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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com os dados da tabela 1 plotou-se, o gráfico da absorbância em função da


concentração, obtendo-se a curva de calibração do azul de metileno. Para
efeito de cálculo da concentração, considerou-se a absortividade do metileno
sendo 0,1395L/mg.cm.
Tabela 1 – Dados de absorbância e concentração
Solução Concentração (mg/L) Absorbância
1 1,87 0,261
2 4,31 0,601
3 5,91 0,825
4 7,78 1,085
5 9,22 1,286
6 10,92 1,524

Absorbância versus Concentração

1.8
1.6
1.4 f(x) = 0.1395 x
R² = 1
Absorbância

1.2
1 Series2
0.8 Linear (Series2)
0.6
0.4
0.2
0
- 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00

Concentração (mg/L)

Figura 1 – Curva de Calibração


Observa-se pela figura 1 que a absorbância é diretamente proporcional ao
aumento da concentração do azul de metileno. A curva de calibração
apresentou excelente linearidade, obtendo-se R2 = 1.

Cinética de Adsorção

A partir de ensaios cinéticos, a taxa e o mecanismo de adsorção podem ser


anunciados. Para avaliar a cinética do corante azul de metileno, foram testados
os modelos de pseudo-primeira ordem, pseudo-segunda ordem. Partindo da
solução com concentração de 10,92 mg/L, os resultados obtidos para a
quantidade adsorvida e percentual de remoção de azul de metileno podem ser
visualizados nas Tabela 2, respectivamente.
Tabela 2- Resultados do processo de adsorção da solução de azul de metileno
em carvão ativado para a solução 6 (C inicial = 10,92 mg/L)
Tempo Absorbância Concentração Massa adsorvida Remoção (%)
(min) (mg/L) (mg de corante/g de
adsorvente (mg/g)
0,5 0,202 1,45 0,947 86,72%
1 0,193 1,38 0,954 83,36%
2 0,178 1,28 0,964 88,28%
3 0,143 1,03 0,989 90,57%
4 0,105 0,75 1,017 93,13%

A tabela 2 mostra que a capacidade de remoção do carvão ativado aumenta


quando a concentração do azul de metileno é reduzida conforme aumenta o
tempo de absorção em que o corante é exposto, obtendo-se uma remoção de
93,13% para o tempo final de exposição de 4 minutos. Considera-se também
que o sistema atinge o equilíbrio em aproximadamente 4 minutos, pois o tempo
medido foi insuficiente para a observação em que não haveria mudança
significativa de concentração, segundo a literatura.

O comportamento da remoção do corante é mostrado conforme o gráfico da


figura 2, que traz a capacidade de adsorção em função do tempo.

Massa adsorvida versus tempo


1.2
qt (mg de corante/g de adsorvente)

0.8

0.6
Series2

0.4

0.2

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5

t (min)

Figura 2 – Remoção de azul de metileno por carvão ativado ao longo do tempo


Com os valores das massas adsorvidas ao longo do tempo, q t , é possível
investigar qual o modelo cinético apropriado para descrever a sorção do
corante no carvão. Os modelos de pseudo-primeira ordem e pseudo-segunda
ordem foram plotados os gráficos conforme as Figuras 3 e 4.

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
-0.2

-0.4

-0.6
log( qe - qt )

Series2
-0.8 Linear (Series2)

-1

-1.2 f(x) = − 0.153898305084746 x − 1.04491525423729


R² = 0.916445835630569
-1.4

-1.6

-1.8 t (min)

Figura 3 – Ajuste ao modelo cinético de pseudo-primeira ordem para o corante


azul de metileno.

4.5
t/ qt (min*mg de adsorvente/

4
f(x) = 0.973658536585366 x + 0.077317073170732
3.5 R² = 0.999230014100524
mg de corante)

3
2.5
2 Series2
1.5 Linear (Series2)

1
0.5
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5

t (min)

Figura 4– Ajuste ao modelo cinético de pseudo-segunda ordem para o corante


azul de metileno.

Para o azul de metileno, o modelo de pseudo-primeira ordem não apresentou


muita linearidade, com R2 = 0,9164, tornando esse modelo incompatível com o
processo. Por outro lado, na análise da linearidade através do modelo de
pseudo-segunda ordem, observou-se que o ajuste é bastante preciso na
descrição da cinética de sorção do corante azul de metileno, obtendo-se R 2 =
0,9992.
Os resultados obtidos dos parâmetros cinéticos e os coeficientes de correlação
para o corante azul de metileno podem ser vistos na tabela 3.
Tabela 3 – Parâmetros cinéticos da sorção de azul de metileno.
Pseudo-primeira ordem Pseudo-segunda ordem
qe teórico k1 R2 qe teórico k2 R2
0,0902 0,3544 0,9164 1,027 12,27 0,9992

Os resultados da tabela 3 mostram que, para o azul de metileno, o modelo que


melhor descreve sua cinética de adsorção é o de pseudo-segunda ordem, o
que sugere que a etapa determinante da velocidade pode ser a quimissorção
envolvendo forças de atração por meio do compartilhamento de elétrons entre
adsorvente e adsorvato (HO; McKAY, 1998). A proximidade dos valores de q e
experimental e teórico, já que o valor experimental foi de de 1,017 mg de
corante/mg de adsorvente, enquanto o valor teórico foi de 1,027 mg de
corante/mg de adsorvente , indica a aplicabilidade das equações cinéticas no
processo de adsorção par este experimento.

Isotermas de Adsorção

As isotermas de adsorção foram obtidas variando-se a concentração inicial de


corante na solução para o tempo de 1 minuto, sendo que as concentrações
empregadas são mostradas na Tabela 4.

Tabela 4 - Efeito da variação da concentração inicial de corante azul de


metileno na eficiência de adsorção (qe).

Solução Concentraçã Absorbância Concentração Massa do Massa


o (mg/L) carvão adsorvida (mg
(mg/L) ativado de corante/g de
(g) adsorvente
(mg/g)
1 1,87 0,040 0,29 0,1 0,158
2 4,31 0,076 0,54 0,1 0,377
3 5,91 0,124 0,89 0,1 0,502
4 7,78 0,150 1,08 0,1 0,670
5 9,22 0,174 1,25 0,1 0,797
6 10,92 0,290 2,08 0,1 0,884

Uma isoterma de adsorção é dita favorável quando apresenta formas


convexas, indicando que o qe aumenta com o aumento do Ce. Observando a
figura 5, que mostra a isoterma obtida através da curva de q e versus Ce, pode-
se dizer que é uma isoterma favorável. Não é possível observar quando o q e
ficou constante.

qe versus Ce para o tempo de 1 minuto


1
0.9
0.8
0.7
qe (mg/g)

0.6
0.5
Series2
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2

Ce (mg/L)

Figura 5 – Isoterma de adsorção do corante azul de metileno no carvão ativado


Os parâmetros de isotermas de equilíbrio podem fornecer algumas informações
sobre o mecanismo de adsorção e propriedades superficiais bem como a
afinidade do adsorvente (CARDOSO, 2010). A literatura apresenta vários
modelos matemáticos que permitem a linearização da isoterma, neste
experimento foram aplicados os modelos de Langmuir e Freundlich, as figuras
6 e 7 mostram os dois modelos respectivamente.

Ce/qe versus ce
2.50

2.00 f(x) = 0.345040936147283 x + 1.40973851266642


R² = 0.445950652080806
Ce/qe(g/L)

1.50
Series2
1.00 Linear (Series2)

0.50

-
0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2

Ce (mg/L)

Figura 6 - Isoterma de adsorção do corante azul de metileno no carvão ativado


usando o modelo de Langmuir.
log qe versus logCe
0
-0.6 -0.5
f(x) =-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 x −00.245693702325239
0.892287283045289 0.1 0.2 0.3 0.4
R² = 0.938894675458831 -0.1
-0.2
-0.3
Series2
log qe

-0.4
Linear (Series2)
-0.5
-0.6
-0.7
-0.8
-0.9
log Ce

Figura 7- Isoterma de adsorção do corante azul de metileno no carvão ativado


usando o modelo de Freundlich.

Observando as figuras 6 e 7, nota-se que o modelo matemático de Freundlich


foi o mais adequado para descrever o processo de adsorção do corante Azul
de Metileno no carvão ativado, pois apresentou maior linearidade (R² = 0,9389)
comparado ao modelo de Langmuir (R² = 0,446).

Analisando os dados experimentais pelos modelos de Freundlich e Langmuir,


calculou-se os parâmetros obtidos dos coeficientes angular e linear da reta
representada na figura 4, que são mostrados na Tabela 5.

Tabela 5 - Parâmetros dos modelos de isotermas de Langmuir e Freundlich

Isoterma de Langmuir Isoterma de Freundlich


qmax KL R2 m KF R2
0,3109 2,8986 0,446 1,1207 0,5680 0,9389

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