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ISSN: 2525-8761
DOI:10.34117/bjdv7n12-321
RESUMO
Objetivo: Descrever a tendência histórica relacionada a mortalidade por causas externas
na população de Campinas, São Paulo, Brasil, estabelecendo comparações entre
diferentes faixas etárias, raça, estado civil, sexo e escolaridade no intervalo dos anos de
2006 a 2015. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e analítico, com
abordagem quantitativa, com a população de Campinas, São Paulo, com base em dados
quantitativos de 2006 a 2015. Os dados foram coletados utilizando o Sistema de
Informações de Mortalidade (SIM), disponível no DATASUS. Os dados foram analisados
no software Statistical Package for Social Science (SPSS), considerando nível de
significância de 95%. Resultados: Foi possível observar que os anos com a maior
proporção de mortalidade por causas externas foram os anos de 2008 e 2015, enquanto o
ano que houve a menor proporção foi o de 2014. Nos outros anos a proporção se manteve
oscilando entre 10,22 e 9,72. O sexo masculino possui uma maior taxa de mortalidade
por causas externas em todos os anos observados, quando comparados com o sexo
feminino. Os indivíduos que apresentam de 4 a 7 anos de escolaridade, foram os que
apresentaram mais mortes por causas externas (5,88%). Conclusão: As causas externas
de mortalidade tornaram-se um problema significativo de saúde pública, seja pelo
aumento na incidência, pelos custos à sociedade, ou pelo impacto social e psicológico.
Os resultados desta pesquisa de modo geral, não diferem de estudos anteriores, pois a
cidade de Campinas, São Paulo, apresentou uma tendência crescente para a mortalidade
por causas externas.
ABSTRACT
Objective: To describe the historical trend related to mortality from external causes in
the population of Campinas, São Paulo, Brazil, establishing comparisons between
different age groups, race, marital status, sex and education in the years 2006 to 2015.
Methods: Treatment an ecological, descriptive and analytical study, with a quantitative
approach, with the population of Campinas, São Paulo, based on quantitative data from
2006 to 2015. Data were collected using the Mortality Information System (SIM),
available at DATASUS. The data were analyzed using the Statistical Package for Social
Science (SPSS) software, considering a significance level of 95%. Results: It was
possible to observe that the years with the highest proportion of mortality from external
causes were the years 2008 and 2015, while the year with the lowest proportion was that
of 2014. In other years, the proportion remained oscillating between 10.22 and 9.72.
Males have a higher mortality rate due to external causes in all the years observed, when
compared to females. Individuals with 4 to 7 years of schooling were the ones who had
the most deaths from external causes (5.88%). Conclusion: The external causes of
mortality have become a significant public health problem, whether due to the increase
in incidence, the costs to society, or the social and psychological impact. The results of
this research in general, do not differ from previous studies, since the city of Campinas,
São Paulo, presented an increasing trend towards mortality from external causes.
1 INTRODUÇÃO
Na área médica, uma informação relevante quando se trata de um óbito, é a sua
causa. Dentre as causas destacam-se os óbitos por causas externas, haja vista que essa
causa se enquadra no que hoje chamamos de “tripla carga da doença”. A tripla carga da
doença indica as maiores causas de óbitos que existem atualmente é consistida em:
doenças infecciosas, doenças crônicas e seus fatores de risco e óbitos por causas externas.¹
Óbitos por causa externa são definidos por óbitos de causa não natural e que
envolvem violência. Dentre eles enquadram-se: acidentes de transporte, quedas,
exposição às forças mecânicas inanimadas, afogamento e submersão acidental, lesão
autoprovocadas intencionalmente, agressões, exposição acidental a outros fatores e aos
não específicos, envenenamento acidental e exposição a substâncias nocivas, exposição
2 MÉTODOS
Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e analítico, com abordagem
quantitativa, desenvolvido no âmbito do estado de Goiás e de suas macrorregiões e
regiões de saúde, com a população de Campinas, São Paulo, com base em dados
quantitativos de 2006 a 2015. Os dados foram coletados utilizando o Sistema de
Informações de Mortalidade (SIM), disponível no DATASUS, composto por informações
presentes na Declaração de Óbito, estabelecendo comparações entre diferentes faixas
etárias, raça, estado civil, sexo e escolaridade entre 2006 a 2015. Os dados foram
analisados no software Statistical Package for Social Science (SPSS), sendo considerado
o nível de significância de 95% (p < 0,05). O projeto foi desenvolvido a partir da análise
de dados secundários de domínio público, portanto, não foi necessário a apresentação e
análise por Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente, foi observado a proporção geral de óbitos por causas externas dos
anos estudados, conforme Figura 1. Foi possível observar que os anos com a maior
proporção de mortalidade por causas externas foram os anos de 2008 e no ano de 2015,
enquanto o ano que houve a menor proporção foi no ano de 2014. Nos outros anos a
proporção se manteve oscilando entre 10,22 e 9,72 se enquadrando dentro da média da
região sudeste.
Figura 1 – Proporção mortalidade por causas externas em Campinas, São Paulo, Brasil, entre 2006 a 2015.
11,00 10,68
10,51 10,63
10,50 10,22
10,09 10,13
9,87 9,92
10,00 9,72
9,50 9,27
9,00
2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016
Figura 2 – Taxa de mortalidade por causas externas em 1000 habitantes em Campinas, São Paulo, Brasil,
entre 2006 a 2015.
0,61 0,60 0,60
0,60 0,59 0,59
0,59 0,58
0,58 0,58
0,58
0,57
0,56 0,55
0,55
0,55
0,54
0,54
0,53
2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016
Figura 3 – Taxa mortalidade por causas externas segundo sexo por 1000 habitantes em Campinas, São
Paulo, Brasil, entre 2006 a 2015.
1,00 0,91 0,92 0,90 0,92 0,90
0,88 0,87 0,89 0,85
0,90
0,78
0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,26 0,28 0,26 0,25 0,27
0,30 0,21 0,24 0,23 0,24
0,19
0,20
0,10
0,00
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
HOMENS MULHERES
Figura 4 – Taxa de mortalidade por causas externas de acordo com a faixa etária por 1000 habitantes em
Campinas, São Paulo, Brasil, entre 2006 a 2015.
1,8 1,67
1,6
1,6 1,44
1,32 1,34
1,4 1,26
1,17 1,2 1,18
1,2 1,13
1
0,8 0,68 0,68 0,69 0,72
0,63 0,62 0,64 0,66 0,66
0,6
0,56 0,6
0,54 0,53 0,52 0,54 0,5
0,6 0,44 0,48 0,45
0,41 0,43 0,39 0,38 0,38 0,4
0,4 0,29
0,23
0,2 0,13
0,08 0,09 0,1 0,09 0,08
0,06 0,06 0,07 0,05 0,07 0,03
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Menor de 1 ano 1 a 14 anos 15 a 20 anos
20 a 59 anos Acima de 60 anos
anos enquanto o ano de 2014 foi responsável pelo maior. A taxa de mortalidade por causas
externas na população acima de 60 anos, foi possível observar que os anos de 2007 e 2009
apresentaram um pico importante e significativo de óbitos por causas externas em
indivíduos acima de 60 anos.
Por fim, a avaliação da escolaridade, de acordo com a Figura 5, revelou que,
excluindo-se a “população ignorada”, os indivíduos que apresentam 4 – 7 anos de
escolaridade, foram os que apresentaram mais mortes por causas externas (5,88%).
Figura 5 – Proporção de mortalidade por causas externas segundo escolaridade em Campinas, São Paulo,
Brasil, entre 2006 a 2015.
0,48 2,20
5,88
4,46
4,07
82,89
4 CONCLUSÃO
Os resultados desta pesquisa de modo geral, não diferem de estudos anteriores
realizados para esse tema, e, demonstram que, durante o período analisado, a cidade de
Campinas, São Paulo, apresentou uma tendência crescente para a mortalidade por causas
externas. Em relação às variáveis estudadas, as principais vítimas por estas causas foram
os homens pardos, com nenhum ou poucos anos de estudo, sendo a média de 4 a 7 anos
de estudo. A variável faixa etária foi de encontro ao esperado pelos autores do artigo,
visto que a faixa etária prevalente foi em indivíduos acima de 60 anos, enquanto que a
média nacional sofre variações entre 20 a 59 anos.
Em relação as limitações desse estudo destaco às bases de dados nacionais sobre
mortalidade, que apresentam cobertura insatisfatória, havendo expressiva sub-
remuneração de óbitos, esse provável sub-registro dos casos reduz a possibilidade de
conhecimento real da situação.
CONTRIBUIÇÕES
Juliana Ribeiro e Ana Lara Navarrete contribuíram com a elaboração e
delineamento do estudo; a aquisição, análise e interpretação de dados, e a redação e
revisão do manuscrito.
REFERÊNCIAS
1. Eugênio Vilaça Mendes. (2010). As redes de atenção à saúde. Ciencia & Saúde
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Cunha, M. B. (2012). Avaliação da mortalidade por causas externas. Revista Do Colégio
Brasileiro de Cirurgiões, 39(4), 263–267. https://doi.org/10.1590/S0100-
69912012000400004
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16(4), 245–250. https://doi.org/10.5123/S1679-49742007000400003
4. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por
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Saúde Pública, 20(4), 995–1003. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2004000400014.