Você está na página 1de 33

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS


PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ESTRUTURAS

ANÁLISE NÃO-LINEAR DE ESTRUTURAS

NOTAS DE AULAS

Capítulo IV (Teoria Geral da Plasticidade)

Sergio Persival Baroncini Proença

Prof.Titular

São Carlos, Maio de 2012.


Teoria Geral da Plasticidade 1
Autor: Sergio P.B. Proença

1. - Modelo elasto-plástico multiaxial

O modelo elasto-plástico multiaxial tem sua formulação fundamentada


numa generalização do caso uniaxial. As grandezas envolvidas: tensão,
deformação e variáveis associadas ao tipo de encruamento, essencialmente
escalares no modelo uniaxial, passam a apresentar dimensões vetoriais ou
tensoriais no caso multiaxial. Mais especificamente, na generalização
aparecem o tensor de tensão T, o tensor de deformação ε e o vetor p dos
parâmetros de encruamento.
O vetor p tem um número m de componentes que depende do modelo
de encruamento adotado (por exemplo, m = 1 se o modelo é de encruamento
isótropo, ou m = 2 se é misto). As componentes desse vetor são funções do
tensor de deformação plástica, ou de uma medida a ele associada, e podem
incluir parâmetros de encruamento como H (cinemático) e K (isótropo) do
caso unidimensional. Essa dependência fica indicada como:
p  p ( p ; H , K ) .
Assim, analogamente ao modelo uniaxial, estabelecem-se na
generalização:

- uma decomposição aditiva para o tensor das deformações totais;


- um critério de plastificação;
- uma lei de evolução do tensor de deformações plásticas;
- uma lei de evolução do vetor de encruamento.

 A decomposição aditiva do tensor de deformações em uma parcela elástica


e em outra plástica é indicada por:

=e+p (  ij   ije   ijp ) c / i, j  1,2,3 (1)

Entretanto, para se formular matematicamente o modelo constitutivo


em forma exata, levando-se em conta o seu caráter intrinsecamente não-
linear, emprega-se uma decomposição aditiva em taxas:    e   p ,
representando a resposta imediata do meio em termos de deformação.
O tensor de tensões passa a ser dado por T = C  e ou, em termos de
taxas: T  C e . Nesta relação, C é o tensor constitutivo elástico de rigidez,
de quarta ordem, definido por: C   (I I )  2 II , onde II representa o
tensor identidade de quarta ordem,  e  são as constantes de Lamè.

 O critério de plastificação é definido por uma função f de valor escalar tal


que:
f(T, p)  0 (2)
Teoria Geral da Plasticidade 2
Autor: Sergio P.B. Proença

Para cada nível de encruamento, caracterizado por determinados


valores das componentes do vetor p, aos pares (T, p) podem ser associados
geometricamente a pontos no espaço das tensões. Em particular, para dado p,
aos estados de tensão que verificam o critério com a igualdade correspondem
pontos contidos numa superfície naquele espaço, decorrendo daí uma
interpretação geométrica para a relação (2). Assim, no espaço das tensões a
região interior à superfície identifica o ‘domínio elástico’; já a região exterior
é inacessível, a menos que se processe evolução nas deformações plásticas
alterando o nível de encruamento.
Segue também, daquela interpretação geométrica, que o encruamento
fica descrito pela lei de evolução adotada para p, implicando
geometricamente em mudança de dimensão ou posição da superfície limite
no espaço das tensões.

 A lei de evolução das deformações plásticas, ou lei de plastificação, é


expressa na seguinte forma:

 p   r (T , p) (3)

sendo   0 um escalar e r um tensor que estabelece a “direção” do fluxo


plástico no espaço das deformações.

 A lei de evolução do vetor p é dada por:

p   h(T , p) (4)

onde h é um vetor que define uma “direção” ao vetor de encruamento. O


sinal negativo é adotado por conveniência, conforme será destacado mais
adiante nos desenvolvimentos algébricos.

Nas relações anteriores   0 é um escalar que fica determinado a


partir das condições gerais de complementaridade e de consistência, que
caracterizam a irreversibilidade do processo que envolve evolução das
deformações plásticas. A condição de complementaridade se escreve como:

  0 f 0  f  0 (5)

Por sua vez, a condição de consistência escreve-se como:

se f  0 então f  0 e  f  0 (6)
Teoria Geral da Plasticidade 3
Autor: Sergio P.B. Proença

As condições anteriores envolvem as seguintes possibilidades:

a) se o par {T, p} for tal que: f (T, p) < 0, então, da condição  f  0 conclui-
se que   0 , de modo que  p  0 e p  0. Assim, de T  C(   p ) resulta:
T  C  C e , ou seja, a resposta imediata é totalmente elástica. A
irreversibilidade fica implícita, pois na medida em que  p  0 , a deformação
plástica acumulada anteriormente não se altera.

b) se {T, p} for tal que f (T, p) = 0, então, da condição de complementaridade


conclui-se que:   0 . Com o auxílio da condição de consistência (  f  0 )
decorrem as seguintes possibilidades:

b.1) se: f (T , p)  0 segue que   0 e, portanto,  p  0 ; p  0 . Conclui-


se que a resposta imediata corresponde a um descarregamento
elástico.
b.2) se: f (T , p)  0 então  pode ser positivo ou nulo. Se   0 e, por
conseqüência,  p  0 e p  0 , configura-se uma situação dita de
carregamento plástico. Se   0 caracteriza-se o carregamento
neutro, no qual é possível se manter sobre a superfície de
plastificação sem que haja variação na deformação plástica1.

Obs.: do mesmo modo como no caso uniaxial, exclui-se a possibilidade


f (T , p)  0 , a qual poderia conduzir a uma situação inconsistente com a
exigência de f (T , p)  0 .

Uma expressão para  pode ser obtida da relação para f :

f  f T .T  f p . p  f T .C (   p ) f p . p (7)

Como   0 somente é possível se f  0 resultam:

fT . C  fT . Cr  f p .  h  0 ou fT . C  ( fT . C r  f p . h)  0 (8)

Admita-se neste ponto que ( fT . C r  f p . h)  0 . O significado e a


validade dessa hipótese serão discutidos mais adiante. Então:

1
No caso unidimensional esta possibilidade não existe.
Teoria Geral da Plasticidade 4
Autor: Sergio P.B. Proença

fT . C
  (9)
( fT . C r  f p . h)

Para que resulte   0 , é necessário que fT . C  0. A essa condição


pode-se dar uma interpretação geométrica no espaço das tensões,
observando-se o seguinte desenvolvimento:
Em primeiro lugar, fT representa o vetor normal à superfície de
plastificação, conforme ilustra a Figura 1. De fato, considerem-se estados
T  dT , p e T , p tais que f T  dT , p   0 e f T , p   0 . fT
Então:
f=0 dT
f T  d T , p   f T , p   fT . d T ou fT . d T  0 . (T,p)
(T+dT,p)

Figura 1 - Normal à superfície

A condição anterior é verificada para fT ortogonal a dT, se dT  0.


Tendo-se em vista a interpretação dada a fT, resulta que fT .C  0
implica em um ângulo entre fT e C menor ou igual a 90o (Figura 2).
Cέ 90o
fT

(T,p)
E

E

Figura 2 - Interpretação geométrica de C 

Por outro lado, com a expressão para  é possível escrever  p e p :

( fT . C) r (r  C fT )
 p    (10)
( fT . C r  f p . h) ( fT . C r  f p . h)

( fT . C) h
p   (11)
( fT . C r  f p . h)
Teoria Geral da Plasticidade 5
Autor: Sergio P.B. Proença

Além disso, considerando-se que T  C(   p ) resulta T  C ep  onde


Cep é o tensor de quarta ordem dos módulos elasto-plásticos de rigidez
tangente, dado por:

C se   0

C ep   (C r  C fT ) se   0 (12)
 C 
 ( fT . C r  f p . h)

Nota-se pelo produto tensorial que aparece em sua definição, que Cep
não é, em geral, simétrico para um r arbitrário. A simetria é recuperada
quando r = fT e a adoção desta hipótese denomina-se: associatividade. A
associatividade também implica na chamada regra da normalidade, pois o
tensor taxa de deformação plástica passa a ter a direção da normal à
superfície de plastificação (  p   fT ).

Obs.: no caso da plasticidade perfeita ( h = 0) e valendo a lei associativa, a


hipótese ( fT . C r  f p . h)  0 é sempre verificada, tendo-se em vista que o
tensor C é positivo definido. Essa mesma hipótese é verificada no caso geral
se a associatividade for estendida ao encruamento positivo, isto é: h = D fp
onde D ( 0) é uma matriz que reúne os módulos plásticos de encruamento.

Em resumo, o modelo constitutivo elasto-plástico generalizado pode


ser escrito na forma que segue.

i. Relação tensão-deformação elástica:

T  C(   p ) (13)

ii. Critério de plastificação:

f T , p   0 (14)

iii. Leis de plastificação e de encruamento:

 p   r (T , p)
(15 a,b)
p   h (T , p)

Para o caso particular de leis associativas:


Teoria Geral da Plasticidade 6
Autor: Sergio P.B. Proença

 p   fT (T , p) ( normalidade ) (16 a,b)

p   D f p (T , p)

sendo D a matriz dos módulos plásticos de encruamento.

iv. Condição de complementaridade:

f  0,   0 f   0 (17)

v. Condição de consistência:

se f  0 então f  0, f   0 (18)

Neste ponto é interessante testar o modelo generalizado no sentido de


verificar se o mesmo engloba o caso unidimensional.
p 
Seja então p um vetor de duas componentes p   1  e o critério de
 p2 
plastificação dado por: f (, p) =  + p2  - y + p1  0 .
As funções r(, p) e h(, p) são definidas a partir de uma lei
associativa, isto é:

r (, p) = f (, p) = sign ( + p2)

K 0  1 
h ( , p )  D f p     
0 H   sign(  p2 ) 

Portanto, as leis de evolução das deformações plásticas e de


encruamento passam a ser:

 p   fT ( , p)   sign (  p2 )

 K 
p    D f p    
 H sign(  p2 ) 

No caso de   0 :
Teoria Geral da Plasticidade 7
Autor: Sergio P.B. Proença

f .C 
 
( f .C r  f p . h )
sign (  p2 ) E 

 K 
sign (  p2 ) E sign (  p2 )   1 sign (  p2 )   
 H sign (  p2 ) 

sign (  p2 ) E 
  
(E  H  K )

O tensor dos módulos elasto-plásticos de rigidez tangente passa a ser:

E sign (  p2 ) E sign (  p2 ) E(H  K )


se   0 E ep  E  
(E  H  K ) (E  H  K )

Assim,   E ep  onde:

E se   0

E   E(H  K )
ep

 (E  H  K ) se   0

No caso unidimensional é possível obter uma interpretação para a


hipótese ( f T .C r  f p .h)  0 (Figura 3).

Eep > 0
Nessa situação particular, a
hipótese é dada por E + H + K > 0, Eep = 0
ou ainda, como E > 0, H + K > -E.
Desse modo é possível admitir-se que Eep < 0
H+K assuma valores negativos.
Eep  -∞


zona de Eep não
admissível

Figura 3 - Interpretação para Eep

Assim, o modelo descrito pode contemplar encruamento negativo


(“softening”), pois se ( H+K ) < 0  Eep < 0 (no limite se H+K  -E 
Eep  - ).
Teoria Geral da Plasticidade 8
Autor: Sergio P.B. Proença

A restrição acima é mais fraca do que a imposta pela formulação


clássica, baseada no primeiro postulado de Drucker, como condição
suficiente para existência de solução do problema da análise elasto-plástica.
Segundo aquele postulado, o modelo constitutivo deve ser tal que    0,
condição que para   0 se traduz em E   0 ou E  0 . Como
ep 2 ep

E ( H  K)
E ep  e sendo E > 0, resulta que H + K  0, o que exclui a
(E  H  K )
possibilidade de encruamento negativo.

1.1- Elasto-plasticidade Perfeita

O modelo generalizado descrito permite recuperar as equações do


clássico modelo elasto-plástico perfeito de Prandtl-Reuss, empregando-se as
seguintes hipóteses:

i. Material isótropo e relação linear entre o tensor de tensões e o de


deformações elásticas
ii. Critério de plastificação representado pelo critério de Mises e escrito na
2
forma: f  2J 2  t  0
3
Obs.: esta forma pode ser obtida a partir de 3 J 2   t .

iii. Associatividade na lei de evolução do tensor de deformações plásticas


iv. Encruamento nulo (h = 0).

Da primeira hipótese segue que o tensor dos módulos elásticos de


rigidez é o mesmo dado por C   (I I )  2 II , onde II representa o tensor
identidade de quarta ordem,  e  constantes de Lamè.
Por sua vez o critério de plastificação pode ser escrito em função do
tensor de tensões. De fato, considerando-se que

 trT 
2
1 
  (trT ) 2  T
2
J2 (19)
3 2  

2
T 1
ou J2   (trT ) 2
2 6

o critério de plastificação resulta:


Teoria Geral da Plasticidade 9
Autor: Sergio P.B. Proença

1 2
f   (trT ) 2  t  0
2
T (20)
3 3

Da terceira hipótese segue que:

1
T  (trT ) I
 p   fT   3
1
T  (trT ) 2
2
(21)
3
S
    N
S

sendo S a parte desviadora do tensor de tensões.


A determinação de  resulta da particularização da relação geral,
levando-se em conta as hipóteses feitas. Assim sendo, valem,
sucessivamente:

fT .C
 
fT . C fT

fT .C   fT .  ( I  I )  2  II    ( tr  ) ( fT . I )  2  fT .  2  fT .

pois fT . I  tr fT  0 .

fT .C fT  fT .   ( I  I )  2  II  fT  2  fT . fT  2  fT  2
2

pois fT  1    fT . 

Complementa-se o modelo com:

 p   fT  ( fT .) fT  ( fT  fT )  ( N  N ) (22)

T  C (   p )  C   C ( N  N )  se   0 (23)

ou

T  C ep  (24)

sendo
Teoria Geral da Plasticidade 10
Autor: Sergio P.B. Proença

 C se   0
C ep   (25)
C ( II  N  N )   ( I  I )  2  ( II  N  N ) se   0

Obs.: as constantes de Lamé se relacionam com o módulo de


compressibilidade volúmico k pela relação:

2
 k  (26)
3

Além disso:

 ( 2   3 ) 9k  (3k  2  )
E  ;  
 (3k   ) 2(    ) ( 6 k  2  )

E E1    E
 ;   2  ; = . (27)
1   1  2  1   1  2  21 + 

Uma análise da relação para  p no modelo em questão leva às


seguintes conclusões:

. A taxa de deformação plástica depende do valor total atual da parte


desviadora do estado de tensão.

.. As direções principais de tensor taxa de deformação plástica coincidem


com as direções principais de tensor de tensões  p  ( N  N )    N  N .

 1 
... Como tr T  ( trT ) I   0 resulta que tr  p  0 (1p  2p  3p  0) ou
 3 
seja, a plastificação não causa variação volúmica.

Considerem-se em seguida dois casos particulares que permitem


ilustrar as conclusões anteriores.

Caso a) trata-se de um estado de deformação uniaxial (Figura 4).


Teoria Geral da Plasticidade 11
Autor: Sergio P.B. Proença

 2 
 3 1 
1    1 1
  1  1  
   0  e    (tr ) I   1  I  1 2
0 3  3  1
   1  
 3 1 
2

 
tr   1
Figura 4 - Deformação uniaxial

 1 
   1  2 2 2
   2  m   s1   1   m  ( 1   2 )
  3 3
 2
1
s2   2   m   ( 1   2 )  s3
3

 2 
 ( 1   2 ) 
 31 
  2
S   ( 1   2 ) S  S .S  ( 1   2 )
 3  3
 (   )
1
 3 1 2


. Resposta em regime elástico

  C  C   ( I  I )  2 II

C    ( I  I )   2  II    (.I ) I  2  

    (tr ) I  2  

2
Sendo   k   , resulta a taxa de tensão expressa em partes
3
volúmica e desviadora:

 (tr ) 
  k (tr ) I  2   I
 3 
 k ( tr  ) I  2  e
Assim:
Teoria Geral da Plasticidade 12
Autor: Sergio P.B. Proença

4
   ( k   ) 1
2 1 
 1
3
1  1  3 
    1  2
 2   k 1 1  2   3 1    2  (k   ) 1
  1   3
 3   1 3 1  2
 3  (k   ) 1
3

I1
Observa-se que: 1   2   3  3 k 1  1  .
3k

Resultam ainda:

4 I1  3 k  4   I1 2 
1  ( k   )   ; 1   2  2  1  I1
3 3k  3  3k 3k

Por sua vez, o critério de plastificação f  S  R é dado por:

2 2
f  ( 1   2 )  R (R  t)
3 3

No regime elástico a relação constitutiva é diretamente integrável,


obtendo-se:

4 2
 1  ( k   ) 1 e 2  (k  ) 1   1   2  2 1
3 3

Desse modo, no limite com f  0 :

t
1   2   t ou 2 1   t  1 
2

Substituindo-se este resultado na relação de  1 , resultam:

1 (3k  4  )
 1  (3k  4  ) 1  t
3 6

ou
Teoria Geral da Plasticidade 13
Autor: Sergio P.B. Proença

(3 k  4  )
1  t
6
(3k  2  )
2  3  t
6
1   2   t

. Resposta elasto-plástica

  C ep      ( I  I )  2 ( II  N  N )  
 1 
   k ( I  I )  2  ( II  I  I  N  N )  
 3 
2
  k ( . I ) I  2 II    (. I ) I  2 (. N ) N
3

S
Lembrando que N  e que neste regime S  R , resulta:
S

2
  k (tr  ) I  2  e  ( . S ) S
R2

No caso particular em estudo:

1  2 31   2 3( 1   2 ) 


   2  2  
  k 1 1  2 1 31   2 ( 1   2 ) 1 1 3( 1   2 ) 
1 1 3  R 3 1 3(   ) 
  1  1 2 

2
ou, substituindo-se a expressão R 2   1   2  :
2

1

  k 1 1  1  k 1 ;  2  k 1 ;  3  k 1
1


Analogamente ao regime elástico, observa-se que:

I1
1   2   3  3 k 1 ou  k 1
3
Teoria Geral da Plasticidade 14
Autor: Sergio P.B. Proença

Observa-se, finalmente, que 1   2  0 (a tensão de cisalhamento


máxima permanece invariável) e que, em função da relação ( , ) resultante,
é possível se manter sobre a superfície de plastificação somando um estado
hidrostático. É interessante comparar este resultado, por exemplo, com o caso
da tração uniaxial sem confinamento, onde atingido  t o escoamento se dá
indefinidamente.
Resumo das relações de interesse deste exemplo (Figura 5):

- No regime elástico

1
1  (3 k  4  ) 1
3
 1   2  2 1
2
1   2  I1
k
I1
 k 1
3

- No limite elástico

(3 k  4  )
1  t ; 1   2   t
6

- No regime plástico (integrando-se as relações e impondo-se os valores


associados ao limite elástico como condições iniciais)

t (3 k  4  )
 1  k ( 1  )  t
2 6
 1   2  t
I1
 k 1
3
Teoria Geral da Plasticidade 15
Autor: Sergio P.B. Proença

1 (1-2)

tg  = k

 t
t(3K+4)/6

tg  = 2

tg  = k+(4/3)

1 1
t/2 t/2

I1/3

limite
elástico

(K/2)t
tg  = K

1

Figura 5 - Respostas constitutivas

Caso b) trata-se de um estado plano de tensão caracterizado por apresentar


uma das componentes principais de tensão nula, valendo, portanto:

1 
i   j  
m    2 
3  
 3

onde i e j assumem os índices das componentes não-nulas de acordo com o


caso específico.
O critério de Mises escrito na forma geral:

1
f  3 J 2   t2 ou [( 1   2 ) 2  ( 2   3 ) 2  ( 1   3 ) 2 ]   t2  0
2

passa a ser dado, neste caso, em que uma das tensões principais é nula, por:

 i 2   2j   i  j   t2 (uma elipse no sistema  i   j ).


Teoria Geral da Plasticidade 16
Autor: Sergio P.B. Proença

Numa primeira situação, considere-se uma compressão biaxial (Figura


6) onde a componente de tensão principal denominada de 3 é mantida
constante e igual a:
t
3   1
3

. Resposta elástica (f < 0)  t/ 3

   (tr) I  2 

Figura 6 - Compressão biaxial

1  1   1 
     
0    (tr )  1   2   2   2  3 , o que leva a:
0  1    
     3 

tr   1  2 3 .

Do mesmo sistema anterior:


 (1  2 3 )  2 3  0  3   1
2 (   )

(3k  2 )
Valem também 3   1 ou 3   1
(6k  2 )

2 
Então tr   1  1  1
2 (  ) (  )

Assim:

 (2   3  )  1 1
1   ( tr  )  2  1  1 ou 1  e 3  2 
(   ) E E

No limite elástico:
t 3 t
 
 t2 t 3 3 2 t
 
1
2
 1   t2  1   1  
3 3 2 3
Teoria Geral da Plasticidade 17
Autor: Sergio P.B. Proença

Obs.: o par  1 ,  3 no limite elástico corresponde ao ponto de extremo da


elipse representativa do critério.

. Resposta plástica

Neste caso, todo o incremento de deformação é plástico. Então:

 1p    f  1 
 f    f  
  
p
;  p   2p  ;   f  2 
   p    
 3   f  3 

f 3
 2 1   3   2   t
 1 3
f 3 t
 2 2   1   3 
2 3
f
 2 3   1   2  0  1p  2p ; 3p  0
3

Numa segunda situação (Figura 7), seja um estado de tração-


t
compressão com  3    constante. 1

3= t/ 3

Figura 7 - Tração-compressão

A resposta elástica, analisando-se a deformação, é a mesma do caso


anterior, ou seja:

 (2   3  ) 1 1
1   ( tr  )  2  1  1 ou 1  e 3  2  
(   ) E E

. Limite elástico:
Teoria Geral da Plasticidade 18
Autor: Sergio P.B. Proença

t 3 t
 
 t2 t 3 3 t
 12   1   t2  1   1    3
3 3 2 3

. Resposta plástica:

 f  f
 2  1   3  3 t ;   1   3  0
 1  2

 f
 2 1   3   3 t
 3

1p  3p e 2p  0 .

Os vetores de taxas de deformação plástica dos casos anteriores podem


ser representados no espaço das tensões, ilustrando-se a regra da
normalidade (Figura 8).
1

 p

3

 p

Figura 8 - Normalidade

2. Algoritmo de integração. Caso do encruamento isótropo linear com


critério de Mises

2.1- Condições de carregamento e de descarregamento

Para realizar a extensão do algoritmo em passo finito visto no caso


unidimensional, e composto por etapas de previsão e correção plástica, uma
Teoria Geral da Plasticidade 19
Autor: Sergio P.B. Proença

hipótese essencial é sobre a convexidade da função de plastificação. Valendo


essa hipótese, pode-se garantir que f npr1  f n 1 e, conseqüentemente, definir
condições de carregamento e de descarregamento análogas àquelas do
algoritmo unidimensional, isto é:

se f npr1  0    0 e se f npr1  0    0 .

No sentido de realizar a demonstração em questão, é importante


retomar um aspecto relativo à convexidade da função de plastificação no
caso unidimensional. Assim se a função é convexa, então:

f  1    1    2   1    f   1    f   2 

f   1     2   1    f   1 
 f   2   f  1 

Fazendo-se uso da diferenciabilidade de f segue que:

df
f   1    2   1    f   1       2  1     
d

f   2   f  1    f    2  1 

Considere-se, então, o seguinte lema:

f npr1  f n 1 onde f  f  T , p

Da convexidade de f resulta:

f f
f npr1  f n1    Tnpr1  Tn1     pnpr1  pn 1 
 Tn 1  pn 1

e levando-se em conta que:

pnpr1  pn ;
pn 1  pn   D f q ; n1

Tn1  T   C fT
pr
n 1 n 1

segue que:
Teoria Geral da Plasticidade 20
Autor: Sergio P.B. Proença

f npr1  f n 1   fT  C fT   f p  D f p
n1 n1 n 1 n1

Pelas propriedades de C e D e sendo   0 conclui-se pela validade


do lema.

Pode-se, então, propor as condições de carregamento e de


descarregamento:

. se f npr1  0    0 (passo elástico)


. se f npr1  0    0 (passo plástico)

De fato, se f npr1  0 pelo lema anterior f n1  0 e pela condição de


complementaridade:   0 ; f npr1  0 indica impossibilidade de um passo
puramente elástico, tendo-se em vista que f  T , p   0 .

2.2 – Algoritmo em passo finito

O modelo constitutivo geral pode ser expresso em forma incremental


segundo uma formulação implícita como segue:

 n1   n    n (   n   s (  un ))
 n1  C (  n1   np1 )
2
f n1  f (  n1 , n1 )  Sn1  (  t  k  n1 )
3
S n1
 np1   np    nn1 ( nn1   S n1  Sn1 nn1 )
S n1
2
 n1   n  
3

  0 ; f n1  0 ;   f n1  0

Admitindo-se conhecidos  n , n , np , n e   n num certo passo n, seja


o seguinte estado de tentativa ( previsão ):
Teoria Geral da Plasticidade 21
Autor: Sergio P.B. Proença

 npr1   n ;  np1   np
pr

 npr1  C (  n1   np )  [  ( I  I )  2  II ] (  n1   np )


  ( tr  n1 )I  2   np  2   n1

(lembrando que tr pn = 0)

tr  npr1  3  ( tr  n1 )  2  ( tr  n1 )


1 1
S npr1   npr1  tr(  npr1 )I  2  [  n1  tr(  n1 )I   np ]  2  [ en1   np ]
3 3
2
f npr1  Snpr1  (  t  k  n ) ( Snpr1  Snpr1 . Snpr1 )
3

Se f npr1  0 , o estado em tn+1 fica determinado uma vez que seja obtida
uma expressão para  (a partir da condição fn+1 = 0) e uma para nn+1. Como
se mostrará em seguida, ambas as expressões podem ser escritas em função
do estado de previsão, analogamente ao que foi feito no caso unidimensional.
Observa-se, inicialmente, que a condição fn+1 = 0 leva a:

2
Sn1  (  t  k  n1 )  0
3

ou
2 2
S n1 .nn1  (  t  k n  k  )  0
3 3

Considere-se, então, a determinação da expressão para Sn+1.

1
S n1   n1  ( tr(  n1 )I
3
 n1  [  ( I  I )  2  II ](  n1   np1 )   tr(  n1 )I  2  n1  2   np1
tr  n1  3  tr (  n1 )  2  tr  n1
Sn1  2 ( en1   np1 )  2  ( en1   np    nn1 )  Snpr1  2   nn1

Como Sn1  Sn1 nn1 , resulta:


Teoria Geral da Plasticidade 22
Autor: Sergio P.B. Proença

( Sn1  2    ) nn1  Snpr1 ,

Como Snpr1  S npr1 nnpr1


então S npr1  Sn1  2    e nnpr1  nn1

ou ainda nn+1 e Snpr1 estão alinhados.


S npr1
Decorre da relação anterior que nn1  pr .
S n1

Voltando à condição fn+1 = 0, deduz-se uma relação para :

2 2
Snpr1  2     (  t  k n  k  )  0
3 3
2 2
Snpr1  2    (  t  k n )  k    0
3 3
k f npr1
f npr1   2  ( 1 )  0  2   
3 (1 
k
)
3

Obs.: neste caso, modelo de Mises com encruamento isótropo linear, foi
possível obter uma relação explícita para . Tal não ocorre em geral para
encruamento não-linear ou outros critérios de plastificação.

Outra expressão de interesse é a do tensor elasto-plástico algorítmico


  n1
Cnep1 , determinado a partir de .
  n1
Sendo  n1  C (  n1   np1 )  C(  n1   np    nn1 ) e tendo-se em
vista que C   ( I  I )  2  II e tr(nn+1) = 0 resulta:

 n1  nn1  
 C  2(   nn1  )
 n1   n1  n1

(Obs.:  (  n )    n  n  )

k 1  f n1 k 1  Sn1
pr pr
 
2  ( 1 )  ( 1 )
  n1 3   n1 3   n1
Teoria Geral da Plasticidade 23
Autor: Sergio P.B. Proença

 Snpr1 1 1 1
 2 S pr
 2  [ II .  I  I ]  2  nn1
  n1 2 S npr1
n 1
3

S npr1
pois nn1 
S npr1

  k 1
  ( 1 ) nn1
 n1 3
 nn1  Snpr1 1  Snpr1 1  Snpr1
 ( )  pr  S pr
n 1 
  n1   n1 Sn1
pr
Sn1   n1 Snpr1
2
  n1
 nn1 1 1 2
 pr 2  ( II  I  I )  Snpr1  nn1
  n1 Sn1 3 pr 2
Sn1
1 1 2
 pr 2  ( II  I  I )  nn1  nn1
Sn1 3 Snpr1

Finalmente:

2 1 2  k 1
Cnep1  C  2  [   ( II  I  I )  ( n   n  )  ( 1  ) ( nn1  nn1 ) ]
3
n n
S npr1
1 1
3 Snpr1

1
Cnep1  C  2  n1 ( II  I  I )  2  n1 ( nn1  nn1 )
3

sendo

2 
 n1 
Snpr1

 
 1 
 n1      n1
1 k 
 3 
 

Obs.: Cnep1 tende a C ep (   C ep ) quando t  0, o que leva a   0.


Teoria Geral da Plasticidade 24
Autor: Sergio P.B. Proença

2.3- Interpretação geométrica para os algoritmos implícitos

É possível dar uma interpretação geométrica ao problema de encontrar


a solução para o modelo constitutivo no instante tn+1 segundo um
procedimento implícito.
Por simplificação seja o caso da elasto-plasticidade perfeita com lei
associativa. Nessas condições pode-se demonstrar que n+1 corresponde à
projeção do ponto representativo do estado de tentativa  npr1 sobre a
superfície do critério de plastificação, segundo a menor distância definida no
espaço das tensões.
De fato, considere-se o seguinte problema:

1 2
 n1  min [  npr1   C 1
]
 E  2
t..q. f   n1   0

onde  C 1
  .C 1 é denominada de norma energia.

O problema de programação matemática apresentado tem para


lagrangiano e condições de otimalidade as seguintes expressões:

1 2
 (  ,  )   npr1      f n1
2 C 1

  f n1
 C 1 (  npr1   )    0
 


 np1   np

ou    npr1  C (  np1   np )  C (  n1   np1 )


 f n1  0
 
   0   f n1  0

Observe-se que as condições de otimalidade correspondem às


equações do modelo constitutivo.
A interpretação proposta de projeção segundo a menor distância é
também válida no caso da elasto-plasticidade com encruamento. Essa mesma
Teoria Geral da Plasticidade 25
Autor: Sergio P.B. Proença

interpretação corresponde geometricamente a afirmar que a projeção de  npr1


se dá segundo a normal à superfície na posição atual (nn+1) (Figura 9).

prn+1

nn+1

n n+1

E

Figura 9 - Projeção sobre a superfície do critério

No caso estudado anteriormente de encruamento linear e critério de


Mises, a representação geométrica pode ser feita no espaço das tensões
desviadoras, onde o critério coincide com uma “hiper-esfera” ( S  R  0 )
e, além disso, a projeção é ‘radial’ (Figura 10).

Sprn+1

nn+1
Sn+1

Sn n+1

n

Figura 10 - Projeção radial

Como comentário adicional, vale observar que nos procedimentos


explícitos a projeção de  npr1 se dá segundo a normal (nn) à superfície em tn
(Figura 11).
Teoria Geral da Plasticidade 26
Autor: Sergio P.B. Proença

Figura 11 - Interpretação geométrica da projeção do estado de tensão

Para que a solução do procedimento explícito se aproxime daquela


obtida com o implícito, o passo incremental deve ser pequeno ou então  npr1
pode ser dividido em n partes. Neste caso cada parte é projetada segundo
uma normal atualizada na parte anterior, conforme indica a Figura 12.

Figura 12 - Interpretação geométrica da projeção do estado de tensão

3. Algoritmo para verificação em passo finito do modelo constitutivo


elasto-plástico com encruamento isótropo não-linear

O encruamento isótropo não-linear aqui considerado consiste da


sobreposição do caso linear com uma lei de encruamento exponencial, de
modo que o critério de von Mises passa a ser escrito na forma:

2
f  S  K(  ) c/ K(  )   t  k   (     t )( 1  e  ) (28)
3
Teoria Geral da Plasticidade 27
Autor: Sergio P.B. Proença

Adotando-se, por exemplo:  t  450;    750;   20; k  200 ,


obtêm-se as seguintes representações para K ( ) , considerando-se os casos
particulares de encruamento puramente linear, exponencial e a sobreposição
ilustrados na Figura 13:
1000 1000

900 900

800 800

700 700

600 600

500 500

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5

1000

900

800

700

600

500

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5

Figura 13 - Encruamentos linear, exponencial e misto

A dificuldade introduzida pelo encruamento não-linear está no cálculo


do parâmetro  quando da integração do modelo constitutivo em passo
finito, que agora não mais pode ser feito com uma expressão fechada.

f npr1
Obs: no caso de encruamento linear:    (29)
k
2  (1  )
3

Tendo-se em vista que os estados de tensão e deformação são


conhecidos na iteração n e se deseja atualizá-los na iteração n+1 para dado
 n , o modelo elastoplástico escrito em forma incremental assume o
seguinte aspecto:

 n 1   n    n
(30 a,b)
Tn1  C (  n1   np1 )
Teoria Geral da Plasticidade 28
Autor: Sergio P.B. Proença

2
f n 1  f ( Tn 1 , n1 )  Sn 1  (  t  k  n1  (     t )( 1  e  )) (31)
n1

S n1
 np1   np    nn1 ( nn 1  ) (32)
S n1
2
 n 1   n   (33)
3

1 E
Obs: S  T  ( trT )I ;  ;  t ,   ,  e k são parâmetros do
3 2 1   
material.

Passo de previsão do estado em n+1:

 npr1   n ;  np1   np
pr
(34 a,b)

Tnpr1  C (  n 1   np )  [  ( I  I )  2  II ] (  n1   np )
(35)
  ( tr  n 1 )I  2   np  2   n1

1
S npr1  Tnpr1  tr ( Tnpr1 )I (36)
3

S npr1  S npr1 . S npr1 (37)

2
f npr1  S npr1  (  t  k  n  (     t )( 1  e  )) n
(38)
3

Se f npr1  0 , a solução em (n+1) fica determinada pelo estado de


previsão; se f npr1  0 , há que se corrigir a previsão, o que implica em
determinar uma expressão para  (a partir da condição fn+1 = 0) e uma para
nn+1.
O passo de correção pressupõe que o critério de plastificação seja
atendido de tal forma que:

2
f n1  S n 1  (  t  k  n 1  (     t )( 1  e  ))  0 n1
(39)
3
Teoria Geral da Plasticidade 29
Autor: Sergio P.B. Proença

2
Como:  n 1   n    e S npr1  S n 1  2    , segue que:
3

f n1  S npr1  2  
2 2  (  
2
 )
(40)
 [  t  k ( n   )  (     t )( 1  e )]  0
n
3

3 3

Claramente a determinação de  exige um procedimento não-linear


unidimensional e o método de Newton constitui-se em alternativa a adotar.
Em forma implícita a última relação pode ser representada como:

f n1( )  0 (41)

Linearizando a relação em torno de um valor i (onde o índice i


agora está associado a uma iteração genérica, característica do método de
Newton), segue que:

f n 1(i  i )  f n 1(i )  f n1 i  0 (42)

A variação f n1 i pode ser calculada pela conhecida definição:

d f n 1(i   i )
f n1 i  (43)
d
 0

Aplicando-se a definição, determina-se para f n1  i a seguinte


relação:

 2  (  
2
i ) 
f n1  i   2   [ k  (     t )( e  )]  i
n
3
(44)
 3 

Substituindo-se este resultado na forma linearizada, obtém-se uma


relação para o cálculo do incremento sobre a estimativa inicial para i :

f n 1( i )
 i  (45)
 2  (  
2
i ) 
2   [ k  (     t )( e  )] 
n
3

 3 
Teoria Geral da Plasticidade 30
Autor: Sergio P.B. Proença

É importante observar que na iteração inicial, pode-se tomar 0  0 , e


a relação acima assume a forma:

f n 1( 0 )
0  (46)
 2 
2   [ k  (     t )( e  )] 
  n

 3 

Nota-se que:

2
f n1( 0 )  f npr1  S npr1  (  t  k  n  (     t )( 1  e  ))
n

E ainda, no caso particular em que se queira considerar apenas a


parcela de encruamento linear (isto é, impondo-se     t ), recupera-se a
relação única já deduzida anteriormente para o cálculo de  :

f npr1
  (47)
k
2  (1  )
3

Como exemplo de aplicação do procedimento iterativo apresentado


acima, considere-se certo material caracterizado pelos seguintes parâmetros:

 t  450;    750;   20; k  200; 2  833, 33

Admita-se que o estado local atual seja tal que:


S pr
n 1
 500;  n  0, 01 .
O que se deseja é determinar , tal que:

f n1  S npr1  2  
2
2 2  (    )
 [  t  k ( n   )  (     t )( 1  e )]  0
n
3

3 3

A solução é encontrada mediante um procedimento iterativo de


correção de estimativas, sendo o valor nulo adotado para estimativa inicial.
Sendo i o índice da iteração, genericamente, o procedimento gera uma
seqüência:
Teoria Geral da Plasticidade 31
Autor: Sergio P.B. Proença

i 1  i   i i  0, , n

a qual converge para a solução correta com erro associado à uma tolerância
adotada.
Partindo-se do valor nulo ( 0  0 ), substituindo-se os valores
prescritos, obtém-se na primeira iteração:

2
f n1( 0 )  f npr1  S npr1  (  t  k  n  (     t )( 1  e  ))  86 ,542
n

f n1( 0 ) 86 ,542
0    0 ,0204032
 2  4241,59
2  [ k  (     t )( e  )] 
  n

 3 

1  0   0  0, 0204032

Com esta nova estimativa, testa-se o valor da função f:

2
2 2  (   1 )
f n 1  S npr1  2  1  [  t  k ( n  1 )  (     t )( 1  e
n
3
)]
3 3
 86 ,542  76,5503  9 ,99167

Segue nova estimativa:

f n 1( 1 ) 9 ,99167


1    0 ,00301535
 2  (  
2
1 )  3313,6
2   [ k  (     t )( e  )] 
n
3

 3 

2  1   1  0, 0234185

Com esta nova estimativa, testa-se o valor da função f:

2
2 2  (   2 )
f n 1  S  2  2  [  t  k ( n  2 )  (     t )( 1  e
n
pr
n 1
3
)]
3 3
 86 ,542  86,3704  0,171561

Uma ulterior estimativa resulta de:


Teoria Geral da Plasticidade 32
Autor: Sergio P.B. Proença

f n1( 2 ) 0 ,171561


2    0 ,0000536
 2  ( n 
2
2 )  3200,84
2   [ k  (     t )( e  )] 
3

 3 

3  2   2  0, 0234721

Determina-se para a função f o valor:

2
2 2  (   3 )
f n1  S  2  3  [  t  k (n  3 )  (     t )( 1  e
n
pr
n 1
3
)]
3 3
 86 ,542  86 ,542  0 ,0

Você também pode gostar