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UNIVERSIDADE FEDERAL

MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

POP N° 100 Data: 10/06/2018


PROCEDIMENTO OPERACIONAL
Revisão N° 02 Data: 13/07/2020
PADRÃO
Área de Aplicação: Centro Obstétrico,
Título: Assistência de Enfermagem na Alojamento Conjunto
administração do Misoprostol e Ocitocina
Responsáveis Nome Cargo:
Elaboração Juliana Melo Jennings Coordenadora de enfermagem do
Alojamento Conjunto
Jaqueline Souza da Silva Coordenadora de enfermagem no Centro
Obstétrico
Revisão Viviane Saraiva de Almeida Assessoria de Planejamento Supervisão e
Isabela Dias Ferreira de Melo Cuidado
Aprovação Ana Paula Vieira dos Santos Esteves Diretora de Enfermagem

1. EXECUTANTE

1.1 Compete ao Enfermeiro e ao Técnico de Enfermagem realizar assistência durante a


administração do Misoprostol e da Ocitocina nos casos de abortamento legal e indução ao
parto.

2. RESULTADOS ESPERADOS

2.1 Diminuir os riscos materno/fetais na administração dos medicamentos.

3. MATERIAL NECESSÁRIO

3.1 Misoprostol ou ocitocina.


3.2 Soro Glicosado a 5% (uso da ocitocina).
3.3 Bomba infusora (uso da ocitocina).
3.4 Luva de procedimento.
3.5 Prontuário.

4. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

4.1 Realizar higienização das mãos (ver POP de Higienização das Mãos).
4.2 Esclarecer a mulher e acompanhante/família sobre o processo de abortamento legal ou indução
do parto.
4.3 Avaliar e assistir à condição emocional da mulher.
4.4 MISOPROSTOL (REALIZADO NO ALOJAMENTO CONJUNTO E CENTRO
OBSTÉTRICO):

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
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4.4.1 Encaminhar à Farmácia cópia da prescrição junto com o receituário de controle especial
específico para o misoprostol.
4.4.2 Confirmar se o maqueiro encaminhou o medicamento ao obstetra.
4.4.3 Realizar orientações para aplicação dos comprimidos via vaginal pela paciente em casos de
abortamento legal.
4.4.4 Orientar a paciente que ela deve ficar 1 hora deitada após o procedimento.
4.4.5 Observar sinais de: sangramento, perda de líquido, contrações dolorosas, perda dos
movimentos fetais (feto vivo). Comunicar o médico para a avaliação.
4.4.6 Registrar os sinais e sintomas observados e relatados pela paciente.
4.4.7 Registrar todas as comunicações do estado da paciente à equipe médica.
4.4.8 Encaminhar a paciente para o Centro Obstétrico, caso esteja no alojamento, após avaliação
médica.
4.4.9 Realizar a assistência de enfermagem ao parto vaginal (ver POP de Preparo de Mesa Cirúrgica para
o Parto Transpélvico) ou no caso da indicação médica para cesariana (ver POP de Preparo de Sala
Cirúrgica para Cesariana), caso a paciente esteja no Centro Obstétrico e após avaliação médica.

4.5 OCITOCINA (REALIZADO SOMENTE NO CENTRO OBSTÉTRICO):


4.5.1 Instalar na bomba infusora conforme a diluição preconizada (ver em Observações).
4.5.2 Observar as contrações uterinas.
4.5.3 Observar possíveis sinais de taquissistolia: dor forte, contrações ininterruptas e/ou em pouco espaço
de tempo, abdômen tenso, agitação da paciente.
4.5.4 Registrar outros sinais e sintomas observados e relatados pela paciente,
4.5.5 Registrar todas as comunicações do estado da paciente à equipe médica
4.5.6 Realizar a assistência de enfermagem ao parto vaginal (ver POP de Preparo de Mesa Cirúrgica para
o Parto Transpélvico) ou no caso da indicação médica para cesariana (ver POP de Preparo de Sala
Cirúrgica para Cesariana)

5. CUIDADOS

5.1 Indicações:
5.1.1 Gestação pós-termo.
5.1.2 Rotura prematura de membranas ovulares.
5.1.3 Síndromes hipertensivas.
5.1.4 Óbito fetal.
5.1.5 Condições médicas maternas: Diabetes mellitus, doença renal, doença pulmonar crônica,
síndrome.
5.1.6 Antifosfolipídio.
5.1.7 Restrição do crescimento fetal.
5.1.8 Corioamnionite.
5.1.9 Malformações fetais incompatíveis com a vida.
5.1.10 Oligodramnia.
5.1.11 Doença Hemolítica Perinatal.
5.1.12 Interrupção legal da gravidez, de acordo com a legislação vigente.

5.2 Contraindicado em caso de comorbidades que contraindiquem o parto ou parto vaginal.


5.3 Não há contraindicação para deambulação, banho ou dieta exceto em casos específicos de outras
comorbidades ou situações clínicas específicas.

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5.4 Os sinais de sangramento, perda de líquido, contrações dolorosas, podem ser sinais de trabalho
de parto.
5.5 No Centro Obstétrico o uso do misoprostol acontecerá na presença de alguma comorbidade. E
no Alojamento Conjunto sem comorbidades da paciente.
5.6 Dose do Misoprostol: em geral de 6/6h, com dose variável, dependendo da idade gestacional e
da condição do concepto (ver Protocolo de Abortamento), iniciada preferencialmente durante o
dia. Após 48h sem evolução satisfatória, considerar como falha do procedimento e de acordo
com a indicação médica, o obstetra poderá utilizar outro método de dilatação de colo uterino. O
uso deste medicamento poderá ser realizado tanto no Centro Obstétrico, quanto no Alojamento
Conjunto.
5.7 Ocitocina:
5.7.1 Utilizar bomba infusora.
5.7.2 Diluição: 5UI de ocitocina em 500ml SG5% (10 mUI/ml)
5.7.3 Velocidade de infusão: 2 mUI/min (12 ml/h)
5.7.4 Aumentar a velocidade em 2 mUI/min (12ml/h) a cada 15 min até atingir padrão contrátil
adequado para a fase do trabalho de parto, até a dose máxima de 40 mUI/min (240 ml/h),
por solicitação médica em prescrição.
5.7.5 Caso a atividade uterina não tenha atingido o padrão desejado em 2 horas de administração
de dose máxima de ocitocina, considerar como falha de indução e de acordo com a
indicação médica, o obstetra poderá optar por outro método de dilatação de colo uterino.
5.7.6 Quando ocorrer taquissistolia, hipertonia uterina e sofrimento fetal, diminuir ou suspender a
perfusão de ocitocina, administrar oxigênio sob cateter nasal, hidratação venosa e mudança
de decúbito da paciente, preferencialmente decúbito lateral esquerdo.
5.7.7 Realizar monitorização eletrônica fetal intraparto (cardiotocografia).

5.8 A resposta uterina à ocitocina depende da idade gestacional. Há aumento gradual na resposta
entre 20 e 30 semanas, seguido por platô entre 34 semanas e o termo.
5.9 Objeção de Consciência: nestes casos é necessário fazer constar em prontuário o texto padrão
para objeção (Ver Anexo 1) e observar rigorosamente o que trata a legislação a respeito do
assunto (Ver Anexo 2).
5.10 Para melhor visualização da rotina de uso de misoprostol, foi construído um fluxograma para
uso deste medicamento (Ver em Anexo 3)

6. REFERÊNCIAS

1. GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Lei nº 6998 de 08 de maio de 2015. Dispõe


sobre o direito à objeção de consciência como escusa ao princípio constitucional insculpido
no artigo 9º, § 1º da constituição estadual. Diário Oficial do estado do Rio de Janeiro. RJ;
2015.
2. BORNIA, R. G; COSTA JUNIOR I. B.; AMIN JUNIOR, J. (Org.). Protocolos assistenciais:
Maternidade Escola: Universidade Federal do Rio de Janeiro: anestesiologia, neonatologia,
obstetrícia. Rio de Janeiro: POD, 2013.

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3. FRANÇA, G. V. Direito Médico. 13ª ed. Rio de Janeiro: Forense; 2016.

7. FIGURAS E ANEXOS

Anexo 1 – Texto padrão para registro de objeção de consciência

Eu ____________________________________________, registro COREN nº _____________,


não participarei do processo terapêutico proposto para a paciente
___________________________, pois alego objeção de consciência respaldado pela Lei nº 6998
de 08 de maio de 2015 que instrui que todo cidadão tem direito à objeção de consciência, com
base no disposto no § 1º do artigo 9º da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, combinado com
o artigo 5º, inciso VIII da Constituição Federal. Neste sentido, afirmo ter objeção de consciência
por__________________________________________(indicar o motivo), entretanto, para
salvaguardar a continuidade da assistência à esta paciente declaro que o profissional de
enfermagem _____________________________________________, COREN __________;
concordou em assumir o caso e seguir o plano de cuidados proposto para a mesma. Rio de Janeiro,
___de__________de 20___. Ass. ______________________________
Carimbo: _________________________________.

Fonte: Maternidade Escola da UFRJ, 2018

Anexo 2 - Lei nº 6998 de 08 de maio de 2015

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO D E C R E T A:


Art. 1º - Todo cidadão tem direito à objeção de consciência, com base no disposto no § 1º do artigo
9º da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, combinado com o artigo 5º, inciso VIII da
Constituição Federal.

Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, considera-se objeção de consciência a possibilidade de recusa por
um indivíduo da prática de um ato que colida com suas convicções filosóficas, éticas, morais, e
religiosas, por imperativo de sua consciência, desde que esta recusa não configure violação a
direitos de outros cidadãos expressos no Artigo 9º da Constituição do Estado do Rio de Janeiro.

Art. 3º - A objeção de consciência pode se dar no campo do exercício profissional, por motivos de
religião, ou por qualquer outro que agrida os princípios e o foro íntimo do indivíduo.

Art. 4º - No exercício da objeção de consciência, além dos argumentos éticos, morais ou religiosos,
poderá ser exigida, do cidadão, a apresentação de histórico que comprove seu envolvimento com a
convicção alegada, a fim de fundamentar sua recusa à prática do ato.

Art. 5º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em 08 de maio de 2015.

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Anexo 3 – Fluxograma para Uso do Misoprostol na Maternidade Escola/UFRJ

Fonte: Maternidade Escola da UFRJ, 2020.

HISTÓRICO DE ALTERAÇÕES
DATA VERSÃO ELABORAÇÃO/REVISÃO APROVAÇÃO
10/06/2018 1 Juliana Melo Jennings Ana Paula Vieira dos Santos
Jaqueline Souza da Silva/ Esteves
Viviane Saraiva de Almeida
13/07/2020 2 Juliana Melo Jennings Ana Paula Vieira dos Santos
Jaqueline Souza da Silva/ Esteves
Viviane Saraiva de Almeida
Isabela Dias Ferreira de Melo

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