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História

O nome Maracás está associado ao instrumento musical maracá (cilindro oco de madeira leve
e fino cheio de pedras miúdas e tampado nas extremidades) que era usado pelos seus
primeiros habitantes, os índios Cariris. Emancipada em 1855 e elevada à categoria de cidade
em 1910.

A primeira penetração no território do município de Maracás se deu em 1659, quando bravos


bandeirantes portugueses, subindo o rio Paraguaçu e tomando o rumo da Serra geral, deram
combate aos indígenas e assentaram residência na região, povoando-a.

Precisamente no local que se ergue, atualmente, a sede municipal encontrava-se o


aldeamento principal da tribo dos maracás, índios guerreiros, valentes, persistentes na luta e
seguros no golpe. Assim eram considerados devido a um instrumento de guerra que usavam e
nunca se separavam e que consistia em um cilindro oco, de madeira leve e fina, cheio de
pedras miúdas e tapado nas duas extremidades, objeto de nome Maracás.

Em 1653, sentindo o governo da Bahia a necessidade de abertura de estradas para Camamu,


Maraú, Rio de Contas, Jacuípe, Jiquiriça e Jacobina, passou a atender aos pedidos dos
bandeirantes no sentido de irem mais para o centro em busca das férteis terras do Orobó. O
desbravamento da região, entretanto, vinha se desenrolando lentamente e com muito
sofrimento em virtude das duras lutas mantidas com os indígenas, vitoriosos na maior parte
das vezes. Resolveu, então, o governador da Bahia solicitar o auxílio e a ajuda direta dos
paulistas, tendo remetido proposta sobre o assunto às Câmaras de São Vicente e São Paulo.

Em 1671, foi reiniciada uma ação decisiva contra os selvagens, cabendo aos sertanistas Baião
Parente, Brás Rodrigues Arcão, sargento-mor Pedro Gomes e Gaspar Rodrigues. Adorno, este o
mais afamado bandeirante baiano, chefiava a luta contra os índios maracás. Derrotados os
indígenas, passaram assim os bandeirantes a ter direito sobre as terras conquistadas e sobre
os índios aprisionados. Entra também em ação, em 1673, frei Antônio da Piedade, na
catequese dos íncolas, fazendo-os abandonarem os seus primitivos hábitos e abraçarem com
interesse os trabalhos agrícolas.

Com a chegada dos bandeirantes e da fama de ser o local um ótimo pouso, com pastagens
verdejantes e terras de primeira qualidade para a agricultura, resultou o povoamento da sede
que se irradiou, mais tarde, por todo o município, além das margens dos grandes rios
Paraguaçu, de Contas e Jiquiriça.

Posteriormente, quando mais acentuado era o progresso da localidade, foi marcado um local
exato para a fixação das novas residências, tendo a Sra. Maria da Paixão doado uma légua
quadrada de sua fazenda denominada Água Fria para a edificação de uma capela sob a
invocação de Nossa Senhora das graças, surgindo, definitivamente, neste ponto, a atual cidade
de Maracás.

A capela foi elevada à categoria de freguesia pela desde 25 de maio de 1842. A partir desta
data já apresentava condições excepcionais de capacidade para a vida política e para a
autonomia administrativa.

Em 19 de abril de 1855, foi criado o município de Maracás com território desmembrado do de


Santa Isabel do Paraguaçu, atualmente Mucugê, ocorrendo sua instalação a 05 de janeiro de
1856.
Em 13 de agosto de 1880, criou no município o distrito de Jequié, em, de 10 de julho de 1887,
foi desmembrado e elevado à categoria de vila e município.

Em 25 de agosto de 1898, foi criado o distrito de Machado Portela, em 28 de junho de 1899,


foi desmembrado e elevado à categoria de vila e município. Em 28 de agosto de 1901, o
município de Machado Portela voltando a condição de distrito de Maracás. No Decreto
estadual de 18 de setembro de 1901, diz também respeito à extinção do referido município.
Em 30 de julho de 1910, a sede municipal recebeu foros de cidade.

O município de Maracás, na divisão administrativa do Brasil, concernente ao ano de 1911, é


formado pelos distritos de Maracás e Machado Portela e na relativa a 1933 aparece acrescido
de mais um distrito, o de Serra da Boa Vista.

Segundo as divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de


1937 em 30 de março de 1938; Maracás se divide em cinco distritos: Maracás, Machado
Portela, Tamburi, Três Morros e Barra da Boa Vista (ex-Serra da Boa Vista).

No quadro em vigor no qüinqüênio 1939-1943, em, de 30 de novembro de 1938, o município


figura com a seguinte constituição distrital: Maracás, Juraci (ex-Machado Portela), Tamburi,
Três Morros e Vista Alegre (ex-Serra da Boa Vista).

Em 31 de dezembro de 1943, para vigorar no período de 1944-1948, e retificado em 01 de


junho de 1994, Maracás permanece composto de 5 distritos: o da sede e os de Ibitiguira (ex-
Vista Alegre), Juraci, Tamburi e Três Morros. Presentemente, o município está formado apenas
pelo distrito sede: Maracás; e pelos seguintes povoados: Cachoeirinha, Caldeirão dos
Mirandas, Capivaras, Gavião, Pé de Serra e Porto Alegre.

Cultura

Quanto às festividades da comunidade, algumas são de cunho religioso, como as Festas dos
Padroeiros da sede (Nossa Senhora das Graças e São Roque) e festas de padroeiros em alguns
povoados, sendo inclusive feriado municipal o dia 27 de novembro, dedicado à padroeira,
como também, o 19 de abril, no qual se comemora o aniversário da cidade.

No povoado de Porto Alegre, algumas datas comemorativas são marcantes: a Festa de São
Sebastião que ocorre no dia 20 de janeiro e a Festa do Pimentão no mês de novembro.

As festas juninas também têm forte tradição no município, embora tenham perdido algumas
características. Assim, percebe-se que alguns costumes estão desaparecendo, como acender
fogueira (questão ambiental), levantar o ramo, visitação às casas das pessoas para celebração
e confraternização, bebendo licor e comendo iguarias juninas.

Com seu já tradicional tema São João Quente na Terra do Frio, o município de Maracás, realiza
os festejos juninos, que acontece na Praça Rui Barbosa, que, nesta época, muda o nome para
Praça do Forró. Ornamentada com motivos juninos, como bandeirolas e balões, o espaço
ganha uma decoração que se espalha por algumas ruas centrais da cidade, além de
barraquinhas de comidas e bebidas típicas da época junina.
Economia

A sua base econômica é predominantemente, a pecuária bovina extensiva de corte, com um


giro de aproximadamente quinhentas cabeças/mês. Além disso, o município conta com uma
grande jazida de vanádio, que começou a ser extraída em 2014, na qual contribuirá para a
economia local.

Existe ainda o tradicional cultivo de flores para exportação, facilitado principalmente pelo
clima da região. Desde 2003 o cultivo é fomentado pelo Governo do Estado da Bahia pelo
programa de Flores da Bahia.

Complementando sua base econômica, destaca-se a mandioca, o mel, o feijão, o milho,


tomate, pimentão, melancia, maracujá e outras culturas além de sazonalmente, o café e o
extrativismo de umbu. Grandes plantações de eucaliptos para produção de carvão vegetal se
estendem por algumas áreas no entorno da cidade.

Um tímido comércio, aposentadorias, programas assistenciais federais e funcionalismo público


complementam a renda do município.

Vegetação

A vegetação nativa dominante é a caatinga, com predominância de arbustos e árvores de


pequeno porte. Na seca, apresentam sucessão de ramos, gravetos e troncos secos, espinhosos
e agrestes. Os tipos de vegetação naturais mais típicos são: Savana Estépica Florestada, Savana
Estépica Arborizada e Savana Estépica em Regeneração (RIMA, p. 81-82).

A região de Maracás é berço de variada espécie de mamíferos, que vai desde animais de
pequeno porte, como roedores, até de grande porte como suçuaranas. A fauna de répteis é
bastante rica, com presença de quelônios e serpentes. Quanto às aves, é um dos grupos mais
representativos, sendo encontradas associadas aos vários aspectos da vegetação (RIMA, p. -
82-86).

Conforme os dados do RIMA/2009, a evolução das formas de relevo na região está relacionada
com o entalhamento das superfícies pediplanadas, sob a influência de alterações de níveis de
base regionais, moldados por uma sucessão de ciclos erosivos. A unidade mais antiga e mais
elevada da área corresponde ao planalto de Maracás, com altitudes variáveis entre 900 a
1100m.

Suas terras são banhadas pelos rios de Contas, Jacaré, Palma e do Rio Jequiriçá. Os limites do
município são: Marcionílio Souza, Planaltino, Lajedo do Tabocal, Lafaite Coutinho, Jequié,
Manoel Vitorino e Iramaia.

Clima

De acordo com o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA/2009) o clima é classificado como


semi-árido. Tanto a estação seca quanto a chuvosa não são muito bem definidas na região. O
período em que ocorrem mais chuvas é durante o mês de dezembro, com precipitações
superiores a 90 mm. Nos meses de dezembro a março, são registradas as maiores
temperaturas médias anuais, mas não ultrapassam a casa dos 22,3°C. O quadrimestre de maio
a agosto é o mais representativo do inverno na região, com temperaturas médias de 18°C. A
umidade relativa do ar apresenta baixa variabilidade anual, e a nebulosidade permanece
estável durante todo o ano.

Maracás possui um clima tropical de altitude e é classificado na escala climática internacional


de Köppen como Cwb, por apresentar um verão úmido e fresco causados pelas chuvas de
verão e frentes frias vindas do sul do Brasil e invernos relativamente frios e mais secos.
Maracás tem um clima Clima Oceânico, tipo Cwb criado por sua elevada altitude e sua posição
no agreste baiano que leva a cidade a receber, ainda uma influência marítima, das massas
nebulares vindas do oceano atlântico e das massas polares oceânicas advindas do Brasil
meridional.

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