Você está na página 1de 1

1

Revelando simetrias escondidas do Modelo CFJ massivo através do formalismo Gauge Unxing
modicado
1
Cleber N. da Costa, Paulo R. F. Alves , Jorge A. Neto

Universidade Federal de Juiz de Fora-UFJF

Everton M. C. Abreu

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro-UFRRJ

1 Introdução n o ∂ G̃ n o ∂ G̃ n o ∂ G̃
3.2 Caso II (T1 como gerador de simetria)
F̃ , T̃ ≡ õ , T̃ + π̃µ , T̃ . (10) 2
O modelo Carrol-Field-Jackiw massivo trata-se de um sistema constituído ∂ F̃ ∂ A˜µ ∂ π̃µ Da equação (8) temos que
n {T1 (x), T0 (y)}
o = µ δ(x − y). Redenindo T1 , de
T1
pela combinação da teoria C.F.J. com o termo de Proca. O termo C.F.J. forma que T̃ = µ2
, logo T0 (x), T̃ (y) = δ(x − y). Usando o procedimento
Consequentemente, podemos obter uma função invariante de gauge pela
é responsável pela violação da simetria de Lorentz (V.S.L.), por conta do aplicado para o Caso I é possivel obter os campos modicados
substituição de G(F ) ⇒ G(F̃ ) = G̃(F̃ ). Considerando um sistema víncu-
background Vµ . Esse background é o possível responsável pela ocorrência de
lado, descrito por uma Hamiltoniana de segunda classe, H e dois vínculos ∂i π0
anomalias eletrodinâmicas, tal como o fenômeno de birrefrigência no vácuo. Ãi = Ai + , (25)
de segunda classe T0 e T1 . A ideia básica do formalismo G.U. está em sele- µ2
Essa teoria é parte do modelo padrão estendido, no setor de violação de si-
cionar um dos vínculos de segunda classe, e usar como gerador de simetria.
metria CPT-impar [3, 4, 1]. O modelo C.F.J. puro apresenta uma estrutura
Nesse trabalho, foram investigados dois casos: I − T0 usado como gerador de
Vk 0kil
de vínculos de primeira Classe e portanto, não é adequado para aplicação π̃i = πi −  ∂l π0 , (26)
simetria. II − T1 usado como gerador de simetria. 2µ2
do método Gauge Unxing modicado. Para a aplicação do método se faz
necessária a existência de vínculos de segunda classe [3, 4, 1], pois o método e Ã0 = A0 ,π̃0 = 0. Substituindo esses resultados na expressão (5), obtemos

consiste em converter esses vínculos de segunda em vínculos de primeira 3.1 Caso I (π0 como gerador de simetria) a Hamiltoniana invariante de gauge

classe. Para a existência dessa estrutura de vínculos foi adicionado o termo Z


(8) temos que {T0 (x), T1 (y)} = µ2 δ(x − y). T0 , 1 1
de Proca. Uma das razões para a conversão de vínculos de segunda para pri- Da equação Redenindo H̃ = dx3 (π k )2 − A0 ∂k π k + (Fjk )2
temos que T̃ = µT02 , então 2 4
meira classe, reside no fato de que esse procedimento pode revelar simetrias
escondidas [2]. n o 1 0kij µ2
T0 (x), T̃ (y) = δ(x − y). (11)  V0 Ak Fij + (A20 − A2 )
4 2

2 O modelo C.F.J. massivo As variáveis invariantes de gauge podem ser escritas como uma perturbação
das variáveis originais (A0 , Ai , π0 , πi ), numa série de potências de série de +π0 ∂i Ai +
1
(∂i π0 )2 . (27)
2µ2
No presente trabalho foi considerado a eletrodinâmica de Maxwell, com-
T1 , onde Cn são coecientes a serem determinados.
Os parênteses de Poisson fundamentais e a álgebra de primeira classe se
binada com o termo de C.F.J. (εβαρϕ V
β Aα F ρϕ ), mais o termo de Proca,
tornam
µ 2 Aα Aα , gerando a seguinte densidade lagrangeana:
Z Z Z
Ã0 = A0 + d3 yC1 (x, y)T1 (y)+ d3 yd3 zC2 (x, y, z)T1 (y)T1 (z)+..., (12) n o n o
1 1 Ã0 (x), π̃0 (y) = Ã0 (x), π̃0 (y) = 0, (28)
L = − F αν F αν − εβαρϕ V β Aα F ρϕ + µ2 Aα Aα . (1)
Dirac
4 4 os coecientes Cn na relação (12), são determinados pelo princípio variaci- n o n o
µ = ∂i δ 3 (x − y)
n o
Calculando o momento canônico π : onal e pela relação (11). A variação de T1 é δT1 =  T1 , T̃ = δ 3 (x − y), Ãi (x), Ã0 (y) = Ãi (x), Ã0 (y) (29)
Dirac
T0
1 onde T̃ = µ2
, será o gerador de simetria. Usando a propriedade de ltragem
π µ = −F 0µ − 0µαβ Vα Aβ ,
n o n o
2
(2)
da função Delta, encontramos Ãi (x), π̃i (y) = Ãi (x), π̃i (y) = δ 3 (x − y), (30)
Dirac
e obtendo o parêntese de Poisson Canônico:
δA0 n o
C1 (x) = − , (13) T̃ , T0 = 0. (31)
ν 
{Aµ (x), π (y)} = δµν δ 3 (x − y). (3)
n o n o Note que os resultados das expressões (28), (29), (30), concordam com os
Na equação (2) é fácil notar que π
0 = 0, o que nos leva ao vínculo primário,
onde δT1 (y) =  T1 (y), T̃ (x) = δ 3 (y − x) e δT1 (z) =  T1 (z), T̃ (x) = resultados obtidos fazendo uso de formalismo de Dirac para sistemas vincu-
T0 ≡ π 0 ≈ 0. (no formalismo de Dirac , o símbolo ” ≈ ” representa uma δ 3 (z − x). Para Cn , a relação geral é lados, vemos surgir então uma simetria que no sistema original não existia,
0
igualdade fraca, usamos esse símbolo pelo fato de π não ser zero dentro dos entre Ãi e Ã0 . Obtendo a Lagrangeana de modo análogo ao usado no caso I,
k
parêntesis de Poisson ). O momento π , é denido pela expressão: δ (n) A0 encontramos
Cn = . (14)
n!n
1
π k = Ȧk − ∂k A0 − 0kij Vi Aj . (4) Essa relação é válida para todas as variáveis do espaço de fase. O Cn = 0,
2 1 1 µ2
para n ≥ 2,para todas as variáveis. Usando a relação (14) na expressão (12), L = − F αν F αν − εβαρϕ V β F ρϕ (Aµ + ∂µ ψ) + (Aµ + ∂µ ψ) (Aµ + ∂µ ψ) .
A densidade Hamiltoniana canônica, pode ser encontrada a partir da trans- 4 4 2
(32)
formada de Legendre,Hcan = Ȧµ π µ − L :
Z
δA0
Ã0 = A0 − d3 y T1 (y), (15) Onde foi usado a conservação de π0 tempo, e a denição ψ≡ π0
µ2
(Truque de
Z 
1 1 Stueckelberg [6]). Essa densidade Lagrangeana é a mesma encontrada por
Hcan = dx3 (π k )2 − A0 ∂k π k + (Fjk )2
n o
2 4 onde
δA0 ˜
= A0 (y), T (x) = 1 3
δ (x − y). O campo invariante de gauge Ã0 é Vytheeswaran [6] e somada ao termo de V.S.L..
 µ2
descrito pela expressão
1 1 h 0kij i2 1
+ π k 0kij Vi Aj +  Vi Aj + 0kij V0 Ak Fij
2 8 4 1
Ã0 = A0 + 2

k 1 0kij 2

∂k π +  Vk Fij − µ A0 . (16)
4 Conclusão
µ 4
1 µ2 Pelo gauging nas variáveis do espaço de fase, foi possível obter as funções
− 0kij Vk A0 Fij − (A20 − A2 ) (5)
Os outros campos Ai , π0 , πi , não são corrigidos por conta da relação
4 2 invariantes de gauge relevantes e os resultados obtidos são compatíveis com

Seguindo o procedimento usual de Dirac, introduzimos a Hamiltoniana os obtidos através do formalismo de Dirac, revelando as simetrias escondidas

primária (Hp ), pela adição do vínculo primário a Hamiltoniana original,


δπ0 = δAi = δπi = 0, (17)
no modelo. No entanto, não usar o formalismo de Dirac nos leva a pagar

Hp = Hcan + d3 xCπ 0 , onde C é um multiplicador de Lagrange.


R
Os vín- então π˜0 = π0 , Ãi = Ai , π̃i = πi . Os parentesis de Poisson entre os campos um preço: a não conservação dos graus de liberdade da teoria, uma vez que

culos, não podem evoluir no tempo, então pela condição de consistência invariantes de Gauge são trocamos dois vínculos de segunda classe por um de primeira, mas acabamos

T 0 , Hp ≈ 0,

chegamos ao vínculo secundário por adicionar um campo extra( ψ ). De acordo com a regra de contagem
N = (n◦ campos) − (1a classe) − 21 (2a classe),onde N é o número de
n o n o
de G.L.,
Ã0 (x), Ã0 (y) = {π˜0 (x), π˜0 (y)} = Ã0 (x), π̃0 (y) = 0 (18)
1 graus de liberdade [5]. Para o presente caso, vemos a que o sistema original
T1 = ∂k π + 0kij Vk Fij − µ2 A0 .
k
(6)
4 continha 3 graus de liberdade, já o novo sistema, apresentou 4 g.l.. Fica
n o 1
Calculando o parêntese de Poisson dos vínculos primário e secundário, Ã0 (x), π̃i (y) = 2 0kil Vk ∂i δ 3 (x − y) (19)
2 α
claro que a presença de um campo de fundo Vµ , e do termo µ Aα A altera
{T1 (x), T0 (y)} = −µ2 δ(x − y), demonstramos que temos uma estrutura de

fortemente a estrutura canônica do modelo, levanto a modicações sensiveis
segunda classe, o que nos possibilita a aplicação do método sob discussão. n o 1 nas funções invariantes de Gauge.
Para prosseguirmos como procedimento de Dirac, deveríamos calcular a a Ã0 (x), Ãi (y) = 2 ∂i δ 3 (x − y). (20)
µ
evolução temporal de T1 ,no entanto esse não é o objetivo do trabalho.
A Hamiltoniana invariante de gauge, pode ser obtida pela substituição das
variáveis modicadas na expressão (5)
5 Agradecimentos
3 O metodo G.U. modicado Z n o Esse trabalho é fomentado pela CAPES(Coordenação de Aperfeiçoamento
H̃ = Hcan − dx3 2 (µψ1 )2 , de Pessoal de Nível Superior), agência governamental Brasileira e pelo
O método G.U. proposto originalmente por Mitra e Rajaramanan e conti- CNPq(Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientíco e Tecnológico).
1 1 0kij
πk µ2 A

nuado por Vytheeswaran [6], foi mais tarde modicado por J. Ananias [2]. onde ψ1 = µ2
∂k +  Vk Fij
4o − 0 . Pela condição de não evolução
n
Referências
O formalismo de Mitra, Rajaraman and Vitteeswaran, considera uma parte
temporal de π0 , H̃, π0 = 0. A Hamiltoniana invariante de gauge H̃ , e os
dos vínculos segunda classe como geradores de simetria de gauge, e os víncu-
los restantes compoem os termos de xação de gauge. O principal objetivo vínculos T1 e T̃ atendem a algebra de primeira classe.
[1] Paulo Roberto Fernandes Alves e Victor José Vasquez
aqui é modicar as variáveis que compõem as funções de segunda classe n o T1 Otoya.  ASPECTOS CLÁSSICOS DA ELETRODINÂMICA DE
(Hamiltoniana e Lagrangeana), para que elas satisfaçam uma álgebra de pri- H̃, T̃ = − 2 , (21)
µ CARROLL-FIELD-JACKIW-Classical Aspects of Electrodyna-
meira classe [2], e é ai que reside a principal diferença entre o método G.U.
usual, em relação ao que será abordado aqui. No G.U. usual modicamos
n o mics of Carroll-Field-Jackiw. Em: Multiverso: Revista Eletrônica
T̃ , T0 = 0. (22)
do Campus Juiz de Fora-IF Sudeste MG 1.1 (2016), pp. 116.
diretamente as funções, já para o modicado, alteramos as variáveis que com-
poem as mesmas, nos levando à funções invariantes de gauge. Para começar A densidade Lagrangeana invariante pode ser encontrada pela substituição [2] Jorge Ananias Neto.  An improved gauge unxing formalism and
deve-se partir de um funcional das variáveis do espaço de fase, escrita como Aµ ⇒ õ , na formula orginal the abelian pure chern simons theory. Em: Brazilian Journal of
F = F (Aµ , π µ ). Que quando escrita com funções de primeira classe:
Physics 37.3B (2007), pp. 11061110.
1 
L =− 2F̃0j F̃0j + F̃ij F̃ij
F̃ = F (õ , π̃µ ). (7) 4 [3] Sean M Carroll, George B Field e Roman Jackiw.  Limits on
a Lorentz-and parity-violating modication of electrodynamics.
Devemos determinar essa função de primeira classe F̃ , em termos das variá- 1h i
veis originais do espaço de fase, pela imposição do princípio variácional
− 0kij V0 A˜k F̃ij − 0kij Vk Ã0 F̃ij + 20kij Vk Ãi F̃0j Em: Physical Review D 41.4 (1990), p. 1231.
4
n o [4] Rodolfo Casana, Manoel M Ferreira Jr e Josberg S Rodrigues.
δ F̃ =  F̃ , T̃ = 0, (8) µ2 h 2 i  Lorentz-violating contributions of the Carroll-Field-Jackiw mo-
+ Ã0 − Ã2 . (23)
2 del to the CMB anisotropy. Em: Physical Review D 78.12 (2008),
onde Te é o vinculo de segunda classe escolhido como gerador de simetria de O tensor de campo eletromagnético, Fµν é invariante de gauge, e o campo p. 125013.
calibre, e  um parâmetro innitesimal. Qualquer função de Fe será invariante Ai , não é modicado. A nova densidade Lagrangeana assume a forma
[5] Marc Henneaux e Claudio Teitelboim. Quantization of gauge sys-
de gauge desde que
1 tems. Princeton university press, 1994.
o ∂ G̃ L = L CF JP + 0ijk Vi Fjk ψ1 + 2A0 ψ1 + ψ12 . (24)
4
n   o n
[6] Adithyapuram S Vytheeswaran.  Gauge invariances in the Proca
G̃ F̃ , T̃ = F̃ , T̃ = 0. (9)
∂ F̃ Podemos observar que a densidade Lagrangeana invariante de gauge (24), model. Em: International Journal of Modern Physics A 13.05
onde retona para a lagrangeana original se o vínculo T1 = 0. (1998), pp. 765778.

1 pauloalves.sica@gmail.com

Você também pode gostar