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As escolas de samba sob vigilância e censura

na ditadura militar: memórias e esquecimentos

CRUZ, Tamara Paola dos Santos. As escolas de samba sob vigilância e


censura na ditadura militar: memórias e esquecimentos. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia.
Departamento de História, 2010. 135 páginas.

Introdução (p. 7-19)

Na abertura do seu trabalho, Tamara Paola dos Santos argumenta os motivos que
a levaram a escrever sobre o tema. Entre suas memórias, também a ausência de
documentações e pesquisas que falassem sobre as Escolas de Samba durante a Ditadura
Cívico-Militar. A autora aborda o aprofundamento de antropólogos e sociólogos antes
de historiadores nos estudos sobre agremiações carnavalescas e debate sobre quais
temáticas se deburaçaram sobre eles.
Destacam-se nesse trecho a historiadora Zélia Lopes Silva, que teve como foco
os carnavais entre 1938 e 1945, sob Ditadura de Getúlio Vargas, e Monique Augras, que
pesquisou sobre as práticas nacionalistas entre 1948 e 1975, quando o tema teria caído
em desuso.

CAPÍTULO 1: Que Escola de Samba é essa? (p. 19-46)

No primeiro capítulo, a autora faz uma espécie de linha do tempo da formação


das escolas de samba. Primeiramente, demonstrando as diferenciações quanto às demais
manifestações carnavalescas no começo das Escolas de Samba, nos anos 20, incluindo o
seu regulamento e “formato padrão” atual (p. 19). Mas sua função é justamente analisar
como não eram as mesmas durante o Regime Militar.
Em seguida, lembra que perifericamente, a presença de jornalistas, cronistas
carnavalescos e intelectuais sempre fez parte do convívio das agremiações (p. 20). E
questiona que isso pode ter influenciado a entrada da classe média nas Escolas de
Samba. A partir daí, comenta de forma cronológica a participação do Estado na
interferência do carnaval e seus regulamentos. Primeiramente o Estado Novo de Vargas,
através da Censura:

No que tange às escolas de samba do Rio de Janeiro, o DIP


buscava enquadrá-las ao discurso de exaltação ao civismo e ao
patriotismo utilizando as agremiações carnavalescas enquanto
“veículo educativo” à população, de propaganda turística e
“estadonovista” (p. 20).

A intervenção direta do Estado aconteceu no Governo Dutra (1947), com


exigência dos enredos nacionalistas. Os anos 40 foram importantes para o aspecto de
afirmação além da esfera social. Segundo a autora, neste momento os partidos políticos
passaram a olhar as Escolas de Samba com relevância. Essa aproximação com as
camadas populares ocorreu no momento em que as comunidades pobres cariocas
cresciam tanto numericamente, quanto em população (p. 21).

Já sobre os anos 50, a autora lembra que tiveram, em paralelo, a efervescência


cultural do país, a atuação estudantil e grande divulgação das Escolas de Samba para
fora do Rio de Janeiro (p. 23). No entanto, espremidos entre dois regimes ditatoriais
(Estado Novo e Regime Militar);:

Além isto, a televisão recém chegada ao Brasil logo transformou


o carnaval em suas várias formas de expressão bailes nos clubes,
sociedades, ranchos, e também as escolas de samba, um
“atrativo” a ser televisionado pelas emissoras que começavam a
expandir no país (p. 23).

Paola dos Santos destaca também a atuação policial:

o controle policial municipal estava sempre presente nos desfiles


das escolas de samba agindo muitas vezes com violência contra
as manifestações populares da cidade do Rio de Janeiro. Não
raro, ocorriam conflitos nos desfiles das escolas de samba, que
neste momento já aconteciam na Avenida Presidente Vargas (p.
23).

Seguindo a cronologia, o texto afirma que nos anos 60, já consolidadas em


termos de organização e relevância cultural, as Escolas de Samba suplantam outras
manifestações carnavalescas. A autora cita a visita da GRES Acadêmicos do Salgueiro à
Cuba, justamente num período de disputa política entre comunistas e direita (p. 25). Os
enredos já impactavam até mesmo a diplomacia, como no caso do enredo do Império
Serrano de 1960. O que dos Santos questiona:

Contrariando, a fase “democrática” vivida do pós Estado Novo,


o episódio acima flagra a ação política atenta do governo sobre
as agremiações carnavalescas durante ao período da
“redemocratização” (1945 a 1964). (p. 26).

A autora então debate como após o Golpe Civil-Militar-Empresarial passa a


“vigiar” a “infiltração” comunista e a ação subversiva entre sambistas e Escolas, tendo
em vista a tradicional aproximação destas com o PCB. Em paralelo, novos artistas e
maneira de fazer os desfiles ampliavam a atuação social nas Escolas de Samba.
Principalmente com temáticas de resistência e fora da “História oficial” (p. 31). Neste
momento que a classe média, culturalmente afetada pelos aspectos supracitados,
“entram” de vez nas agremiações.

Contrariamente às correntes analíticas mais tradicionalistas


sobre o carnaval, e especificamente as escolas de samba, os
depoimentos acima trazem à tona o interesse recíproco entre os
“populares” (sambistas) e as “elites” (camadas médias e
intelectuais) em vivenciar um “intercâmbio” cultural. Mais
ainda, há uma valorização do samba na fala do compositor
Carlos Lira ao referir-se a sambistas como Zé Kéti, Carlos
Cachaça, Cartola e outros, como “compositores autênticos” (p.
32).

A década de 1970 foi marcada inicialmente pelo endurecimento da polícia


política desde 1968 no governo Costa e Silva, com a promulgação do Ato Institucional
nº 5. A autora cita o fato dos órgãos de censurar como as Delegacias de Ordem Política
e Social (DOPS - estaduais) se tornarem Departamento Geral de Investigações Especiais
(DGIE) (p. 32). Nesse aspecto, cita o fim do Estado da Guanabara, houve um
afrouxamento da polícia com Brasília, levando ao crescimento do Jogo do Bicho e o
forte investimento nas Escolas de Samba.

Debate, também, sobre suas “raízes” negras questionadas à época. O contexto


mundial na luta por direitos civis é colocado como tema e como o negro passou a
“querer” se representar de forma ancestral (p. 35). Escolas de Samba como “espaços de
possibilidades de divulgação de novas ideias”.

Mudanças estéticas nas agremiações, como sambas mais acelerados e de fácil


assimilação por parte do público, entram em questão pela autora. Renovações plásticas
também. Explicações baseadas em outras pesquisas, como tempo de desfile limitado,
gravações do disco oficial e as transmissões televisivas (p. 37).

As mudanças políticas no Brasil também impactaram as temáticas das Escolas


de Samba, descreve Cruz. De acordo com ela, enredos de abordagens críticas aos fatos
do passado, em articulação com questões atuais, se mantiveram mesmo após o golpe
civil-militar de 1964. O que teria desagradado a Ditadura (p. 37).

O que evidentemente, desagradou ao novo regime levando a


uma maior atenção das autoridades para com as escolas de
samba durante a ditadura militar. Tais mudanças ocorridas no
interior das escolas de samba vinham ao encontro das mudanças
políticas pelas quais passava o país (p. 37).

A autora discute de que maneira a Ditadura passou a censurar e intervir nas


manifestações populares e culturais, interrompidas no auge da sua efervescência com o
golpe. Entretanto, não apenas a MPB, mas também o samba, e as escolas de samba
sofreram a ação da censura durante os governos militares:

O autoritarismo do regime militar de 1964 e a preocupação do


estado com a “subversão” existente nos meios político e cultural
do país estão claramente presentes nos Atos Institucionais, que
visavam assegurar os princípios e ideais da “revolução”. É a
partir deste contexto social e político que se torna importante
caracterizar as escolas de samba dos anos de 1970 até meados
dos anos de 1980 (quando termina o regime militar no país) (p.
38).

Como bem lembra Cruz, esse contexto político exatamente no momento em que
as Escolas de Samba estão se transformando de forma decisiva para seu gigantismo
presente nos anos 70 e 80. Junto a ele, o interesse mercantil e público. A figura dos
“patronos”, oriundos da banca do jogo do bicho, é determinante para o crescimento das
mesmas. As agremiações são usadas para “aceitação social” destes contraventores e/ou
mecenas (p. 39). A autora questiona essa ligação com a Ditadura:
Para além da relação que se estabeleceu entre as escolas (como
por exemplo, Beija-Flor, Portela, Mocidade Independente de
Padre Miguel e Imperatriz Leopoldinense) e seus “patronos”
bicheiros, é preciso analisar como e/ou por quê a aproximação
com a contravenção manteve o “apadrinhamento” às
agremiações carnavalescas durante os governos militares? Uma
(dentre inúmeras) possibilidades de resposta a esta questão está
apresenta na atuação dos bicheiros na política apoiando a
ditadura militar, e assim, oportunamente auxiliados pela
conveniência velada das autoridades (p. 41).

A Beija-Flor, que mais se beneficiou com o surgimento da figura dos


“patronos”, tem sua ligação com a Ditadura citada por Cruz. O gigantismo das Escolas
de Samba é criticado por correntes que exaltam o “crescimento” e outras que chamam
de “super escolas de samba S/A” (p. 44).

CAPÍTULO 2: Vigilância e censura policial às Escolas de Samba (p.47-87)

Neste capítulo a autora analisa quais escolas de samba e sambistas foram alvos
da polícia política e como ela agiu para manter as Escolas de Samba do Rio de Janeiro
sob vigilância e censura. Para isso, usou documentação produzida pela polícia política/
DOPS, memória dos sambistas e documentação das entidades carnavalescas.

Cruz começa lembrando que a censura não começou na Ditadura Cívico-Militar,


mas sim nos anos, já com Getúlio Vargas. Especificamente em 1934. Época em que as
Escolas de Samba iniciaram “aproximação” com o Estado para a sua legitimação. O que
acontece no regime varguista na tentativa de dar ao samba uma “identidade nacional”
através dos veículos oficiais do estado:

A tarefa de amoldar as escolas de samba através da vigilância e


censura e o processo que ficou conhecido como “oficialização”
dos desfiles durante a ditadura estadonovista (quando muitas
escolas ainda surgiam), são indícios importantes da ação de
órgãos censores (DIP) que permaneceriam nas décadas
posteriores, ainda que sob regimes oficialmente democráticos e,
que evidentemente, se fez ainda mais “dura” após o golpe civil-
militar de 1964 (p. 50).

Entretanto, a censura nos anos 60 carregava objetivos diferentes da combatida


contra o papel político-pedagógico proposto pelos artistas e intelectuais da época,
descreve a autora. Principalmente a partir do PCB. Então, surge uma tentativa de
esvaziar tal prática por parte do estado. Cruz também colhe importante depoimento de
um integrantes da velha guarda da Portela, onde o sambista relata a formação das
Escolas de Samba, suas origens no cais do porto e morros do Centro do Rio, além da
repressão policial contra os ex-escravos e seus descendentes (p. 54).

2.1. A rede de vigilância sobre as escolas de samba

Neste capítulo, Cruz se debruça sobre de que maneira os diversos instrumentos


de vigilância da Ditadura monitoravam os sambistas e as Escolas de Samba. Para isso, o
estudo busca e explica como funciona diversos arquivos e acervos dos documentos que
comprovassem esse monitoramento e o teor dos mesmos. Há uma particular
preocupação com o Serviço Nacional de Informações (SNI), que é explicado como se
desenvolveu e atuou nesta vigilância (p. 63).

Pela documentação levantada, a historiadora afirma que havia uma preocupação


quanto às circulações das ideias nas manifestações carnavalescas. O que justificaria a
polícia política monitorá-las (p. 80). O que se ampliou com o maior interesse das
camadas médias cariocas em relação aos desfiles de carnaval e maior divulgação entre a
população não só dos desfiles, como também dos enredos, sambas, etc, a partir dos anos
60, com transmissão da TV e cobrança de ingressos (p. 82):

É importante ressaltar que a preocupação com possíveis ligações


ou alianças entre escolas de samba e partidos políticos de
esquerda é anterior a ditadura militar de 1964 no Brasil. Há
evidências de tais aproximações políticas desde o final da
década de 1940, como coloca o jornalista e crítico de carnaval
Sérgio Cabral (p. 84).

Entretanto, a autora lembra que os alvos não eram as agremiações em si, mas
sim alguns dos seus componentes, na maioria os idealizadores do espetáculo. Entre eles,
presidentes, diretores, carnavalescos, compositores e outros. Preocupação especial com
Salgueiro e Vila Isabel:

O propósito das fichas sintéticas ultrapassava o de simplesmente


coletar dados pessoais e informações políticas sobre suspeitos,
serviam de controle policial indireto. Um meio dos órgãos
censores demonstrarem sua presença e exercerem vigilância em
todos os setores da sociedade, inclusive na diversão, como o
carnaval e as escolas de samba através da investigação freqüente
de seus participantes, daqueles que faziam parte do mundo do
samba. O controle não era percebido, necessariamente, por todos
os componentes das escolas que participavam do dia-a-dia dos
ensaios nas quadras e nos barracões, mas sim dos que faziam
parte da elaboração do carnaval e dos desfiles, daqueles que
pensavam e construíam os enredos, e que iam para avenida no
carnaval – carnavalescos, compositores e presidentes das escolas
(p. 66).

Uma importante observação feita por Cruz é quanto aos constantes controles
administrativos nas Escolas de Samba. As agremiações deveriam informar aos militares
sobre mudanças no quadro da diretoria das escolas (inclusive eleições) e endereço das
sedes, esses dados eram continuamente atualizados (p. 71). Porém, há um vácuo de
informações nesta documentação que não é explicada no estudo.

CAPÍTULO 3: Ditadura Militar e as Escolas de Samba: Memórias e


Esquecimentos (p. 88-124)

Neste capítulo, o ponto central abordado por Cruz são as memórias sobre a
censura, vigilância e controle estatal sobre as escolas de samba do grupo especial do Rio
de Janeiro durante o regime militar.

Há utilização da História Oral através de entrevistas. O primeiro deles é


Fernando Pamplona (p. 90), um dos primeiros carnavalescos profissionais das Escolas
de Samba. Com o artista, Cruz visa compreender suas experiências e participações
políticas. Pamplona afirma que sempre existiu censura desde os tempos de Vargas (p.
93) e pelo Estado, onde não havia organização por parte das Escolas nos desfiles:

Assim, desde 1935 a oficialização dos desfiles das escolas de


samba procurou torná-las “subordinadas” a necessidade de
autorização, do governo municipal e/ ou federal, para a liberação
de verbas, da polícia para a realização dos festejos de carnaval
nas ruas da cidade e a determinação dos locais para os desfiles, e
da censura política para a aprovação de enredos e fantasias.
Enfim, ao longo de trinta anos o governo já exercia, através de
inúmeros mecanismos, seu poder de controle, policiamento e
fiscalização das escolas de samba (p. 95).
Entretanto, Pamplona afirma que “o que eu quero dizer é que não houve na
ditadura militar nenhuma intervenção...” (p. 95), referindo-se a ação da polícia para o
impedimento da realização dos desfiles e da elaboração de enredos pelas Escolas de
Samba após o golpe civil-militar de 1964 no Brasil. As subvenções às Escolas de Samba
são apontadas pela autora como um “controle indireto”, provado através de
regulamentos e normas dos desfiles ao longo do capítulo:

A resolução nº 236 de 1 de julho de 1976 para o carnaval de


1977 acima, confirma que a censura as escolas de samba se dava
de maneira preventiva, e para isto, a solicitação das sinopses dos
enredos ocorria seis meses antes do carnaval. As escolas de
samba tinham que enviar a descrição dos enredos e as letras para
a Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS), e só após
aprovação, a escola encaminhava os mesmos aos órgãos
municipais responsáveis pelo carnaval da cidade, como o
Departamento de Turismo e a Riotur (p. 100).

Pamplona diz que a parte plástica também era alvo de prévia análise dos
censores (p. 100). Cruz lembra que já existia uma espécie de “censura” antes da
Ditadura. Mas nela, entretanto, aumentou a vigilãncia para outros quesitos:

É preciso frisar que mesmo antes do golpe civil-militar de março


de 1964, os regulamentos dos desfiles das escolas de samba, já
traziam a norma da obrigatoriedade do envio e aprovação tanto
das letras de sambas, quanto dos enredos por órgãos oficiais da
prefeitura do Rio de Janeiro (Departamento de Turismo). A
verificação do cumprimento do regulamento e de normas de
“enquadramento”, no que se refere à obediência dos temas
exclusivamente nacionais, já era uma prática, que ocorria
também através do envio (pelas agremiações) dos enredos e
composições musicais. Como no artigo abaixo, do regulamento
para o carnaval de 1952 (p. 101).

O carnavalesco diz que militares passaram a visitar o Acadêmicos do Salgueiro a


partir de 1967, no enredo “História da Liberdade no Brasil” – contém aspas de
Fernando Pamplona. Também explicou que “haviam maneiras de burlar a censura” (p.
105).
Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira, os autores do samba
precisaram dar explicações ao DOPS no enredo “Heróis da Liberdade”, do Império
Serrano, de 1969. O fato teve impacto nos componentes das Escolas de Samba (p. 107).

Cruz debate a “ausência” de perigo das agremiações durante o período por conta
do seu teor menos “revolucionário”:

Ainda que nem todas as escolas de samba tenham manifestado


críticas (mesmo que indiretamente, a ditadura militar) ou tenham
participado da “esquerda festiva”, aparentemente a memória que
se tem dos grêmios carnavalescos neste período, é de que o
“mundo do samba” esteve “à parte” das questões políticas da
época. As escolas de samba “sem opinião” estiveram, por isso,
“imunes” as ações da polícia e da censura durante a ditadura
militar (p. 114).

A autora lembra que como parte da construção de memória, as Escolas de


Samba foram alvo da Ditadura para que não construíssem essas narrativas durante o
período e deixasse legado posterior (p. 120).

Assim, Cruz conclui sua pesquisa com o seguinte desfecho:

Tanto a documentação da polícia política, quanto as entrevistas,


comprovam que o objetivo da censura era “impedir e eliminar a
possível ação de comunistas” dentro das escolas de samba, e ao
mesmo tempo promover uma propaganda a favor do regime
militar. Para alcançar estes objetivos, a polícia política manteve
mecanismos de vigilância e censura anteriores ao golpe, bem
como, ampliou a rede de investigação através de uma
organização bastante burocratizada e complexa. Os governos
militares ligavam o Sistema Nacional de Segurança (SNI) a uma
Doutrina Nacional de Segurança com aparato de formação de
militares de alta patente a serviço das investigações, etc., onde
na visão dos militares, todos são suspeitos de “subversão” (p.
124).

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