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Ciência e Religião—II
DR. GIDEON DE OLIVEIRA
Professor da Faculdade de Teologia do Colégio Adventista
Brasileiro. (Biologia e História Natural)
O Culto do Cientismo: Difusão, Modalidades e super homem, o culto do corpo em vez do culto
Conseqüências do espírito, o culto do Estado, e o culto geral das
teorias científicas, do progresso e do futuro.
O culto da superioridade racial foi pregado pelo
francês Joseph Arthur De Gobineau (1816-82),
POR volta do ano 1850, o cul- no qual exaltava a raça ariana representada pelos
to do cientismo começou a saxônicos (alemães e nórdicos da Europa) como re
difundir-se pelo mundo ociden presentantes da raça mais pura existente sôbre a
tal apregoando uma nova religião Terra, sendo-lhes inferiores os latinos e tôdas as
sem Deus, que partejou o mate- demais raças (31). Por conseguinte, aos alemães
rialismo moderno. Da adoração arianos caberia o domínio do mundo, em razão de
da ciência, que predominou no sua supremacia racial, o que agradou profundamen
século XIX, a moderna religião te ao militarismo alemão, apesar do gobinismo ou
materialista derivou para a antropolatria. Paradoxal arianismo não passar de um mito, ou uma constru
mente, o homem passou a divinizar-se quando se ção hipotética, ditada por um orgulho desmedido,
viu animalizado. Diante da potência humana, des sem nenhum apoio científico.
lumbrados, os materialistas não mais se queixam Frederico Nietzche e Max Sterner, criaram o cul-
das fragilidades humanas. Procuram mesmo exal to do super-homem, no lugar do amor ao próximo,
tar as conquistas, descobertas e teorias científicas por considerarem a compaixão como uma fraqueza
diversas, certas ou não, e ver nelas, como numa ati- de caráter ou como um êrro do cristianismo. Se
tude infantil, um pretexto para a negação de Deus, riam características do super-homem nietzscheano
chegando a dizer que Êle foi expulso do universo elevar-se com desdém acima da “horda dos escra
por Newton, da vida por Darwin, e da própria al- vos” (da humanidade em geral), para além do
ma por Freud. E isto, apesar de Newton, o des bem e do mal; amigo da aventura e da guerra,
cobridor das leis da gravitação, ter sido um crente duro para consigo próprio e terrível para os outros;
devoto e sincero, admirador por excelência do To superior aos valores da verdade e da justiça; nasci
do-poderoso e de Suas maravilhosas obras. Sempre do para “modelar o bloco do acaso” e dominar a
precipitado em suas afirmações negativas, o mate- história (32).
rialismo chegou ao ponto de negar, entre outras Em 1833, Francis Galton, demonstrou a impor-
coisas, a criação especial da vida e dos sêres vivos; tância da eugenia para assegurar a reprodução de
e animado pelas numerosas sínteses de produtos homens e mulheres sadios, a fim de que seus fi
químicos orgânicos conseguidos no laboratório, acha lhos nascessem bem dotados física e mentalmente,
que a ciência moderna alcançou um progresso tal o que é certo e recomendável. No auge do entu-
que sêres vivos poderão ser produzidos, também, no siasmo, porém, alguns eugenistas pretenderam que
laboratório. Oparine e A. N. Terenine, de Mos a sua doutrina pudesse resolver os problemas so
cou, Harold Urey e Stanley L. Miller, de Chicago, ciais como uma nova religião — o culto do corpo.
J. B. S. Haldane e J. D. Bernal, de Londres, Ale O próprio Galton disse: “A eugenia estender-se-á
xandre Deauvlliere Eugene Aubel, de Paris, e cêr pelo mundo como uma nova religião” (33). Albert
ca de cem cientistas mais, trabalham na atualidade Eward, dos Estados Unidos, acentuou: “Se Jesus
objetivando produzir artificialmente substâncias ou estivesse entre nós, teria sido o Presidente do Pri-
sêres vivos. meiro Congresso da Eugenia” (34). No seu modo
O materialismo não ficou, porém, com a sua in- de pensar, a racionalização sexual, inclusive o direct
fluência restrita à pura especulação científica. Foi birth-control, seria o “agente decisivo para determi
muito mais além causando verdadeiras repercussões nar o caráter e o destino do homem sôbre a Terra
sociais e políticas, revolucionárias mesmo, alteran e para conformar o futuro de sua civilização” (34);
do o curso da história, como poderemos ver sumà- e, por último, êle procura ver na eugenia “o pro-
riamente no desenvolvimento dêste tema, através grama final para cristianização completa da huma-
das várias modalidades de cultos gerados pelo cien- nidade”. O escritor inglês, Anthony M. Ludovici,
tismo e materialismo; o culto da raça, o culto do pelo contrário, vê no cristianismo a negação comple-
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ta da eugenia, e prega a necessidade “de uma no de Nietzsche, encarnado por Hitler, e assim aceito
va religião, baseada sôbre a percepção intelectual pelos seus colaboradores, foi o gerador da cruelda
aguda do poder que existe por detrás dos fenôme de espantosa do extermínio de seis milhões de ju-
nos, bem como sôbre a relação emotiva profunda deus, esterelização de milhares de homens e mulhe-
para com êsse poder” (35); e acrescenta que “para res convertidos em trabalhadores-escravos, e liqui
a realização de uma tal tarefa é necessário uma dação sumária de muitos eslavos, tudo a pretexto
nova espécie de homens, e tudo o que podemos fa- de outro mito associado de que eram raças inferio
zer por ora é preparar o caminho para isso” (35). res. O próprio Hitler procurou justificar a Raus-
Consoante êste modo de pensar, a nova religião chning o barbarismo de sua doutrina política, decla
(eugenia) para salvar o homem e regenerar a hu rando-lhe ser condição necessária para o domínio
manidade seria fundada exclusivamente sôbre o “cul- do mundo, e o estabelecimento do império mundial
to do corpo”, e não do espírito. nazista que deveria durar no mínimo mil anos; e,
Quanto ao culto do capitalismo do Estado, foi acrescentou: “Ser bárbaro é para nós um título de
o produto mais avançado da dialética materialista de orgulho . . . Devemos ser bárbaros e com a cons-
Kari Marx e Engel, que, com Lenine e outros, deu ciência tranqüila”. Muitos ditadores, e diversos Es-
origem ao sistema político conhecido por comunis tados totalitários, têm atuado sob esta mesma orien-
mo, o qual tendo por princípio o ateísmo, define tação amoral.
a religião como o ópio do povo, e renega, portanto, O culto exclusivo do corpo, numa distorsão do
os valores espirituais do cristianismo. Opondo-se aos verdadeiro eugenismo e dos ideais cristãos, relati
ideais da fé cristã que constituem os fundamentos vos à pessoa humana, tem determinado o embrute-
da sociedade verdadeiramente democrática, não obs cimento das faculdades mais nobres do espírito. Sob
tante, o comunismo e suas tendências, como filoso êste aspecto, o ser humano, e mormente a mocida
fia materialista e atéia tem para os seus adeptos de, torna-se rude e animalizada, valorizando mais
tôda fôrça emocional de uma fé fanaticamente re a fôrça muscular e a beleza física, do que o traba-
ligiosa. O marxismo é, pois, muito mais do que lho mental e a formosura do caráter. São mais
um sistema econômico. É uma religião materialista, atraídos para o atletismo, para as práticas esporti
e paradoxal por isso mesmo, como bem percebeu vas, e concursos de beleza, do que para o estudo
Amold Toynbee, caracterizando-a: “O comunismo sério e desenvolvimento das faculdades da alma.
metamorfoseou-se num substituto emocional e in Mais preocupados em satisfazer as paixões do corpo,
telectual do cristianismo ortodoxo, com Marx por do que em atender aos prazeres do espírito. Êste
seu Moisés, Lenine por seu Messias, e suas obras desvio é tão condenável quanto o foi a mentalida
completas pela Escritura de uma igreja ateísta”. de medieval que muita vez confundiu falta de hi
Assim, o comunismo tem como um de seus mais giene como sinal de santidade. Mas, o culto do
importantes objetivos substituir os ideais ético-so- corpo chegou a ir mais além, assumindo mesmo
ciais implícitos na idéia de Deus, essenciais para forma drástica quando a serviço de Estados títeres
a sociedade humana, a fim de guiá-la exclusivamen e materialistas, para os quais os indivíduos só são
te pelo materialismo ateísta de Kari Marx, o que úteis enquanto produtivos, donde a eliminação de
é deveras temerário para o futuro da humanidade. velhos e doentes incuráveis pela eutanásia oficial,
Há também em nossos dias uma forte tendência pela administração do famoso “chá da meia-noite”,
para o culto do progresso e do futuro, pela aceita autêntico veneno que matava suas vítimas, sob o
ção de dogmas da religião industrial (35). Acre pretexto de que eram inúteis à sociedade, e causa
ditam muitos que as máquinas, ou as supermáqui- vam prejuízos econômicos ao Estado.
nas (37), como quer Walter Pitkin, aliada aos pro Sob a inspiração da doutrina comunista, como em
gressos da medicina, possam proporcionar à huma- outras (nazismo, fascismo, falangismo, etc.), o cul-
nidade uma felicidade jamais alcançada, assim que to do Estado levou também seus adeptos a atitudes
o aumento enorme do rendimento agrícola satisfizer extremas, causando verdadeiras hecatombes huma
as necessidades alimentares de todos os sêres huma nas, na luta para a conquista e consolidação do
nos, e os confortos da civilização puderem ser ge poder. Como comprovante da incrível violência per
neralizados, com redução progressiva das horas de petrada pela imposição do regime da Rússia, entre
trabalho, e tempo sempre maior para o lazer, para muitos outros documentos, temos o relatório impres
as recreações, divertimentos e o descanso. E mui- sionante do órgão oficial “Pravda” (abril de 1922),
tos são os materialistas que só reconhecem um único atestando que “para a defesa do Estado comunista
deus — o dinheiro — perante o qual vendem o cará- foram executados 815.000 camponeses, 192.000 ope
ter, a honra, e a própria alma, para alimentar um rários, 355.250 intelectuais, 200.000 soldados, 54.650
sonho ilusório de felicidade paganizada. oficiais, 48.500 policiais, 10.500 altos funcionários,
Estas várias modalidades de cultos materialistas, 8.800 médicos, 12.960 grandes proprietários ... ao
que tiveram por berço o cientismo, trouxeram con todo cêrca de dois milhões de pessoas!” (38) E
seqüências históricas contraproducentes, algumas das outros milhões pereceram nos expurgos e represálias
quais assumiram proporções catastróficas, por de sangrentas nos anos sucessivos. Para mais, a liber
generarem em guerras tremendas, extermínio em dade religiosa e os mais sagrados direitos humanos
massa, e atentados clamorosos contra a liberdade e têm sido violentados, e ameaçados sob os regimes
os direitos da pessoa humana, e embrutecimento es- totalitaristas; e a própria liberdade religiosa e de
piritual. pensamento vive atualmente horas cruciantes na Chi
O arianismo que serviu de principal alimento pa- na comunista. A dignidade da pessoa humana apre
ra o militarismo alemão, foi um dos fermentos mais goada pelo cristianismo é esmagada quando o culto
ativos para a eclosão da Primeira e Segunda Con do Estado tripudia sôbre a mesma.
flagrações Internacionais, com cêrca de 14 milhões A própria religião industrial e do progresso, tão
e 82 milhões de baixas, respectivamente, incluindo decantada por muitos como a última esperança pa-
mortos e desaparecidos. O mito do super homem ra a conquista da felicidade, foi uma decepção para
Novembro - Dezembro, 1960 Página 5
a nossa própria civilização, conforme observou com to de conseqüências imprevisíveis. Nunca se viu
profunda penetração o eminente cientista Alexis tamanho progresso material a par de tão clamorosa
Carrel: “O fraco valor intelectual e moral dos ho- inversão dos valores morais, indo na crista a cri
mens de hoje deve atribuir-se, em grande parte, à minalidade e a imoralidade sempre crescentes. Nun-
insuficiência e à má composição da atmosfera psi ca tanta riqueza acumulada e tão malbaratada en-
cológica. A primazia da matéria e o utilitarismo, quanto milhões não têm pão para matar a fome e
que são os dogmas da religião industrial, levaram nem agasalho para proteger-se. Torna-se patente,
à supressão da cultura intelectual, da beleza e da pois, o fracasso do materialismo para solver por si
moral, tais como as compreendiam as nações cris mesmo os problemas mais sérios da humanidade,
tãs, mães da ciência moderna. Ao mesmo tempo, e os mais elevados anseios da alma humana. Ape
as modificações do gênero de existência provocaram sar disso o ateísmo continua a progredir e a espar
a dissolução dos grupos familiares e sociais que gir as suas conseqüências nefastas, donde Lecomte
possuíam a sua individualidade e as suas tradições de Noüy denunciar: “nós lutamos contia um dos
próprias” (39); e pondera que: “O enorme avan maiores perigos que jamais ameaçaram a sociedade
ço tomado pelas ciências da matéria inanimada sô humana, o ateísmo" (41). Sim, porque ateísmo é
bre a dos sêres vivos é portanto um dos aconteci- sinônimo de civilização do mêdo, da extinção da
mentos mais trágicos da humanidade. O meio cons liberdade, do egoísmo, e da destruição; é a falên
truído pela nossa inteligência e pelas nossas inven cia dos valores morais e espirituais.
ções não se ajusta nem à nossa estatura nem à Impressionados com o rumo errado que os cien
nossa forma. Nêle, sentimo-nos infelizes. Degene tistas materialistas imprimiram à ciência ao subs
ramos moral e mentalmente. São precisamente os tituí-la em lugar da religião, substituição que deu
grupos e as nações em que a civilização industrial em resultado os problemas sérios da atualidade, são
atingiu o seu apogeu que mais enfraquecem. É os mais valorosos cientistas e filósofos que hoje cla
nêles que o retôrno à barbarie se dá com mais ra mam para o retôrno urgente à religião — Deus —
pidez”. (39) a última esperança. Com respeito, Kari Jaspers, fi
Impressionante, também, é o saldo negativo dos lósofo e psiquiatra alemão, atualmente professor da
que fazem do dinheiro a sua religião, pois são os Universidade da Basiléia, em sua tese amadurecida
que mais fornecem manchetes sensacionais e escan “A Bomba Atômica e o Futuro do Homem" (1957)
dalosas para jornais e revistas que exploram o sub (42), traça o grave dilema do homem na hora que
mundo do crime — milionários-suicidas, assassínios, passa: Deus ou a Bomba Atômica, e acentua que
roubos, fraudes, adultérios, e outros muitos delitos se “o homem quiser continuar a viver, terá que
que põem em sobressalto a polícia de todo o mun- transformar-se”; e isto pelo retôrno a Deus, e pela
do, e tornam desgraçadamente infelizes as vítimas reabilitação dos valores espirituais, os únicos que
iludidas pelo culto do dinheiro. dão à vida o seu sentido de construção e dignidade.
Em suma, à luz dos fatos históricos todos êstes Reconhecendo, também, que a ciência sem Deus
cultos são falhos, porque giram em tôrno de um é uma experiência temerária, e que a ciência con-
deus de barro — o homem adorador de si mesmo, tra a religião é um grave contra-senso, à luz dos
ou seja a antropolatria, o último fruto da árvore do próprios conhecimentos adquiridos pela ciência ver-
cientismo. Caiu, pois, por terra, a pretensão da dadeira, Lecomte de Noüy, não pode deixar de re
ciência positiva de poder suportar sòzinha todo o conhecer a inteligibilidade que se revela no plano
fardo da vida humana, precisamente porque o cien- da Natureza, em cada descoberta, atestado insofismá
tismo é a ignorância daquilo que finalmente conta vel portanto de uma Inteligência Superior e Cria
servido por uma ciência daquilo que finalmente dora. Lança pois o desafio: “A Ciência tem sido
não conta. Negativo, portanto, veio a a ser o saldo utilizada para solapar as bases da Religião. É a
moral, espiritual e social, decorrentes da difusão, Ciência agora que deve ser empregada para consoli
aceitação, e aplicação doutrinária do mecanismo que dá-la” (41). Esclarece, ainda, o mesmo autor, que
reduz o homem a uma máquina sem alma; do cien- se fizermos um exame crítico do capital científico
tismo que pretendeu a suficiência da ciência para acumulado pelo homem, e procurarmos tirar as con
tudo explicar e resolver; do evolucionismo que san seqüências lógicas e racionais: “Nós veremos que
cionou uma lei selvagem: o direito do mais forte elas nos conduzem necessàriamente à idéia de Deus”
subjugar os mais fracos; do materialismo moderno (41). Deveras, a verdadeira Ciência aponta para
que degenerou para o endeusamento do próprio ho- Deus, e reconhece os valores da Religião que pos-
mem, numa moderna versão do ateísmo e existen sibilita ao homem estabelecer contato com o seu
cialismo negativo, para o qual a vida não passa de Criador, dando à vida um sentido transcendental e
um mero e absurdo acidente do acaso, saída do uma razão lógica no plano da Natureza.
nada e ao nada indo dar, sem sentido, pois, fican
do o homem num mundo absurdo apenas como A Ciência Verdadeira Afirma Deus e Reconhece o
uma “súplica sem resposta” (40). Eis em que deu Valor da Religião
o orgulho humano, a antropolatria: converteu-se a
adoração do próprio homem na religião do deses- A ciência e a religião possuem características e
pêro ou na filosofia da loucura. objetivos próprios. Na interpretação do notável fí-
Mais do que outra época qualquer, o século vin sico Einstein: “O descobrimento dos fatos reais é
te tem sido testemunha da falsidade dos deuses e tarefa da ciência, ao passo que a criação de valores
religiões materialistas criadas pela fantasia dos cé é a missão da religião e da ética” (43). A investi
rebros apartados de Deus. Jamais se falou tanto gação e o conhecimento dos fatos, o estudo objetivo
em paz e segurança, entretanto nunca se viu con de cada fenômeno natural, o estabelecimento de teo-
flagrações internacionais tão pavorosas, e estocagem rias e idéias nas quais a razão é o principal juiz,
de armas tão destruidoras como as armas atômicas são do domínio da ciência. Ela se propõe a resol
e bombas termonucleares, para um eventual confli- ver problemas relativos à matéria, à energia ou fôr-
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ça, no tempo e no espaço, e às manifestações dos teriosa invade tôda a Natureza — vida que sustenta
fenômenos naturais e vitais, de um modo geral. os inumeráveis mundos através da imensidade tô
Limita-se, pois, à Natureza, o domínio da ciência; da .. . As mesmas grandes leis que presidem à ação
e apropriar-se das fôrças da Natureza é o seu ob do coração, regulando o fluxo da corrente da vida
jeto, mediante o auxílio das matemáticas e da ex- no corpo, são as leis da Inteligência Todo-poderosa,
periência que são os seus instrumentos auxiliares. as quais presidem às funções da alma. DÊle proce
A religião, por sua vez, fundamenta-se na fé, de tôda a vida. Unicamente em harmonia com Êle
procede do coração, do sentimento, da Natureza, co- poderá ser achada a verdadeira esfera daquelas fun
mo de tuna origem primeira e independente. Ela ções” (45).
tem por objeto a satisfação das necessidades do co O filósofo inglês, Lord Bacon (1561-1626), já
ração, a libertação, o govêrno, e o enobrecimento dissera com muita razão que: “Uma ciência super
de nossa vida espiritual e moral, o que equivale a ficial inclina o homem para o ateísmo, mas uma
dar um sentido de dignidade ao direito de existir. ciência profunda conduz as mentes humanas para
Se a razão da ciência é o entendimento da Natu a religião”. Agassiz (1807-73), famoso naturalista
reza, pela indução e dedução, é pela fé religiosa, suíço, crente convicto, ponderou que “a missão do
por intuição fundamental, que o homem crê no cientista era como a do profeta, de proclamar a
Deus-Criador da Natureza, e com Êle mantém co- glória de Deus” (46). A êsse respeito, Fichte (1762-
munhão pessoal, elevando-se assim no plano da exis 1814), prestigiado filosofo alemão, emitiu um mara
tência. Por isso, "a fé religiosa", segundo Emile vilhoso pensamento: “O sábio probo considera seu
Boutroux, “é um princípio de afirmação, tão segu- destino que consiste em ser participante da idéia de
ro como o conhecimento propriamente dito" (44). Deus sôbre o mundo, como o pensamento de Deus
E o eminente físico e químico inglês, Faraday (1791- dentro dêle; por êste pensamento dignifica a vida e
1861), confirmou o postulado em questão à luz sua pessoa, e esta dignificação revela-se em todos os
de sua própria experiência pessoal: “A noção de seus atos” (47).
Deus e o respeito para com Êle chegam ao meu es Deveras, um cientista coerente não pode deixar de
pírito por vias tão seguras como aquelas que nos dar o seu testemunho pessoal sôbre o Criador do uni
conduzem às verdades de ordem física". verso, cuja inteligibilidade surpreendida e descoberta
O cientista vê e estuda a Natureza, ou seja a nas mais diversas leis é evidência irrefutável da Inte
criação de Deus; o crente, porém, percebe e sente ligência Suprema. “No estudo das ciências”, diz E. G.
no íntimo da alma o próprio Deus da Natureza — White, “também, devemos obter conhecimento do
o seu Criador —. O cientista procura descobrir a ver- Criador. Tôda a verdadeira Ciência não é senão uma
dade através da razão; o crente descobre a verdade interpretação da escrita de Deus no mundo material.
suprema pela fé. A ciência faz cientistas através A Ciência traz de suas pesquisas novas provas da sa
do aumento do conhecimento, enriquecendo-lhes a bedoria e poder de Deus. Corretamente entendidos,
experiência exterior; a verdadeira religião faz san tanto o livro da Natureza como a Palavra escrita nos
tos, através do enriquecimento da própria experiên- familiarizam com Deus, ensinando-nos algo das sá
cia interior (a transformação para melhor; isto é, bias e benfazejas leis mediante as quais Êle opera”
o aperfeiçoamento moral e espiritual da personali (48). Contrariando, pois, as arriscadas afirmações do
dade). Assim como a verdadeira ciência se orienta passado e do materialismo moderno, quanto mais
para a Verdade-Razão que promana da Suprema avança a ciência verdadeira, tanto mais descobre
Inteligência, a religião verdadeira orienta à fé para Deus, como se Êle estivesse vigiando à espera, por
a Verdade do Supremo Amor, personificado tam- trás de cada porta que a ciência abre.
bém em Deus. E, o sábio reconhece, sinceramente,
que a Suprema Inteligência e o Supremo Amor são 31. GOBINEAU, J. Arthur De — Essai sur l'Inegalité
des Races Humaines; 1854-84.
expressões cuja síntese se encontra em Deus, que 32. ETCHEVERRY, Auguste — Le Conflit Actuel des
é a Verdade Absoluta ou a Suprema Realidade. Isto Humanismes, ín preface.
nos leva à conclusão natural de que a ciência e a 33. ATHAYDE, Tristão de & NOGUEIRA, Hamilton —
religião verdadeiras procedem da mesma fonte: Deus; Ensaios de Biologia, pág. 25; Rio de Janeiro, 1933.
34. WIGGAM, Albert Edward — The Next Age of Man,
e quanto melhor e mais claramente compreendidas págs. 98 e 348; 1927.
maior se torna a nossa convicção, admiração e re 35. LUDOVICI, Anthony M. — Man: an Indictment,
verência para com Deus. Esta idéia tão relevante pág. 338; 1926.
é explanada magistralmente por Ellen G. White: 35a. TOYBEE, Amold — A Study of History, Oxford
“Todo conhecimento e desenvolvimento real têm University; N. York & London, 1947.
36. CARREL, Alexis — O Homem, Êsse Desconhecido,
sua fonte no conhecimento de Deus . .. Qualquer pág. 44; Pôrto, 1937.
que seja o ramo de investigações a que procedamos 37. PITKIN, Walter B. — A short Introduction To His
com um sincero propósito de chegar à verdade, so- tory of Human Stupidity, infine.
mos postos em contato com a Inteligência invisível 38. WEBER, Adolph — Weltwirtschaft, pág. 253.
39. CARREL, Alexis — Op. cit. págs. 180 e 44.
e poderosa que opera em tudo e através de tudo. 40. BATAILLE, G. — Le Experience lnterieure, pág. 30;
A mente humana é colocada em comunhão com a Paris Gallimard, 1943.
mente divina, o finito com o Infinito” (45). Pros 41. LECOMTE DU NOÜY — L’Homme et sa Destinée,
seguindo, declara: “Em tôdas as coisas criadas vêm- pág. 13; La Colombe, Paris, 1948.
42. JASPERS, Kari — Die Atombombe und die Zukunft
se os sinais da Divindade. A Natureza testifica de des Menchen; R. Piper & Co. Verlag, München.
Deus. A mente sensível, levada em contato com o 43. EINSTEIN, Albert — Aus Meinen Spaeten Jahren.
milagre e mistério do universo, não poderá deixar 44. BOUTROUX, E. Emile Marie — Science et Religion
de reconhecer a operação do poder infinito. Não dans la Philosophie Contemporaine, in preface; 1908.
é pela sua própria energia inerente que a terra pro 45. WHITE, Ellen G. — Educação, págs. 14 e 99.
46. FRANKL, Josef — O Mistério da Criação, pág. 111.
duz suas dádivas, e ano após ano continua seu mo- 47. FICHTE, J. T. — El Destino del Sabio, pág. 125;
vimento ao redor do Sol. Uma mão invisível guia Ed. Tor. Buenos Aires.
os planêtas em seu giro pelos céus. Uma vida mis 48. WHITE, Ellen G. — Patriarcas e Profetas, pág. 666.
É INDUBITÁVEL que vivemos numa época de um caso de neurose ou psicose coletiva. In-
em que o povo de Deus deve aguçar a per clinamo-nos, antes, a aceitar a realidade destas
cepção espiritual a fim de discernir as diferentes aparições extraordinárias, atribuindo-lhe a origem
maneiras em que Satanás se apresenta aos ho- e propósitos a fontes bem diferentes das que ge-
mens de nossa geração, preparando-os para o en ralmente se admite e se comenta.
gano final. Aceitas as possibilidades da existência dos dis
No livro de Apocalipse somos advertidos sô cos voadores, há os que encaram os fatos em re
bre a “hora da tentação que há de vir sôbre todo ferência sob três aspectos: a) o científico, b) o
o mundo, para tentar os que habitam na Terra” teológico e c) o metapsíquico.
(Apoc. 3:10); e a serva do Senhor, aplicando No primeiro prevalece a inclinação de atribuir
essa situação ao espiritismo moderno, diz: tais aparições a visitas que outros planêtas ha
“Satanás opera com ‘todo o engano da injustiça’, para bitados nos desejem fazer, em virtude de aceitar-
alcançar domínio sôbre os filhos dos homens; e os seus se como factível a existência da vida em alguns
enganos aumentarão continuamente.” — O Conflito dos
Séculos, pág. 606. dêles. Um dos diários vespertinos de Buenos Ai-
“Pouco a pouco Satanás tem preparado o caminho pa- res registrou o fato de que Einsten ao ser in
ra sua obra de sedução: o desenvolvimento do espiritis
mo . . . todos, menos os que estão protegidos pelo po- terrogado por homens de ciência e jornalistas,
der de Deus e pela fé em Sua Palavra, serão envolvidos declarou que “não lhe parecia nenhum disparate
nesse engano.” — Id., pág. 608. que êstes aparelhos viessem de outros planêtas
Ao notarmos o incremento que está tomando mais evolucionados, desejosos de colaborarem co-
êste movimento, vemos a confirmação destas sá nosco e ensinar-nos como são e vivem em seus
bias declarações, já que êle logrou introduzir-se mundos de origem.” —- La Razón, de 9-8-59.
nas esferas científicas, educativas, políticas e até O Sr. Hermann Obertg, presidente da Socie-
religiosas, revestido de difarces sedutores. dade Alemã de Astronáutica, manifestou sua con
Não é nosso propósito comentar a infiltração vicção, como resultado de estudos realizados, de
desta apostasia nos setores mencionados, já que que os sêres que habitam outros planêtas de nos-
isto é do conhecimento geral. Desejamos conside- so sistema solar se visitam há milhares de anos,
rar um assunto que, em vista da feição que os fazendo intercâmbio de seus mútuos conhecimen
fatos estão assumindo, parece que se apresenta tos dentro da maior fraternidade e harmonia, fru
como um possível abôrto do próprio espiritismo: to de avançada evolução. Afirmou que, nesse pe
o problema dos discos voadores. Penso que aden ríodo evolutivo, tocava a vez a nosso planêta, e
traríamos o terreno do absurdo que quiséssemos que estamos para ser ajudados pelos sêres envia
negar-lhe a existência, diante das sérias decla dos nos discos voadores em missão de paz e amor,
rações que nos chegam da imprensa, do rádio, e que não deveriamos estranhar se logo se rea
dos salões de conferências, etc. Não estamos em lizassem normalmente entrevistas com êsses en
condições de asseverar que nos achamos diante viados. (La Razón, de 9-8-59.)
O Ministro e o Lar
ARCHA O. DART
Secretário do Departamento de Educação do Lar e dos
Pais da Associação Geral
O LAR do ministro influencia mais pessoas do que por um conselho pastoral. No que tocava ao
que seu púlpito. “Muito mais poderosa que pai, bem poderia ser órfão. Nessa ocasião seu pai
qualquer sermão pregado, é a influência de um visitava algumas igrejas na Europa e não estaria
verdadeiro lar, no coração e na vida.” — A Ciência no lar por várias semanas. E quando voltava à pá
do Bom Viver, pág. 303. Esta é a razão por que tria não estava no lar. Estava no escritório nos dias
Satanás tenta o pai a negligenciar seu lar. Procura úteis, e aos sábados no púlpito. Seu filho o conhe
manter o pai ou mãe tão ocupado com tôda a es cia mais através das colunas da Review and He
pécie de atividades, de modo a não dispor de tem- rald.
po para dar à própria família. Eis um dos motivos Acontecerá acaso que alguns ministros, que ga
por que alguns bons pastôres produzem muito pou- nharam muitas almas para Cristo, sejam forçados
co, ao passo que oradores de menos talento conse a lamentar: “Fizeram-me guarda da vinha; mas
guem às vêzes rica colheita de almas. Uma boa das minhas próprias videiras tenho cuidado”?
família é de valor inestimável para o ministro. Noé tivera pouco êxito em converter o mundo
Certo dia, um jovem de muito trato no colégio durante sua campanha de 120 anos, porém salvou
veio até meu escritório e declarou que necessitava a família, e Deus o chamou de “pregoeiro da jus-
de conselho pastoral. Ao apresentar-se reco tiça.” “Os deveres do ministro jazem em tôrno dê
nhecí um nome assaz conhecido entre nós, e in- le, próximos e distantes; mas seu primeiro dever
daguei-lhe se era parente do pastor. é para com os filhos.” — Obreiros Evangélicos, pág.
— Sim — respondeu — êle é meu pai. 205.
— Oh, é um homem maravilhoso, verdadeira co Obreiros consagrados estão prontos a entrarem
luna da igreja — disse eu. imediatamente em ação quando o significado destas
— Deve ser um homem maravilhoso — concluiu palavras é plenamente compreendido: “Estamos su
tristemente. Li acêrca dêle na Review. portado terríveis prejuízos em todos os ramos da
A entrevista de mais de uma hora revelou que obra por causa da negligência da educação domésti
o coração dêste jovem ansiava mais por um pai do ca.” — Child Guidance, pág. 303.
Novembro - Dezembro, 1960 PÁGINA 13
Todo o ministro deseja ter êxito. O consagrado go ao culpado, mas ajudar os pais a encontrarem
homem de Deus não considera demasiado grande solução para seus problemas. O criticar não é en-
nenhum esfôrço ou alto custo para si a fim de sal sinar. Confunde, desanima, agrava a complexidade
var uma alma da morte eterna. Os desejos pessoais da situação, mas não instrui. Dizer aos pais que
são esquecidos, o desconforto físico perde significa fizeram algo errado não é novidade para êles. Não
do, quando busca o perdido. Sua grande e única há dúvida de que estavam cientes disso antes que
paixão é livrar o que está perigando. o estivéssemos. Tampouco o mexericar acêrca dos
Não importa quão bem sucedido possa ser, o pre- pecados e erros alheios ajudam o pecador ou o san-
gador que progride jamais está satisfeito com as to. A moléstia não se cura por passá-la a um ter-
conquistas passadas. Quer progredir mais. Lê e ceiro. O pregador não deve censurar os pais, mas
estuda constantemente em busca de melhores mé- ensiná-los.
todos de trabalho; procura ansiosamente novas opor- Quando os pais compreendem que seu pastor
tunidades de alcançar mais e mais pessoas. No en- manterá em estrita confiança o que lhe fôr dito,
tanto, com que freqüência seus melhores esforços e que se mostre disposto e ansioso em ajudá-los na
pouco ou quase nada conseguem. Pode semear um solução de seus problemas, aproximar-se-ão dêle em
grande campo e despender muito dinheiro em cul busca de conselho, e desejarão que os oriente.
tivá-lo, e no entanto obtém colheita bem diminuta. O gigante mais persistente que atormenta o pre-
Que mais podia ter feito? Rememora o passado, gador dia e noite é o tempo. Quer seja evangelista,
perscruta a própria alma, e roga a Deus por sabedo- pastor ou departamental, há tantas exigências de
ria. seu tempo que se torna impossível cumpri-las tôdas.
Deus lhe responde a oração chamando-lhe a aten- Como pode o obreiro consciencioso dizer quais des
ção para as causas ocultas de resultados tão min tas são obrigações suas e quais são ardis de Sata
guados. Ei-las: “Podem os ministros fazer bem e nás para mantê-lo longe de seus legítimos deveres?
fielmente sua obra, e contudo produzirá muito pou- Diz-nos claramente o Espírito de Profecia: “Vos
co se os pais negligenciam seu trabalho” — Idem, so primeiro campo ministerial é guardar e educar
pág. 550. vossos filhos, cuidando do pequeno jardim que Deus
É possível mesmo que um ministro diligente no vos tem dado, e quando educardes êstes filhos então
trabalho, incansável nos esforços, venha a ser o tereis feito uma obra que Deus abençoará.” — Ellen
único culpado de negligenciar suas responsabilida- G. White, Manuscrito 13, 1886. Vosso lar é o fun-
des paternas. Que pode fazer? Entregar-se-á ao damento de vossa obra. O negligenciar êste funda
desespêro? mento pode ser desastroso para a obra de Deus pos
Nenhum pensamento desanimador provém do teriormente. “O sábado e a família foram, seme-
Céu. Deus não nos mostra a causa e a seguir nos lhantemente, instituídos no Éden, e no propósito
deixa a tatear o caminho. Êle dirige nossa aten- de Deus acham-se indissoluvelmente ligados um ao
ção para o remédio. Diz: “Se se concedesse mais outro.” — Educação, pág. 250. O representante de
atenção à tarefa de ensinar aos pais a maneira de Deus não negligenciará seu lar como não profanará
formar os hábitos e o caráter dos filhos, o resultado o sábado. Será tão fiel em instruir sua congregação
seria cem vêzes mais benéfico.” — A Ciência do Bom no tocante à vida no lar como em ensinar a devida
Viver, pág. 303. (Grifos acrescentados.) Graças a observância sabática.
Deus por esta certeza. Eis uma nota promissória no O terceiro grande gigante apresentado por Sata
banco do Céu, de que se educarmos os pais para nás declara ousadamente que ninguém, na igreja,
seu trabalho, haverá cem vêzes mais benefícios do se acha qualificado para ensinar os pais. Isto pode
que o que temos agora. Pensemos, num aumento ou não ser verdade. Se é verdade, impõe-se uma
e 10.000 por cento — que algarismo desconcertan mudança imediata. É uma desonra permanecer al-
te! Sòmente Deus podia prometer isso. guém na ignorância. “Assumir as responsabilidades
A pergunta que cada obreiro tem que decidir por da paternidade sem êsse preparo, é um pecado.” —
si é o que fará com êste oferecimento. Deus pro A Ciência do Bom Viver, pág. 332.
meteu tôda a terra de Canaã aos filhos de Israel, A indagação que cada pastor deve fazer sincera
mas dez dos espias não puderam ver além dos gi mente é: Onde posso encontrar o melhor homem
gantes que andavam altivamente pela região. Aquê ou mulher para ensinar os pais em minha igreja?
les dez dirigentes jamais compreenderam qualquer A resposta naturalmente varia de igreja para igre
parte daquela promessa. Contudo os dois espias que ja. Em algum lugar um obreiro aposentado talvez
olharam além dos gigantes e fizeram a obra que seja o homem ideal para esta tarefa deveras impor-
Deus lhes planejara fazer, viram o cumprimento li tante, e em outro, uma jovem mãe ocupada talvez
teral de Sua palavra. Receberam os vinhedos já seja a melhor que se pode encontrar. Mas na maio-
plantados, poços cavados, e casas prontas para se ria dos casos o pastor descobrirá que êle próprio é
rem ocupadas. quem deve dar esta instrução. “Os que levam a
Satanás sempre encontra um gigante de pé entre última mensagem de misericórdia ao mundo sentem
nós e o êxito ilimitado. Uma das coisas que afugen que é seu dever instruir os pais a respeito de reli
tam os ministros de ensinarem os pais é a idéia de gião no lar.” — Test. for the Church, Vol. 6, pág.
que pais e mães julgam-se dispensados de auxílio. 119.
Isto é uma falácia. Com pouquíssimas exceções os A seção de Lar e Pais do Departamento de Edu-
pais em tôda a parte clamam por auxílio, estão an cação da Associação Geral está sempre pronta para
siosos por informação e buscam conselho. O de que ajudar pastôres e pais em qualquer esfera de ação
se ressentem, unicamente, é de incriminação, cen ao seu alcance. Os dois livros do Espírito de Pro
sura, e publicidade de seus erros. fecia, The Adventist Home e Child Guidance, além
Afinal de contas, incriminar o pai ou a mãe ou da revista Adventist Home and School, são destina
os vizinhos não resolve o problema. A obra do con dos a fortalecer todos os lares na igreja. Preparou-
selheiro não é inculpar ninguém, nem impor casti- se também uma série de doze lições para educação
PÁGINA 14 O Ministério Adventista
Urgente Necessidade de Conselheiros
SALVADOR ISERTE
O MUNDO e a igreja necessitam de conselho, es- prática.” — Life (en español, 2 de abril de 1957,
pecialmente os jovens e enfermos da alma e pág. 70.
do corpo. Ellen G. White disse que “o conselho Há grande necessidade de doutrinação, de obra
dos que têm experiência” são “todos essenciais” (Tes missionária e trabalho administrativo, porém ainda
temunhos Seletos, Vol. 3, pág. 431). O ministro, em maior é a necessidade de fazer diretamente a obra
virtude de suas responsabilidades eclesiásticas e ad- que Cristo fêz. “O Senhor Me ungiu para sarar
ministrativas, dispõe de pouco tempo para dedicar-se os quebrantados de coração”. S. Luc. 4:18. Diz
à ciência de aconselhar, porque cada pessoa (e quem o Espírito de Profecia: “Ajudai-os a solverem os
não o necessita hoje em dia?) deve ocupar uma hora problemas da vida.” — Testemunhos Seletos, Vol.
por semana durante alguns meses. Cada ano que 3, pág. 157.
passa maior se torna a necessidade de pastôres-conse- Para realizar esta obra há falta de homens que
lheiros que dediquem todo o seu tempo a esta tare- tenham experimentado as adversidades da vida, a
fa, especialmente nas grandes cidades, assim como fim de poderem sentir compaixão pelos que se acham
em hospitais e colégios, com o objetivo de fortalecer em dificuldades. II Cor. 1:4; Heb. 4:15. “O que
os nossos membros que têm problemas vitais a resol se compadece dêles os guiará, e os levará mansa
ver, como também para acolher com êxito os simpa mente aos mananciais das águas.” Isa. 49:10. “E
tizantes. repousará sôbre Êle o Espírito do Senhor; ... o
É lastimável que bom número de pessoas, em nos- espírito de conselho e de fortaleza.” Isa. 11:2.
sas igrejas, dizem: “Não há quem cuida de minha O objetivo da arte e ciência de aconselhar e da
alma” (Sal. 142:4). obra de orientação, consiste em ajudar a pessoa a
Que desafio para os nossos dirigentes! “A pessoa alcançar a maioridade, graças ao crescimento inter
necessitada é a primeira responsabilidade, e todo o no, à maturidade emocional, e à fé em Deus e no
programa da igreja deveria focalizar a necessidade e desenvolvimento da responsabilidade pessoal. As-
personalidade humanas”. — The Ministry, abril de sim poderá enfrentar as dificuldades da vida mo
1957, pág. 37. E Ellen G. White disse que “o en- derna na família, e no trabalho e nos problemas se
fêrmo de espírito necessita da experiência da alguém xuais e pessoais. Dêste modo, à medida que a pes-
. . . que possa simpatizar com êle e ajudá-lo”. — Pará soa descobre o plano de Deus para a sua vida, se
bolas de Jesus, págs. 387 e 388. vai transformando num homem novo com novo
Esta obra não pode ser feita com os jovens, sobre propósito, avançando passo a passo por um novo
tudo se estão desejosos de exibirem-se “à luz das lam caminho com segurança, júbilo e coragem, eis que
parinas”, mas por homens maduros de 40 a 60 anos seus temores e ansiedades desapareceram. Compare-
de idade, cujo único desejo seja, pondo-se silenciosa se êste processo com a independência das colônias
mente em segundo plano, ajudar aos indivíduos a européias na América. Isto é o que precisa alcançar
encontrarem seu caminho, que é a senda da utilida tôda a pessoa que venha ao consultório psicológico
de e da felicidade, mediante a aceitação das respon pastoral ou clínica da alma.
sabilidades morais, graças à mão ajudadora do con O conselheiro não substitui o ministro, mas cum-
selheiro. Diz a Palavra de Deus: “Pereceu teu con pre missão específica, indicada na Palavra de Deus
selheiro?” Miq. 4:9. e nos escritos do Espírito de Profecia. Que gran-
“Hoje em dia as pessoas vivem sob tremenda ten de obra aguarda ser feita por êste ramo de serviço!
são. O mundo está cheio de temor, e muitos, tortura Os estudantes dos cursos superiores de nossos
dos por um terror sem nome, sentem-se incapazes de educandários deveriam aprender os fundamentos da
analisar seus problemas. Dominados por uma tira- ciência e arte de aconselhar, porque amanhã dêles
nia interior, não têm segurança. Se pudessem desco- terá grande necessidade.
brir seus complexos ocultos e dar-lhes liberdade! O Um pastor-conselheiro teve num ano 1.100 en
de que necessitam é um conselheiro sensato e com trevistas sôbre problemas conjugais, alcoolismo, re
preensivo. Cada igreja necessita de uma clínica de lações entre pais e filhos, ansiedades, culpabilidade,
conselhos vocacionais e sociais.” — Roy A. Anderson, impertinência da velhice, perda de emprêgo, voca-
em The Shepherd Evangelist, págs. 570 e 575. cão, problemas de sexo, educação, desânimo, etc.
"Aumenta o número de sacerdotes, ministros e Dêste modo pôde lidar com as mais amplas perspec
professores que aprendem psicologia e a põem em tivas da vida, seu significado e propósito, objetivos
por que lutamos, valores mais dignos e atitudes
graças às quais podemos exibir o que de melhor
de pais e filhos, denominada “The Christian Home possuímos e prestar maior serviço a nossos seme
Series C.” Todo o lar onde haja filhos deve pos lhantes. Esta obra tem pago bons dividendos no
suir a coleção completa. soerguimento moral, espiritual e social da comunida-
Se quereis aumentar em 10.000 por cento vossa de e da igreja (já que ambas dependem do verda-
eficiência, ensinai aos pais suas responsabilidades. deiro êxito na vida individual), tem ganho ami-
“No lar lança-se o fundamento da prosperidade da gos e salvo almas.
igreja. As influências que regem a vida doméstica O pastor-conselheiro deve estar livre da rotina ad
espraiam-se na vida da igreja; por conseguinte os ministrativa e eclesiástica. A êste ramo nascente
deveres da igreja devem primeiramente começar no da obra se poderia denominar “conselheiro-orienta-
lar.” —Th Adventist Home, pág. 318. dor” ou “assessoramento pastoral e psicológico”.
Novembro-Dezembro, 1960 Página 15
EVANGELISMO - Almas para Deus
O MATERIAL DE ILUSTRAÇÃO
J. W. OSBORN
A ÚLTIMA geração que povoa a Terra está acos tamente a verdade que queríamos ilustrar. Além
tumada a tôda a sorte de material ilustrativo. disso, essa classe de material ilustrativo pode con
Acostuma-se mais e mais a que se lhe apresentem sumir quantidade de tempo em desproporção ao
os fatos por meios visíveis. Os filhos dêste mun- seu valor. A importância da simplicidade se esta
do têm sido mais rápidos que os filhos da luz para belece nestas palavras:
compreender o valor dêste material. Pelo fato de O uso de quadros é muitíssimo eficaz para explicar as
aproximadamente 85% de nossos conhecimentos che profecias referentes ao passado, presente e futuro. Deve-
garem ao cérebro por meio da vista, grandes esfor- mos, porém, tornar o nosso trabalho tão simples e econô
ços se fizeram para convencer, persuadir e vender mico quanto possível. — Evangelismo, pág. 203.
por meio do material ilustrativo. Consoante o parágrafo anterior, nosso material
O Espírito de Profecia reitera vêzes várias o va de ilustração não deve ser dispendioso. O alto va
lor dêstes veículos na apresentação do evangelho lor de certo material não é necessàriamente uma
eterno. Falando do emprêgo de cartazes, há declara prova de sua eficiência. Há exceções, porém de
ções como esta: modo geral, uma ilustração menos custosa, dá o
“Tais métodos serão usados mais e mais neste mesmo resultado. Além disso, se nos valemos de
trabalho de finalização.” — Evangelismo, pág. 205. equipamento caríssimo, os gastos são maiores devi
“Fui instruída clara e nitidamente quanto a de do a exigir mais cuidado em seu manejo. Portan-
verem usar-se quadros na apresentação da verda- to, ao considerar o melhor material ilustrativo para
de.” — Idem, pág. 203. o sermão, deveriamos perguntar a nós mesmos: Co-
Quer nos agrade,' quer não, temos que pregar mo posso fazê-lo na forma mais econômica possível?
a pessoas acostumadas a ver tôda a sorte de quadros, A visibilidade é outro fator importante que se
filmes e imagens. Pode ser que deploremos o fato deve ter em conta. Qualquer que seja a ilustração,
de as pessoas, cada dia, serem menos capazes de diagrama, cartaz ou figura de madeira, a pessoa
captar a lógica abstrata; que considerem não ter que está assentada na última fileira precisa vê-la
seu alimento intelectual sabor algum a menos que claramente. As letras da ilustração devem ser su
lhes seja servido em forma visível, contudo deve ficientemente grandes e espaçadas a fim de que to-
mos reconhecer que esta é a situação. Podemos dos possam lê-las fàcilmente. Tão molesto é não
nos conformar com a idéia de que apesar de tudo se poder ver algo que está sendo exibido, como não
estamos ganhando muitas almas sem recorrer a êstes se poder ouvir um orador discursando. Os evan
métodos, porém em vista do conselho que nos é gelistas novatos, ao adquirirem o equipamento, de-
dado no livro Evangelismo, não é verdade que au vem lembrar-se de que, à medida que progridem,
mentaria grandemente o número de almas a deverão falar a auditórios maiores. Para isso, de-
serem ganhas se se empregasse mais material ilus vem preparar-se tendo isto em conta, e não apenas
trativo apropriado? seu reduzido auditório do momento. Pode-se au-
mentar a visibilidade de uma ilustração iluminando-
Como Empregar o Material Ilustrativo a em forma adequada.
Devemos escolher ilustrações atraentes. Os olhos
Nestes têrmos, o problema que se apresente não do público estão acostumados ao melhor, quer se tra
é “empregá-lo-ei?”, mas sim “como empregá-lo?” É te de ilustrações coloridas, pintadas, impressas, pro
o emprêgo inadequado destas ilustrações que con jeções na tela ou figuras tridimensionais. Os dia
tribui para que muitos não lhes dêem o merecido gramas, quadros e ilustrações de qualidade inferior,
valor. Há certos princípios básicos que se devem tiram o valor de nossa mensagem, segundo a opi
seguir para que se tornem uma real contribuição nião de muitos crentes. Pode ser que um bom tra-
ao trabalho de apresentar a mensagem. balho artístico, realizado por pessoa de experiência,
Em primeiro lugar, devem ser simples. As ilustra custe um pouco mais; porém, em última análise,
ções baseadas em complicados mecanismos, freqüen sai mais módico. Ilustrações preparadas em casa
temente trazem mais prejuízo do que benefício. A podem ser aceitáveis se forem feitas com todo es-
atenção do auditório desvia-se para considerar a pró- mêro.
pria ilustração em vez de concentrar-se no objeti- Os evangelistas que empregam com freqüência
vo dela. Uma ilustração complicada pode obrigar- diapositivos, devem desfazer-se constantemente do
nos a realizar uma série de operações complexas que material passado da moda. É melhor usar menos
distraiam o auditório ao ponto de esquecer comple- projeções, e mesmo deixar de usá-las, do que em
PÁGINA 16 O Ministério Adventista
pregar “slides” obsoletos ou de inferior qualidade. prefere alimentação mais variada. Com base neste
Não nos esqueçamos de que hoje o público está acos princípio, o uso de diagramas, ilustrações, cartazes,
tumado ao melhor. quadro-negro, lições objetivas, projeções luminosas,
As ilustrações devem ser práticas, objetivas e etc., em separado ou combinado, contribuirá para
com um propósito definido. Jamais se deveria em aumentar o interêsse, que poderá ser mantido pelo
pregá-las pelo mero fato de exibi-las. É um desas uso de mais de uma espécie de ilustração.
tre preparar-se um sermão para justificar uma ilus Contudo o material ilustrativo não constitui a
tração, em lugar de ser esta mero veículo para gra chave do êxito do evangelismo público, do mesmo
var na mente dos ouvintes os ensinamentos da pré modo que os instrumentos cirúrgicos não são os
dica. De quando em quando alguns cedem à ten que asseguram o êxito da operação. No entanto,
tação de preparar os assuntos em tôrno de uma ilus assim como um médico sem instrumentos adequados
tração que constitua novidade. Isto é como se o trabalha em condições desvantajosas, também o evan
rabo movesse o cachorro, em vez dêste mover aquê- gelista que despreze o valor do material de ilustra
le. ção, restringe sua eficiência na obra de ganhar al-
Por fim, o material ilustrativo deve ser variado. mas.
Reconhecemos que alguns empregaram com êxito Como evangelistas, temos explorado ao máximo
certo tipo de ilustrações, porém isto não desmente as grandes possibilidades do material ilustrativo. É
o princípio de que a variedade aumenta bastante razoável que o façamos em vista de que “tais mé-
o interêsse. Um regime que consista exclusivamen todos serão usados mais e mais neste trabalho de
te de sopas pode agradar a alguns, porém a maioria finalização”.
EVANGELISMO DA SAÚDE
A FÉ E A ARTE DE CURAR
LUCILE JOY SMALL
POR que os adventistas não têm dado a devida Era por Sua palavra que Jesus curava a moléstia e ex
pulsava os demônios; por Sua palavra, acalmava o mar,
atenção a estas palavras: “Por que deveriam e ressuscitava os mortos; e o povo dava testemunho de que
os filhos e filhas de Deus ser tão relutantes em Sua palavra tinha autoridade. Êle falava a palavra de
orar, quando a oração é a chave nas mãos da fé para Deus, a mesma que falara a todos os profetas e mestres
abrir o celeiro do Céu, onde se acham armazenados do Velho Testamento. Tôda a Biblia é uma manifesta
os ilimitados recursos da Onipotência”? — Vereda de ção de Cristo.
As Escrituras devem ser recebidas como a Palavra de
Cristo, pág. 92. Deus a nós, não meramente escrita, mas falada também.
A Índia tem muitos poços abertos. Ouço um gri Quando os aflitos iam ter com Cristo, Êle os via não
to de socorro do fundo de um dêles. Achego-me, sòmente a êles que pediam auxílio, mas a todos quantos,
olho para dentro e vejo a cabeça de um cidadão através dos séculos, haviam de buscá-Lo com igual neces-
sidade e idêntica fé. Quando disse ao paralítico: “Filho,
movendo-se na água. Apressadamente procuro uma tem bom ânimo; perdoados te são os teus pecados”; quan
corda para descer até lá. Continuam os gritos de do disse à mulher de Cafarnaum, “Tem bom ânimo,
socorro, mas quando a corda o alcança, êle não a filha, a tua fé te salvou; vai em paz”, dirigia-Se a ou-
agarrra, mas prossegue gritando por socorro. Situa- tros sofredores, oprimidos do pecado, que haviam de ir
ção ridícula — direis. Certamente o é, porém é di ter com Êle em busca de auxilio. S. Mat. 9:2; S. Luc.
8:48.
ferente de nossa própria situação? Estamos tam- O mesmo se dá quanto a tôdas as promessas da Palavra
bém clamando fervorosamente por auxílio. Por que de Deus. Por meio delas, Êle nos está falando a nós,
Deus não responde? Já respondeu. “Antes que cla individualmente; falando tão diretamente, como se Lhe
mem, Eu responderei; estando êles ainda falando, pudéssemos ouvir a voz. É por intermédio dessas promes-
Eu os ouvirei.” A Palavra de Deus está cheia de sas que Cristo nos comunica Sua graça e poder. Elas
são fôlhas daquela árvore que é “para saúde das nações”.
exemplos de respostas às nossas petições. Temos Apoc. 22:2. Recebidas, assimiladas, elas serão a fortaleza
nos familiarizado com estas respostas em nossa vi- do caráter, a inspiração e o sustentáculo da vida. Nenhu
da. Então qual é a dificuldade? Não nos apodera ma outra coisa pode possuir tal poder restaurador. Nada
mos de Sua Palavra para trazê-la em nossa própria além delas pode comunicar o ânimo, e a fé que dá ener
gia vital a todo o ser. — Págs. 98, 99 e 100.
experiência. Disse Jesus: “Aquêle que crê em Mim,
fará também as obras que faço” (S. João 14:12). Considerámos a fé nas promessas de Deus de
Notemos as seguintes passagens inspiradas de A um modo geral. Focalizemos agora nossa atenção
Ciência do Bom Viver: na fé quando opera na arte de curar. Lemos ainda
O mesmo poder exercido por Cristo enquanto andava na A Ciência do Bom Viver:
visivelmente entre os homens, acha-se em Sua Palavra. No ministério da cura, o médico tem de ser um coope-
Novembro - Dezembro, 1960 PÁGINA 17
rador de Cristo. O Salvador assistia tanto à alma como Os doentes necessitam que se lhes falem palavras sá
ao corpo. O evangelho por Êle pregado era uma mensa- bias. As entermeiras devem estudar diàriamente a Biblia,
gem de vida espiritual e de restauração física. O liberta para que sejam capazes de proferir palavras que iluminem
mento do pecaDo e a cura da doença estavam ligados en e ajudem os sofredores. Anjos de Deus acham-se nos
tre si. O mesmo ministério é confiado ao médico cristão. quartos onde êstes pacientes são atendidos, e a atmosfera
Êle se deve unir a Cristo no aliviar tanto as necessidades que envolve a alma de quem proporciona o tratamento
físicas como as espirituais de seus semelhantes. Cumpre- deve ser pura e fragrante.
lhe ser para o entêrmo um mensageiro de misericórdia, Os médicos e enfermeiras devem acariciar os princípios
levand-lhe um remédio ao corpo doente e à alma en- de Cristo. Em seu viver Suas virtudes devem manifestar-
fêrma de pecado. se. Então, pelo que fizerem e disserem, atrairão o en-
Cristo é a verdadeira cabeça da profissão médica. O fêrmo ao Salvador.
Médico-chefe acha-Se ao lado de todo clínico que traba A enfermeira cristã, ao ministrar o tratamento para a
lha para aliviar os sofrimentos humanos. Ao mesmo tem- recuperação da saúde, atrairá, com prazer e com êxito, a
po que emprega remédios naturais para a moléstia física, mente do paciente a Cristo, o médico tanto da alma como
o médico deve encaminhar seus doentes Àquele que po- do corpo. Os pensamentos apresentados, um pouco aqui
de aliviar tanto os males da alma como os do corpo. Aqui e um pouco ali, exercerão sua influência. As enfermeiras
lo que os médicos só podem ajudar a fazer, é realizado mais idosas não devem perder a oportunidade de chamar
por Cristo. Êles se esforçam por auxiliar a operação da a atenção do doente para Cristo. Devem mesmo estar em
Natureza na cura; quem cura é o próprio Cristo. O mé condições de misturar a cura espiritual com a física.
dico busca conservar a vida; Jesus a comunica. — Pág. 89.
O médico deve ensinar a seus pacientes que devem Da maneira mais delicada e amável as enfermeiras de-
cooperar com Deus na obra de restauração. O médico tem vem ensinar que aquêle que será curado deve cessar de
uma compreensão sempre crescente de que a enfermidade transgredir a lei de Deus. Deve cessar de preferir a vida
é o resultado do pecado. Sabe que as leis da Natureza de pecado. Deus não pode abençoar quem continua tra
são tão verdadeiramente divinas como os preceitos do zendo sôbre si doença e sofrimento pela deliberada viola
decálogo, e que unicamente na obediência às mesmas se ção das leis do Céu. Cristo, porém, através do Espírito
pode conservar ou recuperar a saúde. Santo, vem como um poder curador sôbre aquêles que
Êle vê sofrendo muitos em resultado de práticas noci cessam de fazer o mal e aprenderam a fazer o bem. —
vas, os quais poderiam ser restituídos à saúde, caso fizes Pág. 406.
sem o que poderiam fazer em benefício de sua própria
cura.- Precisam que se lhes ensine que tôda prática des- Lemos em Counsels on Health:
trutiva das energias físicas, mentais ou espirituais, é pe- O jovem médico tem acesso ao Deus de Daniel. Pelo
cado, e que a saúde tem de ser garantida por meio da poder e graça divinos, pode tornar-se tão eficiente em seu
obediência às leis estabelecidas por Deus para o bem da chamado como foi Daniel em sua posição exaltada. É con
humanidade. . . . tudo um engano considerar o preparo científico a coisa
Deus deseja que alcancemos a norma de perfeição que mais importante, enquanto os princípios religiosos, que
o dom de Cristo nos tomou possível. Êle nos convida a constituem a própria base de uma prática bem sucedida,
fazer nossa escolha do direito, para nos ligarmos com os são negligenciados. Muitos são enaltecidos como homens
instrumentos celestes, adotarmos princípios que hão de res habilidosos em sua profissão, e que zombam da idéia de
taurar em nós a imagem divina. Na Palavra escrita e que necessitam confiar em Jesus para terem sabedoria em
no grande livro da Natureza, Êle revelou os princípios da seu trabalho. Contudo se êstes homens que confiam em
vida. Ê nossa obra obter conhecimento dêstes princípios seu conhecimento científico fôssem iluminados pela luz
e, pela obediência, cooperar com Êle na restauração da do Céu, quanto maior excelência podiam alcançar! Quão
saúde do corpo bem como da alma. — Págs. 91 e 92. mais vigorosas seriam suas faculdades, com muito mais
confiança garantiríam casos difíceis! O homem que se acha
Continuando a leitura do mesmo livro, encontra intimamente ligado ao Grande Médico da alma e do cor-
mos estas palavras, à pág. 93: po, tem à sua disposição os recursos do Céu e da Terra,
e pode trabalhar com uma sabedoria, uma precisão infa
As palavras de nosso Salvador: “Vinde a Mim, ... e lível, que o homem ímpio não pode possuir.
Eu vos aliviarei”, (S. Mat. 11:28, são uma receita, para
a cura dos males físicos, mentais e espirituais. Embora Aquêles a quem se confiou o cuidado do doente, quer
os homens hajam trazido sôbre si o sofrimento por causa como médicos ou enfermeiras, devem lembrar-se de que
de seus malfeitos, Êle os olha com piedade. NÊle podem sua obra tem que estar à obesrvação do olhar penetrante
encontrar socorro. Grandes coisas fará por aquêles que de Jeová. Não há nenhum campo missionário mais im-
nÊle confiam. portante do que aquêle ocupado pelo médico fiel e te
mente a Deus. Não nenhum campo em que o homem
Citando ainda A Ciência do Bom Viver: possa realizar maior bem, ou ganhar mais jóias a brilhar
Se os sêres humanos abrissem as janelas da alma em na coroa de seu júbilo. Pode levar a graça de Cristo,
direção ao Céu, apreciando as divinas dádivas, por elas como doce perfume, dentro de todos os quartos de doen
penetraria uma onda de restauradora virtude. — Pág. 93. tes em que entra; pode levar o verdadeiro bálsamo cura
Maravilhosas são as oportunidades oferecidas aos guar tivo à alma enfêrma pelo pecado. Pode apontar o doente
diões dos enfermos. Em tudo quanto se faz para a res e moribundo para o Cordeiro de Deus que tira o peca-
tauração dos doentes, faça-se com que êles compreendam do mundo. Não deve ouvir a sugestão de que é perigoso
estar o médico procurando ajudá-los a cooperar com Deus falar de assuntos eternos aos que têm a vida em perigo,
no combate à moléstia. Levai-os a sentir que, em cada para que não piorem; porém em nove casos em dez o
passo dado em harmonia com as leis de Deus, êles po- conhecimento de um Salvador que perdoa os faz melhorar
dem esperar o auxílio do poder divino. — Págs. 95 e 96. tanto na alma como no corpo. Jesus pode limitar o poder
de Satanás. Êle é o Médico em quem o doente pelo pe-
cado pode confiar a fim de ser curado das moléstias tanto
Novo Exame no Propósito Divino em Curar do corpo como da alma. — Págs. 329 e 330.
O médico deve saber orar. Em muitos casos êle se
Se há alguns que mantêm o pensamento de que vê forçado a aumentar o sofrimento a fim de salvar a vida;
nossa obra médica se destina a ganhar amigos para e quer o paciente seja ou não cristão, sente maior segu
que ouçam o evangelho, espero que façam novo rança ao saber que seu médico teme a Deus. A oração da
exame e vejam os graciosos propósitos de Deus em rá ao doente confiança permanente; e muitas vêzes se seu
caso é levado ao Grande Médico em confiança humilde,
desejar que façamos de todo ato de curar um tes isto fará mais do que tôdas as drogas que se possam mi
temunho do gracioso trato de Deus com Seus fi nistrar. — Pág. 324.
lhos. Quando nossos pacientes dessa forma apa
nham um vislumbre do amor e da misericórdia de Em conclusão, desejo deixar convosco uma alta
Deus, ficam famintos por conhecerem mais. Note nota de ânimo extraída de Parábolas de Jesus:
mos estas palavras extraídas de Counsels on Health, Colaborando a vontade do homem com a de Deus, ela
se toma onipotente. Tudo que deve ser feito a Seu man
dando instruções a respeito da influência e da obra do pode ser cumprido por Seu poder. Tôdas as Suas or
de médicos e enfermeiras cristãos: dens são promessas habilitadoras. — Pág. 333.
PÁGINA 18 O Ministério Adventista
Os Adventistas do Sétimo Dia
DEVE-SE notar nas declarações citadas que, con de que uma mancha de corrução ou inclinação para ela
quanto a escritora mencione que Jesus tomou havia em Cristo, ou que Êle, de alguma maneira, cedeu
à corrução. Êle foi tentado em todos os pontos como o
nossa natureza, Êle próprio não era pecador, mas homem, contudo Êle é chamado “o Santo.” É êste um
inocente. mistério deixado irrevelado aos mortais: Cristo poder ser
O que quer que Jesus haja tomado não era in tentado em todos os pontos como o somos, mas ficar sem
trinsecamente Seu ou Lhe era inato. Sua tomada pecado. A encarnação de Cristo sempre tem sido e con
tinuará a ser mistério. Aquilo que foi revelado é para
da carga de nossas fraquezas e falhas herdadas, nós e nossos filhos, contudo cada ser humano se preca-
mesmo depois de quatro mil anos de enfermidades venha de tornar Cristo totalmente humano, como um de
e degenerescência acumuladas (O Desejado de Tô nós; pois isto não pode ser. — The SDA Bible Commentary.
das as Nações, págs. 34 e 82), não manchou, nem Vol. 5, págs. 1128 e 1129.
em mínimo grau, Sua natureza humana. “Êle to Que Salvador maravilhoso é Jesus nosso Senhor!
mou sôbre Sua natureza sem pecado nossa nature
za pecaminosa.” — Medicai Ministry, pág. 181. “Não III. Podia Cristo Ter Pecado?
devemos ter nenhuma dúvida acêrca da perfeita
ausência de pecado na natureza humana de Cristo.” Neste aspecto desta questão vital há diversida
— The SDA Bible Commentary, Vol. 5, pág. 1131. de de opiniões na igreja cristã em geral. Julgam
“Êle voluntàriamente assumiu a natureza huma- alguns que era impossível Jesus pecar; outros, que
na. Foi um ato espontâneo, por Seu próprio con era possível. Associamo-nos aos últimos em nossa
sentimento.” — The Review and Herald, 5 de julho maneira de compreender o assunto, quando em mui-
de 1887. tos outros aspectos da doutrina cristã, eminentes
Sujeitou-Se voluntàriamente “a Si mesmo a tô eruditos da igreja através dos séculos têm expres
das as humilhantes condições da natureza do ho- sado muito como o fazemos. Nossa posição sôbre
mem” (Test. for the Church, Vol. 4, pág. 458), e isto foi bem definida por Ellen G. White:
“tomou a forma de servo” (Fil. 2:7); “tomou a Pretendem muitos que era impossível Cristo ser ven
cido pela tentação.. Neste caso, não teria sido colocado
descendência de Abraão” (Heb. 2:16), para que na posição de Adão; não poderia haver obtido a vitória
fôsse feito “pecado por nós” (II Cor. 5:21), e para que aquêle deixara de ganhar. Se tivéssemos, em certo
que se tornasse em tôdas as coisas “semelhante aos sentido, um mais probante conflito do que teve Cristo,
irmãos” (Heb. 2:17). então Êle não estaria habilitado para nos socorrer. Mas
nosso Salvador Se revestiu da humanidade com tôdas as
Tudo que Jesus tomou, tudo que levou, quer contingências da mesma. . . . Tomou a natureza humana
fôssem a carga e a penalidade de nossas iniqüida com a possibilidade de ceder a tentação. Não temos que
des, ou as molésias e fragilidades de nossa nature suportar coisa nenhuma que Êle não tenha sofrido. . . .
za humana — tudo foi tomado e levado vicàriamente. Cristo venceu em favor do homem, pela resistência à se
Assim como o levar vicàriamente os pecados de to veríssima prova. — O Desejado de Tôdas as Nações, pág.
82.
do o mundo não maculou Sua alma perfeita e sem
pecado, tampouco o levar as doenças e fragilidades É evidente que, no passado, respeitados teólogos
de nossa natureza caída O manchou, sequer em sustentaram a mesma idéia. Notemos o que segue:
mínimo grau com a corrutora influência do pecado. Tivesse Êle sido dotado, desde o princípio, de absoluta
Lembremo-nos sempre de que nosso bendito Se- impecabilidade, ou da impossibilidade de pecar, não podia
nhor era sem pecado. “Não devemos ter nenhuma ser verdadeiro homem, nem nosso modêlo: Sua santida
de, ao invés de ser um ato adquirido por Si próprio e
dúvida acêrca da perfeita ausência de pecado na um mérito inerente, seria um dom acidental ou exterior,
natureza humana de Cristo.” — The SDA Bible e Sua tentação uma exibição irreal. Como verdadeiro ho-
Commentary, Vol. 5, pág. 1131. mem, Cristo deve ter sido um livre e responsável agen
Ao tratarmos da humanidade de Cristo, necessitamos te moral: e liberdade implica a faculdade de escolha en-
cuidar enèrgicamente de cada afirmação, para que nossas tre o bem e o mal, e a faculdade de desobedecer ou obe
palavras não venham a ser tomadas para significarem mais decer à lei de Deus. — Filipe Schaff, The Person of Christ,
do que implicam, e assim perdermos de vista ou obscurecer- págs. 35 e 36.
mos as claras percepções de Sua humanidade combinada Se a verdade ... — a saber, de que a fôrça da tenta-
com a divindade. Seu nascimento foi um milagre de ção era suficientemente forte para criar a consciência de
Deus. . . . “O Santo, que de ti [Maria] há de nascer, uma luta — deve ser passada por alto, então todo o curso
será chamado Filho de Deus.” ... Nunca, de modo al- da prova moral pela qual Jesus passou na Terra, dege
gum, deixemos a mais leve impressão na mente humana nera de uma vez em mera exibição teatral. . . . Em nos
De Seara Alheia
Do livro “Luz Messiânica”, do Rev. Antônio B. Trajano (presbiteriano), Vol. 1, págs.
125 e 126, extraímos o seguinte:
“Jesus veio sujeito à lei.
“Esta sujeição à lei que refere S. Paulo, deve ser tomada no sentido mais amplo da pala
vra, porque Jesus veio sujeito à lei natural, à lei moral, à lei ceremonial e até à lei civil.
“Veio sujeito à lei natural, isto é, às leis físicas que regem a Natureza, porque nasceu e
cresceu como as outras criancinhas; passou pela infância, peurícia e juventude, como os outros
homens; precisou alimentar-Se, dormir e descansar para reparar as Suas fôrças; sofreu fome,
sêde, dores e tristezas, e não chegou à velhice, porque teve morte violenta e prematura.
“Veio sujeito à lei moral, isto é, a lei do Decálogo, dada por Deus no Monte Sinai, porque
o mesmo Jesus, referindo-Se a esta lei, disse que não veio revogá-la, mas cumprí-la fielmente.
S. Mateus 5:17-19.
“Veio sujeito à lei cerimonial, isto é, a lei dos ritos e cerimônias do culto judaico, porque
foi circuncidado ao oitavo dia, como os outros meninos hebreus . . . não deixou de celebrar a
Páscoa judaica com os Seus discípulos.
“Veio, finalmente, sujeito à lei civil, porque obedeceu as autoridades estabelecidas, ensi
nou que se desse a César o que era de César.”
(Recolhido por A.B.C.)
MUITOS estudiosos das Escrituras se embaraçam em relação aos cristãos. Considerando que a abomi
com esta “abominação da desolação” ou “abo nação se relaciona com a remoção (ou substituição)
minação assoladora” — terrível acontecimento predi do “contínuo sacrifício” e também com um período
to por Daniel, e mencionado por Jesus nos evan de 1.290 anos (Dan. 12:11), admitimos que êste
gelhos sinóticos. As bases preditivas dêsse evento segundo cumprimento ocorreu com a obra demo
estão em Dan. 9:27; 11:31; 12:11. No primeiro lidora do grande poder apóstata que, iniciando-se
• passo, aludindo ao concêrto por uma semana, e à em 508 A.D. (quando se firmou a supremacia do
cessação do sacrifício na metade da semana, diz o papado no Ocidente) até 1798, REMOVEU o ver
vidente que viria o assolador sôbre a asa das abo dadeiro culto, instituindo, em lugar dêle, um sis-
minações, ligando-as com guerra. No segundo tex tema eivado de crenças pagãs, degenerando na gran-
to, a abominação desoladora se liga a uma profa de apostasia. Além dessa “assolação” de ordem es-
nação do santuário e da fortaleza (muros da cidade piritual, verificou-se em boa parte daquele período,
de Jerusalém). No último, há referência a um pe durante os 1.260 anos, a feroz perseguição da Ida
ríodo de tempo que decorre da extinção do contí de Escura. A igreja fiel estêve no deserto. Foi mo
nuo à imposição da abominação desoladora. Sendo vida guerra contra os santos. Esta “abominação da
ponto controvertido o sentido de contínuo, bem co- desolação” substituiu o paganismo no poder tem
mo a interpretação do período aí mencionado, não poral.
entraremos em pormenores neste verso. A “abomi Os adventistas, por razões óbvias, rejeitam o en
nação” em aprêço foi citada por Cristo no texto sino da teologia popular que afirma ser esta abomi
que encima êste estudo, e também em S. Mar. 13: nação a invasão e conseqüente profanação do tem
14 e S. Luc. 21:20. plo judaico por Antíoco Epífano no ano 170 A.C.
Diremos, de início, que, nas Escrituras Sagradas, aproximadamente, e isto pelo fato de ter êle pôsto
abominação significa a mais repulsiva aversão de um ídolo no lugar sagrado. A mais séria objeção
Deus pelos ídolos e práticas pagãs. Mas a “abomi contra esta tese é que a abominação referida, qual-
nação” acima referida é “assoladora”, ruinosa, ar- quer seja ela, ocorreu depois da primeira vinda de
razadora, de grande amplitude, de modo mesmo a Cristo. Cristo alude a ela como fato futuro. Como
subverter o culto implantado por Deus. A pro poderia cumprir-se em Antíoco? — A. B. Cristianini.
fecia da “abominação da desolação” teve duplo cum-
primento:
1o. Jesus a aplicou à destruição de Jerusalém
pelos exércitos romanos, comandados por Tito, no Notícias da Imprensa
ano 70 A.D. Sabemos que a soldadesca infrene des (Continuação da página 23)
truiu inteiramente o templo, profanou-o, e os es 200 ministros representando 80 igrejas adventistas
tandartes de Roma, com suas figuras idolátricas, de três regiões da Califórnia, revelou que, em 1959,
foram arvorados em terra santa. Nessa ocasião mi cêrca de 32 Estados “empenharam-se na batalha”
lhares de judeus foram torturados, e outros milha das leis dominicais. Entre êles — observou o Sr.
res mortos com requintes de perversidade. O san Adams — se incluía Califórnia que apresentou pro
gue humano formava correntes líquidas, escoando- jetos de leis na Assembléia Legislativa Estadual pa-
se pelos sulcos do solo. A Palestina ficou ASSO ra vedar a venda de automóveis aos domingos. Ci
LADA e deserta, princípalmente a Judéia. Os ju- tou também os esforços do Estado Massachusetts
deus sobreviventes foram levados para Roma, alguns para impor uma multa de 5.000 dólares aos viola
foram lançados às feras, e outros dispersos por tô dores do domingo; do Estado de Minnesota no sen-
da a Terra, como vagabundos sem lar. Tal foi um tido de expulsar do comércio os violadores contuma
dos cumprimentos da profecia da "abominação da zes; e no Estado de Nova Jersey se recompensam
desolação,” que determinou o fim de Israel como os informantes de violadores das leis dominicais.
nação. O paganismo a assolou completamente. Disse: “São táticas da política do Estado. As leis
2o. Cremos, porém, como ocorre com a predição religiosas constituem um retrocesso à época das fa
de S. Mat. 24, que esta profecia é de duplo cum- mosas 'leis azuis’, dos açoites, e dos troncos de tor
primento. O primeiro, como foi dito, ocorreu em tura. Elas não têm lugar numa democracia esclare
relação aos judeus. O outro cumprimento se deu cida”.