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APÓSTOLO ANDRÉ

Nascido em Betsaida, às margens do Mar da Galiléia, André ganhava sua vida


como pescador, assim como Pedro, seu irmão, e a maioria dos habitantes da
região.

Incomodado por questionamentos e anseios interiores, conheceu João Batista, a


quem seguiu até ser, por este, apresentado a Jesus Cristo.

Os ensinamentos do profeta constituíram importante alicerce para sua formação


espiritual, salientando-se a coragem e a determinação com que João se opunha à
hipocrisia e à corrupção presentes naquela época. Embora visto por muitos como o
próprio messias, tão esperado entre aqueles dias, João sempre dizia que havia
sido enviado como precursor daquele, de quem ele não era digno sequer de
desatar as correias das sandálias.

Certo dia, às margens do Rio Jordão, André foi apresentado a Cristo, a quem
ansiosamente aguardava. Após passar o dia na companhia de Jesus, e de outras
pessoas, André correu a Pedro, seu irmão, para lhe dar a boa nova:
- “Achamos o Messias!!"

Não são muitas as citações a respeito de André nos Evangelhos. Conta-se que foi
chamado por Cristo, junto com Pedro, Filipe e João, às margens do Mar da
Galiléia, para ser seu apóstolo. Alguns estudiosos afirmam ter sido ele - André - o
primeiro a ser chamado.

No Monte das Oliveiras indaga a Jesus a respeito das assustadoras previsões sobre
Jerusalém e sobre o templo.

Em outra ocasião, em que os apóstolos procuravam um meio de alimentar uma


enorme multidão que havia horas ouvia Cristo, e estava faminta, André traz os
cinco pães e dois peixes, tudo o que havia encontrado, e que foram, então,
multiplicados por Cristo.

André é também um dos que conduzem a Jesus alguns gentios que ansiavam
conhecê-lo.
“Ó Santa Cruz,
que foste adornada
com os membros do Senhor!
Cruz tão desejada,
profundamente amada,
constantemente buscada e ao fim
preparada para minha alma!
Recolhe-me dos homens
e leva-me a meu Mestre!
Por ti me receba
quem por ti me redimiu!”

Após a morte de Cristo, André permaneceu alguns anos pregando em Jerusalém.


Porém, a intensa perseguição aos cristãos, assim como a violenta morte de Tiago
Maior e o aprisionamento de Pedro, provavelmente levaram alguns apóstolos,
entre eles, André, a buscarem novos campos para sua missão.

Sendo assim, André rumou para o sul da Rússia, região próxima ao Mar Negro,
onde fundou a Igreja Ortodoxa Russa, sendo posteriormente adotado como
patrono. Pregou também em regiões da Ásia Menor, em Bizâncio (mais tarde
chamado Constantinopla e hoje, Istambul), na Palestina, Macedônia, Grécia e
regiões próximas ao Cáucaso. Em Éfeso compartilhou uma revelação de Deus com
o amigo e apóstolo João, contribuindo para a elaboração de seu Evangelho.
Realizou milagres, curou inúmeros enfermos, fundou igrejas e nomeou sacerdotes.

Conta-se que aqueles que se opunham a sua palavra acabavam oprimidos e


doentes, até que fossem por ele curados.

Em Sínope, conta-se que salvou Matheus de canibais, tendo também ele sofrido a
mesma ameaça. Tratava-se de um povo extremamente primitivo, e apesar disso,
muitos deles foram por ele evangelizados.

Certa vez André foi espancado, teve seus dentes quebrados, seus dedos cortados
por uma multidão que o deixou como morto num monte de estrume. Jesus então
apareceu-lhe e o curou. Quando as pessoas o viram no dia seguinte, ficaram
sobremaneira maravilhadas e creram nele.

André também fez ressurgir dentre os mortos o único filho de uma mulher.

Mas é na cidade de Patras, na Grécia, que converge a maior parte dos relatos
sobre André.

Ali, ao converter Maximila, esposa do governante local, ao cristianismo, após curá-


la de uma enfermidade da qual não se conhecia a cura, o apóstolo provocou
intensa ira em Egates, o governador. Foi então julgado, ameaçado, torturado e
por fim crucificado numa cruz em “X”, onde foi amarrado e não pregado, para que
seu sofrimento pudesse ser maior.

O confronto entre André e Egates teria se iniciado a partir da tentativa deste


último em dissuadir o povo de sua fé cristã e fazê-los retornarem à adoração aos
deuses que até então idolatravam.

A isto, André disse-lhe:


- “Exorto-te que, sendo juiz dentre os homens, conheças Aquele que é teu
Juiz, ..., e que faças voltar teus pensamentos daqueles que não são verdadeiros
deuses”. Acrescentou:
- “Os imperadores romanos nunca conheceram a verdade. Quanto a esta, o filho
de Deus que veio para salvar os homens, manifestamente ensinou que estes
ídolos não apenas não são deuses, mas representam na verdade os mais
desprezíveis demônios, hostis à raça humana....”

Ameaçado de ser torturado e crucificado por se negar a obedecer a Egates, André


é detido, aguardando julgamento. Uma multidão revolta-se contra a decisão do
governante e tenciona libertá-lo a força.

O apóstolo, porém, tendo se proposto a testemunhar com seu próprio sangue a fé


em seu Mestre, adverte-os dizendo:

- “Não transformeis a paz de Nosso Senhor em agitação e em levante diabólico.


Pois meu Senhor, quando foi traído, tudo suportou com paciência. Não murmurou
nem alçou sua voz, tampouco ouviu-se nas ruas seu clamor. Portanto vós, da
mesma sorte, mantende-vos em silêncio e em paz, não impedindo meu martírio.
Antes, preparai-vos também, de antemão, como atletas do Senhor que sois, para
que possais vencer as ameaças, com uma alma que não teme o que possa fazer o
homem (...). Pois, este perecimento não é para ser temido, mas sim aquele que é
eterno.”

Após uma noite no cárcere, advertindo a multidão, que o tentava libertar, André é
conduzido a Egates, que mais uma vez tenta persuadi-lo a não perder sua vida,
enquanto o apóstolo procura convencê-lo a não perder sua alma. E diz:

- “Ó filho da morte e palha preparada para o fogo eterno, ouvi-me a mim, o servo
e apóstolo de Jesus Cristo. Até agora tenho contigo gentilmente conversado
acerca da perfeição da fé, a fim de que tu, após ter sido exposto à verdade,
pudesses te tornar perfeito como seu defensor e assim, desprezar os ídolos vãos e
adorar apenas a Deus, que está no céu. Entretanto, já que permaneces na mesma
imprudência e pensas que me assustas com tuas ameaças, traga sobre mim, pois,
aquilo que julgas ser a maior de todas as torturas.”

Enfurecido por essa audácia sem precedentes, Egates ordena a imediata


crucificação de André.

Conta-se que durante o seu suplício, que durou três dias, André pregou
incansavelmente, até o seu último suspiro, para uma multidão de cerca de 20.000
cristãos, que o acompanhou até o instante final.

ANDRÉ – CAPRICÓRNIO

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