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Universidade Politécnica

A POLITÉCNICA

Instituto Superior Aberto

GUIA DE ESTUDO

SIMULAÇÃO EMPRESARIAL
Curso de Gestão de Empresas e GRH
(7º Semestre)

Moçambique
FICHA TÉCNICA

Maputo, Janeiro de 202024

© Série de Guias de Estudo para o Curso de Gestão de Empresas e Gestão de


Recursos Humanos (Ensino a Distância).

Todos os direitos reservados à Universidade de


Uberaba/Universidade Politécnica

Título: Guia de Estudo de Simulação Empresarial

Organização e Edição
Instituto Superior Aberto (ISA)

Adaptação
José Leonardo João
UNIDADES TEMÁTICAS

UNIDADE TEMÁTICA 1 .....................................................................................2

A Simulação empresarial ...................................................................................2

1. A Simulação Empresarial ............................................................................2

UNIDADE TEMÁTICA 2 .....................................................................................9

2. A Empresa Simulada......................................................................................9

UNIDADE TEMÁTICA 3 ................................................................................... 18

ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO .................................................................. 18

3. ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO ........................................................... 18


Gestão de Empresas e Gestão de Recursos Humanos – Simulação Empresarial – Semestre 7

APRESENTAÇÃO

Caro(a) estudante

Está nas suas mãos o Guia de Estudo da disciplina de Simulação Empresarial


que integra a grelha curricular do Curso de Gestão de Empresas e Gestão de
Recursos Humanos oferecido pela Universidade Politécnica na modalidade de
Educação à Distância.

Este guia tem por finalidade orientar os seus estudos individuais neste semestre
do curso. Ao estudar a disciplina de Simulação Empresarial, você irá
desenvolver habilidades empresariais como gestor de uma determinada
empresa.

Esta é a nossa proposta para o estudo de cada disciplina deste curso. Ao


recebê-la, sinta-se como um actor que se apropria de um texto para expressar a
sua inteligência, sensibilidade e emoção, pois você é também o(a) autor(a) no
processo da sua formação em Gestão de Empresas e Gestão de Recursos
Humanos. Os seus estudos individuais, a partir destes guias, nos conduzirão a
muitos diálogos e a novos encontros.

A equipa de professores que se dedicou à elaboração, adaptação e


organização deste guia sente-se honrada em te-lo como interlocutor(a) em
constantes diálogos motivados por um interesse comum a educação de
pessoas e a melhoria contínua da gestão de pessoas, base para o aumento da
produtividade e qualidade no sector empresarial no país.

Seja muito benvindo(a) ao nosso convívio.

A Equipa da ISA

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Gestão de Empresas e Gestão de Recursos Humanos – Simulação Empresarial – Semestre 7

UNIDADE TEMÁTICA 1

A Simulação empresarial

Objectivos

Ao final desta unidade temática, você deverá ser capaz de:

• Descrever o papel da Simulação empresarial no ambiente empresarial;


• Perceber o modelo de operação empresarial, em que os participantes
assumem o papel de gestores das empresas,
• Perceber o jogo consiste na simulação de funcionamento de diversas
empresas industriais de pequeno porte, produzindo e comercializando o
mesmo produto em um mercado altamente competitivo;
• Desenvolver interações entre e dentro das equipes participantes da
Simulação empresarial;

1. A Simulação Empresarial

Consiste em um exercício sequencial de decisão, estruturado sobre um modelo de operação empresarial,


em que os participantes assumem o papel de gestores das empresas, mediante a utilização de um
software específico.

No presente caso, o jogo consiste na simulação de funcionamento de diversas empresas industriais de


pequeno porte, produzindo e comercializando o mesmo ou diferentes produtos em um mercado
altamente competitivo, criados por cada estudante.

As equipes representam as diretorias das empresas e serão responsáveis pelas decisões envolvendo as
suas diversas áreas.

O objetivo da simulação empresarial é, portanto, desenvolver habilidades empresariais aos participantes


nas áreas de:

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▪ Administração geral – proporcionando a integração entre equipes, visão


estratégica, conhecimento dos processos internos da empresa e avaliação do
ambiente macroeconômico;

▪ Vendas – mediante o estabelecimento de preços e políticas de marketing;

▪ Produção – programando a aquisição de insumos, investindo em pesquisa e


desenvolvimento e na manutenção e ampliação do parque fabril;

▪ Finanças – elaborando orçamentos, fluxos de caixa, demonstrações de resultado,


balanços patrimoniais e analisando resultados contábeis e financeiros.

Os principais benefícios da simulação empresarial para o aprendizado das equipes, são:

▪ Compactação do tempo – as decisões são tomadas por trimestres, podendo-se


facilmente simular as actividades operacionais da empresa durante o período de 2
anos, por exemplo.

▪ Os participantes são agentes activos – neste caso, o tutor assume o papel de


consultor, orientando as equipes e demonstrando a relação entre as decisões
tomadas, os aspectos teóricos e os possíveis efeitos práticos.

▪ Aprendizagem baseada em tentativa e erro - os participantes têm a oportunidade


de familiarizarem-se com a administração da empresa através da reflexão sobre os
erros e acertos cometidos. Neste aspecto, o papel do tutor é relevante, no sentido
de mostrar aos alunos as razões dos seus sucessos e fracassos.

▪ Visão global e integrada – as decisões necessariamente são interrelacionadas,


conduzindo o participante a adquirir uma visão global da empresa.

Os resultados da simulação empresarial são determinados pelas interações entre e dentro das equipes
participantes. Desenrola-se no contexto da conjuntura econômica que se encontra modelada no
computador.

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Muito embora o modelo seja basicamente determinístico, os resultados também estarão sujeitos à
incerteza uma vez que, "variações ao acaso", e mesmo "a sorte", estarão presentes na simulação,
introduzidas tanto pelos participantes quanto pelo facto do sistema usar tabela de números aleatórios na
construção dos cenários econômicos..

No jogo os participantes se defrontarão com informações relevantes a respeito da inflação, variações


sazonais da demanda e das condições gerais da economia e para obter um bom desempenho, tais
informações deverão ser avaliadas com inteligência e tirocínio ao se tomar as decisões relativas às
operações da firma.

O Jogo de Empresas procura reproduzir a sistemática utilizada para a tributação do lucro. Alguns
aspectos importantes do Imposto de Renda são introduzidos na simulação, tais como a possibilidade de
se adquirir incentivo para novos investimentos e a utilização da depreciação acelerada.

Para um completo aproveitamento por parte do aluno, o procedimento do jogo de empresa deve se
basear no seguinte fluxo de procedimentos:
Figura 1
Dinâmica da simulação

Entendimento dos
processos da Uso da planilha
empresa simulada de apoio à
decisão

Previsão Resultado
Tomada de
decisão

Desta forma, as etapas a serem realizadas pelos participantes compreendem:


1. Entendimento dos processos da empresa simulada
Por esta razão a unidade 2 descreverá a empresa e o seu modo de operação. Como não se necessita
memorizar nenhum tipo de informação para a realização da simulação, este manual deverá ser

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consultado durante todo o tempo, sendo a única referência bibliográfica necessária para a continuação
dos trabalhos;

2. Uso da planilha de apoio à decisão


Antes de tomar uma decisão, é necessário que a equipe simule o efeito que a mesma trará para a
empresa. Isto é feito mediante o uso da Planilha de Apoio à Decisão (PAD), disponibilizada para todos os
participantes. É através desse instrumento que os mesmos farão o planeamento financeiro e terão
condições de reavaliar as decisões tomadas. Na unidade 3 é realizado um exercício simulado para a
utilização prática da planilha em um período.

3. Tomada de decisão
Após analisar e eventualmente rever as decisões tomadas, as equipes entregam as decisões definitivas
para serem processadas no software de simulação empresarial. A saída deste programa é o resultado
referente ao desempenho da empresa, baseado nas decisões tomadas por todos os participantes.

As Decisões
Cada equipe administra sua empresa tomando as seguintes decisões trimestrais:

• Preço do Produto;
• Despesa de Marketing;
• Despesa de Manutenção;
• Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D);
• Volume de produção;
• Investimento em capacidade produtiva;
• Compra de matéria-prima;
• Distribuição de dividendos;
• Outras despesas

Relatórios Gerenciais
Uma vez tomadas as decisões por todas as equipes, o administrador da simulação se encarregará de dar
entrada no computador. Estas decisões, junto com os dados históricos da empresa, constituirão os dados
de entrada do programa.

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O software simula as operações da indústria e produzirá, como resultado do processamento dois


relatórios (cujos modelos são apresentados no Anexo 1), a seguir descritos:

Relatório da Empresa
Apresenta informações voltadas especificamente para cada empresa, tais como participação de
mercado, estoque de produtos, capacidade produtiva, potencial de crescimento, fluxo de caixa etc.

Relatório de Mercado
Contém informações a respeito dos concorrentes , indicadores macroeconômicos utilizados na simulação
e posição da empresa em relação ao mercado . Algumas informações financeiras das empresas,
contempladas nas demonstrações contábeis formais, são reproduzidas para conhecimento de todos os
participantes

Após o processamento de um dado período, o coordenador da simulação fornecerá as previsões


trimestrais do Índice de Atividade Econômica (IAE) – responsável pelas variações nas condições gerais
da economia, ou seja, as expansões e contrações do ciclo econômico – como também previsões da taxa
de inflação, dos juros básicos da economia e da variação sazonal. Essas previsões são fornecidas
através de um jornal econômico (cujo modelo encontra-se também apresentado no Anexo 1), o qual
também fornecerá notícias relacionadas com a simulação, empresas, mercado e economia, constituindo-
se no canal formal de comunicação entre o coordenador da simulação e os participantes.

Finalmente, deve ser lembrado que o período adotado neste jogo de empresas é o trimestre. Significa
que todos os parâmetros associados à simulação devem se voltar para esta periodicidade. Assim, por
exemplo, ao se conhecer o valor de uma taxa de juros anual, deve-se proceder à conversão para um
valor trimestral, a fim de que a taxa possa ser utilizada como parâmetro no trimestre.

O Jogo de Empresas procura demonstrar para os participantes a necessidade de se proceder a um


eficiente processo de orçamento empresarial, a fim de atingir os melhores resultados. Logo, neste
exercício, a tomada de decisões será sempre precedida da realização de um planeamento trimestral, não
apenas como forma de auxiliar a aprendizagem na elaboração do orçamento empresarial, como
principalmente com a intenção de mostrar aos participantes o benefício que tal processo traz para os
resultados de uma empresa.

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No presente caso, a empresa simulada é uma indústria de pequeno porte, caracterizada como uma
sociedade anônima de capital fechado responsável pela moldagem de chapas de alumínio. Os detalhes
a respeito da firma considerada serão apresentados no capítulo seguinte.

Sugere-se que cada empresa seja representada por equipe de até quatro participantes. Cada membro da
equipe deve ter uma função na administração da mesma. Assim, a divisão das tarefas pode se orientar
para a gestão comercial, área de produção, bem como para as finanças, devendo haver o rodízio entre
os participantes com o intuito de proporcionar maior aproveitamento ao exercício. Em uma situação ideal,
tal simulação empresarial deverá ser aplicada a alunos com um conhecimento mínimo da administração
de uma empresa, bem como dos impactos sofridos pelas mesmas, resultantes do ambiente
macroeconômico.

As equipes representam as diretorias das empresas e a condução de todo o processo fica a cargo do
instrutor (coordenador) , o qual será o responsável pela definição das variáveis macroeconômicas,
condução do processo e eventual prestação de consultorias.

A simulação inicia com a distribuição de 2 relatórios - Relatório da Empresa e Relatório de Mercado - e


do jornal intitulado Gazeta Econômica. No primeiro trimestre os relatórios empresariais são idênticos
para todas as empresas, que partem, portanto, de uma mesma situação inicial (apenas a título de
exemplo ilustrativo).

Os relatórios e o jornal são os principais instrumentos para que as empresas tomem decisões para o
próximo trimestre. Após todas realizarem os seus orçamentos, simularem os resultados previstos e
enviarem os resultados, estes últimos, juntamente com os parâmetros criados pelo coordenador, são
introduzidos no software simulador, que os processa, gerando relatórios referentes ao período que
passou, assim como uma nova edição do jornal com os cenários futuros, os quais permitirão mais uma
rodada de tomada de decisões. Esta dinâmica se repete de modo que durante a simulação possam ser
simulados vários trimestres da administração de uma empresa industrial.

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Actividade 1

1) Como se dá a dinâmica da simulação empresarial?


2) Quem determina os aspectos macroeconômicos da simulação e como são repassadas as
informações macroeconômicas para as empresas?
3) Quais são os relatórios distribuídos e as respectivas informações contidas neles?
4) A simulação é dividida em períodos. Um período corresponde a quanto tempo?
5) Quais os pontos fortes e fracos do uso dos Jogos de Empresas para o aprendizado do processo
de orçamento empresarial?
6) Por que é importante fazer o orçamento empresarial antes de tomar as decisões empresariais?
7) Por quantas vezes o processo de planeamento, análise de resultados e tomada de decisão deve
ser repetido em cada período?

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UNIDADE TEMÁTICA 2

A Empresa Simulada

Objectivos

Ao final desta unidade temática, você deverá ser capaz de:

• Compreender o papel do Gestor numa determinada empresa;


• Conhecer as técnicas para aumentar as vendas;
• Ser capaz de elaborar um plano de acção empresarial;
• Saber como se faz a distribuição dos produtos ou serviços prestados pela empresa aos
consumidores;

2. A EMPRESA SIMULADA

A tarefa das diretorias das empresas (representadas pelas equipes participantes) consiste em empregar
os recursos de sua companhia (caixa, fábrica, empregados, stocks, etc.) de forma a maximizar a taxa de
retorno sobre o capital investido na companhia (Patrimônio Líquido).

O esforço para aumentar as vendas deve ser considerado à luz dos custos e despesas correspondentes,
envolvendo, portanto, o trade-off entre o lucro e itens como despesas com marketing, capacidade
instalada e volume de produção. Os programas de investimentos e pagamento de dividendos devem ser
compatibilizados com os fundos disponíveis. Todos estes factores precisam ser equacionados face a
uma concorrência e uma economia em dinâmica evolução. A ênfase na necessidade de planear fica
patenteada pelo facto de que decisões integradas e sistemáticas geralmente produzem resultados
superiores aos de decisões pontuais.

As informações constantes dos próximos parágrafos serão úteis na elaboração dos planos de ação.

A Empresa

Consiste de uma pequena sociedade anônima (SA) industrial de capital fechado voltada à modelagem de
placas de alumínio. A empresa recebe as placas já cortadas dos seus fornecedores e apenas realiza a

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modelagem das mesmas. Sua aplicação pode ser vista em adesivos metálicos usados em automóveis,
placas gravadas com números de chassis, motores, implementos agrícolas, etc.

O produto fabricado é uma peça moldada em alumínio, cuja forma depende da encomenda específica. O
produto final resulta do processamento de uma lâmina de alumínio de 15 cm, com espessura de 0,5 cm,
que consiste em sua única matéria-prima. Desta forma, cada produto acabado consome uma única
unidade de matéria-prima, representada pela lâmina descrita acima.

Como a empresa dispõe de equipamento de modelagem, corte e acabamento, não há diferenças


significativas de preços para dar formas diversas às lâminas. Isto é fruto de uma política de
modernização realizada há algum tempo, que permitiu à fábrica cobrar preço único. A empresa também
exporta os seus produtos e opera em um ambiente altamente competitivo, haja vista a excessiva
quantidade de pequenas fábricas processadoras de alumínio na região.

O Mercado

O mercado potencial total é afectado por factores econômicos globais, tais como o nível geral da
atividade econômica, inflação, flutuações estacionais, bem como pelo conjunto das políticas empresariais
envolvendo decisões de preço, gastos com marketing e pesquisa e desenvolvimento (P&D). A
elasticidade-preço varia diretamente com a taxa de inflação, isto é, os consumidores resistem em
comprar por um preço que se eleve tão rapidamente quanto o Índice Geral de Preços. Entretanto, os
custos unitários deste processamento variam na mesma proporção que o IGP.

A participação de cada firma na demanda de mercado é determinada primariamente pela relação entre
as suas políticas de preço e marketing e as das demais firmas.
A distribuição ao consumidor final se faz de duas maneiras:
• através de grossistas e destes aos retalhistas;
• ou diretamente aos grandes retalhistas;
Para o mercado externo a distribuição é feita através de importadores locais.
O consumidor final é bastante sensível aos diferenciais de preços observados no varejo, fazendo com
que os distribuidores sejam sensíveis às diferenças de preços entre os fabricantes.

A demanda também é bastante influenciada pelo esforço de marketing e pelas melhorias no produto
decorrentes dos gastos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A verba de marketing serve para cobrir,
fundamentalmente as despesas directas de vendas tais como propaganda, salário e comissão de

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vendedores. Tais gastos têm um efeito relativamente intenso no trimestre em que são efectuados e
efeitos progressivamente menores nos trimestres subsequentes.

Como seria de esperar, os gastos com P&D tem efeito pequeno no trimestre em que são efetuados, mas
um forte efeito cumulativo nos períodos posteriores.

Custos Operacionais
A produção abaixo ou ao nível da capacidade instalada se faz a custos próximos ao custo-padrão.
Consegue-se reduções modestas nesse custo com um vigoroso programa de pesquisa e
desenvolvimento.

Investimentos inadequados de manutenção acarrectam aumento nos custos unitários de fabricação.


Pode-se programar volumes de produção superiores à capacidade instalada até um máximo de 50%
acima da mesma, mas, neste caso, o valor da mão-de-obra directa referente às correspondentes horas-
extras deverá ser pago com acréscimo de 50% sobre seu custo original. Ademais, isto acarretará algum
acréscimo nas despesas administrativas.

Normalmente os gastos mais onerosos e que não são decididos pela equipe são os custos fixos
indirectos e aqueles que, como a depreciação, dependem do valor contábil do complexo produtivo
(fábricas, máquinas, equipamentos, instalações, etc.). Os dispêndios com Marketing, P&D e Manutenção
são computados pelos valores destinados a esses itens pelas próprias equipes.

A Despesa de Manutenção, tal como os gastos com Marketing, afectam o desempenho da empresa nos
trimestres subsequentes à sua efectivação como desembolso de caixa. Para que a operação se dê em
níveis satisfatórios, é necessário adequar a verba para manutenção com a produção programada. Como
as despesas com manutenção estão associadas aos volumes de produção programados, é importante
que as equipes se certifiquem de que o stock disponível de matéria-prima é suficiente para a produção
programada. O gasto com manutenção varia a uma taxa ligeiramente superior à da variação do Índice
Geral de Preços (IGP).

Devido aos custos fixos, volumes de produção maiores tendem a apresentar uma moderada vantagem
do ponto-de-vista de custo unitário, embora não se devendo desconsiderar o crescimento dos custos
directamente proporcionais às quantidades produzidas. Assim, a equipe deve analisar as necessidades

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da empresa com a devida parcimônia, ao decidir empreender um programa muito ambicioso de


expansão da capacidade de produção.

A produção em escala inferior ao potencial do mercado resulta em perdas representadas pelas vendas
não efectuadas, mas não implicará em custos adicionais. Os concorrentes podem capturar parte da
demanda não atendida pela empresa, mas, mantendo-se a mesma situação concorrencial, cerca de 50%
dos clientes de uma empresa, cujos pedidos não puderam ser atendidos por esse motivo, renovarão
seus pedidos no trimestre seguinte.
A super-produção gera stocks excessivos e, em consequência, custos de estocagem exagerados. A
matéria-prima tem de ser encomendada com um trimestre de antecedência, pelo menos. Ou seja, um
volume suficiente de matéria-prima tem de estar à disposição da produção no início do trimestre para
poder suprir a produção programada para o período. A cada vez que se emite um pedido de compra de
matérias-primas, incorre-se num custo de emissão de pedidos que pode ser confrontado com o custo
que se incorre por estocar matérias-primas acima ou abaixo das necessidades reais para o trimestre em
curso. Dados estes custos, fica patente que formular uma política ótima de emissão de pedidos de
compra de matérias-primas é uma importante tarefa das equipes.

Da mesma forma que o custo de emissão de pedidos e o custo de estocagem (tanto da matéria-prima
como dos produtos acabados), as despesas administrativas variam a uma taxa ligeiramente inferior à
variação do IGP. Desta forma, é conveniente que as equipes mantenham uma previsão actualizada do
custo da mão-de-obra directa, reajustando-o de forma proporcional à variação ocorrida no IGP do
trimestre precedente.

Expansão da Planta
A rubrica Fábrica e Equipamentos é depreciada a uma taxa de 2,5% ao trimestre e essa depreciação se
reflecte imediatamente na capacidade de produção, reduzindo-a. Desta forma, consegue-se a contração
da capacidade produtiva apenas deixando que a depreciação consuma as instalações. Para manter a
capacidade num dado nível é, pois, necessário reinvestir capital nas instalações, de acordo com a
redução pela depreciação. Se o coordenador da simulação comunicar que está em vigor o regime da
depreciação acelerada, a taxa de depreciação se eleva para 3,125% do valor contábil do activo
permanente, mas a capacidade instalada continuará a contrair-se à razão de 2,5% por trimestre.

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Desconsiderando a inflação, a capacidade de produção das instalações pode ser aumentada investindo-
se cerca de 20,00 MT por unidade adicional que se deseja produzir. Isto, contudo, só se torna efectivo
depois de satisfeita a necessidade de novos investimentos para compensar a depreciação. Havendo
inflação, o investimento unitário exigido para expandir a capacidade cresce a uma taxa superior à do IGP.
As despesas associadas ao aumento da capacidade produtiva são pouco significativas quando a
expansão pretendida for moderada, mas tornam-se substanciais quando somas muito elevadas são
investidas de uma só vez e crescem rapidamente com o volume de investimentos. Tais despesas
representam um ônus pecuniário imposto aos programas de expansão que deteriorem a posição de
caixa ou aos comportamentos erráticos em termos dos programas de longo prazo que caracterizam
muitas decisões de construção de fábricas. As aquisições de capacidade produtiva, feitas num dado
trimestre, só estarão à disposição da produção no trimestre seguinte.

Finanças
Quando a conta Caixa, componente do Activo Circulante, cai abaixo de zero, incorre-se em despesas
relativas à negociação de empréstimos, juros, comissões, etc. Neste caso entra em cena um empréstimo
especial que evita o saldo negativo, mas que implica no pagamento de elevada quantia de juros, cuja
taxa é função da situação econômica do período. Tais despesas financeiras são relativamente baixas em
se tratando de déficits pequenos. Contudo, se o déficit cresce, as despesas do financiamento sobem a
centenas de milhares de unidades monetárias por trimestre deficitário.

Na vida real as piores consequências da má posição de caixa são representadas pelo custo das
oportunidades perdidas tais como descontos de compras, preços momentaneamente baixos de imóveis,
equipamentos ou matérias-primas. O custo das oportunidades perdidas, em geral, supera o custo da
operação de financiamento propriamente dita. Quando o déficit de caixa atinge proporções elevadas, a
firma pode ser, além disso, forçada a liquidar itens do seu Activo com grandes prejuízos.

Nesta simulação, se o déficit de caixa superar 3.000.000,00MT, a companhia será considerada insolvente
e imediatamente declarada falida.

Metas
A maximização da taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido (PL) inicial é a meta recomendada às
equipes participantes. Para atingir este objectivo, as diferentes equipes podem tomar diferentes
caminhos: uma pode concentrar-se no crescimento e acumulação do PL mantendo os fundos na

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empresa como garantia contra situações desfavoráveis, enquanto outra pode concentrar-se na
manutenção de um fluxo de dividendos contínuo, firme e elevado.

Ao se iniciar o Jogo de Empresas, cada equipe deverá determinar que curso de ação deseja seguir e
através de que políticas e planos gerais pretende fazê-lo. Na medida em que a simulação se desenrola, é
conveniente revisar os conceitos de plano, políticas e metas. Para efeito das discussões pós-simulação,
espera-se que cada equipe mantenha um registro das linhas básicas adoptadas por sua firma e as
modificações introduzidas no decorrer dos diversos períodos.

A taxa de retorno descontada (sobre o Patrimônio Líquido inicial) será calculada para cada equipe e
usada como um critério objectivo de medir o desempenho. Este padrão objectivo, bem como outros, a
critério do Coordenador, podem ser usados para avaliar o aproveitamento didático da equipe.

Uma das preocupações dos dirigentes da indústria simulada deve ser o de direcionar os investimentos
produtivos de tal forma que reflictam positivamente no volume e custo de produção. Em seguida,
adoptarem uma estratégia comercial adequada, a fim de escoarem os seus produtos no mercado,
gerando bons resultados financeiros, conforme é mostrado na figura a seguir:

Figura 2
Políticas empresariais

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Avaliação do Desempenho
O desempenho empresarial será avaliado pela taxa de retorno r descontada sobre o patrimônio líquido
inicial, a qual será calculada para cada equipe (empresa) e usada como uma avaliação objetiva do
desempenho global dos participantes como administradores, de acordo com a expressão abaixo,
exemplificada para o caso da simulação ser realizada em 3 anos:

onde:

r é a taxa de retorno descontada sobre o Patrimônio Líquido;

Dj são os dividendos pagos no trimestre j.

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PL12 é o valor econômico correspondente ao Patrimônio Líquido ao final do trimestre 12;

A taxa de retorno r, trimestral, pode ser convertida em termos anuais por meio da expressão :
R = (1 +r)4

onde R é a taxa anual de retorno, descontada sobre o PL inicial.

r é a taxa de retorno descontada sobre o Patrimônio Líquido; Dj são os

dividendos pagos no trimestre j.

PL12 é o valor econômico correspondente ao Patrimônio Líquido ao final do


trimestre 12;

A taxa de retorno r, trimestral, pode ser convertida em termos


anuais por meio da expressão : R = (1 +r)4

onde R é a taxa anual de retorno, descontada sobre o PL


inicial.

A variação no Valor Econômico do Patrimônio Líquido, representando a agregação das variações dos
activos (isto é, caixa, estoques e imobilizações) mais os dividendos pagos (que podem ser
compreendidos como parcelas dos lucros "já pagas") representam o retorno sobre o patrimônio
líquido inicial, isto é, a variação bruta no valor da empresa decorrente do uso dos activos. Os lucros
são gerados a partir dos recursos da empresa, isto é, dos activos com que ela conta no período inicial
(período 0).

Actividade 1
Questões:

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1) Como se caracteriza a da empresa simulada?


2) Cite alguns factores controláveis e não controláveis pela empresa, que sejam responsáveis
pelo mercado potencial do produto.
3) Na empresa simulada, como se comportam os custos operacionais e os gastos com
marketing, manutenção, P&D, em relação à variação da inflação?
4) Nesta simulação, como o mercado grossista e retalhista se comportam em relação ao preço
do produto?
5) Pode-se dizer que a empresa vencedora será aquela que conseguir o maior Patrimônio
Líquido no final da simulação? Justifique.
6) O que é entendido por sazonalidade do produto e como se dá este processo neste tipo de
indústria em uma situação real?
7) Explique a importância da geração de caixa para uma empresa tanto na vida real como para
esta simulação.
8) A geração de altos lucros é suficiente para garantir a sustentabilidade de uma empresa?
Explique

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UNIDADE TEMÁTICA 3

ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO

Objectivos

Ao final desta unidade temática, você deverá ser capaz de:


• Elaborar os Orçamentos operacionais da empresa;
• Antever as realizações financeiras futuras da empresa;
• Tomar decisões consistentes para o funcionamento da empresa simulada;
• Planear, coordenar e controlar as actividades da empresa simulada.

3. ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO

Todas as empresas necessitam realizar orçamentos operacionais, os quais consistem em uma maneira
de antever as realizações futuras. Nesta simulação, a elaboração do orçamento operacional tem por
objetivo geral possibilitar aos participantes tomarem decisões consistentes com os objetivos esperados.
Neste sentido, torna-se deveras importante saber usar a Planilha de Apoio à Decisão (PAD) a qual tem
por objetivo facilitar a elaboração do orçamento operacional. Tal instrumento, consiste em uma planilha
onde o participante informa as decisões juntamente com a sua percepção do ambiente macroeconômico
futuro e a PAD gera os resultados financeiros correspondentes. Assim, os participantes podem refazer as
suas previsões e decisões tantas vezes quanto necessário, uma vez que a planilha possibilitará prever
os resultados da empresa caso as premissas se mostrem reais, constituindo-se em efectivo instrumento
de apoio à decisão.

A realização do orçamento operacional traz ainda uma grande contribuição aos participantes do jogo de
empresas: obriga-os a conhecerem detalhadamente a empresa simulada, com todos os seus processos
e características. Logo, possibilita quantificar os resultados gerados a partir das decisões tomadas, o que
conduz necessariamente ao aprofundamento do conhecimento da indústria simulada.

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De uma forma geral, os objetivos do orçamento são o planeamento, a coordenação e o controle,


concentrando esforços para:

• orientar a execução das atividades;

• possibilitar a coordenação dos esforços das áreas e de todas as actividades que


compõem a empresas;

• optimizar o resultado global da empresa;

• reduzir os riscos operacionais;

• facilitar a identificação das causas dos desvios entre o planeado e o realizado,


propiciando a implementação de ações correctivas.

Como é fácil de deduzir, uma eficiente elaboração orçamentária requer 2 tipos de informação :

• A previsão dos valores futuros das variáveis e parâmetros externos relevantes para
a geração de resultado;

• O conhecimento detalhado dos processos internos da empresa, ou seja, como se


dá a geração de resultados operacionais e financeiros a partir dos inputs mencionados no
item anterior.

O presente capítulo trata da primeira parte , isto é, como prever adequadamente as variáveis e
parâmetros externos utilizados. Em seguida serão apresentadas, detalhadamente, todas as relações
quantitativas que representam os processos operacionais da empresa simulada.

A seguir, a descrição das variáveis e parâmetros que precisam ser considerados para uma eficiente
utilização da Planilha de Apoio à Decisão (PAD).

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Cenário Futuro

Desenvolver um cenário para o Jogo de Empresas consiste em estabelecer a previsão mais realista do
ambiente macroeconômico para o próximo trimestre. Projectar cenários depende, além das variáveis sob
o controle do decisor, de muitas outras que não são controláveis, impossíveis de predizer. Por isso, é
preciso aprender com o passado, simular o futuro e procurar reduzir as chances por conta da
improvisação.

Normalmente o primeiro passo no desenho de cenários é separar as variáveis sob as quais possuímos
total controle (variáveis endógenas), daquelas para as quais não temos nenhuma influência, quais
sejam, as denominadas variáveis exógenas.

A elaboração de cenários eficazes depende de uma série de factores, dentre os quais a quantidade de
informação disponível sobre o comportamento passado de determinados agentes sociais e processos,
dos juízos inflação que poderiam, eventualmente, ter uso nesta simulação. Porém, deve se
recordar ao participante que a sua tarefa é a de voltar-se para a gestão da empresa simulada,
enfrentando as situações criadas por um ambiente imaginário mas absolutamente verossímil.

O Indice Geral de Preços do IBGE (IGP) começou a ser calculado em 1947, comparando preços do mês
anterior com os do mês corrente. Há três grupos de preços : os de produtos no atacado, baseado numa
amostragem de cerca de 500 mercadorias, com 60 por cento de peso no índice final, os de preços ao
consumidor, com base nas compras de famílias com renda de 1 a 33 salários mínimos, que entra com 30
por cento e os preços da construção civil, com 10 por cento de peso, baseado em planilhas de custo de
empresas de engenharia. Na sua forma original não é considerado um índice de muita precisão -
justamente pela sua abrangência – já que se baseia em um quadro muito dispersivo de factores
considerados. É divulgado em duas versões : uma contendo apenas os preços do que é produzido
internamente, denominado de disponibilidade interna(IGP-DI ) e a outra incluindo preços de importações
(IGPM).

No presente jogo empresarial , o Índice Geral de Preços (IGP) trimestral é obtido a partir do índice de
inflação anual, podendo ser estimado pela expressão:

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Onde R é a inflação anual prevista no jornal do trimestre anterior.

• Índice de Atividade Econômica (IAE)

O Índice de Atividade Econômica (IAE) consiste em um indicador de crescimento/decrescimento


trimestral da economia como um todo. Representa um nível de desempenho econômico global,
sinalizando crescimento ou decrescimento no período. Tal parâmetro reflecte o comportamento do
mercado em relação à demanda para bens e serviços.

Um aumento de 10 pontos neste índice de actividade econômica, por exemplo, indica que o mercado no
qual as empresas fazem parte, deverá crescer 10%. Considerando a ausência de variações significativas
nas demais variáveis correlacionadas com o mercado, neste caso a demanda total pelo produto também
deverá crescer em torno de 10%. Este índice deverá ser comparado com o trimestre anterior. Valores
abaixo de 100 indicam decréscimo da actividade econômica, enquanto que valores maiores que 100
sinalizam crescimento.

O IAE para o primeiro trimestre deverá ser estimado a partir da previsão de crescimento econômico. É
estimado pela expressão:

Onde g é a taxa prevista de crescimento/decrescimento.

Índice de Variação Sazonal (IVS)


Consiste em um indicador de crescimento/decrescimento ocasional, especifico para um trimestre em
particular . Também é conhecido por índice estacional, uma vez que se refere apenas a determinados
períodos do ano. Por exemplo, as fábricas de chocolates têm sazonalidade bastante evidente nos meses
de março/abril (devido à Páscoa) e em dezembro (época de Natal e Reveillon).

A sazonalidade do produto é determinada pela elevação ou queda da sua demanda em determinado


período do ano. Para o Jogo de Empresas específico, no quarto trimestre de cada ano (períodos 4, 8 e
12) a demanda total tende a aumentar se forem mantidas todas as condições que influenciam na
demanda. Este percentual pode ser superior ou inferior, dependendo da política geral do sector em

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relação ao preço, além do índice de crescimento da economia como um todo. O efeito da sazonalidade é
restrito ao último período de cada ano, retornando ao seu nível normal quando este período termina.

É previsto pela expressão:

IVS = 100  (1 + v )

Onde v é a taxa prevista de crescimento/decrescimento.


Os índices de crescimento IAE e IVS são úteis para estimar a demanda total a partir
do resultado anterior.

Mercado

Envolve a estimativa do perfil da concorrência. Compõe-se das variáveis:

a) Preço médio do mercado – é uma estimativa da média de preço a ser praticada no próximo
trimestre por todos os concorrentes;

b) Quantidade vendida por todas as empresas – trata-se da estimativa de quanto será vendido
pelo conjunto das empresas participantes da simulação. Baseia-se principalmente no preço médio
praticado, investimento em marketing realizado e do cenário macroeconômico para o período,
conforme representado pelos factores abaixo:

o Situação Econômica - O índice de Actividade Econômica (IAE) e o índice Geral de


Preços (IGP) são indicadores da situação geral da economia do país simulado,
reflectindo as oportunidades, desafios e dificuldades que os participantes, como
executivos das empresas terão que enfrentar;

o Variação Sazonal – A qual apresenta uma evolução comum aos produtos de consumo,
com uma procura mais concentrada no trimestre OND (Outubro, Novembro -
Dezembro) e mais fraca, de modo geral, no trimestre JFM (Janeiro, Fevereiro, Março);

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o Preço médio praticado pela indústria de modo geral;

o Esforço (despesa) global da indústria em Marketing;


o Gastos globais da indústria em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

c) Demanda criada pela empresa - trata-se de uma estimativa da quantidade de produtos que o
mercado demandará à empresa no próximo trimestre. Consiste, portanto, da previsão da fatia de
mercado gerada pela firma em questão. Baseia-se na relação entre as suas decisões individuais e
as dos concorrentes, sendo também função do cenário econômico para o período. Tal demanda
também é conhecida por Mercado Potencial da empresa, consistindo do volume total de unidades
encomendadas à firma durante o período. Enquanto o mercado potencial da indústria como um
todo é determinado pelo preço médio de todos os participantes, esforço global de marketing,
despesas da indústria com pesquisa e desenvolvimento, nível da actividade econômica global e
fase do ciclo sazonal que se esteja atravessando, o mercado potencial de uma firma em
particular, é função da sua política de preços em comparação com as demais, dos seus gastos
com P&D comparado aos demais e do seu esforço de marketing comparado aos concorrentes.
Assim, a geração de mercado potencial para uma empresa, em particular, é função dos três
factores a seguir:

o Política de preços da companhia.

o Despesas de P&D da companhia.

o Esforço (despesas) de Marketing da companhia.

d) Vendas realizadas pela empresa – consiste na previsão da quantidade efectivamente vendida.

Alguns dos motivos pelos quais as vendas podem diferir da demanda gerada são:
o Mercado potencial superior à disponibilidade de produtos : ocorre quando a produção
do período , adicionada aos stocks anteriores, é insuficiente para atender à demanda
gerada. Neste caso, há perdas devido às vendas não realizadas e os concorrentes
podem capturar parte da demanda não atendida pela empresa. Mantendo-se a mesma

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situação concorrencial, apenas 50% dos clientes cujos pedidos não puderam ser
atendidos por este motivo, renovarão seus pedidos no trimestre seguinte.

o Mercado potencial inferior à disponibilidade de produtos : ocorre quando as decisões


tomadas pela empresa quanto a preço e marketing não conseguiram gerar uma
demanda suficiente para zerar o stock de produtos destinados à venda. Em geral isto
acontece em função do comportamento concorrencial das outras firmas.

A relação entre mercado e vendas, tanto da indústria como da firma individual encontra-se representada
a seguir:
Figura 3
Relação entre a indústria total e as empresas

Mercado
Potencial da
indústria
Vendas
Efectivas
da indústria

Fatia de
Mercado da
Empresa

Volume Efectivo de
Vendas da
Mercado Empresas
Potencial da
empresa

A fim de alcançar uma posição favorável no mercado, a empresa deve procurar compatibilizar o
processo de criação da demanda com a sua disponibilidade de produtos. De facto, ao criar uma
demanda superior à sua capacidade de atendimento, a firma está incorrendo em maiores custos – uma
vez que poderia operar com preços maiores e/ou despesas menores – além de estar repassando

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clientes para os concorrentes. Por sua vez, ao criar demanda inferior à disponibilidade de produtos, a
empresa não está utilizando plenamente os seus custos fixos, incorrendo em custos de estocagens e,
principalmente, perdendo mercado para os concorrentes.

Alcançar a sensibilidade entre mercado e produção é um dos objetivos deste Jogo de Empresas.

Custos

A elaboração do orçamento exige ainda a estimativa dos custos unitários envolvidos na produção:
aquele referente à mão-de-obra directa e o correspondente à matéria prima.

▪ Mão-de-Obra Directa – Este custo cresce a uma taxa ligeiramente inferior à inflação e pode ser
significativamente afectado pela política de P&D e Manutenção. No período 0, no início da gestão, o
custo da mão-de-obra directa é de cerca de 1,43MT por unidade do produto. Para o trabalho em
regime de horas-extras há um acréscimo de 50% no seu valor.

▪ Matéria-Prima Consumida - A matéria-prima usada na produção é aquela que se encontra em


stcok no início de cada trimestre. As comprasrealizadas no período somente estarão disponíveis
no trimestre posterior. No período 0, o custo unitário é de 1,58MT. O custo da matéria-prima, que
varia a uma taxa superior à do IGP, depende da inflação e das políticas de P&D e Manutenção.

Decisões
A completa elaboração do orçamento operacional para o próximo trimestre exige ainda que o
participante estabeleça quais decisões tomará para as variáveis relacionadas ao mercado e à
empresa. Isto exige o estabelecimento “a priori” de uma estratégia empresarial que compreende,
basicamente, as áreas comercial e produtiva da empresa. Assim, o participante deve traçar uma
estratégia de médio prazo – por exemplo, trabalhar com menores preços e maior rotatividade ou atingir
uma menor fatia de mercado, mas com alta lucratividade – e fazer mudanças de rumo à medida que a
simulação se desenvolver. A importância de se ter um plano inicial de ação é evitar que a empresa
passe a maior parte do tempo dependente das decisões dos concorrentes e se posicione de forma
defensiva ao longo da simulação.

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As variáveis a seguir representam as decisões empresariais que devem ser tomadas pelos
participantes para o próximo trimestre. Tais valores irão interagir com as previsões realizadas acima, a
fim de gerar os resultados completos da empresa.

▪ Preço (MT) - Decida o preço unitário pelo qual a empresa venderá o produto. Nesta
simulação, tal valor deve estar no intervalo {3 x IGP ; 9 x IGP};

▪ Quantidade produzida (qtd) - Decida o número de unidades que deverão ser produzidas
no trimestre. Tal valor deverá obedecer à seguinte restrição:

o Menor valor entre:

▪ Quantidade em estoque das matérias-primas disponíveis;

▪ Uma vez e meia a capacidade industrial instalada.

A limitação acima significa dizer que a fábrica não pode produzir mais do que os stocks de
matéria-prima, nem mais do que a capacidade instalada possibilita, ainda que operando em
regime de horas-extras. Deve ser lembrado que as compras tanto de matéria-prima quanto de
novos equipamentos para um dado trimestre somente estarão disponíveis para uso na
produção, no período seguinte. Deve ser observado que ao fazer uso da Planilha de Apoio à
Decisão (PAD), as restrições existentes na simulação serão automaticamente mostradas no
caso de o usuário ultrapassar algum dos limites.

▪ Despesa de Marketing (MT) - Decida a verba de Marketing. Trata-se de um gasto e


portanto, evite desperdiçar dinheiro da empresa. Lembre-se, todavia, de que o marketing
é uma das principais armas na luta por um "market-share" mais expressivo e para tornar
conhecido o seu produto no mercado. Mas não vá a extremos. Aplica-se a Lei dos
Rendimentos Decrescentes. Despesas muito elevadas podem proporcionar aumentos
menos que proporcionais nas vendas. Esteja atento para os estrangulamentos dos lucros.
Os custos de marketing aumentam em proporção directa aos aumentos do IGP.

▪ Despesa de Pesquisa e Desenvolvimento (MT) - Decida a verba para o programa de


Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Você precisa manter o seu produto moderno e bem

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projectado ao mesmo tempo em que é necessário manter as técnicas de produção


eficientes. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento permitirão manter os custos
baixos e a qualidade elevada. Nesta simulação, o custo de P&D também varia na mesma
proporção da evolução do IGP.

▪ Despesa de Manutenção (MT) - Decida a verba para a Manutenção. Você precisa manter
a planta da empresa operando eficientemente. Caso contrário, os custos da mão-de-obra
directa e da matéria-prima subirão. Ao alterar a capacidade instalada tenha o cuidado de
manter adequadas as correspondentes despesas com a manutenção. O custo unitário da
manutenção varia a uma taxa ligeiramente superior à do IGP.

▪ Investimento em Capacidade Produtiva (MT) – Antes projecte a capacidade de produção


p/ o próximo trimestre (em unidades). Esta é uma tarefa razoavelmente complexa porque,
com esta operação, você também estará fazendo previsões para o desgaste dos
equipamentos existentes, as novas aquisições de equipamentos, o valor contábil da planta
e o de reposição da mesma. Em primeiro lugar estime o valor contábil líquido da fábrica e
equipamentos para próximo trimestre , deduzindo do valor contábil anterior, o montante da
depreciação do período e acrescentando o investimento novo projectado para o trimestre.
A depreciação do período normalmente é calculada aplicando a taxa de 2,5% sobre o
valor contábil das instalações no período anterior. Ao estabelecer quanto investir com esta
finalidade lembre-se de que a quantia aplicada deve ser suficiente para, em primeiro lugar,
cobrir a deterioração física da planta (que é de 2,5% ao trimestre) e, em seguida, prover a
expansão da capacidade desejada pela empresa. Além disto não deixe de considerar que
o preço unitário do equipamento variará no trimestre devido à inflação ou deflação. É
também aconselhável certificar-se de que há recursos financeiros suficientes para esta
aquisição, pois o custo financeiro do empréstimo de quantias elevadas é bastante
oneroso.

▪ Compra de Matéria-Prima (MT) - Decida quanto a empresa comprará de matéria-prima. Este


pedido só será entregue pelo fornecedor da mesma no último dia do trimestre em curso.
Assim, embora ela deva ser paga neste trimestre e já conste do balanço final do período, só
poderá ser utilizada na produção do trimestre seguinte. Isto, decerto, exigirá do gestor da
empresa um esforço de previsão de mais longo prazo. Analise o consumo de matéria-prima
na produção para estimar o volume que a empresa necessitará por trimestre.

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▪ Distribuição de Dividendos (MT) - Decida o valor global de dividendos que a empresa vai
distribuir aos acionistas, caso haja saldo de caixa suficiente. Nesta simulação os
dividendos estão limitados ao montante do Patrimônio Liquido que excede 10.000.000,00
MT.

Como pode ser depreendido, ao tempo em que o participante estima a posição da empresa no trimestre
seguinte mediante a elaboração do orçamento operacional, também passa a analisar previamente a
viabilidade das decisões tomadas.

Para a simulação empresarial aqui realizada, o orçamento de resultado é operacionalizado através da


Planilha de Apoio à Decisão (PAD), que contem todas as relações entre os parâmetros e variáveis da
simulação, com excepção da geração da demanda, uma vez que a habilidade de realizar tal previsão
deve ser adquirida pelos participantes ao longo do exercício.

O gestor da empresa deverá analisar os resultados, verificar a sua viabilidade dentro do contexto
empresarial e, se for o caso, rever previsões e/ou decisões tomadas.

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