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PRESIDENTE D A REPÚBLIC A
Luiz In ácio Lula d a Silva
M INISTRO D A EDUC AÇ ÃO
Ferna ndo Had dad
DI AGR AM AÇ ÃO
Robe rto De nes Qua resm a Rêgo
REVIS ÃO
Francisca Augisiana d e Me n eses Costa
2
1 O DESENVOLVIMENTO DA MECÂNICA QUÂNTICA .................................... 07
1.1 O espectro da radiação térmica ..................................................................... 07
1.2 O efeito fotoelétrico ........................................................................................ 12
1.3 O modelo atômico de Bohr ............................................................................. 15
1.4 A dualidade onda-partícula............................................................................. 22
1.5 O Princípio da Incerteza ................................................................................. 23
1.6 Problemas ...................................................................................................... 25
3
5 Átomos multieletrônicos........................................................................................ 89
5.1 Spin eletrônico .................................................................................................... 91
5.2 Princípio de Pauli................................................................................................ 94
5.3 Determinante de Slater ....................................................................................... 97
5.4 Hamiltoniano atômico ....................................................................................... 99
5.5 Métodos de aproximação .................................................................................. 104
5.6 Método Hartree-Fock ......................................................................................... 109
5.7 Problemas .......................................................................................................... 110
4
5
1 O DESENVOLVIMENTO DA MECÂNICA QUÂNTICA....................................... 07
1.1 O espectro da radiação térmica ....................................................................... 07
1.2 O efeito fotoelétrico .......................................................................................... 12
1.3 O modelo atômico de Bohr ............................................................................... 15
1.4 A dualidade onda-partícula ............................................................................... 22
1.5 O Princípio da Incerteza ................................................................................... 23
1.6 Problemas ........................................................................................................ 25
6
1. O DESENVOLVIMENTO DA MECÂNICA QUÂNTICA
1.1. O espectro da radiação térmica
(1.1)*
http://pt.wikipedia.org/wi
ki/Radiação_eletromag
nética
1
Vide alfabeto grego, na Tabela 5 do apêndice.
7
A faixa do espectro eletromagnético,
com comprimentos de onda de 380 a 750 nm, é
denominada visível, pois podemos enxergá-la2.
Em comprimentos de onda maiores situam-se o
infravermelho e as ondas de rádio. Em
comprimentos de onda menores estão o
ultravioleta, os raios X e os raios gama. Vale
lembrar que só podemos enxergar a faixa de
Espectro eletromagnético comprimentos de onda denominada luz visível.
Exemplo 1.1. Os elétrons presentes em toda a matéria
Calcule a frequência da possuem carga elétrica e estão em constante
luz, com o seguinte movimento. Sabe-se do Eletromagnetismo que
comprimento de onda:
. Dados: cargas elétricas aceleradas emitem ondas
eletromagnéticas. Por isso, todos os corpos
emitem e absorvem radiação eletromagnética
com comprimentos de onda que dependem da
Solução: temperatura do corpo. Essa radiação
eletromagnética emitida ou absorvida é
denominada radiação térmica.
À temperatura ambiente, a maior parte da
radiação emitida por um corpo situa-se no
infravermelho. Por isso, não podemos ver a
radiação térmica emitida pelos corpos frios a
nossa volta. Entretanto, ao aquecer um corpo,
em temperaturas bastante elevadas ele passará
a emitir luz visível, como ocorre com o carvão ou
o ferro em brasa. Em temperaturas ainda mais
elevadas, os corpos emitirão radiação térmica no
ultravioleta.
Exercício 1.1.
Na maioria das vezes, vemos a luz que é
Calcule a frequência da luz
com o seguinte comprimento refletida pelas superfícies dos corpos. Em alguns
de onda: . casos, vemos a luz que é emitida como radiação
Resposta:
2 –9
1 nm = 10 m.
8
térmica, como no caso do Sol e das lâmpadas
incandescentes. Um corpo que absorve toda a
radiação que incide sobre a sua superfície é
denominado corpo negro. Dessa forma, um corpo
negro não refletirá luz, mas apenas emitirá radiação
térmica. À temperatura ambiente, não se pode ver o
corpo negro, pois ele emite no infravermelho. Só
Espectro do corpo negro
poderíamos vê-lo em temperaturas mais elevadas,
quando ele passasse a emitir no visível. Este é o caso
do Sol, que pode ser considerado um corpo negro. Exemplo 1.2.
Um corpo negro emite radiação
eletromagnética em uma faixa de frequências O comprimento de onda
denominada espectro do corpo negro, que depende emitido com máxima
da temperatura do corpo. A intensidade da radiação intensidade pelo Sol é
. Calcule a
térmica emitida é medida como a energia emitida por
temperatura da superfície
unidade de tempo, por unidade de área do corpo do Sol.
negro, em um determinado intervalo de comprimento
de onda. Essa grandeza é denominada radiância
Solução:
espectral, . No espectro do corpo negro, essa
grandeza é que fica no eixo vertical.
Exercício 1.2.
O comprimento de onda é aquele emitido
Sabendo que o
com maior intensidade, em cada temperatura. A lei do
comprimento de onda
deslocamento de Wien, dada pela relação: emitido com máxima
intensidade pela Estrela
(1.2) do Norte é .
Calcule a temperatura da
superfície da Estrela do
Norte.
Resposta: 8.279 K
9
é uma equação empírica que relaciona os valores de
(nm) com a temperatura (K) do corpo. Essa
equação é utilizada para medir a temperatura de corpos
bastante quentes, tais como fornos industriais e corpos
celestes luminosos, como o Sol e as estrelas.
Catástrofe do
ultravioleta No início do século XX, Rayleigh e Jeans
utilizaram a Física Clássica para derivar a expressão
para a radiância espectral, . Eles obtiveram a
seguinte expressão:
(1.3)
onde é a constante de
Boltzmann e é a velocidade da luz no vácuo.
10
A Equação de Planck
(1.4)
Níveis de energia
onde é uma constante, que hoje é
denominada constante de Planck. Essa relação reproduz
Para saber mais, siga
perfeitamente o espectro do corpo negro experimental. A os links abaixo:
constante de Planck é bastante importante na Mecânica
Quântica, aparecendo em diversas equações.
Biografias de
Para chegar a essa expressão, Planck assumiu que
Planck e Rayleigh
a energia emitida pelo corpo se dava de maneira discreta,
ou seja, em múltiplos de , onde é a frequência da
http://pt.wikipedia.org
radiação emitida:
/wiki/Max_planck
(1.5)* http://pt.wikipedia.org
/wiki/John_William_St
rutt
equação essa que é hoje conhecida como a hipótese de
Planck da quantização da energia.
De acordo com a hipótese de Planck, a energia dos
elétrons no corpo negro só poderia assumir valores
discretos . Esse é o conceito da quantização
da energia, que não existe na Física Clássica, onde a
energia é uma grandeza contínua. Por essa hipótese
revolucionária, Planck recebeu o Prêmio Nobel em Física
de 1918 e é reconhecido como sendo o pai da Física
Quântica.
11
1.2. O efeito fotoelétrico
(1.6)
12
onde é o valor da carga elétrica
fundamental.
Dessa forma, o resultado obtido de não depender
da intensidade da luz significa que a energia cinética
do elétron ejetado não depende da intensidade da luz
incidente. Este resultado está em contradição com a visão
clássica da luz. A energia de uma onda é tanto maior Potencial de corte ,
quanto maior for a sua amplitude. E a intensidade da luz é em função da
proporcional ao quadrado da amplitude da onda. frequência de luz
incidente. São
Um segundo resultado que não está de acordo com mostrados os
o que é previsto pela Física Clássica é o fato de limiares de
depender da frequência da luz incidente e de existir um frequência para três
metais: Rb, K e Na.
valor mínimo de frequência , denominado limiar de
frequência, necessário para que ocorra o efeito
fotoelétrico. Verifica-se experimentalmente que varia de
forma linear com a frequência da luz incidente.
Um terceiro resultado que está em desacordo com a
Física Clássica é o fato de que o efeito fotoelétrico ocorre
quase que instantaneamente, a partir do instante da
incidência de luz na superfície metálica. De acordo com a
Física Clássica, a onda luminosa carrega a energia de
forma difusa, através do espaço. Portanto, a superfície
Albert Einstein
deveria aguardar tempo suficiente para chegar energia
(1879-1955)
necessária para arrancar os elétrons.
13
(1.7)*
Exemplo 1.3
Calcule a função
trabalho , do sódio Durante a interação com a matéria, cada fóton
metálico (Na), em transfere sua energia completamente para um elétron,
elétrons-volts (eV), arrancando-o da superfície metálica. A energia do
sabendo que o limiar de
fóton se converte na soma da energia cinética com a
frequência para o efeito
fotoelétrico desse metal energia potencial (omega) do elétron, de acordo com
é igual a a relação de conservação de energia abaixo.
.
(1.8)
Solução:
(1.9)
14
Esta última expressão explica a origem do limiar de
frequência .
De acordo com o modelo de Einstein, a intensidade
da luz é proporcional ao número de fótons presentes. Cada
fóton arranca um elétron da superfície metálica. Portanto, luz
de intensidade maior irá arrancar um número maior de
elétrons e a corrente fotoelétrica será maior. E porque os
fótons carregam energia de forma concentrada, o elétron
será ejetado de forma quase que instantânea, a partir da
chegada do fóton na superfície metálica.
Átomos
Postulados de Bohr hidrogenoides são
átomos que contém
apenas um elétron,
Em 1913, Niels Bohr propôs um modelo atômico que
tal como o
explicava o espectro de emissão atômico como sendo um hidrogênio, H e os
espectro de linhas. Bohr estruturou seu modelo através de íons He+, Li+2, Be+3,
quatro postulados. Este modelo vale para os denominados etc.
15
Li+2, Be+3, etc.
Charles Augustin
(1.11)*
de Coulomb
(1736-1806)
Biografia de (1.13)*
Coulomb
Lei de Coulomb
(1.14)
http://pt.wikipedia.org
/wiki/Lei_de_Coulom
b
Momento Angular
http://pt.wikipedia.org
/wiki/Momento_angul
ar
16
Nas Equações acima, foi utilizada a constante
da lei de Coulomb , a
Exemplo 1.4
massa do elétron e a carga Calcule o comprimento de
elétrica fundamental . Nas onda , do fóton absorvido
equações, é o número atômico, ou seja, o número na transição entre níveis de
energia e
de prótons no núcleo do átomo.
.
Solução:
2º Postulado. O elétron no átomo só pode assumir
valores quantizados de momento angular L, de
acordo com a relação:
(1.15)*
(1.16)*
3º
Postulado. O elétron em uma órbita, apesar de
eletricamente carregado e acelerado, não emitirá
radiação eletromagnética e sua energia permanecerá
constante.
Exercício 1.4
4º Postulado. Durante uma transição eletrônica para Repita o cálculo acima para
um nível de menor energia, o átomo emitirá um fóton e .
de energia igual à diferença de energia entre os
níveis. Durante uma transição eletrônica para um
Resposta: 102,5 nm
17
nível de maior energia, o átomo absorverá um fóton de
energia igual à diferença de energia entre os níveis.
(1.17)*
seguinte resultado:
(1.18)
18
Substituindo os valores das constantes na última
equação, encontra-se o valor da constante ao denominada
raio de Bohr: Para saber mais,
siga os links abaixo:
(1.19)
Teorema do virial
Para o átomo de hidrogênio ( ), o valor do raio de Bohr
corresponde ao raio da primeira órbita, ou seja ,
http://pt.wikipedia.or
correspondente a .
g/wiki/Teorema_do_
A energia total do elétron no átomo é dada pela virial
soma das respectivas energias cinética , e potencial :
(1.20)*
(1.21)*
(1.22)*
19
seja, , a média temporal da energia cinética total
será dada pela seguinte expressão:
(1.23)*
(1.24)
(1.25)
(1.26)
20
Verifica-se, na última expressão, que a energia do
elétron em um átomo hidrogenoide é quantizada.
http://pt.wikipedia.or
g/wiki/Elétron-volt
(1.28)*
21
1.4. A dualidade onda-partícula
Biografia de Louis
de Broglie (1.29)*
(1.30)*
22
A energia cinética , de uma partícula de massa
Exemplo 1.5
m e velocidade bem inferior à velocidade da luz
, é dada pela seguinte expressão: Calcule o comprimento
de onda associado a um
elétron de energia
cinética igual a 54 eV.
(1.31)*
Primeiro, convertemos a
Devido à constante de Planck ter um valor muito unidade de energia de
pequeno, objetos macroscópicos terão um comprimento elétron-volt (eV) para
joule (J):
de onda bem abaixo do limite de detecção. Por isso, a
dualidade onda-partícula não é evidente na nossa
experiência cotidiana. Já com partículas microscópicas,
como elétrons, os comprimentos de onda associados
Depois, calculamos o
são mensuráveis e a característica dual é evidente. Para momento linear do
comparar os dois casos, veja o quadro com o Exemplo elétron, usando a
1.2 e o Exercício 1.2. Equação 1.34:
23
esse princípio determina que a precisão com
que se mede uma das grandezas, limita a
Exemplo 1.3. precisão com que se pode medir a outra
Calcule a incerteza na grandeza. Dessa forma, podemos saber muito
posição de um elétron de bem onde está uma partícula (posição), mas
velocidade cuja
não podemos saber ao mesmo tempo sua
incerteza na velocidade é de
0,01%. velocidade (momento) e vice-versa.
Devido ao Princípio da Incerteza, a noção
Primeiro, calculamos o
momento do elétron: de trajetória de uma partícula, tão comum na
Mecânica Clássica, torna-se sem significado na
Mecânica Quântica. Isto ocorre porque a
trajetória de uma partícula presume a medida
simultânea da posição e do momento da
Depois, calculamos a incerteza
no momento do elétron: partícula, a cada instante.
O Princípio da Incerteza é dado pela
seguinte expressão:
(1.32)*
Por fim, calculamos a incerteza
na posição do elétron:
onde .
Exercício 1.2.
Resposta: .
24
1.6. Problemas
25
04. O que é corpo negro? Apresente exemplos de corpos
reais que se comportem como corpos negros.
26
14. Como se explica o efeito fotoelétrico classicamente?
Qual é o significado da função trabalho de uma
superfície metálica? O que são fotoelétrons?
27
particular, deduza a equação que descreve
corretamente o gráfico do potencial de corte Vo, em
função da frequência da luz incidente.
28
30. O que significa espectro contínuo? E espectro de
linhas? Exemplifique.
29
40. A partir da relação de de Broglie, calcule o
comprimento de onda associado a um feixe de
elétrons acelerado a uma energia cinética de: a) 1 eV;
b) 1 keV; c) 1 Mev; d)1 Gev.
30
31
2 A EQUAÇÃO DE SCHRÖDINGER ...................................................................... 31
2.1 A função de onda ............................................................................................... 33
2.2 Números complexo ............................................................................................. 35
2.3 2.2 Operadores e valores esperados ....................................................................... 36
2.4 2.3 A equação dependente do tempo....................................................................... 45
2.5 2.4 A equação independente do tempo .................................................................... 46
2.6 2.5 Unidades atômicas ............................................................................................. 50
2.7 2.6 Problemas .......................................................................................................... 52
32
2 A EQUAÇÃO DE SCHRÖDINGER
http://pt.wikipedia.org
/wiki/Paul_Dirac
(2.1)*
3
Vide alfabeto grego, na Tabela 5 do apêndice.
33
A função de onda, em si, não possui significado
físico, mas guarda informação sobre o estado do
sistema. Entretanto, Max Born deu uma interpretação
estatística para a função de onda. Supondo uma
partícula pontual que se mova em uma única direção
x, o quadrado do módulo da função de onda
da partícula é a função densidade de
probabilidade. Considerando um sistema com n
partículas idênticas, sendo que dnx delas estão no
intervalo infinitesimal de a , então
é a probabilidade de uma partícula qualquer estar
nesse intervalo, a qual é dada pela Equação 2.2:
(2.2)
(2.3)*
(2.4)*
34
Vamos considerar agora o caso tridimensional.
Considere uma partícula pontual que possa se deslocar ao
longo das três direções espaciais: . A função de onda
dessa partícula será escrita na forma . Assim, a
probabilidade de encontrar a partícula em um volume
infinitesimal dV=dxdydz é dada por . Assim,
a probabilidade P de encontrar a partícula em um volume
finito V, com , e é da pela
integral tripla da equação seguinte:
(2.5)
35
está resolvido. Assim, define-se o conjunto dos números
complexos.
Considere dois números reais x e y e um número
imaginário i definido da seguinte forma.
(2.6)*
http://pt.wikipedia.org
/wiki/Fórmula_de_Eul O quadrado do módulo de um número complexo z,
er representado por |z|2, é um número real, calculado pelo
produto do número z pelo seu conjugado complexo, como
Biografia de Euler mostrado na equação seguinte:
(2.9)*
http://pt.wikipedia.org
/wiki/Leonhard_Euler
36
(2.10)*
(2.11)*
(2.16)*
Coordenadas
Polares
O produto e a razão de dois números complexos
http://pt.wikipedia.o
podem ser encontrados através das rg/wiki/Coordenada
Equações 2.17 e 2.18, respectivamente: s_polares
37
Veja que a notação cartesiana é mais conveniente
para expressar a soma, enquanto que a notação polar é
melhor para representar o produto e o quociente de dois
números complexos.
(2.19)*
(2.20)
(2.21)
(2.22)
(2.23)
(2.24)
38
(2.25)
Álgebra de Operadores
(2.26)*
(2.27)*
39
Observe que a adição de operadores é sempre
comutativa, o que está indicado na Equação 2.28:
(2.28)*
O mesmo não vale para a multiplicação, ou seja, a
multiplicação de operadores em geral não é comutativa.
Isto é mostrado na Equação 2.29:
(2.29)*
40
O comutador de dois operadores e ,
aplicados em uma função , é a operação matemática
definida pela Equação 2.30:
(2.30)*
e comutem (2.31)*
comutam.
Saber se dois operadores comutam ou não, é de
extrema importância em Mecânica Quântica. Este assunto
será discutido mais adiante.
Considere duas funções, e , e duas constantes e
. Um operador será denominado operador linear se
obedecer à Equação 2.33:
41
(2.33)*
(2.34)
(2.35)
(2.36)*
42
que estão associados. O porquê de esses operadores terem
essas formas, em particular, pode ser discutido. Entretanto,
para os propósitos da aplicação da Mecânica Quântica na
Química, a Tabela 2.1 pode ser assumida simplesmente
como um postulado, não sendo, portanto, necessário
demonstrá-la.
43
(2.37)*
Valor esperado
(2.38)*
44
2.4
2.3. A Equação dependente do tempo Equação de onda
(2.39)
Na Equação 2.39, e
A equação de onda e a
. A solução dessa equação é a função de onda equação de Schrödinger
guardam certa
da partícula.
semelhança entre si.
Utilizando o conceito de operador, a Equação Contudo, a última,
2.39 pode ser escrita na forma da Equação 2.40: representa a variação da
função de onda de um
sistema, e não da
amplitude de uma onda
(2.40) real.
45
que se pode escrever a Equação de Schrödinger
dependente do tempo, utilizando o operador hamiltoniano.
Assim, ela assume a forma bastante compacta, dada na
Equação 2.41. Nessa forma, a Equação de Schrödinger
assume uma generalidade muito grande, tendo em vista que
pode ser utilizada para qualquer sistema, não só para uma
partícula movendo-se em uma única direção:
(2.41)*
(2.42)*
2.5
2.4. A Equação independente do tempo
(2.43)*
46
(2.4
4)
(2.45
)
(2.46)
(2.47)
47
Assim, ficamos na verdade com duas equações, uma
somente com a variável e outra com a variável . Dessa
forma, rearranjando a Equação 2.47, obtemos as Equações
2.48 e 2.49:
(2.48)
(2.49)
(2.50)*
(2.50)*
(2.51)
48
(2.52)*
(2.53)*
49
(2.54)*
(2.55
)
2.6
2.5. Unidades atômicas
(2.56)*
50
(2.57)*
Massa do elétron, .
Carga fundamental, .
Constante de Planck reduzida,
(2.58)
(2.59)
(2.60)*
(2.61)*
51
Comparando esses resultados com aqueles obtidos
na seção 1.3, verificam-se as seguintes relações de
conversão de unidades4:
(2.62)
(2.63)
2.7
2.6 Problemas
4
Vide Tabela 2, no apêndice; = 1 bohr (raio de Bohr).
52
11. Escreva o operador Hamiltoniano e explique o seu
significado físico.
53
54
55
3 SISTEMAS SIMPLES ........................................................................................... 55
3.1 A partícula livre ................................................................................................... 57
3.2 A partícula na caixa ............................................................................................ 61
3.3 O oscilador harmônico ........................................................................................ 65
3.4 O rotor rígido ...................................................................................................... 69
3.5 Problemas .......................................................................................................... 76
56
3 SISTEMAS SIMPLES
(3.1)*
57
de acordo com a Equação 2.36. Neste caso, com ,
chega-se à Equação 3.2:
(3.2)
(3.3)
(3.4)
(3.5)
58
De acordo com a fórmula de Euler, dada na Equação
2.11, a função de onda encontrada pode ser convertida em
uma combinação linear de seno e cosseno. Isto mostra que
a função de onda para uma partícula livre é periódica,
(3.6)
59
Se tivéssemos usado a solução negativa, teríamos
encontrado o negativo do resultado acima.
Então, o valor esperado para o momento linear de
uma partícula livre é dado pela equação abaixo, onde
é a energia cinética da partícula:
(3.7)*
(3.8)
60
É importante notar que, a única restrição que se faz à
energia total da partícula livre é que ela seja positiva. Nesse
sentido, a energia de uma partícula livre é contínua, da
mesma forma que ocorre na Mecânica Clássica, não
havendo quantização.
a) (3.9)
a) (3.10)
61
Fora da caixa, a energia potencial é infinita. O
operador hamiltoniano e a equação de Schrödinger
independente do tempo, para essa região, são dados nas
Equações 3.11 e 3.12, respectivamente:
(3.11)
(3.12)
(3.13)
(3.14)
62
Assim, a função de onda, dentro da caixa, reduz-se à
forma dada na Equação 3.15:
(3.15)
Como , então:
(3.16)*
63
Exemplo 3.1
Utilize as Equações pode assumir qualquer valor, mas apenas múltiplos inteiros
3.18 e 3.19 para de certa unidade. Em outras palavras, a energia total da
chegar à constante partícula na caixa é quantizada.
de normalização
Substituindo a última expressão na função de onda,
dada na Equação
3.20. Lembre-se: dada na Equação 3.15, e lembrando que consideramos
, obtemos o seguinte resultado:
Solução
64
Gráficos da função
de onda para
(3.18) uma partícula na
caixa de tamanho
.
Utilizando a integral I2, dada na tabela 3 do apêndice,
verifica-se a seguinte igualdade:
n=1
(3.19)
(3.20)
(3.21)*
65
distendida por um agente externo, a mola executa na
partícula uma força restauradora , proporcional à
distensão . Esse fato é resumido na equação
seguinte, denominada Lei de Hooke:
(3.22)*
Tratamento clássico
(3.23)*
(3.24)
(3.25)*
66
onde é a frequência de oscilação, ou seja, o número de
ciclos por unidade de tempo, e é dada pela equação abaixo.
A constante é a amplitude da oscilação.
O fatorial de um
número inteiro n é
definido da seguinte
forma.
(3.27)*
(3.28)
(3.29)
Tratamento quântico
(3.30)
67
A seguir, escreve-se a equação de Schrödinger
independente do tempo:
(3.31)
(3.32)
(3.33)*
vibracional e é o fatorial de .
(3.34)
68
A Tabela abaixo apresenta os seis primeiros polinômios de
Hermite:
(3.35)
(3.36)*
69
A energia cinética do rotor rígido é dada pela soma
dos termos relativos a cada partícula:
(3.37)*
(3.38)
da seguinte forma:
(3.39)
(3.40)
(3.41)
70
do sistema. Pode-se colocar arbitrariamente o centro de
massa do sistema na origem, ou seja: .O
movimento de translação não é de interesse aqui, mas
apenas a rotação. Por isso, as coordenadas do centro de
massa não precisam ser levadas em consideração. Com
isso, o problema se simplifica, pois teremos de lidar apenas
com as outras três coordenadas espaciais ,
denominadas coordenadas internas:
(3.42)
(3.43)
(3.44)
(3.45)
(3.46)
(3.47)
(3.48)
(3.49)
71
Desprezando o movimento de translação,
obtém-se a expressão para a energia cinética
rotacional :
(3.50)
Texto
Tratamento quântico
(3.51)
(3.52)*
(3.53)
(3.54)
72
(3.55)
(3.56)
(3.57
)
(3.58)
(3.59)
(3.60
)
(3.61)
73
onde , e é a constante de
normalização.
As harmônicas
esféricas reais são A solução da Equação 3.60 é dada abaixo:
utilizadas na parte
angular dos orbitais
atômicos. (3.62)
Harmônicas esféricas
(3.63)
(3.64)
74
Abaixo, as Harmônicas esféricas :
75
A energia do rotor rígido é quantizada. Ela
depende do número quântico e do momento de
inércia do rotor rígido:
(3.65)*
3.5. Problemas
76
05. Uma vez obtidas a função de onda e a energia total de
uma partícula livre, como soluções da equação de
Schrödinger, o que se pode concluir?
77
17. Escreva a fórmula de Rodrigues para os
polinômios de Hermite.
78
28. Escreva a energia cinética do rotor rígido como a
soma das energias cinéticas: (a) de cada partícula; (b) do
centro de massa e dos movimentos internos.
79
80
81
4 ÁTOMOS HIDROGENOIDES............................................................................... 83
4.1 A equação angular ............................................................................................. 83
4.2 A equação radial................................................................................................. 84
4.3 Orbitais atômicos ................................................................................................ 87
4.4 Problemas .......................................................................................................... 88
82
4 ÁTOMOS HIDROGENOIDES Exemplo 4.1
(4.2)
83
(4.3)*
(4.4)
(4.5)
(4.6)
(4.7)
84
Definindo a variável , sendo o
(4.8)
(4.9)
85
Exemplo 4.2
A partir da equação
4.11, mostre que a
massa reduzida
pode ser calculada
a partir da equação
abaixo:
(4.10)
(4.11)
86
4.3. Orbitais atômicos
Exemplo 4.3
Calcule a massa reduzida
As funções de onda de um
do átomo de hidrogênio
átomo hidrogenoide podem ser escritas na seguinte (Z=1), a partir da equação
forma: deduzida no exercício
anterior.
(4.12)*
Resolução:
87
Tabela 4.2. Orbitais atômicos para átomos
hidrogenoides. :
4.4. Problemas
88
6. Utilizando o método da separação de variáveis, a
função de onda para átomos hidrogenoides pode
ser escrita como: ψn.l.m(r,θ,ϕ) = Rn,l(r)⋅Υl,m(θ,ϕ).
Escreva a expressão para a função radial Rn,l(r) e
para a função angular Υl,m(θ,ϕ), para os valores de
n = 1, 2 e 3; l = 0, 1 e 2; m = −2, −1, 0, 1, 2.
89
para os estados n = 1, 2, 3 ; l = 0, 1, 2. Indique os
pontos nodais.
90
91
5 Átomos multieletrônicos........................................................................................ 93
5.1 Spin eletrônico .................................................................................................... 95
5.2 Princípio de Pauli................................................................................................ 98
5.3 Determinante de Slater ....................................................................................... 101
5.4 Hamiltoniano atômico ....................................................................................... 103
5.5 Métodos de aproximação .................................................................................. 108
5.6 Método Hartree-Fock ......................................................................................... 113
5.7 Problemas .......................................................................................................... 114
92
5. ÁTOMOS MULTIELETRÔNICOS
93
se que exista um operador quântico de spin, . Pelo fato
de que o momento angular é um vetor, entãoPara
o spin
saberdeve
mais, siga os
links abaixo:
ter componentes nas três direções espaciais. Logo, devem
existir os operadores quânticos associados a cada
Bósons
componente, . Supondo a existência de uma
função de onda de spin , os valores esperados do
http://pt.wikipedia.org
quadrado do spin e da componente na direção , são
/wiki/Bóson
dados pelas equações abaixo:
(1901-1954) (5.1)*
(5.2)*
http://pt.wikipedia.org
/wiki/Férmion
Biografia de
Enrico Fermi (Bósons)
http://pt.wikipedia. (Férmions)
org/wiki/Enrico_F
ermi
94
e todos os núcleos atômicos que não se enquadram no
critério anterior.
Uma partícula com número quântico de spin pode
ter os seguintes números quânticos :
(5.3)*
(5.4)*
(5.5)
(5.6)
(5.7)
(5.8)
95
Assim, os valores esperados de e para o elétron
serão dados pelas equações abaixo. Lembre-se que
(5.9)*
(5.10)*
Biografia de
Wolfgang Pauli 5.2. Princípio de Pauli
http://pt.wikipedia.org
/wiki/Wolfgang_Pauli A função de onda eletrônica deve depender não
somente das coordenadas espaciais , mas também,
da coordenada de spin . Dessa forma, pode-se definir o
spin-orbital atômico , de acordo com a equação abaixo:
(5.10)*
96
coordenadas dos elétrons são as três coordenadas
espaciais e a coordenada de spin:
(5.11)
Assim, temos:
(5.12)*
97
dois elétrons com o mesmo spin, ocupando a mesma
posição no espaço, teremos o seguinte resultado:
(5.13)*
John Clarke Slater
(1900-1976)
O resultado da última equação é denominado
Princípio da Exclusão de Pauli e é uma consequência do
Para saber mais, Princípio de Pauli, que é mais geral. Como se pode ver na
siga os links Equação 5.13, a função de onda de dois elétrons com as
abaixo:
mesmas coordenadas é zero. Isso significa que a
probabilidade de encontrar os dois elétrons com as mesmas
Biografia de John coordenadas é zero.
Clarke Slater
(Em Inglês)
O Princípio da Exclusão de Pauli estabelece que
http://en.wikipedia.
org/wiki/John_C._ dois férmions quaisquer, por exemplo, dois elétrons que
Slater tenham o mesmo spin, não podem ocupar a mesma
região do espaço, ao mesmo tempo.
98
o mesmo spin fiquem longe um do outro. É importante
ressaltar que, aqui, não se trata de uma força no sentido
convencional do termo, mesmo porque este princípio não Para saber mais,
siga os links abaixo:
possui análogo clássico. Assim, a repulsão de Pauli é
apenas um termo para designar o conteúdo expresso no
Princípio da Exclusão de Pauli. Determinantes
χ1( 1 ) χ 2( 1 ) K χ N(1 )
1 χ1( 2 ) χ 2( 2 ) L χ N( 2 )
φ= (5.14)*
N! M M M M
χ1(N) χ 2(N) L χ N (N)
99
assimétrica é dada pelo seguinte determinante de Slater
:
(5.15)
(5.16)
(5.17)
(5.18)
100
palavras, ela representa o estado fundamental do átomo
de hélio. A função de onda , escrita como determinante
de Slater, além de assegurar que ela seja antissimétrica,
garante a indistinguibilidade dos elétrons. Em outras
palavras, a função de onda não rotula os elétrons.
Desta forma, qualquer elétron pode ter o spin ou .
(5.19)
101
(5.20)*
(5.21)*
(5.22)
(5.23)
(5.24)*
O átomo de hélio
102
equação de Schrödinger eletrônica para o átomo de hélio é
dada abaixo:
(5.25)
onde .
(5.26)
(5.27)
103
independentes em um átomo com . Veja a Equação
2.63 para a conversão da energia para elétron-volt:
(5.28)
(5.29)
104
Considerando esta correção para a energia eletrônica,
temos o seguinte:
(5.30)
(5.31)
105
5.5. Métodos de aproximação
Teoria de perturbação
(5.31)
(5.32)
106
(5.33)
(5.34)
(5.35)
(5.36)
(5.37)
(5.38)
(5.39)
(5.40)
107
(5.41)
(5.42)
(5.43)
(5.44)
108
Método variacional
(5.45)
(5.46)
109
por um parâmetro variacional , a ser determinado de
forma a minimizar a energia eletrônica:
(5.47)
110
5.6. Método Hartree-Fock
Vladmir Fock
(5.48) (1898-1974)
111
(5.49)
(5.50)
5.7. Problemas
112
^ h2 n
1 n
Ze 2 1 n −1 n
e2
H eletr . = −
8π 2 m e
∑ ∇ i2 −
i =1 4πε o
∑
i =1 ri
+
4πε o
∑ ∑
i =1 j=i +1 rij
113
10. Escreva a função de onda eletrônica total
(spin-orbital), para os átomos de Hélio,
Lítio, Berílio, Boro e Carbono, usando os
determinantes de Slater.
114
115
6. MOLÉCULAS ....................................................................................................... 117
6.1. Hamiltoniano Molecular .................................................................................... 117
6.2. Aproximação de Born-Oppenheimer ................................................................. 117
6.3. Espectroscopia Molecular.................................................................................. 120
6.4. Teoria dos Orbitais Moleculares ........................................................................ 126
6.5 Problemas ....................................................................................................... 128
116
6 MOLÉCULAS
Enunciado:
117
A aproximação de Born-Oppenheimer consiste
em resolver, separadamente, o movimento dos elétrons e
o movimento dos núcleos. Isto significa considerar uma
EAB
(6.2)
(6.3)
118
Pode-se escrever a equação de Schrödinger para o
movimento dos elétrons, considerando uma geometria
molecular fixa, de energia potencial de repulsão nuclear
constante :
(6.4)
(6.5)
(6.6)
(6.7)
(6.8)
119
6.3. Espectroscopia Molecular
De
movimentos translacional e internos dos núcleos
re
RAB
. Os movimentos internos correspondem à rotação
(6.10)
(6.11)
120
A energia do movimento rotacional molecular é
quantizada. Considerando o modelo do rotor rígido, a
expressão para a energia rotacional de uma molécula
diatômica é aquela dada na Equação 3.65. A única
diferença aqui é que, normalmente, utiliza-se a letra para o
número quântico, na espectroscopia rotacional. Assim, a
expressão para a energia rotacional assume a forma abaixo:
(6.12)
121
Exercício A regra de seleção geral acima,
(6.13)
122
(6.14)*
(6.15)
(6.16)
123
Espectroscopia vibracional de uma molécula diatômica
(6.17)
(6.18)
124
As frequências de radiação necessárias para provocar
transições vibracionais em moléculas situam-se na região do
infravermelho.
Espectroscopia Eletrônica
(6.19)
125
sólidos e líquidos, as bandas vibracionais são muito largas e
ocorre a superposição de bandas, o que leva a uma banda
eletrônica.
A estrutura vibracional de uma banda eletrônica é
explicada pelo princípio de Franck-Condon, que diz o
seguinte:
126
Slater cujos elementos são denominados orbitais
moleculares. Estes são obtidos pela combinação linear de
orbitais atômicos , também denominados funções de
base. Os coeficientes são determinados pelo método de
Hartree-Fock-Roothaan:
(6.20)
onde
Os coeficientes são determinados resolvendo
(6.21)
onde
As energias dos orbitais moleculares são
encontradas resolvendo o determinante secular abaixo:
(6.22)
(6.23)
(6.24)
127
onde é o operador de Fock e é a integral de
recobrimento (overlap).
6.5 Problemas
128
transição rotacional pura, em termos da constante
rotacional da molécula.
129
7 APÊNDICE
1. Constantes físicas
Símbol
Nome Valor
o
Velocidade da luz no
299 792 458 m/s
vácuo(a)
(c)
8,8541878 × 10–12
Permissividade do vácuo
C2/Nm2
Constante de Planck
(d)
1,05457 × 10–34 Js
reduzida
Permeabilidade do
(g)
4π × 10–7 NC–2s2
vácuo
(a) (b) (c)
Valor exato. . .
(d)
. (e) . (f) . (g) .
130
2. Conversão entre unidades de energia
1 erg = 10–7 J
1 cal = 4,184 J
3. Tabela de integrais
(I.1)
(I.2)
(I.3)
(I.4)
(I.5)
(I.6)
(I.7)
(I.8)
(I.9)
(I.10)
(I.11)
131
4. Massas molares de isótopos (g/mol)
Isótopo Massa molar Isótopo Massa molar
1 16
H 1,0078250 O 15,994915
2 32
H 2,014102 S 31,972071
12 35
C 12,000 … Cl 34,968853
13 37
C 13,003355 Cl 36,965903
14 127
N 14,003074 I 126,90447
132
REFERENCIAS
133