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2024.1
ÍNDICE
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 3
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 4
Aula Prática Introdutória. USO DE MICROPIPETAS 6
Prática 1: Espectrofotometria – Conceitos e Aplicações 12
Prática 2. Propriedades físico-químicas relacionadas à estrutura e polaridade da água 21
Prática 3: Aminoácidos: estudo da estrutura e propriedades ácido-base 28
Práticas 4: Desnaturação Proteica e Atividade Enzimática 37
EXPERIMENTO VIRTUAL: Cinética Enzimática 43
Prática 5: Propriedades de Surfactantes e Lipídeos 49
Prática 6: Carboidratos: estrutura e propriedades. 59
Coordenador(a)
Profa. Dra. Eloah Rabello Suarez
E-mail: eloah.suarez@ufabc.edu.br
3
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
Básica
NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6ª. ed. São Paulo: Artmed, 2014.
1328 p.
BERG, J. M.; TYMOCZKO, J.L; STRYER, L. Bioquímica, 7ª. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2015, 1114 p.
VOET, D.; VOET, J.G. Bioquímica. 4 ed. Porto Alegre:Artmed, 2013, 1596 p.
KOOLMAN, J.; ROHM, K. H. Color Atlas of Biochemistry, 3rd Ed, Porto Alegre:Artmed, 2005.
Complementar
BERG, J.M.; TYMOCZKO, J.L.; STRYER, L. Biochemistry. 6.ed. New Jersey: John Wiley, 2006. 1026
p.
MARZZOCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica Básica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
386 p.
CHAMPE, P.C; Harvey, R.A.; Ferrier, D.R. Bioquimica ilustrada, 3 ed., Porto Alegre: Artmed, 2006.
533 p.
DEVLIN, T.M. Textbook of biochemistry with clinical correlations, 6.ed., New Jersey: WileyLiss, 2006.
1208p.
FERREIRA, C.P.; JARROUGE, M.G.; MARTIN, N.F. Bioquímica Básica. 9 ed. SP: MNP Ltda, 2010.
356 p.
GARRETT, R.H.; GRISHAM, C.M. Biochemistry. 3.ed. Belmont: Thomson, 2005. 1086 p.
(International Student edition).
KAMOUN, P.; LAVOINNE, A.; VERNEUIL, H. Bioquímica e biologia molecular. RJ: Guanabara
Koogan, 2006. 420 p.
VOET, D.; VOET, J.G. Biochemistry. 3.ed. New Jersey: John Wiley, 2003. 1590 p.
VOET, D.; VOET, J.G.; Pratt, C.W. Fundamentals of biochemistry: life at the molecular level. 3ed.,
2008. 1099 p.
Bases de Dados/Referências
1. The Web of Science (www.isiknowledge.com)
2. SciELO - Scientific Electronic Library Online (www.scielo.org)
4
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Os conceitos a serem atribuídos ao longo da disciplina estarão de acordo com os critérios contidos no Sistema de
Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem, parte do Projeto Pedagógico do BC&T.
Conceito Desempenho
Desempenho excepcional, demonstrando excelente compreensão da disciplina e do uso do
A
conteúdo.
B Bom desempenho, demonstrando boa capacidade de uso dos conceitos da disciplina.
Desempenho mínimo satisfatório, demonstrando capacidade de uso adequado dos conceitos da
C disciplina, habilidade para enfrentar problemas relativamente simples e prosseguir em estudos
avançados.
Aproveitamento mínimo não satisfatório dos conceitos da disciplina, com familiaridade parcial
do assunto e alguma capacidade para resolver problemas simples, mas demonstrando
deficiências que exigem trabalho adicional para prosseguir em estudos avançados. Nesse caso,
D
o aluno é aprovado na expectativa de que obtenha um conceito melhor em outra disciplina, para
compensar o conceito D no cálculo do CR. Havendo vaga, o aluno poderá cursar esta disciplina
novamente.
F Reprovado. A disciplina deve ser cursada novamente para obtenção de crédito.
O Reprovado por falta. A disciplina deve ser cursada novamente para obtenção de crédito.
Teoria (CT)
Conceito A B C D F
A A B B C F
Prática
B A B C C F
(CP)
C B B C D F
D C C C D F
F F F F F F
Atenção: para cada avaliação não realizada será atribuído conceito “F”. Em caso de falta justificada,
o aluno realizará uma prova escrita substitutiva com o mesmo conteúdo da avaliação não realizada
(Resolução ConsEPE UFABC n. 181, de 23/10/14).
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Para ser considerado aprovado na disciplina, o aluno deverá cumprir, simultaneamente, as seguintes
condições:
● 1) ter comparecido, no mínimo, a 75% do total das aulas da disciplina (teoria e laboratório);
● 2) obter, no mínimo, o conceito final “D” na disciplina.
RECUPERAÇÃO
A avaliação de recuperação (exame) será uma prova escrita a ser realizada em data e
horário a ser combinados com o(a) professor(a) da teoria.
A avaliação de recuperação (exame) poderá envolver todos os conhecimentos explorados na
disciplina (aulas teóricas e de laboratório) e é destinado ao discente que for aprovado com Conceito
Final D ou reprovado com Conceito Final F.
O(A) aluno(a) que obtiver conceito final D e tiver interesse em realizar o exame de recuperação
deverá informar o(a) professor(a).
A determinação do novo conceito final na disciplina envolverá a relação entre os desempenhos
obtidos na avaliação de recuperação (exame) e o conceito final obtido na disciplina durante o
quadrimestre (CF), conforme tabela abaixo (tabela 2).
Tabela 2: Determinação do Novo Conceito Final a partir do conceito final obtido durante o
quadrimestre (CF) e o conceito obtido na avaliação de recuperação (Exame):
Exame
Desempenho A B C D F
D B B C D F
CF
F C C D D F
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Introdução
A transferência de volume exato de líquidos é fundamental para vasta maioria dos experimentos
nas áreas de bioquímica, biologia molecular, química, etc. De uma maneira geral, o conhecimento sobre
o pipetamento de líquidos, a compreensão de seus limites de precisão, bem como o estudo de sua
importância na execução reprodutível de experimentos justifica a relevância e abordagem nesta apostila.
Fundamentação Teórica
Pipetas automáticas
Micropipetas são aparelhos designados para a transferência de pequenos volumes (entre 0,2 a
5000 µl) com máxima precisão. A construção das micropipetas consiste em um corpo anatômico de
polipropileno (autoclavável) equipado com um botão dispensador e um ejetor de ponteiras no topo, um
indicador de volume na lateral e uma haste para encaixe de ponteiras descartáveis na parte inferior.
Existem vários tipos de micropipetas:
• Pipetas monocanal ou multicanal
• Pipetas com volume fixo ou com volume variável
• Pipetas com deslocamento de ar ou com deslocamento positivo
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Tabela 1: Imersão ideal da ponta da ponteira em relação do tipo de ponteira - volume pipetado
- tensão lateral do líquido: os líquidos podem molhar a parede da ponteira, o que pode resultar em
perdas de volume ejetado (parte dele fica nas paredes). A minimização dessa imprecisão consiste em
aspiração e ejeção de líquido sem efetuar a transferência (no mesmo recipiente). Assim, as paredes já
estarão molhadas e o volume da 2a aspiração será transferido por completo.
- volatilidade do líquido: para diminuir gotejamento do líquido durante a transferência e quando a
natureza do líquido permite (não corrosivo, não infectante ou não radioativo), o líquido pode ser
aspirado/ejetado no mesmo recipiente várias vezes até o ar em cima do líquido ser trocado
completamente por vapor do líquido.
Figura 2: Esquema de procedimento usado por a técnica de pipetagem direta. Linhas pontilhadas representam
as posições de botão de esgotamento: Repouso (linha superior), 1o estágio (linha no meio) e 2o estágio (linha
inferior).
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Figura 3: Esquema de procedimento usado por a técnica de pipetagem reversa. Linhas pontilhadas representam
as posições de botão de esgotamento: Repouso (linha superior), 1o estágio (linha no meio) e 2o estágio (linha
inferior)
Teste de calibração
Cada micropipeta é calibrada para o valor indicado (valor teórico) corresponder ao valor
efetivamente medido (valor real) na faixa da precisão de micropipeta (erro ≤ 2% para pipetas P10, P20,
P100, P200, P1000 e ≤ 5% para pipetas P2 e P5000). Porém, com tempo e uso prolongado, os
componentes mecânicos são sujeitos ao desgaste ou disfunção resultante de uso inadequado.
A medição de volume é um passo importante em qualquer laboratório porque um pequeno erro
de pipetagem pode causar um erro significativo no resultado obtido. Assim, é essencial a verificação da
calibração das micropipetas nas mesmas condições em que são utilizadas no laboratório. Esta verificação
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Objetivos: aprender o modo de pipetagem direta (esgotamento total) no modo positivo, determinar o
limite de precisão de micropipetas e testar a sua calibração (volume real).
Materiais
- Água destilada
- Ponteiras
- 1 béquer de 50 mL
- Papel absorvente
- Balança de precisão de 1 mg (3 ou 4 casas decimais)
- 3 unidades de micropipeta automática de volume variável por grupo (P20, P200 e P1000)
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Procedimento
1. Colocar o béquer seco na balança e zerar (clicar em “tara”). Sem retirar o béquer da balança, execute
o item 2 (abaixo). Evite manusear o béquer durante a pesagem, pois os resíduos das mãos (gorduras,
ceras, cosméticos) podem interferir na determinação da massa.
2. Pipetar água com volume máximo, 100%, (nominal) da micropipeta no modo positivo para o béquer.
Em seguida, anotar a massa de água numa tabela escrita no caderno de laboratório. Zerar a balança.
Repetir esta etapa três vezes.
3. Repetir os itens 1 e 2 para água com 25%, 50%, e 75% do volume máximo (nominal) da micropipeta
no modo positivo, ajustando o volume sempre no sentido horário.
substâncias por meio da intensidade de absorbância em um comprimento de onda específico, com base
em uma curva-padrão, utilizando-se da Lei de Lambert-Beer (PUNGOR, 1995).
𝐼1
𝑇=
𝐼0
Fig. 3. Esquema demonstrando a incidência de um feixe de luz em uma cubeta e sua transmitância.
(fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/04/Beer_lambert.png/300px-
Beer_lambert.png)
A = log 1/T
14
A = a.b.c
1.3. MATERIAIS
• Soluções-padrão de albumina bovina (BSA) com concentração de 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140,
160, 180 e 200 μmol.L-1.
• Solução-problema com concentração desconhecida.
• Reagente de Biureto
• H2O destilada
• 1 unidade de micropipeta automática de volume variável por grupo ( P10, P100, P200, P1000)
• Ponteiras para micropipetas
• Estante com 12 tubos de ensaio
• Espectrofotômetros (de bancada)
• Cubetas de plástico de caminho óptico 1 cm para análise no visível.
• Papel absorvente macio para limpeza das cubetas
As soluções de albumina e a solução de Biureto a serem utilizadas deverão ser previamente
preparadas pelos colaboradores da disciplina. A concentração desconhecida da solução de BSA deverá
estar dentro do intervalo das concentrações de 80 a 140 μmol.L-1, apresentadas na Tabela 3, evitando-se
as extremidades desse. A massa de BSA utilizada para o preparo de 1mL de solução deverá estar
informada no recipiente para que ao final do experimento os estudantes possam conferir a exatidão da
concentração desejada. As soluções devem ser preparadas com o maior rigor possível a fim de garantir
a exatidão da concentração desejada.
O reagente de Biureto é composto por CuSO4 0,15 % (m/v), tartarato de sódio e potássio 0,6 %
(m/v) e NaOH 0,75 mol.L-1. Este reagente não deve ser guardado por mais de 30 dias, devido a
possibilidade de precipitação do cobre na forma de óxidos ou sais insolúveis. Porcentagem m/v refere-
se à massa do soluto, em grama, usada para preparar 100 mL de solução, isto é, 0,15 g de CuSO4 para
100 mL de solução.
Nesses experimentos determinaremos a concentração de uma solução de albumina por dois métodos
de forma comparativa: diretamente pela absorbância de seus aminoácidos aromáticos e cistinas a 280
nm (método direto) e pela formação de complexos com Cu2+ presentes no reagente de biureto e que
absorvem luz com máximo em 550 nm (método do Biureto).
Pelo Método Direto, a quantificação da concentração de albumina é feita pela contribuição de
absorbância dos seus resíduos de aminoácidos aromáticos (tirosina, fenilalanina e triptofano) e também
dos resíduos de cistina.
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Procedimento
a) Aquisição do espectro da solução-problema de BSA: coloque 2 mL da solução de BSA de
concentração desconhecida na cubeta de caminho óptico 1 cm e faça a aquisição do espectro em
ESPECTROFOTÔMETRO DE VARREDURA, na região espectral de 240 a 320 nm, com 1
nm de intervalo de onda.
Observação: Este procedimento pode ser observado no vídeo disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=5goEpF34p_I.
constante de absortividade molar (ε) do cromóforo, no caso, a contribuição simultânea dos resíduos
aromáticos e de cistina. Deve-se ressaltar que o aumento linear da absorbância da albumina em função
da concentração se restringe a condições de concentrações relativamente baixas nas quais não há
agregação significativa das moléculas de proteínas. A formação de agregados a partir de determinadas
concentrações leva a perda da linearidade do gráfico a partir de dada concentração, visto que o agregado
se comporta como outro cromóforo, com propriedades distintas do monômero.
Procedimento.
a) Para obtenção da curva padrão de albumina-Biureto, identifique os tubos de ensaio com os
valores das concentrações das soluções-padrão de albumina fornecidas, inclusive a desconhecida
e o “branco”. Coloque 0,5 mL de solução de cada concentração em seu respectivo tubo e
acrescente 1 mL de água destilada. Após agitação manual delicada, adicionar 1,5 mL do reagente
de Biureto e tornar a agitar. Após 5 minutos, no ESPECTROFOTÔMETRO DE BANCADA,
fazer a leitura da absorbância de cada solução no λ de 550 nm, em ordem crescente de
concentração e lendo a amostra desconhecida após a concentração de 80 μmol.L-1 (20, 40, 60,
80, desconhecida, 140, 160, 180, 200 μmol.L-1).
b) ATENÇÃO, obter o “branco” com uma solução de água+biureto ( 1,5 mL de água destilada +
1,5 mL de Biureto ) e fazer a leitura da absorbância dessa solução no início da série de leituras
espectrais.
c) Anote atentamente o valor de absorbância de cada solução na tabela abaixo.
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Amostra Desconhecida
Leituras complementares
ALMEIDA, V.V., CANESIN, E.A., SUZUKI, R.M., PALIOTO, G.F. Análise qualitativa de proteínas em alimentos por meio
de reação de complexação do íon cúprico. Química Nova na Escola, v.35, n.1, p.34-40, Fev/2013.
ZAIA, D.A.M.; ZAIA, C.T.B.V.; LICHTIG, J. Determinação de proteínas totais via espectrofotometria: vantagens e
desvantagens dos métodos existentes. Química Nova,v.21, n.6, p.787-793, 1998.
19
20
O objeto de aprendizagem sobre Lei de Lambert-Beer pode ser explorado no link abaixo:
https://phet.colorado.edu/sims/html/beers-law-lab/latest/beers-law-lab_en.html
21
2.1. INTRODUÇÃO
As propriedades da água são de fundamental importância para a vida na Terra porque determinam
a estrutura e função das biomoléculas, a associação dessas em agregados supramoleculares funcionais
tais como as membranas biológicas, os complexos proteicos, os ribossomos e os cromossomos. A água
também é importante para a vida na Terra, pois regula o clima do planeta. Além disso, o crescente
desenvolvimento e novas aplicações da nanotecnologia e nanobiotecnologia dependem do domínio do
conhecimento sobre as propriedades da água como agente fundamental para a construção e modulação
das propriedades dos agregados supramoleculares naturais bem como os desenhados e construídos pelo
homem.
A molécula de água possui a densidade eletrônica distribuída de forma desigual na estrutura
molecular. Dentro de uma estrutura tetraédrica (Fig. 4), dois cantos do tetraedro são ocupados pelos
orbitais moleculares não ligantes (par de elétrons não compartilhados) do átomo de oxigênio e os outros
dois são ocupados pelos átomos de hidrogênio.
Fig. 4: Estrutura molecular da água inserida em uma estrutura tetraédrica e fórmula estrutural da água com o valor
do ângulo entre os hidrogênios que se desvia do valor esperado de 109,5° do carbono tetraédrico com hibridização
sp3.
Os átomos de hidrogênio na estrutura da água formam um ângulo de 104,5°, que difere do valor
esperado de 109,5° do carbono tetraédrico com hibridização sp3. Esse valor de ângulo entre os
hidrogênios é explicado pela regra de Bent (Bent, 1961) segundo a qual em uma molécula AX2 e AX3,
o átomo central ligado a múltiplos grupos hibridizará de modo que orbitais com maior caráter s estarão
direcionados para substituintes eletropositivos e orbitais com maior caráter p estarão direcionados para
os substituintes mais eletronegativos. Um exemplo bem conhecido é o da molécula de água em
comparação com éter dimetílico, metanol e difluoreto de oxigênio.
22
Metanol 107-109°
Água 104.5°
Em adição, as ligações O-H são polarizadas devido à alta eletronegatividade do oxigênio. Assim,
um lado da molécula de água carrega uma carga parcial () de -0,6 unidades e o outro lado é
positivamente carregado de forma correspondente (Fig. 4). Essa separação espacial entre as cargas dá à
molécula de água as características de um dipolo elétrico, de tal modo que, essas moléculas se atraem
como magnetos e estabelecem ligações de hidrogênio (Fig. 5). Sendo assim, ao contrário do que acontece
com metano (CH4, Fig. 6) que não é dipolar (momento de dipolo 0 C.m), para vaporizar a água (momento
de dipolo 6,2.10-30 C.m) é necessário colocar grande quantidade de energia para romper as pontes de
hidrogênio. Disso decorre a enorme discrepância entre os pontos de ebulição da água ao nível do mar
(100°C) e do metano (-162°C).
1
Tabela extraída de HENRY A . BENT AN APPRAISAL OF VALENCE-BOND STRUCTURES AND HYBRIDIZATION IN
COMPOUNDS OF THE FIRST-ROW ELEMENTS. Chemical Reviews, 1961, Vol. 61(3), pp.275-311.
23
A formação de ligações de hidrogênio não acontece somente na molécula de água. Este tipo de
ligação ocorre prontamente entre um átomo eletronegativo (aceptor de hidrogênio, geralmente oxigênio
ou nitrogênio) e um átomo de hidrogênio ligado covalentemente a outro átomo eletronegativo (doador
de hidrogênio). Nesse sentido, biomoléculas polares não carregadas, como os açúcares, dissolvem-se
rapidamente em água devido ao efeito estabilizador das ligações de hidrogênio entre os grupos hidroxila
ou o oxigênio da carbonila do açúcar com as moléculas polares da água. O mesmo acontece em álcoois,
aldeídos, cetonas e compostos contendo ligações N-H, que formam ligações de hidrogênio com a água
(Fig. 7).
Além disso, por ser um solvente polar, a água dissolve prontamente a maioria das biomoléculas,
que em geral, são compostos carregados ou polares. A água dissolve sais, como o cloreto de sódio, por
exemplo, pela hidratação e estabilização dos íons Na+ e Cl-, enfraquecendo as interações eletrostáticas
entre eles e, assim, neutralizando a tendência de se associarem em uma rede cristalina (Fig. 8)
Surfactantes com duas caudas apolares tais como os fosfolipídios organizam-se em meio aquoso
como bicamadas e formam vesículas uni ou multilamelares. O tipo de estrutura formada é determinado
pela geometria da molécula do lipídio anfipático (Fig. 10). Lipídios com uma única cadeia carbônica,
como sabões de detergentes, devido a forma cônica e afilada de suas moléculas, formam,
preferencialmente, micelas. Nesta estrutura esférica, as cadeias carbônicas organizam-se no interior,
isolando-se da água, e os grupos polares posicionam-se na superfície externa, interagindo com o
solvente.
Fig. 10: Estruturas formadas por lipídios anfipáticos em meio aquoso. (A) Micelas são formadas por moléculas
de lipídios com uma única cadeia carbônica, cadeias estas que se localizam no interior dessas estruturas. (B)
Bicamada lipídica é uma estrutura bidimensional na qual as cadeias carbônicas formam um domínio central
hidrofóbico, isolando-se da água, exceto nas extremidades da bicamada; é a estrutura comumente formada por
lipídios anfipáticos com duas cadeias de hidrocarbonetos. (C) Liposssomo é uma vesícula oca, resultante do
fechamento de uma bicamada lipídica, dotada de uma cavidade central preenchida por solvente.
2.3. MATERIAIS
• 10 tubos de ensaio por grupo para a Parte 1 (identificar como 1A, 2A, 3A, 4A, 5A, 1B, 2B,3B, 4B e
5B , conforme a Tabela 1)
• 4 microtubos Eppendorfs® de 2 mL por grupo (Parte 2)
• Suporte para tubos e para microtubos
• 1 unidade de micropipeta automática de volume variável por grupo (P20, P100, P200, P1000)
• Ponteiras
• 1 béquer de 50 mL
• Papel absorvente
• Fita crepe para identificação dos tubos e Eppendorfs® (a equipe técnica pode fazer a identificação
prévia)
• Solução de NaCl (Cloreto de sódio – M.M. 58,5 g/mol) a 1,14 mol/L. Para 10 mL de solução estoque
utilizar uma massa de 0,6669 g.
• Solução de SDS (Sodium dodecyl sulfate / C12H25NaO4S , M.M. 288 g/mol) a 40 mmol/L. Para 10
mL de solução estoque utilizar uma massa de 0,1152 g
• Solução de CTAB (N-Cetyl-N,N,N-trimethyl-ammioniumbromid / C19H42BrN ,M.M. 364,46
g/mol) a 40 mmol/L. Para 10 mL de solução estoque utilizar uma massa de 0,1458 g
• Solução de Azul de Metileno (Methylene Blue / C₁₆H₁₈ClN₃S, M.M. 319,85 g/mol ) a 500 μmol/L.
• Água deionizada
• Agitador Vórtex
2.4. PROCEDIMENTO
Para as pipetagens SEMPRE utilize a micropipeta de volume variável disponível para o seu grupo (P10,
P20, P100, P200, P1000) que seja ADEQUADA para a transferência de volume exato do líquido.
2.4.1. Parte 1
a) Posicione os tubos no suporte e numere-os na seguinte ordem: 1A, 2A, 3A, 4A e 5A e outra fileira
1B, 2B, 3B, 4B e 5B.
b) Nos tubos de 1A a 5A e de 1B a 5B, coloque os respectivos volumes de água deionizada
recomendados para cada tubo, conforme Tabela 2.
c) Em seguida adicione os volumes de solução estoque de NaCl, 0, 35, 175 e 350 μL respectivamente
nos tubos 2B a 5B.
26
d) Por fim adicione os respectivos volumes indicados da solução estoque de SDS nos tubos 2A a 5A e
2B a 5B para as concentrações finais de 16, 8, 4 e 1,5 mM. Após a adição do detergente em todos
os tubos, agitar individualmente, manualmente e depois no agitador Vórtex, e observar a formação
de espuma (vide Fig. 8). Anotar (Tabela 2) e fotografar por grupo (A e B).
1A 1B
2A 3A 4A 5A 2B 3B 4B 5B
(controle) (controle)
Reagente
Água 2000 μL 1200 μL 1600 μL 1800 μL 1925 μL 2000 μL 1200 μL 1565 μL 1625 μL 1575 μL
Formação de espuma
SDS 8 mM SDS 8 mM
NaCl zero NaCl 200mM
(2mL) (2mL)
Exemplo de resultado esperado. Efeito da força iônica sobre a CMC de um detergente. O tubo da esquerda
contém 8 mmol/L de SDS em água deionizada o que equivale ao valor da CMC do detergente e o tubo da direita
possui a mesma concentração de SDS em solução de NaCl 200 mmol/L. Nessa concentração a CMC do detergente
cai para 1 mmol/L.
2.4.2. Parte 2
(A turma deverá ser dividida em 6 grupos e cada grupo deverá preparar somente as soluções relacionadas
ao seu índice em negrito conforme Tabela 3: 1SDS, 1CTAB, 2SDS, 2CTAB, 3SDS, 3CTAB)
a) Nos microtubos Eppendorf®, prepare soluções com concentrações finais de SDS de zero, 1,5 e 16
mM e de CTAB com zero, 0,75 e 8 mM, nos volumes indicados na Tabela 3 referente ao seu grupo,
identificando-os respectivamente como 1SDS, 1CTAB, 2SDS, 2CTAB, 3SDS, 3CTAB e o nome do grupo.
b) Em seguida, adicione a solução de azul de metileno (MB) nos Eppendorfs®, de acordo com o
indicado para seu grupo: 1SDS e 1CTAB MB 5 μM, 2SDS e 2CTAB MB 50 μM e 3SDS e 3CTAB MB 150
μM. (Atenção para os volumes indicados para o seu grupo!)
c) Observe a coloração das soluções e fotografe na ordem 1, 2 e 3.
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Azul de Meliteno 20 μL 20 μL 20 μL 20 μL 20 μL 20 μL
Grupo 2 –MB 50 µM
Amostra SDS (2SDS) CTAB (2CTAB)
2SDS2 2SDS3 2CTAB2 2CTAB3
2SDS1 2CTAB1
Reagente (1.5 mM) (16 mM) (0,75mM) (8 mM)
Grupo 3 – MB 150 µM
Amostra SDS (3SDS) CTAB (3CTAB)
3SDS2 3SDS3 3CTAB2 3CTAB3
3SDS1 3CTAB1
Reagente (1.5 mM) (16 mM) (0,75mM) (8 mM)
cyan cyan
royal
Exemplo de resultado a ser obtido. Em cada foto, os tubos Eppendorfs da esquerda contém 0, 1,5 e 16 mM de
SDS e os da direita contém 0, 0,75 e 8 mmol/L de CTAB. Nas foto da esquerda, centro e direita, as concentrações
de azul de metileno são respectivamente, 5, 50 e 150 mmol/L. Observar as diferenças de tonalidade de azul. A
tonalidade royal indica predominância de dímeros do corante e a tonalidade cyan indica predominância de
monômero do corante.
3) Para auxiliar no estudo das aulas práticas 1 e 2, na análise dos dados e resolução dos exercícios,
interaja com o objeto de aprendizagem “espectroscopia uv-vis – medidas qualitativas”, desenvolvido
especificamente para essas aulas, por Adrianne M. M. Brito e pelo NTE-UFABC e disponibilizado no
link:
http://netel.ufabc.edu.br//bioquimica/oa/index.html
REFERÊNCIAS
KOOLMAN, J.; ROEHM, K. H. Color Atlas of Biochemistry 2012, 3rd.
JUNQUEIRA, H.C., SEVERINO, D., DIAS, L. G., GUGLIOTTI, M. S. and. BAPTISTA,M. S.
Modulation of methylene blue photochemical properties based on adsorption at aqueous micelle
interfaces. Phys. Chem. Chem. Phys.(4) 2320–2328, 2002.
VOET, D.; VOET, J.G. Bioquímica. 3 ed. Porto Alegre:Artmed, 2006, 1596 p.
H. A. Bent. Chem Rev. 61, 275-311 (1961).
LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. 4 ed. São Paulo:Sarvier,
2006. 1202 p.
3.1. INTRODUÇÃO
29
Embora diversas propriedades da água como solvente sejam explicadas em termos da molécula
de água sem carga, o pequeno grau de ionização da água em íons H+ e OH- exerce papel importante
sobre os sistemas biológicos. Essa reação de ionização é reversível e pode ser descrita por uma constante
de equilíbrio. As moléculas de água têm uma leve tendência de sofrer uma ionização reversível,
produzindo um íon hidrogênio (próton) e um íon hidróxido:
[𝐻+ ]. [𝑂𝐻− ]
𝐾𝑒𝑞 =
[𝐻2 𝑂]
A partir da determinação experimental do valor da constante de ionização da água é possível
determinar a concentração das espécies H+ e OH- para a água pura, a 25ºC (essa demonstração
matemática pode ser encontrada em todos os livros de bioquímica e não será demonstrada aqui). A partir
desses dados, encontramos que o somatório das concentrações das espécies H+ e OH- é 1 x 10-14, e que
a concentração das espécies H+ e OH- é de 1 x 10-7 mol/L na água pura. Calculando-se o -log da
concentração de íons H+ podemos então calcular o pH da solução, onde o símbolo p denota “logaritmo
negativo de”. Assim, soluções com excesso de íons H+ têm pH ácido e com excesso de íons OH- (ou
seja, quantidade reduzida de íons H+) tem pH básico (Fig. 11).
Fig. 12. Par ácido acético-acetato e sua curva de titulação. A região em azul indica a faixa de
tamponamento, onde há menor variação do pH com a adição sucessiva de equivalentes de OH-.
Existem dois aminoácidos com cadeias laterais ácidas, o ácido aspártico e o ácido glutâmico.
Esses aminoácidos são geralmente chamados de aspartato e glutamato para salientar que suas cadeias
laterais têm, quase sempre, cargas negativas no pH fisiológico. A glutamina e a asparagina são derivados
não carregados de glutamato e aspartato que contêm uma amida terminal em vez de um carboxilato. Sete
dos vinte aminoácidos têm cadeias laterais facilmente ionizáveis. Um átomo de enxofre está presente
31
nas cadeias laterais de dois aminoácidos. A cisteína contém uma sulfidrila (-SH) e a metionina possui
um átomo de enxofre em uma ligação tioéter (-S-CH3). Ambas as cadeias laterais que contêm enxofre
são hidrofóbicas. Deve-se destacar que a maioria destes aminoácidos presentes em proteínas possui pelo
menos um centro quiral definido com estereoquímica (S) com exceção da cisteína que é (R) e da glicina
que não possui centro quiral (Figura 1); ainda, todos os aminoácidos comuns em proteínas são
frequentemente denominados L-aminoácidos, baseados na nomenclatura do gliceraldeído
(configurações de Fisher). Estas características conferem a estes compostos uma grande diversidade
química e estrutural, permitindo que estes possam constituir uma gama enorme de diferentes proteínas
com diferentes arranjos espaciais e as mais diversas funções (Figura 13). Alguns autores relatam que
para formar uma proteína é necessária uma cadeia com mais de 70 aminoácidos. Já os peptídeos
(“fragmentos de proteínas”) podem ser formados por dois ou mais aminoácidos.
Fig. 13. Esquema representativo dos diferentes níveis de estrutura proteica da hemoglobina
(LEHNINGER, NELSON & COX, 2006).
Quimicamente, os aminoácidos podem ser considerados como compostos anfotéricos uma vez
que podem atuar como ácidos na presença de bases (Equação 1) ou como bases na presença de ácidos
(Equação 2), seguindo a definição de Brönsted.
32
Titulação da ALANINA
Equivalentes de OH-
De uma maneira geral, quando consideramos um ácido do tipo HA ionizado em solução aquosa
(Equação 3), podemos escrever a seguinte equação para descrever o pH do meio (Equação 4 – Equação
de Henderson-Hasselbach):
3.3. MATERIAIS
• pHmetro
• 1 bureta de 25 mL
• 1 proveta de 50 mL
• 2 béquer de 100 mL
• Soluções 0,01 mol/L do aminoácidos ácido glutâmico e histidina.
• Solução 0,125 mol/L de NaOH
• Solução 0,125 mol/L de HCl
3.4. PROCEDIMENTOS
Para as titulações, poderão ser utilizados vários aminoácidos, sendo recomendado didaticamente
o uso de histidina e ácido glutâmico. Cada grupo fará duas titulações de um aminoácido, uma com
NaOH e outra com HCl, e os resultados deverão ser compartilhados entre os grupos de modo que cada
grupo possua resultados referentes às titulações dos aminoácidos.
35
a) Transferir 50 mL de uma solução 0,01 mol/L da solução de aminoácido no béquer de 100 mL.
Inserir o eletrodo do pHmetro (devidamente calibrado) no tubo, fazer a medida do pH e anotar o
valor.
b) Completar uma bureta de 25mL com solução de NaOH 0,125 mol/L, iniciar a titulação adicionando
porções de 0,5 mL do titulante e medir o pH após cada adição. Agitar com cuidado a mistura titulada
e então aferir o pH.
c) Efetuar adições sucessivas até que o pH do meio apresente valor entre 12,0 a 13,5. Após isso, lave
o eletrodo com água destilada e coloque-o imerso na solução tampão de armazenamento do eletrodo.
d) Descartar a solução de NaOH da bureta e lavá-la com água destilada para iniciar a segunda titulação.
e) Transferir 50 mL de uma solução 0,01 mol/L da solução de aminoácido no béquer de 100 mL.
Inserir o eletrodo do pHmetro (devidamente calibrado) no tubo, fazer a medida do pH e anotar o
valor.
f) Completar uma bureta de 25mL com solução de HCl 0,125 mol/L, iniciar a titulação adicionando
porções de 0,5 mL do titulante e medir o pH após cada adição. Agitar com cuidado a mistura titulada
e então aferir o pH.
g) Efetuar adições sucessivas até que o pH do meio apresente valor próximo à 1,3. Após isso, lave o
eletrodo com água destilada e coloque-o imerso na solução tampão de armazenamento do eletrodo.
https://www.youtube.com/watch?v=2vInVzyXluo
Ácidos e Bases
https://phet.colorado.edu/sims/html/acid-base-solutions/latest/acid-base-solutions_en.html
Escala de pH
https://phet.colorado.edu/sims/html/ph-scale/latest/ph-scale_en.html
REFERÊNCIAS
LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. 4 ed. São Paulo:Sarvier,
2006. 1202 p.
VOET, D.; VOET, J.G. Bioquímica. 3 ed. Porto Alegre:Artmed, 2006, 1596 p.
BERG, J. M.; TYMOCZKO, J.L; STRYER, L. Bioquímica, 5 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2004.
KOOLMAN, J.; ROEHM, K. H. Color Atlas of Biochemistry 2012, 3rd Edition.
37
4.1. INTRODUÇÃO
4.1.1. Exopeptidases
As exopeptidases atuam somente nos finais das cadeias polipeptídicas na região N ou C terminal.
Aquelas que atuam na região amino terminal livre liberam um único resíduo de aminoácido
(aminopeptidases), um dipeptídeo (dipeptidil-peptidases) ou um tripeptídeo (tripeptidil-peptidases). As
exopeptidases que atuam na região carboxi terminal livre liberam um único aminoácido
(carboxipeptidases) ou um dipeptídeo (peptidil-dipeptidases).
4.1.2. Endopeptidases
Endopeptidases atuam preferencialmente nas regiões internas da cadeia polipeptídica, entre as
regiões N e C terminal.
Tipos catalíticos
Segundo Barret, 1994 as proteases são classificadas em carboxipeptidases e as endopeptidases e
são divididas em subclasses, tendo como base o seu mecanismo catalítico. As carboxipeptidases foram
subdivididas em serino-, metalo- e cisteíno- carboxipeptidases e as endopeptidases em serino-, cisteino-
, aspártico- e metaloendopeptidases. Serino peptidases possuem um resíduo de serina em seu centro
ativo, enquanto as aspártico-peptidases têm duas unidades de ácido aspártico no seu centro catalítico.
Cisteíno-proteases apresentam um aminoácido cisteína e as metalo-proteases usam um íon metal no seu
mecanismo catalítico.
Proteases representam uma classe de enzimas com importantes papéis em processos fisiológicos.
Além disto, elas possuem aplicação comercial, estando entre os três maiores grupos de enzimas
industriais, sendo responsáveis por 60% da venda internacional de enzimas. Estas enzimas estão
envolvidas em processos biológicos essenciais, como a coagulação sanguínea, morte celular e
diferenciação de tecidos. Várias etapas proteolíticas importantes ocorrem no mecanismo invasivo de
tumores, assim como no ciclo de infecção de um grande número de vírus e microrganismos patogênicos.
Estes fatos tornam as proteases um alvo quimioterápico valioso para o desenvolvimento de novos
compostos farmacêuticos. As enzimas proteolíticas também participam no catabolismo de proteínas,
tanto nas vias degradativas como nas biossintéticas, e na liberação de hormônios peptídeos
farmaceuticamente ativos a partir de proteínas precursoras. Certas modificações específicas e seletivas
de proteínas durante a ativação de enzimas ocorrem via proteólise, que também colabora no transporte
de proteínas secretórias na membrana. As proteases têm também uma variedade de aplicações
principalmente na indústria de detergentes e de alimentos. Tendo em vista os recentes acordos mundiais
para uso de tecnologias não poluentes, as proteases começaram a ser usadas em larga escala no
tratamento do couro, em substituição aos compostos tóxicos e poluentes até então usados. Na indústria
farmacêutica, as proteases são usadas em pomadas cicatrizantes e têm um uso potencial para outros
medicamentos. Proteases hidrolisam as proteínas em peptídeos e aminoácidos, facilitando a sua absorção
pelas células; devido a seu papel despolimerizante, as enzimas extracelulares têm um papel importante
na nutrição.
4.1.4. Gelatina
Gelatina é uma mistura heterogênea de proteínas desnaturadas solúveis em água, derivada da
hidrólise parcial do colágeno tipo I nativo e que possuem alta média de massa molecular.
Tradicionalmente são usadas na indústria alimentar e de cosméticos. Entretanto, recentemente vem
sendo muito usada em pesquisas na área biomédica (devido sua alta biocompatibilidade,
biodegradabilidade e baixa imunogenicidade, além de baixo custo) como estrutura para adesão celular,
biomaterial para engenharia de tecidos e sistema de entrega de fármacos diferente das cápsulas
tradicionais (YOUNG et al, 2005).
Na conversão do colágeno à gelatina, que ocorre acima da temperatura de desnaturação do
colágeno, tropocolágenos perdem a estrutura de hélice tripla característica, há quebras de ligações
intermoleculares e de ligações peptídicas resultando em cadeias polipeptídicas que pela análise SDS-
PAGE apresentam peso molecular de menos de 300 kDa com distribuição muito ampla. Assim, os
constituintes moleculares da gelatina são heterogêneos em relação ao colágeno, apresentam cadeias com
menor peso molecular relativo e variada distribuição de estrutura primária. Como alguns dos
aminoácidos na estrutura peptídica do colágeno contêm grupos funcionais que são hidrolisados sob
39
condições ácidas ou básicas, há dois tipos de gelatina, dependentes do processo de extração: tipo A e
tipo B, obtidas de pré-tratamento ácido e básico respectivamente (YOUNG et al, 2005).
4.3. MATERIAIS
4.4. PROCEDIMENTO
40
4.4.3.2. Ensaio
a) Pipetar, conforme a Tabela 2, 2,0 mL de água no tubo 1 e 2,0 mL do extrato de abacaxi nos tubos 2,
3 e 4.
b) Manter o tubo 2 deve ser mantido à temperatura ambiente, o tubo 3 aquecido à 60ºC (banho de
aquecimento) e o tubo 4 deve ser fervido por 5 minutos.
c) Após este tempo de tratamento de cada uma das amostras, resfriar no gelo imediatamente por 1
minuto.
41
d) Após o resfriamento das amostras fervidas, adicionar em todos os tubos 2 mL da solução de gelatina.
e) Homogeneizar e incubar os tubos por 10 minutos a 37oC .
f) Ao término da incubação, resfriar TODOS os tubos em gelo por 7 minutos, observar e anotar o
resultado.
REFERÊNCIAS:
FRANCISCO JR., W.E., FRANCISCO, W. Proteínas: hidrólise, precipitação e um tema para o ensino
de química. Química Nova na Escola, n.24, p.12-16, Nov./2006.
YOUNG, S. et al. Gelatin as a delivery vehicle for the controlled release of bioactive molecules. Journal
of Controlled Release ,109, 256–274, 2005.
43
5.1. INTRODUÇÃO
5.2. PROCEDIMENTOS
Para esta atividade será necessário fazer o download do software “A Cinética da Reação
Enzimática” disponível gratuitamente em:
https://www.bdc.ib.unicamp.br/bdc/visualizarMaterial.php?idMaterial=527#.XpNwCshKjIU
a) Posicione o cursor em cima do recipiente contendo o substrato da reação. Você perceberá que, neste
momento, aparecerá a imagem de uma mão segurando uma micropipeta.
b) Clique com o botão esquerdo do mouse e mantenha o botão apertado. Você perceberá que um
determinado volume do substrato foi captado pela micropipeta.
c) Arraste a figura com o auxílio do mouse até o tubo de ensaio que aparece à esquerda. Solte o botão
esquerdo do mouse. Neste momento, o substrato é liberado pela micropipeta dentro do tubo de ensaio.
d) Agora adicione a enzima ao tubo de ensaio contendo o substrato. Para isso siga os mesmos
procedimentos descritos anteriormente: posicione o cursor sobre o tubo cônico contendo a enzima,
aperte e segure o botão esquerdo do mouse, arraste a imagem para cima do tubo de ensaio e solte o botão
esquerdo do mouse.
45
e) O próximo passo é escolher o tempo de reação clicando em uma das opções (10, 20 ou 30 minutos)
que aparecem no temporizador localizado do lado direito da tela. Num primeiro momento, selecione a
opção de 10 minutos de reação.
f) Clique em “Reagir”. Neste momento é dado início à reação e a formação de produtos o que pode ser
observado pela mudança da cor inicial da solução contida no tubo de ensaio de azul para arroxeado.
g) Após a reação ter sido completada, clique em “Dosar” do lado direito da tela.
h) Uma nova tela será aberta exibindo o resultado de dosagem da massa dos produtos obtidos nos 10
minutos de reação. Abaixo é perguntado qual a velocidade da reação. Clique na resposta correta e, a
seguir, em “Pronto”. Uma nova janela será aberta indicando se sua resposta está correta ou não.
Atenção: Responda à pergunta tendo atenção as unidades de medida com que o resultado é mostrado!!
i) Faça as repetições do experimento com reações ocorrendo por 20 e 30 minutos. Para isso, clique
novamente em “Experimento 1” e siga os passos descritos anteriormente alterando apenas o tempo de
reação desejado.
a) Na tela do “Experimento 2” clique em “Substrato” na parte superior esquerda da tela. Repare que ao
fazer isso os tubos de ensaio (mostrados na parte inferior da tela) são preenchidos com o substrato em
valores crescentes de concentração (0-100 mM, como mostrado na tabela). Esse aumento de
concentração pode ser facilmente observado pelo gradual aumento da tonalidade das soluções contidas
nos tubos de ensaio.
b) Agora clique em “Enzima” para adicionar enzima em cada um dos tubos de ensaio previamente
preenchidos com o substrato. Repare que a mesma quantidade de enzima foi adicionada em cada tubo
(1 µM, segundo a tabela mostrada), ou seja, os tubos de ensaio contêm quantidades diferentes de
substrato mas exatamente a mesma concentração de enzima!
d) Clique em “Reagir”.
e) Clique em “Dosar” para obter a concentração dos produtos gerados em cada tubo. Repare que esses
valores são mostrados em vermelho na tabela central e, também, no gráfico. Dica: Repare na coloração
de cada tubo após a reação. Veja que essa coloração aumenta de tonalidade mostrando aumento de
produtos formados exatamente como mostrado no gráfico! Dica: Copie a imagem da tabela (e cole em
um arquivo indicando que os valores são referentes a 10 minutos de reação) para ter acesso aos valores
de concentração dos produtos formados!
g) Clique em “Reagir”.
h) Clique em “Dosar” para obter a concentração dos produtos gerados em cada tubo. Repare que,
novamente, esses valores são mostrados em vermelho na tabela central e, também, no gráfico.
Adicionalmente, no gráfico, podemos comparar os valores obtidos na primeira reação (10 minutos) com
os obtidos na reação de 20 minutos. Dica: Copie a imagem da tabela (e cole em um arquivo indicando
que os valores são referentes a 20 minutos de reação) para ter acesso aos valores de concentração dos
produtos formados!
j) Clique em “Reagir”.
k) Clique em “Dosar” para obter a concentração dos produtos gerados em cada tubo. Repare que,
novamente, esses valores são mostrados em vermelho na tabela central e, também, no gráfico.
Adicionalmente, no gráfico, podemos comparar os valores obtidos na primeira reação (10 minutos) e
segunda reação (20 minutos) com os obtidos na reação de 30 minutos. Dica: Copie a imagem da tabela
(e cole em um arquivo indicando que os valores são referentes a 30 minutos de reação) para ter acesso
aos valores de concentração dos produtos formados!
l) Observe o gráfico obtido. Dica: Antes de continuar a simulação vamos pensar um pouco em como
imaginamos ser o gráfico de representação da velocidade (V0) x concentração de substrato [S] para este
experimento? Para isso, com os valores de [P] obtidos anteriormente calcule a velocidade da reação para
cada tubo em cada um dos tempos de reação estudados e represente graficamente.
m) Ao final, clique em “Velocidade” e observe o gráfico obtido. Repare que para um mesmo tubo (ou
seja, para uma mesma concentração de substrato), a velocidade da reação não muda sendo
independente do tempo de reação! (Isso, claro, levando em consideração que tenhamos no tubo
uma concentração bem maior de substrato que de enzima durante todo o tempo de reação, como
foi o caso do experimento realizado!)
a) Na tela do “Experimento 3” clique em “Substrato” na parte superior esquerda da tela. Repare que ao
fazer isso os tubos de ensaio (mostrados na parte inferior da tela) são preenchidos com o substrato em
valores crescentes de concentração (0-100 mM, como mostrado na tabela). Esse aumento de
concentração pode ser facilmente observado pelo gradual aumento da tonalidade das soluções contidas
nos tubos de ensaio.
b) Agora clique em “Enzima” para adicionar enzima em cada um dos tubos de ensaio previamente
preenchidos com o substrato. Repare que a mesma quantidade de enzima foi adicionada em cada tubo
(1 µM, segundo a tabela mostrada), ou seja, os tubos de ensaio contêm quantidades diferentes de
substrato mas exatamente a mesma concentração de enzima!
47
c) Clique em “Inibidor”. Uma nova janela será aberta mostrando três opções de concentrações de
inibidores disponíveis: i, 2i ou 3i. Escolha (clique) a opção de menor concentração, ou seja, “i”.
e) Clique em “Reagir”.
f) Clique em “Dosar” para obter os valores de concentração dos produtos gerados em cada tubo, os quais
serão mostrados (em vermelho) na tabela central. Dica: Antes de continuar a simulação vamos pensar
um pouco em como imaginamos ser o gráfico de representação da velocidade (V0) x concentração de
substrato [S] para este experimento? Para isso, com os valores de [P] obtidos calcule a velocidade da
reação para cada tubo e represente graficamente. Insira no mesmo gráfico os valores de velocidade para
cada tubo quando a reação ocorre na ausência de inibidor (calculados previamente no experimento 2
quando o tempo de reação também é selecionado em 20 minutos). Compare os valores!
h) Agora você fará novamente a mesma reação nas mesmas condições anteriores mudando apenas a
concentração do inibidor que será o dobro da anterior. Para isso, faça o indicado nos passos “a” e “b” já
descritos anteriormente e no passo “c” selecione uma concentração de inibidor igual a “2i”.
j) Agora você fará novamente a mesma reação nas mesmas condições anteriores mudando apenas a
concentração do inibidor que será o triplo da primeira reação realizada. Para isso, faça o indicado nos
passos “a” e “b” já descritos anteriormente e no passo “c” selecione uma concentração de inibidor igual
a “3i”.
a) Na tela do “Experimento 4” clique em “Substrato” na parte superior esquerda da tela. Repare que ao
fazer isso os tubos de ensaio (mostrados na parte inferior da tela) são preenchidos com o substrato em
valores crescentes de concentração (0-100 mM, como mostrado na tabela). Esse aumento de
concentração pode ser facilmente observado pelo gradual aumento da tonalidade das soluções contidas
nos tubos de ensaio.
b) Agora clique em “Enzima” para adicionar enzima em cada um dos tubos de ensaio previamente
preenchidos com o substrato. Repare que a mesma quantidade de enzima foi adicionada em cada tubo
(1 µM, segundo a tabela mostrada), ou seja, os tubos de ensaio contêm quantidades diferentes de
substrato mas exatamente a mesma concentração de enzima!
48
c) Clique em “Inibidor”. Uma nova janela será aberta mostrando três opções de concentrações de
inibidores disponíveis: i, 2i ou 3i. Escolha (clique) a opção de menor concentração, ou seja, “i”.
e) Clique em “Reagir”.
f) Clique em “Dosar” para obter os valores de concentração dos produtos gerados em cada tubo os quais
serão mostrados (em vermelho) na tabela central. Dica: Antes de continuar a simulação vamos pensar
um pouco em como imaginamos ser o gráfico de representação da velocidade (V0) x concentração de
substrato [S] para este experimento? Para isso, com os valores de [P] obtidos calcule a velocidade da
reação para cada tubo e represente graficamente. Insira no mesmo gráfico os valores de velocidade para
cada tubo quando a reação ocorre na ausência de inibidor (calculados previamente no experimento 2
quando o tempo de reação também é selecionado em 20 minutos)*. Compare os valores!
*Infelizmente os valores mostrados no software para a reação sem inibidor não são compatíveis para
comparação com os experimentos na presença de inibidor competitivo. Neste caso, suponha que no
experimento 2 os valores de produtos obtidos tenham sido os mostrados na tabela abaixo:
Sem Inibidor
[Substrato] mM [Produto] µM
0 0
10 95
20 130
30 149
40 161
50 170
60 176
70 181
80 185
90 188
100 190
g) Clique em “Velocidade”. Será mostrado no gráfico V0 x [S] a velocidade da reação na presença de
inibidor e em sua ausência.
h) Agora você fará novamente a mesma reação, nas mesmas condições anteriores mudando apenas a
concentração do inibidor que será o dobro da anterior. Para isso, faça o indicado nos passos “a” e “b” já
descritos anteriormente e no passo “c” selecione uma concentração de inibidor igual a “2i”.
j) Agora você fará novamente a mesma reação, nas mesmas condições anteriores mudando apenas a
concentração do inibidor que será o triplo da primeira reação realizada. Para isso, faça o indicado nos
passos “a” e “b” já descritos anteriormente e no passo “c” selecione uma concentração de inibidor igual
a “3i”.
5.1. INTRODUÇÃO
Os lipídios são representados por um grupo de biomoléculas de baixa massa molecular que
apresentam estruturas químicas bastante variadas e são praticamente insolúveis em água. A
diversidade de estruturas apresentadas pelos lipídios faz com que esses compostos tenham a capacidade
de exercer diversas funções biológicas atuando desde componentes de membranas celulares, isolantes
térmicos, sinalizadores celulares, pigmentos e reservas de energia (óleos e gorduras). Adicionalmente,
os próprios lipídios ou seus derivados, podem também exercer funções de vitaminas e hormônios. As
principais classes de compostos pertencentes ao grupo dos lipídios são os triacilgliceróis,
glicerofosfolipídeos, esfingolipídios, glicolipídios e esteroides (Figura 19).
Figura 19. As principais classes de lipídios biológicos. Em (A) todos os lipídios mostrados apresentam
glicerol ou esfingosina, estrutura central, ligados a ácidos graxos. (B) Estrutura de três hormônios
esteróides.
dos ácidos graxos é caracterizada pela presença de número par de carbonos formando uma estrutura não
ramificada que pode ser saturada ou conter uma, duas ou mais insaturações.
Figura 20. Estrutura de ácidos graxos. Os ácidos graxos são compostos anfipáticos formados por uma longa
cadeia carbônica apolar e um grupo carboxila polar. As cadeias carbônicas dos ácidos graxos não possuem
ramificações e podem ser saturadas, como no caso do ácido esteárico, (A) ou insaturadas, como no caso do ácido
oleico (B).
Figura 21. Triacilglicerois são compostos apolares resultantes da formação de ligações éster entre as hidroxilas
livres de uma molécula de glicerol e os grupos carboxila dos ácidos graxos.
As gorduras animais e óleos vegetais são misturas de triacilgliceróis, que diferem na sua
composição em ácidos graxos e, conseqüentemente, no seu ponto de fusão. Os triacilgliceróis das
gorduras animais são ricos em ácidos graxos saturados, o que atribui a esses lipídeos uma consistência
sólida à temperatura ambiente. Já os triacilgliceróis origem vegetal são ricos em ácidos graxos
poliinsaturados sendo, portanto, líquidos à temperatura ambiente. Os óleos vegetais são utilizados para
a fabricação de margarinas através de um processo de hidrogenação que reduz parte de suas duplas
ligações e os torna sólidos à temperatura ambiente.
✔ Ácidos graxos saturados → Cadeia carbônica não apresentam ligações duplas entre os átomos
de carbono e, assim, contem o número máximo possível de hidrogênios.
✔ Ácidos graxos insaturados → Cadeia carbônica possui uma ou mais ligações duplas entre átomos
de carbono contendo o número máximo possível de hidrogênios.
Os lipídios anfipáticos, tais como os ácidos graxos, quando são adicionados a um meio aquoso,
tendem a agregar-se, organizando-se espontaneamente em estruturas plurimoleculares. Essas estruturas
permitem maximizar as interações hidrofóbicas entre as cadeias carbônicas, isolando-as da água, e deixar
os grupos polares em contato com o solvente, com o qual podem interagir. Tais arranjos moleculares
constituem o estado de menor energia livre para esses lipídios em água e resultam da presença de duas
regiões com solubilidades diferentes na mesma molécula.
O tipo de estrutura formada é determinado pela geometria da molécula do lipídio anfipático
(Figura 22). Lipídios com uma única cadeia carbônica, como sabões de detergentes, devido a forma
cônica e afilada de suas moléculas, formam, preferencialmente, micelas. Nesta estrutura esférica, as
cadeias carbônicas organizam-se no interior, isolando-se da água, e os grupos polares posicionam-se na
superfície externa, interagindo com o solvente. A formação de micelas é uma etapa importante na
digestão dos lipídios da dieta. A maioria dos fosfolipídios e glicolipídios associam-se em uma camada
52
dupla de moléculas, chamada bicamada lipídica. Esta estrutura permite uma agregação mais estável
das moléculas desses lipídios, que têm forma cilíndrica pela presença de duas cadeias apolares.
As moléculas de lipídios alinham-se lado a lado, compondo duas monocamadas e as cadeias
carbônicas das monocamadas agrupam-se frente a frente de modo a criar um domínio hidrofóbico no
meio da bicamada; os grupos hidrofílicos dispõem-se na superfície das duas faces da bicamada,
interagindo com a água. Bicamadas lipídicas tendem a se converter em estruturas fechadas, chamadas
lipossomos, que são mais estáveis porque não apresentam caudas hidrofóbicas expostas ao solvente,
como acontece na periferia das bicamadas planas. Lipossomos são, portanto, vesículas sintéticas
esféricas formadas por uma bicamada lipídica contínua, que delimita uma cavidade interna preenchida
por solvente (Fig. 22).
Figura 22. Estruturas formadas por lipídios anfipáticos em meio aquoso. (A) Micelas são formadas por moléculas
de lipídios com uma única cadeia carbônica, cadeias estas que se localizam no interior dessas estruturas. (B)
Bicamada lipídica é uma estrutura bidimensional na qual as cadeias carbônicas formam um domínio central
hidrofóbico, isolando-se da água, exceto nas extremidades da bicamada; é a estrutura comumente formada por
lipídios anfipáticos com duas cadeias de hidrocarbonetos. (C) Liposssomo é uma vesícula oca, resultante do
fechamento de uma bicamada lipídica, dotada de uma cavidade central preenchida por solvente.
Os lipídios representam um grupo de compostos com estrutura bastante variada. Várias classes
de lipídios apresentam ácidos graxos como componentes estruturais entre eles, os fosfolipídeos,
glicolipídeos e os triacilgliceróis. Os lipídios podem ser caracterizados por suas propriedades físico-
químicas. Em geral, são praticamente insolúveis em água enquanto apresentam alta solubilidade em
solventes orgânicos como clorofórmio, éter, benzeno, mistura de Folch (clorofórmio:metanol), entre
outros.
Os triacilgliceróis, que constituem o principal grupo de lipídios, podem ser hidrolisados
liberando ácidos graxos e glicerol. Se esta hidrólise é feita mediante aquecimento em meio alcalino
(hidrólise alcalina), formam-se sais de ácidos graxos (sabões) e o processo é chamado saponificação
53
(Figura 23). Este é o princípio da fabricação dos sabões a partir de gordura animal fervida em presença
de NaOH ou KOH.
Figura 23. Hidrólise alcalina de triacilgliceróis. Triacilgliceróis, mediante aquecimento em presença de bases
fortes, como hidróxido de sódio (NaOH) ou hidróxido de potássio (KOH), sofrem hidrólise produzindo sais de
ácidos graxos (sabões). No esquema acima é mostrada a hidrólise de triestearina na presença de NaOH dando
origem a glicerol e sal sódico (estearato de sódio).
Assim como os ácidos graxos, os sabões são moléculas anfipáticas apresentando em sua estrutura
uma longa cadeia carbônica (cauda apolar, lipofílica) e um grupo carboxilato (cabeça polar, hidrofílica).
Dessa maneira, os sabões, quando em solução aquosa, associam-se por interações hidrofóbicas entre as
caudas apolares formando uma película lipídica na superfície do liquido ou dando origem a estruturas
como as micelas (Figura 24).
Figura 24. Formação de micelas a partir das interações entre sabões dispersos em solução aquosa.
Figura 25. Precipitação de ácidos graxos a partir da hidrólise ácida de sabões. Em presença de ácido acético
(ácido fraco), ácido oléico (ácido graxo) é precipitado a partir da hidrólise ácida do oleato de potássio (sabão).
Os sabões precipitam quando são usados em águas ricas em sais de cálcio ou magnésio (águas
duras). Os íons cálcio e magnésio da água reagem com ácidos graxos formando sais insolúveis. Os
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sabões também podem precipitar pela adição de excesso de eletrólitos, os quais reprimem a dissociação
dos sabões, fazendo com que as micelas percam a carga e precipitem (Fig. 26).
Figura 26. Reação de precipitação de sabão através de salificação. A exposição de sabões, como o oleato de
potássio, à ambientes ricos em sais de cálcio ou magnésio induz a formação de sabões insolúveis.
Figura 27. Propriedade emulsificante dos sabões. Uma mistura de dois líquidos imiscíveis pode formar
uma emulsão através de agitação (fornecimento de energia). Contudo, as emulsões são instáveis e
tendem a tornar-se misturas com o passar do tempo (A). Os sabões agem como surfactantes
estabilizando a emulsão formada através da formação de micelas com óleos ou solventes orgânicos. As
cadeias hidrocarbônicas não-polares dos sabões dissolvem-se no óleo ou solvente orgânico enquanto os
grupos iônicos polares na fase aquosa. As gotículas carregadas negativamente repelem-se mutuamente
(B).
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5.3. MATERIAIS
Parte I
• Azeite de oliva extra virgem e óleo de algodão puro (armazenados em temperatura ambiente)
manteiga, gordura vegetal hidrogenada e banha de porco (armazenados em geladeira)
• 5 tubos de ensaio identificados e contendo individualmente cerca de 1mL ou 1 g de cada um dos
lipídeos listados acima. Os óleos serão pipetados pelos alunos e os sólidos serão disponibilizados já
fracionados pelos colaboradores da disciplina.
• Estante para tubos de ensaio
• Banho-maria (béquer de 250 mL na chapa de aquecimento regulada inicialmente para
aproximadamente 40°C e se necessário ajustar para temperatura mais elevada)
• Termômetro
• 1 recipiente com gelo e sal de cozinha, por bancada, contendo um tubo de ensaio com 2 mL de azeite
de oliva extra virgem e um tubo de ensaio com 2 mL de óleo de algodão que foram mantidos no
freezer por no mínimo 30 min
Parte II
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• Solução de sabão de coco obtida da diluição em água deionizada aquecida e sob agitação de sabão
de coco puro em barra na proporção de 1:9 (m/v)
• Solução de NaOH (10 M)
• Solução de HCl ( 1 M)
• Água deionizada
• 3 tubos de ensaio por grupo
• Estante para tubos de ensaio
• Pipetador automático e ponteiras de 1000 e de 100 μL
• Béquer pequeno
5.4. PROCEDIMENTO
5.4.1. Parte I
a) Pipetar 1 mL de cada óleo e colocar em tubos de ensaio separados.
b) Fotografar lado a lado o tubo de ensaio contendo o óleo de algodão e o tubo de ensaio contendo o
azeite de oliva à temperatura ambiente.
c) Em seguida comparar os referidos óleos com o seu similar que se encontra no recipiente com gelo
colocado sobre cada bancada. Observar o turvamento das amostras. Fotografar lado a lado as
amostras semelhantes.
d) Numa segunda etapa, colocar os tubos de ensaio contendo a manteiga, a gordura vegetal hidrogenada
e a banha de porco em banho-maria, partindo de cerca de 30°C.
e) Ligar o aquecimento somente após colocar os tubos de ensaio.
f) Acompanhar, através do termômetro, a faixa de temperatura de fusão de cada lipídeo e anotar.
g) Fotografar as amostras após todas atingirem o ponto de fusão.
5.4.2. Parte II
Pipetar 3 tubos de ensaio conforme a Tabela 1:
a) Identificar e pipetar em 3 tubos de ensaio 1 mL da solução de sabão de coco fornecida e
acrescentar 1 mL de água deionizada, conforme a Tabela 1.
b) No tubo 2 acrescentar 100 μL de HCl, observar e anotar a mudança ocorrida.
c) No tubo 3 acrescentar 100 μL de HCl, em seguida 50 μL de NaOH e agitar suavemente
misturando a solução.
d) Observar a mudança ocorrida. Fotografe os 3 tubos juntos.
Tabela 1: Volumes de adição referentes à Parte II.
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Tubo de Ensaio
1 (controle) 2 3
Solução de Sabão de Côco 1 mL 1 mL 1 mL
Água 1 mL 1 mL 1 mL
Solução de HCl 1M - 100 µL 100 µL
Solução de NaOH 10 M - - 50 µL
Aspecto da Solução
(turvo, precipitado, límpido)
A tabela a seguir, baseada em ZAMBIAZI et al, 2007, indicam o total em ácidos graxos saturados e
insaturados de 21 óleos e gorduras vegetais, avaliados por cromatografia a gás (GC-FID).
REFERÊNCIAS
MERÇON, F. O que é uma gordura trans? Química Nova na Escola, v.32, n.2, p.78-83, Mai./2010.
NELSON, D.L.; COX, M.M. Lehninger - Princípios de Bioquímica. 4 ed. São Paulo:Sarvier, 2006. 1202
p.
VOET, D.; VOET, J.G. Bioquímica. 3 ed. Porto Alegre:Artmed, 2006, 1596 p.
ZAMBIAZI, R.C.; PRZYBYLSKI, R.; ZAMBIAZI, M.W.; MENDONÇA; C.B. Fatty acid composition
of vegetable oils and fats. B.CEPPA, Curitiba, v. 25, n. 1, p. 111-120, jan./jun. 2007.
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6.1. INTRODUÇÃO
O amido é um polissacarídeo que tem como função reserva energética na forma de carboidratos
em plantas, que são consumidas por organismos heterotróficos como principal fonte de glicose para
geração de ATP (NELSON, & COX, 2006). O amido constitui de 50% a 65% do peso das sementes de
cereais secos, e até 80% da substância seca dos tubérculos. Nos países europeus e nos Estados Unidos,
mais de 50% da produção de amido é destinada à produção de hidrolisados, tais como glicose, maltose,
dextrinas e maltodextrinas. Esses hidrolisados, por suas propriedades específicas e seus diferentes usos
no setor alimentício, constituem uma excelente valorização da fécula, sendo usado na fabricação de
xaropes, preparo de colas e gomas, como excipiente farmacêutico, etc (SUMERLY et al., 2002).
Embora a distribuição do amido seja ampla no reino vegetal, poucas plantas o produzem em
grandes quantidades. Milho e outros cereais, como o arroz, o sorgo e o trigo, contribuem
significativamente para o suprimento mundial de amido. Nos Estados Unidos mais de 95% do amido
comercializado é proveniente do milho. Em muitos países, como por exemplo, no Brasil, o amido
também é extraído da batata, dos rizomas da araruta e das raízes da mandioca.
O amido ocorre em grânulos (ou grãos) que têm estrias típicas. Estas, aliadas ao tamanho e à
forma dos grânulos, são específicas de cada espécie de planta e esta característica morfológica pode
servir de meio de identificação microscópica da origem botânica do amido (Fig. 28).
Fig. 28. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) à esquerda e microscopia óptica à direita de um
grânulo de amido.
(fonte: http://www.cheng.cam.ac.uk/research/groups/polymer/RMP/nitin/Granule.jpg).
A presença de vários grupos hidroxila na estrutura do amido confere à este uma natureza
altamente hidrofílica. A insolubilidade do grânulo em água fria é devida às fortes ligações de hidrogênio
que mantêm as cadeias de amido unidas. No entanto, na presença de água e aquecimento, a água é
incorporada na estrutura do grânulo fazendo com que componentes mais solúveis, como a amilose, se
dissociem e difundam-se para fora do grânulo. Este processo é conhecido como gelatinização. Com a
gelatinização, ocorre um aumento da viscosidade do meio, os grânulos são totalmente quebrados e as
regiões cristalinas desaparecem (CORRADINI et al, 2007).
Os tipos de ligações presentes na amilose e amilopectina forçam esses polímeros a adquirem uma
conformação espacial helicoidal (Fig. 30). Estas estruturas compactas produzem os grânulos densos de
estocagem do amido, já mostrados na Fig. 28.
Fig. 30. Representação da estrutura helicoidal de uma cadeia de amilose, polímero que compõe a
estrutura do amido (fonte: NELSON & COX, 2006).
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O amido tem estrutura química muito parecida com o glicogênio, porém possui menos
ramificações. Sua síntese em plantas também é bastante semelhante à síntese do glicogênio em animais,
com a substituição da forma ativada da glicose de UDP-glicose por ADP-glicose, com catálise pela
enzima amido sintase. No processo de digestão, a hidrólise do amido é catalisada enzimaticamente pelas
α-amilases salivar e pancreática, que clivam as ligações glicosídicas α1→4 da amilose originando uma
mistura de maltose, amilopectina e glicose, e também as ligações α1→4 da amilopectina, originando
uma mistura de polissacarídeos denominados dextrinas.
6.3. MATERIAIS
6.4. PROCEDIMENTOS
PARTE 1
a) Tomar 4 tubos de ensaio, sendo um deles com tampa, e adicionar em dois deles (sendo um com
tampa) 1 mL de amido 1 % (m/v) e nos demais 1 mL de água destilada e 1 mL de glicose 1 % (m/v).
Haverá, então, dois tubos com amido (1 com tampa), um tubo com água e um tubo com glicose.
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b) Em seguida, adicionar 1 gota da solução de lugol em cada um dos tubos de ensaio e observar o
resultado.
c) Aquecer cuidadosamente o tubo tampado contendo amido (direto na chama) e observar o resultado.
Deixar o tubo resfriar e observar o resultado.
d) Repetir o procedimento para o tubo sem tampa contendo amido e anotar o resultado.
CUIDADOS ESPECIAIS:
1. O tubo com tampa deve estar com a mesma pouco (frouxa) e não muito apertada.
2. O aquecimento direto na chama deve ser feito com auxílio da pinça, com quantos ciclos forem
necessários (CADA CICLO: no máximo 2 segundos na chama – agitação fora da chama).
Repare que a molécula de glicose é uma aldose pois tem a carbonila posicionada no carbono 1
(extremidade da cadeia). Já a frutose é uma cetose pois a carbonila se posiciona no carbono 2 (dentro da
cadeia). Para você compreender como um açúcar funciona como molécula redutora é sempre importante
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que saiba exatamente qual de seus carbonos possui a carbonila pois são justamente os ligantes desse
carbono que determinarão a capacidade de redução do açúcar.
Na natureza, monossacarídeos com 4 ou mais carbonos tendem a apresentar-se na forma cíclica
quando em solução aquosa. A Fig. 32 mostra esse processo. Perceba que o carbono 1 (aquele que
apresenta a carbonila) reage com uma hidroxila presente no carbono 5 dando origem a uma molécula de
estrutura cíclica e que agora possui mais um grupo hidroxila (OH) ligado ao carbono que antes
apresentava a carbonila. Este carbono que agora se apresenta ligado a hidrogênio e hidroxila é chamado
de carbono quiral ou anomérico. Isso porque agora ele está ligado a 4 grupos diferentes (H, OH, C, O) e
pode dar origem a isômeros. Veja que antes esse carbono não apresentava essa propriedade pois estava
ligado por ligação dupla ao oxigênio.
No caso da frutose, outro monossacarídeo, acontece a mesma coisa. Contudo, como o carbono
da carbonila era o 2 então é este carbono que dá origem ao carbono quiral, como mostrado na Fig. 34.
Todo monossacarídeo será redutor pois apresenta a hidroxila do carbono quiral livre para reagir
com outras moléculas. Mas o que acontece quando essa molécula se une a outro monossacarídeo
formando um dissacarídeo? O que acontece com a capacidade de redução dos monossacarídeos quando
estão em estruturas moleculares maiores? Para saber se essas moléculas ainda apresentam a capacidade
de redução é simples: veja se o carbono quiral e a hidroxila redutora ainda estão livres ou se participaram
da união das moléculas e não se encontram mais disponíveis. No primeiro caso a molécula continua
sendo redutora e no segundo caso já não apresenta mais essa característica justamente pelo fato da
hidroxila com capacidade redutora ter sido utilizada em outra reação. Veja o exemplo abaixo da molécula
de sacarose (Fig. 35).
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Vejamos agora um segundo exemplo com a lactose, o açúcar presente no leite. A lactose é um
dissacarídeo formado pela ligação covalente entre galactose e glicose (Fig. 36).
Acima podemos ver que a ligação entre as duas moléculas se dá pela reação do carbono 1 da
galactose com o carbono 4 da glicose. A primeira pergunta que nos fazemos é: o carbono 1 da galactose
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é o carbono quiral? Para responder a essa pergunta vamos recorrer à figura 36 que mostra a estrutura da
galactose na forma aberta.
Veja que a molécula de galactose é uma aldose assim como a glicose, ou seja, possui a carbonila
na extremidade da cadeia, no carbono 1. Logo, o carbono 1 é o carbono quiral na molécula de galactose
ciclizada. Na formação da lactose é justamente este carbono que participa da ligação covalente então
podemos concluir que na molécula de lactose a galactose perde seu potencial redutor. E a molécula de
glicose? Veja que na ligação à galactose é o carbono 4 quem participa da reação. Como vimos
anteriormente, a hidroxila com poder redutor da glicose está no carbono 1 e não no carbono 4. Veja que
a hidroxila redutora do carbono 1 está livre na molécula da lactose (Fig. 38).
Dessa maneira podemos dizer que a molécula de lactose é redutora já que ainda apresenta uma
hidroxila redutora livre (na molécula de glicose).
Agora vamos verificar o poder redutor de outras moléculas através do uso do reagente de
Benedict que nada mais que uma fonte de Cu2+ em ambiente alcalino. Neste teste, a presença de um
açúcar redutor promove a redução do cobre.
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PARTE 1
1. Numere 5 tubos de ensaio
2. Ao tubo 1 adicione 1 mL de solução de amido
3. Ao tubo 2 adicione 1 mL de solução de sacarose
4. Ao tubo 3 adicione 1 mL de solução de glicose
5. Ao tubo 4 adicione 1 mL de solução de frutose
6. Ao tubo 5 adicione 1 mL de água destilada (controle)
Observação: Neste vídeo o produto formado pela reação do cobre com o açúcar redutor também é
vermelho (tijolo). Contudo, os tubos aparecem esverdeados pois neste caso o azul da reagente de
Benedict acaba se sobressaindo e alterando a visualização do precipitado que ainda é de vermelho!
Para o melhor entendimento das práticas realizadas são sugeridas leituras relacionadas aos seguintes
temas:
▪ Carboidratos: composição, estrutura, propriedades
▪ Amido: estrutura
▪ Ciclização de monossacarídeos
REFERÊNCIAS
FRANCISCO JR., W.E. Carboidratos: estrutura, propriedades e funções. Química Nova na Escola, n.29,
p.8-13, Ago/2008.
SILVA, R.N.; MONTEIRO, V.N.; ALCANFOR, J.D.X.; ASSIS, E.M.; ASQUIERI, E.R. Comparação
de Métodos para a Determinação de Açúcares Redutores e Totais em Mel. Ciên. Tecnol. Aliment.,
v.23, n.3, p.337-341, 2003.
SUMERLY, R.; ALVAREZ, H.; CEREDA, M.P.; VILPOUX, O.F. Tecnologia, usos e potencialidades
de tuberosas amiláceas latino-americanas. Em: Culturas de tuberosas amiláceas latino-americanas. v.
3, p. 377-448, 2002.
CORRADINI, E.; TEIXEIRA, E.M.; AGNELLI, J.A.M.; MATTOSO, L.H.C. Amido Termoplástico;
Documentos 30, 27 p. Embrapa Instrumentação Agropecuária, São Carlos; 2007.
NELSON, D.L.; COX, M.M. Lehninger - Princípios de Bioquímica. 4 ed. São Paulo:Sarvier, 2006. 1202
p.