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A dor disfarçada de submissão

Sob o argumento de que a submissão é bíblica, cada vez mais


mulheres têm sido alvo de violência doméstica
“Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, pois ele é o cabeça da
mulher” (Ef 5:22,23). “As vossas mulheres estejam caladas nas
igrejas. Se querem aprender, interroguem em casa a seus
próprios maridos” (I Co 14:26,35). Esses dois versículos bíblicos
são usados por aproveitadores que, em nome da fé,
interpretam o texto de forma isolada para atacar e humilhar
suas esposas, dentro de casa, com palavras de desprezo,
gritos, xingamentos e agressões físicas.
Muitas mulheres cristãs, por não terem o entendimento correto
do significado do que Paulo quis transmitir, sentem-se
menosprezadas. Com medo das ameaças dos maridos ou de
se exporem diante da igreja, elas aceitam o abuso, não
denunciam e optam por viver a dor da falsa submissão, que
não passa de distorção de uma fé jamais ensinada por Jesus.
Os dados reveleram que 40% das mulheres que se declaram
sujeitas a agressões físicas e verbais de seus maridos são
evangélicas. Temerosas de desobedecerem à Palavra de Deus,
ficam divididas entre a fé e a denúncia. Não sabem se oram
ou se procuram a polícia. Se recorrem aos líderes religiosos
ou a uma delegacia.
Mas o próprio Paulo diz que em Cristo não há judeu ou grego,
escravo ou livre, homem ou mulher, rico ou pobre, mas somos
todos iguais perante Ele.
Basta ver como Jesus tratava as mulheres. Acho que quem
levanta esse assunto (normalmente homens ciumentos de sua
liderança) está procurando pretexto para subjugar a mulher.
A submissão é sempre de alguém que desenvolve uma missão
ao lado de, e não sob alguém. Aliás, a recomendação do
Evangelho é que sejamos submissos uns aos outros em amor.

a carta de Paulo aos Efésios foiescrita dentro de um contexto,


e não se pode ler apenas um versículo e aplicá-lo naíntegra
na vida de uma família, da esposa.
“Conheço mulheres cristãs e não cristãs que sofrem abusos e
violências dentro de casa” –
“O termo submisso trata do que está debaixo de uma missão.
Imediatamente depois de falar de submissão, Paulo apresenta
a missão sob a qual a mulher deve submeter-se. Ele define
que a missão do marido é amar sua esposa. Logo, a mulher
deve permitir-se ser amada por esse marido; isso sim é ser
submissa. Ninguém vai destruir o próprio corpo porque ama o
Família próprio corpo; do mesmo modo, o homem por amar
sua esposa. No Evangelho não há espaço para inferioridade.
Jesus colocou todos no mesmo nível, com responsabilidades
diferentes. E ele compara o marido com Cristo e faz uma
relação de Cristo como cabeça, porque qualquer
relacionamento humano precisa de uma referência, e o
casamento cristão tem a referência de Cristo e da Igreja. Em
Gênesis, Deus estabelece, no Éden, a figura masculina como
liderança da casa, o que não coloca o homem em
superioridade à mulher, nem a mulher para ser submissa a
ponto de o homem humilhá-la e ele ter a palavra final nos
assuntos dentro de casa”, observa.
Paulo disse que as mulheres devem ficar caladas na igreja
porque em Corinto elas estavam causando desordem e
interrompendo o culto para fazer perguntas. O apóstolo não
estava ordenando o silêncio em todas as situações na igreja.
Tanto em português como no grego original, “falar” é um verbo
muito geral, que pode ter vários significados, como falar em
público – que engloba ensinar, pregar, profetizar, orar. Ou
conversar, perguntar, tagarelar sobre assuntos corriqueiros,
sem parar. Um pouco antes, em I Coríntios 11:5, ele fala sobre
como as mulheres devem orar e profetizar com decência na
igreja. Por isso, o falar em público não é totalmente proibido.
O contexto da passagem enfatiza a importância da ordem e
da paz na igreja.

800 INQUÉRITOS POLICIAIS


O equívoco de que cabe à mulher o sucesso do casamento é
desfeito pela psicopedagogae neuroterapeuta Cris Barcelos,
do Centro de Tratamento para Família, em Vila Velha (ES).
“Efésios 5:25 diz que o marido

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