Você está na página 1de 6

A CADEIA DE UNIÃO

Por: Maurilio Laureano da Silva, M.´. M.´.

Loja NUR, 33, Oriente de Ribeirão das Neves-MG

Jurisdicionada a UNILOJAS

Setembro de 2023.
A CADEIA DE UNIÃO

Por que, a denominação, Cadeia de União? Estudiosos traduzem tal


termo como sendo: “prisioneiros do amor fraterno universal”, sendo um
ato solene quando os maçons se unem ao redor do Pavimento Maçônico e
do Livro da Lei, normalmente para a transmissão da Palavra Semestral.

Apenas a titulo de informação, não sendo a Palavra Semestral o


instrumento principal do trabalho que ora se desenvolve, embora a
mesma está diretamente ligada à prática da Cadeia de União, este termo
surgiu, a partir de 03 de julho de 1777 por Decreto do Grão-Mestre do
Grande Oriente da França.

Quando utilizada, Palavra Semestral, durante a formação e prática


da Corrente de União, conforme revela Jules Boucher In A Simbólica
Maçônica Dervy Livres Paris 1948, 1979, a Palavra Semestral era composta
por duas palavras, tendo a mesma letra como iniciais e que eram
sussurradas nos ouvidos, uma pela esquerda e a outra pela direita, até
que voltasse àquele que as comunicou (o Venerável Mestre). Com o
passar do tempo, passou-se a utilizar apenas uma palavra, cujo objetivo
principal era limitar o livre direito de transito de irmãos entre as Lojas que
adotavam tais práticas.

Uma das citações mais antigas, consta do Balaustre da Loja


Ferdinand o Venturoso de Viena, ocasião em que o seu Venerável Mestre
instruiu os irmãos a formarem a Cadeia de União, o que ocorreu em 28 de
setembro de 1778.

A expressão Cadeia de União se tornou internacionalmente


conhecida a partir de 1902, pela ação do irmão Eduard Quartier La Tente
da Grande Loja Suíça Alpina.

Lembremos o compositor Mozart que é o maçom mais ilustre de


todos os tempos, tendo sua iniciação ocorrida em 1784 na Loja
Beneficência na Áustria, e que compôs em 1791 o cântico “Irmão Colocai
as Mãos na Cadeia de União”. Este hino, até hoje é praticado na
Maçonaria da Alemanha.

Vale lembrar que Mozart compôs inúmeras músicas que ficaram


conhecidas em alemão como: Die Freimaurermusik (A Música Maçônica).

A Cadeia de União é formada pelos irmãos dando-se as mãos, com


os braços direitos passando sobre os esquerdos e com as pontas dos pés
se tocando. A ritualística é tão importante no momento em que antecede
a formação da Cadeia, quando os praticantes deverão estar envolvidos por
uma egrégora energética e em plena concentração, bem como quando do
seu término que deverão desfazer a formação muito lentamente e com a
certeza de que o que se pleiteou fora cumprido a contento.

As opiniões são um tanto divergentes, quando entendem que a


Cadeia de União se restringia a transmissão da Palavra Semestral. Muito
além dos toques que se formam com as mãos, pés e até mesmo as laterais
dos corpos se tocando, ela ultrapassa os limites materiais, para adentrar
no campo da espiritualidade, elevando as vibrações dos que participam de
tal prática a patamares elevados, conseguindo-se, assim, os resultados a
contento no campo sutil e vibratório.

Lembremos que os maçons constituem uma só família, presos pelos


elos que os ligam a uma corrente universal com ações profícuas,
independentemente se estão reunidos nos Templos, ou durante suas
ações no mundo profano.

A Cadeia de União, quando formada e devidamente conduzida,


principalmente por palavras verbalizadas e com sentimentos que eleva a
alma do praticante representa, por si só, a verdadeira fraternidade
manifesta.

Observa-se, assim, que não há elos fracos ou mais fortes e sim, uma
corrente única e forte em seu todo, unida pelos laços de solidariedade em
um só corpo, em uma só voz, quando, então, fluem de seu interior um
campo energético a expandir em todas as direções. Observa-se que a
formação da Cadeia de União, quando concluída, não tem princípio nem
fim, o que evidencia uma união perfeita e fraternal entre os irmãos.

“A Cadeia de União é formada, por determinação do Ven.´., muitas


vezes ocorrendo após o encerramento dos trabalhos, entretanto, em
regra, a C. U é formada imediatamente após a “ Palavra a Bem e da Ordem
e do quadro em particular”, conforme se adota no R.E.A.A. Ela tem uma
forma “oval” estendendo-se do Or.`. ao Oc.`., entre as CCol.`. do Norte ao
Sul. No Or.´., fica o Ven.´. ladeado pelo Orad.´.(à sua direita) e pelo Secr.´.
(à sua esquerda). No Oc.´. fica o M.´. de CCer.´., ladeado à esquerda, pelo
1º Vig.´. e à direita, pelo 2º Vig.´. . Os demais IIr.´.se distribuiem pelo
restante da Cadeia.”

A ritualística ocorre da seguinte forma: “O Ven.´. transmite a


palavra, sussurrada, primeiro ao Orad.´., depois, ao Sec.´., que a passarão
ao ouvido dos demais IIr.´., sucessivamente, até ser recebida pelo M.´. de
CCer.´., em ambas as orelhas, pelo Norte e pelo Sul. Dirige-se, então, o M.
´. de CCer.´. ao Ven.´. e comunica-lhe na orelha esquerda, a palavra
recebida do lado direito, e, na orelha direita; a palavra que recebeu do
lado esquerdo. Nesse movimento, o M.´. de CCer.´.arrasta consigo os IIr.´.
que lhe estão próximos, fazendo que a Cad.´. tome a forma de um
coração, já que não é permitido rompê-la para ir até o Ven.´.. Após isso,
ele recua até seu lugar, restabelecendo a forma original da Cadeia.” (Texto
extraído do R.´. M.´. Maçom, Loj.´. NUR.)

Há ritos como o de York (inglês) que não se pratica a Cadeia de


União, sendo que o mesmo não ocorre no rito de Schroder (diz-se
xireder). No R.E.A.A, no entanto é comum utiliza-la apenas para a
Transmissão da Palavra Semestral, não sendo uma regra, entretanto é
salutar que em um primeiro momento, em silêncio se medite
profundamente sobre tal prática, com oblações, suplicas e, principalmente
com o sentimento de gratidão, lembrando as palavras do Livro da Lei em
1 Tessalonicenses 5:19 quando afirma: “Em tudo dai graças, porque esta e
a vontade de Deus em Cristo Jesus para conosco”, demonstrando-se,
assim, sua importância primordial, não somente no momento da prática,
mas por toda a vida, sobretudo durante a convivência no mundo profano.

Em um segundo momento, não menos importante, deve-se praticar


mantras, “cantando-os” em uníssono, inseridos em um energia cósmica,
momento em que todas as barreiras negativas que circundam o ambiente
são quebradas, dando-se lugar a um campo energético positivo nos
tornando, assim, unos com o G.A.D.U, para deleite de nossas aspirações
mais puras nos campos Sagrados da Criação Primordial.

Embora existam milhares de Mantras, limitemos neste trabalho a


apenas três por entender serem de suma importância durante a execução
da Cadeia de União, a saber:

Mantra OM, que se pronuncia aum é uma sílaba sânscrita que


representa a vibração que deu origem à Criação. É, portanto, uma
vibração Primordial, sendo o primeiro som do Universo. Os Vedas o
considerava como sendo o “Corpo Sonoro do Ilimitado”. Quando
praticado com sentimento e emoção, ele tem o poder de quebrar todas as
barreiras negativas que está em um ambiente, penetrando, assim por
todos os espaços circundantes, fazendo prevalecer um campo energético
positivo e livre de quaisquer eventos nocivos. Ademais, sua prática de
forma adequada, ajuda no corpo físico na cura de bloqueios e tensões,
enquanto na mente auxilia nos pensamentos e fortalece o emocional.

Mantra E-kimana-u, não sendo tão antigo quanto o anterior citado,


foi recebido através de contatos com os Mestres da Fraternidade Branca,
tendo seu protagonista, o contatado, Ricardo Gonzalez, tal mantra,
quando praticado, tem o “poder” de consolidar a harmonização e,
principalmente a proteção do ambiente onde as mais diversas práticas
estão sendo desenvolvidas.

Mantra IEOUA, é muito praticado entre os membros da Ordem


Rosacruz e os estudiosos da Gnose (Gnosis em grego, que significa,
conhecimento). Trata-se de um mantra poderoso, principalmente no que
se refere à abertura e energização dos chakras (pontos de energia). Cada
vogal deve ser verbalizada de forma profunda e prolongada. Seus
principais pontos de atuações são os seguintes:
A vogal “i” desperta o chakra frontal, entre as sobrancelhas (terceiro
olho), favorecendo a clarividência e outros.

A vogal “e”, desperta o chackra da tireoide,

A vogal “o”, desperta o chakra do coração, fortalecendo a intuição e o


amor incondicional.

A vogal “u” desperta o chakra do plexo solar fortalecendo o sistema de


telepatia.

A vogal “a” desperta os chacras pulmonares para recordar outras vivências


reencarnatórias.

Enfim, a forma mais correta de suas pronuncias é cada sílaba


separadamente, levando a atenção desde a cabeça até os pés, na medida
em que a verbaliza.

Lembrando que, a verbalização deve vir acompanhada de


sentimento e emoção, para que os efeitos positivos sejam alcançados.

Referências Bibliográficas:

01 – WEOR, Samael Aun, O Livro Completo dos Mantras, Esotera, 2015, São Paulo.

02 – BLANC, Claudio, Maçonaria de A a Z, Camelot, 2022, Barueri-SP.

03 – Revista Universo Maçônico.

04 – Blog do Pedro JUK.

05 – Maçonaria.Net/Cadeia de União. Loja Simbólica Estrela do Araguaia-PA.

Você também pode gostar