro.
4.15 Abrir a pinça do equipo.
4.16 Preencher o equipo com o hemocomponente, retirando todo ar.
4.17 Colocar o material em uma bandeja.
4.18 Encaminhar até o leito da paciente.
4.19 Comunicar à paciente que irá iniciar o procedimento.
4.20 Confirmar, novamente a identificação da paciente receptora, confrontando com a
identificação na pulseira, e rótulo do insumo a ser infundido.

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
UNIVERSIDADE FEDERAL
MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

4.21 Verificar se o número e tipo no rótulo do sangue ou hemoderivado no prontuário da paciente


estão corretos confirmando mais uma vez em voz alta, o nome completo da paciente;
4.22 Verificar a permeabilidade da punção com SF 0,9%, o calibre do cateter, presença de
infiltração e sinais de infecção, para garantir a disponibilidade do acesso.
4.23 Instalar o hemocomponente, realizando a desinfecção da conexão do acesso venoso com 3
gazes distintas embebidas álcool à 70%.
4.24 Iniciar a transfusão com gotejamento lento, observando tempo máximo de infusão de acordo
com o hemocomponte (vide CUIDADOS)
4.25 Permanecer ao lado da paciente nos primeiros 10 minutos de infusão a fim de monitorar
qualquer reação adversa.
4.26 Verificar sinais vitais após 10 minutos do início da infusão.
4.27 Higienizar as mãos (ver POP de Higienização das Mãos).
4.28 Fixar na prescrição, ao lado do item que solicita sua administração a etiqueta de
identificação da bolsa de hemocomponente.
4.29 Registrar o início do procedimento e possíveis reações adversas a infusão na prescrição.
4.30 Verificar sinais vitais ao término do procedimento.
4.31 Retirar bolsa do hemocomponente.
4.32 Salinizar acesso venoso com SF 0,9%, caso seja uma punção venosa periférica e não esteja
sendo administrado nenhuma infusão de forma contínua.
4.33 Desprezar bolsa em lixo para resíduos biológicos.
4.34 Higienizar as mãos (ver POP de Higienização das Mãos).
4.35 Registrar o término do procedimento e possíveis reações adversas da infusão na prescrição.

5. CUIDADOS

5.1 Indicações:
5.1.1 Pacientes que sofram com a perda de volume sanguíneo e conseqüente capacidade de
transporte do oxigênio diminuída, e/ou da diminuição da hemoglobina e hematócrito.
5.1.2 Pacientes que apresentarem alguma patologia ou distúrbio que resultaram na redução dos
níveis destes produtos.
5.2 Os hemocomponentes devem ser administrados através de acesso venoso calibroso, de forma a
minimizar o risco de obstruções e/ou hemólises.

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
UNIVERSIDADE FEDERAL
MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

5.3 Iniciar a transfusão até 30 minutos após o recebimento do hemocomponente.


5.4 A transfusão de Concentrado de Hemácias deve ser acompanhada pelo profissional que a
instalou durante os 10 (dez) primeiros minutos à beira do leito, com gotejamento de 15 gts/min
e adequar a infusão à prescrição médica, se não houver intercorrência.
5.5 Observar reações adversas como: febre ou calafrios, alteração na pressão arterial
(hipertensão/hipotensão), alteração respiratória (dispnéia, taquipnéia), alterações cutâneas
(edema local ou generalizado), vômitos, urticária, náuseas, vômitos, dor nas costas ou no tronco
e hematúria.
5.6 Caso haja alguma reação:
5.6.1 Interromper imediatamente a transfusão e comunicar o médico responsável pela transfusão.
5.6.2 Salinizar o acesso venoso periférico com SF 0,9%.
5.6.3 Verificar sinais vitais e observar o estado cardiorrespiratório.
5.6.4 Verificar registros e identificação do receptor.
5.6.5 Confirmar se o hemocomponente administrado pertence mesmo ao paciente desejado.
5.6.6 Avaliar se ocorreu reação e classificá-la, a fim de adequar à conduta a ser tomada de forma
específica.
5.6.7 Manter o equipo e a bolsa intactos e encaminhar este material ao serviço de hemoterapia.
5.6.8 Avaliar a possibilidade de reação hemolítica, anafilaxia, e sepse relacionada à transfusão,
situações nas quais são necessárias condutas de urgência.
5.6.9 Coletar e enviar uma amostra pós-transfusional junto com a bolsa e os equipos (deve ser
garantida a não-contaminação dos equipos) ao serviço de hemoterapia.
5.7 A resolução CREMERJ nº 136/199 (ver Anexo 1) deixa clara a conduta frente a recusa do
paciente em receber uma hemotransfusão, sendo seu direito recusar recebê-la, exceto em risco
de morte iminente.
5.8 O hemocomponente liberado para transfusão deve conter todas as informações necessárias para
segurança da transfusão incluindo: identificação da doação e resultados dos exames sorológicos,
validade e integridade do hemocomponente, identificação do receptor e resultado dos exames
pré-transfusionais.
5.9 O cloreto de sódio 0,9% pode ser utilizado para facilitar a infusão de hemocompontentes. Já
soluções de Ringer com Lactato contêm cálcio que inativa os agentes quelantes, o que leva à
formação de coágulos na linha de transfusão. As soluções de glicose a 5% provocam hemólise e
não devem ser utilizadas simultaneamente a infusão de hemocomponentes.

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
UNIVERSIDADE FEDERAL
MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

5.10 Atenção quanto ao tempo de infusão do sangue e dos seus componentes:


5.10.1 Concentrado de Hemácias: deve ser infundido cada unidade de 1h e 30min à 2h em
pacientes adultos e pediátricos, e não ultrapassar 4h;
5.10.2 Concentrado de Plaquetas: a infusão não deve ultrapassar 1h, com tempo de infusão da dose
de aproximadamente 30 minutos em pacientes adultos ou pediátricos;
5.10.3 Plasma Fresco Congelado: o tempo máximo de infusão deve ser de 1h;
5.10.4 Crioprecipitado: a infusão dos componentes, corre aberta, e não deve ultrapassar a 30min,
devendo ser transfundido em no máximo 6h após seu descongelamento.

6. REFERÊNCIAS

1. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução COFEN nº 629/2020.


Aprova e Atualiza a Norma Técnica que dispõe sobre a Atuação de Enfermeiro e de
Técnico de Enfermagem em Hemoterapia. Disponível em:
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-629-2020_77883.html. Acesso em 13 julho 2020.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Especializada. Guia de Uso de Hemocomponentes. Série A. Normas e Manuais Técnicos 1ª
Edição. Brasília – DF, 2010. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde. Disponível
em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_uso_hemocomponentes.pdf. Acesso em 13
julho 2020.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Coordenação de
Sistemas de Informação. Sistema Único de Saúde. Legislação Federal. Secretaria de Vigilância
Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA – RDC nº 34, de 11 de junho de 2014
da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que dispõe sobre as Boas Práticas do
Ciclo de Sangue.
4. SWEENEY, J. D.; RIZK, Y. Manual Prático de Hemoterapia. Rio de Janeiro: Revinter, 2005.
5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Hemovigilância: Manual técnico para
investigação das reações transfusionais imediatas e tardias não infecciosas. Brasília:
ANVISA, 2007. Disponível em:
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/manual_tecnico_hemovigilancia_08112007.pdf. Acesso em
05 de nov 2018.

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
UNIVERSIDADE FEDERAL
MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

6. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual técnico de hemovigilância: investigação das reações


transfusionais imediatas e tardias não-infecciosas. Brasília, 2007. Disponível em:
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/manual_tecnico_hemovigilancia_08112007.pdf. Acesso em
05 de nov 2018.
7. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução COFEN nº 0511/2016.
Aprova a Norma Técnica que dispõe sobre a atuação de Enfermeiros e Técnicos de
Enfermagem em Hemoterapia. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-
05112016_39095.html. Acesso em 05 de nov 2018.
8. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA/RJ. Resolução CREMERJ nº 136/1999. Dispõe
sobre a postura do médico diante da recusa de paciente em receber transfusão de sangue
e/ou seus derivados. Disponível em: http://old.cremerj.org.br/publicacoes/181.PDF. Acesso em
05 de nov 2018.

7. FIGURAS E ANEXOS

Anexo 1

RESOLUÇÃO CREMERJ Nº 136/1999


(Publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro em 19/02/1999)

Dispõe sobre a postura do médico diante da recusa de paciente em receber transfusão de


sangue e/ou seus derivados e revoga as disposições em contrário, especialmente o Parecer
CREMERJ n. 25/94.
O CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso das
atribuições que lhe são conferidas pela Lei n. 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo
Decreto n. 44.054, de 19 de julho de 1958, e
CONSIDERANDO o disposto no artigo 5º da Constituição Federal;
CONSIDERANDO o disposto no artigo 135 do Código Penal;
CONSIDERANDO o disposto nos artigos 2º, 8º, 21, 46, 56 e 58 do Código de Ética Médica;
CONSIDERANDO a soberana busca pela manutenção da vida;
CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em Sessão Plenária do Corpo de Conselheiros, realizada
em 13/01/1999.

RESOLVE:

Art. 1º O médico, ciente formalmente da recusa do paciente em receber transfusão de sangue e/ou
seus derivados, deverá recorrer a todos os métodos alternativos de tratamento ao seu alcance.
Art. 2º O médico, sentindo a impossibilidade de prosseguir o tratamento na forma desejada pelo
paciente, poderá, nos termos do Parágrafo Primeiro, do artigo 61, do Código de Ética Médica,
renunciar ao atendimento.

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
UNIVERSIDADE FEDERAL
MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

§ 1º Antes de renunciar ao atendimento, o médico comunicará o fato ao paciente, ou a seu


representante legal, certificando-se do seu encaminhamento a outro profissional e assegurando,
ainda, o fornecimento de todas as informações necessárias ao médico que lhe suceder.
§ 2º A responsabilidade ético-profissional do médico somente cessará quando do recebimento do
paciente pelo médico substituto, devendo, até então, fazer uso de todos os recursos ao seu alcance
para manutenção do paciente.
§ 3º Na impossibilidade de se efetivar a transferência da responsabilidade ético-profissional, por
quaisquer motivos, a orientação do tratamento caberá ao médico que estiver assistindo o paciente.
Art. 3º O médico, verificando a existência de risco de vida para o paciente, em qualquer
circunstância, deverá fazer uso de todos os meios ao seu alcance para garantir a saúde do mesmo,
inclusive efetuando a transfusão de sangue e/ou seus derivados, comunicando, se necessário, à
Autoridade Policial competente sobre sua decisão, caso os recursos utilizados sejam contrários ao
desejo do paciente ou de seus familiares.
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em
contrário, especialmente o Parecer CREMERJ n. 25/94.

Rio de Janeiro, 13 de janeiro de 1999.

Cons. MAURO BRANDÃO CARNEIRO


Presidente

Cons. MÁRIO JORGE ROSA DE NORONHA


1º Secretário

HISTÓRICO DE ALTERAÇÕES
DATA VERSÃO ELABORAÇÃO/REVISÃO APROVAÇÃO
12/03/2012 1 Juliana Mello Jennings Gustavo Dias da Silva
Monique Ribeiro Correia/
Viviane Saraiva de Almeida
05/11/2018 2 Juliana Mello Jennings Ana Paula Vieira dos Santos
Monique Ribeiro Correia/ Esteves
Viviane Saraiva de Almeida
13/07/2020 3 Juliana Mello Jennings Ana Paula Vieira dos Santos
Monique Ribeiro Correia/ Esteves
Viviane Saraiva de Almeida
Isabela Dias Ferreira de Melo

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241

Você também pode gostar