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Mariana Charneca Estudo de Caso do Sr.

R
Nº210528035 Processo de Enfermagem

22º Curso de Licenciatura em Enfermagem

Ensino Clínico de Enfermagem IV – Adulto


e Idoso em Contexto II

Docente Responsável pela UC:


Professora Guida Amaral

Docente Orientador:
Professor Miguel Oliveira

Enfermeira Orientadora:
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/paciente- Enfermeira MJ
conectado-ao-equipamento-da-maquina-de-hemodialise-

Junho, 2023
Mariana Charneca Estudo de Caso do Cliente P
Nº210528035 Processo de Enfermagem

22º Curso de Licenciatura em Enfermagem

Ensino Clínico de Enfermagem IV – Adulto


e Idoso em Contexto II

Docente Responsável pela UC:


Professora Guida Amaral

Docente Orientador:
Professor Miguel Oliveira

Enfermeira Orientadora:
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/paciente- Enfermeira MJ
conectado-ao-equipamento-da-maquina-de-hemodialise-

Junho, 2023
Lista de Acrónimos e Siglas
DRC – Doença Renal Crónica
EC – Ensino Clínico
FAV – Fístula Arteriovenosa
HCV – Vírus da Hepatite C
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
HTA – Hipertensão Arterial
IMC – Índice de Massa Corporal
IRC – Insuficiência Renal Crónica
NH – Necessidade Humana
PNV – Programa Nacional de Vacinação
SN – Síndrome Nefrótica
SpO2 – Saturação de Oxigénio
TCSR – Técnicas Contínuas de Substituição Renal
UC – Unidade Curricular
Índice
Introdução ............................................................................................................................... 5
Enquadramento Teórico ........................................................................................................... 7
Avaliação Inicial do Sr. R ........................................................................................................... 8
Moldura Conceptual ............................................................................................................... 11
Modelo Teórico de Enfermagem Aplicado................................................................................................. 11
Pesquisa Bibliográfica sobre a Situação de Saúde do Sr. R......................................................................... 12
Plano de Cuidados do Sr. R...................................................................................................... 14
Diagnósticos de Enfermagem Identificados ............................................................................................... 14
Considerações Finais .............................................................................................................. 18
Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 20
Apêndice I – Folha de Avaliação Inicial do Sr. R ......................................................................... 22
Apêndice II – Plano de Cuidados do Sr. R.................................................................................. 31
Apêndice III – Regime Medicamentoso do Sr. R ........................................................................ 48
Apêndice IV – Ficha Terapêutica NeoRecormon® ..................................................................... 50
Anexo I – Escala de Barthel ..................................................................................................... 55
Anexo II – Índice de Massa Corporal ........................................................................................ 57
Anexo III – Escala de Braden.................................................................................................... 58
Anexo IV – Escala Numérica de Avaliação da Dor ..................................................................... 59
Anexo V – Escala de Coma de Glasgow .................................................................................... 60

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Introdução
Este trabalho foi realizado no âmbito da Unidade Curricular (UC) de Ensino Clínico (EC) de
Enfermagem IV – Adulto e Idoso em Contexto II, lecionada no 2º semestre do 2º ano, do 22º
Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de
Setúbal, enquanto elemento de avaliação contínua. A docente responsável pela UC é a
Professor Guida Amaral, tendo sido efetuada a orientação em contexto clínico, pelo Professor
Miguel Oliveira e pela Enfermeira MJ.
O presente trabalho consiste na elaboração de um Estudo de Caso relativo a uma Pessoa,
escolhida por mim, na qualidade de estudante de enfermagem, e com aprovação da
enfermeira orientadora, que apresente uma situação de saúde considerada pertinente para o
desenvolvimento do meu processo de aprendizagem e adquirição de competências, durante o
período de EC. A metodologia de Estudo de Caso, é considerada uma abordagem baseada na
investigação que procura compreender, explorar e/ou descrever acontecimentos e contextos
complexos, inerentes a uma entidade bem definida, nos quais se encontrão envolvidos
diversos fatores (Figueiredo & Amendoeira, 2018). Com a utilização desta metodologia,
conjuntamente com a do processo de enfermagem, para além da elaboração de apenas uma
Avaliação Inicial e Plano de Cuidados direcionada à satisfação das necessidades da pessoa em
estudo, serão igualmente aprofundadas as suas diferentes dimensões (biopsicossocial,
espiritual e cultural), de forma individualizada, para a prestação de cuidados adequados à
mesma e à sua família/pessoas significativas. Face a sua complexidade e dinamismo próprio, o
Estudo de Caso caracteriza-se pelo processo de recolha de dados e estratégias de análise dos
mesmos, com o intuito de fornecer informações relevantes para a tomada de decisão clínica
de enfermagem e a oportunidade de desenvolvimento de competências interpessoais,
sistémicas e instrumentais, durante a elaboração das suas etapas, no decorrer deste EC,
enquanto registo imprescindível das práticas clínicas do estudante de enfermagem e do
próprio enfermeiro (Simões, 2017).
Relativamente aos objetivos específicos definidos para a elaboração deste trabalho, pretende-
se que o estudante de enfermagem realize um estudo aprofundado dos problemas e
necessidades alteradas da pessoa, família e/ou pessoas significativas, enquanto método para
compreender as melhores estratégias a implementar para solucionar ou reverter os problemas
identificados, e que desenvolva as suas competências de observação, análise crítica e
descrição de uma situação real, de modo a adquirir aprendizagens a nível teórico e prático
que, posteriormente, serão fatores facilitadores para a tomada de decisão e resolução de

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problemas, quando confrontado com situações futuras semelhantes (Ruivo & Amaral, 2023).
Pessoalmente, com a realização deste estudo de caso proponho-me a estabelecer uma relação
de confiança com a pessoa e, posteriormente, a efetuar um plano de cuidados holístico
baseado na sua situação de saúde atual e nas necessidades humanas identificadas como
alteradas, em contexto de prestação de cuidados de enfermagem em nefrologia/hemodiálise,
onde serão elaborados diagnósticos de enfermagem e intervenções de enfermagem
prioritários, fundamentados em referências bibliográficas fidedignas e atualizadas. Dito isto,
objetivo-me igualmente a efetuar uma análise regular da minha prática, baseada nos
resultados de enfermagem obtidos, de modo a adaptar a minha prestação de cuidados em
benefício da saúde da pessoa e adquirir competências sobre a integração do Processo de
Enfermagem, no Estudo de Caso.
Estruturalmente, este trabalho inicia-se pela presente introdução, onde se abordou a
contextualização e âmbito do trabalho, definição de objetivos específicos e pessoais e a
apresentação da estrutura deste Estudo de Caso. De seguida, será elaborado um breve
enquadramento teórico, onde serão explicitados conceitos pertinentes para uma compreensão
fundamentada deste trabalho. Posteriormente, será realizada a avaliação inicial da pessoa,
onde serão apresentados os dados obtidos sobre a história de saúde da mesma, através da
utilização de fontes de colheita de informação verídica para, consequente, elaboração de um
resumo acerca da situação clínica atual da pessoa. Seguidamente, na elaboração da moldura
conceptual, será referenciado o modelo teórico de enfermagem utilizado bem como a
pesquisa bibliográfica efetuada acerca da fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e
tratamento da situação clínica da pessoa. De seguida, será executado um plano de cuidados
individualizado que consiste na elaboração de diagnósticos de enfermagem, resultados
esperados, intervenções de enfermagem e resultados de enfermagem, segundo a linguagem
da CIPE (Versão 2015). Por fim, serão explicitadas as considerações finais, onde será
apresentada uma síntese dos aspetos significativos abordados, análise dos objetivos
alcançados, contribuição do trabalho para a minha aprendizagem e desenvolvimento de
competências.
Visto que, a elaboração deste Estudo de Caso foi baseado numa pessoa real, considerou-se
que seria necessário preservar o seu direito à privacidade/confidencialidade, apenas sendo
mencionada a pessoa por Sr. R, e a instituição onde se encontra por Hospital SB.
Dito isto, apenas resta referir que este trabalho encontra-se referenciado segundo a Norma de
Referenciação do Estilo APA (American Psychological Association), na 7ª Edição.

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Enquadramento Teórico
Uma vez que a elaboração deste Estudo de Caso foi baseado numa situação clínica real, em
contexto de EC no serviço de nefrologia/hemodiálise do Hospital SB, considerei relevante a
realização de uma breve pesquisa sobre conceitos inerentes a esta especialidade médica e de
enfermagem, de modo a dar continuidade a este trabalho, de forma fundamentada, e
aprofundar o meu conhecimento para exercer uma prestação de cuidados de enfermagem
adequados à situação de saúde do Sr. R.
A nefrologia, é considerada uma especialidade médica e de enfermagem, dedicada à
prevenção, estudo e tratamento de pessoas que apresentem doenças renais, em todas as suas
fases de evolução. Todavia, mesmo após a falência integral da função renal, a equipa
multidisciplinar de nefrologia responsabiliza-se pelo tratamento da pessoa através de diálise
crónica (hemodiálise e diálise peritoneal) ou transplante renal (Nolasco et al., 2017).
Em nefrologia, a principal patologia associada a esta especialidade é a doença renal crónica.
Esta é uma doença frequentemente assintomática, progressiva e irreversível que pode causar
alterações consideráveis na vida da pessoa, levando à dependência dos serviços de saúde
regularmente. Quando a pessoa se encontra nesta situação, recorre a tratamentos cuja
finalidade foca-se na substituição da perda de função renal, apesar de significar que estes
poderão afetar ou impedir as atividades laborais e/ou de lazer. Por esse motivo, muitas vezes a
pessoa encontra-se em desgaste físico e emocional, sobrecarregada de informações complexas
acerca do seu processo fisiopatológico renal e o seu tratamento, que contribuem para o
insucesso da adaptação à sua nova realidade (Trepichio et al., 2013).
Dito isto, considera-se que a equipa multidisciplinar, especialmente os enfermeiros, possuem
um papel fundamental junto da pessoa, da sua família e/ou pessoas significativas, uma vez que
“A equipe de enfermagem que atua nos serviços de nefrologia é responsável por toda parte
técnica e de relação do paciente com o meio ambiente. A monitorização, a detecção e a
intervenção de enfermagem frente aos agravos, são imprescindíveis no que tange a minimizar,
prevenir e melhorar a qualidade de vida destes pacientes.” (Idem, 2013, p.134).
Face à complexidade dos procedimentos na área de nefrologia, a formação contínua é
considerada de extrema importância na prática de enfermagem, visto que o desafio de
aprofundar conhecimento científico apresenta como finalidade a prestação dos melhores e
mais adequados cuidados à pessoa, família e/ou pessoas significativas. Por consequência,
considera-se que é na evidência científica que os enfermeiros baseiam as suas práticas e que,
através destas, surge a necessidade de adquirir novos conhecimentos (Heleno, 2022).

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Avaliação Inicial do Sr. R
A avaliação inicial da pessoa consiste numa etapa essencial na elaboração do Processo de
Enfermagem, enquanto componente do Estudo de Caso, uma vez que permite o planeamento
dos cuidados, de modo individualizado e holístico, face à situação de saúde atual da mesma.
Nesta etapa será apresentada a recolha da história de saúde da pessoa, efetuada através de
múltiplas fontes de colheitas de dados como o processo clínico, a equipa de enfermagem e a
própria pessoa, para a realização de uma síntese da situação clínica atual da mesma. A pessoa
selecionada por mim, na qualidade de estudante de enfermagem, com auxílio da enfermeira
orientadora, foi o Sr. R.
O Sr. R, apresenta-se calmo, consciente, orientado em todas as vertentes, comunicativo e
colaborante dentro das suas limitações. É do sexo masculino, de nacionalidade portuguesa e
caucasiano, nasceu a 06/09/1974 (48 anos) e encontra-se atualmente desempregado. Reside
em Setúbal com o seu pai e, devido à sua situação de saúde atual, o Sr. R recorre ao serviço de
nefrologia, do hospital SB, três vezes por semana, todas as segundas, quartas e sextas-feiras,
entre as 8h e as 12h, para a realização de hemodiálise para manutenção e, consequente,
prevenção de complicações associadas à sua situação de saúde. Segundo o próprio, seu
processo clínico e profissionais de saúde, verifica-se que o principal problema referido,
enquanto motivo de procura de cuidados, é a presença de doença renal crónica (DRC),
nomeadamente, insuficiência renal e síndrome nefrótica.
Ao se analisar a história dos antecedentes pessoais de saúde do Sr. R, verificou-se que na
infância apresentou herpes zóster, doença também conhecida por zona, e que no decorrer da
sua vida apresentou outras doenças como: Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), em
janeiro de 2014, com consequente manifestação de síndrome nefrótica; Vírus da Hepatite C
(HCV), encontrando-se atualmente imunizado; Esquizofrenia; Doença hemorroidária;
Hipertensão Arterial (HTA) e; obesidade. Decorrente de doenças do seu passado, o Sr. R já
necessitou recorrer ao seu hospital de referência, tendo ficado internado: em 2013 por
queixas de edemas palpebrais e nos membros inferiores e por cansaço fácil, consequentes de
uma pancitopenia e insuficiência renal aguda; em 2014 por hipercaliémia ligeira/moderada e;
em 2017 por agravamento da função renal. Relativamente a intervenções cirúrgicas anteriores,
estas decorreram após o agravamento da função renal do Sr. R, com o intuito de diagnosticar a
situação de saúde dos seus rins, através de uma biopsia renal em 2017, e posterior preparação
para iniciar tratamento por hemodiálise, através de intervenções como a arteriovenostomia
para diálise renal e realização de uma fístula arteriovenosa (FAV) úmero-basílica em 2019. Face

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a complicações do acesso vascular construído para realização de hemodiálise, o Sr. R também
efetuou uma angioplastia com sucesso em 2020, uma angioplastia com presença de estenose
na veia basílica, tendo ficado com estenose residual de 40%, e outra angioplastia da estenose
do swing segment, com resolução completa em 2021. O Sr. R cumpre com o Programa
Nacional de Vacinação (PNV), incluindo o esquema vacinal contra a Covid-19 até à 4ª dose, e
apresenta alergias à penicilina e ao cotrimoxazol. Tal como referido anteriormente, o Sr. R
encontra-se a fazer tratamento para a insuficiência renal, através da hemodiálise. No entanto,
este apresenta um regime medicamentoso a cumprir, durante as sessões de hemodiálise e
quando se encontra no seu domicílio, que se encontra explicitado no Apêndice III – Regime
Medicamentoso do Sr. R, pormenorizadamente.
No que diz respeito à história familiar, o Sr. R apresenta uma relação próxima e saudável com
os seus pais, uma relação distante com os seus irmãos e uma relação conflituosa com os
restante familiares, pelo que não tem suporte familiar. Uma vez que o pai apresenta
diagnosticada uma doença oncológica, associada a um tumor cerebral, entre outras
morbilidades que o Sr. R não consegue especificar, este tem adquirido um papel na vida do pai
muito próximo, na qualidade de seu principal cuidador informal.
Com a análise do processo clínico do Sr. R, verificou-se um registo recente efetuado após uma
visita domiciliária, onde se mencionou que as condições habitacionais/salubridade eram
poucas, uma vez que em toda a casa era possível verificar paredes negras de bolor, com cheiro
fétido a mofo, e que o esquentador e fogão apresentavam aspeto degradado, porém
funcionais. Todavia, a residência possuía água potável, luz e gás e que, apesar de não
apresentar janelas, a casa encontrava-se minimamente organizada. Face a esta história
ambiental, acredita-se que a própria residência do Sr. R pode ser considerada como um
ambiente nocivo à sua saúde, pelo que se encontra inscrito para uma habitação social.
Com a elaboração desta avaliação inicial do Sr. R, foi possível identificar algumas das suas
necessidades humanas (NH) alteradas, nomeadamente, as associadas à alimentação,
eliminação, higiene/conforto e integridade cutânea, exercício e atividade, e segurança, apesar
de evidenciar a pontuação máxima (totalmente independente), de acordo com a Escala de
Barthel (Anexo I – Escala de Barthel). Iniciando pela NH relacionada com a alimentação,
verifica-se que o Sr. R aparenta não implementar na sua rotina diária o regime dietético e
hídrico proposto pela equipa multidisciplinar, para controlo da sua situação de saúde. Face a
esta dieta, para além de aumentar o risco de complicações associadas à sua patologia, o Sr. R
apresenta um Índice de Massa Corporal (IMC) de 29.04 (Anexo II – Índice de Massa Corporal),
indicativo de excesso de peso, valor que é alterado regularmente devido ao aumento e perda

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de peso nos períodos intra e interdialiticos. Relativamente à NH de eliminação, o Sr. R
evidencia um padrão de eliminação urinária reduzido, apresentando episódios recorrentes de
oligúria. Por esse motivo, este cliente não consegue eliminar os líquidos em excesso e os
resíduos tóxicos consequentes de processos metabólicos, presentes no seu organismo,
necessitando efetuar hemodiálise para prevenção de complicações associadas a este fator. No
que diz respeito à NH relacionada com a higiene, conforto e integridade cutânea verifica-se
que, apesar de o Sr. R apresentar a integridade cutânea mantida, devido à punção da FAV em
cada sessão de hemodiálise, este desenvolveu dois aneurismas (um no local de punção venosa
e outro no local de punção arterial). Em relação à NH alterada da segurança verifica-se que,
apesar do Sr. R ser independente na sua satisfação, este elege comportamentos pouco
protetores da sua saúde como o não cumprimento do regime terapêutico, dietético e hídrico e
optar pelo consumo de substâncias nocivas para a sua saúde (fumador de 1 maço/dia e
ocasionalmente haxixe).
Para além desta avaliação inicial formal, onde foi recolhida toda a informação essencial da
história de saúde do Sr. R, para elaboração do resumo da sua situação de saúde atual, foi
efetuada a avaliação inicial de rotina, antes de se começar a sessão de hemodiálise. Esta
avaliação inicial consiste na avaliação dos sinais vitais do Sr. R e do seu acesso vascular. Após
avaliação dos sinais vitais verificou-se que o Sr. R apresentava os seguintes valores:
 Tensão Arterial: 155/86 mmHg (ligeiramente hipertenso);
 Frequência Cardíaca: 73 bpm (normocárdico);
 Frequência Respiratória: 16 cpm (Eupneico);
 Saturação de Oxigénio (SpO2): 97%;
 Temperatura: 35.7ºC (Apirético).
No que diz respeito à avaliação do acesso vascular do Sr. R, foi efetuada a inspeção e a
auscultação da FAV e avaliada a pulsação da mesma, onde se verificou a ausência de
alterações.
De modo a adquirir mais informação relativa à avaliação inicial do Sr. R, pode-se consultar a
folha de avaliação inicial do mesmo, completa e estruturada, no Apêndice I – Folha de
Avaliação Inicial do Sr. R.

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Moldura Conceptual
A realização desta etapa do Estudo de Caso considera-se relevante para a adquirição de
conhecimento e sua, posterior, aplicação na prática de enfermagem de modo a se obter uma
prestação de cuidados adequados às individualidades de cada pessoa. Por esse motivo, foi
selecionado um modelo teórico de enfermagem, no qual foi baseada a minha intervenção
enquanto estudante de enfermagem, e efetuada uma breve pesquisa bibliográfica acerca da
fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento do principal problema referido
na saúde do Sr. R, com o intuito de capacitar a minha tomada de decisão no estabelecimento
de prioridades durante a prestação de cuidados.

Modelo Teórico de Enfermagem Aplicado


O modelo teórico de enfermagem selecionado e, consequentemente, aplicado na minha
prestação de cuidados ao Sr. R, enquanto doente renal crónico, foi o Modelo de Adaptação de
Callista Roy uma vez que considero de extrema importância a prática de enfermagem
sistematizada e focada na adaptação da pessoa que enfrenta limitações impostas pela sua
patologia e pelos tratamentos que esta requer.
A doença renal crónica e o tratamento hemodialítico, são fatores que interferem diretamente
na qualidade de vida da pessoa, nomeadamente, através de limitações físicas e alteração na
vida social da mesma que afetam de forma negativa a sua capacidade de adaptação face a
estas adversidades. Por esse motivo, “Acredita-se que o modelo de adaptação de Roy pode
guiar os cuidados de enfermagem ao paciente renal crônico em hemodiálise, na tentativa de
descobrir meios de cuidar dessas pessoas, ajudando-as a se manterem adaptadas e
integradas.” (Frazão et al., 2013, p. 46).
De modo a clarificar o seu modelo teórico, Roy salienta como pressupostos para a adaptação
os conceitos de: pessoa, ambiente, saúde e enfermagem. Segundo esta autora, a pessoa é a
recetora dos cuidados de enfermagem, podendo estes ser prestados a apenas uma pessoa,
uma família ou até mesmo uma comunidade. O ambiente caracteriza-se pelo conjunto de
fatores internos e externos, como as circunstâncias e condições em contacto com a pessoa,
que influenciam as respostas adaptativas, bem como os comportamentos da mesma. A saúde
é considerada o processo de adaptação efetivo entre a interação do conceito saúde e
ambiente, a nível fisiológico, psicológico e social uma vez que, de acordo com Roy, quando a
pessoa não se adapta a uma situação de adversidade, surge a doença, e que quando a pessoa
se adapta continuamente, este é um indicativo do alcance da saúde. Por fim, a autora Callista
Roy explicita que a enfermagem é a disciplina, cuja profissão se foca na prestação de cuidados

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centrada na situação de saúde da pessoa, que promove a interação da capacidade adaptativa
da pessoa com o ambiente, através de quatro modos de adaptação: o modo físico-fisiológico, o
modo de identidade de autoconceito de grupo, o modo de desempenho de papel e o modo de
interdependência (Lopes, 2019).
A autora Callista Roy considera que o processo de enfermagem deve ser um instrumento
orientador da intervenção do enfermeiro, nomeadamente, na identificação das necessidades
da pessoa com doença renal, na resolução dos seus problemas adaptativos de diversas
especificidades bem como, na compreensão do cuidado e dos significados decorrentes do
tratamento da mesma (Silva, 2018).
Dito isto, uma vez que o Sr. R evidencia dificuldade em adaptar-se à sua situação de saúde e
consequente tratamento, por meio da não adesão ao regime medicamentoso, dietético e
hídrico, a utilização do modelo teórico da adaptação de Roy demonstrou ser um dos mais
pertinentes, enquanto base para a minha prestação de cuidados. Por esse motivo, considero
que “Cabe, portanto, ao enfermeiro implementar ações de cuidado que favoreçam respostas
adaptativas e assim contribuir para adesão ao tratamento e melhor qualidade de vida” (Moura
et al., 2013, p. 353).

Pesquisa Bibliográfica sobre a Situação de Saúde do Sr. R


Com o intuito de compreender melhor a situação de saúde do Sr. R para, posterior, prestação
de cuidados de enfermagem baseada na evidência, efetuou-se esta breve pesquisa
bibliográfica sobre a fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento do
principal problema referido na avaliação inicial do Sr. R., sendo este caracterizado pela doença
renal crónica, nomeadamente, Insuficiência Renal Crónica (IRC) e Síndrome Nefrótica (SN).
A IRC caracteriza-se pela lesão renal e consequente perda progressiva e irreversível da função
dos rins, com alterações significativas na atividade glomerular, tubular e endócrina (Junior,
2004). O surgimento de manifestações clínicas associadas à IRC, depende da quantidade de
massa renal funcionante e da velocidade das perdas destas funções, uma vez que a
incapacidade funcional renal pode originar complicações como: alterações hidroeletrolíticas,
manifestações cardiovasculares, manifestações gastrointestinais, manifestações neurológicas;
manifestações musculoesqueléticas, alterações endócrinas, manifestações dermatológicas,
infeções e alterações hematológicas (Alcantara, 2005). O diagnóstico precoce da função renal,
é um indicador fundamental para o tratamento adequado da insuficiência renal crónica sendo,
por isso, efetuados exames de diagnóstico como a avaliação da taxa de filtração glomerular, da
dosagem sérica de ureia e creatinina, da depuração da creatinina, da cistatina C, da

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microalbuminúria e dos elementos anormais do sedimento. No caso de ser necessário um
objeto de diagnóstico auxiliar, pode-se optar pelos exames de imagem e a biópsia renal, para
observação das estruturas do rim (Sousa et al., 2019). Para tratar esta patologia, existem
diversas opções terapêuticas como a hemodiálise, hemofiltração e hemodiafiltração, as
técnicas contínuas de substituição renal (TCSR), a diálise peritoneal, o transplante renal, entre
outras técnicas (Fresenius Medical Care, 2011). O Sr. R apresenta IRC e, por consequência,
manifesta alterações hidroeletrolíticas associadas ao aumento dos valores séricos de potássio
e manifestações cardiovasculares como a hipertensão arterial e o risco de arritmia. Por esse
motivo, o Sr. R está a ser acompanhado pelo serviço de nefrologia, para a realização do seu
tratamento por hemodiálise, todas as segundas, quartas e sextas-feiras, no período da manhã.
No que diz respeito à SN, esta é considerada um distúrbio complexo e multifatorial decorrente
do aumento da permeabilidade da membrana glomerular, devido à quebra da sua barreira
estrutural e funcional, permitindo o extravasamento de proteínas para o filtrado glomerular
(Troncoso et al., 2018). As principais manifestações clínicas são caracterizadas pela presença
de proteinúria, hipoalbuminemia e edema, mas também por outras alterações clínico-
laboratoriais como a hiperlipidemia e a hipercoagulabilidade, hipertensão arterial sistémica,
insuficiência renal aguda e infeções (Coordenação de Gestão de Protocolos Clínicos e Diretrizes
Terapêuticas, 2021). Para o diagnóstico da SN, deve-se avaliar a presença de edema e
caracterizá-lo, bem como avaliar as alterações urinárias que levam à suspeita do quadro
clínico, através da determinação de creatinina sérica e das proteínas séricas, e a realização de
exame ultrassonográfico renal (Anónimo, 2005). Face ao diagnóstico clínico, laboratorial e
etiológico da SN o tratamento por ser efetuado por meio de estratégias não medicamentosas,
como a adesão da pessoa a estilos de vida saudáveis, de estratégias terapêuticas, como a
administração de diuréticos, albumina humana, realização de ultrafiltração isolada e
hemofiltração, controlo da tensão arterial, controlo da dislipidemia, utilização de anti-
proteinuricos, prevenção de fenómenos tromboembolicos, entre outras medidas profiláticas, e
de estratégias de tratamento imunossupressor (Coordenação de Gestão de Protocolos Clínicos
e Diretrizes Terapêuticas, 2021). O Sr. R desenvolveu esta patologia como consequência da sua
doença autoimune, causada pelo HIV, apresentando manifestações clínicas como o edema e a
hipertensão arterial sistémica. Por essa razão, para além do tratamento regular por
hemodiálise, o Sr. R necessita de realizar a técnica de ultrafiltração isolada com hemofiltração
para diminuir o edema e fazer o controlo constante dos valores da tensão arterial, dado o seu
risco de hipertensão arterial.

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Plano de Cuidados do Sr. R
Nesta etapa do Estudo de Caso, integrante do Processo de Enfermagem do Sr. R, foi elaborado
o plano de cuidados do mesmo, individualizado às suas particularidades e necessidades
humanas consideradas alteradas. Por esse motivo, o planeamento dos cuidados de
enfermagem ao Sr. R são constituídos por diagnósticos de enfermagem prioritários à sua
situação de saúde atual, intervenções de enfermagem a implementar, resultados esperados e
resultados de enfermagem obtidos, que influenciam o restante planeamento consoante a sua
conclusão. De seguida serão apresentados todos os diagnósticos de enfermagem identificados,
nos períodos inter e intradialítcos, sendo apresentados os mais prioritários em formato de
plano de cuidados completo e estruturado no Apêndice II – Plano de Cuidados do Sr. R.

Diagnósticos de Enfermagem Identificados


 Dor Atual: Segundo a CIPE (Versão 2015), o termo “Dor”, do setor Foco, refere-se a uma
“Perceção comprometida: aumento de sensação corporal desconfortável, referência
subjetiva de sofrimento, expressão facial característica, alteração do tónus muscular,
comportamento de autoproteção, limitação do foco de atenção, alteração da perceção do
tempo, fuga do contacto social, processo de pensamento comprometido, comportamento
de distração, inquietação e perda de apetite.” (Ordem dos Enfermeiros, 2016, p. 54).
Relativamente ao termo “Atual”, este diz respeito a uma “Potencialidade: presente ao
real.” (Idem, 2016, p. 93). O Sr. R mencionou sentir uma dor ligeira a moderada durante a
marcha, no joelho esquerdo, após o seu cão tê-lo feito cair (sic). Por esse motivo, tornou-
se pertinente o levante deste diagnóstico de enfermagem, de modo a aliviar a sua dor,
enquanto se encontra no serviço de nefrologia/hemodiálise.
 Hipertensão Arterial Atual: Segundo a CIPE (Versão 2015), o termo “Hipertensão”, do
setor Foco, significa “Processo do sistema circulatório comprometido bombagem do
sangue através dos vasos sanguíneos com pressão superior à normal.” (Ordem dos
Enfermeiros, 2016, p. 61). No que diz respeito ao termo “Atual”, do setor Juízo, este
refere-se a uma “Potencialidade: presente ao real.” (Idem, 2016, p. 93). Face a este
antecedente pessoal, de hipertensão arterial, o levante deste diagnóstico torna-se
pertinente para a prevenção de complicações associada a esta patologia.
 Adesão ao regime medicamentoso comprometido: De acordo com a CIPE (Versão 2015),
o termo “Adesão ao regime medicamentoso”, do setor Foco, associa-se ao termo
“Adesão”, que significa “Status positivo: ação autoiniciada para promoção do bem-estar;
recuperação e reabilitação; seguindo as orientações sem desvios; empenhado num

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conjunto de ações ou comportamentos. Cumpre o regime de tratamento; toma os
medicamentos como prescrito; muda o comportamento para melhor, sinais de cura,
procura os medicamentos na data indicada, interioriza o valor de um comportamento de
saúde e obedece às instruções relativas ao tratamento. (Frequentemente associado ao
apoio da família e de pessoas que são importantes para o cliente, conhecimento sobre os
medicamentos e processo de doença, motivação do cliente, relação entre o profissional de
saúde e o cliente).” (Ordem dos Enfermeiros, 2016, p. 38). Relativamente ao termo
“Comprometido”, este refere-se a um “Juízo positivo ou negativo: estado julgado como
negativo, alterado, comprometido ou ineficaz.” (Idem, 2016, p. 93). Tendo em conta que o
Sr. R evidencia conhecimentos acerca do regime medicamentoso, verifica-se que este nem
sempre cumpre com as prescrições médicas. Dito isto, face às implicações que poderão
surgir com este comportamento, torna-se importante incentivar o Sr. R a aderir o regime
medicamentoso, por meio de estratégias de promoção e educação para a saúde.
 Adesão ao regime dietético comprometido: Segundo a CIPE (Versão 2015) termo “Adesão
ao regime dietético”, do setor Foco, associa-se ao termo abrangente “Adesão”, que
significa “Status positivo: ação autoiniciada para promoção do bem-estar; recuperação e
reabilitação; seguindo as orientações sem desvios; empenhado num conjunto de ações ou
comportamentos. Cumpre o regime de tratamento; toma os medicamentos como
prescrito; muda o comportamento para melhor, sinais de cura, procura os medicamentos
na data indicada, interioriza o valor de um comportamento de saúde e obedece às
instruções relativas ao tratamento. (Frequentemente associado ao apoio da família e de
pessoas que são importantes para o cliente, conhecimento sobre os medicamentos e
processo de doença, motivação do cliente, relação entre o profissional de saúde e o
cliente).” (Ordem dos Enfermeiros, 2016, p. 38). No que diz respeito ao termo
“Comprometido”, este refere-se a um “Juízo positivo ou negativo: estado julgado como
negativo, alterado, comprometido ou ineficaz.” (Idem, 2016, p. 93). Apesar do Sr. R
apresentar conhecimento efetivo sobre o seu regime dietético ideal, face à sua situação
de saúde, este não demonstra aderir às indicações fornecidas pelos profissionais de saúde.
Por esse motivo, torna-se pertinente o levante deste diagnóstico de enfermagem e,
consequente, planeamento de intervenções de enfermagem de modo a promover a sua
adesão ao regime dietético proposto.
 Padrão de ingestão de líquidos elevado: Segundo a CIPE (Versão 2015), o termo “Padrão
de ingestão de líquidos”, do setor Foco, associa-se ao termo “Comportamento”, que por

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sua vez significa “Processo intencional: ações.” (Ordem dos Enfermeiros, 2016, p. 46). Em
relação ao termo “Elevado”, do setor Juízo, este refere-se a um “Nível absoluto: acima da
média ou mais do que o normal em quantidade; intenção ou intensidade.” (Idem, 2016, p.
93). Uma vez que o Sr. R apresenta doença renal crónica, com perda da funcionalidade
renal, verifica-se que este tem dificuldade em eliminar os líquidos em excesso do
organismo revelando, muitas vezes, episódios de oligúria. Apesar de o Sr. R apresentar
indicação para reduzir a ingestão de líquidos diária, este não cumpre com a mesma,
evidenciando um padrão de ingestão de líquidos elevado. Por esse motivo, o levante deste
diagnóstico é considerado pertinente uma vez que, ao reduzir a ingestão de líquidos do Sr.
R, este irá revelar um diminuição de complicações associadas aos seus hábitos hídricos
como a presença de edema.
 Risco de desequilíbrio hídrico e desequilíbrio eletrolítico: Segundo a CIPE (Versão 2015),
os termos “Desequilíbrio hídrico” e “Desequilíbrio eletrolítico”, correspondentes ao setor
Foco, associam-se a um “Processo do sistema regulador comprometido” (Ordem dos
Enfermeiros, 2016, p. 53). No que diz respeito ao termo “Risco”, do setor Juízo, este
refere-se a uma “Potencialidade: existir em possibilidade; risco” (Idem, 2016, p. 94). Face a
situação de saúde do Sr. R, a possibilidade de ocorrerem desequilíbrios hidroeletrolíticos
no seu organismo consideram-se relativamente superior à de um indivíduo sem esta
patologia associada. Por esse motivo, considera-se pertinente o levante deste diagnóstico
de enfermagem, de modo a prevenir estes desequilíbrios e, consequentes, complicações
associadas.
 Risco de Hipercaliémia: De acordo com a CIPE (Versão 2015), o termo “Hipercaliémia” do
setor Foco, refere-se a um “Desequilíbrio eletrolítico” (Ordem dos Enfermeiros, 2016, p.
61). Relativamente ao termo “Risco”, este diz respeito a uma “Potencialidade: existir em
possibilidade; risco.” (Idem, 2016, p. 94). Uma vez que o Sr. R apresenta doença renal
crónica, antecedentes de hipercaliémia e uma preferência por alimentos ricos em
potássio, considera-se que este apresenta um risco acrescido de hipercaliémia,
relativamente a outros clientes.
 Risco de Arritmia: Segundo a CIPE (Versão 2015), o termo “Arritmia” do setor Foco, diz
respeito a um “Processo cardíaco comprometido: variação do ritmo normal de contração
auricular e ventricular do miocárdio.” (Ordem dos Enfermeiros, 2016, p. 40). Em relação ao
termo “Risco”, do setor Juízo, este refere-se a uma “Potencialidade: existir em
possibilidade; risco.” (Idem, 2016, p. 94). Face à sua situação clínica, que envolve o

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aumento dos níveis de potássio sérico, este apresenta um risco de arritmia acrescido. Por
esse motivo, o levante deste diagnóstico é considerado importante para implementar a
constante monitorização desta alteração cardíaca e prevenção de possíveis complicações
decorrente da mesma.
 Risco de Infeção: Segundo a CIPE (Versão 2015), o termo “Infeção”, do setor Foco, significa
“Processo patológico: invasão do corpo por microrganismos patogénicos que se
reproduzem e multiplicam, causando doença por lesão celular local, secreção de toxinas ou
reação antigénio-anticorpo.” (Ordem dos Enfermeiros, 2016, p. 63). No que diz respeito ao
termo “Risco”, do setor Juízo, este refere-se a uma “Potencialidade: existir em
possibilidade; risco.” (Idem, 2016, p. 94). Como o Sr. R realiza sessões de hemodiálise
regularmente, três vezes por semana, este apresenta um risco de infeção acrescido
inerente a todo o procedimento associado à punção da fístula arteriovenosa que possui,
bem como ao próprio tratamento.

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Considerações Finais
Tal como referido anteriormente, este trabalho foi realizado no âmbito da Unidade Curricular
de Ensino Clínico em Enfermagem IV – Adulto e Idoso em Contexto II, com o intuito de
desenvolver um Estudo de Caso relativo a uma pessoa escolhida por mim, na qualidade de
estudante de enfermagem, em parceria com a enfermeira orientadora, de modo a adquirir
novas aprendizagens e competências. Tendo em conta o contexto de EC, foi recolhida a
história de saúde do Sr. R, onde se verificou que este apresentava doença renal crónica,
enquanto principal problema referido, e que recorria regularmente ao serviço de
nefrologia/hemodiálise do Hospital SB para efetuar tratamento por hemodiálise. Após a
avaliação inicial do Sr. R, fez-se referência ao modelo teórico da adaptação de Callista Roy, que
seria utilizado posteriormente na implementação do plano de cuidados, uma vez que, quando
uma pessoa desenvolve uma doença renal crónica muitas vezes a sua vida sofre grandes
alterações, sendo necessário adaptar-se, coisa que não ocorreu com o Sr. R ao verificar-se que
este não adere às indicações efetuadas pela equipa multiprofissional acerca do regime
terapêutico. De seguida, antes de planear a minha prestação de cuidados, efetuou-se uma
breve pesquisa bibliográfica sobre a fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e
tratamento dos principais problemas evidenciados pelo Sr. R, de modo a poder individualizar a
minha intervenção de enfermagem às características do mesmo e, consequentemente,
adequá-la às necessidades alteradas decorrentes da sua situação clínica atual. Face a esta
moldura concetual, já me encontrava preparada para planear a minha prestação de cuidados,
com base em evidência científica, e, consequentemente, implementá-la por meio de
diagnósticos de enfermagem pertinentes e prioritários, intervenções de enfermagem,
resultados esperados e resultados de enfermagem obtidos.
Relativamente aos objetivos específicos e pessoais para a elaboração deste Estudo de Caso,
acredito que estes foram alcançados, apesar de algumas dificuldades sentidas. Ao ter realizado
um estudo aprofundado sobre a situação clínica do Sr. R, por meio do estabelecimento de uma
relação de confiança e desenvolvimento de competências como a observação, análise crítica e
descrição dos principais problemas referidos e necessidades alteradas do mesmo, considero
tê-los identificado de modo a implementar, posteriormente, um plano de cuidados adequado
e holístico, enquanto método para solucionar ou reverter os mesmos, em contexto de
prestação de cuidados de enfermagem em nefrologia/hemodiálise. Com a elaboração deste
trabalho acredito ter adquirido novas aprendizagens a nível teórico e prático que, certamente,
serão fatores facilitadores na minha prestação de cuidados em enfermagem, na tomada de

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decisão e resolução de problemas, aquando confrontada por situações futuras semelhantes.
No que diz respeito às dificuldades sentidas no decorrer da elaboração deste Estudo de Caso,
penso que estas surgiram por consequência da incorreta gestão de tempo e pelo pouco
conhecimento que, inicialmente, apresentava sobre a situação clínica do Sr. R e sobre o seu
tratamento. Ao ter selecionado a pessoa para a elaboração deste trabalho, tardiamente,
considero que este foi um fator que desencadeou a minha incorreta gestão do tempo no
decorrer do Estudo de Caso. Relativamente ao pouco conhecimento que evidenciava no início
da elaboração deste trabalho, considero que este dificultou o planeamento da minha
prestação de cuidados, nomeadamente, na realização de diagnósticos de enfermagem e
consequentes intervenções de enfermagem. No entanto, acredito que estes obstáculos foram
ultrapassados com sucesso ao ter recebido auxílio por parte do professor e enfermeira
orientadora, que me guiaram na elaboração deste trabalho.
Dito isto, apenas me resta concluir que com a elaboração deste Estudo de Caso tive a oportunidade de
adquirir novas aprendizagens bem como desenvolver competências, especialmente no domínio de uma
área especifica como a nefrologia/hemodiálise, que não fora lecionada em contexto de sala de aula. Por
esse motivo, considero ter desenvolvido competências ao nível das macro-competências de prestação
e gestão de cuidados, ao aplicar a metodologia do Processo de Enfermagem no Estudo de Caso, e de
desenvolvimento profissional, ao efetuar uma revisão regular das minhas práticas e ir de encontro às
minhas necessidades de formação contínua, através de pesquisas bibliográficas com base em fontes
fidedignas e autores de enfermagem (Ordem dos Enfermeiros, 2012). Por fim, acredito que a
elaboração deste trabalho me permitiu o desenvolvimento de conhecimentos e competências,
em contexto de EC, que irei utilizar para a melhoria da minha capacidade de prestação de
cuidados de enfermagem não só na qualidade de estudante de enfermagem, mas também
como futura enfermeira, a quem necessite, independentemente da sua situação de saúde.

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Apêndice I – Folha de Avaliação Inicial do Sr. R
Avaliação Inicial do Cliente

1. IDENTIFICAÇÃO E OUTROS DADOS


Gosta de ser chamado por Sr. R Identificação da pessoa/ cliente:
Data de nascimento: 06/09/1974 (48 anos) Cliente caucasiano, de 48 anos, do sexo masculino e de
Profissão: Desempregado nacionalidade portuguesa, que se encontra atualmente
Raça/etnia: Caucasiano desempregado, residindo em Setúbal com o seu pai. Devido à
sua situação de saúde atual, o Sr. R recorre ao Serviço de
Nefrologia/Hemodiálise, do Hospital SB, três vezes por
semana para a realização de hemodiálise.

2. MOTIVO DA PROCURA DE CUIDADOS


Fonte do relato: Próprio cliente, Profissionais de Resumo do Relato da Situação Atual: Cliente calmo,
saúde e Processo Clínico do mesmo. consciente e orientado, recorre ao Serviço de Nefrologia, do
Hospital SB, todas as segundas, quartas e sextas-feiras, entre

Principal Problema referido: Doença Renal Crónica, as 8h e 12h, para a realização de hemodiálise para
nomeadamente, insuficiência renal e síndrome manutenção e, consequente, prevenção de complicações
nefrótica. associadas à sua situação de saúde atual.

3. HISTÓRIA DOS ANTECEDENTES PESSOAIS DE SAÚDE


Doenças na Infância: Herpes Zóster (Zona). Vacinação: Cumpre com o PNV, incluindo Esquema Vacinal
contra Covid-19 até à 4ª dose.
Outras doenças: HIV, em janeiro de 2014, com Alergias: Penicilina e Cotrimoxazol.
manifestação de síndrome nefrótica; HCV
(atualmente curado); Esquizofrenia; Doença
hemorroidária; HTA e; Obesidade.
Hospitalizações anteriores: Internamento entre os Tratamentos em curso: Cliente encontra-se a fazer
dias 28/11/2013 e 18/12/2013, por queixas de tratamento para a doença renal crónica, por meio da
edemas palpebrais e nos membros inferiores e por hemodiálise. Para além disso, este apresenta um regime
cansaço fácil, onde se constatou a presença de uma medicamentoso para cumprir, enquanto se encontra no
pancitopenia e insuficiência renal aguda; Serviço de Nefrologia/Hemodiálise e quando se encontra no

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internamento entre os dias 02/01/2014 e domicílio. A terapêutica que o Sr. R realiza em ambos os
08/01/2014, devido a hipercaliémia ligeira/ contextos encontra-se explicitada, pormenorizadamente, no
moderada e; internamento entre os dias Apêndice III – Regime Medicamentoso do Sr. R.
10/10/2017 e 12/10/2017 por agravamento da
função renal.
Intervenções Cirúrgicas: Biópsia renal em 2017;
arteriovenostomia para diálise renal em 2019;
realização de FAV úmero-basílica a 10/10/2019;
angioplastia com sucesso a 12/10/2020;
angioplastia com presença de estenose na veia
basílica, tendo ficado com estenose residual de
40%, a 24/05/2021 e; angioplastia da estenose do
swing segment, com resolução completa, a
31/05/2021.

4. HISTÓRIA FAMILIAR
Situação de Saúde dos Avós: Não apresenta avós Identificação das doenças dos familiares: Pai apresenta
maternos nem avós paternos. diagnosticada doença oncológica, associada a um tumor
cerebral, entre outras morbilidades que o Sr. R não consegue
especificar.
Situação de Saúde dos Pais: Ambos vivos. Mãe Dados sobre falecimento e causa relacionada: Não se
encontra-se saudável. Pai tem diagnosticadas recorda da causa relacionada com o falecimento dos avós
diversas morbilidades. maternos. A avó paterna faleceu devido a cancro do
estômago e o avô paterno, apesar de não saber especificar a
causa associada ao seu falecimento, refere que este sofreu
uma queda com fratura do fémur, tendo falecido 2 dias após
ser admitido num serviço de internamento hospitalar.
Situação de Saúde dos Irmãos: Apresenta dois Dados sobre as relações familiares: Apresenta relação
irmãos e três irmãs, todos vivos e saudáveis. saudável e próxima com o seu pai e a sua mãe. Refere
apresentar uma relação distante com os seus irmãos. Cliente
apresenta conflitos com restantes familiares, pelo que não
tem suporte dos mesmos.

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5. HISTÓRIA AMBIENTAL
Local da Residência: Setúbal. Relação com ambientes nocivos à Saúde: A própria
Tipo de residência: Residência própria, residência pode ser considerada como um ambiente nocivo à
apartamento r/c, com pátio. sua saúde, encontrando-se inscrito para uma habitação
Condições habitacionais/salubridade: Em toda a social.
casa é possível verificar paredes negras de bolor,
com cheiro fétido a mofo. Esquentador e fogão
com aspeto degradado, porém funcionais. Tem
água potável, luz e gás. Residência não apresenta
janelas, no entanto encontra-se minimamente
organizada.

6. NECESSIDADES HUMANAS
NECESSIDADE HUMANA : Respiração
Independente na satisfação desta NH: Sim. Tosse: Sim  Não X Tipo:
Registo das Características: Expetoração: Sim  Não X Características:
Tipo: Eupneico. Cansa-se a esforços:
Frequência: 16 cpm. Pequenos  Médios  Grandes X (esforços)
Amplitude: Superficial.
Ritmo: Regular.
Localização: Mista.
Simetria: Simétrica.
(Tipo, Frequência, Amplitude, Ritmo, Localização, Simetria)

Outras Observações: Apresenta uma SpO2 de 97%.

NECESSIDADE HUMANA : Alimentação


Independente na satisfação desta NH: Sim. Parcialmente dependente para se alimentar 
Alimentos Preferidos: Peixe assado e salada. Totalmente dependente para se alimentar 
Nº refeições/dia: Realiza três refeições diárias Presença de Sonda: Sim  Não X Tipo:
(pequeno-almoço, almoço e jantar). Peso: 91 kg.
Ingestão de Água/dia: Ingere, aproximadamente, Altura: 177 cm.
1l de água. Avaliação do IMC: 91/1,772=29,04 (excesso de peso)
Ingestão de Bebidas Alcoólicas/dia: Não ingere. (peso / altura2 )

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Outras Observações: Cliente apresenta um regime dietético e hídrico específico para o controlo da sua situação de
saúde atual, porém nem sempre cumpre com o mesmo. Segundo o seu processo clínico, o mesmo refere não ter
capacidade financeira para adquirir bens alimentares.

NECESSIDADE HUMANA : Eliminação


Independente na satisfação desta NH: Não. Parcialmente dependente na eliminação X
Registo do padrão diário de: Totalmente dependente na eliminação 
Eliminação Vesical: Padrão Reduzido. Presença de Catéter: Sim  Não X Tipo:
Eliminação Intestinal: Padrão Regular.
Outro:
Outras Observações: Face a sua situação de saúde, associada a doença renal crónica, o Sr. R não consegue
eliminar os líquidos em excesso e resíduos tóxicos do seu organismo, necessitando de realizar hemodiálise.

NECESSIDADE HUMANA : Higiene /Conforto e Integridade Cutânea


Independente na satisfação desta NH: Sim. Parcialmente dependente na higiene pessoal 
Aparência Geral Cuidada: Sim. Totalmente dependente na higiene pessoal 
Frequência dos hábitos de Higiene: Diária. Aparência do Cabelo, unhas, cavidade oral e dentes:
Integridade Cutânea Mantida: Sim. Aparência cuidada.
Prefere usar seus produtos pessoais: Sim. Risco de úlcera de pressão: Sem risco, com pontuação de 21
Veste-se sem dificuldades: Sim. na Escala de Braden (Anexo III – Escala de Braden).
Esquema de alternância de decúbitos: Não necessita visto
que efetua levante diariamente.
Necessita de Ajuda para Vestir-se: Não.
Outras Observações: O Sr. R apresenta a Integridade Cutânea Mantida, porém, devido à constante punção da FAV,
o cliente desenvolveu dois aneurismas, um junto ao local de punção venosa e outro no local de punção arterial da
fístula.

NECESSIDADE HUMANA : Exercício e Actividade


Independente na satisfação desta NH: Sim. Parcialmente dependente na mobilidade 
Mobilidade sem alterações: Sim. Totalmente dependente na mobilidade 
Tónus Muscular Mantido: Sim. Usa MAM: Não.
Realiza exercício físico/semana: Sim. Alteração do Tónus Muscular: Não.
Pratica desporto: Não. Qual: Intensidade da Dor na mobilidade: Apresenta dor ao

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mobilizar-se de 4 pontos nos membros inferiores, mais
especificamente no joelho, e dor igual a 1 ponto em repouso,
segundo a Escala Numérica de Avaliação da Dor (Anexo IV –
Escala Numérica de Avaliação da Dor).
Outras Observações: Apesar de ser independente na satisfação desta NH, o Sr. R necessita de ter em atenção os
esforços que exerce no braço onde se encontra a FAV. O Sr. R realiza caminhadas com o seu pai, diariamente, após
o almoço.

NECESSIDADE HUMANA : Comunicação e Multiculturalidade


Independente na satisfação desta NH: Sim. Nível de Consciência: Consciente e orientado, obtendo uma
Cliente consciente, orientado E/T/P/S: Sim. pontuação de 15 (pontuação máxima), na Escala de Coma de
5 sentidos sem alterações: Sim. Glasgow (Anexo V – Escala de Coma de Glasgow).
Comunicação Não Verbal congruente c/ a verbal: Dependente de outros para comunicar: Não.
Sim. Sentido (s) alterados: Não.
Revela respeito e sensibilidade a outras culturas: Comunicação Não Verbal incongruente c/ a verbal: Não.
Sim. Dificuldade na relação interpessoal c/ outros: Não.
Aceita diferentes perspetivas de saúde e Dificuldade em aceitar outras culturas/etnias: Não.
tratamentos: Sim.
Outras Observações: Cliente calmo, consciente, orientado em todas as vertentes, colaborante e comunicativo. Por
vezes apresenta dificuldade no estabelecimento de relações interpessoais, devido à sua doença esquizofrénica.
Contudo, essa situação é evitada através do cumprimento do seu regime medicamentoso.
E/T/P/S – Orientação no Espaço, Tempo, Pessoa e Situação.

NECESSIDADE HUMANA : Sono e Repouso


Independente na satisfação desta NH: Sim. Dependente de Medicação para dormir: Sim.
Número de horas-sono/dia: Aproximadamente, Número de horas-sono/ c/ Medicação: Aproximadamente,
entre 6 e 7 horas. entre 6 e 7 horas.
Sono tranquilo e reparador: Sim. Fatores perturbadores do sono: Ruído causado pelos cães.
Fatores que facilitam o repouso: Música, Revela cansaço ou Fadiga: Não.
terapêutica e/ou ambiente calmo e com pouco
ruído.
Outras Observações: Apesar de utilizar medicação para dormir, verifica-se que o Sr. R apresenta ser independente
na satisfação desta NH, através de estratégias como a musicoterapia.

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NECESSIDADE HUMANA : Segurança
Independente na satisfação desta NH: Sim. A sua segurança é realizada por outros: Não.
Elege comportamentos saudáveis: Não. Elege comportamentos de Risco*: Sim.
Adota atividades protetoras da saúde: Nem Não cumpre regime terapêutico planeado: Por vezes não
sempre. cumpre.
Realiza 1 x ano check-up: Sim. Risco de infligir dano a si próprio e/ou a outros: Não.
Outras Observações*: O Sr. R elege comportamentos de risco associados ao consumo de substâncias. Apesar de
ser ex-toxicodependente, de heroína e cocaína, sem consumos desde há vários anos, o Sr. R mantém consumo
ocasional de haxixe. O Sr. R é fumador (1 maço/dia), atualmente, com “cigarro eletrónico”. Para além do check-up
anual, o Sr. R efetua consultas de acompanhamento, de 3 em 3 meses, no serviço de infeciologia e, recorre ao
hospital de referência sempre que considera necessário.

NECESSIDADE HUMANA : Vivência da Sexualidade


Independente na satisfação desta NH: Sim. Identificar alteração desta necessidade: Possível disfunção
Identidade Sexual definida: Sim, heterossexual. sexual, associada à sua patologia.
Dificuldade na identificação sexual: Não.
Percepção do Enfº. Na alteração desta NH devido a doenças
ou alteração do estado de saúde: Possível disfunção sexual,
associada à sua doença/ situação de saúde.
Outras Observações: Inicialmente, o diagnóstico de HIV poderia ser um fator impeditivo para a satisfação desta
NH, todavia, devido à terapêutica prescrita, este é um problema considerado solucionado. No que diz respeito à
doença renal crónica, esta pode afetar, possivelmente, a satisfação desta NH.

NECESSIDADE HUMANA : Lidar com a Morte


Abordar o tema da Morte sem dificuldade: Sim. Verbalização de Preocupação relacionada c/ a Morte: Não.
Refere as suas crenças sob a morte: Não. Dificuldades na realização de luto familiar: Não.
Realiza processo de Luto familiar: Não. Dificuldade na expressão de sentimentos: Não.
Esclarece pedido de assistência espiritual: Não. Dificuldade em identificar as suas crenças sobre a morte:
Não.
Outras Observações: O Sr. R demonstra abordar o tema da morte sem dificuldade, referindo que, recentemente,
realizou o processo de luto familiar face ao falecimento do seu avô paterno.

NECESSIDADE HUMANA : Auto-imagem


Auto perceção positiva: Sim. Auto-perceção neutra/negativa: Não.

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Revela atitude e sentimentos positivos sobre si: Expressa atitudes e sentimentos negativos sobre si: Não.
Sim. Revela pouco interesse no autocuidado: Não.
Reconhece o seu potencial e valor pessoal: Sim. Afeto desencorajado: Não.
Afeto confiante: Sim.
Outras Observações: O Sr. R demonstra gostar de manter a sua aparência cuidada, revelando interesse no seu
autocuidado e, especialmente, com a roupa e calçado que utiliza.

NECESSIDADE HUMANA : Crenças, Valores e Espiritualidade


Revela as suas crenças e valores convictamente: Crenças, valores e necessidades espirituais pouco claros:
Não. Sim.
Atua em conformidade com os mesmos na sua Projeto de vida/saúde indefinido: Sim.
relação com os outros, não os prejudicando: Sim. Pretende orientação espiritual: Não.
Tem um projeto de Vida e de saúde: Não.
Promove a sua saúde espiritual: Não.
Outras Observações: O Sr. R não revela crenças, valores e a sua espiritualidade convictamente. Todavia, este
refere que acredita em Deus, apesar de não frequentar espaços católicos como a igreja.

NECESSIDADE HUMANA : Lazer e Recrear-se


Realiza atividades de Lazer de sua preferência: Dificuldade em reconhecer e criar tempos de lazer: Não.
Sim. Dificuldade em aceitar outro desempenho de papéis: Não.
Convive e Diverte-se: Sim.
Outras Observações: As atividades de lazer de preferência do Sr. R são ir ao cinema, passear e visitar a sua mãe
que reside atualmente no Algarve. O Sr. R convive, maioritariamente, com o seu pai e os seus vizinhos.

NECESSIDADE HUMANA : Participação e Interação Social


Tem facilidade no desempenho de vários papéis: Dificuldade em aceitar outro desempenho de papéis: Não.
Sim. Revela pouca iniciativa: Não.
Tem iniciativa: Sim. Apresenta dificuldade na relação e gestão de conflitos: Não.
Demonstra facilidade na relação interpessoal: Sim. Revela dificuldade em aceitar as normas sociais: Não.
Demonstra capacidade de aceitar as normas
sociais: Sim.
Outras Observações: O Sr. R demonstra facilidade no estabelecimento de relações interpessoais, ao demonstrar
iniciativa e ao ser participativo. Apresenta facilidade no desempenho de vários papéis, destacando-se o seu papel

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enquanto cliente do Serviço de Nefrologia, do Hospital SB, e na qualidade de filho e cuidador informal do seu pai.

NECESSIDADE HUMANA : Mecanismos de Adaptação


Revela capacidade de se adaptar à adversidade: Revela Coping Ineficaz: Não.
Sim. Revela dificuldade na resolução de problemas: Não.
Pede Ajuda: Sim. Revela Ansiedade/Medo/Stress: Sim, ocasionalmente.
Identifica os seus recursos pessoais: Sim. Dificuldade em expressar sentimentos vividos: Não.
Identifica estratégias de auto-suporte eficazes: Tem dificuldade em reconhecer os seus recursos: Não.
Sim. Tem dificuldade em identificar estratégias eficazes: Não.
Identifica o que pode realizar autonomamente: Pede a outros que resolvam por si: Não.
Sim.

Outras Observações: O Sr. R revela capacidade de se adaptar à adversidade, especialmente no que diz respeito à
sua saúde, através da identificação de recursos como o seu hospital de referência. Demonstra ser uma pessoa
bastante autónoma, mencionando que só pede ajuda quando considera necessário. O Sr. R refere períodos de
stress ocasionais, associados ao seu papel de cuidador informal do seu pai.

RESUMO DAS NECESSIDADES DO CLIENTE, QUE IDENTIFICOU ALTERADAS


Atualmente, o Sr. R apresenta apenas algumas necessidades humanas alteradas, obtendo uma pontuação de 100
(totalmente independente), segundo a Escala de Barthel (Anexo I – Escala de Barthel). No entanto, face à sua
situação de saúde, o Sr. R apresenta alterações nas NH associadas à “alimentação”, “eliminação”,
“higiene/conforto e integridade cutânea”, “exercício e atividade” e “segurança”.
Iniciando pela NH relacionada com a alimentação, o Sr. R aparenta não implementar na sua rotina diária o regime
dietético e hídrico planeado pela equipa multiprofissional, para controlo da sua situação de saúde e, segundo o
seu processo clínico, o mesmo refere não ter capacidade financeira para adquirir bens alimentares, o que poderá
comprometer a satisfação desta necessidade. Todavia, o Sr. R apresenta um IMC de 29,04 (Anexo II – Índice de
Massa Corporal), indicativo de excesso de peso.
Relativamente à NH de eliminação, o Sr. R evidencia um padrão de eliminação vesical diminuído. Uma vez que
apresenta doença renal crónica, este cliente não consegue eliminar os líquidos em excesso e os resíduos tóxicos
presentes no seu organismo, necessitando de realizar hemodiálise.
No que diz respeito à NH associada à higiene, conforto e integridade cutânea, esta é uma necessidade considerada
satisfeita pelo próprio. No entanto, apesar de apresentar a integridade cutânea mantida, devido à recorrente
punção da fístula arteriovenosa, o Sr. R desenvolveu dois aneurismas (um em cada local de punção da FAV).
Em relação à NH alterada da segurança, verifica-se que, apesar do Sr. R ser independente na sua satisfação, este

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elege comportamentos pouco protetores da sua saúde como o não cumprimento do regime terapêutico e o
consumo de substâncias (fumador de 1 maço/dia e ocasionalmente haxixe).

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Apêndice II – Plano de Cuidados do Sr. R
Nome do Estudante Ano/semestre Ano Letivo
Mariana Gonçalves Charneca 2ºano, 2ºsemestre 2022/2023
Local de Ensino Clínico/Estágio Docente:
Hospital SB – Serviço Nefrologia/Hemodiálise Professor Miguel Oliveira

Nome da Pessoa
Sr. R
Apreciação Inicial
O Sr. R, do sexo masculino, de nacionalidade portuguesa, nasceu a 06/09/1974 (48 anos) e reside na região de
Setúbal com o seu pai, encontrando-se atualmente desempregado. Este é um cliente calmo, consciente,
orientado na vertente espaço, tempo, pessoa e situação, demonstrando ser comunicativo e colaborante dentro
das suas limitações.
No que diz respeito aos seus antecedentes pessoais, o Sr. R já foi diagnosticado com Zona – Herpes Zóster
(durante a infância), infeção por HIV (em janeiro de 2014), com manifestação de síndrome nefrótica, infeção por
HCV (atualmente curada), esquizofrenia, doença hemorroidária, HTA e obesidade. Apresenta diversas
hospitalizações anteriores, entre os anos de 2013 e 2017, todas devido a patologia renal e sintomatologia
associada à mesma. Segundo o processo clínico do Sr. R, este foi intervencionado cirurgicamente várias vezes,
entre 2017 e 2021, com o intuito de compreender a sua patologia renal e, posteriormente, construir um acesso
vascular para iniciar a hemodiálise. Apresenta alergias à penicilina e cotrimoxazol e cumpre com o PNV, incluindo
o Esquema Vacinal contra a Covid-19 até à 4ª dose.
Ao iniciar a sessão de hemodiálise, efetuou-se uma breve avaliação inicial onde foram avaliadas as necessidades
humanas alteradas, desde a última sessão, e os seguintes sinais vitais:
 Tensão Arterial – 155/86 (ligeiramente hipertenso);
 Frequência Cardíaca – 73 bpm (normocárdico);
 Temperatura – 35,7ºC (apirético) e;
 Dor – 1 em repouso e 4 ao mobilizar-se.
Ainda antes de iniciar a sessão de hemodiálise, o Sr. R apresentava um peso inicial de 93kg, 2kg acima do seu
peso seco, devido à má adesão do mesmo ao regime dietético, hídrico e medicamentoso. Por esse motivo, deve-
se tomar medidas para alterar esta situação.
O Sr. R apresenta prescrito o seu Regime Medicamentoso, de ambulatório e específico à sessão de hemodiálise,
que se encontra expresso no Apêndice III – Regime Medicamentoso do Sr. R.

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Data Inicio 31-05-2023
Diagnóstico de Enfermagem Fundamentação
Dor Atual Segundo a CIPE (Versão 2015), o termo “Dor”, do setor Foco, refere-se
a uma “Perceção comprometida: aumento de sensação corporal
desconfortável, referência subjetiva de sofrimento, expressão facial
característica, alteração do tónus muscular, comportamento de
autoproteção, limitação do foco de atenção, alteração da perceção do
tempo, fuga do contacto social, processo de pensamento
comprometido, comportamento de distração, inquietação e perda de
apetite.” (Ordem dos Enfermeiros, 2016, p. 54). Relativamente ao
termo “Atual”, este diz respeito a uma “Potencialidade: presente ao
real.” (Idem, 2016, p. 93). O Sr. R mencionou sentir uma dor ligeira a
moderada, no joelho esquerdo, durante a marcha após o seu cão tê-lo
feito cair (sic). Por esse motivo, tornou-se pertinente o levante deste
diagnóstico de enfermagem, de modo a aliviar a sua dor, enquanto se
encontra no serviço de nefrologia/hemodiálise.
Resultados Esperados
Dor Nenhuma
Intervenções de enfermagem
1. Avaliar dor, segundo Escala Numérica
A dor é considerada como o 5º sinal vital, sendo a sua avaliação uma intervenção de enfermagem fundamental
para, posteriormente, controlar a mesma. A dor é uma sensação que o cliente apresenta, de carater pessoal e
subjetivo, onde o profissional de saúde deve reconhecer que o próprio é o melhor avaliador da sua dor e,
consequentemente, acreditar no auto-relato como fonte de informação da presença de dor. A avaliação da dor
deve ser efetuada de forma regular e sistemática, através da colheita de dados sobre a dor, como a descrição das
suas características (localização, qualidade, intensidade, duração e frequência) e instrumentos de avaliação da
dor, como a Escala Numérica (Conselho de Enfermagem, 2008; Direção-Geral de Saúde, 2003). A avaliação da dor
do Sr. R, segundo a Escala Numérica, foi efetuada verbalmente, onde foi explicitado que esta escala era
numerada de 0 (dor nenhuma) a 10 (pior dor imaginável), e que o cliente tinha de fazer uma ponderação entre a
intensidade da sua dor e a classificação numérica.
2. Administrar terapêutica analgésica, conforme prescrito (SOS)
Posteriormente à avaliação da dor do cliente, a administração de terapêutica analgésica é considerado o

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tratamento de eleição, devido à sua eficácia. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), esta formulou um
esquema denominado de “Escada Analgésica de Três Níveis”, onde a mesma sugere que “a medicação deve ser
administrada por via oral com aumento da dose e da potência até que se consiga controlar a dor” (Afonso, 2021,
p. 25). No primeiro nível, encontram-se os fármacos não opióides para tratamento de dor ligeira. No segundo
nível, encontram-se os opióides “fracos”, para o tratamento de dor moderada. No terceiro nível, encontram-se
os opióides fortes para tratamento de dor intensa. No caso do Sr. R, este apresentava uma dor ligeira a
moderada, tendo sido prescrita a administração de paracetamol em SOS e, se a dor não cessasse, a
administração de metamizol magnésico.
3. Aplicar embalagem fria
A aplicação de embalagem/agente físico frio, promove a redução da circulação sanguínea e a diminuição da
transmissão de impulsos nervosos, produzindo uma ação anti-inflamatória e, consequente, alívio da dor. A
aplicação de frio previne o edema ou favorece a sua diminuição, garantindo um alívio da pressão exercida nas
terminações nervosas do cliente (Gil, 2011). Durante as sessões de hemodiálise, informou-se o Sr. R da
possibilidade de aplicar gelo no decorrer do tratamento e, de seguida, efetuou-se ensinos sobre a aplicação do
agente físico frio quando o mesmo regressasse ao seu domicílio e pretendesse controlar a dor sentida.
4. Executar medidas não farmacológicas de controlo da dor
A implementação de medidas não farmacológicas de controlo da dor, pode ser considerada uma “alternativa
terapêutica equilibrada, segura, bem tolerada, custo-efetiva, e em associação a fármacos, potenciar o efeito
terapêutico global, reduzindo as doses farmacológicas e minimizando os efeitos colaterais e adversos.” (Peixoto,
2016, p.2). Segundo diversos estudos, as terapias não farmacológicas podem ser classificadas em: terapias
físicas, por meio da realização de exercício, eletroterapia, balneoterapia e termoterapia; terapias psicológicas,
através da realização de terapia cognitiva comportamental, meditação, biofeedback, musicoterapia, imaginação
guiada e participação em grupo de apoio; terapias psicofísicas, através da realização de sessões de acupuntura,
massagem, tai-chi e ioga e; utilização de produtos/ervas naturais com efeitos terapêuticos (Idem, 2016). Face à
dor sentida pelo Sr. R, foram sugeridas estratégias não farmacológicas adaptadas à sua dor como a realização de
exercício físico em alternância com períodos de repouso, utilização de musicoterapia como método de distração
e a massagem para promover o conforto.
5. Monitorizar evolução da dor
A monitorização da evolução da dor deve ser encarada como um processo contínuo que engloba a avaliação,
controlo, reavaliação e gestão do processo de controlo da mesma. Por esse motivo, considera-se essencial o
registo sistemático da intensidade da dor, após cada avaliação, conforme a escala de avaliação selecionada
utilizar. Consoante a evolução da dor, as intervenções de enfermagem a implementar devem ser ajustadas às
necessidades do cliente (Oliveira, 2019). A monitorização da evolução da dor do Sr. R foi programada para ser

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elaborada, 3 vezes por semana, nos dias de realização de sessão de hemodiálise.
Resultado de Enfermagem
31-05-2023: O Sr. R menciona sentir dor no joelho esquerdo, após uma queda. Avaliou-se a dor, segundo a Escala
Numérica, onde o cliente refere sentir dor=1 em repouso e dor=4 quando se mobiliza. Aplicou-se embalagem fria
durante a sessão de hemodiálise e administrou-se terapêutica analgésica (paracetamol) para alívio da dor. Foram
realizados ensinos sobre o alívio e controlo da dor.
02-06-2023: Efetuou-se nova avaliação da dor, verificando-se que o Sr. R apresenta dor=0 em repouso e dor=2
enquanto se mobiliza. O Sr. R refere ter aplicado agente físico frio no domicílio e ter permanecido em repouso.
Não foi necessário administrar terapêutica analgésica, porém foram efetuados ensinos sobre a sua utilização em
SOS.
05-06-2023: Efetuou-se nova avaliação da dor, onde o Sr. R menciona apresentar dor=0 em repouso e dor=0
enquanto se mobiliza. Realizou-se ensinos acerca das técnicas implementadas, anteriormente, para controlo da
dor em situações futuras semelhantes. Dito isto, deu-se por terminado o diagnóstico de “Dor Atual”, obtendo-se
o resultado de enfermagem: Dor Nenhuma
05-06-2023 Data Fim
Data Inicio 31-05-2023
Diagnóstico de Enfermagem Fundamentação
Adesão ao regime dietético Segundo a CIPE (Versão 2015) termo “Adesão ao regime dietético”, do
comprometido setor Foco, associa-se ao termo abrangente “Adesão”, que significa
“Status positivo: ação autoiniciada para promoção do bem-estar;
recuperação e reabilitação; seguindo as orientações sem desvios;
empenhado num conjunto de ações ou comportamentos. Cumpre o
regime de tratamento; toma os medicamentos como prescrito; muda o
comportamento para melhor, sinais de cura, procura os medicamentos
na data indicada, interioriza o valor de um comportamento de saúde e
obedece às instruções relativas ao tratamento. (Frequentemente
associado ao apoio da família e de pessoas que são importantes para o
cliente, conhecimento sobre os medicamentos e processo de doença,
motivação do cliente, relação entre o profissional de saúde e o
cliente).” (Ordem dos Enfermeiros, 2016, p. 38). No que diz respeito ao
termo “Comprometido”, este refere-se a um “Juízo positivo ou
negativo: estado julgado como negativo, alterado, comprometido ou
ineficaz.” (Idem, 2016, p. 93). Apesar do Sr. R apresentar conhecimento

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efetivo sobre o seu regime dietético ideal, face à sua situação de
saúde, este não demonstra aderir às indicações fornecidas pelos
profissionais de saúde. Por esse motivo, torna-se pertinente o levante
deste diagnóstico de enfermagem e, consequente, planeamento de
intervenções de enfermagem de modo a promover a sua adesão ao
regime dietético proposto.
Resultados Esperados
Adesão ao regime dietético efetivo
Intervenções de enfermagem
1. Avaliar adesão ao regime dietético
A avaliação da adesão do cliente ao regime dietético proposto, é considerado um indicador essencial para
determinar a necessidade de intervenção por parte dos enfermeiros. Na avaliação da adesão ao regime dietético,
o enfermeiro avalia a capacidade do cliente para tomar decisões fundamentadas sobre a mudança de
comportamentos, face à sua situação de saúde, por meio de conhecimentos previamente adquiridos, de modo a
atuar em conformidade com a mesma (Gonçalves, 2017). Apesar de o Sr. R apresentar conhecimento sobre o
regime dietético adequado à sua condição de saúde, este revela dificuldade na implementação de novos hábitos
alimentares e de ingestão de líquidos, que implica a mudança do seu estilo de vida.
2. Estabelecer relação de ajuda e comunicação terapêutica
O estabelecimento de uma relação de ajuda e comunicação terapêutica eficaz, é considerada uma intervenção
de enfermagem essencial no processo de cuidar, uma vez que deve ser executada com o intuito de satisfazer as
necessidade do cliente, de modo a assegurar a melhoria da satisfação do mesmo e a sua adesão ao tratamento
proposto. A relação de ajuda é caracterizada pela utilização de técnicas de comunicação terapêutica como a
escuta ativa e atitudes como a empatia, a aceitação incondicional e o respeito. Para isso, o enfermeiro utiliza a
relação de ajuda com o intuito de auxiliar o cliente a satisfazer uma necessidade, sendo esta, detentora de todos
os recursos para a resolução da sua situação-problema (Coelho et al., 2020). Face à não adesão ao regime
dietético por parte do Sr. R, uma das metodologias planeadas implementar é, nomeadamente, o
estabelecimento da relação de ajuda e comunicação terapêutica eficaz, com o objetivo de incentivar o mesmo a
aderir ao regime dietético, previamente, estipulado para a sua situação de saúde.
3. Ensinar sobre importância da adesão ao regime dietético
Ao ensinar o cliente sobre a importância da adesão ao regime dietético, espera-se que o mesmo “leve a cabo a
aprendizagem de estratégias que fomentem uma prática orientada pelas melhores condutas face à condição,
sendo que esta deve essencialmente ser realizada pela própria e, em seu benefício.” (Gonçalves, 2017, p. 107).
Por esse motivo, esta é uma intervenção de componente teórica que incentiva o cliente a adquirir aprendizagens

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para, posterior, implementação do regime dietético, salientando a importância do mesmo restringir certos
alimentos e líquidos (Idem, 2017). Efetuaram-se ensinos ao Sr. R sobre importância da adesão ao regime
dietético, nomeadamente, acerca dos componentes mais relevantes que deve gerir na sua dieta como: proteínas,
hidratos de carbono e líquidos, sódio, potássio, fósforo, outros minerais (cálcio, ferro e zinco), vitaminas e
líquidos.
4. Aplicar estratégias para melhorar adesão ao regime dietético
Perante clientes que apresentem uma situação de saúde que exige uma alteração no seu padrão alimentar, o
enfermeiro deve instruir e/ou implementar estratégias não farmacológicas, para a adesão a um regime dietético
saudável. Por esse motivo, as estratégias implementadas devem ser individualizadas, face à situação de saúde
existente, de modo que o cliente sinta-se preparado para aderir a um novo regime dietético e, de seguida, atuar
em consonância, independentemente das mudanças e das consequências provenientes. Segundo diversos
estudos, uma das estratégias para melhorar a adesão ao regime dietético do cliente é através do apoio social que
o mesmo recebe, uma vez que estes sentem-se mais motivados para implementar os novos hábitos alimentares
(Ibidem, 2017). Visto que o Sr. R não apresenta apoio social a nível familiar para aderir ao regime dietético
proposto, este necessita que os profissionais de saúde intervenham, com o intuito de melhorar a sua adesão a
comportamentos mais saudáveis.
5. Incentivar adesão ao regime dietético
Ao incentivar o cliente com doença renal crónica a aderir ao regime dietético, por meio da promoção e educação
para a saúde, é possível que o mesmo tome iniciativa para implementar hábitos saudáveis. De modo que o
cliente melhore a adesão ao regime dietético proposto, o enfermeiro pode fazê-lo compreender as vantagens de
aderir ao mesmo como a possível redução da prescrição do número de fármacos e a redução nos custos com a
saúde. Por esse motivo, o investimento nesta intervenção de enfermagem para a promoção da saúde do cliente,
torna-se essencial no sentido de minimizar o aparecimento de complicações renais e outras morbilidades
associadas à doença renal crónica (Ferreira, et al., 2016). No caso do Sr. R, este deve ser, regularmente,
incentivado a aderir ao regime dietético indicado à sua situação de saúde, uma vez que este apresenta
dificuldade em aceitar um estilo de vida mais saudável.
Resultado de Enfermagem
31-05-2023: Ao se notar que o Sr. R apresentava um peso inicial superior, antes de iniciar a sessão de
hemodiálise, relativamente ao seu peso seco, verificou-se pertinente avaliar a adesão do mesmo ao regime
dietético, onde o Sr. R demonstrou compreender as instruções associadas a este regime, porém este refere que
tem dificuldade em implementá-lo. Por esse motivo, após o estabelecimento de uma relação de ajuda de
confiança e eficaz, efetuaram-se ensinos sobre a importância da adesão ao regime dietético bem como foram
aplicadas estratégias para melhorar a adesão ao mesmo. Por fim, incentivou-se a aderir ao regime dietético,

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entregando-se, posteriormente, um panfleto informativo com informações sistematizadas de como implementar
de modo efetivo o regime dietético proposto.
05-06-2023: O Sr. R regressa para uma nova sessão de hemodiálise, onde se verifica que apesar de se notar
melhorias entre a diferença entre o seu peso inicial e peso seco, estas continuam a ser significativas. Avaliou-se
novamente a sua adesão ao regime dietético, tendo o Sr. R revelado que ingere um volume de água superior ao
indicado para a sua situação de saúde, nomeadamente, uma doença renal crónica e que uma das suas refeições
favoritas é “peixe assado com salada” (sic), que representam um risco de aumento de valores eletrolíticos,
associados por exemplo à hipercaliémia. Por esse motivo, efetuou-se ensinos sobre a importância da alteração
destes hábitos alimentares, de modo a prevenir complicações associadas à sua situação de saúde, e incentivou-se
o mesmo a aderir ao regime dietético por meio de estratégias como explicitar as vantagens de aderir ao mesmo e
negociar a possibilidade de ultrapassar as indicações do regime dietético, apenas uma vez por semana, desde
que mantenha a adesão ao regime dietético durante a restante semana.
09-06-2023: Após a implementação de novas estratégias para a adesão do Sr. R ao regime dietético, verificaram-
se melhorias significativas entre o seu peso inicial e o seu peso seco, previamente estabelecido. Ao ser avaliada a
adesão ao regime dietético, o Sr. R menciona que desde que começou a utilizar a estratégia de possuir um dia
por semana para comer ligeiramente diferente do que foi preconizado pelo regime dietético, sente-se mais
motivado a cumprir o mesmo do que quando tinha de aderir por completo à restrição de alimentos e líquidos de
preferência. Por esse motivo, aceitou-se os progressos alcançados com o Sr. R e concluiu-se este diagnóstico de
enfermagem com o resultado de enfermagem de: Adesão ao regime dietético efetivo.
09-06-2023 Data Fim
Data Inicio 31-05-2023
Diagnóstico de Enfermagem Fundamentação
Risco de desequilíbrio hídrico e Segundo a CIPE (Versão 2015), os termos “Desequilíbrio hídrico” e
desequilíbrio eletrolítico “Desequilíbrio eletrolítico”, correspondentes ao setor Foco, associam-
se a um “Processo do sistema regulador comprometido” (Ordem dos
Enfermeiros, 2016, p. 53). No que diz respeito ao termo “Risco”, do
setor Juízo, este refere-se a uma “Potencialidade: existir em
possibilidade; risco” (Idem, 2016, p. 94). Face a situação de saúde do
Sr. R, nomeadamente, doença renal crónica, a possibilidade de
ocorrerem desequilíbrios hidroeletrolítico no seu organismo
consideram-se relativamente superior à de um indivíduo sem esta
patologia associada. Por esse motivo, considera-se pertinente o
levante deste diagnóstico de enfermagem, de modo a prevenir estes

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desequilíbrios e, consequentes, complicações associadas.
Resultados Esperados
Desequilíbrio hídrico e eletrolítico nenhum
Intervenções de enfermagem
1. Avaliar risco de desequilíbrio hidroeletrolítico
O equilíbrio hidroeletrolítico é considerado um processo essencial para a manutenção da saúde e funcionalidade
dos órgãos e sistemas do organismo, sendo necessária a ingestão adequada de água e eletrólitos, a sua
distribuição eficaz pelo organismo e a correta regulação da função dos órgãos excretores. Todavia, “O enfermeiro
depara-se frequentemente com doentes descompensados que apresentam, no acolhimento, desequilíbrio hídrico,
electrólito e ácido-básico.” (Baptista, 2004, p. 56), originados por fatores de risco como: doenças crónicas,
traumatismos, queimaduras, medicamentos, gastroenterites, drenagens gástricas contínuas, fístulas,
tratamentos intravenosos e nutrição parental total, entre outros (Idem, 2004). No caso do Sr. R, este apresenta
uma doença renal crónica que aumenta a probabilidade de lhe provocar alterações hidroeletrolíticas e possui um
acesso vascular, especificamente, uma fístula arteriovenosa que contribui, de igual modo, para o risco de
desenvolver um desequilíbrio eletrolítico.
2. Controlar equilíbrio ácido-base
No decorrer dos processos metabólicos que são efetuados pelo organismo, é possível aferir que ocorre uma
produção de ácido em excesso, considerando-se que em condições normais de saúde, o equilíbrio ácido-base é
mantido por meio da reabsorção de bicarbonato e eliminação de iões de hidrogénio na urina. No entanto, em
clientes com insuficiência renal crónica, estes apresentam a possibilidade de ocorrer acidose metabólica
caracterizada por: pH do sangue inferior 7.35; hipercaliémia induzida pela saída do potássio intracelular para o
líquido extracelular; sinais de doença óssea renal causada pela redução dos tampões de carbonato do osso e/ou;
respiração arfante/ofegante devido à necessidade de expelir o ácido em excesso através do dióxido de carbono
expirado (Thomas, 2005). Dada a situação de saúde do Sr. R, este não apresenta capacidade de eliminar
eficazmente o ácido em excesso produzido pelo seu organismo, necessitando, por consequência, de efetuar
tratamento por hemodiálise para prevenção de complicações associadas ao desequilíbrio ácido-base, enquanto
técnica eficiente e segura.
3. Controlar equilíbrio eletrolítico
A manutenção do equilíbrio eletrolítico é considerado um aspeto fundamental para assegurar a homeostasia do
organismo, sendo os principais eletrólitos reguladores desta função o sódio, o potássio, o magnésio, o cálcio, o
fosfato e o bicarbonato. De modo a assegurar um equilíbrio eletrolítico, o cliente deve realizar a colheita de uma
amostra de sangue, que será, posteriormente, analisada e avaliada, em consonância com os valores de referência
para cada tipo de eletrólito. Dito isto, os valores de referência para os eletrólitos de: sódio são entre 135mmol/L

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e 148mmol/L; potássio são entre 3.5mmol/L e 5.5mmol/L; magnésio são entre 0.8mmol/L e 2.6mmol/L; cálcio
são entre 2.2mmol/L e 2.6mmol/L; fosfato são entre 0.8mmol/L e 1.5mmol/L e; bicarbonato são entre 22mmol/L
e 30mmol/L (Idem, 2005). No caso do Sr. R, que apresenta insuficiência renal crónica, este necessita fazer uma
monitorização bioquímica do sangue regular para controlo do equilíbrio eletrolítico e manutenção da prestação
de cuidados, uma vez que os valores obtidos serão indicadores da função renal do mesmo para excretar os
produtos finais dos processos metabólicos.
4. Controlar ingestão de líquidos
No cliente com doença renal crónica, “A ingestão excessiva de líquidos, com o consequente ganho de peso
interdialítico, provoca alterações da tolerância das sessões de diálise, com risco de hipotensão, cãibras, náuseas,
vómitos e cefaleias.” (Fresenius Medical Care, 2011, p. 196). Por esse motivo, o controlo/restrição da ingestão de
líquidos deve ser efetuada, de modo individualizado, uma vez que a recomendação da quantidade diária de
líquidos a ingerir depende do cliente, do seu peso seco, da capacidade de eliminação urinária e, sobretudo, da
sua situação clínica (Idem, 2011). Face à sua situação de saúde, o Sr. R necessita de efetuar uma restrição na sua
ingestão de líquidos, onde este deve compreender que consideram-se líquidos não apenas a água mas também o
gelo, gelados, sumos, sopa, café, entre outros e implementar medidas práticas que o auxiliem na redução do
consumo de líquidos.
5. Executar tratamento por hemodiálise
No caso do cliente com doença renal crónica, a hemodiálise é considerada um dos métodos mais utilizados e
eficazes de substituição renal. Esta apresenta como mecanismos de ação, a “reconstituição do ambiente dos
fluídos intra e extracelular e conseguir a homeostase dos solutos, quer pela remoção a partir do sangue, quer pela
introdução dos mesmos a partir do dialisante” (Ibidem, 2011, p. 59). Por esse motivo, esta técnica permite a
passagem de líquidos (moléculas de água) e outros solutos de baixo peso molecular (eletrólitos), que promovem
o equilíbrio hidroeletrolítico no organismo (Ibidem, 2011). Com o intuito de prevenir o desequilíbrio
hidroeletrolítico, o Sr. R necessita de efetuar sessões de hemodiálise de quatro horas, três vezes por semana, de
modo a garantir a eficácia do tratamento.
Resultado de Enfermagem
31-05-2023: Ao efetuar a avaliação inicial do Sr. R, foi possível compreender que este cliente apresenta um risco
moderado/elevado, relativamente a outros clientes saudáveis, face à sua doença renal crónica. Apesar de o Sr. R
não evidenciar nenhum desequilíbrio hidroeletrolítico, é considerado importante o controlo do equilíbrio ácido-
base, eletrolítico e da ingestão de líquidos, principalmente, através da execução de sessões de hemodiálise.
12-06-2023: Efetuou-se colheita de sangue venoso para análise, de rotina, para monitorização dos valores de
eletrólitos séricos, onde se verificou, posteriormente, que os resultados se encontravam conforme os valores de
referência, excetuando os valores de potássio, que se encontravam ligeiramente acima dos valores padrão. Por

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esse motivo, confirmou-se que o equilíbrio ácido-base e hidroeletrolítico tem sido mantido, ao longo das sessões
de hemodiálise, efetuadas três vezes por semana.
23-06-2023: Apesar do risco de desequilíbrio hidroeletrolítico ser um fator constante na vida do Sr. R, devido à
sua situação de saúde, verificou-se que este tem mantido o equilíbrio ácido-base, eletrolítico e de ingestão de
líquidos, por meio de estratégias como a realização de sessões de hemodiálise (sessões de 4 horas, três vezes por
semana) e a ingestão de líquidos em quantidades adequadas. Por esse motivo, considera-se que o resultado de
enfermagem obtido, enquanto este diagnóstico de enfermagem esteve ativo, foi o de: Desequilíbrio hídrico e
eletrolítico nenhum.
23-06-2023 Data Fim
Data Inicio 31-05-2023
Diagnóstico de Enfermagem Fundamentação
Risco de Hipercaliémia De acordo com a CIPE (Versão 2015), o termo “Hipercaliémia” do setor
Foco, refere-se a um “Desequilíbrio eletrolítico” (Ordem dos
Enfermeiros, 2016, p. 61). Relativamente ao termo “Risco”, este diz
respeito a uma “Potencialidade: existir em possibilidade; risco.” (Idem,
2016, p. 94). Uma vez que o Sr. R apresenta doença renal crónica,
antecedentes de hipercaliémia e uma preferência por alimentos ricos
em potássio, considera-se que este apresenta um risco acrescido de
desenvolver hipercaliémia, relativamente a outros clientes.
Resultados Esperados
Hipercaliémia nenhuma
Intervenções de enfermagem
1. Vigiar presença de arritmias
Durante a sessão de hemodiálise, ocorre a passagem do potássio do meio intracelular para o extracelular até se
verificar o equilíbrio entre os dois meios. Todavia, os clientes que efetuam hemodiálise, enquanto tratamento
para insuficiência renal crónica, evidenciam um risco acrescido de desenvolver hipercaliémia grave que,
consequentemente, influencia alterações associadas ao “potencial elétrico da membrana das células excitáveis
como os miócitos cardíacos, células musculares e neuronais” (Almeida, 2014, p. 70), causadores de episódios de
arritmia, nos intervalos interdialíticos. Como o Sr. R apresenta um perfil tendencialmente alto de potássio sérico,
com maior suscetibilidade a sofrer arritmias malignas durante e após a sessão (período interdialítico), é
necessária a monitorização regular da frequência cardíaca do mesmo, bem como a execução de sessões de
hemodiálise eficientes para remoção do potássio acumulado no período entre sessões.
2. Monitorizar eliminação urinária

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Nos clientes com insuficiência renal crónica, pode ocorrer uma elevação significativa do potássio devido à
excreção renal insuficiente do mesmo. Em casos de aumento exponencial dos níveis de potássio no sangue,
ocorre a possibilidade de se exceder a capacidade dos rins para o excretar, provocando uma hipercaliémia severa
e/ou potencialmente fatal. Por esse motivo, os clientes com patologia renal associada, na tentativa de manter a
homeostase do organismo, evidenciam o aumento a excreção renal por meio da função renal residual. Todavia,
nos clientes em hemodiálise, que apresentam pouco ou nenhuma diurese residual, ocorre uma maior
acumulação de potássio e, consequente, dificuldade na sua eliminação, tornando-se necessária a restrição de
potássio na alimentação dos mesmos (Fresenius Medical Care, 2011). Uma vez que o Sr. R é um cliente com
insuficiência renal crónica, com necessidade de realização de sessões de hemodiálise regulares, a monitorização
da sua eliminação urinária considera-se uma intervenção essencial para prevenção de episódios de hipercaliémia,
bem como para avaliar o risco de os mesmos ocorrerem.
3. Vigiar níveis de potássio sérico
O potássio é considerado o principal eletrólito do espaço intracelular, apresentando funções como a manutenção
da condução nervosa e controlo do débito cardíaco. De modo a exercer as suas funcionalidades adequadamente
no organismo, este eletrólito deve-se apresentar no sangue entre os 3.5mmol/L e 5.5mmol/L, enquanto valores
de referência para possíveis alterações. Se o cliente evidenciar níveis de potássio séricos inferiores a 3.5mmol/L,
este apresenta uma hipocaliémia, porém, se o mesmo evidenciar níveis de potássio superiores a 5.5mmol/L,
considera-se que este apresenta uma hipercaliémia. Face aos riscos para a saúde do cliente em situação de
descompensação de níveis de potássio no sangue, “As amostras de sangue para determinação do potássio sérico
devem ser enviadas rapidamente para o laboratório ou, se isto for impossível, separadas e armazenadas, para
prevenir a fuga do potássio intra-celular para o soro, criando níveis falsamente elevados.” (Thomas, 2005, p. 162).
Dado que o Sr. R apresenta um perfil oscilante de níveis de potássio sérico, este deve efetuar uma vigilância
regular destes valores com o intuito de despistar possíveis complicações, como a hipercaliémia.
4. Vigiar sinais e sintomas de hipercaliémia
Tal como mencionado anteriormente, a hipercaliémia é uma alteração metabólica que pode tanto apresentar
alterações laboratoriais assintomáticas, sinais e sintomas inespecíficos secundários a esta alteração, mas também
o risco de complicações graves, como a morte iminente. A hipercaliémia origina alterações na permeabilidade da
membrana das células musculares, especialmente das células do miocárdio, causando perturbações
eletrocardiográficas como ondas T pontiagudas, prolongamento do intervalo PR e alargamento do complexo
QRS, possivelmente, responsáveis pela ocorrência de taquicardia ventricular, bradicardia e/ou arritmias
malignas/fatais. Esta alteração metabólica pode evidenciar outras manifestações, onde são incluídos sintomas
neuromusculares como cãibras musculares, fraqueza muscular e parestesias, e sintomas gastrointestinais como
náuseas, vómitos e diarreia (Silva, 2012). Uma vez que o Sr. R apresenta um risco acrescido de hipercaliémia,

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devido à sua situação de saúde, para além dos profissionais de saúde necessitarem de estar alerta para possíveis
sinais desta alteração metabólica, este cliente também deve ser sensibilizado para vigiar e alertar, no caso de
apresentar alguma sintomatologia associada a esta alteração.
5. Ensinar sobre alimentação restrita em potássio
A implementação de uma dieta restrita em potássio é considerada uma intervenção fundamental para a
diminuição do risco de hipercaliémia, devendo ser utilizada na alteração da perceção do cliente face ao
cumprimento das recomendações, por meio de estratégias de restrição de potássio. Após ser sensibilizado para
as consequências de hipercaliémia, devem ser realizados ensinos ao cliente sobre a restrição de alimentos com
alto teor proteico, frutas e vegetais, e que estratégias pode utilizar para reduzir os valores séricos de potássio
(Morais, 2012). Dado que o Sr. R apresenta um perfil tendencialmente alto de valores séricos de potássio e
escolhas alimentares pouco favoráveis, é essencial que este conheça os alimentos ricos em potássio e que
compreenda também estratégias para reduzir o seu teor.
6. Administrar terapêutica para tratamento de hipercaliémia, em SOS
Tendo em conta as manifestações clínicas associadas à presença de hipercaliémia, existem diversos tratamentos
que podem ser utilizados, destacando-se a hemodiálise como a mais eficiente. Todavia, “Enquanto esta não é
realizada podem tomar-se algumas medidas: administração de resina permutadora de iões que, ao nível do tubo
digestivo, capta e fixa o potássio; solução de glucose hipertónica à qual se adiciona insulina por via endovenosa;
correcção das alterações ácido-base; administração de gluconato de cálcio por via endovenosa (o cálcio possui
acção antagónica do potássio no miocárdio).” (Fresenius Medical Care, 2011, p. 35). No caso do Sr. R, uma vez
que este efetua tratamento regular por hemodiálise, a administração de outras terapêuticas para o tratamento
de hipercaliémia poderão ser utilizadas apenas em situações de maior urgência entre períodos interdialíticos ou
enquanto terapêutica complementar para redução dos níveis séricos de potássio, durante a sessão de
hemodiálise.
Resultado de Enfermagem
31-05-2023: No dia da avaliação inicial do Sr. R, ao ser analisado o processo clínico do mesmo, verificou-se a
presença do risco de hipercaliémia tornando-se fundamental vigiar regularmente a frequência cardíaca, devido à
possibilidade de arritmia, bem como questionar o Sr. R sobre o seu padrão de eliminação urinária, durante as
sessões de hemodiálise. No decorrer da sessão, obteve-se a informação de que o Sr. R apresenta episódios
recorrentes de oligúria que, consequentemente, poderão causar um aumento da acumulação de potássio no
organismo do mesmo. Por esse motivo, para além dos sinais a serem vigiados pelos profissionais de saúde,
considerou-se importante que o Sr. R aprendesse quais os sintomas associados à hipercaliémia e,
posteriormente, a notificá-los à equipa de saúde. O Sr. R manteve-se estável e assintomático, não necessitando
de terapêutica para o tratamento de hipercaliémia para além da sessão de hemodiálise realizada.

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05-06-2023: Após ter ido passar um fim de semana ao Algarve, para visitar a sua mãe, o Sr. R revelou pormenores
associados à sua alimentação que poderiam aumentar os valores de potássio sérico e, posteriormente, causar
um episódio de hipercaliémia. Por esse motivo, efetuou-se ensinos acerca de uma alimentação restrita em
potássio e estratégias para a implementar corretamente, tais como: evitar alimentos com alto teor de potássio
(leguminosas, bacalhau, cacau, café, leite, entre outros); restringir alimentos com teor médio de potássio
(vegetais e fruta); preferir arroz e massa; cozer os alimentos duas vezes em grandes quantidades de água
(desperdiçando a água da primeira cozedura); etc.
12-06-2023: Efetuou-se colheita de sangue venoso, de rotina, para hemograma e bioquímica, com o intuito de
vigiar os níveis de potássio sérico, bem como outros valores analíticos, onde se verificou, que o Sr. R apresentava
valores dentro do padrão de referência. Manteve-se a implementação das intervenções de enfermagem,
previamente estabelecidas, verificando-se a ausência de sintomatologia associada a hipercaliémia.
23-06-2023: Apesar de o risco de hipercaliémia ser um fator constante na vida do Sr. R, enquanto doente renal
crónico, verificou-se que este tem mantido um quadro estável e assintomático, por meio de realização de
sessões de hemodiálise regulares e monitorização de sinais e sintomas desta alteração metabólica. Por esse
motivo, considera-se que o resultado de enfermagem obtido, enquanto este diagnóstico de enfermagem esteve
ativo, foi o de: Hipercaliémia nenhuma.
23-06-2023 Data Fim
Data Inicio 31-05-2023
Diagnóstico de Enfermagem Fundamentação
Risco de Infeção Segundo a CIPE (Versão 2015), o termo “Infeção”, do setor Foco,
significa “Processo patológico: invasão do corpo por microrganismos
patogénicos que se reproduzem e multiplicam, causando doença por
lesão celular local, secreção de toxinas ou reação antigénio-anticorpo.”
(Ordem dos Enfermeiros, 2016, p. 63). No que diz respeito ao termo
“Risco”, do setor Juízo, este refere-se a uma “Potencialidade: existir em
possibilidade; risco.” (Idem, 2016, p. 94). Como o Sr. R realiza sessões
de hemodiálise regularmente, três vezes por semana, este apresenta
um risco de infeção acrescido associado a todo o procedimento
associado à punção da fístula arteriovenosa que possui, bem como ao
próprio tratamento por hemodiálise.
Resultados Esperados
Infeção nenhuma
Intervenções de enfermagem

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1. Preparar ambiente físico
Na preparação do ambiente físico para iniciar nova sessão de hemodiálise, noutro cliente, devem ser
contempladas tarefas como “a higienização das mãos, o uso adequado de luvas, bata ou avental, a higiene da
pessoa doente, a individualização de materiais e equipamentos, a descontaminação adequada da unidade da
pessoa doente (material de limpeza individualizado), e a gestão adequada dos resíduos e roupa” (Melo et al.,
2016, p.69), uma vez que, durante a sessão, o equipamento utilizado pode ter ficado contaminado por fluídos
orgânicos e/ou agentes infeciosos, que poderão contribuir para a ocorrência de infeção cruzada. Como o Sr. R,
geralmente, é o primeiro cliente a efetuar a sessão de hemodiálise do dia, a sua unidade já se encontra limpa,
desinfetada e pronta a ser utilizada. Por esse motivo, resta garantir a correta higienização das mãos e utilização
dos equipamentos de proteção individuais adequada, pela equipa de multidisciplinar, de modo a reduzir o risco
de infeção do Sr. R.
2. Assegurar técnica asséptica e precauções padrão
Na execução do procedimento técnico para punção do acesso vascular, devem ser respeitadas regras de assepsia
e precauções básicas como: avaliar o acesso vascular quanto ao seu funcionamento e escolher o local de punção
com agulha para hemodiálise; desinfetar a pele com solução antisséptica/alcoólica, cumprindo com o seu tempo
de atuação e limpando, posteriormente, com compressa esterilizada em movimento circulares do centro para a
periferia; não palpar o local selecionado para a punção, após a sua desinfeção; abrir e preparar o material apenas
no momento da punção e; utilizar luvas descartáveis, trocando-as no caso de suspeita de contaminação das
mesmas durante o procedimento (Fresenius Medical Care, 2011). No caso do Sr. R, como este apresenta uma
FAV, é recomendável a utilização de uma técnica limpa. Todavia, os enfermeiros podem optar pela utilização de
uma técnica asséptica, com o intuito de reduzir o risco de infeção do acesso vascular.
3. Vigiar sinais e sintomas de infeção do acesso vascular
No decorrer de punções sucessivas, devido às sessões de hemodiálise, uma das complicações mais comuns de
ocorrer é a infeção do acesso vascular. Em clientes cujo acesso vascular apresenta-se como uma FAV, podem
ocorrer sinais e sintomas como alterações do membro intervencionado (edema, eritema, hipertermia, celulite,
com ou sem saída de secreções) e alterações no local de punção (hipertermia local, rubor, calor, dor, exsudado
purulento), muitas vezes causados pelo microrganismo Staphylococcus aureus (Ribeiro, s.d.). Por esse motivo,
considera-se de extrema importância a vigilância e despiste precoce de sinais e sintomas de infeção no Sr. R,
enquanto doente renal crónico a efetuar tratamento de hemodiálise, de modo a reduzir o risco de outras
possíveis complicações associadas à infeção do seu acesso vascular.
4. Administrar terapêutica antibiótica, conforme indicação médica
Nos clientes com doença renal crónica que se encontram a efetuar hemodiálise, verifica-se um aumento da
ocorrência de infeções bacterianas ou virais, decorrentes da infeção do acesso vascular. Por esse motivo, ao se

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optar pela administração de terapêutica antibiótica esta deve “ser criteriosa, sendo especialmente relevante uma
dosagem e posologia adequadas, tendo em atenção os efeitos do tipo de diálise e do tipo de dialisadores sobre o
medicamento, nomeadamente a concentração sérica dos mesmos.” (Fresenius Medical Care, 2011, p. 181). Caso
o Sr. R evidencie alguma infeção associada ao acesso vascular, conforme indicação médica, este deve iniciar a
terapêutica antibiótica, por via endovenosa, perto do final da sessão de hemodiálise, em perfusão ou em bólus
diluído em soro fisiológico.
Resultado de Enfermagem
31-05-2023: Uma vez que o Sr. R apresenta risco de infeção, independentemente do acesso vascular que possua,
considerou-se importante a vigilância contínua de sinais e sintomas de infeção, bem como a prevenção da
mesma por meio da gestão do ambiente físico e garantia de utilização de técnica assética e precauções padrão,
enquanto fatores essenciais para a redução deste risco.
23-06-2023: Apesar de o risco de infeção ser uma constante na vida do Sr. R, na qualidade de doente renal
crónico em tratamento por hemodiálise, verificou-se que este não apresentou qualquer sintomatologia associada
à infeção do seu acesso vascular, não necessitando de administração de terapêutica antibiótica. Todavia,
considera-se pertinente a continuação da execução das precauções para redução do risco de infeção e da
vigilância de sinais e sintomas de infeção da FAV. Considera-se que o resultado de enfermagem obtido, enquanto
este diagnóstico de enfermagem esteve ativo, foi o de: Infeção nenhuma.
23-06-2023 Data Fim

Referências:
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Pessoa]. Repositório Institucional da Universidade Fernando Pessoa.
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Renal Crónica [Dissertação de Mestrado, Instituto Politécnico de Coimbra]. Repositório Comum.
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Morais, A. R. (2012). A Gestão da Dieta da Pessoa com Insuficiência Renal Crónica Terminal em Hemodiálise:
Eficácia das suas Estratégias de Adaptação [Dissertação de Mestrado, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa].
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Oliveira, F. (2019). Barreiras na monitorização da dor identificadas pelos enfermeiros de um serviço de
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Ordem dos Enfermeiros. (2016). CIPE – Versão 2015 – Classificação Internacional para a Prática de
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Peixoto, S. (2016). Métodos Não Farmacológicos de Controlo da Dor [Dissertação de Mestrado, Faculdade
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Ribeiro, C. M. (s.d.). Complicações Infecciosas e Medidas Preventivas em Hemodiálise e Diálise Peritoneal.
Associação de Estudos de Controle de Infecção Hospitalar do Rio de Janeiro.
https://www.aeciherj.org.br/publicacoes/CristianeMRosa_Complicacoes-Infecciosas-Medidas-Preventivas-em-

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Hemodialise-e-Dialise_%20Peritoneal-abr2013.pdf
Silva, M. (2012). Urgências Oncológicas Metabólicas e Infeciosas. Repositório do Hospital Prof. Doutor
Fernando Pessoa. https://repositorio.hff.min-saude.pt/bitstream/10400.10/1263/1/Michelle%20Silva-
%20Urgencias%20oncologicas.pdf
Thomas, N. (2005). Enfermagem em Nefrologia. (2ª Edição). Lusociência.

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Apêndice III – Regime Medicamentoso do Sr. R

Terapêutica do Serviço Nefrologia/Hemodiálise


Grupo Via de Dose
Fármaco Indicações
farmacológico administração Terapêutica

Óxido Férrico Compostos de


EV 100mg/5ml - Deficiência funcional em ferro
Sacarosado ferro
Medicamentos
para tratamento - Tratamento anemia megaloblástica
Ácido Fólico PO 5mg
das anemias - Profilaxia da deficiência em folatos
megaloblásticas
Complexo B + Associações de - Prevenção e tratamento de estados de
PO 10mg
Cálcio Vitaminas carências vitamínicas
Fatores 2000UI/0.6ml - Tratamento da anemia sintomática
Epoetina estimulantes da EV e - Aumentar colheita de sangue
hematopoiese 6000UI/0.6ml autólogo
- Prevenção e tratamento de
Paricalcitol Hormonas e análogos EV 5mg/1ml
hiperparatiroidismo secundário
Terapêutica do Domicílio
- Tratamento doença coronária
Bloqueadores da - Tratamento angina de peito
Nifedipina PO 30mg
entrada de cálcio - Tratamento da hipertensão arterial
- tratamento de síndrome de Raynaud
- Tratamento do hiperparatiroidismo
Hormonas e
Cinacalcet PO 30mg secundário
análogos
- Tratamento de hipercalcémia
- Tratamento da esquizofrenia
Quetiapina Antipsicóticos PO 200mg
- Tratamento da doença bipolar
Análogos
nucleosídeos
Lamivudina inibidores da PO 150mg - Tratamento da Hepatite B Crónica
transcriptase inversa
(reversa)
- Tratamento da esquizofrenia
- Tratamento de episódios maníacos
Olanzapina Antipsicóticos PO 10mg moderados a graves
- Prevenção da recorrência em clientes
com doença bipolar
Ansiolíticos, sedativos - Tratamento da ansiedade
Lorazepam PO 2.5mg
e hipnóticos - Tratamento de insónia
- Tratamento de doentes
esquizofrénicos resistentes ao
Clozapina Antipsicóticos PO 25mg tratamento convencional
- Tratamento de perturbações do foro
psiquiátrico

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- Tratamento da hipertensão arterial
- Tratamento da doença renal
Inibidores da enzima
- Tratamento da insuficiência cardíaca
Ramipril de conversão da PO 5mg
sintomática
angiotensina
- Prevenção secundária na sequência de
enfarte agudo do miocárdio
Atorvastatina Antidislipidémicos PO 20mg - Reduzir níveis de colesterol

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Apêndice IV – Ficha Terapêutica NeoRecormon®

Ficha Terapêutica
Ano Letivo 2022-2023
Elaborado por Mariana Gonçalves Charneca
Local de Ensino Clínico Hospital SB – Serviço de Nefrologia/Ambulatório
Data 27/05/2023 Docente Professor Miguel Oliveira

Nome Genérico
Epoetina Beta
Nome(s) Comercial
NeoRecormon®
Apresentação
O fármaco NeoRecormon® pode ser encontrado em 9 tipos de apresentações: Solução injetável em
seringa pré-cheia 500 UI; Solução injetável em seringa pré-cheia 2000 UI; Solução injetável em seringa
pré-cheia 3000 UI; Solução injetável em seringa pré-cheia 4000 UI; Solução injetável em seringa
précheia 5000 UI; Solução injetável em seringa pré-cheia 6000 UI; Solução injetável em seringa pré-
cheia 10.000 UI; Solução injetável em seringa pré-cheia 20.000 UI e; Solução injetável em seringa pré
cheia 30.000 UI (Roche, 2020).
Dose Terapêutica
O NeoRecormon® pode ser administrado em doses terapêuticas variadas, consoante a situação clínico
do cliente e prescrição médica, sendo o tratamento dividido em duas fases.
Na fase de correção, o cliente pode iniciar o tratamento por via de administração subcutânea ou
endovenosa. Na via de administração subcutânea a dose terapêutica inicial é de 3 x 20 UI/Kg de peso
corporal por semana, podendo ser aumentada, de 4 em 4 semanas, em 3 x 20 UI/Kg caso o aumento
da hemoglobina não seja adequado. Na via de administração endovenosa, a dose terapêutica inicial é
de 3 x 40 UI/Kg por semana, sendo que após 4 semanas a dose pode ser aumentada para 80 UI/Kg
três vezes por semana. Em ambas as vias de administração, a dose terapêutica não deve exceder os
720 UI/Kg por semana.
Na fase de manutenção, para manter os valores de hemoglobina adequados (entre 10 e 12 g/dl), a
dose é inicialmente reduzida para metade do valor previamente administrado, sendo,
posteriormente, ajustado ao cliente individualmente, a intervalos de uma a duas semanas (dose de
manutenção).
Para a prevenção de anemia nos prematuros, o fármaco é administrado por via subcutânea com uma

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dose terapêutica de 3 x 250 UI/Kg de peso corporal por semana, durante 6 semanas. Para o
tratamento da anemia sintomática induzida pela quimioterapia em clientes com neoplasia, a dose
terapêutica inicial recomendada é aproximadamente de 450 UI/Kg de peso corporal por semana.
Se, após 4 semanas de tratamento o valor da hemoglobina tiver aumentado, a dose terapêutica deve
ser mantida. No entanto, se o valor de hemoglobina não tiver aumentado, deve-se considerar a
duplicação da dose terapêutica semanal. Se, após 8 semanas não se verificar o aumento do valor de
hemoglobina, o tratamento deverá ser interrompido. Nos clientes, com esta patologia associada, a
dose terapêutica não deve exceder os 60.000 UI por semana. Uma vez atingido o objetivo
terapêutico, a dose terapêutica deve ser reduzida em 25 a 50%, para manter o valor de hemoglobina
obtido.
No tratamento para aumentar a colheita de sangue autólogo, a dose terapêutica deve ser
determinada individualmente para cada cliente, em função da porção de sangue doado e da reserva
endógena de eritrócitos, sendo administrada por via de administração subcutânea ou endovenosa,
duas vezes por semana, durante quatro semanas. A dose máxima não deve exceder 1600 UI/Kg de
peso corporal por semana para a administração endovenosa e não deve exceder 1200 UI/Kg de peso
corporal por semana para a administração subcutânea (Agência Europeia de Medicamentos, 2007).
Via de Administração
EV☒ ID☐ IM☐ Inalatória☐ PO☐ SC☒ SL☐ Tópica☐ Rectal☐ Vaginal☐
Ação
O fármaco NeoRecormon® encontra-se inserido no grupo farmacoterapêutico dos antianémicos e
apresenta como substância ativa a epoetina beta. A epoetina beta atua de modo a aumentar o
número de eritrócitos, os valores de hemoglobina, a contagem reticulocitária e a taxa de
incorporação de 59Fe. Segundo estudos efetuados com culturas de células humanas de medula óssea,
verificou-se que a epoetina beta estimula especificamente a eritropoiese, sem afetar o processo da
leucopoiese (Idem, 2007).
Antídoto
Uma vez que a margem terapêutica do NeoRecormon® é muito ampla, não se encontram registadas
quaisquer situações de intoxicação e sobredosagem, não sendo, consequentemente, explicitado
nenhum antídoto (Ibidem, 2007).
Indicações
A administração do fármaco NeoRecormon® encontra-se indicada para: o tratamento da anemia
sintomática associada à insuficiência renal crónica; a prevenção da anemia em prematuros, recém-
nascidos com um peso corporal entre 750g e 1500g e uma idade gestacional inferior a 34 semanas; o
tratamento da anemia sintomática em clientes com neoplasia não-mieloide, a efetuar quimioterapia

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e; o aumento da colheita de sangue autólogo em clientes num programa de doação anterior, apesar
de ser indicado em apenas algumas ocasiões (Ibidem, 2007).
Reações Adversas e efeitos colaterais
As reações adversas e efeitos colaterais que poderão surgir com a utilização de NeoRecormon®,
podem variar consoante a situação de saúde dos clientes.
Nos clientes anémicos com insuficiência renal as reações adversas que podem surgir são: o aumento
da pressão arterial, agravamento da hipertensão já pré-existente ou crises hipertensivas com
sintomas do tipo encefalopatia; trombose do shunt, especialmente nos clientes com perfil
hipotensivo ou com complicações na fístula arteriovenosa; a diminuição dos valores de ferritina
sérica em simultâneo com o aumento do hematócrito; o aumento transitório dos níveis séricos de
potássio e fosfato e; aplasia eritroide pura (AEP), mediada por anticorpos antieritropoetina
neutralizantes.
Nos clientes com neoplasia, os efeitos colaterais que podemos verificar são: cefaleias; hipertensão;
diminuição dos parâmetros séricos de ferro e; aumento da frequência de fenómenos
tromboembólicos.
Nos clientes em programas de doação prévia de sangue autólogo, os efeitos indesejados que podem
surgir são: o aumento da frequência de fenómenos tromboembólicos e; a deficiência temporária dos
níveis séricos de ferro.
Excetuando estas situações acima mencionadas, já foram notificados efeitos colaterais como: reações
cutâneas graves; Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ); Necrólise Epidérmica Tóxica (NET); prurido,
urticária ou reações no local de injeção; reações anafilactóides; sintomas gripais (febre, arrepios,
cefaleias, dores nos membros, mal-estar e/ou dores ósseas) e; o aumento da incidência de acidente
vascular cerebral (Ibidem, 2007).
Interações
Segundo resultados clínicos obtidos, não existem evidências que indiquem qualquer interação de NeoRecormon®
com outros fármacos. Em clientes com neoplasia, o NeoRecormon® também não aumenta a mielotoxicidade de
medicamentos citostáticos como o etopósido, a cisplatina, a ciclofosfamida ou o fluoruracilo (Ibidem, 2007).
Contraindicações e precauções
O fármaco NeoRecormon® encontra-se contraindicada para os utilizadores que apresentem
hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos seus excipientes, hipertensão mal
controlada e, em específico dos clientes que efetuaram colheita de sangue autólogo, enfarte do
miocárdio ou acidente vascular cerebral no mês anterior ao tratamento, angina de peito instável,
risco acrescido de trombose venosa profunda, bem como história clínica de doença tromboembólica

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venosa. Relativamente às precauções para a sua utilização, deve-se ter em conta uma correta
rastreabilidade do fármaco. O NeoRecormon® deve ser utilizado com precaução em clientes que
apresentem anemia refratária com excesso de blastos em transformação, epilepsia, trombocitose,
insuficiência hepática crónica e/ou insuficiência renal crónica. Em clientes nefroscleróticos ainda não
submetidos a diálise, a dose terapêutica de NeoRecormon® deve ser ajustada uma vez que pode
potencializar a progressão da insuficiência renal. Em clientes que se suspeite, ou que evidenciem o
desenvolvimento de anticorpos antieritropoetina neutralizantes e que apresentem Hepatite C, não
devem utilizar o fármaco NeoRecormon®. Recomenda-se o cliente a monitorizar os seus valores de
pressão arterial uma vez que o tratamento com NeoRecormon® deve ser interrompido
temporariamente, no caso da pressão arterial não puder ser controlada com terapêutica
farmacológica. Quando prescrito, o cliente deve ser alertado relativamente aos sinais e sintomas de
reações cutâneas para que, no caso de estas situações surgirem, o NeoRecormon® possa ser
imediatamente descontinuado. Recomenda-se a monitorização regular do número de plaquetas e a
concentração de hemoglobina, de modo a que não ultrapassem os valores de referência. Em clientes
com neoplasia, deve-se avaliar fatores como o tipo de tumor presente e o seu estadio, o grau de
anemia, a esperança de vida, o ambiente no qual o cliente está a ser tratado e a preferência do
mesmo, previamente à prescrição de NeoRecormon®. Nos clientes com insuficiência renal crónica,
requer-se um aumento da dose de heparina simultaneamente ao tratamento com NeoRecormon®,
devido ao aumento do hematócrito e, consequente, risco de oclusão do sistema de diálise. Nos
clientes que apresentem risco de trombose do shunt, recomenda-se a revisão precoce e profilaxia do
mesmo. Os níveis séricos de potássio e fosfato devem ser monitorizados regularmente durante o
tratamento com NeoRecormon®, de modo a não se exceder os valores de referência. Nos clientes que
pertençam a um programa de doação prévia de sangue autólogo, estes devem ter em consideração as
diretrizes oficiais sobre os princípios da doação de sangue e apenas pertencerem ao programa caso
seja particularmente importante evitar transfusões de sangue homólogo. O cliente deverá ter especial
precaução na utilização do fármaco NeoRecormon®, uma vez que ao ser utilizado indevidamente,
poderá causar um aumento excessivo do hematócrito e, por consequência, causar complicações
cardíacas e vasculares potencialmente fatais. Por fim, o cliente deverá ter em atenção os excipientes
presentes no fármaco de modo a prevenir possíveis reações adversas (Ibidem, 2007).
Implicações para a Enfermagem
Em relação às implicações para a enfermagem, o enfermeiro deve monitorizar: a pressão arterial
antes e ao longo do tratamento, informando o médico se ocorrer hipertensão grave ou se a pressão
arterial começar a aumentar, uma vez que pode ser necessária terapêutica anti-hipertensora

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adicional, durante o início do tratamento; sinais e sintomas de anemia (fadiga, dispneia e/ou palidez);
as derivações da diálise (vibrações e ruído) e o estado do rim artificial durante a hemodiálise, uma vez
que pode ser necessário aumentar a dose de heparina para prevenir a agregação plaquetária e; os
clientes com doença vascular devido à possibilidade de ocorrência de problemas circulatórios.
No que diz respeito aos procedimentos implicados na prática de enfermagem durante a
administração de NeoRecormon®, o enfermeiro deve: evitar agitar a seringa com a solução injetável,
pois pode inativar o fármaco; administrar o fármaco por via subcutânea nos clientes que não
necessitem de diálise e; administrar o fármaco via endovenosa por injeção direta, sem necessidade de
diluição, ou por bólus na tubuladura ou no acesso venoso, no fim da sessão de diálise.
O enfermeiro também deve efetuar ensinos aos clientes, em relação ao fármaco, tais como: explicar
as razões do uso complementar de terapêutica com ferro, para o aumento da produção de glóbulos
vermelhos; discutir a possibilidade do reinício do período menstrual e as questões sobre a fertilidade
com as mulheres em idade fértil, salientando a necessidade das mesmas consultarem um médico
acerca de meios de contraceção e; sublinhar a importância da concordância entre as restrições
dietéticas, os fármacos e a diálise (Deglin & Vallerand, 2009).
Dados de Evidência
Segundo estudos e, consequentes, resultados clínicos é possível verificar que o NeoRecormon®:
aumenta o hematócrito entre 30 e 36%, melhorando, assim, a sintomatologia associada à anemia em
clientes com insuficiência renal crónica; aumenta o hematócrito na anemia induzida pela terapêutica
com a zidovudina (AZT); aumenta o hematócrito nos clientes com anemia associada à quimioterapia
e; reduz a necessidade de transfusões após cirurgia (Idem, 2009).
Referências Bibliográficas
Agência Europeia de Medicamentos. (2007, 25 de junho). Anexo I – Resumo das
Características do Medicamento. https://www.ema.europa.eu/en/documents/product-
information/neorecormonepar-
product-information_pt.pdf
Deglin, J. H., & Vallerand, A. H. (2009). Guia Farmacológico para Enfermeiros. (10ª Edição).
Lusociência.
Roche. (2020). Folheto informativo: Informação para o utilizador.

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Anexo I – Escala de Barthel

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Fonte: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2503/5/%C3%8Dndice%20de%20Barthel.pdf

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Anexo II – Índice de Massa Corporal

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_massa_corporal

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Anexo III – Escala de Braden

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Fonte: https://www.sociedadeferidas.pt/Escala%20de%20Braden.pdf
Anexo IV – Escala Numérica de Avaliação da Dor

Avaliação da Dor em Repouso

Avaliação da Dor ao Mobilizar-se

Fonte: https://www.aped-dor.org/documentos/DGS-dor_como_5_sinal_vital_-_2003.pdf

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Anexo V – Escala de Coma de Glasgow

Fonte: https://www.glasgowcomascale.org/downloads/GCS-Assessment-Aid-Portuguese.pdf

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