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S SI
DO
APRESENTAÇÃO
da Terra (um manual para libertação das mentes, corpos e territórios, escrito
nos seus últimos meses de vida) – em 1961, transcorreu menos de uma déca-
da (CHERKI, 2022). No entanto, passados mais de 60 anos de sua morte, a
atualidade do seu pensamento e da sua crítica à colonização das mentes (alie-
nação dos povos colonizados) tem sido cada vez mais necessária e urgente pa-
ra o nosso tempo.
O próprio Fanon (2020; 2022), talvez por sua formação médica em psi-
quiatria, já havia indicado alguns caminhos possíveis para a cura dos efeitos
da colonização e do racismo nas mentes e nos destinos de milhões daqueles
que, de “condenados da terra”, deveriam “ascender em humanidade”. Na
conclusão de seu último livro, ele enunciava, em um sopro de esperança e
desespero, suas recomendações para a libertação das mentes: “camaradas, não
paguemos tributo à Europa criando Estados, instituições e sociedades que ne-
la se inspirem. A humanidade espera outra coisa de nós que não essa imitação
caricatural” (FANON, 2022, p. 327). O que Fanon (2020, p. 22) defendia com
essa perspectiva era a própria redefinição ou reinvenção do sentido de “hu-
mano”, modelado agora pelos povos que se insurgiam a partir da “zona do
não ser”. Sua ação terapêutica recomendava que “se quisermos que a humani-
dade avance [...], se quisermos levá-la a um nível diferente [...], então é preciso
inventar, é preciso descobrir. Se quisermos responder às expectativas de nos-
sos povos, é preciso buscar em outro lugar que não a Europa” (FANON, 2022,
p. 327).
Com a licença que o “tempo histórico” nos permite empregar, suas pala-
vras continuam atuais, desesperadamente atuais. Os efeitos da colonização
mental, do racismo epistêmico, do eurocentrismo e da invisibilidade das his-
tórias dos povos oprimidos no Brasil – originários,1 africanos e seus descen-
dentes – e no mundo, ancoram o ensejo deste texto, seja para celebrar as con-
quistas dos vinte anos de vigência da Lei 10.639/2003, seja para confrontar
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Anderson Ribeiro
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Oliva*Maria Telvira da Conceição
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Sob muitos aspectos, poderíamos, sem exagero, falar na ‘batalha de Durban’. [...]
O que parecia retórica de ativista antirracista se manifestou em Durban como de
fato é: as questões étnicas, raciais, culturais e religiosas, e todos os problemas nos
quais elas se desdobram – racismo, discriminação racial, xenofobia, exclusão e
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Apresentação • Dossiê
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Apresentação • Dossiê
antirracista. Ela financiou ainda, por meio de seus editais, a produção de ma-
terial pedagógico e científico de apoio aos pesquisadores e professores. Um
desses financiamentos possibilitou a tradução e publicação dos oito volumes
da monumental coleção da História Geral da África,3 numa parceria entre o
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da UFSCar e a Unesco. Ocorre-
ram também alterações nos editais do Programa Nacional do Livro Didático
(PNLD-FNDE) que passaram a exigir a abordagem das histórias africana e
afro-brasileira, fazendo com que o silenciamento que recobria essas histórias,
até então hegemônico nas coleções de História do Ensino Fundamental e Mé-
dio, fosse interrompido (OLIVA, 2009; CONCEIÇÃO, 2017). Percebeu-se
também a ampliação da oferta de disciplinas com temáticas africanas em di-
versos cursos de graduação, com a abertura de concursos para professores nas
áreas de História da África, Literaturas Africanas e Filosofia Africana, em al-
gumas universidades federais e estaduais (PEREIRA, 2012; OLIVA, 2006).
Se, no começo do século XXI, poucas universidades federais ofertavam
cursos de história da África em seus componentes curriculares obrigatórios,
hoje, a grande maioria possui pelo menos uma disciplina sobre o tema. O
aumento de pós-graduandos (mestres e doutores) realizando investigações no
campo dos estudos africanos também foi impactante (no começo do século
eram algumas dezenas, hoje são centenas). Em 2005 foi aberto o primeiro
programa de pós-graduação com cursos de mestrado e doutorado com áreas
de concentração específicas em estudos africanos e afro-brasileiros no país,
vinculado ao Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da
Bahia (CEAO-UFBA), o Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em
Estudos Étnicos e Africanos (POSAFRO).4
Já no começo da década de 2010 foram criados o Grupo de Trabalho em
História, da África da Associação Nacional de História (GT História da Áfri-
ca-ANPUH),5 e a Associação Brasileira de Estudos Africanos (ABEÁfrica).6
Os Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros (NEABs), espalhados por diversas
universidades brasileiras (alguns com décadas de existência), continuaram,
por meio do esforço de seus integrantes, a desenvolver pesquisas e debates
sobre a história afro-brasileira, africana e sobre o antirracismo. Novos perió-
dicos científicos,7 com o foco específico nos estudos africanos e afro-brasilei-
ros, começaram a circular. Entre essas revistas, podemos citar: a Revista da
ABPN, vinculada à Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as; a
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Apresentação • Dossiê
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Vimos como isso explicitou-se nos debates sobre a primeira versão da BNCC,
a partir de 2015. A superação do eurocentrismo e do colonialismo epistêmico
demanda um movimento mais profundo, que não apenas modique algumas
“folhas da árvore do conhecimento eurocentrado”. Acreditamos que é preciso
arrancar essa árvore, até suas raízes. No seu lugar, outra árvore (pluriepistê-
mica) deverá ser cultivada. Entre as raízes dessa árvore eurocêntrica, duas são
muito profundas: o racismo epistêmico e o racismo religioso.
O filósofo, escritor e economista senegalês Felwine Sarr (2021, p. 89-96),
defendeu alguns caminhos para que os africanos se curassem dos traumas da
colonização e se libertassem de forma definitiva da “sombra do colonizador”.
Sarr acredita que a conquista da autoestima, do autorrespeito e da autocon-
fiança africanas virá pela “exigência da dignidade” e pela “renarração” de suas
histórias, realizadas pelos próprios africanos. No começo do século XXI, a
construção de escolas e o acesso à educação básica e superior aumentaram de
forma significativa por todo o continente africano. No entanto, para além de
ofertar “uma educação de massa de qualidade, coloca-se a questão fundamen-
tal da natureza dos saberes promovidos e transmitidos” (SARR, 2021, p. 100).
Nesse caminho de libertação mental, o intelectual senegalês se apoia nas con-
tribuições de outro importante pensador africano, o congolês Valentin Mu-
dimbe. Duas metáforas (ou categorias) construídas por Mudimbe são utiliza-
das por ele, e acreditamos que expressam duas imagens muito fortes, que
servem para ilustrar também nossa situação. A primeira é a da “Biblioteca
Colonial” (MUDIMBE, 2019). Tal imagem se assenta na compreensão de que
quase todos discursos e textos produzidos pelos europeus (inclusive nas Ciên-
cias Sociais e Humanas) sobre os africanos, desde o século XV, não apenas
sofriam de uma “perspectiva ocidental”, mas “por finalidade de justificar [...]
o empreendimento colonial, viam as culturas extra ocidentais através do pris-
ma da superioridade cultural e do preconceito racista” (SARR, 2021, p. 100-
101). É preciso destruir essa Biblioteca Colonial, ler novos livros, escritos por
africanos, a partir de uma perspectiva epistêmica africana. A segunda imagem
é mais forte, mas não menos aplicável ao nosso caso. Sarr lembra que Mudim-
be defendia que seria preciso também “livrar-se do odor persistente do pai”, o
colonizador-europeu com suas síndromes narcisistas de superioridade e pa-
ternalismo. “Trata-se de operar uma transformação radical nas ciências hu-
manas e sociais [...] que passa por um questionamento epistemológico sobre
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Apresentação • Dossiê
observações realizadas pela historiadora Mônica Lima e Souza, uma das pri-
meiras pesquisadoras a abordar a temática do ensino da história africana no
país, anos antes da promulgação da Lei.
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ma de Nazaré Baía Coelho, Nicelma Josenila Costa de Brito e Felipe Alex San-
tiago Cruz. No artigo, os autores analisaram treze dissertações de mestrado
defendidas e publicadas entre 2016 e 2020, no âmbito do Programa de Mes-
trado Profissional em Ensino de História, e que dialogavam com a educação
antirracista e a Lei 10.639/03. O artigo estabelece um olhar comparativo entre
o Profhistória e a constituição da Educação das Relações Étnico-Raciais no
Brasil, permitindo que os autores concluam pela importante contribuição e
alinhamento do Profhistória com uma formação que representa “um retorno
social do investimento fomentado pelas universidades integrantes do Progra-
ma [...] destinado à formação continuada de professores(as) de História para
a escola básica”.
O artigo seguinte, de autoria de Lilian Santos de Andrade e Osvaldo Ma-
riotto Cerezer, “O prescrito e o vivido no cotidiano escolar: experiência de
implementação da Lei 10.639/03 em Poconé/MT”, percorre os meandros do
currículo prescrito e o “fazer” dos professores na realidade do ensino público
do Mato Grasso, para problematizar a implementação da Lei 10.639/03. An-
corados nos diálogos com os estudos decoloniais, os autores garantiram, além
de uma sólida contextualização histórica da problemática racial na sociedade
brasileira e no Mato Grosso, importantes apontamentos para avaliar a efetiva
implementação das políticas antirracistas na educação, espaço imprescindível
na luta contra o racismo. Reconhecem ainda as mudanças no decorrer dos
vinte anos de vigência da lei, mas apontam como desafios, as lacunas na for-
mação dos professores, o peso do racismo estrutural como organizador das
relações sociais, as dissonâncias dos materiais didáticos e documentos curri-
culares e sugerem que a consolidação da implementação depende da contínua
avaliação de como ela tem sido inserida nos espaços escolares. Depende ainda
de deslocamentos éticos, políticos, epistemológicos e pedagógicos, mediados
por compromisso coletivo e governamental e não apenas condicionado à ação
de professores sensíveis à problemática racial, concluem os autores.
Os dois artigos finais do dossiê também resultam de experiências e pes-
quisas do Profhistória. O primeiro é uma apurada investigação realizada por
Maria Raimunda Santana Fonte e Karla Leandro Rascke, “Ensino de história,
currículo e formação de professores: projetos e ações de implementação da
Lei Federal 10.639/03 (Marabá/PA, 2003 a 2019)”. Nesse artigo, as autoras
apresentam um panorama inquietante sobre as ações e projetos para imple-
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Apresentação • Dossiê
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diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de
ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indíge-
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NOTAS
1
Os povos originários ou os povos indígenas, violentados pelas ações colonizadoras e racis-
tas dos colonizadores europeus e do Estado-Nação colonial, branco, patriarcal e autoritário,
no qual o Brasil se transformou, também se insurgiram contra os genocídios e epistemicí-
dios tentados contra eles. Uma dessas ações resultou na promulgação da Lei 11.645/2008.
2
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5
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Ver: https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/issue/view/novaserie. Acesso em: 21/04/2023.
9
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10
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11
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Ver: https://unilab.edu.br/wp-content/uploads/2019/11/PPC-HIST%c3%93RIA-Vol-VI.
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Apresentação • Dossiê
obra inscrita no edital não abordasse as temáticas citadas. Até 2017, ou seja, antes de entrar
em vigor a Base Nacional Comum Curricular/BNCC, a inserção da temática estava dimen-
sionada em três principais aspectos a serem tomados em consideração: a abordagem da
temática na dinâmica do conteúdo; a observância da legislação; e as questões específicas
sobre a Representação. A princípio, apenas esse conjunto de mecanismos não assegura as
mudanças capazes de reconfigurar por completo a abordagem dos temas. Mas, talvez, pos-
samos a partir daí dispor de um panorama maior, em termos de dados, de construções de
conteúdos a esse respeito, assim como também de fortalecimento das indagações que deve-
rão continuar sendo postas sobre eles.
18
Ver: https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2016/01/pioneira-em-cotas-raciais-
-unb-tem-menos-de-2-de-professores-negros.html. Acesso em: 20/04/2023.