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Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Educação - FE

Disciplina: Avaliação Escolar Semestre: 1/2023


Professora: Maria Emília Gonzaga
Aluno: Luís Filipe de Sousa Moreira - 202004309

Resumo sobre os capítulos 6 e 7 do livro “Avaliação das aprendizagens, sua relação com
o papel social da escola” e considerações gerais sobre a matéria de avaliação

A respeito das considerações postuladas no capítulo 6 do livro “Avaliação das


aprendizagens, sua relação com o papel social da escola” (FERNANDES, Claudia de O.,
2014), é contemplada a proposta de uma abordagem avaliativa emancipatória no processo de
ensino, especialmente na alfabetização, que valoriza a ampliação de saberes, a autoria das
crianças e o caráter dialógico e coletivo do processo. Os autores destacam a importância da
reflexão crítica do professor sobre sua prática, buscando compreender os obstáculos e as
potencialidades. É enfatizado a necessidade de superar as práticas lineares e a monocultura de
saber e tempo presentes nas escolas, repensando a concepção de aprendizagem e avaliação.
A avaliação é vista como um momento de aprendizagem, compartilhamento e
ampliação de saberes, que valoriza a inclusão, o diálogo, a autonomia e a participação. É
destacada a importância de uma prática avaliativa que esteja em constante interrogação e
responsabilidade com o coletivo, rompendo com o modelo vertical de ensino.
O texto ressalta a necessidade de refinar o olhar para o aluno, considerando-o como
um sujeito atuante na construção do conhecimento. A avaliação é entendida como
autoavaliação, revelando não apenas o processo de aprendizagem do aluno, mas também a
validade da prática pedagógica. A alteridade e o imprevisível devem ser valorizados na
avaliação, reconhecendo a presença do outro e sua contribuição e importância.
No capítulo 7, é abordado sobre a participação das crianças no processo de avaliar o
aprender-ensinar a ler e escrever e os desafios que isso representa para a prática pedagógica.
Os autores problematizam a falta de participação das crianças na sala de aula, na avaliação e
na tomada de decisões sobre o que discutir, pesquisar, estudar, ler e escrever.
É postulado que muitas vezes, os saberes e modos de aprendizagem das crianças não
são reconhecidos nem legitimados no ambiente escolar. É discutido sobre o conceito de
decolonialidade como uma forma de descentralizar o poder das relações cotidianas, dando voz
às crianças subalternizadas e silenciadas. Reconhecer os desejos, a curiosidade e os saberes
construídos e ampliados por meio da interação com os outros é fundamental para criar um
ambiente autônomo de aprendizagem. O diálogo e a roda de conversa são ferramentas
importantes para possibilitar essa participação ativa das crianças.
Um relato de uma professora é apresentado como exemplo, mostrando que não é
necessário temer a desordem ou ter controle total sobre o processo de aprendizagem. Ao
mediar e permitir que os alunos cheguem a conclusões por si próprios, ensinando
mutualmente, a professora promove a autonomia e o protagonismo dos alunos.
Para que as crianças sejam protagonistas, é importante compartilhar o todo, ou seja,
envolvê-las nas decisões sobre a agenda diária, permitindo sugestões e discordâncias. No
entanto, o maior desafio é acreditar que os alunos são capazes de discutir seu próprio processo
de aprendizagem e de se autoavaliar. É necessário reconhecer as realidades específicas das
crianças e seus pontos de vista.
Temos como destaque também a importância de acolher as narrativas infantis e
compreender suas formas singulares de ver e compreender o mundo. Os desafios enfrentados
pelos alunos, como a impossibilidade de frequentar a escola, precisam ser encarados pelos
professores para que intervenções adequadas possam ser feitas. O saber e o não saber, o
conhecer e o desconhecer, não devem ser usados para rotular ou agrupar os indivíduos, mas
sim como uma oportunidade de aprendizado contínuo e reconhecimento de que sempre há
mais a aprender. Mesmo dando voz às crianças, é importante ouvi-las de fato e legitimar suas
opiniões. Isso requer abrir mão de certezas e seguranças, permitindo que as crianças nos
ensinem.
Realizei a escolha desses capítulos para uma síntese, pois foram os capítulos que mais
gostei e considerei importante frente as considerações e conceituações discutidas durante a
matéria de avaliação escolar. As abordagens discutidas se coligaram de forma coesa e plena,
enfatizando a importância não só da avaliação formativa e processual, mas também das
vertentes pedagógicos para a contemplação da aprendizagem por meio dos alunos e do olhar
atento do professor frente as necessidades que surgem durante o processo.
Ademais, pude entender o quão fundamental é promover a participação ativa das
crianças no processo de avaliação e ensino-aprendizagem, reconhecendo seus saberes, desejos
e perspectivas. Percebi que para isso, devemos utilizar-nos do diálogo sincero para podermos
alcançar os saberes das infâncias e das aprendizagens, trazendo a importante perspectiva da
valorização das narrativas infantis e da abertura para aprender com as crianças.

Referências
FERNANDES, Claudia de O. (org.) Avaliação das aprendizagens, sua relação com o papel
social da escola. São Paulo: Cortez, 2014.

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