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História do Município de Cambará

Cambará é um município brasileiro do estado do Paraná.


Estatística do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social.
Situada no Norte Pioneiro, sua população estimada em 2015 é
de 25.170 habitantes.

Origem e Ocupação do Município


Até o início do século passado, as terras às margens do Alambari eram
raramente visitadas, até mesmo por caçadores em busca da caça farta existente na
região. Depois, a exuberância da terra, a descoberta da madeira de lei e a abundância da
árvore nominada Cambará, própria das terras roxas e férteis apropriadas para o cultivo
do café, fez com que a região tivesse um fluxo muito grande de pessoas, principalmente
de imigrantes japoneses. A notícia da fertilidade do solo da região rapidamente se
espalhou, dando conta que "ali o dinheiro se tirava até de árvores, que se raspava com o
rodo, pois esta era, realmente, a verdadeira terra da promissão".
O movimento colonizador da cidade de Cambará iniciou-se no ano de 1904
quando Alexandre Domingues Caetano, conforme escritos de Monsenhor João Belchior,
chegou à região num carro de bois e se estabeleceu às margens do rio, próximo a uma
aldeia de índios, de índole pacífica, com os quais manteve um bom relacionamento. Em
seguida, chegou também Francisco Moreira, dando início à povoação. O coronel Batista
vendeu ao Sr. Francisco Moreira uma área de cinquenta alqueires por 25 mil réis, e mais
tarde outros cinquenta alqueires já então a 50 mil réis demonstrando a rápida
valorização. Nessa terra, Chico Moreira formou um sítio transferindo de Jacarezinho
sua residência, passando a residir ali com sua família. Através da floresta bruta, com a
maior dificuldade, abriu um picadão até o brejão, estabelecendo assim uma ligação do
sítio com a vila emergente de Jacarezinho.
O povoado limitou-se, por muito tempo, a meia dúzia de choupanas cobertas de
ramagem. A notícia da fertilidade das terras atraiu para o local outros desbravadores
que, pouco a pouco, foram fixando a residência em choupanas esparsas ao longo da
floresta, como Vigilato Barbosa, José Soares (o José Pechincha), Francisco Lopes, João
Pires, José Ferreira de Paula Garcia (o José Salviano) e outros que também fizeram a
história de Cambará.
À medida que o tempo passava, o povoado ia recebendo outros moradores,
formando assim um núcleo de colonização com o nome de Alambari, nome do ribeirão
que banhava o lugar e que hoje corta a cidade de Cambará.
Uma vez que o povoado de Alambari era parte integrante do município de
Jacarezinho, o coronel Joaquim Severo Batista, um dos pioneiros da referida cidade,
veio para o norte do Paraná em busca de terras devolutas que estavam sendo doadas
pelo governo do estado, com o apoio do Dr. Arbue, político e amigo do governador
Visconde de Tauna, conseguindo uma gleba de terras de aproximadamente 42.000
alqueires, delimitadas pelos rios Paranapanema, Cinzas e Laranjinhas, sendo a
documentação de posse datada de 1.885. Deste lote, Joaquim Severo Batista fez, no ano
de 1.908, uma doação à prefeitura de Jacarezinho de dez alqueires, situada à margem
esquerda do rio Alambari, dividido em lotes e posto à venda para a formação da nova
cidade. Desta extensão de terras foi demarcado pelo coronel Severo Batista um
quarteirão para a futura construção da igreja matriz. A curiosidade é que esta
demarcação foi feita de forma verbal, valendo o fio de bigode.
Devido à fertilidade e à exuberância das terras das imediações da povoação onde
numerosas fazendas agrícolas encontravam-se em promissora formação, o governo do
estado, em março de 1920, cria o distrito judiciário de Cambará, no município de
Jacarezinho, fixando os limites físicos e concedendo-lhe definitivamente o nome de
Cambará por causa de uma planta do mesmo nome que existia em abundância na região.
O desenvolvimento do distrito de Cambará era crescente. Milhares de operários
desbravavam as florestas, substituindo por fazendas agrícolas, onde com esmero se
plantava café, o ouro verde de então. O milho e o feijão também faziam parte da cultura
local.
Por causa desse franco desenvolvimento, a Câmara Municipal de Jacarezinho,
através do camarista Leovegildo Barbosa Ferraz, justificou por meio de um memorial o
pedido para elevação do distrito de Cambará a categoria de município.
E assim Cambará, em face desta representação, conquistou o direito de ser
administrada por si própria, sendo elevada a município em 28 de março de 1923. A
instalação solene do município ocorreu às doze horas do dia 21 de setembro de 1924.
Em virtude da influência política e de sua enorme dedicação a Cambará, o major
Antônio Barbosa Ferraz foi nomeado o primeiro prefeito da cidade.
O major Antônio Barbosa Ferraz Junior, menos de dois meses após ser
empossado na função de prefeito, licenciou-se deixando em seu lugar o camarista José
Antônio Marcondes Machado, que comandou os destinos de Cambará até primeiro de
agosto de 1929, quando renunciou, reassumindo o cargo o major Barbosa Ferraz.
A Lei nº 1923, de 06/03/1920, criou o distrito judiciário de Cambará, no
município e comarca de Jacarezinho.
Cambará foi elevado a município pela Lei Estadual nº 2208, de 28/03/1924,
desmembrado do Município de Jacarezinho. A instalação ocorreu em 21/09/1924.
Cambará – caa – árvore; mbará, de várias cores.
Cambará - árvore pequena e tortuosa, madeira de muita duração, existente em
grande quantidade na região e cujas folhas são utilizadas para efeito medicinal.
Aos habitantes do município dá-se o nome de cambaraenses.
Gentílico: cambaraense

Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Cambará, pela lei estadual n.º 1923, de
0603-1920, no município de Jacarezinho.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Cambará, pela lei estadual n.º
2208, de 28-03-1923, desmembrado de Jacarezinho. Sede no antigo distrito de Cambará
expovoado. Constituído do distrito sede. Instalado em 21-09-1924.
Elevado à categoria de cidade com a denominação de Cambará, pela lei estadual
n.º 2471, de 02-04-1929.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído
do distrito sede.
Pela lei estadual n.º 347, de 15-03-1935, é criado o distrito de Ingá e anexado ao
município de Cambará.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é
constituído de 2 distritos: Cambará e Ingá.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é
constituído de 2 distritos: Cambará e Ingá.
Pela lei estadual n.º 199, de 30-12-1943, desmembra do município de Cambará o
distrito de Andirá (ex-Ingá). Elevado à categoria de município.
No quadro fixado para vigorar no período de 1952-1956, o município é
constituído do distrito sede.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito
sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 14-V-2001.

POPULAÇÃO
TOTAL: 23.212 pessoas.
Em 2021, o salário médio mensal era de 2,1 salários mínimos. A proporção de
pessoas ocupadas em relação à população total era de 24,92%. Na comparação com os
outros municípios do estado, ocupava as posições 165 de 399 e 107 de 399,
respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 1674 de
5570 e 989 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos
mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 31,7% da população nessas
condições, o que o colocava na posição 253 de 399 dentre as cidades do estado e na
posição 4353 de 5570 dentre as cidades do Brasil.

Patrimônio Histórico
Edifícios históricos do centro do município.
No centro do município podem ser vistos muitos edifícios que presenciaram o
progresso do município, estes foram construídos no século passado.

Hidrografia
Ribeirão Alambari
Nos primórdios do município o pequeno córrego era muito necessário, pois as
lavouras do município eram irrigadas por ele além do abastecimento, suas margens
tinham três metros de profundidade. E moradores locais dizem que era comum
acontecer afogamentos no local. Hoje o córrego ainda abastece o município, em seus
locais mais profundos possui dois ou três palmos de profundidade em época da pouca
chuva. Uma curiosidade é que na época que foi fundado, o município se intitulava
"Alambari", nome do ribeirão.
Rio Paranapanema
Um grande fato que mudou o aspecto do rio no município e o marcou, foi a
construção da Usina Hidrelétrica de Salto Grande.
Usina Hidrelétrica de Salto Grande
É a mais antiga usina hidrelétrica em operação no Rio Paranapanema, concluída
em 1960 seu reservatório ocupa 12 km² entre o município de Cambará e Salto Grande
tem capacidade de geração de 74 Mw e possui 4 turbinas tipo Kaplan. Uma curiosidade
é que no local da hidrelétrica havia um grande salto que denominou o município de
Salto Grande.

Turismo
Merecem destaques o Clube de Campo Scandolo, o Parque Alambari, a Praça
Dr. Miguel Dinizo e o Mirante do Cristo Redentor. O município foi contemplado com o
prêmio Cidade Destaque Nacional 2009 em planejamento urbanístico e paisagístico,
segundo o Instituto Ambiental Biosfera e pelo Instituto Brasileiro de Estudos
Especializados -Ibraedo Rio de Janeiro.

Estátua do Cristo
A Estátua do Cristo cambaraense merece destaque em turismo por ser um local
bonito, com vista para toda cidade. É o ponto mais alto do espaço urbano.

Praça Dr. Miguel Dinizo


Uma praça muito bonita e é um dos locais históricos do município. Restaurada
recentemente possui uma fonte luminosa, e muitas árvores centenárias. É um local
ótimo para lazer.

Patrimônio cultural
Estação ferroviária, de 1925.
Paço da Prefeitura Municipal.
Espaço Cultural Nilza Furlan.

Estação ferroviária
A estação de Cambará foi aberta em 01 de julho de 1925 e foi ponta de linha da
São Paulo-Paraná. Em 1928, a ferrovia passou para as mãos da Companhia de Terras do
Norte do Paraná, que iniciou o prolongamento da linha, que, em 1930, alcançou Ingá
(Andirá) e Bandeirantes. Mais tarde, foi construído um prédio maior para a estação, que
é o atual. Em 2000, seu pátio tinha seis linhas de desvio e mais um desvio para a
empresa Coopramil.
Responsáveis pela estação:
Estrada de Ferro Noroeste do Paraná (1925-1928)
Estrada de Ferro São Paulo-Paraná (1928-1944)
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1944-1975)
RFFSA (1975-1996)

Educação
A Educação no município é bastante abrangente, pois conta com 06 Colégios
Estaduais, 05 Escolas Municipais, 03 Escolas Particulares, além de 02 Centros de
Educação Infantil Municipais e O2 Conveniados, que atendem crianças até 05 anos de
idade, que são:
1. Colégio Estadual Doutor Generoso Marques
2. Colégio Estadual Dona Carolina Lupion
3. Colégio Estadual Professor Sílvio Tavares
4. Colégio Estadual Santa Rita de Cássia
5. Colégio Estadual Angelina Ricci
6. Colégio Estadual Lucy Requião
7. Escola Municipal Prof. Luis Antonio Lorenzetti
8. Escola Municipal Caetano Vezozzo
9. Escola Municipal Ignes Panichi Hamze
10. Escola Municipal Maria Ap. Paulina da Silva Furlan
11. Escola Municipal Maria Alice Bittencourt Augusto Forti
12. Colégio Nossa Senhora das Graças
13. Colégio O Caminho
14. Escola Mundo Mágico
15. Centro Municipal de Educação Infantil Algodão Doce
16. Centro Municipal de Educação Infantil Mundo Feliz
17. Centro de Educação Infantil Bom Jesus
18. Centro de Educação Infantil Caminho de Luz
O município também conta com o Centro Estadual de Educação Profissional
Agrícola Mohamad Ali Hamzé, que oferece vários cursos profissionalizantes, dentre
eles o de Agropecuária e Tecnologia de Alimentos.
Além disso, o município mantém convênio com a Escola de Educação Básica
Mensageiros de Luz (APAE), que oferece atendimento a alunos com necessidades
especiais.

HINO DE CAMBARÁ
texto
Foi aqui, foi aqui,
Às margens do Alambari,
Que nasceu Cambará
Porta de ouro do Paraná
Quando o colono chegou
Machado na mata ecoou

Arados a terra rasgou


Sementes lançadas no chão
Fruto então floresceu

Novo celeiro cresceu


Minha cidade nasceu
Nesta terra da promissão.

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