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FACULDADE DE MEDICINA
Niterói, RJ
2021
Revisão de literatura
Niterói, RJ
2021
2
Emerson Leão Inácio de Melo Júnior
Monografia apresentada à
Coordenação do Curso de Graduação
em Medicina da Universidade Federal
Fluminense, como requisito para
obtenção de grau de médico. Área de
concentração: anestesiologia
Aprovada em de de 2021.
BANCA EXAMINADORA
Niterói, RJ
2021
3
DEDICATÓRIA
4
AGRADECIMENTOS
Aos meus amigos Kaio, Leonardo, Pedro e João, obrigado por cada
e à Coronel Lilian Acha por ter aberto as portas de seu CTI e ter sido um
1) RESUMO ....................................................................................................... 9
2) ABSTRACT .................................................................................................. 10
3) INTRODUÇÃO ............................................................................................. 11
4) OBJETIVO ................................................................................................... 12
5) MÉTODOS ................................................................................................... 13
7) CONCLUSÃO .............................................................................................. 49
6
2. LISTA DE ABREVIATURAS
VLG: videolaringoscópio
7
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Fatores preditivos de dificuldade nas diferentes fases de manejo de via aérea
................................................................................................................................................. 27
Tabela 2 - Plano A ................................................................................................................. 39
Tabela 3 - Plano B ................................................................................................................. 40
Tabela 4 - Plano C ................................................................................................................. 41
Tabela 5 - Plano D ................................................................................................................. 42
Tabela 6 - Abordagem de situação não intubo não ventilo ................................................. 47
8
1) RESUMO
9
2) ABSTRACT
10
3) INTRODUÇÃO
Não existe uma definição padrão do termo via aérea difícil. Uma delas
pode ser relacionada à quando existe uma situação clínica em que um
anestesiologista convencionalmente treinado experimenta dificuldades com
ventilação sob máscara, dificuldade para intubação oro-traqueal ou ambas,
como afirma a Sociedade de Anestesiologistas Americana (ASA), em 2003
Aprofundando-se neste assunto, podemos observar mais dois importantes
tópicos que seriam VAD antecipada, na qual o médico a realizar a intubação,
através de anamnese, exame físico, observação atenta a preditores e relato de
VAD prévio se prepara para tal desafio atentando-se à técnica adequada, uso de
dispositivos e convocação de outro médico, de preferência mais experiente, por
exemplo.3 E na outra ponta do espectro, a VAD não antecipada, na qual a
dificuldade de intubação ou ventilação não é predita, tornando o procedimento
mais arriscado e com maior chance de agregar morbimortalidade ao paciente.
11
4) OBJETIVO
12
5) MÉTODOS
13
6) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
6.1) ANATOMIA
14
Figura 1 - vista inferior de parte superior de cavidade oral
Fonte: Moore, Keith L.; DALLEY, Arthur F.. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed.
15
Figura 2 - corte mediano de cabeça e região cervical
Fonte: Moore, Keith L.; DALLEY, Arthur F.. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed.
16
Figura 3 - vista posterior de parte anterior de faringe
Fonte: Moore, Keith L.; DALLEY, Arthur F.. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed.
17
Figura 4 - vista lateral direita de arcabouço ósseo e cartilaginoso de
laringe
Fonte: Moore, Keith L.; DALLEY, Arthur F.. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed.
18
Figura 5 - laringoscopia indireta com espelho e estruturas de via aérea
Fonte: Moore, Keith L.; DALLEY, Arthur F.. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed.
Antes de introduzir o tema via aérea difícil, devemos ter como base a
abordagem tradicional de via aérea. As principais indicações de intubação
orotraqueal são insuficiência respiratória aguda, incapacidade de manutenção
de oxigenação adequada além de incapacidade de proteção de via aérea num
paciente com queda do nível de consciência5. Indicado o procedimento, o
primeiro passo antes da introdução do tubo orotraqueal é garantir a pré-
oxigenação eficiente deste paciente. Diversas são as técnicas de pré
oxigenação, entre elas, se o paciente ainda estiver consciente, podemos
oferecer oxigênio via cateter nasal com alta litragem de oxigênio. Se ele estiver
inconsciente, a ventilação sob máscara deverá ser utilizada. Duas das principais
técnicas de ventilação sob máscara facial-balão, são a de um operador, em que
19
o mesmo profissional ventila comprimindo o balão reservatório de oxigênio com
uma das mãos e posicionando a máscara no paciente com a outra, utilizando os
dois primeiros quirodáctilos para envolver a máscara fazendo a forma de um “C”
e os outros quirodáctilos para promover a protusão da mandíbula e a técnica de
dois operadores, na qual um operador é responsável pela compressão do balão
reservatório de oxigênio e o outro, usando as duas mãos, promove selagem de
máscara sob a face e a protusão da mandíbula.6
Fonte: El-Orbany, M, Woehlck, HJ. Difficult Mask Ventilation. Anesthesia & Analgesia,
2009;109(6), 1870–1880.
20
cavidade oral e depois centralizá-lo. Após, devemos tracioná-lo para cima e para
frente expondo, dessa forma, as cordas vocais 7. Nesse momento, através de
visualização direta, devemos introduzir o tubo com a mão direita, certificando-se
de sua passagem através da corda vocal, o cuff deve ser insuflado e o sucesso
da intubação deve ser checado através da ausculta presente nos focos
pulmonares e ausente em epigastro ou, se disponível, o capnógrafo deve ser
utilizado.7
Fonte: Wiser SH, Zane RD. The Morbidly Obese Patient. In: Manual of Emergency
Airway Management, 3rd ed, Walls RM, Murphy MF (Eds), Lippincott Williams & Wilkins,
Philadelphia
21
anamnese direta com o próprio paciente ou familiar, sempre que possível. Ela
fornecerá informações cruciais para identificação da melhor técnica de manejo
de via aérea independente da causa clínica que culminou na avaliação médica
de necessidade de intubação orotraqueal.10 Outras indicações para esse
procedimento são para garantir a perveabilidade de via aérea em pacientes com
risco de obstrução respiratória, como por exemplo na presença de corpos
estranhos, em grandes queimaduras de face e via aérea e em angioedema,
também em caso de insuficiência respiratória, fato esse observado, por exemplo
na exaustão muscular e dessaturação de muitos pacientes com Covid-19 e em
casos de volumosos derrames pleurais, além de pacientes com incapacidade de
proteção de via aérea, fato observado em pacientes comatosos.9 Para tal
avaliação, podemos usar de informações contidas em ananmense, ectoscopia e
exame físico.
22
Figura 8 - Sinal da reza à esquerda, demonstrando limitação ao
movimento do diabético de longa data e à direita representação do arco
de movimento padrão
23
Figura 9 - Regra 3-3-2 para via aérea difícil. A: 3 dedos de abertura bucal /
B: 3 dedos de distância hióide-mentoniana / C: 2 dedos de distância tireo-
hióidea
Adaptado de: Reed MJ, Rennie LM, Dunn M.J, Gray AJ, Robertson CE, McKeown DW.
Is the LEMON method an easily applied emergency airway assessment tool? European
Journal of Emergency Medicine, 2004;11(3), 154–157.
Adaptado de : Nuckton TJ, Glidden DV, Browner WS, Claman DM. Physical
Examination: Mallampati Score as an Independent Predictor of Obstructive Sleep
Apnea, Sleep, Volume 29, Issue 7, July 2006, Pages 903–908
24
Em relação à obstrução, devemos pesquisar massa supra-glótica como
por exemplo epiglotite, infecção com grandes abscessos que distorçam a
anatomia, traumas cervico-faciais, hematomas, obesidade. Por fim, em relação
à mobilidade cervical, pacientes em uso de colares cervicais por suspeita de
trauma raquimedular, por exemplo, possuem um fator preditivo à dificuldade de
intubação. Uma lista de alguns achados desfavoráveis que podem ser
encontrados na anamnese e no exame físico evidenciados pelo critério LEMON
são incisivos longos e pequena distância entre eles, upper lip bite test negativo
(no qual o paciente é incapaz de morder o lábio superior por um retrognatismo
importante), distância inter-incisivos menor que 3cm, Malampatti classe III e IV,
palato arqueado em ogiva, espaço mandibular firme e inelástico, distância tireo-
mentoniana menor que 3 dedos, pescoço curto e comorbidades que reduzem a
mobilidade cervical como Diabetes Melittus tipo 1, artrite psoriática, espondilite
anquilosante e obesidade, por exemplo. 12,13,14
A dificuldade para ventilação sob máscara facial é definida pela ASA como
a impossibilidade para o anestesiologista de proporcionar adequada ventilação
por um ou mais dos seguintes problemas: máscara com inadequada vedação,
excessivo escape de gás ou excessiva resistência para entrada ou saída do
gás8. Achados na anamnese e no exame físico relacionados à esta dificuldade
são condições clínicas de, por exemplo a obesidade e história de apneia do sono
uma vez tais fatores estão relacionados à redução de perveabilidade de via
aérea por queda de base de língua ou até mesmo compressão extrínseca de via
aérea pelo tecido adiposo presente em região cervical. 15 A presença de barba e
ausência de dentes dificulta o ato de selar a máscara na face do paciente,
promovendo aumento de escape de ar, diminuindo a eficácia da ventilação.15 A
classificação de Mallampati III e IV também entra como preditor de dificuldade
para ventilação sob máscara pois nesses casos há diminuição da pervealidade
por características anatômicas de epiglote e via aérea. Além disso, pacientes
com idades maiores que 55 anos e do sexo masculino devem nos deixar alertas
quanto a dificuldade de ventilação.15
25
glótico é a situação na qual o anestesiologista experimenta uma ou mais das
dificuldades a seguir: incapacidade de garantir adequada sedação de via aérea,
excesso de escape de gás e resistência excessiva na entrada ou saída do gás.8
Em relação aos achados clínicos que são preditores de dificuldade na ventilação
sob dispositivo supra glótico temos obesidade e o sexo masculino, fatores estes
já mencionados acima como indicativos de dificuldade de ventilação sob
máscara8,15. Além destes, a dentição em mal estado e pequena abertura bucal,
dificultam a introdução do dispositivo pela cavidade oral. Podemos citar também
a hipertrofia de tonsilas, história prévia de radiação cervical e doenças cervicais
que, no geral, alteram a anatomia da via aérea gerando redução da
perveabilidade e dificuldade em garantir vedação adequada da mesma 15. Por
fim, a redução da capacidade de mobilização cervical dificulta também o
posicionamento do paciente em sniff position, o que garante também uma
dificuldade extra à introdução do dispositivo.8,15
26
Abaixo temos uma tabela com os principais preditores clínicos de
dificuldade em ventilação sob máscara, de ventilação com dispositivo supra
glótico, de laringoscopia direta e indireta por videolaringoscópio.
27
Adaptado de: Apfelbaum JL, Hagberg CA, Caplan RA, Blitt CD, Connis RT,
Nickinovich, DG, Ovassapian A. Practice Guidelines for Management of the Difficult
Airway. Anesthesiology, 2013; 118(2), 251–270.
28
a máscara laríngena clássica(CLMA) e o Combitube 16. A CLMA é uma máscara
de formato oval, com um cuff insuflável e abertura para laringe enquanto o
Combitube é um tubo com duplo-lúmen que possibilita drenagem gástrica
através de uma de suas vias. Possui dois cuffs, um de maior calibre, proximal
que é posicionado em base de língua e outro, menor e mais distal, posicionado
em esôfago.16
29
Fonte: Almeida D, Gonçalo JS. Utilização e Tipos de Dispositivos Supraglóticos da Via
Aérea: Estado da Arte. 2016.
30
antecipada já que está presente em diversos protocolos e fluxogramas de
abordagem de via aérea. A ML, no geral, é composta por um tubo acoplado a
uma estrutura elíptica em parte distal que tem como objetivo se acoplar e cobrir
a região supra-glótica do paciente, mantendo via aérea pérvea, garantindo
ventilação espontânea pelo paciente e também possibilitando ventilação por
pressão positiva, caso necessário. Antes da passagem do dispositivo, a ML deve
ser lubrificada para facilitar sua passagem e o paciente, se possível, deve ser
colocado em sniff position, ou se não for possível, deve ser realizado manobra
de anteriorização da mandíbula. Então, realiza-se a introdução da máscara
laríngea sem necessidade de laringoscopia, no espaço entre a língua e o palato
duro, realizando leve pressão sobre este até o dispositivo encontrar-se
totalmente introduzido na região supra-glótica.17 Após isso, deve ser realizada
capnografia com o objetivo de confirmar o sucesso do procedimento. Algumas
complicações associadas são relacionadas à própria introdução do
equipamento, como sangramentos de região orofaríngea e escoriações,
laringoespasmo também pode ser observado.18 Com relação à ventilação
positiva, por não ser um dispositivo infraglótico, há um risco factível de
desposicionamento da máscara e insuflação do estômago, situação que pode
desencadear regurgitação e broncoaspiração de conteúdo gástrico, apesar de
haver algum benefício sobre a proteção da via aérea com a ML, ele não é
completo.17,18 Além disso, pode ser difícil promover uma vedação supraglótica
eficaz em pacientes que necessitam de grandes pressões positivas para
ventilação como nos casos de parada cardiorrespiratória ou em obesos
mórbidos.16,17 A Máscara Laríngea Fastrach surge para aliar os benefícios da
ventilação supra glótica e também servir como um meio de se definir a via aérea
de forma infraglótica através de uma cânula orotraqueal, introduzida através
desse dispositivo totalmente às cegas. Além de uma ML padrão, ela possui um
elevador de epiglote, espaço para introdução do tubo e uma manopla para
auxiliar na estabilização do equipamento. O sucesso da intubação através deste
dispositivo depende de alguns fatores, como por exemplo, a capacidade técnica
do operador, nível de sedo-analgesia do paciente, que deve ser aprofundado e
considerar até o bloqueio neuromuscular para se obter sucesso na intubação às
cegas via Fastrach.20
31
Figura 14 - Máscara Laríngea Fastrach
32
Figura 15 - Combitube à esquerda comparado ao tubo orotraqueal, mais
fino, à direita
33
máscara laríngea ou cânulas traqueais de duplo lúmen. 23,24 Também possui
complicações, não tão comuns envolvendo o próprio material, como quebra de
parte distal do dispositivo, traumatismo de via aérea gerando sangramentos
vultuosos, principalmente no bougie descartável, pois o mesmo possui superfície
mais áspera com maior risco de lesão, além de catástrofes como perfuração de
faringe, lesão esofagiana e pneumotórax. 24 O uso do bougie em pacientes com
critérios de via aérea difícil pode ser um fator que venha a aumentar a chance
de sucesso em uma primeira tentativa de intubação, garantindo redução da
chance de hipoxemia, duração curta do procedimento, agregando, enfim, menor
morbidade ao procedimento.25
Fonte: Reis LA, Reis GF, Oliveira MR, Ingarano Lel B. Bougie [Bougie]. Rev Bras
Anestesiol. 2009 Sep-Oct;59(5):618-23.
34
geralmente, são mais graves e críticos que aqueles do centro cirúrgico.26,27 Hoje,
no ano de 2021, não é possível afirmar que a videolaringoscopia é a realidade
da maioria dos centros hospitalares no mundo, entretanto, em um futuro próximo,
pode vir a ser. Ao traçarmos um paralelo entre como era realizada a punção
venosa central há 15 anos, às cegas, e hoje, com o ultrassom, temos um
procedimento muito mais rápido, seguro e com curva de aprendizado mais
rápida, fatos estes que podem ser extrapolados da punção venosa central para
o manejo de via aérea com videolaringoscópio.28 Alguns dos principais exemplos
de videolaringoscópios são o Airtraq SP, The Pentax AWS, The Storz C-Mac,
The GlideScoope GVL e o The MacGrath Series 5, representados na figura
abaixo.
35
6.5) DIRETRIZES DE VIA AÉREA DIFÍCIL
A Sociedade de Via Aérea Difícil divide a abordagem sobre a via aérea difícil
em 4 grandes planos, do A, B, C e D.
36
Figura 18 - Protocolo da Sociedade de Via Aérea Difícil 2015 para manejo
de via aérea difícil não antecipada em adultos
Adaptado de: Flerk C, Mitchell VS, McNarry AFA, et al. Difficult Airway Society intubation
guidelines working group, Difficult Airway Society 2015 guidelines for management of
unanticipated difficult intubation in adults. BJA: British Journal of Anaesthesia. 2015 Dec
06;115(6):827-848.
37
pressão positiva sob máscara facial. A pré oxigenação sempre deve ser feita antes da
indução anestésica. Com o paciente ainda consciente, o mesmo, de forma ativa deve
respirar ar rico em oxigênio oferecido através de cateter nasal com alta litragem de
oxigênio, ventilação sobre pressão positiva contínua ou até mesmo a combinação dos
dois dispositivos, garantindo desnitrogenação pulmonar, maior reserva de oxigênio e,
portanto, maior tempo de apneia possível sem dessaturação. Após indução
anestésica, a ventilação por máscara facial com fração inspirada de oxigênio em 100%
deve ser ofertada. Se houver dificuldades nesse momento, manobras como chin lift e
jaw thrust, além de ventilação à quatro mãos estão indicadas, sempre com atenção à
sniff position, otimização anestésica e uso de bloqueador neuromuscular. A escolha
do laringoscópio na primeira e segunda tentativa de intubação depende da experiência
e treinamento do médico. Vale ressaltar que devemos sempre que possível estar
treinados para uso do videolaringoscópio, uma vez que o mesmo fornece maior campo
de visão sobre as estruturas de via aérea e já é considerado método de escolha por
alguns anestesiologistas. A laringoscopia em si é definida como a introdução do
laringoscópio em cavidade oral. Toda tentativa deve ser feita nas melhores condições
possíveis e se houver falha, a próxima tentativa deve ser associada à alguma
mudança na técnica ( por exemplo, com a aplicação do BURP- backward, upward,
rightward pressure em cartilagem tireóidea com o objetivo de facilitar a visão à
laringoscopia), em dispositivos (como uso do bougie, por exemplo), posicionamento
do paciente, mudança de lâmina ou até mesmo de operador, sendo que a quarta e
última tentativa do plano A, deva ser feita pelo profissional mais experiente do setor.
O plano A tem dois possíveis fins, o sucesso da intubação com confirmação
capnográfica ou a declaração de falha de intubação, no momento em que há início do
plano B.30
38
Tabela 2 - Plano A
Objetivos do Plano A:
Adaptado de: Flerk C, Mitchell VS, McNarry AFA, et al. Difficult Airway Society intubation
guidelines working group, Difficult Airway Society 2015 guidelines for management of
unanticipated difficult intubation in adults. BJA: British Journal of Anaesthesia. 2015 Dec
06;115(6):827-848.
Tabela 3 - Plano B
Adaptado de: Flerk C, Mitchell VS, McNarry AFA, et al. Difficult Airway Society intubation
guidelines working group, Difficult Airway Society 2015 guidelines for management of
unanticipated difficult intubation in adults. BJA: British Journal of Anaesthesia. 2015 Dec
06;115(6):827-848.
O plano C versa sobre a última chance de ventilação via máscara facial após
três tentativas falhas no plano B. Já é um fato o conhecimento acerca das condições
de ventilação desse paciente, se é possível ou impossível uma vez que já foi feita
entre os planos A e B, entretanto, nessa fase, todas as manobras de ventilação já
discutidas devem ser otimizadas. Se ventilação facial impossível, o paciente deve ser
bloqueado e se possível, o mesmo deve ser acordado. É possível que nesse momento
já haja alguma lesão, escoriação ou edema por manipulação da região o que
dificultará ainda mais o sucesso do plano C. Nesse momento todas as ferramentas de
oxigenação devem ser tentadas, cânula nasal de alto fluxo, outros dispositivos supra
40
glóticos, bolsa-máscara-reservatório, máscara facial uma vez que o paciente possui
alto risco de desenvolver hipóxia, agregando morbi-mortalidade ao procedimento. Se
apesar de tudo, houver falha, é declarado a situação de não intubo, não ventilo e
inicia-se o plano D.30
Tabela 4 - Plano C
Adaptado de: Flerk C, Mitchell VS, McNarry AFA, et al. Difficult Airway Society intubation
guidelines working group, Difficult Airway Society 2015 guidelines for management of
unanticipated difficult intubation in adults. BJA: British Journal of Anaesthesia. 2015 Dec
06;115(6):827-848.
41
Tabela 5 - Plano D
Objetivos de Plano D
Adaptado de: Flerk C, Mitchell VS, McNarry AFA, et al. Difficult Airway Society intubation
guidelines working group, Difficult Airway Society 2015 guidelines for management of
unanticipated difficult intubation in adults. BJA: British Journal of Anaesthesia. 2015 Dec
06;115(6):827-848.
Por fim, após o término do procedimento de definição de via aérea, seja ele
para cirurgia ou em ambiente de terapia intensiva, por exemplo, todas as dificuldades
para com o manejo de via aérea devem ser informadas ao paciente ou ao
acompanhante e essas devem ser passadas ao próximo profissional que vier, por
ventura, manipular a via aérea desta pessoa, garantindo menor morbi-mortalidade ao
procedimento.30
42
6.5.2) VORTEX APPROACH
1- Cabeça e pescoço
2- Laringe
3- Dispositivo
Adjuntos
Tamanho/tipo
Sucção/fluxo de O2
Tônus muscular
Adaptado de: Chrimes, N. The Vortex: a universal “high-acuity implementation tool” for
emergency airway management. British Journal of Anaesthesia, 2016; 117, i20–i27.
43
Trazendo mais detalhes à abordagem, ela versa em primeiro momento
sobre a necessidade de se atingir as melhores tentativas independente da técnica a
ser utilizada utilizando-se por exemplo de posicionamento adequado do paciente,
manipulação laríngea externa, uso de dispositivos como bougie, otimização de
sedação e bloqueio neuromuscular do paciente, além de mudança do tamanho e tipo
de dispositivo, além da capacidade de ofertar oxigênio e garantir aspiração de
secreção caso haja, por exemplo, conteúdo gástrico ou sangue em cavidade oral.31
A zona verde que circunda todo o modelo e também está presente no centro
da imagem acima representa um momento no manejo da via aérea o qual,
independente da técnica desprendida (máscara facial, intubação orotraqueal ou
dispositivo supra glótico), há capacidade de garantir oxigenação ao paciente. Nesse
momento, temos como principal objetivo garantir a reoxigenação do paciente o mais
rápido possível, organizar recursos, como por exemplo, chamar um médico mais
experiente ou usar um videolaringoscópio além de traçar um plano individualizado
àquele paciente. Para elaboração do plano, deve-se levar em conta, por exemplo, a
urgência do procedimento, a capacidade em manter a patência de via aérea, o risco
de broncoaspiração, além da experiência do corpo clínico envolvido nessa
abordagem. Elaborado o plano, temos três possíveis caminhos: o primeiro será
interromper a abordagem e acordar o paciente, a segunda será a abordagem cirúrgica
para manutenção de trocas gasosas e a terceira será a re-entrada no círculo azul para
tentativa de troca do dispositivo que garantiu troca gasosa e, portanto, a ida para zona
verde por outro, mais seguro, como por exemplo de uma situação hipotética,
estabilizar e reoxigenar o paciente com máscara facial e partir para uma nova tentativa
de intubação orotraqueal agora usando videolaringoscópio. Uma observação válida,
no modelo Vortex, independente da técnica desprendida, o objetivo é se manter na
zona verde que, em resumo, demonstra o local que o paciente possui, mesmo que
por um breve momento, oferta de oxigênio o suficiente para manutenção da vida, ou
seja, é a zona de segurança do algoritmo.31
44
Figura 20 - Zona Verde do Protocolo Vortex
Urgência
Situação clínica
Complexidade
Estabilidade
Risco de broncoaspiração
Paciente
Possibilidade de acordar
Adaptado de: Chrimes, N. The Vortex: a universal “high-acuity implementation tool” for
emergency airway management. British Journal of Anaesthesia, 2016; 117, i20–i27.
Fonte: Chrimes, N. The Vortex: a universal “high-acuity implementation tool” for emergency
airway management. British Journal of Anaesthesia, 2016; 117, i20–i27.
46
Tabela 6 - Abordagem de situação não intubo não ventilo
Adaptado de: Chrimes, N. The Vortex: a universal “high-acuity implementation tool” for
emergency airway management. British Journal of Anaesthesia, 2016; 117, i20–i27.
47
eficiente para retorno o mais rápido possível à zona verde. E, por fim, o local mais
estreito do funil que representa, mais uma vez, o fim do protocolo e a abordagem
cirúrgica para retorno à zona verde.31
48
7) CONCLUSÃO
Um tema como manejo de via aérea difícil nunca vai ser completamente
esgotado, principalmente por ele viver uma constante evolução em torno de novas
tecnologias, tipos de abordagem e novos protocolos.
49
8) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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