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AGÊNCIA TRANSFUSIONAL

COLETA DE SANGUE PARA REALIZAÇÃO DE


TESTES PRÉ TRANSFUSIONAIS

Capão Bonito-SP
2023

1. Introdução
Coleta de sangue venoso é a punção de uma veia com inserção de algum tipo
de dispositivo intravenoso para obterem-se amostras desse sangue para exames
laboratoriais. Nesse caso este sangue coletado será utilizado para testes
imunohematológicos pré-transfusionais obrigatórios para a transfusão de
hemocomponentes.
Para isso necessita-se de profissionais, preparados, capacitados e
extremamente compromissados seguindo os padrões de qualidade e rastreabilidade
de todo o processo, garantindo a segurança e eficácia de cada etapa.
O resultado obtido através do laboratório é consequência da qualidade da
amostra recebida, portanto a COLETA, CONSERVAÇÃO e o TRANSPORTE DO
MATERIAL devem seguir uma padronização.

2. Materiais Utilizados
 EPI´s (máscara, luvas cirúrgica, jalecos de manga longa, touca e
sapatos fechados);
 Pinça;
 Algodão;
 Álcool a 70%;
 Tubo de ensaio com EDTA- tampa roxa;
 Tubo de ensaio sem anticoagulante com gel separador para ativador de
coágulo- tampa amarela;
 Garrote;
 Descarpack;
 Agulha 25x7mm (pacientes geriátricos, pediátricos e com acesso
venoso difícil);
 Agulha 25 x8mm (pacientes com bom acesso venoso);
 Seringa 10mL;
 Estante para tubos;
 Gelox;
 Curativo estéril;
 Caixa térmica para material de coleta;
 Etiquetas de Identificação das amostras;
 Caneta;
 Formulários, fichas e solicitações.

3. Procedimentos

3.1. Coleta de amostra de sangue para as provas pré-transfusionais

 Identificar os tubos no momento da coleta com o nome completo do paciente,


número do prontuário, data da coleta, identificação do coletor;
 Caso a coleta seja executada por cateter, este deve ser irrigado para limpar
qualquer vestígio de soluções previamente administradas. Recomenda-se para
tal a infusão de 5 ml de solução fisiológica e, antes de colher a amostra para
transfusão, desprezar um volume de sangue correspondente ao dobro do
conteúdo da linha intravenosa;
 Não colher amostras de uma linha intravenosa que esteja sendo administradas
soluções;
 As amostras não corretamente identificadas não devem ser aceitas pelo
serviço de hemoterapia (Agência Transfusional);
 As amostras devem ser transportadas de forma segura e em recipiente
apropriado.

3.2. Coleta

 Primeiramente o profissional responsável pelo procedimento de coleta de


sangue do paciente/receptor, deve estar devidamente paramentado com os
EPI’s apropriados para executar o processo;
 Conferir os dados da requisição de procedimento Hemoterápico ver Anexo
II com os dados da ficha do paciente/receptor, ver Anexo III;
 Conferir a prescrição médica;
 Dirigir-se ao quarto do paciente se os dados da requisição do procedimento
Hemoterápico do prontuário de internação e de prescrição médica
estiverem concordantes;
 Identificar-se para o paciente e orientá-lo quanto ao procedimento que irá
ser realizado, se possível: Meu nome é....................... e vim colher amostra
de sangue para a transfusão. Qual é o seu nome completo, por favor ?;
 Caso o paciente esteja impossibilitado de falar, perguntar ao
acompanhante, e na ausência do acompanhante perguntar com a
enfermeira do setor. Também verificar o nome do paciente na pulseira de
identificação, quando o paciente estiver com a mesma;
 Se possível explicar novamente ao paciente o que será realizado e para
que finalidade;
 Acomodar o paciente com o braço apoiado sobre um suporte de coleta, em
posição conveniente, que facilite a punção;
 Preencher corretamente a etiqueta de identificação do tubo de coleta, sem
rasuras e com letra legível, com nome completo do paciente, número do
prontuário, enfermeira e leito, data, hora e rubrica do responsável da coleta;
 Identificar cuidadosamente o campo para a punção venosa;
 Examinar ambos os braços do paciente e verificar qual braço terá a veia
que será puncionada, proceder à antissepsia do local, utilizando algodão
embebido com álcool 70%, realizando movimentos concêntricos e únicos
(de dentro para fora), a partir do ponto de punção, isso para toda a coleta
do material clínico e esperar a secagem em torno de 30 segundos, não
assoprar e nem tocar na região;
 Colocar o garrote na parte superior do braço do paciente e não mais palpar
as veias com os dedos. Se necessário, pedir ao paciente que abra e feche
a mão para facilitar a visualização da veia escolhida;
 O garrote deve estar a 8 cm acima do local da punção e o tempo de
garroteamento é de 1 minuto;
 Não interromper o fluxo arterial;
 Em caso de sujidade de difícil remoção, orientar lavagem no local ou repetir
assepsia até total limpeza cutânea;
 Proceder à punção venosa utilizando seringas de 10 ml e agulhas
descartáveis. Ao término da coleta, retirar delicadamente o garrote e, em
seguida, a agulha, Anexo X. Manter o braço estirado, pressionando o local
da punção com algodão seco de 1 a 2 minutos, não dobrar o braço Anexo
VIII;
 Proceder a hemostasia, comprimindo o local da punção com algodão;
 Verificar o local da punção e continuar a hemostasia se necessário;
 Colocar o curativo se não estiver mais ocorrendo o sangramento;
 Desconectar a agulha da seringa, se necessário utilizar uma pinça para
poder descartar a agulha no Descarpack;
 Etiquetar o tubo de ensaio com as seguintes informações do rótulo em
Anexo I;
 Despejar o sangue coletado, lentamente, pela parede do tubo de coleta 3
ml no tubo com EDTA e 5 ml no tubo de tampa amarela sem anticoagulante
previamente identificado e tampar, este procedimento evita a hemólise da
amostra e coagulação do sangue, depois descartar a seringa no
Descarpack;
 Os fatores que propiciam a hemólise durante a coleta são: tapinhas,
agitação, calor ou frio, garroteamento prolongado, agulhas finas e inserir
agulha da seringa na tampa dos tubos;
 Obter quantidade suficiente de material permitindo assim uma análise
completa e fidedigna;
 Toda amostra deve ser tratada como potencialmente patogênica, atentar
para não contaminar o frasco da coleta e verificar se o mesmo encontra-se
bem vedado;
 Homogeneizar o sangue no interior do tubo de tampa roxa ou tampa
amarela com EDTA para hematologia, invertendo-o suavemente 10x;
 O tubo seco (tampa vermelha) não deverá ser homogeneizado nem
chacoalhado para que não ocorra hemólise da amostra.
 Proceder a uma nova conferência dos dados de identificação dos tubos de
coleta de sangue com a requisição de procedimentos hemoterápicos e o
prontuário de internação do paciente e a ficha do receptor que ficará junto à
bolsa e o paciente Anexo III;
 Em seguida são colocados estes dois tubos na caixa térmica com um
suporte para tubos dentro dela e esta devidamente equipada para controle
de temperatura com um termômetro acoplado em sua estrutura;
 O responsável pela coleta entrega em mãos os tubos com as amostras
para o colaborador da Agência Transfusional juntamente com a ficha e
requisição de procedimento Hemoterápico devidamente preenchidas e sem
rasuras;
 Nos casos de impossibilidade de coleta da amostra de acordo com o
volume necessário executar a coleta de acordo com o volume no tubo
padrão.

3.3. Materiais para coleta

Os materiais de coleta: tubos de acrílico com EDTA e sem


anticoagulante além das fichas e adesivos ficam dentro de pastas
devidamente identificadas em cada postinho da enfermagem e também
para reposição fica dentro da Agência transfusional para controle interno,
evitando com isso desperdícios e margem para erros, pois existe uma
tabela para controle de Lote, validade, entre outros para os materiais
utilizados na transfusão Anexo V, VI e adesivo VII.

ANEXO I

Etiqueta de Identificação das Amostras dos Pacientes em tubo de


acrílico (com EDTA e sem anticoagulante)
ANEXO II

Requisição de Procedimento Hemoterápico (frente)


ANEXO II

Requisição de Procedimento Hemoterápico (verso)


ANEXO III

Ficha de Identificação do Receptor/ Transfusão Sanguínea (frente)


ANEXO III

Ficha de Identificação do Receptor/ Transfusão Sanguínea (verso)


4. Referências Bibliográficas
Manual Transfusional – Hemocentro São José do Rio Preto/SP – Fundação
Faculdade Regional de Medicina. http://www.hemocentroriopreto.com.br/files/Manual
%20Transfusional%203%C2%AA%20Edi%C3%A7%C3%A3o.pdf
Manual de Orientação em Hemoterapia – Santa Casa de Pelotas/SP.
https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sul/he-ufpel/intranet/
documentos-e-manuais/manual-transfusao-2021-santa-casa.pdf
Procedimento Operacional Padrão da Santa Casa de Capão Bonito – POP Nº 18 -
Reação Transfusional e Orientação, 2023.

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