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MME - Ministério de Minas e Energia

ANM - Agência Nacional de Mineração


Gerência Regional no Estado do Mato Grosso

A/C: Senhor Gerente Regional


Levi Saliés Filho

Ref.: 48068.866023/2020-83

Assunto: Pedido de emissão de Guia de Utilização - GU

QUARTZBLUE MINERAÇÃO LTDA., vem requerer, a V.Exa., se digne conceder-


lhe Guia de Utilização para extrair e comercializar 10.000 ton/ano de mármore (rocha
ornamental) apresentando, os elementos de instrução e prova em conformidade com a
Portaria nº 155 de 12 de maio de 2016, publicada no DOU de 17 de maio de 2016 e
alteração Resolução nº 37, de 4 de junho de 2020, publicada no DOU de 08 de junho de
2020.

Nestes Termos,
Pede-se Deferimento.

Cachoeiro de Itapemirim/ES, 23 de agosto de 2023.

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QUARTZBLUE MINERAÇÃO LTDA.
Procurador: Renato Quelhas Cardoso
CREA 4569/D-ES

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GUIA DE UTILIZAÇÃO

SUBSTÂNCIA – MÁRMORE

TITULAR: QUARTZBLUE MINERAÇÃO LTDA.


LOCAL: ZONA RURAL
MUNICÍPIO: CÁCERES/MT
ANM: 48068.866023/2020-83

AGOSTO/2023

SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM Rua Costa Pereira, nº 215, Centro - CEP: 29300/090 Cachoeiro de
Itapemirim-ES / PABX: 55 (28) 3522-9266. e-mail:
MEIO AMBIENTE LTDA
semaserv@terra.com.br - CNPJ: 02.522.748/0001-80

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Sumário
I. JUSTIFICATIVA TÉCNICA E ECONÔMICA................................................................................... 5
II. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 8
III. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ........................................................................... 8
III. 1. DIREITOS MINERÁRIOS ...................................................................................................... 8
III. 2. EMPRESA RESPONSÁVEL.................................................................................................. 8
III. 3. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO ................................................................................... 9
III. 4. HISTÓRICO DO DIREITO MINERÁRIO ............................................................................. 10
III. 5. CARACTERÍSTICAS DO MINÉRIO .................................................................................... 11
III.6. GEOLOGIA LOCAL .............................................................................................................. 12
IV. LAVRA ......................................................................................................................................... 14
IV. 1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA................................................................................................... 14
IV. 2. MÉTODO DE LAVRA .......................................................................................................... 15
IV. 3. PARÂMETROS DO PROJETO ........................................................................................... 16
IV. 3.1. OPERAÇÕES DE DECAPEAMENTO ......................................................................... 16
IV. 3.2. OPERAÇÕES DE CARREGAMENTO E TRANSPORTE ........................................... 16
IV. 4. OPERAÇÕES DE LAVRA ................................................................................................... 17
IV. 5. SISTEMA DE DISPOSIÇÃO DE MATERIAIS ..................................................................... 17
IV. 6. QUANTIDADE DA SUBSTÂNCIA MINERAL A SER EXTRAÍDA E PRAZO PLEITEADO
PARA GUIA................................................................................................................................... 18
IV. 7. EQUIPAMENTOS DISPONÍVEIS PARA A LAVRA ............................................................ 18
IV.7.1 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS EQUIPAMENTOS PESADOS ........................... 18
IV.7.1.1 CAMINHÃO MERCEDES BENZ ................................................................................. 18
IV.7.1.2. ESCAVADEIRA .......................................................................................................... 18
IV.7.1.3. PÁ CARREGADEIRA ................................................................................................. 19
IV.7.1.4. GRUPO GERADOR ................................................................................................... 19
IV.7.1.5. PERFURATRIZES MANUAIS .................................................................................... 19
IV.7.1.6. MÁQUINA DE FIO DIAMANTADO ............................................................................ 19
IV. 8. MÃO-DE-OBRA ................................................................................................................... 20
IV. 9. INSUMOS ............................................................................................................................ 20
IV.10. CONSTRUÇÕES CIVIS ..................................................................................................... 20
V. VIABILIDADE ECONÔMICA DO EMPREENDIMENTO ............................................................. 21
V.1. INVESTIMENTO INICIAL ...................................................................................................... 21
V.2. DEPRECIAÇÃO..................................................................................................................... 22
V.3. AMORTIZAÇÃO .................................................................................................................... 23
V.4 CUSTOS OPERACIONAIS .................................................................................................... 23
V.5. CUSTOS FIXOS .................................................................................................................... 23
V.6. CUSTOS VARIÁVEIS ............................................................................................................ 24
V.7. CUSTO TOTAL........................................................................................................................ 24
V.8. LUCRO MÉDIO........................................................................................................................ 24
V.9. PREVISÃO DE CÁLCULOS PARA RECOLHIMENTO DA CFEM.............................................. 25
VI. BENEFICIAMENTO ..................................................................................................................... 25
VII. FLUXO DE CAIXA ...................................................................................................................... 26
VIII. MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL E REABILITAÇÃO DA ÁREA MINERADA ........... 29
IX. SISTEMA DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA DO TRABALHO E SAÚDE DO TRABALHADOR
........................................................................................................................................................... 38
IX.1.USO DE EPI’S ....................................................................................................................... 38
IX.2. SISTEMA DE PROTEÇÃO NO CONTROLE DE RUÍDOS .................................................. 40
IX.3. SISTEMA DE PROTEÇÃO NO CONTROLE DE VIBRAÇÕES ........................................... 40
IX.4. SEGURANÇA NO DESMONTE DE ROCHAS .................................................................... 40
IX.5. PERFURAÇÃO ..................................................................................................................... 40
X. SINALIZAÇÃO NA LAVRA .......................................................................................................... 41
XI. PLANO DE RESGATE E SALVAMENTO .................................................................................. 45
XII. FOTOGRAFIAS E IMAGENS, DEMONSTRANDO A SITUAÇÃO ATUAL DA ÁREA E SEU
ENTORNO......................................................................................................................................... 49
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XIII. SITUAÇÃO ATUAL DA ÁREA.................................................................................................. 50
XIV. PROJETO DA INFRAESTRUTURA MINERÁRIA SOBREPOSTO AO CONTEXTO ATUAL
DA ÁREA .......................................................................................................................................... 52
XV. PROJETO CONCEITUAL DE DESCOMISSIONAMENTO DAS ESTRUTURAS CIVIS E DE
ESTABILIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DAS ESTRUTURAS REMANESCENTES ........................ 52
XVI. AÇÕES DE REABILITAÇÃO DA ÁREA JÁ EXECUTADAS .................................................. 55
XVII. PRINCIPAIS AÇÕES DE MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO PLANEJADA NA ÁREA 56
XVII.1. REMOÇÃO E ESTOCAGEM DO CAPEAMENTO DO SOLO ..................................... 57
XVII.2. OBRAS DE ENGENHARIA NA RECUPERAÇÃO ....................................................... 57
XVII.3. MANEJO DE SOLO ORGÂNICO ................................................................................. 59
XVII.4. SISTEMA DE DRENAGEM E CONTENÇÃO DE SEDIMENTOS................................ 62
XVII.5. AÇÕES PROGRAMADAS À RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS .............. 63
XVIII. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DO PFM .................................................................. 67
XVIII.1. ESTRATÉGIA DE FECHAMENTO .................................................................................. 68
XVIII. PLANO DE RECUPERAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA / PIT FINAL ................................ 69
XIX. VIDA ÚTIL DO EMPREENDIMENTO MINEIRO....................................................................... 69
XX. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 70

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I. JUSTIFICATIVA TÉCNICA E ECONÔMICA

Tendo em vista que os trabalhos de pesquisa estão em andamento na área onde


encontra-se a poligonal referente ao processo ANM 48068.866023/2020-83, a substância
mineral em pesquisa é o mármore a ser utilizado como rocha ornamental, este projeto visa
requerer a guia de utilização com a finalidade principal de fazer a extração da substância
mineral para análise e ensaios industriais antes da outorga da concessão de lavra, visando
conhecer melhor o material que está em fase de pesquisa considerando o respectivo alvará
número 6679 publicado em 25/08/2022.

A empresa Quartzblue Mineração Ltda. solicita a esta Gerência Regional a Guia de


Utilização tendo como objetivos, dimensionar a lavra de mármore de acordo com a
aplicabilidade de um eficiente método de lavra, capaz de proporcionar a explotação da
substância considerada, com viabilidade técnica e econômica apresentando resumo da
metodologia de lavra a ser aplicada, associada às técnicas disponíveis para a implantação
e desenvolvimento destes trabalhos, cujo produto final é a produção dos materiais na forma
de blocos garantindo a oferta do produto no mercado da construção civil.

A Guia de Utilização com a finalidade principal de atestar se a substância mineral


mármore admite aproveitamento econômico e se o custo de lavra permite a remuneração
desejada para o capital a investir, visando conhecer melhor o material, na extração será
utilizada a tecnologia da máquina de fio diamantado e posterior individualização de blocos
de acordo com as dimensões exigidas pelo mercado. Este método emprega operações
simples e de fácil aplicação, exigindo equipamentos de grande utilização em minerações
deste porte, e sendo ainda mais econômico e com maior produção.

A empresa tem consciência da importância do dimensionamento de uma lavra de


rocha ornamental, e visa dimensioná-la de acordo com a aplicabilidade de um eficiente
método de lavra promovendo o desenvolvimento da mineração de acordo com os objetivos
do Plano Nacional de Mineração – 2030.

A mineradora dará oportunidade de trabalho direto para aqueles que atuarem no


local da extração e indireto para outros ramos da economia municipal. Abrindo um leque de
oportunidade ocupacional, o empreendimento mineiro estará favorecendo o aspecto social
das famílias envolvidas. Na realidade brasileira e regional atual, toda iniciativa é um desafio,
mas acreditamos que nosso empreendimento se desenvolverá gradualmente na região sem
perder de vista a preservação e o compromisso com o meio ambiente.

Acreditamos na potencialidade da região e sem planos fantasiosos, mas


enfrentando a realidade local e regional. Este projeto encontra-se na zona rural, município
de Cáceres. Pretende-se manter o empreendimento de forma planejada e executada em
suas diferentes etapas sobre a supervisão dos órgãos competentes e em cumprimento às
leis em vigor, contribuindo assim com uma parcela para o desenvolvimento econômico e
social do nosso território estadual.
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A empresa busca aferir a viabilidade econômica do mármore presente na área
expondo o material em feiras do setor e na pauta de exportação brasileira visando a
conquista do competitivo mercado internacional, assim, contribuindo significativamente com
o setor de rochas para o superávit da balança comercial.

Esta pretendida viabilidade somente será obtida mediante conhecimento mais


amplo e detalhado da rocha que se quer trabalhar. Assim, torna-se necessário observar o
comportamento da rocha, como o surgimento de defeitos naturais nos blocos e a frequência
de sua ocorrência, tais como fraturas, veios e concentrações mineralógicas indesejáveis,
e, também, se o custo de lavra permite a remuneração desejada para o capital a investir,
considerando-se a recuperação que se poderá obter.

Uma vez levantados os custos operacionais diretos e conhecidos os custos


financeiros pela inversão de capital para aquisição de máquinas e equipamentos, o
minerador poderá avaliar qual a melhor alternativa que se lhe apresenta, ou seja, adquirir
estas máquinas e equipamentos ou empreitar a lavra a terceiros.

A empresa busca uma estrutura para atividade de extração contínua contribuindo


para o reaquecimento da economia.

E por fim, almeja-se fazer a comercialização da substância, a critério da Portaria


155/2016 de acordo com as políticas públicas, antes da outorga da concessão de lavra, a
fim de analisar os custos com a lavra propriamente dita e a expectativa do mercado em
relação ao material, aferir investimentos com base nos setores da Balança Comercial
Brasileira, e disponibilidade de produto para uso na construção civil na extração de
substância necessária ao desenvolvimento local e regional.

São estas razões que leva a mineradora a solicitar esta guia de utilização.

HENRIQUE AZEVEDO Assinado de forma digital por HENRIQUE


AZEVEDO GUIDI:14663701736
GUIDI:14663701736 Dados: 2023.08.30 16:13:42 -03'00'
____________________________________
ENG.º DE MINAS – Henrique Azevedo Guidi
CREA 3000146101BA
RNP N° 0818240938

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Projeto Técnico – Guia de Utilização

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II. INTRODUÇÃO

O presente Projeto Técnico destina-se à obtenção de uma Guia de Utilização,


atendendo a Portaria nº. 155, que estabelece as condições para extração de substância
mineral antes da outorga da Portaria de Lavra.

O processo encontra-se atualmente em fase de autorização de pesquisa. O material


está sendo pesquisado e a presente Guia visa avaliar as características físico-químicas e a
viabilidade econômica da substância mármore através da produção continuada a fim de
analisar sua viabilidade técnico-econômica diante do reaquecimento do mercado e novos
contratos realizados a fim de verificar a sua aceitação.

III. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

III. 1. DIREITOS MINERÁRIOS

Processo: 48068.866023/2020-83
Alvará de Pesquisa: nº 6679/ Data de Publicação 25/08/2022
Situação atual: Autorização de pesquisa
Titular do Processo: Quartzblue Mineração Ltda.
Localização: Zona Rural
Município: Cáceres/MT
Substância mineral: mármore (uso revestimento)

III. 2. EMPRESA RESPONSÁVEL

Nome/Razão social: Quartzblue Mineração Ltda


CPF/CNPJ: 01.161.547/0001-31
Nome do responsável: Marcos Vieira Secchin
Endereço completo da empresa: Localidade de Santana, s/n, Distrito de Jaciguá,
Vargem Alta
CEP 29.295-000
Vargem Alta/ES
Endereço para Correspondência: Rua Costa Pereira, 215, centro
Cachoeiro de Itapemirim - Espírito Santo, CEP:
29.300-090

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III. 3. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO

O município de Cáceres situa-se na mesorregião centro-sul e na microrregião Alto


Pantanal, sudoeste do estado de Mato Grosso, região denominada Pantanal do Corixo
Grande. Dista aproximadamente à 80 km da sede do município e a 10 km do território
boliviano e a 292 km da capital Cuiabá.

Para atingir a área de interesse parte-se de Cáceres pela rodovia estadual MT-343
seguindo por 20,9 km na rodovia, onde toma-se um acesso na estrada de chão batido a
direita percorrendo por mais 9,5 km já encontrando a área de interesse.

Imagem Google Earth- Acesso de Cáceres à área de interesse 48068.866023/2020-83

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III. 4. HISTÓRICO DO DIREITO MINERÁRIO

A área para a qual se pretende obter Guia de Utilização pertence ao processo ANM
48068.866023/2020-83:

Descrição Data
264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH EFETUADO 27/01/2023
209 - AUT PESQ/INICIO DE PESQUISA COMUNICADO 13/09/2022
322 - AUT PESQ/ALVARÁ DE PESQUISA 02 ANOS PUBL 25/08/2022
143 - REQ PESQ/ASSENTIMENTO CDN AUTORIZADO 23/05/2022
135 - REQ PESQ/CUMPRIMENTO EXIGÊNCIA PROTOCOLI 10/02/2022
131 - REQ PESQ/EXIGÊNCIA PUBLICADA 16/12/2021
135 - REQ PESQ/CUMPRIMENTO EXIGÊNCIA PROTOCOLI 11/11/2021
131 - REQ PESQ/EXIGÊNCIA PUBLICADA 17/08/2021
110 - REQ PESQ/ASSENTIMENTO CDN SOLICITADO 29/01/2020
100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO PESQUISA PROTOCOLIZADO 20/01/2020

ÁREA (HA): 958,39 DATUM: SIRGAS2000


COTA MÍNIMA (M): 0 COTA MÁXIMA (M): 0

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LATITUDE DO PONTO -15°58'00''552 LONGITUDE DO -57°30'26''064
DE AMARRAÇÃO: PONTO DE
AMARRAÇÃO:
DESCRIÇÃO DO PONTO PONTO DE COMPRIMENTO DO 0,00
DE AMARRAÇÃO: AMARRAÇÃO VETOR DE
AMARRAÇÃO (M):
ÂNGULO DO VETOR DE 00°00'00''000 RUMO DO VETOR DE N
AMARRAÇÃO: AMARRAÇÃO:
VÉRTICES: Latitude Longitude
-15°58'00''552 -57°30'26''064
-15°59'01''536 -57°30'26''064
-15°59'01''536 -57°29'36''096
-15°58'22''404 -57°29'36''096
-15°58'22''404 -57°27'23''184
-15°57'13''248 -57°27'23''184
-15°57'13''248 -57°28'59''016
-15°58'00''552 -57°28'59''016
-15°58'00''552 -57°30'26''064

III. 5. CARACTERÍSTICAS DO MINÉRIO

A área mapeada com superfície total de 958,39 ha está localizada na zona rural do
município de Cáceres onde foram descritas as rochas de mármore de coloração bege a
esbranquiçado, composto basicamente por dolomita, nota-se que essas rochas ocorrem
intercaladas com outras rochas carbonáticas da formação geológica que sobrepõe a região
em pesquisa.

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Foto - Detalhe do afloramento alvo do pedido de guia de utilização.

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Foto – detalhe da amostra de testemunho de sondagem retirado no afloramento de interesse
do pedido de guia de utilização, nota-se aspecto silicificado no rochoso com predominância de
minerais de dolomita.

III.6. GEOLOGIA LOCAL

A área de interesse está inserida na Formação do Grupo Alto Paraguai, sendo


composta por rochas que datam do Pré-Cambriano Superior até os sedimentos recentes
do Quaternário.

A sequência basal da formação Araras é composta principalmente por calcários com


intercalações subordinadas de siltitos e margas marrom-arroxeados, coloração cinza clara
a esverdeada. No sentido do topo da formação, gradam a calcários dolomíticos e estes a
dolomíticos, com características similares às dos calcários e deles se distinguem por
apresentarem uma discreta efervescência ao ácido clorídrico, a frio. Para o topo, os
dolomitos tornam-se mais esbranquiçados e silicificados, assumindo o aspecto de chert.
Quando alterados tem aparência caulínica, e estrutura “cavernosa” ou “porosa” (Membro
Superior da Formação Araras), Radambrasil (1982).

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Imagem: esboço geológico local do processo de interesse 48068.866023/2020-83

Segundo Almeida (1984), o cinturão de dobramentos Paraguai-Araguaia ocorre, na


região do município de Cáceres–MT, representada pelas 03 zonas estruturais designada
por ALVARENGA e TROMPETTE (1993): Zona Interna, representada pelo Grupo Cuiabá;
Zona externa, correspondente a Província Serrana representada por toda sequência do
Grupo Alto Paraguai, com suas rochas intensamente dobradas e falhadas; e, Cobertura
Sedimentar de Plataforma.

No âmbito desta designação e de ocorrência local, a Cobertura Sedimentar de


Plataforma está representada pelas Formações Araras e Raizama, menos deformadas que
a sequência externa.

As rochas do Grupo Alto Paraguai expõem uma simétrica sucessão de dobras em


anticlinais e sinclinais por terem sofrido dobramentos e falhamentos. Esta movimentação
provocou o desenvolvimento das braquianticiclinais e braquissinclinais acompanhadas de
falhamentos inversos e deslocamentos horizontais resultantes de esforços compressivos
que atuaram de SE para NO.

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IV. LAVRA

IV. 1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

A empresa pretende extrair blocos em três frentes de lavra que poderão ser
identificadas em planta (anexa) onde se identifica pelas coordenadas (SIRGAS 2000):
Coordenada UTM ponto central lavra:
Lavra 1 - 449965 E / 8235227 N
Lavra 2 - 449794 E / 8234974 N
Lavra 3 - 449756 E / 8234598 N

Imagem Google Earth: Vista dos pontos centrais de lavra de mármore

MEMORIAL DESCRITIVO: ÁREA DE LAVRA 33,35 ha


VÉRTICE COORD UTM X(E): COORD UTM Y(N):
V1 449566 8234724
V2 449641 8234501
V3 449804 8234504
V4 450002 8234637
V5 450053 8234988
V6 450170 8235309
V7 449868 8235472
V8 449738 8235175
V9 449690 8234974
V1 449597 8234804
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As pesquisas na área ainda estão sendo realizadas para que se execute a cubagem
de reservas. Na área de interesse tem exposição de um extenso rochoso de mármore na
área útil de lavra, com uma estimativa de reserva de 3.228.400 m³ (considerando uma
massa específica de 2,6 g/cm³ = 8.393.840 ton), considera-se uma perda de 50%, temos
uma vida útil aproximada de 839 anos.

IV. 2. MÉTODO DE LAVRA

A empresa pretende extrair blocos retangularizados de mármore com auxílio da


máquina de fio diamantado.

O método de lavra é classificado como a céu aberto e caracterizado por ser semi-
mecanizado. O desmonte consiste em separar o rochoso com determinado volume
(designado como prancha), obtido mediante corte em um plano horizontal e dois verticais
pelo uso de fio diamantado para que sejam formados os blocos.

O processo de corte da rocha inicia-se com a passagem do fio diamantado pelos


furos. Depois o fio é esticado e a máquina é ligada provocando o atrito das pérolas
diamantadas com a rocha, realizando assim o corte.

Com a realização do corte são definidas três superfícies, a saber: duas verticais e
uma horizontal (levante) e assim sucessivamente.

➢ Furação – Fundo de furo (DTH): São furos coplanares comunicantes utilizados


para inserção do fio diamantado para obtenção dos blocos primários e secundários,
normalmente com diâmetro de 3 polegadas.

Em geral, os furos na operação do corte de levante são sub-horizontais com “grade”


positivo de 1,5% e os cortes laterais predominantemente verticais. Para realização dos
cortes verticais ou laterais é necessário que se façam dois furos: um vertical e outro
horizontal, comunicantes entre si de modo a constituir uma parte do perímetro de corte.

➢ Corte da rocha com fio - O fio diamantado é então introduzido nestes furos
passando também pelo volante principal da máquina, efetuando-se, em seguida, seu
fechamento no circuito. A máquina é posicionada na extremidade do trilho na frente da
lavra, próxima ao pé da bancada, observando-se que a saída e entrada do fio no gorne da
polia motriz devem situar-se no mesmo plano horizontal de corte de levante.

Nos cortes verticais ou laterais a máquina pode situar-se no topo do afloramento,


observando-se, entretanto, a horizontalidade dos trilhos. O desenvolvimento dos cortes com
fio diamantado iniciará com a marcação e nivelamento dos mesmos, executando-se os
furos de passagem de fio utilizando martelo de fundo furo, com velocidade nominal de
penetração de 18 m/h. Os cortes com fio diamantado serão realizados por 01 (uma)
máquina, com capacidade nominal de corte de 1,2 m2/h, velocidade variável, sistema de
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avanço automático/manual e potência de 40 HP.

A velocidade periférica do início de corte deve ser variável entre 17 a 19 m/h e a


velocidade de trabalho deverá ser variável entre 24 a 26 m/h. O consumo de água será
entorno de 1.200 l/h, sendo o abastecimento do sistema executado através de caminhão
pipa, com capacidade de 7.000 litros. O fio diamantado utilizado será plastificado de 42
pérolas por metro. Inicialmente executa-se o corte frontal do monobloco, utilizando-se
roldanas no fundo dos furos guia, posteriormente executa-se o corte da base e finalmente
a liberação das laterais. A máquina de fio diamantado será alimentada por um gerador com
capacidade nominal de 170 KVA.

IV. 3. PARÂMETROS DO PROJETO

Programação de trabalho:
Dias trabalhados 23 dias/mês
Turnos programados 01 turno/dia
Horas trabalhadas 09 horas/turno

IV. 3.1. OPERAÇÕES DE DECAPEAMENTO

O decapeamento será realizado com a retirada do solo nas porções entorno do


rochoso parcialmente recobertos, para expor o minério próximo da superfície. Remove-se
somente o volume necessário, dentro de um plano de desenvolvimento da lavra verificando
as considerações econômicas. A cobertura do solo fértil será removida e estocada em pilha
para posterior utilização nos trabalhos de recuperação da área degradada.

Esse decapeamento é realizado conforme o avanço da frente de lavra, favorecendo


um menor desembolso de capital e, eventualmente, possibilitando menor impacto ambiental
e melhor adequação dos serviços.

IV. 3.2. OPERAÇÕES DE CARREGAMENTO E TRANSPORTE

A lavra de rocha ornamental não necessita destes serviços em suas operações


coordenadas. Somente se faz necessário o uso de carregamento e transporte quando o
capeamento ou o estéril apresentam volumes elevados e destinados ao depósito distante
da frente de lavra. Comumente, só se verifica o carregamento de blocos – produtos finais
da lavra – para as unidades fabris.

O carregamento do produto final da lavra – blocos em dimensões compatíveis com


aquelas desejadas pelas indústrias beneficiadoras – será feito por meio do equipamento
“pau-de-carga” e guindar dotado de guincho capaz de içar cargas de até 40 toneladas.

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IV. 4. OPERAÇÕES DE LAVRA

As operações de lavra serão constituídas conforme listadas a seguir:


• Limpeza em volta da área;
• Corte vertical e horizontal para formar blocos;
• Carregamento da rocha;
• Transporte.

A relação estéril/minério para o material é da ordem de 50/50, ou seja, considerando


50% de estéril e 50% minério para aproveitamento durante a lavra.

IV. 5. SISTEMA DE DISPOSIÇÃO DE MATERIAIS

O depósito de estéril será locado próximo à frente de lavra e constituído por um


volume proveniente de estéril da lavra que será disposto em camada única, utilizando-se
de uma área a jusante da frente de lavra. Face à única camada estabelecida, o ângulo de
talude para o depósito, comumente adotado como 32º, será aquele em que o próprio
material naturalmente se encontrará em repouso após lançamento.

Mesmo que tenha pequenas proporções, nesta fase, o depósito será


adequadamente preparado para que possa receber novas camadas, após confirmação da
qualidade e viabilidade econômica de uma lavra a plena produção. Assim, para que possa
ser alteado de forma que sua estabilidade esteja assegurada, este depósito será construído
obedecendo-se aos seguintes critérios:

• O terreno em que será locado será previamente preparado, sendo retirada a camada
de solo superficial que contenha matérias orgânicas, de forma a se evitar formação de
planos de fraqueza do futuro depósito. A matéria orgânica mencionada será
convenientemente depositada em local escolhido, para que possa futuramente ser usada
para implantação de vegetação no talude do depósito ou de outra área durante o processo
de recuperação de área degradada.
• Inclinação da superfície do depósito em 3% em direção ao pé da encosta em que
for formado e 1 % para as laterais, de forma a conduzir as águas para as drenagens
naturais.
• Redução do tamanho dos matacões e blocos rejeitados, de forma a facilitar a
conformação do depósito.

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IV. 6. QUANTIDADE DA SUBSTÂNCIA MINERAL A SER EXTRAÍDA E PRAZO
PLEITEADO PARA GUIA

Solicitação de Guia de Utilização para 10.000 toneladas de mármore, usado para


rocha ornamental (revestimento).

O prazo pleiteado na Guia será de 3 (três) anos ou prazo correspondente a licença


ambiental a ser emitida Órgão Ambiental.

IV. 7. EQUIPAMENTOS DISPONÍVEIS PARA A LAVRA

Para a lavra em questão e o nível de produção requerida, pretende-se dispor os


seguintes equipamentos:

EQUIPAMENTO QUANT. ATIVIDADE


Escavadeira 01 Decapeamento e conservação das vias de acesso
Compressor 01 Fornecimento de ar comprimido
Caminhão 01 Trabalhos diversos na mina
Pá Carregadeira 01 Limpeza, desenvolvimento da lavra e arrasto de
blocos
Máquina de Fio Diamantado 01 Isolamento da rocha
Perfuratriz Manual 04 Perfuração da rocha

IV.7.1 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS EQUIPAMENTOS PESADOS

IV.7.1.1 CAMINHÃO MERCEDES BENZ

• Caminhão Mercedes Benz 1519


• Círculo externo de viagem - 16,7 m
• Freio hidráulico
• Carga útil - 16,25 toneladas
• Pneus 9,00 x 20 PR 14
• Direção hidráulica
• Motor pop. 130 cv
• Cilindros 6 unid.
• Capacidade de tanque - 140 litros
• Combustível - óleo diesel

IV.7.1.2. ESCAVADEIRA

• Marca: Volvo 210B


• Modelo: VCEC210BV00040745
• Capacidade: 0,48 a 1,27 m³

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IV.7.1.3. PÁ CARREGADEIRA

• Modelo: CAT 966


• Potência: 170 C.V.
• Capacidade da rasa: 2,68 m3
• Peso de Operação: 17.375 kg
• Altura máxima de despejo: 3.00 m - 45º

IV.7.1.4. GRUPO GERADOR

• Modelo: Stemac

IV.7.1.5. PERFURATRIZES MANUAIS

• Modelo: Atlas Copco RH- 658 - 4L


• Peso: 23,5 kg
• Diâmetro do pistão: 65 mm
• Frequência impactos/min. - 2.200
• Limpeza: a ar
• Consumo de ar: 79 pcm

IV.7.1.6. MÁQUINA DE FIO DIAMANTADO

• Modelo: Rochaz RI-5.000


• Motor Principal 50 cv 380 v
• Inversor de velocidade: 0 a 40m/s no fio
• Acionamento do motor principal através de inversor de frequência
• Comando operacional à distância/ Volante principal de 850 mm
• Alinhamento e giro de 360° elétricos através de botoeira

Os equipamentos previstos foram dimensionados para operações em uma única


frente, para mais de uma frente basta reproduzir a atividade da frente dimensionada.

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IV. 8. MÃO-DE-OBRA

Para o desenvolvimento da frente de lavra, estarão disponíveis os seguintes


profissionais contratados:
Encargos Sociais (R$)
Cargo / Sal. Unit. Sal. Total
Qtd. FGTS P. + RAT. Férias 13º sál.
Função R$ R$ INSS (R$)
(R$) (R$) (R$) (R$)
Eng. Minas * 1 7.200,00 7.200,00 - - - - -
Encar.
1 3.600,00 3.600,00 964,8 288 1.324,80 4.800,00 3.600,00
pedreira
Assist.
1 2.400,00 2.400,00 480 192 - 3.200,00 2.400,00
Administ.
Aux Serv.
1 3.000,00 3.000,00 600 240 - 4.000,00 3.000,00
Gerais
Ajud.
1 3.000,00 3.000,00 804 240 1104 4.000,00 3.000,00
produção
Fiorista 1 3.000,00 3.000,00 804 240 1104 4.000,00 3.000,00
Ajud. Fiorista 1 2.400,00 2.400,00 643,2 192 883,2 3.200,00 2.400,00
Op.
1 3.000,00 3.000,00 804 240 1104 4.000,00 3.000,00
martelete
Mecânico 1 3.600,00 3.600,00 964,8 288 1324,8 4.800,00 3.600,00
Vigia 1 1.200,00 1.200,00 321,6 96 441,6 1.600,00 1.200,00
Op. Máquina 2 3.000,00 6.000,00 1608 480 2.208,00 8.000,00 6.000,00
Motorista
2 2.400,00 4.800,00 1286,4 384 1766,4 6.400,00 4.800,00
caminhão
Téc.
1 3.000,00 3.000,00 804 240 1104 4.000,00 3.000,00
segurança
Total 15 40.800,00 46.200,00 10.084,80 3.120,00 12.364,80 52.000,00 39.000,00
*Contratado como Responsável Técnico da lavra
1) Encargos sociais: INSS de 20% para os funcionários do escritório e de 26,8% para os funcionários da pedreira.
Periculosidade de 30% e RAT de 6,8 % para os funcionários da pedreira. Férias de 1/3 sobre o salário. FGTS
8%.
IV. 9. INSUMOS

São característicos e necessários os seguintes insumos para execução da lavra:


• Óleo diesel;
• Fio diamantado;
• Graxas e lubrificantes.

IV.10. CONSTRUÇÕES CIVIS

Para um melhor apoio às atividades de lavra, foram dimensionadas as seguintes


obras civis:
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• Construção de um almoxarifado para estoque de material;
• Construção de um pequeno refeitório e instalações sanitárias para os trabalhadores;
• Construção de um galpão para funcionamento de oficina mecânica de manutenção
em alvenaria.

V. VIABILIDADE ECONÔMICA DO EMPREENDIMENTO

V.1. INVESTIMENTO INICIAL

São os seguintes os equipamentos necessários à montagem da mina:


Quantidade Especificação Custo unitário(R$) Custo total (R$)
1 Grupo gerador R$ 92.130,00 R$ 92.130,00
1 Compressor R$ 180.000,00 R$ 180.000,00
1 Escavadeira R$ 1.030.000,00 R$ 1.030.000,00
1 Pá Carregadeira R$ 580.000,00 R$ 580.000,00
1 Afiador de brocas R$ 7.600,00 R$ 7.600,00
1 Perfuratriz manual R$ 6.000,00 R$ 6.000,00
1 Bomba d’água R$ 2.690,00 R$ 2.690,00
1 Máquina de fio diamantado R$ 160.000,00 R$ 160.000,00
400 Mangueira ¾” 300 Lb R$ 70,00 R$ 28.000,00
Vários Ferramental leve * R$ 14.500,00 R$ 14.500,00
1 Pau de carga R$ 25.000,00 R$ 25.000,00
Veículo de apoio (pick-up
1 R$ 105.000,00 R$ 105.000,00
Toyota)
1 Jogos de brocas integrais R$ 21.690,00 R$ 21.690,00
1 Construções R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
1 Caminhão basculante R$ 100.000,00 R$ 100.000,00
1 Martelo Fundo-Furo R$ 36.200,00 R$ 36.200,00
1 Caminhão Pipa R$ 190.000,00 R$ 190.000,00
TOTAL R$ 2.593.810,00
* Ferramental leve (cabos de aço, lubrificantes de linha, rodas de manobra, ferramentas diversas,
e etc...)

O quadro a seguir apresenta o investimento para EPI’s a ser adotado pela empresa.
Esses equipamentos, assim como seus respectivos usos serão abordados no item inerente
à segurança no trabalho.

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Preço Preço Deprec.
Equipamento Fabricante Qtde. Meses
unit.(R$) tot.(R$) Men.(R$)
Abafador de
AGENA 15 25,90 388,50 03 129,50
ruído
Botina de PVC PROTESEG 15 26,90 403,50 03 134,50
Capacete DURÁVEL 15 17,90 268,50 03 89,50
Luva de PVC MAQUESEG 08 15.90 127,20 03 42,40
Máscara contra
TOP A-2 08 32,50 240,00 03 80,00

Óculos LEDAM 15 15,90 238,50 03 79,50
TOTAL 1.666,20 555,40

V.2. DEPRECIAÇÃO

V. Rcs(5%) Dep.Mensal
Equipamento Qtde Inv. Inicial (R$) Anos
(R$) (R$)
Grupo gerador 1 R$ 92.130,00 R$ 4.606,50 5 R$ 1.458,73
Compressor 1 R$ 180.000,00 R$ 9.000,00 5 R$ 2.850,00
Escavadeira 1 R$ 1.030.000,00 R$ 51.500,00 10 R$ 8.154,17
Pá Carregadeira 1 R$ 580.000,00 R$ 29.000,00 10 R$ 4.591,67
Afiador de Brocas 1 R$ 7.600,00 R$ 380,00 5 R$ 120,33
Perfuratriz Manual 1 R$ 6.000,00 R$ 300,00 5 R$ 95,00
Bomba d’água 1 R$ 2.690,00 R$ 134,50 1 R$ 212,96
Maq. de Fio
1 R$ 160.000,00 R$ 8.000,00 10 R$ 1.266,67
Diamantado
Mangueira 300 Lb 400m R$ 28.000,00 R$ 1.400,00 2 R$ 1.108,33
Ferramental 1 R$ 14.500,00 R$ 725,00 5 R$ 229,58
Pau de carga 1 R$ 25.000,00 R$ 1.250,00 10 R$ 197,92
Veículo de apoio
1 R$ 105.000,00 R$ 5.250,00 1 R$ 8.312,50
(pick-up Toyota)
Jogos de brocas
1 R$ 21.690,00 R$ 1.084,50 0,2 R$ 8.585,63
integrais
Caminhão
1 R$ 100.000,00 R$ 5.000,00 5 R$ 1.583,33
basculante
Martelo Fundo-
1 R$ 36.200,00 R$ 1.810,00 5 R$ 573,17
Furo
Caminhão Pipa 1 R$ 190.000,00 R$ 9.500,00 10 R$ 1.504,17
SUB TOTAL R$ 2.578.810,00 R$ 128.940,50 -- R$ 40.844,14

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V.3. AMORTIZAÇÃO

ESPECIALIDADE QTDE INV. INICIAL V.RES TEMPO (ANOS) DEP. MENSAL


(5%)
Construção Civil 01 R$ 15.000,00 R$ 750,00 10 R$ 118,75

V.4 CUSTOS OPERACIONAIS

Os custos operacionais de lavra são todos aqueles envolvidos nas operações do


dia-a-dia da mina, quais sejam os custos de decapeamento, custos da lavra propriamente
dita e administração que indiretamente, envolve depreciação dos equipamentos, mão-de-
obra, transporte, estocagem, encargos sociais e amortização entre outros.

• Período de 01 (um) ano com 276 dias úteis


• Período de 01 (um) mês com 23 dias úteis

A mina em questão será de pequeno porte.

Para o levantamento de custos de lavra será considerada uma produção anual


líquida de 5.000 toneladas, levando-se em conta uma recuperação de 50%, tem-se uma
capacidade de produção mensal líquida da mina de 555 ton/mês.

CUSTOS OPERACIONAIS
Custo de limpeza/decapeamento R$ 33.810,00
Custo de carregamento e transporte R$ 9.226,25
Custo com fio diamantado R$ 46.000,00
Custo com estéril R$ 21.131,25
Custo com manutenção R$ 13.728,66
Custo com royalties R$ 15.000,00
Custo com terceiros R$ 10.300,00
Custo com combustíveis e lubrificantes R$ 75.675,60
TOTAL R$ 224.871,73
*Envolve os custos do maquinista, combustível, depreciação e manutenção que já foram calculados
separadamente, portanto, estes custos de serviços de lavra não serão considerados

V.5. CUSTOS FIXOS

Mão-de-obra + Encargos R$ 81.880,71


Juros Investimento (4% A.M.) R$ 103.752,40
SUB Total R$ 185.633,11

**Os encargos sociais de 13º salário e férias por se tratarem de encargos anuais, foram considerados uma
previsão mensal de R$ 2.506,33 e R$ 3.341,77 respectivamente.

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V.6. CUSTOS VARIÁVEIS

Depreciação e Amortização R$ 40.962,89


Custos Operacionais R$ 224.871,73
SUB Total R$ 265.834,65

V.7. CUSTO TOTAL


CUSTO TOTAL = CUSTO FIXO + CUSTO VARIÁVEL
CT = R$ 185.633,11+ R$ 265.834,65
CT = R$ 451.467,76
Custos por ton (*) = R$ 451.467,76/555
Custos por tonelada = R$ 812,64/ton
(*) sem impostos

V.8. LUCRO MÉDIO

Para o cálculo do lucro médio, devemos trabalhar com os seguintes elementos


abaixo relacionados:
Lucro Líquido = faturamento líquido = preço de venda - (total das despesas de extração +
imposto)
Assim temos:
LL = Lucro Líquido
Pb = Preço da tonelada (ton) bruto
CT = Custos por tonelada (sem impostos)
ICMS = Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
IS = Indenização com o superficiário /tonelada (ton)
CF = Compensação Financeira pela extração de minerais
IR = Imposto de Renda.

Assim,
LL = Pb - (CT + ICMS + CF + IS)
ICMS = 12%.
CF = R$ 2.700,00 - (ICMS + PIS + COFINS) x 0,01
CF = [R$ 2.700,00 - (R$324,00 + R$17,55 + R$ 81,00)] x 0,01 = R$ 22,77
IS = CF= R$ 22,77
Assim:
LL = R$ 2.700,00 - (R$ 812,64 + R$ 324,00 + R$ 22,77+ R$ 22,77)
LL = R$ 2.700,00 - R$ 1.182,19
LL = R$ 1.517,81

O lucro líquido após a tributação do CSLL será:


CSLL = R$ 1.517,81 x 0,09 x 0,12
LL = R$ 1.517,81 - R$ 16,39
LL = R$ 1.501,42
O lucro líquido após a tributação do IR será:
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IR = LL x 0,30 = R$ 1.501,42 x 0,30 x 0,09
IR = R$ 40,54 /ton
Lucro final = R$ 1.501,42 - R$ 40,54
Lucro final = R$ 1.460,88

V.9. PREVISÃO DE CÁLCULOS PARA RECOLHIMENTO DA CFEM

Para calcular-se a previsão de recolhimento da CFEM, deve-se considerar a


aplicação do seguinte cálculo:

CFEM = [V - (ICMS + PIS + COFINS + FRETE + SEGURO DE FRETE) x A, onde]:


V = Valor de venda do produto mineral (no caso, bloco) no período considerado

ICMS = 12%.
PIS = 0,65% sobre o faturamento bruto
COFINS = 3,0% do faturamento bruto
FRETE = 0 (O frete será realizado por terceiros)
SEGURO DE FRETE = 0 (Caso seja segurado o produto mineral, o será pelo transportador)
A = alíquota incidente para mármore para cálculo da CFEM igual a 1%
Para cálculo de V, temos:

V = U x P, onde:
V = Valor de vendas do produto mineral (no caso, o bloco).
U = Valor unitário da tonelada = R$ 2.700,00.
P = Produção no período considerado em tonelada.
PI = Período de implantação da lavra.
P2 = Período de lavra experimental ou inicial.

CFEM (PI) = 0

CFEM (P2) = [R$ 13.500.000,00 - (R$ 1.620.000,00 + R$ 87.750,00 + R$ 405.000,00 + 0 +


0)] x 0,01
CFEM (P2) = (R$ 13.500.000,00 - R$ 2.112.750,00) x 0,01
CFEM (P2) = R$ 113.872,50 ou R$ 4.950,98 mensais, no período do segundo trimestre do
primeiro ano.

VI. BENEFICIAMENTO

Na escala de produção considerada, juntamente com os preços praticados pelo


mercado, pode-se notar a viabilidade do empreendimento somente com o preço FOB mina.
Evidentemente, quando beneficiado a lucratividade aumentará substancialmente.

O beneficiamento consiste no desdobramento através do processo mecânico de


transformar o bloco em chapas brutas, cuja espessura pode variar a partir de um centímetro,
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sendo os mais usuais, 1,5, 2,0 e 3,0 centímetros. O equipamento que realiza este
processamento é o tear e pode obter maior ou menor capacidade de rendimento em função
de suas versões lançadas no mercado. Já o beneficiamento, consiste no polimento, lustro,
corte e acabamento das chapas brutas, realizados com politrizes manuais, semi-
automáticas ou automáticas, cortadeiras, furadeiras e lixadeiras.

É importante ressaltar que o beneficiamento não será realizado pela empresa.

VII. FLUXO DE CAIXA

Nesse projeto foi realizado uma análise de exequibilidade econômica da jazida a


partir de uma recuperação de 50% na lavra atingindo, portanto, uma produção mensal
líquida de aproximadamente 555 ton/ mês ou 5.000 ton/ ano. O fluxo de caixa adotado
contemplou um período de 10 anos, abrangendo a estimativa de investimentos e custos
operacionais.

A partir dos resultados obtidos no fluxo de caixa, verificou-se que esse projeto
apresenta uma alta rentabilidade, dessa forma, especula-se que o empreendimento possui
viabilidade técnica e econômica, o que instiga a empresa a continuar desenvolvendo os
trabalhos na área.

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FLUXO DE CAIXA DESCONTADO
FLUXO DE CAIXA unitário Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
1. Produção (t) 5.000 t/ano 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00
2. Vendas Previstas (t) 5.000 t/ano 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00
3. Receita bruta (R$/t) R$ 2.700,00 13.500.000,00 13.500.000,00 13.500.000,00 13.500.000,00 13.500.000,00 13.500.000,00 13.500.000,00 13.500.000,00 13.500.000,00 13.500.000,00
4. Encargos sobre a receita bruta
ICMS (12%) 0,12 1.620.000,00 1.620.000,00 1.620.000,00 1.620.000,00 1.620.000,00 1.620.000,00 1.620.000,00 1.620.000,00 1.620.000,00 1.620.000,00
PIS (0,65%) 0,0065 87.750,00 87.750,00 87.750,00 87.750,00 87.750,00 87.750,00 87.750,00 87.750,00 87.750,00 87.750,00
COFINS (3%) 0,03 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00
2.112.750,00 2.112.750,00 2.112.750,00 2.112.750,00 2.112.750,00 2.112.750,00 2.112.750,00 2.112.750,00 2.112.750,00 2.112.750,00
5. Receita tributável para CFEM 11.387.250,00 11.387.250,00 11.387.250,00 11.387.250,00 11.387.250,00 11.387.250,00 11.387.250,00 11.387.250,00 11.387.250,00 11.387.250,00
0,01
CFEM (1%) 113.872,50 113.872,50 113.872,50 113.872,50 113.872,50 113.872,50 113.872,50 113.872,50 113.872,50 113.872,50
6. Receita Líquida 11.273.377,50 11.273.377,50 11.273.377,50 11.273.377,50 11.273.377,50 11.273.377,50 11.273.377,50 11.273.377,50 11.273.377,50 11.273.377,50
7. custos ¹
Operacionais (R$/t) R$ 812,64 4.063.209,87 4.063.209,87 4.063.209,87 4.063.209,87 4.063.209,87 4.063.209,87 4.063.209,87 4.063.209,87 4.063.209,87 4.063.209,87
Comissões (3%) 0,03 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00 405.000,00
4.468.209,87 4.468.209,87 4.468.209,87 4.468.209,87 4.468.209,87 4.468.209,87 4.468.209,87 4.468.209,87 4.468.209,87 4.468.209,87
8. Lucro líquido 6.805.167,64 6.805.167,64 6.805.167,64 6.805.167,64 6.805.167,64 6.805.167,64 6.805.167,64 6.805.167,64 6.805.167,64 6.805.167,64
0,12
CSLL (12%) 816.620,12 816.620,12 816.620,12 816.620,12 816.620,12 816.620,12 816.620,12 816.620,12 816.620,12 816.620,12
9. Lucro tributável para IR 5.988.547,52 5.988.547,52 5.988.547,52 5.988.547,52 5.988.547,52 5.988.547,52 5.988.547,52 5.988.547,52 5.988.547,52 5.988.547,52
0,3
IRPJ (30%) 1.796.564,26 1.796.564,26 1.796.564,26 1.796.564,26 1.796.564,26 1.796.564,26 1.796.564,26 1.796.564,26 1.796.564,26 1.796.564,26
10. Lucro após IR 4.191.983,26 4.191.983,26 4.191.983,26 4.191.983,26 4.191.983,26 4.191.983,26 4.191.983,26 4.191.983,26 4.191.983,26 4.191.983,26
11. Depreciações 24.025,57 24.025,57 24.025,57 24.025,57 24.025,57 24.025,57 24.025,57 24.025,57 24.025,57 24.025,57
12. Investimentos
Capital fixo² -R$ 2.593.810,00
Capital de giro³ -R$ 518.762,00
Descomissionamento (3%) 0,03 -405.000,00 -405.000,00 -405.000,00 -405.000,00 -405.000,00 -405.000,00 -405.000,00 -405.000,00 -405.000,00 -405.000,00
Compensação -R$ 728.164,80 -72.816,48 -72.816,48 -72.816,48 -72.816,48 -72.816,48 -72.816,48 -72.816,48 -72.816,48 -72.816,48 -72.816,48
Ambiental/Fechamento de mina -R$ 3.840.736,80 -477.816,48 -477.816,48 -477.816,48 -477.816,48 -477.816,48 -477.816,48 -477.816,48 -477.816,48 -477.816,48 -477.816,48
13. Fluxo de caixa após IR -3.840.736,80 3.786.983,26 3.786.983,26 3.786.983,26 3.786.983,26 3.786.983,26 3.786.983,26 3.786.983,26 3.786.983,26 3.786.983,26 3.786.983,26
14. Fluxo de caixa acumulado -R$ 3.840.736,80 -R$ 53.753,54 R$ 3.733.229,73 R$ 7.520.212,99 R$ 11.307.196,25 R$ 15.094.179,52 R$ 18.881.162,78 R$ 22.668.146,04 R$ 26.455.129,31 R$ 30.242.112,57 R$ 34.029.095,83
15. Rentabilidade 109,15% 109,15% 109,15% 109,15% 109,15% 109,15% 109,15% 109,15% 109,15% 109,15%
16. Lucratividade 37,18% 37,18% 37,18% 37,18% 37,18% 37,18% 37,18% 37,18% 37,18% 37,18%
(Payback)

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TIR - RENTABILIDADE E LUCRATIVIDADE

TAXA INTERNA DE RETORNO - TIR = 98%

RENTABILIDADE MÉDIA (Lucro Líquido / Investimento Total) X 100 = 109,15%

LUCRATIVIDADE MÉDIA (Lucro Líquido / Receita Total) x 100 = 37,18%

VALOR PRESENTE LÍQUIDO - VPL

Taxa de Atratividade 15% Taxa de Atratividade 20% Taxa de Atratividade 25%

Fluxo de Caixa Valor Presente Fluxo de Caixa Valor Presente Fluxo de Caixa Valor Presente
Ano Ano Ano
Acumulado Líquido - VPL (R$) Acumulado Líquido - VPL (R$) Acumulado Líquido - VPL (R$)
0 -3.840.736,80 -3.840.736,80 0 -3.840.736,80 -3.840.736,80 0 -3.840.736,80 -3.840.736,80
1 -53.753,54 -3.887.479,01 1 -53.753,54 -3.885.531,41 1 -53.753,54 -3.883.739,63
2 3.733.229,73 -594.450,08 2 3.733.229,73 -729.712,03 2 3.733.229,73 -854.153,02
3 7.520.212,99 2.698.578,84 3 7.520.212,99 2.426.107,36 3 7.520.212,99 2.175.433,59
4 11.307.196,25 5.991.607,77 4 11.307.196,25 5.581.926,74 4 11.307.196,25 5.205.020,20
5 15.094.179,52 9.284.636,69 5 15.094.179,52 8.737.746,13 5 15.094.179,52 8.234.606,81
6 18.881.162,78 12.577.665,62 6 18.881.162,78 11.893.565,52 6 18.881.162,78 11.264.193,42
7 22.668.146,04 15.870.694,54 7 22.668.146,04 15.049.384,90 7 22.668.146,04 14.293.780,03
8 26.455.129,31 19.163.723,47 8 26.455.129,31 18.205.204,29 8 26.455.129,31 17.323.366,64
9 30.242.112,57 22.456.752,39 9 30.242.112,57 21.361.023,67 9 30.242.112,57 20.352.953,25
10 34.029.095,83 25.749.781,31 10 34.029.095,83 24.516.843,06 10 34.029.095,83 23.382.539,87

NOTAS:
1. Considera-se que os custos evoluirão de acordo com a receita.
2. O capital fixo representa o investimento inicial
3. O Capital de giro representa 20% do investimento Inicial

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VIII. MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL E REABILITAÇÃO DA ÁREA MINERADA

Dentre os vários impactos ambientais possíveis de se encontrar em uma lavra a céu


aberto, para a área em questão serão verificados os seguintes:
• Impacto visual;
• Escavações superficiais;
• Geração de resíduos sólidos;
• Geração de poeiras e ruídos;
• Intensificação de processos erosivos e assoreamento;
• Impacto no meio hídrico.

De forma a minimizar os efeitos causados por estes impactos, serão tomadas as


seguintes medidas:
• Recuperação com plantio de gramíneas nos taludes de corte/depósito;
➢ Abertura de drenos para escoamento das águas pluviais para pontos de captação
natural;
➢ Construção de uma caixa separadora de óleos e graxas;
➢ Condicionamento de óleos, graxas e outros afins em recipientes adequados para
posterior envio para reciclagem;
➢ Condicionamento de peças substituídas de máquinas e equipamentos de forma
adequada para posterior reciclagem ou outro destino em local apropriado;
➢ Enterrar o lixo orgânico em locais que não sejam passíveis de erosão ou percolação
de águas pluviais, de forma a não contaminar os recursos hídricos;
➢ Construção de uma fossa séptica;
➢ Implantar um sistema de drenagem de águas pluviais de forma a se evitar que estas
atinjam a superfície do depósito de estéreis da lavra;
➢ Implantar um sistema de drenagem para o depósito de estéril.

➢ RECOMPOSIÇÃO TOPOGRÁFICA E PAISAGÍSTICA

Quando do tratamento da superfície final da área minerada, deve-se tomar cuidado


no sentido de não inverter ou misturar solos estéreis com os superficiais, prejudicando as
condições futuras para a recuperação da área.

Se os produtos estéreis e os rejeitos contêm teores altos de elementos


contaminantes, deve-se manter uma camada de materiais de subsolo entre os estéreis
depositados e o solo orgânico superficial. O relevo final do terreno, além de proporcionar
melhorias paisagísticas, deve atender também os seguintes objetivos:

• Estabilizar solos e taludes;


• Controlar erosão;
• Possibilitar o uso futuro pretendido.

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No trabalho final de terraplenagem, os cuidados que os operadores devem tomar
são muito importantes. Por isso, é bastante significativa a realização de treinamento para
conscientizar esses trabalhadores da importância que a boa conduta tem para os resultados
finais do processo de recuperação.

➢ DEPOSIÇÃO DA CAMADA DE SOLO FÉRTIL

Uma vez paralisados os trabalhos de mineração, dá-se lugar ao trabalho


recuperatório mais intensificado.

Nos locais que serão recuperados com vegetação, a porção de solo rico em
minerais, matéria orgânica e atividade biológica, que foi anteriormente armazenada, deverá
ser depositada para formar o substrato adequado para o desenvolvimento da vegetação de
recomposição.

Para encobrir a grande quantidade de fragmentos de rocha expostos nos depósitos


de material estéril, será necessário que antes da deposição da camada de solo fértil, seja
disponibilizado material terroso de outro horizonte. Este irá preencher os espaços como
cavidades e depressões do terreno, harmonizando o relevo que foi danificado.

➢ DESCOMPACTAÇÃO DO SOLO

O solo é, antes de qualquer coisa, um suporte físico para o desenvolvimento das


plantas, ou seja, as plantas, através de suas raízes irão se fixar nesse substrato para se
desenvolverem, onde o crescimento radicular irá determinar o seu vigor.

Se o solo estiver compactado, o mesmo fornecerá à vegetação condições


impróprias de desenvolvimento, pois constituirá em uma barreira física para o crescimento
de radicelas e raízes, inibindo o crescimento de toda a planta.

Nesse caso é indicado o plantio de espécies de vigoroso crescimento radicular para


devolver as características edáficas perdidas.

Em áreas em que o solo se apresenta mais compactado por serem oriundas de corte
ou deposição de terra e receberem fluxo contínuo de veículos pesados, como praça de
manobras e as vias acessos, os plantios programados deverão ser submetidos pela
descompactação do solo.

➢ CALAGEM E ADUBAÇÃO

Antes da realização da calagem e da adubação para o plantio das espécies vegetais


é interessante que se faça a análise do solo. Essa análise possibilitará uma visualização
das reais carências nutricionais desse solo, que poderão acarretar em perdas na
produtividade, por exemplo, da gramínea plantada.
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Essa análise deverá ser interpretada por um técnico profissional habilitado, que
recomendará de acordo com os dados aferidos.

Uma adubação orgânica se torna muito eficiente em seus resultados porque, além
de fornecer os nutrientes necessários, essa adubação influenciará positivamente nas
características físicas, químicas e biológicas desse solo, como textura, estrutura,
porosidade, poder tamponante, atividade de microrganismos, entre muitos outros.

➢ USO DA ÁREA RECUPERADA

As técnicas e práticas apresentadas para promover a recuperação da área minerada


visam a obtenção de um novo nível ecológico que possibilitará a essa área uma nova forma
produtiva, seja do ponto de vista econômico ou simplesmente para a preservação.

A definição do momento de reutilizar a área deve ser criteriosa, pois tem-se que
tomar o cuidado de não reverter o processo, degradando-a novamente. Nesse sentido, caso
a decisão de uso objetive a exploração económica, deve-se dar preferência a produção de
espécies perenes (pastagens) ou semí-perenes (reflorestamento). A exploração anual de
culturas como o milho, a soja e outros, exige movimentação intensiva do solo e isto tem o
potencial de degradar o ambiente tanto ou até mais que a mineração. Além das
recomendações apresentadas, existem inúmeras outras já comprovadas que também
propiciam os resultados desejados. O importante na escolha das técnicas a serem adotadas
é que essas levem em consideração os aspectos locais e as características particulares de
cada região.

➢ PROJETO DE RECOBRIMENTO VEGETACIONAL

Neste item serão descritos os trabalhos de revegetação


(compensação/enriquecimento) a serem efetuados na área de influência da jazida ao longo
da sua vida útil e após o esgotamento da mesma.

Os trabalhos de revegetação (compensação/enriquecimento) a serem efetuados


apresentam os seguintes objetivos principais:

- Incorporar ecologicamente a área revegetada (compensação) ao meio ambiente


circundante:
- Restauração do equilíbrio biológico proporcionado pela biodiversidade;
- Formação de abrigo e local de procriação para a avefauna local;
- Minimização dos impactos visuais negativos servindo como cortina arbórea;
- Melhoria dos aspectos paisagísticos;
- Controle da erosão das encostas e praça da frente de lavra;
- Controle de materiais particulados em suspensão ou depositados.

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1ª Etapa de Revegetação - Gramíneas e Leguminosas

As gramíneas são consideradas as recuperadoras mais eficientes da bioestrutura


do solo, pois o sistema expansivo de suas raízes produz uma grande quantidade de matéria
orgânica, que está em constante estado de renovação. Este ciclo incorpora grande
quantidade de nutrientes concorrendo para o aumento da fertilidade através do aumento da
matéria orgânica no solo, e a criação de um habitat satisfatório para a micro-vida,
responsável pela humificação da matéria orgânica para a pronta absorção pelo sistema
radicular dos vegetais. De forma geral agem de maneira a criar as primeiras condições para
a recuperação do solo e dar início ao processo de sucessão vegetal.

A inclusão de leguminosas de todos os portes constituem um importante recurso na


recuperação de áreas degradadas, tem como fundamento à capacidade de fixação
simbiótica do elemento nitrogênio, que é encontrado em grande proporção na atmosfera,
porém de pequena proporção no solo e de importância vital aos vegetais. Porém torna-se
importante comentar que essa fixação simbiótica não acontece quando o pH do solo estiver
abaixo de 4,5, pois nesse nível de acidez, não há formação de nódulos bacterianos no
sistema radicular das leguminosas. Sendo a calagem uma medida fundamental para que
as leguminosas promovam a fixação do nitrogênio ao solo.

Atualmente encontra-se no mercado, semente de leguminosas previamente


inoculada com as bactérias fixadoras de nitrogênio, envoltas numa proteção física, que
além dessa proteção, possui uma determinada quantidade de elementos nutricionais
necessários para o bom desenvolvimento vegetal da leguminosa, durante a sua fase pós-
emergente. Portanto no momento da compra das sementes de leguminosas, deve-se dar
preferência a estas sementes.

Uma importante observação em se tratando de campo é de preservar as espécies


vegetais que desenvolvem normalmente na área degradada. Essa adaptabilidade vegetal
inerente dessas espécies deve ser aproveitada para uma rápida formação da cobertura
vegetal.

Assim sendo, a primeira etapa de revegetação consiste na plantação de vegetação


rasteira (gramíneas e leguminosas), tanto nas áreas do pátio da frente de lavra como nas
suas adjacências, que compõem juntos a área de influência da jazida.

A espécie mais indicada de gramíneas para esta revegetação é o Capim Napier


(Pennisetum purpureum) devido ao seu rápido crescimento e capacidade de suportar
condições adversas de campo. Todas as etapas de campo referentes ao preparo do plantio,
plantio, adubação e irrigação será executada por mão-de- obra local.

As mudas deverão ser adquiridas em hastes sem folhas no horto município ou


município vizinhos e divididas em tamanho de 30 a 40 cm de comprimento, sendo que a
parte superior deve ser em forma de bisel para orientar a posição das gemas.
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As covas deverão ser abertas a enxadão com dimensões de 20 x 10 x 10 cm,
espaçadas entre si de 20 cm, após a limpeza manual da vegetação rasteira em torno do
ponto escolhido num raio de 0,5 m.

A adubação deverá ter início com a raspagem superficial da camada de solo mais
fértil (3-5 cm), e em quantidade necessária ao seu enchimento, prosseguindo-se com a
mistura de adubo orgânico e/ou mineral.

Deverão ser utilizadas cerca de 02 L/cova de esterco de gado, 01 L/cova de esterco


de galinha e 01 L/cova de fosfato, para a correção da fertilidade do solo.

O plantio das mudas deverá ser realizado nos meses de maior incidência de chuvas
(novembro a março), em um dia chuvoso, a fim de que o solo esteja úmido.

As mudas deverão ser irrigadas de 3 em 3 dias até que cubram totalmente a


superfície. Após isto só receberão irrigação em períodos de seca prolongada.

Espécies Vegetais Selecionadas (de possível utilização)

GRAMINEAS (80 %)
Brachiaria decumbens (Brachiária do morro)
Brachiaria humidicula (Quicuio)
Brachiaria brizanta (Brachiarão)
Melinis minutiflora (Capim gordura)
Pennisetum purpureum (Capim elefante)

LEGUMINOSAS RASTEIRAS e ARBUSTIVAS (20 %)


Caianus caiau (L) Mills (Guando)
Calopogonium mucunoide (Calopogônio)
Leucaena leucocephala (Leucena)
Microptilium atropurpureum (Siratro)
Stizolobium aterrium (Mucuna preta)

2.a Etapa de Revegetação - Vegetação Complementar

A Segunda etapa de revegetação consistirá no plantio de espécies vegetais nativas


em toda a área de influência da jazida sobre a cobertura herbácea desenvolvida na primeira
etapa de revegetação.

As espécies selecionadas para esta etapa deverão ser escolhidas da relação abaixo
apresentada, sendo que a quantidade de muda dependerá principalmente da
disponibilidade no horto municipal ou municípios vizinhos.

A relação das espécies nativas que poderão ser utilizadas na 2. a etapa de


revegetação (compensação/enriquecimento) é a seguinte:
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FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VERMÁCULO
Anacardiaceae Schinopsis brasiliensis Brauna
Myracroduon urundeuva Aroeira
Arecaceae Syagirus coronata Licuri
Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Pereiro
Calotropís procera Algodão de seda
Bombacaceae Pseudobombax marginatum Imbirucu
Burseracea e Commiphora leptophleoes Imburana de espinho
Cactaceae Pereskia grandifolia Quiabento
Cereus jamacaru Mandacaru
Pilosocereus gounellei Xique-xique
Caesalpinioideae Caesalpina pyramidalis Catingueira
Pterogyne, nitens Madeira nova
Euphorbiaceae Jatropha mollissima Pinhão bravo
Mímosaceae Acacia glomerosa Unha de gato
Enterolobium
Tamboril
contortisiliquum
Mimosa caesalpiniifolia Sabiá
Mimosa tenuifiora Jurema preta
Piptadenia stipulacea Jurema branca
Piptadenia viridiflora Surucucu
Solanaceae Solanum stipulaceum Caiçara

As citadas espécies asseguram, em superfície, uma grande densidade de massa


vegetal e em subsuperfície uma malha de raízes densas, objetivando a estruturação do
solo, através de seu sistema radicular, a retenção de material deslocado, cobertura do solo
aos raios solares e a proteção quanto aos impactos das gotas d’água sobre o solo exposto,
através da interceptação da chuva.

A compatibilidade entre as espécies nativas escolhidas e as características físicas


da área são fatores preponderantes para o rápido desenvolvimento da cobertura vegetal e
consequentemente a sua manutenção.

Após a aquisição das mudas já preparadas para o plantio, seguir-se-ão as seguintes


fases:

- Abertura das Covas e Espaçamento do Plantio:

Primeiramente a vegetação de baixo porte (gramíneas) deverá ser aparada


manualmente por meio de foices. Logo após deverão ser abertas as covas com dimensões
de 40 x 40 x 40 cm, por meio de caxadas e enxadões, distribuídas aleatoriamente pelos
pátios, na forma de que uma fileira faça sempre quinôncio com a outra.

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- Preparação e Adubação das Covas:

A preparação e adubação deverão seguir os mesmos parâmetros da 1.a etapa de


revegetação, com raspagem superficial da camada de solo mais fértil ( 3 - 5 cm), e
enchimento com adubo orgânico e/ou mineral nas mesmas proporções: 02 L/cova de
esterco de gado, L/cova de esterco de galinha e 01 L/cova de fosfato de Araxá.

- Plantio das Mudas:

O plantio das mudas deverá ser realizado em dia chuvoso, sendo as embalagens
retiradas, as covas reabertas e as mesmas plantadas de modo que seus colos fiquem 1,5
a 2,0 cm acima da superfície do terreno. Tal procedimento permitirá o assentamento do
solo e o consequente nivelamento do solo das mudas a superfície do terreno.

- Irrigação

A irrigação destas mudas deverá ser realizada de 3 em 3 dias até que as mesmas
atinjam um franco desenvolvimento. Após isto só deverão ser irrigadas em períodos secos.

➢ DA MANUTENÇÃO

Neste item serão descritos os trabalhos de manutenção das espécies implantadas


na primeira e na segunda etapas de revegetação
(compensação/recuperação/enriquecimento).

1. Cultivos

A fim de se evitar o mau efeito da concorrência do mato, as coroas das mudas


deverão ser mantidas sempre livre de ervas daninhas. Para isso deverá proceder a capina
sempre que o mato se tornar competitivo, principalmente durante o primeiro ano de
implantação do projeto.

Além de três em três meses as mudas das nativas deverão ser manualmente
cordadas por meio de enxadas de acordo que fiquem com um diâmetro de 60 cm sempre
desprovido de vegetação, adubações de sólidos para o solo.

2. Combate as formigas

Deve ser iniciado desde a limpeza e preparo do terreno para as etapas de


revegetação. Nestas operações far-se-ão a localização dos possíveis formigueiros e o
controle das formigas, através de métodos naturais, evitando-se o máximo o uso de
inseticidas. As formigas cortadeiras deverão ser controladas em um raio de 500 metros
externos a área submetida à recuperação vegetacional. Os formigueiros deverão
arrancados manualmente para o extermínio de sua rainha.
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Tal procedimento inicia-se com o segmento das trilhas até a localização do
formigueiro. Daí abrem-se diversos “olhos” por meio de enxadas, onde toda a terra solta
deverá ser afastada a uma distância de no mínimo 1,0 m. Aguarda-se então de 2 a 3 dias
para as formigas promoverem a limpeza da terra solta que caiu nos canais. A partir deste
momento, poderá se definir a localização do canal principal que levará até a câmara
(panela) que a rainha está abrigada. Localizada a rainha, esta será eliminada, o que
consequentemente exterminará o formigueiro. Para finalizar, promove-se a volta da terra
ao buraco originado pela escavação, através de pás e picaretas, concluindo o nivelamento
do terreno.

Durante o crescimento das plantas, sempre que se observar a presença em nível


de danos desses insetos executar-se-á os procedimentos de tratamento.

3. Replantio de Falhas

Em tomo de 30 a 60 dias após o plantio das mudas, far-se-ão observações


periódicas das áreas revegetadas e proceder-se-ão o replantio das possíveis falhas
existentes.

4. Adubações

As adubações complementares a serem feitas nas áreas revegetadas por


gramíneas e árvores nativas, deverão seguir as seguintes aplicações, para ambas:
- Três aplicações por ano de 1,0 kg de sólidos (adubos minerais) e 120 kg de material
orgânico;
- Aplicações mensais de uma dieta nutricional de solúveis para adubações foliares,
aplicáveis à base de 2.500 litros por hectare da solução, aplicáveis através de
pulverizadores costais com bico tipo leque.

Cabe ressaltar que as dietas nutricionais deverão ser formuladas exclusivamente


com produtos nutricionais de origem natural, oferecendo às plantas traços de mais de 80
elementos químicos naturais a serem trabalhados. Fazendo parte da composição de uma
dieta nutricional de substâncias solúveis para adubação foliares as seguintes substâncias:
Biodigestão Anaeróbica (Agrial- N), Orgânico Foliar (Aminon-25), Preparados de Água do
Mar (Skrill) e Destilados de Xisto Betuminosos.

O percentual utilizado para composição da dieta nutricional de solúveis para


adubações foliares seguirá a seguinte porcentagem:
Agrial-N 50%
Aminon-25 30%
Skrill 10%
Daeskrill 10%

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Sinteticamente podemos definir algumas causas e sintomas de deficiências
nutricionais nos vegetais, que depois de diagnosticadas fazer a devida correção nutricional:

- Baixo teor de matéria orgânica no solo


Causas:
- Alta acidez
- Falta de umidade do solo
- Falta de adubação nitrogenada
Nitrogênio: - Perda do brilho intenso e do verde das folhas
- Amarelecimento das folhas mais velhas
Sintomas:
principalmente nos períodos de seca
- Secamento dos ponteiros
- Desfolhamento de ramos inferiores
- Solos pobres (latossolos)
Causas: - Alta acidez
- Falta de adubação fosfórica
- Raízes mal desenvolvidas
Fósforo:
- Crescimento lento
Sintomas: - Queda prematura das folhas
- Menor florescimento e pegamento destas
- Secamento e morte dos ramos novos
- Solos pobres
- Acidez elevada
- Calagem excessiva
Causas:
- Solos arenosos
- Excesso de chuva
Potássio: - Falta de adubação
- Clorose marginal
- Secamento de folhas e ramos
Sintomas: - Secamento dos ponteiros
- Frutos menores
- Menor resistência a seca.

Torna-se importante observar que a correção das deficiências nutricionais deve-se


quando os sintomas estão presentes na maioria das espécies vegetais na área em questão.
Se apresentar somente algumas e não em outras, demonstra claramente a adaptabilidade
vegetal àquelas condições locais, tornando-se, portanto, anti-sustentável a manutenção
das espécies não tolerantes.

Como etapa subsequente tem-se o desbaste, que poderá ser realizado quando as
mudas já estiverem mais desenvolvidas, realizando desta forma, uma seleção das espécies
mais vigorosas, consequentemente de maior adaptabilidade às condições locais.

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Como medida preventiva e de segurança recomenda-se fazer uma cerca de arame
farpado bem resistente, em torno de toda a área a ser implantada a vegetação, para evitar
a presença de animais, que certamente prejudicaria bastante o seu pleno desenvolvimento.

5. Irrigação

Como já citado, após o desenvolvimento das mudas (gramíneas e árvores


frutíferas), após um ano, as mesmas só sofrerão irrigação no caso de falta de chuvas ou se
essas forem insuficientes às necessidades do cultivo.

A quantidade de água a ser aplicada nesse caso irá depender do tipo do solo e
planta. A irrigação deverá ser promovida por meio de aspersão.

IX. SISTEMA DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA DO TRABALHO E SAÚDE DO


TRABALHADOR

IX.1.USO DE EPI’S

Sendo a mineração uma atividade potencialmente poluidora e de riscos à saúde dos


trabalhadores, principalmente com doenças ocupacionais como a pneumoconiose e
silicose, passaremos a estudar as medidas necessárias à segurança dos funcionários,
objetivando a prevenção de acidentes e doenças.

A empresa responsável pelo processo da lavra atenderá ao máximo as seguintes


recomendações:
A) Todo o pessoal envolvido na parte do processo de lavra deve estar munido de EPI'S
(Equipamentos de Proteção Individual), de acordo com as especificações a seguir:

Fase 1 - Alimentação de equipamentos


Agravo: Manuseio e inalação
EPI: Máscara simples, luvas, botas de couro

Fase 2- Limpeza
Agravo: Doenças respiratórias, surdez
EPI: Máscaras simples, luvas, óculos, auricular

Fase 3- Furação
Agravo: Surdez, escoriações, doenças de pulmão (Pneumoconiose)
EPI: Luvas, botas, máscaras de carvão ativado, abafadores/auricular (Plug), óculos,
capacete

Fase 4- Carregamento e Transporte


Agravo: Escoriações, doenças respiratórias
EPI: Máscaras simples, luvas, botas, capacete
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São apresentados a seguir Equipamentos de Proteção Individual (EPI) por
Unidade/Fase:

UNIDADE/FASE DISCRIMINAÇÃO DO EPI FABRICANTE


3 Capacete - Evitar choques na cabeça e reduzir o impacto de
DURÁVEL
objetos.
1a4 Máscaras - Servem como elemento filtrante e eliminam a
TOP A2
aspiração de pó e poeira, evitando-se doenças respiratórias.
2a4 Abafadoras/Auricular (plug) - Reduzir o nível de ruído,
AGENA
evitando-se o aparecimento de problemas auditivos futuros.
1,3,4 Botas - Proteger os pés de cortes e contato com o solo e
PROTESEG
água.
2a4 Proteger os olhos de pequenos - estilhaços de rocha, pó e
LEDAM
poeira.
1a4 Luvas - Proteger mãos e dedos de cortes e choques com
objetos diversos, além de proteger contra a água, quando de MAQUESEG
borracha.
Todas as Fases Capas - Utilizadas quanto às intempéries e chuva. SECURITA

*Obs: Utilizado em todas as fases, a depender das condições climáticas.

B) O pessoal envolvido na operação dos equipamentos de maiores proporções de


ruídos, tais como compressores, perfuratrizes manuais ou de coluna, devem
necessariamente utilizar protetor auricular e/ou abafadores de ruídos.

C) Nos pontos de maior índice de poeira, geralmente onde se encontram os


operadores das perfuratrizes, estes devem necessariamente utilizar máscaras antipó
descartáveis ou de carvão ativado, conforme o caso.

D) A empresa deve ter uma caixa com utensílios de primeiros socorros, contendo
analgésicos, mercúrio, água oxigenada, gazes e faixas, ataduras entre outros, na condição
de proporcionar atendimento às pequenas escoriações e até mesmo minimizar situações
de maior gravidade.

Faz-se necessário também, que os funcionários sejam instruídos (pelo menos duas
pessoas) para prestar os primeiros socorros em casos de emergência. Todos os
conhecimentos devem ser sempre lembrados, sejam por folhetos ou mesmo por palestras.

E) Riscos de deslizamento e erosão - A erosão é consequência, principalmente, da


descaracterização da área pela remoção da cobertura vegetal durante o decapeamento.
Seu efeito mais notório é o carreamento de solos e desestabilização de blocos de rocha
soltos, durante os períodos de chuva. Na área em questão, a erosão e o deslizamento serão
fenômenos de pouca expressão, em função do sistema de drenagem proposto na porção
superior da mina. É importante controlar-se a estabilidade dos taludes, a fim de se evitar
acidentes com o corpo de funcionários e equipamentos, propiciando entre outros
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problemas, a interrupção da produção.

F) Confecção e instalação em locais de fácil visualização, de placas de


sinalização e indicação como: "cuidado - tráfego de veículos pesados"; "Área de mineração
- utilizar EPI's, obrigatório - uso de abafador de ruídos, uso de máscara antipó"; e outras
que se acharem necessárias.

IX.2. SISTEMA DE PROTEÇÃO NO CONTROLE DE RUÍDOS

Os ruídos provocados durante as detonações são frutos de vibrações transmitidas


para a atmosfera durante as detonações utilizadas no desmonte. É comumente conhecido
como ruído do "sopro" da detonação.

Nesse caso, como a lavra não utilizará agentes detonantes não ocasionará riscos
de ruídos ou ultra lançamentos.

IX.3. SISTEMA DE PROTEÇÃO NO CONTROLE DE VIBRAÇÕES

As vibrações originadas pela propagação de ondas de choque das detonações,


como se sabe, produzem esforços de compressão e tração provocados pelas ondas
transmitidas e pelas ondas de reflexão respectivamente.

Nesse caso, como a lavra não utilizará agentes detonantes não ocasionará riscos
de vibrações.

IX.4. SEGURANÇA NO DESMONTE DE ROCHAS

Para que os trabalhos de perfuração e desmonte de rochas se realizem em


condições seguras, é preciso que em tais operações se observem os seguintes aspectos:
a) Cumprimento das normas e regulamentos vigentes;
b) Formação técnica dos operadores e do pessoal encarregado do carregamento com
cursos periódicos adequados;
c) Utilização de máquinas, acessórios e sistema de iniciação em condições de
segurança.

IX.5. PERFURAÇÃO

As principais causas de traumatismo industrial que ocorrem durante as operações


de perfuratrizes na mineração são:
• Quebra e acidente durante a perfuração do furo de mina;
• Operário machucado por parte móvel da máquina;
• Condição precária e incorreto uso do cabo-de-aço;
• Incorreta união de coluna de perfuração e troca de bit;
• Queda de objetos do alto;
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• Escorregamento e desalinhamento da perfuratriz, em virtude de instabilidade.
A operação de perfuração implica na adoção de uma série de medidas de segurança
com a finalidade de minimizar os riscos potenciais, tanto humanos como materiais.
• A perfuração se realizará de acordo com as normas existentes, oficiais ou
estabelecidas pela empresa;
• Pessoal de operação deverá ter uma formação correta e conhecer o manual de
operação da máquina antes de fazer uso dela;
• Os operadores devem usar equipamentos de segurança (máscara adequada para
proteger das poeiras e gases, protetor auricular, óculos de segurança, luvas, botas,
capacetes etc);
• Toda máquina ou equipamento de perfuração deve estar sobre um piso nivelado,
de tal modo que suas esteiras estejam pelo menos a 3 metros de distância da crista
da bancada.
Sempre que o terreno for instável, o equipamento deve ser ancorado por meio de
cabo de aço;
• Nenhum equipamento de perfuração deve ser deslocado por distância superior a
100 metros com seu mastro levantado. Quando o equipamento deve cruzar por
baixo de linhas de força, o mastro deve ser baixado. A perfuratriz deverá manter
uma distância de segurança mínima de 10 m de qualquer rede elétrica;
• Não abandonar a perfuratriz em funcionamento;
• Manter as perfuratrizes em boas condições de uso (manutenção preventiva e
corretiva);
• É dever do operador informar ao seu substituto, sobre as condições de operação do
equipamento. Todos os defeitos que porventura forem notados durante o turno,
devem ser registrados em relatório ao respectivo turno. Todas as mudanças bruscas
ocorridas nas velocidades de perfuração, especialmente quando for detectada a
presença de vazios na rocha deve ser comunicada aos responsáveis pelos
desmontes.

X. SINALIZAÇÃO NA LAVRA

Como forma de garantir maior segurança no transporte de materiais ou mesmo


pessoas e equipamentos deve-se efetuar um plano de transporte baseado nas Normas
Reguladoras da Mineração (NRM) e no Código de Trânsito. A seguir serão apresentados
alguns itens que precisam ser seguidos pelo empreendimento como regras de circulação,
velocidade máxima permitida na via entre outros.
• Equipamentos de transporte de materiais e pessoas sobre pneus devem possuir,
em bom estado de conservação e funcionamento, faróis, luz e sinal sonoro de ré
acoplado ao sistema de câmbio de marchas, buzina, sinal de indicação de mudança
do sentido de deslocamento e espelhos retrovisores segundo item 13.3 da NRM.
• A capacidade e a velocidade máxima de operação dos equipamentos de transporte
devem figurar em placa afixada em local visível conforme item 13.4 da NRM.

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• O transporte em minas a céu aberto deve obedecer aos seguintes requisitos
mínimos:
a) os limites externos das bancadas utilizadas como estradas devem estar demarcados
e sinalizados de forma visível durante o dia e à noite;
b) a largura mínima das vias de trânsito deve ser duas vezes maior que a largura do
maior veículo utilizado, no caso de pista simples, e três vezes, para pistas duplas e nas
laterais das bancadas ou estradas onde houver riscos de quedas de veículos devem ser
construídas leiras com altura mínima correspondente à metade do diâmetro do maior pneu
de veículo que por elas trafegue, sinalizadas para tráfego diurno e noturno, quando houver,
e mantidas sempre em condições de uso conforme item 13. 6 da NRM;

• Nos cruzamentos e locais de ramificações principais devem estar indicadas as


direções e as saídas da mina, inclusive as de emergências conforme item 12.8 da
NRM;

• As vias de circulação de veículos, não pavimentadas, devem ser umidificadas de


forma a minimizara geração de poeira. Conforme item 13.10 da NRM.

• As máquinas e equipamentos de grande porte, que se deslocam também em


marcha à ré, devem possuir sinal sonoro que indique o início desta manobra
segundo item 22.15.1 da NR-22.

• A circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente


sinalizadas conforme item 1 do Art.29.

• O condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os


demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no
momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as
condições climáticas. Uma distância segura que deve ser mantida do veículo que
segue a sua frente é de 20 a 30 m.

• Quando veículos, transitando por fluxos que se cruzam sejam um menor e um de


maior porte, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem
o veículo de maior porte em razão de haver maior facilidade de parada do veículo
pequeno em relação ao veículo de grande porte como caminhões, carregadeiras e
etc. Ao se tratar de veículos de pequeno porte a regra de circulação deve seguir os
itens do Código de Trânsito.

• A faixa da direita é destinada ao deslocamento dos veículos de mais lentos e de


maior porte e a faixa da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento
dos veículos de maior velocidade.

• A ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda,


obedecida à sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas no
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Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito
de entrar a esquerda.
• A velocidade máxima para a via será indicada por meio de sinalização, obedecidas
a suas características técnicas e as condições de trânsito sendo estabelecida 20
Km por hora para veículos de grande porte e 40 Km por hora para veículos de
pequeno porte.

• A sinalização será colocada em posição e condições que a torne perfeitamente


visível e legível durante o dia e a noite, em distância compatível com a segurança
do trânsito, conforme normas e especificações do CONTRAN.

Conforme código de trânsito existem seis tipos de sinais de trânsito que são os
verticais, horizontais, dispositivos de sinalização auxiliar, luminosos, sonoros e gestos do
agente de trânsito. Desses os que mais aplica, são verticais representados por placas de
sinalização cujo objetivo é informar orientações básicas de segurança. A seguir serão
apresentados alguns modelos de sinalização que poderão ser utilizadas no interior da mina.

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GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A destinação de resíduos sólidos, principalmente na área de influência direta do


empreendimento devem ser administradas as seguintes medidas:

• Resíduos Sólidos: Papéis e plásticos provenientes do escritório propõe-se


que seja promovida a conscientização dos funcionários para a separação destes materiais
em caixas de papelão ou embalagens de plásticos, que deverão ser armazenados,
acondicionados e periodicamente enviados para o aterro sanitário mais próximo da área.
Ressalta-se que o material particulado considerado será mínimo.
• Resíduos Químicos: Os efluentes provenientes da lavagem de veículos e
equipamentos tratam-se de óleo lubrificante, graxas e combustíveis para o acionamento do
motor do equipamento de lavra. Esses produtos, após o uso (óleo queimado), são
adequadamente armazenados em galões de 200 litros e transferidos para o município mais
próximo e que tenha suporte para destino correto, sendo vendidos às empresas de
recuperação de óleos.
• Telhado das edificações - sempre que chover, retirar a água acumulada na
lage das edificações e verificar se as calhas estão desentupidas. Se encontrar folhas ou
outros materiais que possam entupir a calha, jogue-as no lixo;
• Vasos sanitários e ralos - conservar a tampa dos vasos sanitários sempre
fechada. Em caso de pouco uso, dê descarga uma vez por semana. Verificar se existe
algum entupimento nos ralos da casa. Manter sempre fechados os ralos que não estiverem
sendo usados;
• Pneus velhos - se realmente houver necessidade de guardar pneus nas
dependências do empreendimento, coloca-los em local protegido da chuva. Se não utiliza-
los, entregue ao serviço de limpeza urbana;
• Garrafas, baldes e vasos - guardar vazios e sempre com a boca virada para
baixo.
• Resíduos Gasosos: São gerados em baixa taxa pelos gases resultantes dos
motores à combustão dos veículos e equipamentos a óleo diesel. Para minimizar a emissão
dos gases dos veículos (CO e NO) é necessário que os mesmos sejam submetidos
constantemente à revisão e manutenção dos motores; evitando dessa forma o mau
funcionamento dos motores, e consequentemente, a emissão gasosa elevada.
• Resíduos Sanitários: Resultantes do banheiro, esses serão enviados para
uma fossa séptica. A manutenção das fossas será periódica, verificando-se o nível do
reservatório e, quando da necessidade de descarte, se contratará uma empresa capacitada
e de bom conceito no mercado. É imprescindível procurar saber da empresa contratada
qual será o destino final do resíduo e se a mesma toma os devidos cuidados para com o
meio ambiente. Salienta-se que o destino final dos resíduos sanitários deve ser para aterros
sanitários e não despejá-los aleatoriamente em acostamentos de estradas ou rios/riachos
e mananciais de água.

É importante facilitar o escoamento da água que tende a se acumular nas cavas da


frente de lavra durante o período do inverno, para tanto a abertura de canaletas de
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drenagem com a finalidade de direcionar as águas pluviais para as porções mais baixas do
terreno é necessária. Para tanto é necessário:

• Construir canais de drenagem às margens das estradas de acesso interno,


evitando que o escoamento superficial das águas origine processos erosivos nos leitos das
referidas vias.

O objetivo da utilização da área da mina da empresa Quartzblue Mineração Ltda.,


após o encerramento das operações na mina é o aproveitamento econômico do solo como
agricultura, através da aplicação de camada de solo fértil sobre o estéril da mina e posterior
plantio. Deve-se deixar claro que o porte do empreendimento possibilita este tipo de
recuperação, considerada satisfatória e tecnicamente viável, uma vez que tanto o número
de funcionários, como área diretamente impactada são pequenos, bem como o tipo de
impacto provocado pela atividade minerária.

O recobrimento do estéril com solo deverá ser executado sequencialmente à


atividade de lavra, para que, durante o próprio período de vida útil da reserva, a área seja
revegetada, permitindo não só a contenção da erosão e desestabilização de taludes, mas
também reduzindo o impacto paisagístico e facilitando a recuperação futura quando do
encerramento das atividades.

XI. PLANO DE RESGATE E SALVAMENTO

Toda a prevenção de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais é feita


através de treinamentos, normas escritas sobre prevenção de acidentes e doenças
profissionais, sobre os riscos ocupacionais específicos para cada função.

Todos os funcionários receberão treinamentos apropriados para o uso dos


Equipamentos de Proteção Individual, e a empresa após o treinamento entregará os
mesmos, fiscalizará o seu uso, e advertirá aos que não usarem os mesmos durante toda a
jornada de trabalho.

Serão realizados exames médicos com respectivo Atestado Médico Saúde


Ocupacional antes da admissão, exames periódicos uma vez a cada ano para todos os
funcionários, exames de mudança de função realizado toda vez que mudar o risco da
atividade antes de assumir a nova função, além de um exame demissional sendo que será
válido o último exame, desde que o mesmo tenha no máximo 90 dias.

O sistema de comunicação entre a lavra e a sede da empresa será realizado através


da telefonia móvel, para eventual necessidade de remoção de trabalhadores acidentados
ou que apresentarem indisposição para o trabalho, para um posto de saúde do município.

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➢ PLANO DE COMBATE A INCÊNDIOS

Dentro do empreendimento, o surgimento de incêndios poderá ser provocado na


própria vegetação, a partir de uma simples ponta de cigarro, naqueles períodos de forte
estiagem, bem como naqueles desencadeados por terceiros no entorno do
empreendimento. Em todos os casos, é de fundamental importância a construção de
aceiros no entorno do empreendimento, de forma a evitar-se que o fogo atinja proporções
indesejáveis, causando assim um dano ambiental de difícil ou lenta reparação.

Além disso, poderão ser criadas brigadas de incêndio, que representam um baixo
custo ao empreendedor, de dois ou mais funcionários que saibam adotar os procedimentos
necessários para combater eventuais incêndios.

Este treinamento pode ser realizado com o próprio corpo de bombeiros, com apenas
algumas poucas aulas proferidas no próprio destacamento militar.

Para as instalações do empreendimento, extintores de incêndio de dióxido de


carbono (C02) serão dispostos em lugares estratégicos, garantido o combate a algum
princípio de incêndio que porventura ocorra nos locais onde a operação depende de energia
elétrica.

➢ TREINAMENTO PARA ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

A empresa deverá estar equipada com material necessário à prestação de primeiros


socorros; manter este material guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa
treinada para este fim.

Pelo menos dois funcionários da pedreira deverão passar por treinamentos de


primeiros socorros e imobilização se for o caso, utilizando medicamentos e equipamentos
indicados pelo Médico do Trabalho.

As pessoas prestadoras dos primeiros socorros deverão ser treinadas pelo médico
coordenador ou por outro médico ou instituição designada pelo coordenador.

➢ ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

A expressão "Primeiros Socorros" significa o atendimento imediato prestado a uma


vítima de acidente ou mal súbito. Os primeiros socorros não substituem a necessidade do
atendimento médico. Consistem somente em uma assistência temporária para que o
socorro possa ser chamado e obtido. A maioria dos acidentes e males súbitos requer
apenas atendimento primário. Serão a seguir apresentados alguns procedimentos a serem
aplicados para alguns tipos de acidentes.

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a) Hemorragia: É a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo,
veia ou artéria. Toda hemorragia dever ser controlada imediatamente. A hemorragia
pode causar morte em minutos.
Para estancar a hemorragia, use uma compressa limpa e seca de gaze ou pano,
colocando-a e pressionando com firmeza sobre o ferimento. Use uma atadura, uma tira de
pano limpa ou outro recurso que não tenha à mão para amarrar à compressa.

b) Ferimentos: Os ferimentos são lesões teciduais que variam de lacerações mínimas


a lesões graves por esmagamento.

Para o caso dos ferimentos, use luvas de látex ou outro tipo de proteção para não
tocar o ferimento. Você não deve:
• Tocar no ferimento com as mãos, lençóis usados ou outros materiais sujos;
• Tentar retirar farpas, vidros e outros materiais, a menos que saiam facilmente;
• Usar pomada, fumo ou produtos domésticos sobre a ferida;
• Tentar colocar no lugar órgãos expostos (intestino, estômago etc.).

Portanto, deve-se proceder da seguinte maneira:

• Ferimentos superficiais:
✓ Limpar o ferimento com bastante água e sabão;
✓ Secar o ferimento com gaze esterilizada ou pano limpo;
✓ Aplicar no local ferido uma gaze umedecida com POVIDINE tópico (antiséptico); se,
posteriormente, o ferimento ficar dolorido ou inchado, pode ser sinal de infecção. Procure
um médico.

• Ferimentos perfurantes:
✓ Lavar o ferimento com água e sabão;
✓ Cobrir com uma gaze ou pano limpo;
✓ Procurar socorro médico (caso haja hemorragia, siga as instruções do item a).

c) Fraturas: Em caso de fratura, o primeiro socorro consiste apenas em impedir o


deslocamento das partes quebradas evitando maiores danos. Existem dois tipos de
fraturas; fechadas (quando o osso quebrou, mas a pele não foi perfurada), expostas
(quando o osso está quebrado e a pele foi rompida). Deve-se desconfiar de fatura sempre
que a parte suspeita não possuir aparência ou funções normais ou quando houver dor no
local atingido, incapacidade de movimentar o membro, posição anormal do mesmo,
sensação de atrito no local suspeito ou ainda estiver arroxeado.

Então, no caso de fraturas deve-se proceder da seguinte forma:

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• Fratura fechada:

✓ Aplicar gelo por 30 min. cuidado para não queimar a pele. Coloque um pano entre
a pele e o gelo;
✓ Colocar o membro acidentado em posição natural quando possível, SEM
DESCONFORTO para a vítima;
✓ Colocar talas sustentando o membro atingido. As talas deverão ter comprimento
suficiente para ultrapassar as juntas acima e abaixo da fratura. Qualquer material rígido
pode ser empregado como tala: Tábua, estaca, vareta de metal ou mesmo uma revista
grossa ou um jornal grosso dobrado. Use panos ou material macio para acolchoar as talas,
a fim de evitar danos à pele. As talas devem ser amarradas com ataduras, tiras de pano
não muito apertadas, acima e abaixo da fratura.

• Fratura Exposta:

✓ Colocar uma gaze ou um pano limpo sobre o ferimento;


✓ Manter a vítima deitada;
✓ Aplicar telas, conforme descrito para fraturas fechadas, sem tentar puxar o membro
ou fazê-lo voltar à sua posição natural.
✓ Chamar ou levar o paciente a um médico ou a um hospital, de carro ou de
ambulância, tão logo a fratura seja imobilizada. Aconselha-se não deslocar ou arrastar a
vítima até que a região suspeita de fratura tenha sido imobilizada, a menos que a vítima se
encontre em iminente perigo.

➢ MEDICAMENTOS PARA ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

A Empresa contará com uma equipe formada por duas ou três pessoas devidamente
treinadas para efetuar os atendimentos de primeiros socorros.

Para tal, a Empresa necessitará de uma relação de medicamentos e materiais para


a adoção de um conjunto de medidas necessárias ao imediato atendimento das pessoas
que necessitem de tal serviço. Todos esses materiais estão relacionados a seguir:

• Mercúrio; • Água oxigenada;


• Pinças hemostáticas; • Gaze;
• Tesouras reta e curva; • Esparadrapo;
• Porta agulhas; • Compressas;
• Caixa de esterilização; • Faixas;
• Luvas; • Sabão;
• Seringas descartáveis; • Merthiolate.
• Agulhas;
• Álcool;
• Éter;
• Detergente;
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Outros materiais:
• Termômetro;
• Linhas, fios para costura.

Medicamentos específicos e complementares:


• Analgésicos comprimidos: AAS, Dipirona, Buscopam;
• Antibióticos;
• Antialérgicos;
• Antigripais;
• Antiácidos;
• Antiasmáticos;
• Soro fisiológico;
• Bicarbonato de sódio;
• Cloreto de sódio.

XII. FOTOGRAFIAS E IMAGENS, DEMONSTRANDO A SITUAÇÃO ATUAL DA ÁREA


E SEU ENTORNO

Os trabalhos de lavra não iniciaram na área em questão a empresa está


dimensionando a lavra de mármore de acordo com a aplicabilidade de um eficiente
método de lavra, capaz de proporcionar a explotação da substância considerada, com
viabilidade técnica e econômica.

Foto – Vista da situação atual do afloramento de interesse de extração

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Foto – Detalhe do material de interesse de extração no afloramento de mármore

Foto – Vista da situação atual do afloramento de interesse de extração

XIII. SITUAÇÃO ATUAL DA ÁREA

A empresa Quartzblue Mineração Ltda. apresenta seu Plano de Fechamento de


Mina com a finalidade de lavrar a substância mármore na área referente ao processo
48068.866023/2020-83.

A empresa Quartzblue Mineração Ltda. tem o intuito de realizar atividades de


extração de mármore na zona rural, município de Cáceres, estado do Mato Grosso, em
área delimitada por um polígono de área útil com total de 33,35 hectares e possui seu
ponto de amarração definido pelos vértices com as seguintes coordenadas:

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Caracterização da área útil de lavra.
MEMORIAL DESCRITIVO: ÁREA DE LAVRA 33,35 ha
VÉRTICE COORD UTM X(E): COORD UTM Y(N):
V1 449566 8234724
V2 449641 8234501
V3 449804 8234504
V4 450002 8234637
V5 450053 8234988
V6 450170 8235309
V7 449868 8235472
V8 449738 8235175
V9 449690 8234974
V1 449597 8234804

A empresa está requerendo o licenciamento ambiental e pretende extrair blocos


em três frentes de lavra que poderá ser identificada em planta (anexa) onde se identifica
pelas coordenadas (SIRGAS 2000):
Lavra 1 - 449965 E / 8235227 N
Lavra 2 - 449794 E / 8234974 N
Lavra 3 - 449756 E / 8234598 N

Os afloramentos de interesse para extração foram classificados


macroscopicamente como mármore, estes estão dispostos na forma de lajedo plano,
com boa área de extensão.

A lavra apresentará a conformação de bancadas, com avanço isolamento de


volumes mediante melhor performance de corte do fio diamantado.

O avanço se dá pelo padrão do material que se pretende obter, fato direcionador


da direção da lavra, dada a variedade mercadológica do mármore na frente de lavra.

Após tombamento da prancha, a mesma é vistoriada, onde se planejam os cortes


dos blocos passíveis de aproveitamento comercial, e onde serão eliminados os defeitos.

Os blocos passíveis de aproveitamento são armazenados em local específico,


onde recebem numeração para catálogo e controle, e aguardam visita dos clientes.
Estes blocos são carregados pelo pau de carga, que os levanta sobre a carroceria
semirreboques para transporte até o destinatário.

Os depósitos de estéreis estão dispostos o mais próximo às áreas de lavra.


Construídos em sentido descendente, com provisão de drenagens com 1% da crista
para a praça, 5% para as laterais da praça, direcionando as águas superficiais para
drenagens naturais. Ângulo final do talude – 32°, próximo ao ângulo de repouso do
material. Locados a montante e em distância segura das frentes de lavra, sem riscos de
desabamento.

Os equipamentos disponíveis em cada frente de lavra são móveis e podem ser


direcionados a outras frentes conforme o avanço de material que se pretende obter ou
redução do estoque dos blocos de determinado material da lavra.
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XIV. PROJETO DA INFRAESTRUTURA MINERÁRIA SOBREPOSTO AO CONTEXTO
ATUAL DA ÁREA

A infraestrutura básica de apoio serve para viabilizar a lavra e demais fases


operacionais do projeto, e contará com:

- Almoxarifado: onde ficam peças de reposição, materiais de consumo e equipamentos


de proteção individual (EPI) e coletivos (EPC);

- Banheiro: instalações sanitárias para os trabalhadores com fossa séptica e sumidouro.

-Cozinha/Refeitório: é necessária a construção destes já que os funcionários irão fazer


suas refeições na mina, dentro dos parâmetros exigidos pela legislação pertinente;

-Abastecimento d’água: Para a implantação da lavra a demanda de água será durante


a fase de corte para o resfriamento do fio diamantado.

-Oficina: para reparos rápidos de equipamentos com sistema de lavador utilizando


sistema de separação água e óleo.

-Escritório: estrutura para controle interno dos funcionários da mina, expedição de nota,
reunião com clientes e recepção.

-A água potável para consumo será adquirida na sede do município mais próximo da
mina e enviada para a área do empreendimento em garrafões higienizados com
capacidade de 20 litros de acordo com as necessidades.

A disponibilidade de fornecimento de energia elétrica dentro dos limites da área


inicialmente será liberada por gerador de 260 KVA para uso nos trabalhos de lavra. Para
infraestruturas (escritório, refeitório, oficina mecânica) a serem construídas na lavra,
será contratada a energia elétrica monofásica. Estima-se um consumo médio mensal
de 300 kw/h.

A higiene será garantida através da construção de refeitório e instalações


sanitárias e preservação dos mesmos. O sistema de fossa séptico com filtro anaeróbio
garantirá o destino do esgoto doméstico.

XV. PROJETO CONCEITUAL DE DESCOMISSIONAMENTO DAS ESTRUTURAS


CIVIS E DE ESTABILIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DAS ESTRUTURAS
REMANESCENTES

Com a exaustão dos recursos minerais, faz-se necessário o


descomissionamento das benfeitorias e os equipamentos utilizados no período de lavra.
Essas benfeitorias são constituídas por pátios e construções entre outras.

De acordo com a legislação ambiental vigente, para todo empreendimento


causador de degradação ambiental, deverá ser realizada a reabilitação das áreas
afetadas, com a finalidade de minimizar e controlar os impactos diagnosticados.
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Os equipamentos, como carregadeira, perfuratrizes, marteletes, caminhões,
compressores, máquina de fio diamantado, deverão ser vendidos a outras empresas ou
até mesmo locados em outras frentes de lavra da própria empresa.

Em relação às construções, tais como pátios e refeitórios, essas deverão ser


incorporadas à propriedade após o fim das atividades de lavra no local ou caso não seja
de interesse do superficiário do solo as benfeitorias serão removidas.

As benfeitorias e construções existentes na área da mina, desde que não


possam ser aproveitadas para o superficiário local, deverão ser destruídas ou
derrubadas, onde os resíduos delas resultantes deverão ser removidos e corretamente
dispostos nos depósitos de estéreis.

O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) é necessário à


reestruturação de áreas que sofreram intervenção, evitando o aumento de processos
erosivos, recuperando a sua condição original ou promovendo novos usos ao solo, de
acordo com cada área impactada.

Recuperar uma área impactada requer a identificação das demandas relevantes.


Normalmente, parte-se da descrição e de um reconhecimento das condições ambientais
da área afetada, também chamados de diagnóstico ambiental. Os resultados
apresentados no diagnóstico rápido da área são compostos por levantamento de dados
primários e secundários, os quais indicam a situação atual da área alterada. Deste
modo, são estabelecidas as diretrizes para a recuperação das respectivas áreas que
forem degradadas ou alteradas pelo empreendimento.

Em termos legais, a execução deste Programa se embasará na Instrução


Normativa (IN) IBAMA Nº 04/2011, a qual estabelece procedimentos para elaboração
de Projeto de Recuperação de Área Degradada – PRAD ou Área Alterada, para fins de
cumprimento da legislação ambiental.

A principal justificativa para implantação deste PRAD é, por meio das ações e
práticas nele recomendadas, atenuar impactos negativos ocasionados pela retirada da
vegetação para implantação e operação do empreendimento.

Partindo-se de uma abordagem conceitual e baseando-se nas principais


situações presentes no âmbito do empreendimento, foram elaborados procedimentos
de recuperação das áreas degradadas com os seguintes objetivos:

→ Estabelecer o reafeiçoamento do terreno e o controle dos processos erosivos


e do carreamento de sedimentos;
→ Restabelecer processos biológicos nessas áreas;
→ Determinar medidas de revegetação, permitindo rápida formação da
cobertura vegetal e posterior sucessão natural;
→ Mitigar efeitos sobre a paisagem em decorrência das áreas de corte; e
→ Recompor as fitofisionomias nas áreas reafeiçoadas.

Alguns critérios e diretrizes são estabelecidos na legislação brasileira referente


à regulamentação das atividades mineradoras, a fim de minimizar os impactos
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ambientais, realizando a recuperação de áreas onde se concretizam atividades de
mineração. As diretrizes básicas para proteção ambiental, levando em consideração a
dinâmica do setor mineral estão contidas no Decreto Lei 227 de 28/02/1967, que instituiu
o Código de Mineração, e o Decreto Lei 62.934 de 03/07/1968.

Os dispositivos legais que fundamentam a execução deste Programa são:

• Lei 6.938/81 – Lei de Política Nacional de Meio Ambiente - O poluidor é


obrigado a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
afetados por sua atividade - recuperação de sítios degradados - instituiu o CONAMA e
o SISNAMA (Regulamentada pelo decreto nº 88.351 de 01 Junho de 1983);
• Resolução CONAMA nº 001/86 - Estabelece critérios básicas e diretrizes gerais
para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
Para determinados tipos de empreendimentos exige-se a realização prévia do EIA e
RIMA, onde são realizados diagnósticos, e planejadas ações de minimização de
impactos e mitigação de prováveis danos ambientais;
• Decreto Lei 97.632/89 - regulamentou a lei 6.938/81 obrigando a recuperação
da área degradada, por mineração, como parte do Relatório de Impacto Ambiental;
• Lei Federal nº 9.605/98 – A lei dos crimes ambientais dispõe sobre sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente,
e dá outras providências. Através do art. 23, II, obriga o infrator a recompor o ambiente
degradado.
É a chamada lei dos crimes ambientais, que permite abertura de uma ação e
processo penal contra crimes ambientais;
• Instrução Normativa do IBAMA nº 04/2011. Estabelece exigências mínimas e
norteia a elaboração de Projetos de Áreas Degradadas – PRAD, ou Áreas Alteradas.

As áreas-alvo de recuperação deverão ser revegetadas com o uso de técnicas


de engenharia, que contemplem o plantio de espécies herbáceas e arbustivas
adaptadas à região, respeitando as características ecofisiológicas das espécies
(pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climácicas).

O intuito das ações de revegetação é o estabelecimento de um ambiente em


harmonia com a realidade local, a partir do plantio de espécies nativas da região, com
aplicação de paisagismo e revegetação das áreas degradadas planejando os estágios
de enriquecimento florestal a curto, médio e longo prazo.

Por meio da revegetação almeja-se restabelecer as condições de estrutura, de


fitofisiomia e de estágio sucessional da cobertura vegetal previamente inventariada nos
locais florestados onde ocorreu a supressão de vegetação anteriormente.

A execução deste programa será pautada em técnicas de restauração recentes,


identificando fatores exógenos à área no intuito de refrear processos erosivos
prejudiciais ao estabelecimento do plantio. Desta forma, serão utilizadas técnicas que
focarão na estrutura ambiental e em processos que edificam tais estruturas, garantindo
a sua continuidade, dando sustentabilidade ao ecossistema em questão, buscando
redução significativa dos custos de implantação, manutenção e monitoramento.

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A recuperação das áreas lavradas será conduzida simultaneamente às
atividades de exploração mineral, evitando-se, desta maneira, que grandes extensões
de áreas permaneçam por um longo período, expostas às intempéries.

A revegetação das áreas degradadas deverá se dar após a recomposição


topográfica, regularização do terreno, reposição do solo de decapeamento, correção da
fertilidade do solo, subsolagem das áreas compactadas e implantação de dispositivos
de proteção de drenagem.

A revegetação contemplará leiras de crista e a conformação de corredores


faunísticos e cortinas verdes arbustivas, fomentando a sucessão natural e a mitigação
do cenário paisagístico, respectivamente.

A revegetação das áreas degradadas deverá ocorrer sempre ao término da obra


ou atividade, evitando a exposição do solo por prolongado período de tempo e sempre
no início do primeiro período chuvoso.

O minerador, mesmo considerando a existência de área impactada por


atividades de mineração já existente, manterá o Programa de Reabilitação de Áreas
Degradadas implantado.

XVI. AÇÕES DE REABILITAÇÃO DA ÁREA JÁ EXECUTADAS

A necessidade de proteção ao meio ambiente vem exigindo uma nova


abordagem para a questão do fechamento de mina, a qual vem se materializando
gradativamente no ordenamento jurídico nacional, a partir do advento da Constituição
Federal de 1988. O art. 225, § 2º da Constituição impõe àquele que explorar recursos
minerais a responsabilidade de recuperar os danos ambientais causados pela atividade
de mineração, consistente na obrigação de "recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma de lei."
Embora esta responsabilidade seja objetiva (independente da vontade do agente) é
necessário haver o nexo de causalidade entre a atividade de mineração e o dano
ambiental para constituir-se a obrigação do minerador de efetuar a aludida recuperação.

O aludido dispositivo constitucional estabelece que, terminada a fase de lavra, a


recuperação da área degradada pela mineração deverá ocorrer conforme a solução
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei, aprovada quando do
licenciamento ambiental da atividade. A matéria está regulamentada pelo Decreto nº
97.632, de 10.04.1989, eis que não existe a lei infraconstitucional específica
disciplinando a recuperação de áreas degradadas pela mineração. Deste ordenamento
legal destaca-se o seguinte dispositivo:

Art. 3º - A recuperação deverá ter por objetivo


o retorno do sítio degradado a uma forma de
utilização, de acordo com um plano
preestabelecido para o uso do solo, visando a
obtenção de uma estabilidade do meio
ambiente".

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Como se vê do art. 3º, a recuperação da área degradada pela atividade de
mineração objetiva estabelecer uma nova forma de utilização da área minerada,
conforme um plano preestabelecido para o uso do solo, com vistas a alcançar a sua
estabilidade ambiental que configura a solução técnica exigida pelo órgão público
competente.

O programa de reabilitação da área em questão contará com um técnico


responsável, que supervisionará diretamente os trabalhos de reabilitação, bem como,
fará um levantamento prévio do ecossistema da região, cujos trabalhos deverão ser
dimensionados por engenheiro agrônomo ou florestal.

Ao chegar ao final da lavra, seja em um único talude alto ou em bancadas, há


vários métodos para amenizar os impactos ambientais, colocação de subsolo e camada
fértil para revegetação, entre outros.

Em muitos casos esta amenização pode ser executada em parcelas, caso a lavra
avance lateralmente em seções, com cada seção chegando a um talude final em
separado. O desmonte por detonações das cristas para destruir as linhas retas
contribuirá para amenizar os impactos visuais. A rocha desmontada deixada in loco
servirá como base para receber o subsolo do decapeamento. Dentro do possível, isto
deverá ser executado, mesmo se o subsolo não for de grande quantidade, pois terá um
grande valor para a revegetação.

O objetivo da utilização da área da empresa Quartzblue Mineração Ltda., após


o encerramento das operações na mina, é o aproveitamento econômico do solo como
agricultura através da aplicação de camada de solo fértil sobre o estéril da mina e
posterior plantio. Deve-se deixar claro que o porte do empreendimento possibilita este
tipo de recuperação, considerada satisfatória e tecnicamente viável, uma vez que, tanto
os números de funcionários como a área diretamente impactada são pequenos, bem
como o tipo de impacto provocado pela atividade minerária.

O recobrimento do estéril com solo deverá ser executado concomitantemente


com a atividade de lavra, para que, durante o próprio período de vida útil da reserva a
área seja revegetada permitindo não só a contenção da erosão e desestabilização de
taludes, mas também reduzindo o impacto paisagístico e facilitando a recuperação
futura quando do encerramento das atividades.

A recuperação ambiental já inicial em algumas áreas em pontos paralisados pela


atividade de extração, essas áreas que continha estéril na faixa de área de APP dos
cursos hídricos a recuperação consistirá na retirada do estéril depositado na frente
paralisada e replantio de espécies nativas da região para recomposição vegetal.

XVII. PRINCIPAIS AÇÕES DE MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO PLANEJADA


NA ÁREA

No momento em que ocorrer a paralisação da mineração da lavra, os trabalhos


de revegetação serão desenvolvidos com maior rigor. Para se ter um resultado efetivo,
deve-se ter a continuidade desse processo de recuperação desde o momento de início
das atividades de explotação da rocha.
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A cobertura do leito dos acessos que, porventura, venha ser extinto, poderá ser
utilizada gramíneas, com disponibilidade na região.

Na área da praça de manobras e acessos a vegetação a ser recomposta deverá


ser a de gramíneas, para proteger o solo da ação da erosão laminar. Já nas áreas de
deposição de estéreis, somente poderá ser introduzida vegetação de pequeno porte
(gramíneas e subarbustos), visto que o substrato é constituído por grande número de
fragmentos de rocha.

Plantas de porte arbóreo, preferencialmente de essências nativas, deverão ser


introduzidas na área de forma a encobrir os impactos visuais oriundos do processo de
lavra, visto que sua localização é próxima a uma rodovia de tráfego permanente. Esse
procedimento enriquecerá a área e harmonizará paisagem do local.

XVII.1. REMOÇÃO E ESTOCAGEM DO CAPEAMENTO DO SOLO

Segundo BLUN (2000), o revestimento vegetal do local minerado pode corrigir


ou diminuir, substancialmente, os impactos provocados pela mineração sobre os
recursos hídricos, e visuais da área. Normalmente, a vegetação existente no início da
mineração é eliminada no começo das atividades. Abaixo listamos alguns
procedimentos para remoção da vegetação e desenvolvimento da lavra:

• Retirar qualquer material com valor comercial, como a madeira, para depois
remover completamente a cobertura vegetal;
• Remover completamente todo solo orgânico;
• Remover o solo estéril e o minério. A deposição de solo estéril ocorre ao mesmo
tempo em que ocorre a escavação. Esta fase é decisiva para a recuperação, pois a
futura paisagem será definida. Sempre que possível, o estéril deve ser depositado na
mesma sequência que foi retirado - isto vai garantir que o melhor material esteja
depositado na superfície.

XVII.2. OBRAS DE ENGENHARIA NA RECUPERAÇÃO

O controle de taludes e de água parece ser um fator importante para alcançar a


estabilidade de áreas mineradas. Segundo FREITAS Rodrigo, et al (2009), a água
parece ser o fator que mais cria instabilidade. Isto se manifesta através de
deslizamentos de superfície e transporte de partículas ou movimentos de massa dos
depósitos estéreis, em virtude da saturação e/ou das condições lubrificantes da água,
causando sedimentação nos cursos de águas.

Serão aplicadas de acordo com o plano de controle da sedimentação nos cursos


de água, controle de taludes e águas as seguintes técnicas abaixo descritas:

• Utilização de caixas secas com 15 m³, onde deverão ser construídos canais
adutores direcionando o fluxo de água para dentro destas caixas. O formato das caixas
secas a ser utilizado será trapezoidal, em sistema unilateral, com deposição de
fragmentos de rocha em seu interior, sendo posicionadas nas vias de acesso interno
das frentes de lavra.

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• Revegetar as margens das estradas e arredores das caixas, preferencialmente,
com gramíneas, reduzindo a erosão e o assoreamento das caixas secas;

• Manter desobstruídos os canais de comunicação entre as caixas secas e


sempre em níveis abaixo da estrada;

• Evitar locais com solos rasos e camada rochosa próxima à superfície, a fim de
evitar risco de desmoronamento da estrada e enchimento rápido das caixas de retenção;

• Em locais onde o talude da estrada expõe o horizonte mais crítico do solo,


normalmente muito susceptível ao desmoronamento, será necessário revegetá-lo. Caso
contrário, as caixas estarão frequentemente assoreadas e muito vulneráveis a
danificação;
• Instalação de represas ou escavações de lagoas/bacias, para facilitar a
deposição do sedimento proveniente da mina, antes que este se deposite nos córregos
ou rios, também, será elaborado projeto que minimizem a modificação da área durante
a extração do minério. Deve-se evitar modificações no leito original dos cursos d’água
criando pontes ou outras obras quando estradas de acesso passarem pelos mesmos.

• Modificar o mínimo possível a área durante a mineração. As áreas já


conturbadas devem ser recuperadas progressivamente, sem esperar seu abandono
após a mineração. A área minerada deve ficar exposta o mínimo de tempo possível.

• Implantar, progressivamente, os trabalhos de gradagem e revestimento,


colocando, pelo menos, vegetação temporária ou cobertura morta por cima da área, se
houver demora no estabelecimento da vegetação permanente. Utilizar técnicas de
gradagem com aparelhos que sulcam e alisam o terreno simultaneamente.

• Evitar a colocação dos restos das escavações nos cursos de água.

• Evitar a modificação do leito original dos cursos de água; quando as estradas


de acesso passarem por cima ou acima dos cursos d'água, as pontes ou outras obras
devem ser construídas de modo que a drenagem não atinja o curso de água que está
abaixo. Também se deve evitar que os cursos de água sejam poluídos durante a
construção da ponte ou a instalação de canalização.

• A construção de terraços (bermas) também é reconhecida como uma prática


viável para recuperação de áreas que sofreram mineração. (A formação de terraços
aumenta a estabilidade e favorece a recuperação. A largura dos terraços varia de 3 a
15 m, com uma média de 10 m. A distância vertical varia de 8 a 20 m, deve-se evitar o
alto grau de declividade entre os terraços).

Construir terraços ou banquetas com solo compactado e coberto com vegetação


vigorosa ao pé das escavações da mineração. Estes terraços diminuirão a velocidade
da enxurrada e receberão seus depósitos de sedimentação antes que estes atinjam o
curso de água.

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XVII.3. MANEJO DE SOLO ORGÂNICO

A mineração de superfície exige a retirada da vegetação e da capa superior do


solo existente sobre o minério. Esta capa enriquecida com material orgânico é
deslocada para qualquer posição, o que, muitas vezes, favorece sua perda. O manejo
do solo e da matéria orgânica influencia tanto os rendimentos obtidos na produção
agrícola como a qualidade ambiental (PINTO E CRESTANA, 1996).

• O ideal para armazenagem de solo orgânico é removê-lo e armazená-lo


misturado com a vegetação do mesmo local, convertida mecanicamente em cobertura
morta. O solo pode ser amontoado em camadas de terra de até 1,5 metros de altura e
de 3 a 4 metros de largura, com qualquer comprimento. O solo armazenado deve ser
protegido dos raios solares com cobertura de palha;
• Segundo ALCANTARA et al (2008), o manejo do solo é o conjunto de todas as
práticas aplicadas a um solo visando a produção agrícola. Inclui operações de cultivo,
práticas culturais, práticas de correção e fertilização, entre outras;

a) Preparações do local para plantio

• É essencial que se conheçam as características químicas do material que será


o meio de crescimento e o como isso afeta o crescimento das plantas. O fertilizante mais
usado nas minas é o composto de nitrogênio-fósforo-potássio (NPK). Usa-se também
uma rocha fosfática, especialmente no plantio de espécies arbóreas. Este fertilizante
tem uma solubilidade lenta, é usado para garantir um suplemento de fósforo a longo
prazo;
• Outro corretivo agrícola utilizado em problemas edáficos provenientes de alta
acidez é o calcário. O tratamento dos solos com cinzas industriais pode corrigir, pelo
menos parcialmente, a acidez dos solos minerados. O uso de resíduos de esgoto
sanitário, aplicação de cavacos de madeira dura, esterco, bagaço de cana, serragem e
outros materiais também são medidas potenciais para a redução da acidez do solo;

• Com a escarificação profunda, os corretivos deverão ser incorporados com o


uso de máquinas que se movimentem ao longo das curvas de nível. A superfície final
deverá ser áspera, tanto para interromper o escoamento das águas pluviais como para
criar micro-habitat para germinação de sementes. Recomenda-se que toda gama de
corretivos de solo seja investigada e aplicada em uma base quantitativa, de acordo com
as necessidades pré-determinadas. Deve-se dar maior ênfase ao uso de corretivos
orgânicos, especialmente ao uso de produtos residuais orgânicos da vizinhança.

Afinidades microbiológicas devem ser investigadas, começando com micorrizas


e progredindo para a comunidade geral de decompositores. Deve-se dar maior ênfase
à criação de diversidade dentro do habitat da recuperação.

b) Seleções de espécies de plantas

• A escolha de espécies para utilização em recuperação de áreas degradadas


deve ter como ponto de partida estudos da composição florística da vegetação
remanescente da região. Segundo DAVIDE (1999), a escolha de espécies vegetais para
utilização em recuperação de áreas degradadas deve ter como ponto de partida estudos
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da composição florística das matas remanescentes da região. A partir destes
levantamentos, experimentos silviculturas devem ser montados procurando explorar a
variação ambiental e níveis de tecnologia, sendo que as espécies pioneiras e
secundárias iniciais deverão ter prioridade na primeira fase da seleção de espécies para
a região. Todavia, para se alcançar pleno êxito nesta tarefa, além do conhecimento das
causas da degradação e formas de recuperação, é preciso, também, conhecer as
necessidades sociais, econômicas e os aspectos culturais da comunidade da região.
Uma comunidade pobre, que dependa exclusivamente do recurso natural como a
vegetação para sua sobrevivência, deve utilizá-lo de forma racional a fim de mantê-lo
para as próximas gerações. Isto sé é necessário para que se explore apenas o suficiente
e que haja reposição do que foi retirado (LIMA, 2004);

• A recuperação de solos degradados pode ser buscada por meio da cobertura


que tenham facilidade de estabelecimento, rápido desenvolvimento de cobertura e que
melhorem as condições físicas, biológicas do solo. Por outro lado, comenta Davide
(1994), que as espécies pioneiras e secundárias iniciais deverão ter prioridade na
primeira fase da seleção de espécies. Podem-se buscar três opções que poderão ser
utilizadas isoladamente ou em conjunto:

a. Utilização de espécies florestais para aplicação no modelo de sucessão


secundária;
b. Espécies florestais para formação de povoamentos puros;
c. Utilização de espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas.

O ponto de maior importância a ser considerado com relação ao revestimento


vegetal de áreas mineradas é a sobrevivência das plantas nas condições extremamente
adversas do local. A escolha da espécie deve considerar: valor econômico potencial da
espécie; a influência da planta sobre a fertilidade do solo; a utilidade da planta como
abrigo e alimento para fauna; e o efeito estético.

Na área de influência indireta do empreendimento foram observadas as mesmas


formações ocorrentes na área de influência direta. Foram identificadas fisionomias de
três regiões fitoecológicas: Caatinga Arbustiva e Arbórea, além das Áreas Antrópicas.
Essa última possui distribuição ampla e ocupa extensões consideráveis que variam
muito em função da expansão ou retração da agricultura regional.

É difícil estabelecer o limite preciso entre caatinga arbórea densa e floresta


estacional decídua. Na região em estudo o fator climático não é uma condicionante para
diferenciar esses tipos de vegetação.

Espécies nativas devem ter preferência sobre as introduzidas. Estas em geral


criam problemas em algum ponto do futuro, como, por exemplo, a susceptibilidade a
doenças ou a insetos, a exclusão de outra vegetação desejável, inibição do ciclo de
nutrientes, susceptibilidade ao fogo, exclusão da fauna, uso excessivo de água,
interrupção e supressão de interação biológica, etc.

→ As espécies introduzidas podem contribuir mais significativamente na procura


de objetivos em curto prazo. As gramíneas podem ser descritas como espécies que
apresentam crescimento rápido, baixa exigência em fertilidade, alta capacidade de
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perfilhamento e sistema radicular que proporciona melhor suporte mecânico para o solo,
além do perfilhamento contribuir para a sustentabilidade do sistema, por meio do
fornecimento de matéria orgânica, devido à grande capacidade de produção de
biomassa (PEREIRA, 2006).

→ Quase a totalidade das minas utiliza espécies de gramíneas introduzidas, pois


a falta de sementes, a ausência de conhecimento sobre adequação das espécies e os
problemas de germinação têm desencorajado o uso das gramíneas nativas e,
consequentemente, promovido uma dependência de espécies introduzidas. Algumas
espécies de gramíneas úteis para revestimento vegetal de taludes (Ambiente Brasil,
2010).

→ É preciso considerar a importância das leguminosas lenhosas e herbáceas na


seleção de espécies, em virtude da possibilidade de fixar o nitrogênio da atmosfera. Um
bom exemplo de herbácea nativa que deve ser utilizada é a Schrankia spp (mimosa).
Exemplos de leguminosas de verão: milheto e mucunã-preta; leguminosas de inverno:
aveia preta e ervilhaca. Grande parte dessas espécies apresenta elevada produção de
biomassa com significativo aporte de folhas ao solo, proporcionando assim rápida
formação de litter (serapilheira), e consequentemente intensa ciclagem de nutrientes.

→ As gramíneas do gênero Brachiaria se destacam pela capacidade de


adaptação aos diferentes ambientes, facilidade de manejo e aceitabilidade econômica.
A Brachiaria decumbens possui crescimento rasteiro, cobrindo rapidamente o solo,
tolerância ao sombreamento, à seca e à baixa fertilidade do solo, e adaptação em
regiões de clima tropical, com temperaturas elevadas e precipitação anual entre de 800
e 1.200 mm (Pereira, 2006).

→ A fauna deve ser considerada quando se selecionam espécies de plantas


para recuperação. A recuperação não deve somente empenhar-se em estabelecer o
habitat faunístico, mas atrair a fauna para os locais recuperados, com o propósito de
incrementar a diversidade de espécies de plantas conforme a necessidade local.

c) Propagações de Espécies

A propagação de espécies refere-se ao crescimento de espécies lenhosas em


um viveiro para plantio posterior em áreas a serem recuperadas. A altura média das
mudas deve ser de 50 cm. Plantam-se mudas maiores quando há competição grave de
gramíneas ou quando pode haver danos por animais ou pelo próprio homem. A mistura
mais usada nos viveiros para preencher os saquinhos é a seguinte: solo vegetal
enriquecido com material como esterco, húmus de minhoca, serragem, vegetação,
vegetação morta e uma camada de terriço da floresta. Todos os viveiros aplicam
nitrogênio, fósforo e potássio à mistura de solo e alguns adicionam uma mistura de
micronutrientes.

d) Plantio

Usa-se em recuperação duas técnicas básicas de cultivo: semeadura ou plantio


de mudas. A escolha do método depende de fatores como a natureza da área a ser
semeada, o tamanho e a capacidade germinativa das sementes e as características de
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propagação de espécies individuais. Ferreira et al. (2007), afirmam que a semeadura
direta pode ser utilizada em situações em que não pode ocorrer a regeneração natural
e nem o plantio de mudas, além de ser um método versátil e barato. Mas apesar das
vantagens apresentadas, a técnica de semeadura direta apresenta em contrapartida
uma germinação irregular e com predominância de poucas espécies, sendo em muitas
vezes necessário fazer uma reposição das sementes que não germinaram, para que se
chegue ao resultado esperado. A semeadura pode ser feita a lanço ou por
hidrossemeadura. Em vez de enterrar sementes em sulcos, a semeadura a lanço as
deixa exposta na superfície do local, exigindo a colocação de uma cobertura de solo.
Segundo Freitas et al. (2009), a hidrossemeadura é uma técnica mecanizada,
semelhante à semeadura a lanço. O aparelho utilizado consta de um tanque, de uma
bomba, de agulheta e motor. A mistura de sementes, água e fertilizantes pode ser
lançada a uma distância de 60 metros. As vantagens da hidrossemeadura são:
capacidade de cobrir áreas inacessíveis (declives íngremes, por exemplo), rapidez e
economia. Outros cuidados que devem ser tomados no processo de semeadura direta
consistem na escolha de espécies vegetais que possuam maior resistência e que
possuam fácil germinação.

Em geral, é melhor plantar as gramíneas um pouco antes da época chuvosa,


quando se pode contar com a precipitação. Uma cobertura de gramíneas pode também
ser obtida por meios vegetativos, usando placas de grama ou caules. Mas são medidas
extremamente onerosas. O plantio de mudas envolve em primeiro lugar a escavação de
uma cova, o espaçamento médio deve ser de aproximadamente 4 x 4 metros. O
espaçamento depende das espécies selecionadas e do uso futuro escolhido do solo. As
plantações de eucalipto têm espaçamento mais fechado, enquanto as árvores nativas
têm espaçamento mais amplo. A prática do plantio de árvores juntamente com
gramíneas é recomendada, uma vez que as gramíneas asseguram uma boa proteção
do solo, enquanto as árvores estão crescendo. RODRIGUES et. al, (2009) citado por
RIBEIRO (2012), traz uma das vantagens de se adotar o método de plantio direto de
mudas, é que logo após o desenvolvimento das espécies pioneiras o solo. Onde
desenvolverá camadas de serapilheira e húmus, o que atrairá animais dispersores de
sementes, como aves e roedores, que acelerarão o processo de sucessão vegetal e a
completa recuperação da área degradada após alguns anos.

XVII.4. SISTEMA DE DRENAGEM E CONTENÇÃO DE SEDIMENTOS

O sistema de drenagem da mina deverá ser composto por caixas e bacias de


decantação, calhas coletoras, cordão em contorno, leiras de contenção e terraços. Cada
uma das estruturas citadas deverá ser adotada de acordo com as necessidades da área
onde se encontra o empreendimento.

A seguir estão descritos os locais de instalação e as funções de cada uma das


estruturas de drenagem a serem implantadas em uma mina:

• As caixas de decantação deverão ser instaladas às margens da via de acesso,


do lado do talude de corte do terreno, evitando-se desta maneira o rompimento das
mesmas. O local de construção destas estruturas deverá ser onde o terreno se
apresentar íngreme e, elas terão a função de reterem os sedimentos carreados pelas
águas pluviais, evitando desta forma o assoreamento de porções à jusante do terreno.
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Outra função destas é a quebra da velocidade das águas, evitando-se desta forma a
formação de sulcos erosivos sobre a via. Para um melhor funcionamento das caixas de
decantação, o acesso deverá ter sua inclinação voltada para o lado do talude de corte
do terreno, direcionando as águas para o interior das caixas.

• As calhas coletoras deverão ser instaladas às margens da via de acesso e terão


a função de direcionar as águas pluviais para o interior das caixas de decantação. Elas
também poderão ser adotadas em acessos que não possuam a inclinação voltada para
o talude de corte do terreno, de modo a manterem o fluxo das águas pluviais às margens
do acesso, evitando a formação de ravinas sobre a via. Caso seja necessária a calha
deverá ser parcialmente preenchida com pequenos fragmentos de rocha com o objetivo
de diminuírem a velocidade das águas que escoarem no interior da mesma, evitando-
se que esta seja aprofundada. Além disso, as calhas coletoras deverão contornar os
matacões presentes na área, com o intuito de controlar os movimentos de terra próximo
dos mesmos.

• As bacias de decantação deverão ser instaladas em local onde o fluxo de águas


pluviais for intenso e terão a função de reterem os sedimentos carreados pelas águas,
evitando que os mesmos venham a assorear a praça de manobra, por exemplo. As
bacias serão compostas basicamente por leiras de material terroso em meio a
fragmentos de rocha.

• As leiras deverão ser instaladas para comporem as bacias de decantação, às


margens do acesso ou em quaisquer outros locais que haja a necessidade de desviar o
fluxo de águas superficiais ou reter sedimentos carreados por estas águas. As leiras
deverão ser construídas com material terroso em meio a fragmentos de rocha de
pequenos diâmetros, devendo possuir aproximadamente 1,5 metros de altura.

• O cordão em contorno deverá ser instalado na porção superior à frente de lavra,


de modo a desviar o fluxo de águas pluviais para fora do interior desta. Esta estrutura
deverá possuir largura de aproximadamente 20 centímetros e profundidade de 25
centímetros

• Os terraços também deverão ser instalados na porção superior à frente de


trabalho, possuindo estes os mesmos objetivos do cordão em contorno. Porém, estas
estruturas possuirão largura e profundidade maiores quando comparadas ao cordão em
contorno, possuindo aproximadamente 3 metros de largura.

XVII.5. AÇÕES PROGRAMADAS À RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Recuperação executada simultaneamente à mineração, e não a restringindo ao


final do empreendimento é o tipo ideal, e que atendes as leis ambientais.

Recuperação orientada de acordo com um plano prévio: execução com base em


decisões expressas em documento previamente discutido e definido entre minerador,
poder público e comunidade envolvida, apontando para o aproveitamento das áreas
degradadas – PRAD (Programas de Recuperação de Áreas Degradadas).

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Principais ações que serão desenvolvidas para que o descomissionamento da
mina seja perceptível pelas populações circunvizinhas e os impactos absorvidos de
forma gradual e positivamente:
• Caracterização das reservas remanescentes que não foram explotadas,
identificando os motivos pelas quais o material não possuiu aproveitamento econômico;

• Levantamento planialtimétrico e cadastral da área da mina em escala adequada


com as dimensões da mesma, contemplando todos os setores da mina, inclusive
aqueles inerentes à recuperação das áreas mineradas;

• Na entrada da área, colocar placa indicativa da situação da área de mineração,


junto aos órgãos licenciadores, onde deverão constar os números das licenças
minerárias e ambiental junto ao da Agência Nacional de Mineração - ANM e do órgão
ambiental, de acordo com a padronização exigida, na qual deverão constar ainda os
nomes do empreendimento e do empreendedor e a data de sua validade. Ainda, cabe
salientar que a empresa deverá colocar a data programada para o início de
descomissionamento da mina, a fim de informar à população circunvizinha.

• Efetuar a manutenção periódica das placas de sinalização da jazida e do seu


entorno;

• Os acessos externos à mina serão objeto de manutenção com ações de


nivelamento da pista de rolamento, controle de processos erosivos, manutenção da
drenagem das pistas e acostamentos, recobertura das pistas com materiais oriundos do
estéril da mina. Será mantida a sinalização de trânsito ao longo das localidades vizinhas
com limitação de velocidade máxima. Outra ação a destacar é a umidificação, no
período de estiagem, a via de acesso evitando, assim, a formação de poeiras fugitivas;

• Os acessos internos da mina serão mantidos e conservados para que seja


realizado o monitoramento e controle dos processos erosivos na frente de lavra, bem
como proceder à imediata interdição dos mesmos em caso de desmoronamentos
levando à instabilidade do talude/berma.

• Construir canais de drenagem às margens das estradas de acesso interno,


evitando que o escoamento superficial das águas origine processos erosivos nos leitos
das referidas vias. Aqueles que não forem necessários às operações serão fechados
(interditados) e sua recuperação realizada de acordo com o planejado anteriormente;

• As estruturas físicas necessárias à atividade do descomissionamento serão


objeto de limpeza, manutenção elétrica e construtiva, e monitoramento de seu estado
de conservação até o total fechamento da atividade na área da mina;

• As pilhas de solo construídas serão mantidas em condições geotécnicas


adequadas (acessos, taludes, bermas e sistema de drenagem), bem como será
monitorado o estado de estabilidade em função dos critérios de segurança adotados
durante a confecção das mesmas, seguindo as normativas específicas da NBR 13029
e NRM 19/ANM;

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• Diagnosticar e efetuar serviços para controle de erosão e estabilidade dos
taludes relacionados às mesmas;

• A drenagem da mina será objeto da manutenção e monitoramento das obras


de arte (canaletas, bueiros, dissipadores de energia, etc.), que serão construídas a fim
de desviar a drenagem natural da água da mina e manter as condições de estabilidade
seguras;

• Os restolhos vegetais serão armazenados em área separada e isenta de


mistura que possa alterar a sua composição original, evitando a contaminação dos
mesmos com outros materiais como, por exemplo, lixo, graxas, óleo diesel etc.;

• Acompanhar os trabalhos de desmatamento e limpeza do terreno, orientando


os trabalhadores quanto à estocagem do solo e do restolho vegetal removido, indicando
as áreas com cobertura vegetal a conservar;

• A área do empreendimento deverá ser cercada não apenas para demarcação


da poligonal da ANM, mas também para evitar acidentes com pessoas estranhas ou
animais, devendo ser cercada com uso de arame farpado e estacas de madeiras,
pintadas com cal, com monitoramento sendo realizado pela vistoria das cercas, para
determinação da presença de desgastes ou derrubada das mesmas, sendo que
qualquer dano identificado deverá ser corrigido. Efetuar a manutenção periódica das
cercas e do seu entorno;

• Fazer a manutenção e a regulagem periódica dos equipamentos, para que não


ocorram acidentes de trabalho e vazamentos de produtos químicos no solo e drenagem;

• Não deve ser permitido o estacionamento dos caminhões nas proximidades


dos taludes, pois o terreno fica susceptível a escorregamentos do solo que se encontra
associado às fraturas do corpo rochoso. Deverá ser realizado o monitoramento das
áreas já restritas e controladas devido à instabilidade do maciço rochoso. Diagnosticar
e efetuar serviços para controle de erosão e estabilidade dos taludes relacionados à
frente de lavra;

• As áreas de utilização de materiais perigosos e inflamáveis (áreas


classificadas), assim como aquelas sujeitas à ocorrência de explosões ou incêndios,
devem ser sinalizadas com indicação da área de perigo e proibição de uso de fósforo,
de fumar ou outros meios que produzem calor, faísca ou chama;

• Todos os resíduos da mina (sistema de esgotamento sanitário, refeitório,


banheiros, lixo, oficinas, etc.) deverão ter o destino preconizado na legislação
específica, mantendo a limpeza e a eliminação de doenças típicas da região tais como
dermatites, pragas (ratos, insetos, etc.). O controle e monitoramento serão realizados
pelo pessoal da limpeza, que fará a coleta e separação seletiva do lixo, e a posterior
remessa para depósito licenciado para tal fim junto ao órgão ambiental;

• Recuperação das áreas mineradas, com a respectiva verificação das condições


de poluição e/ou contaminação, contemplando os estudos para uso futuro da área;

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• Elaborar relatórios periódicos contendo documentações cartográfica e
fotográfica, referentes à evolução dos trabalhos assim como das medidas de
monitoramento e de controle propostas no projeto.

• Manutenção - “Admite-se um período mínimo da ordem de 5 (cinco) meses,


envolvendo o cuidado que se deve ter após o plantio, tais como: replantio, roçados
manuais, de coroamento, irrigação, controle de doença e praga, limpeza de drenagens,
não permitir pastoreio e observar sintomas de deficiência nutricional e toxidez das
plantas por excesso de alguns elementos”. (HISA, 1997, p. 73).

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XVIII. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DO PFM
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DA FASE DE FECHAMENTO DAS ATIVIDADES
ANO ANO I ANO II Valor
Acumulado /
TRIMESTRE 1 2 3 4 1 2 3 4
Total (R$)
Desmobilização dos Levantamento e

Relatório descritivo dos trabalhos


R$ 5.000,00 5.000,00
e caracterização
inicial da mina

efetuados na área
Caracterização das reservas
R$ 4.000,00 4.000,00
remanescentes
Levantamento plani-altimétrico e R$
6.000,00
cadastral da área da mina 6.000,00
R$
Inventário 5.000,00
5.000,00
Adequação topográfica e paisagística equipamentos

Retirada dos equipamentos fixos e R$


40.000,00
benfeitorias

móveis 40.000,00
R$
Remoção das instalações de apoio 50.000,00
50.000,00
Descontaminação R$ 15.000,00 15.000,00
Terraplenagem R$ 70.000,00 70.000,00
Obras de controle de erosão e
R$ 10.000,00 10.000,00
sistema de drenagem
Tratos na superfície do solo R$ 5.000,00 5.000,00
Revegetação, inclusive no entorno da
R$ 12.000,00 12.000,00
cava
Isolamento da área R$ 10.000,00 10.000,00
Controle das formigas cortadeiras R$ 3.300,00 3.300,00
Recuperação da estrada R$ 60.000,00 60.000,00
ATIVIDADES

R$
Monitoramento* 50.000,00
50.000,00
R$
Manutenção* 45.000,00
45.000,00
R$ 390.300,00
* Será realizado durante toda a execução do Plano de Fechamento da Mina o monitoramento e manutenção das áreas recuperadas por profissional técnico habilitado, essa última
etapa inclusive perdurará por mais alguns meses após o término da execução do Plano de Fechamento da Mina. Os parâmetros avaliados serão principalmente: os sistemas de
disposição e de contenção dos estéreis, taludes em geral, comportamento do lençol freático, drenagem das águas, controle da poluição do solo, atmosfera e recursos hídricos.

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XVIII.1. ESTRATÉGIA DE FECHAMENTO

POLÍTICAS CORPORATIVAS

PARA CADA MINA, DURANTE ESTUDOS


ESTRATÉGIA DE FECHAMENTO
DE VIABILIDADE
✓ requisitos legais e corporativos
✓ alternativas de projeto (lavra e instalações
auxiliares)

EM PARALELO AOS ESTUDOS


AMBIENTAIS E AS ESCOLHAS DE
PLANO CONCEITUAL DE FECHAMENTO
ALTERNATIVAS DE PROJETO, COM
ATUALIZAÇÃO A CADA CINCO ANOS
✓ configuração final da mina e da pilha de
estéril
✓ alternativas de uso futuro
✓ cronograma de operação, desativação e
recuperação progressiva
✓ consulta aos interessados
✓ estimativa de custos

PLANO DE FECHAMENTO TRÊS ANOS DA DESATIVAÇÃO

✓ detalhamento dos programas


✓ resultado de consulta de interessados
✓ cronograma físico-financeiro

IMPLEMENTAÇÃO

✓ acordos ou contratos com partes


interessadas
✓ obtenção de licenças e autorizações
✓ acompanhamento e monitoramento
✓ documentação e relatório

A semelhança da suspensão temporária, o fechamento da mina deverá ser


comunicado previamente a ANM, acompanhado de Relatório Técnico considerando:
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• Situação atual, estudos tecnológicos e de mercado justificativos ao fechamento;
• Atualização topográfica e caracterização das reservas remanescentes (geológica e
lavráveis);
• Plantas topográficas constando áreas lavradas, depósitos de estéril/minério, acesso
e instalações, áreas recuperadas e a recuperar;
• Definição dos impactos ambientais nas áreas de influência do empreendimento e
Planos de monitoramento ambiental (meio físico e biótico);
• Definir riscos ambientais decorrentes do fechamento, incluindo cuidados com as
drenagens, estabilidade das cavas, geração de efluentes, revegetação e possibilidades de
prejudicar o nível freático.
• Procedimentos de bloqueio de acessos e vigilância da área do empreendimento, para
manter o patrimônio e evitar acidentes com terceiros que porventura entrem na propriedade;
• Cronogramas para desmobilização das atividades mineiras, dos equipamentos e das
instalações e previsão do destino a ser dado aos mesmos. Neste cronograma estão
incluídas atividades de recuperação da área e as possibilidades do seu futuro.

XVIII. PLANO DE RECUPERAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA / PIT FINAL

A recuperação de uma área de explotação de rochas ornamentais compreende um


conjunto de medidas que associada ao método de lavra, a topografia da área, bem como
sua paisagem, a presença ou não de mananciais hídricos, venham a proporcionar
condições de recuperação da área impactada.

Objetiva-se com a recuperação das áreas mineradas adequá-las para uma nova
atividade ou para o uso que possuíam anteriormente ao desenvolvimento das atividades de
mineração.

Para a recuperação dos locais degradados pela extração mineral, as técnicas de


recuperação deverão ser específicas para cada frente de lavra, e para desenvolver,
implantar e conduzir um projeto dessa natureza, o local deve ser cuidadosamente e
minuciosamente estudado para definições seguras de medidas a serem adotadas. A
recuperação topográfica/vegetacional exige medidas de acordo com a necessidade do
local, evidenciando os tipos de intervenções a serem introduzidas no terreno.

XIX. VIDA ÚTIL DO EMPREENDIMENTO MINEIRO

Para um projeto de mineração um dos passos mais importantes é o cálculo de


reservas minerais, ele irá determinar a viabilidade econômica de um empreendimento
minerário.

A vida útil de um processo de mineração é muito dinâmico e algumas minas pode


atingir muitas dezenas de anos, e que inevitavelmente ocorrerão mudanças operacionais
durante a fase produtiva, proporcionam um processo flexível para permitir a revisão do

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Plano de Fechamento e a consequente emenda da licença de recuperação, de modo a
mantê-la sempre atualizada e adaptada à realidade operacional da mina.

Nessa área em questão, os trabalhos de lavra não foram iniciados e para o


aproveitamento do mármore serão desenvolvidos a céu aberto, com uso da tecnologia da
máquina de fio diamantado para o tombamento das bancadas, e posterior individualização
de blocos de acordo com as dimensões exigidas pelo mercado.

Os trabalhos de lavra ainda não iniciaram e a empresa projeta uma produção e


comercialização de cerca de 555 t/mês e 5.000 t/ano de bloco de mármore.

As pesquisas na área ainda estão sendo realizadas para que se execute a cubagem
de reservas. Na área de interesse tem exposição de um extenso rochoso de mármore na
área útil de lavra, com uma estimativa de reserva de 3.228.400 m³ (considerando uma
massa específica de 2,6 g/cm³ = 8.393.840 ton), considera-se uma perda de 50%, temos
uma vida útil aproximada de 839 anos.

Esta vida útil não apresenta qualquer representatividade para uma lavra de rocha
ornamental, sabendo-se que estes materiais se caracterizam por demanda sazonal, e de
tempos em tempos uma redução da demanda surge com a inevitável retração à produção,
por vezes a demanda aumenta a níveis de se tornar necessário adquirir novos
equipamentos para dar vazão às necessidades de lavra.

XX. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os recursos minerais são de suma importância para a sociedade, visto que estão
inseridos no cotidiano do ser humano em necessidades básicas, influenciando todas as
cadeias produtivas e industriais da atualidade.

Para além da importância da mineração nos processos produtivos e industriais, seja


pela utilização do minério como insumo dos processos produtivos ou pela importância do
minério na produção de maquinários, a atividade minerária é responsável por relevante
movimentação e geração de recursos, empregos diretos e indiretos, bem como
desenvolvimento social e econômico dos locais de lavra.

Ainda, no que diz respeito à atividade minerária a ser executada por meio da guia
de utilização ora requerida, vale ressaltar que tal como praticado no mercado de rochas
ornamentais, há grande probabilidade de que o mármore lavrado seja exportado, o que
contribui para o equilíbrio da balança comercial do Brasil.

O pedido de Guia de Utilização ora formulado se justifica para a confirmação dos


estudos feitos na fase de pesquisa e para confirmação dos resultados econômicos da lavra
– tal como projetados na viabilidade econômica de lavra deste pedido. Ademais, o início
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QUARZTBLUE MINERAÇÃO LTDA.
GUIA DE UTILIZAÇÃO | PROCESSO ANM: 48410.800733/2012-93
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das atividades de extração por meio da guia de utilização ora pleiteada contribuirá para a
estruturação do empreendimento e auxiliará o fluxo de caixa e de investimentos da
requerente.

Dessa forma, a empresa QUARTZBLUE MINERAÇÃO LTDA. requer a concessão


de guia de utilização, pelo período de 3 (três) anos, para lavrar até 10.000 toneladas anuais
de mármore para fins ornamentais.

HENRIQUE AZEVEDO Assinado de forma digital por HENRIQUE


AZEVEDO GUIDI:14663701736
GUIDI:14663701736 Dados: 2023.08.30 16:14:03 -03'00'
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ENG.º DE MINAS – Henrique Azevedo Guidi
CREA 3000146101BA
RNP N° 0818240938

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