Você está na página 1de 27

FACULDADE BRASILEIRA MULTIVIX

BERNARDO LINHARES DAMASCENO


1-1713548

SISTEMA DE CONTROLE DE MATERIAL PARTICULADO EM UMA


UNIDADE INDUSTRIAL: PROCESSAMENTO DE POLUENTES DO PÓ DE
MINÉRIO

Vitória - ES
2024
BERNARDO LINHARES DAMASCENO
1-1713548

SISTEMA DE CONTROLE DE MATERIAL PARTICULADO EM UMA


UNIDADE INDUSTRIAL: PROCESSAMENTO DE POLUENTES DO PÓ DE
MINÉRIO

Projeto final de estágio, apresentado a


Faculdade Brasileira Multivix, como para das
exigências para a obtenção do título de
graduação em engenharia mecânica.

Vitória - ES
2024
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................4

1.1 JUSTIFICATIVA..........................................................................................................................................6

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA..........................................................................................................................7

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA.........................................................................................................................7

1.4 OBJETIVOS...............................................................................................................................................7

1.4.1 GERAL..................................................................................................................................................... 7

1.4.2 ESPECÍFICO..............................................................................................................................................7

1.5 HIPÓTESE................................................................................................................................................8

1.6 META.......................................................................................................................................................8

2 METODOLOGIA.............................................................................................................................................9

2.1.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA...............................................................................................................10

2.1.2 TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS......................................................................................................10

2.1.3 FONTES PARA COLETA DE DADOS........................................................................................................11

2.1.4 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA.....................................................................................11

2.1.5 INSTRUMENTO PARA A COLETA DE DADOS..........................................................................................12

2.1.6 POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS.....................................................................13

3 REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................................................................14

3.1 SISTEMA DE CONTROLE E PROCESSAMENTO........................................................................................14

3.1.1 MINERAÇÕES........................................................................................................................................14

3.1.2 PROCESSAMENTO DE POLUENTES DO PÓ DE MINÉRIO.........................................................................14

3.1.3 ALTERNATIVAS PARA REDUÇÃO DA POLUIÇÃO CAUSADA PELA VALE NA REGIÃO DA GRANDE
VITÓRIA 16

3.1.4 GESTÃO AMBIENTAL - POLUIÇÃO NO AR DA GRANDE VITÓRIA............................................................18

3.1.5 TIPOLOGIA DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS...........................................................................................19

3.1.6 EMISSÕES CANALIZADAS.......................................................................................................................20

3.1.7 EMISSÕES FUGITIVAS............................................................................................................................20

3.1.8 A AUDIÊNCIA PÚBLICA COMO ARENA DE DISPUTA..............................................................................21

3.1.9 CONCEITOS ECONÔMICOS: ESTUDO DE VIABILIDADE...........................................................................22

4 REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................23
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Questionário de coleta de dados: Assembleia Legislativa do Espirito Santo

Figura 2 - Relatório final da CPI do pó preto

Figura 3 - Principais fontes de emissões de poluentes no processo de siderurgia integrada

Figura 4 - Filtro manga, Ventec


5

1 INTRODUÇÃO
Segundo Cima et al. (1991), o padrão de industrialização observado nos países
europeus, nos Estados Unidos e no Japão após a Segunda Guerra Mundial chegou ao Brasil
com cerca de dez anos de defasagem.

Considerando a relevância da manutenção, a complexidade dos equipamentos e o


elevado risco presente para pessoas, meio-ambiente e para as próprias instalações, é de vital
importância a adoção de um padrão para gerenciamento dotado de controle, monitoramento e
indicadores de desempenho estratégicos, de classe mundial, que permita analisar o
cumprimento e eficácia da manutenção (Veloso, 2009).
Vitória, capital do Espirito Santo, integra a Região Metropolitana da Grande Vitória
(RMGV) que é considerada a área de maior urbanização do Espírito Santo. A região apresentou
mudanças significativas a partir da segunda metade do século XX com o processo de
industrialização, aumento da mancha urbana e consequente modernização da frota veicular.
Hoje, as principais atividades desenvolvidas no município estão inseridas nos setores industrial,
de comércios, e serviços (PMV, 2016). Em Vitória, a questão da poluição do ar repercutiu entre
os que convivem diariamente com o problema, não só pela sujeira que deixa nas residências,
mas também pela exposição a curto e longo prazo, que resulta em adoecimentos contínuos e
gradativos da população. Além disso, há um constante embate entre a sociedade e as indústrias
siderúrgicas que atuam no município, devido a intensa emissão de poluentes e material
particulado que são emitidos e trazidos pelo vento para dentro da cidade (PINHEIRO, 2012).
Na Grande Vitória a contaminação do ar atingiu níveis elevados à saúde humana. Esses
riscos cresceram com a expansão desses empreendimentos, que atingem o norte e o sul do
estado do Espírito Santo. Entre eles, a Samarco Mineração, a Aracruz Celulose e as destilarias
de cana- de-açúcar, entre outras que lançam no ar elevadas cargas de poluentes. Em particular
na Grande Vitória se lançam 264 toneladas/dia (96.360 toneladas/ano) só de poluentes do ar
(COIMBRA, 2006).
Segundo Leite Lopes (2004), em algumas conjunturas socioeconômicas, onde se nota
uma grande concentração da riqueza material e de capital, como o caso da cidade de Vitória, a
tendência é que haja uma mobilização coletiva contra a poluição industrial a partir de
associações existentes (sindicatos, associações de moradores, de camponeses, de agricultores
ou até mesmo de pescadores) do que novos grupos ou movimentos ambientais. No caso de
Vitória, a questão do “pó preto”, em particular, se desenvolveu a partir de associações de
moradores por meio de seus representantes.
Todo esse processo provocou um impacto importante nas relações sociais e no meio
ambiente, com situações locais de riscos, deixando a população vulnerável às doenças
6

pulmonares (RAUTA RAMOS, SILVA, ATAIDE, 2009).


Um desses novos objetos diz respeito às audiências públicas de licenciamento
ambiental, que devem ser analisadas com a devida atenção, pois ao mesmo tempo em que
pretendem ser um novo canal de interação entre Estado e sociedade civil, podem se constituir
em estruturas burocráticas etilizantes (ALONSO; COSTA, 2002).
No fim da década de 1980, as corporativas, Companhia Vale do Rio Doce - atual Vale
S.A e Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) – atual Arcelor Mittal Tubarão viram-se
ameaçadas quando o governo do estado do ES resolveu fechar suas usinas devido ao não
comparecimento a uma audiência pública na assembleia legislativa, marcada para assinatura de
um acordo de redução da poluição do ar emitida por essas fontes, consideradas insustentáveis.
Após um ano de negociação, foi assinado um acordo no qual se constituiu em um marco
importante para a melhoria da qualidade de vida dos moradores da região da Grande Vitória
(JORNAL A TRIBUNA, 2000).

1.1 JUSTIFICATIVA

Um problema sério na mineração e na siderurgia em termos de poluição do ar e de saúde


pública são as emissões das unidades de poluentes, em especial o benzeno, agente altamente
tóxico. Com o crescimento do setor industrial no Brasil, embora proporcione ganhos
econômicos, vem intensificando impactos negativos para a sociedade e o meio ambiente.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Será abordado neste estudo de pesquisa, como a implantação de alguns avanços e


tecnologias podem conter os poluentes em uma unidade industrial, como por exemplo, a
implantação do primeiro Wind Fence da américa latina nos pátios de pelotas da corporativa
Vale das usinas I a IV.

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA

Como processar o material particulado em uma unidade industrial, através de um sistema


de controle de processamento, relacionando os conceitos econômicos do sistema atual e os
laudos de infrações, com o sistema a ser projetado ?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 GERAL
Identificar a importância do sistema que será possível transmitir as reduções de poeiras
visíveis provenientes dos materiais particulados lançados ao ar pela corporativa, uma vez em que
o pó de minério ficasse enclausurado em grandes armazenamentos e filtrados.
7

1.4.2 ESPECÍFICO
Propor um modelo de implantação de sistema que será possível reduzir a poluição
compartilhado pelo material particulado proveniente do pó de minério de ferro, relatando o
funcionamento do sistema de controle a ser implementado, demonstrando índices satisfatório na
redução dos poluentes inseridos ao ar da grande Vitória.

1.5 HIPÓTESE

A presente dissertação demonstrará algumas das alternativas para reduzir a poluição ao


meio ambiente na região da grande Vitória, de forma a implantar os sistemas domus e filtro
manga no qual tratam-se basicamente da estocagem do minério de ferro em armazéns e da
filtragem das partículas poluentes.

Com a implantação do sistema seria possível as reduções de materiais particulados


visíveis provenientes dos materiais lançados ao ar pela indústria, uma vez em que o minério de
ferro ficasse enclausurado e filtrado.

1.6 META

As metas de redução estabelecidas neste documento são fruto das constatações


observadas em campo, dos documentos analisados e dos critérios estabelecidos para a análise,
podendo o IEMA exigir outras ações de forma integrada para soluçãodas questões aqui
relatadas. Foram utilizados os pareceres da CETESB como base para a elaboração desta meta.

Diante do exposto, verificou-se que os empreendimentos em questão possuemfontes


significativas de emissões atmosféricas, com especial atenção às emissões fugitivas, ressaltando
que são consideradas fontes fugitivas, neste caso, uma fonte desprovida de captação e/ou
equipamento de controle de poluente implantado para dirigir ou controlar o lançamento na
atmosfera ou ainda que escaparam de uma tentativa de captação com a ajuda de um exaustor,
de uma coifa, ou de qualquer outro meio que teria assegurado a captura e a retenção desses
poluentes.

A CETESB tomou como base a priorização do controle de fontes fugitivas, uma vez
que, por princípios, são fontes prioritárias dentro de um plano de minimização e no
gerenciamento das emissões atmosféricas, pois constituem emissões sem controle, que não
deveriam ocorrer e tem impacto local significativo na qualidade do ar. Neste caso, envolvem
pouco investimento ou quase nenhuma alteração de equipamentos de processo, além disso, as
ações a serem descritas neste plano implicam em práticas atualmente disponíveis.

A CETESB tem como linha de ação, o estabelecido no Decreto do Estado de São Paulo nº
59113/13, que no seu artigo 6º define a seguinte prioridade para a renovação da Licença de
Operação de fontes existentes:
8

1º as fontes sem controle devem instalar sistemas de controle de poluição do ar baseados na


melhor tecnologia prática disponível;

2ª as fontes que possuem equipamentos de controle, mas que não atendem ao conceito de
melhor tecnologia prática disponível, deverão ser adequadas;

3ª as fontes que possuem equipamentos de controle que atendem ao disposto comomelhor


tecnologia prática disponível, mas que continuam com emissões significativas, deverão
adequar o processo produtivo ao critério de melhor tecnologiaprática disponível.”

2 METODOLOGIA
O desenvolvimento para a pesquisa pretende-se utilizar o método explicativo, buscando
na metodologia de projeto descrever a aplicação e eficiência dos sistemasde controle para o
processamento do material particulado. Com base a bibliografia de estudo referente ao assunto,
devido à grande importância dos derivados dos minérios na sociedade, é importante que sua
exploração não cesse, apenas que se dê de forma responsável, o que anda sendo negligenciado
pelas grandes siderúrgicas devido ao alto custo de modernização das instalações de transporte,
armazenamento, extração e beneficiamento dos minerais, por isso, cabe aos órgãos públicos,
federais e regionais, a fiscalização constante dessas empresas.

O pressuposto deste projeto terá como base detalhar algumas das hipóteses de coibir o
problema do pó de minério que aflige a socieda capixaba, utilizando dados e laudos de
infrações concedidos pelas audiências públicas ocorridas na assembléia legislativa do Espirito
Santo.

De maneira a atender a meta de proposta do projeto, o estudo em tese tem como


objetivo buscar a efetividade na implantação desta metodologia, descrevendo de forma
detalhada os problemas recorrentes causadas pela poluição do pó preto, as consequências
ambientais, e os conceitos econômicos para o sistema de controle ter uma viabilidade de
aplicação na corporativa.

2.1.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA


Em relação aos objetivos, a pesquisa classifica-se como exploratória e descritiva
(realização de um estudo para a familiarização do objeto que está sendo investigadodurante a
pesquisa). Quanto aos procedimentos considera-se uma pesquisa bibliográfica (etapa inicial de
todo o trabalho científico ou acadêmico, com o objetivo de reunir as informações e dados que
servirão de base para a construção da investigação proposta a partir de determinado tema). E em
relação ao problema, classifica-se como pesquisa qualitativa (Considera a parte subjetiva do
problema.).
9

2.1.2 TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS


A coleta de dados deu-se a partir da aplicação de um questionário junto a 2638 pessoas
no qual relata o incômodo da sociedade com o atual quadro de poluição do ar na grande Vitória.
Elaborado pelo professor da UFES Neyval Costa Reis Junior, pró reitor de pesquisas, a pedido
do IEMA e da fundação de Amparo à pesquisa. Conforme o gráfico a seguir:

Gráfico 1 – Dados de pesquisa


100%
Percentual de respondentes

80%

60%

40%
1
20%
2
0%
1 2
Série1 9% 91%
Opções de Resposta: Não - Sim
Resultado da seguinte pergunta: "O sr (a) se sente incomodado…

Fonte: Resultado da entrevista com o atual quadro de poluição do ar – Assembleia Legislativa, 2015.
É significativa a parcela dos capixabas que sofrem diariamente com o pó preto,
concentrando suas reclamações no incômodo gerado – além da saúde - pela necessidade da
limpeza diária das partículas visíveis que se instalam nas residências e imóveis comerciais.

Na realidade, são essas partículas que causam os maiores danos à saúde devido a forma
com que interagem com o organismo humano. Ao longo desse relatório será abordado e
esclarecido aos capixabas o quão grave é a situação e quais doenças elas podem afetar a
população, em especial aos mais vulneráveis: os idosos e crianças.

Nos últimos anos os movimentos ambientalistas, parte dos capixabas, especialistas no


tema, classe médica e mídia em geral passaram a também incluir nessa luta o combate a essas
partículas, denominadas MP 2,5 (material particulado, dois vírgula cinco) comemoram os
níveis inferiores a 2,5 (dois vírgula cinco) mícrons.

2.1.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA


Esses alarmantes dados corroboram a realidade percebida nas ruas, hospitais,
consultórios médicos e nas redes sociais. Vivemos na Grande Vitória e Anchieta, uma epidemia
de doenças respiratórias e cardíacas, enormemente agravadas, devido ao alto grau de poluição do
ar na nessas regiões. A sociedade civil organizada, classe médica, ambientalistas, biólogos,
população capixaba, enfim, todos os que militam nessa luta contra o descalabro ambiental
perpetrado, em especial, pelas três grandes mineradoras do Estado, exigem que o Poder Público,
com o auxílio dos trabalhos desenvolvidos por esta Comissão Parlamentar, estabeleça um
10

marco inicial em
11

definitivo para que, imediatamente, sejam alcançados os níveis de poluição do ar, minimamente
aceitáveis, não podendo ser mantido o atual estado de coisas (Assembleia Legislativa).

A qualidade do ar, em qualquer região, é determinada pela interação de diversos fatores


como, por exemplo: As emissões atmosféricas de suas diversas fontes, as condições
meteorológicas, as condições de relevo, uso e ocupação do solo (Assembleia Legislativa).

Quando tratamos de qualidade do ar, sabemos que existem poluentes que são gases e
poluentes que são partículas. A presente Comissão Parlamentar de Inquérito focou seus trabalhos
na poluição derivada das partículas expelidas na atmosfera, o denominado material particulado.
Segundo ressaltado pelo Mestre em Engenharia Ambiental da UFES e especialista no tema,
Israel Pestana Soares, de acordo com gráfico (Assembleia Legislativa).

Tabela 1 – Relátorio final da CPI


Média Média do Estado do Diferença em
Doença
Nacional Espírito Santo porcentagem
Asma 20,9 26,5 27,8%
Renite 26,0 46,6 80,2%
Rinoconjuntivite 12,0 20,0 66,6%
Fonte: Assembléia legislativa do ES.

A sociedade civil organizada, classe médica, ambientalistas, biólogos, população


capixaba, enfim, todos os que militam nessa luta contra o descalabro ambiental perpetrado, em
especial, pelas três grandes mineradoras do Estado, exigem que o Poder Público, com o auxílio
dos trabalhos desenvolvidos por esta Comissão Parlamentar, estabeleça um marco inicial em
definitivo para que, imediatamente, sejam alcançados os níveis de poluição do ar, minimamente
aceitáveis, não podendo ser mantido o atual estado de coisas. A qualidade do ar, em qualquer
região, é determinada pela interação de diversos fatores como, por exemplo: as emissões
atmosféricas de suas diversas fontes, as condições meteorológicas, as condições de relevo, uso
e ocupação do solo.

Quando tratamos de qualidade do ar, sabemos que existem poluentes que são gases e
poluentes que são partículas.

A presente Comissão Parlamentar de Inquérito focou seus trabalhos na poluição


derivada das partículas expelidas na atmosfera, o denominado material particulado.
Segundo ressaltado pelo Mestre em Engenharia Ambiental da UFES e especialista no
tema, Israel Pestana Soares, de acordo com gráfico:

O material particulado é classificado na atmosfera de acordo com o tamanho. Então, se


imaginarmos se aquele fio de cabelo possui um diâmetro de 50 a 70 micrômetros,que está
aumentado, as partículas menores do que dez micrômetros correspondem àquela bolinha azul; o
12

MP 2,5, que seriam as partículas finas e menores que 2,5 micrômetros, corresponderiam à
bolinha vermelha. Ou seja, observamos quão pequenas são essas partículas na atmosfera e que a
gravidade do impacto causado por cada partícula varia em função de seu tamanho. (original
sem grifo ou destaque -Terceira reunião extraordinária realizada no dia 6.3.2015).

2.1.4 INSTRUMENTO PARA A COLETA DE DADOS


Para a coleta de dados foi utilizado o método de questionário pela CPI do pó preto, um
dos procedimentos mais utilizados para se obter informações. Um método bastante flexivel para
se obter informações sobre um projeto.

“O exposto, fica evidenciada a necessidade imediata de ser diminuído,


significativamente, o nível tolerado de poluição atmosférica, atualmente permitido pelo Poder
Público a bem da saúde da população capixaba que não pode mais ficar sujeita à inalação
dessas partículas tão prejudiciais, não apenas bem-estar do ambiente em que reside, mas
também - e principalmente - a sua integridade física.”

2.1.5 POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS


Esta seção apresenta resultados provenientes das pesquisas de forma qualitativa e
quantitativa. Primeiramente, serão apresentado os resultados das partes qualitativa, e em
sequência os dados das pesquisas quantitativa que serão apresentados.

A análise dos resultados, compõem a parte qualitativa da pesquisa, utilizando o método


de análise de conteúdo realizado pelo professor Neyval Costa Reis Junior para o relatório de
CPI da assembléia legislativa do Espirito Santo.

“Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), com base na atualização dos dados
obtidos no GEMS (Sistema Global de Monitoramento Ambiental) chegou-se à conclusão de
que mais de 1,6 bilhão de pessoas correm riscos de saúde emconsequência da poluição do ar.
Assim, a postura das empresas localizadas no Complexo de Tubarão, em não buscar tecnologias
mais avançadas em prazos reduzidos; solucionar com maior celeridade o problema que a
poluição gera, não só reflete nos danos causados àflora e fauna, como também inegavelmente
reflete na saúde humana.”
13

3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 SISTEMA DE CONTROLE E PROCESSAMENTO

3.1.1 MINERAÇÕES
Segundo Teixeira et al. (2000), o conjunto de operações realizadas visando à retirada de
minério do depósito mineral é chamado lavra, e o depósito mineral em lavra é denominado
mina. Esta designação é aplicada mesmo que a extração tenha sido suspensa. A lavra pode ser
executada de modo bastante simples, por meio de atividades manuais ou por meios altamente
mecanizados e em larga escala, como ocorre nas grandes minerações.

De acordo com a Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o impacto ambiental


é definido no artigo 1º da Resolução Conama-001 como: “[…] qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam o
bem- estar e a saúde da população; as atividades socioeconômicas; a biota; as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais.”

3.1.2 PROCESSAMENTO DE POLUENTES DO PÓ DE MINÉRIO


Com estes mecanismos instaurados, domus e filtro de manga, o pó preto que é gerado
pela empresa seria enclausurada dentro de estruturas metálicas, podendo reduzir
substancialmente a emissão de partículas que poluem a região da grande Vitória. Sabe-se que
um projeto energicamente pode apresentar uma redução substancial de poluentes, dessa
maneira pode ser utilizado filtros de tecidos (filtro manga), precipitados eletrostático seco. Com
o sistema de filtro manga, teria como mecanismo efetuar a separação de partículas mais pesadas
que seriam lançadas aomeio ambiente pelo processo de gravidade. Os gases entram por meio de
uma camâra de separação, onde as partículas são separadas por gravidade.

Antes de analisarmos a emissão de poluentes, convém explicitar algumas das


caractisticas básicas desses poluentes bem como seus impactos sobre a saúde humana e sobre o
meio ambiente, tal como descritas pela Companhia Tecnológica de Saneamento Ambiental do
estado de São Paulo – CETESB.

As partículas totais em suspensão são partículas de material sólido ou líquido que ficam
suspensos no ar, na forma de poeira, neblina, aerosol, fumaça ou foligem, que são inferiores a
100 micra. Oriundos de processos industriais, as partículas de poluentes causam efeitos
significativos em pessoas como: doença pulmonares, asma e bronquite.

(a) MP – Material Particulado (d) SO2 – Dióxido de Enxofre

(b) NOX – Óxidos de Nitrogênio (e) CO - Monóxido de Carbono


14

Tabela 2 - Tabela: Principais fontes de emissões de poluentes no processo de siderurgiaintegrada

Fonte: Guia de Melhor Tecnologia do Estado de São Paulo, Capítulo 7 – Siderurgia e Metalurgia
Legenda:
(*) poluente a ser consideradoMP
– material particulado
SOx – óxidos de enxofre, expressos como dióxido de enxofre NOx –
óxidos de nitrogênio, expressos como dióxido de nitrogênioCOV –
compostos orgânicos voláteis

3.1.3 ALTERNATIVAS PARA REDUÇÃO DA POLUIÇÃO CAUSADA PELA


VALE NA REGIÃO DA GRANDE VITÓRIA
Segundo Reis&Barreto et al. (2009), o impacto ambiental gerado pelo setor mineral,
particularmente o visual, é grande, porque é de fácil verificação e até mesmo constatação,
particularmente nas minas e atividades extrativas a céu aberto.

Com a implantação do sistema seria possível as reduções de poeires visíveis


provenientes dos materiais lançados ao ar pela Vale, uma vez em que o minério de ferro
ficasse enclausurado em grandes galpões. Com este mecanismo instaurado, o pó preto que é
gerado pela empresa seria enclausurado dentro destas estruturas, podendo reduzir
subtancialmente a emissão de partículas que poluem a grande Vitória.

Com o sistema de filtro manga teria como mecanismo efetuar a separação de


partículas mais pesadas que seriam lançadas ao meio ambiente pelo processo de gravidade.

Os gases entram por meio de uma câmara de separação, onde as partículas mais
pesadas são separadas por gravidade.
15

Sendo assim o ar contaminado passa do lado externo para o interno das mangas
filtrantes, as quais reterão a poeira, enquanto o ar limpo é direcionado para a parte superior do
filtro.

FILTRO MANGA

I. Eficiência

Podem separar partículas menores de 1mm de diâmetro e não haverá geração deáguas
residuais.

II. Aplicação do sistema

Para a utilização do sistema dependerá de fatores como: Acidez do gás de processoe materiais
a serem coletados, particulado, temparatura de operação.

Figura 1 – Desenho técnico

Fonte: Filtro manga, Ventec, 2010.


16

Descrição

Os filtros de mangas utilizados nas instalações de sinterização são normalmente aplicados a


jusante de um precipitador eletrostático ou ciclone existente, mas também podem ser aplicados
isoladamente.

Aplicabilidade

Para as instalações existentes, pode ser relevante requisitos como o espaço para a
instalação a jusante do precipitador eletrostático. Deve ser dada atenção especial à idade
e ao desempenho do precipitador eletrostático existente.

Precipitação Eletrostática Avançada Descrição

Os sistemas de precipitação eletrostática avançada são caracterizados poruma ou


várias das seguintes características:

• Bom controle dos processos;

• Campos elétricos adicionais;

• Adaptação da força dos campos elétricos;

• Adaptação do teor de umidade;

• Condicionamento com aditivos;

• Tensões mais altas ou de impulso variável;

• Tensão de reação rápida;

• Sobreposição de impulsos de alta energia;

• Eletrodos móveis;

• Aumento da distância entre as placas dos eletrodos ou outras


características que melhorem a eficácia da redução de partículas.
3.1.4 GESTÃO AMBIENTAL - POLUIÇÃO NO AR DA GRANDE VITÓRIA
De acordo com Eugenio Fonseca, gerente de relações instituicionais da Vale, em 2015 a
Vale foi convocada a participar de uma sessão de inquérito na comissão parlamentar que
investiga a poluição do ar da grande Vitória no Espirito Santo. Os representantes estiveram
reunidos na assembleia legislativa, em sessão aberta, para apresentar propostas e operações de
controles ambientais, para reduzira a incidência do pó preto na grande Vitória. gestão de
segurança, sua satisfação na empresa e a influência do sistema na redução de acidentes e
produtividade. A comissão parlamentar de inquérito, foi instalada para investigar as denúncias
de poluição, suas causas e seus efeitos com seus agravantes danos a saúde dapopulação e aos
danos ao patrimônio público e privado, por meio de particulas de minério dispersadas nos
17

processos da empresa conhecidas como pó preto. Não sóa Vale, como outras empresas também
foram convidadas a participar dessa sessão para colaborar com as investigações.

“A água é o principal insumo do setor da mineração, sendo utilizada no processamento e


transporte do minério. Os impactos desta atividade sobre as águassão extremamente graves,
englobando a destruição de lençóis de água no subsolo;

piora na qualidade da água no momento de sua devolução, em relação à sua retirada;


diminuição da sua disponibilidade; e contaminação de rios, mares e nascentes com rejeitos
químicos, entre outros.

Desse modo, a mineração compromete não apenas o uso, mas o acúmulo e a renovação
das águas, provocando o fim das nascentes.

Além dos impactos ambientais, há um aumento crescente do uso de grandes volumes de


água como insumo gratuito pelas grandes mineradoras, especialmente no que se refere aos
minerodutos.

Em apenas uma hora de funcionamento, eles utilizam água suficiente para abastecer ao
menos uma cidade com 500 mil habitantes no mesmo período de tempo. Em 2012, houve mais
outorgas para o uso de água na mineração do que para a indústria no Brasil. (TRECHO da pg
26 do Relatório de Insustentabilidade da VALE 2015).”

Diante do cenário de mineração nas regiões de abrangência da grande Vitória, os


impactos das atividades siderúrgicas vem provocando e acumulando contaminação do ar e da
água, insumo mais importante na mineração.

Em relação a poluição atmosférica, em 2008 a Vale foi responsável pela emissão de


cerca de 16,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2). Em 2010, a emissão total de
material particulado foi de 6,6 mil toneladas, registrando um aumento de 29% em relação a
2009. Em relação ao Óxidos de Nitrogênio (NOx), a emissão total foi de 110 mil toneladas em
2010, registrando um aumento de cerca de 30% em relação ao ano anterior. A emissão total de
óxidos de enxofre apurada em 2010 foi de 403 mil toneladas, aumento de cerca de 25% sobre o
ano anterior. (Xingu, 2012).

3.1.5 TIPOLOGIA DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS


Geralmente, as emissões podem ser classificadas seguindo três configurações: as
emissões canalizadas, as emissões difusas e as emissões fugitivas. As emissões canalizadas,
normalmente denominadas como fontes fixas, são mais conhecidas, pois são mais simples de
serem consideradas. As emissões difusas e fugitivas são tratadas de maneira mais complexas, já
que o grau de dificuldade é maior para quantificá-las e reduzi-las.
18

3.1.6 EMISSÕES CANALIZADAS


As emissões canalizadas podem ser caracterizadas como qualquer rejeito liberado na
atmosfera com a ajuda de um duto, canalização ou tubulação (qualquer que sejaa forma da
seção desse duto). Exemplos mais comuns são as chaminés verticais e os escapamentos dos
veículos. Quando as emissões são exauridas por janelas, das ventilações do tipo “Robertson”,
de claraboias, de exautores com ou sem ventilador, as emissões não podem mais ser
qualificadas como canalizadas, e sim como emissões fugitivas.

3.1.7 EMISSÕES FUGITIVAS


A etimologia da palavra fugitiva significa “um objeto ou uma pessoa que conseguiu
escapar de uma tentativa de captação ou de captura”. Neste plano de metas, adota- se como
definição de fontes fugitivas uma fonte desprovida de captação e/ou equipamento de controle
de poluente implantado para dirigir ou controlar o lançamento na atmosfera ou ainda que
escaparam de uma tentativa de captação com a ajuda de um exaustor, de uma coifa, ou de
qualquer outro meio que teria assegurado à captura e a retenção desses poluentes.

Examinando as metodologias de medição que foram desenvolvidos há alguns anos,


podem-se distinguir três tipos de emissões fugitivas:

• Os vazamentos, propriamente ditos, oriundos de diversos equipamentos: vazamentos no


nível das tubulações que conduzem líquidos ou gases (juntas flangeadas), máquinas rotativas
(bombas, compressores, etc.), torneiras ou válvulas para gases ou fluidos voláteis. Esses
vazamentos não se referem unicamente aos COV, em instalações antigas as emissões fugitivas
de poeiras podem intervir nas canalizações que transportam efluentes gasosos empoeirados.

• Vazamentos nas áreas de estocagem de produtos gasosos, líquidos ou sólidos;

• Emissão em determinadas partes dos processos, tais como, as aberturas de cisternas durante
as operações de carregamento ou descarregamento, as estocagens de produtos em pó ao ar
livre, lagoas de sedimentação para água e petróleo (em caso de refinarias, por exemplo), dos
respiradouros, das portas dos fornos (por exemplo, as portas dos fornos na Coqueria), células
de eletrólise para a produção de cloro (emissões de mercúrio) e também processos muito
variados envolvendo o uso de solventes.
19

Figura 2 - Filtro de Manga

Fonte: Arcelor Mittal – Relatório de Sustentabilidade, 2017.


3.1.8 A AUDIÊNCIA PÚBLICA COMO ARENA DE DISPUTA
“As audiências públicas do processo de licenciamento ambiental do projeto de expansão
da produção do Complexo Industrial de Tubarão da CVRD foram realizadas pela Secretaria de
Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), por meio do Iema, visando informar,
esclarecer e discutir possíveis impactos socioambientais, medidas de controle e alternativas
tecnológicas, além de coletar opiniões e críticas que contribuiriam para a tomada de decisão
sobre o processo de licenciamento ambiental, juntamente com comunidades, ONGs, as
entidades públicas e civis, autoridades, órgãos públicos e demais segmentos da sociedade civil.

A expectativa do público presente era discutir o mérito, ou seja, tomar parte no processo
de decisão do licenciamento ambiental do empreendimento em pauta, mas não foi isso que
aconteceu na prática, pois essa decisão ficou a cargo do Conselho Estadual de Meio Ambiente
(Consema) que é o órgão deliberativo de última instância, ligado ao Iema.

A grande questão é que a audiência pública, como previsão legal, não seria um espaço
para deliberação, mas, basicamente, para a apresentação do empreendimento. A audiência
pública ocorreu em um período muito avançado do processo de licenciamento ambiental já em
curso e, por isso mesmo, não adiantaria tanto discutir com o público presente, já que as decisões
possivelmente já haviam sido tomadas e as dificuldades de acesso à documentação (nessa
etapa) dificultariam uma participação informada.

O evento evidencia não somente problemas referentes ao caso discutido no momento,


como acabam vindo à tona outros que ainda não foram resolvidos no contexto da cidade, até
mesmo referentes ao empreendimento que está sendo licenciado, sendo propícios os confrontos.
Por conta disso, qualificamos a audiência pública como arena pública tomando emprestado o
20

conceito de arena elaborado por Fuks, por meio do qual é possível estabelecer “o conjunto de
práticas e argumentos que organiza a disputa em torno da definição de assuntos públicos”.

A audiência pública de licenciamento ambiental é comparada a uma “arena” porque seu


objeto de disputa é o meio ambiente, um assunto público, o que acaba gerando tensão entre os
diversos participantes, que têm diferentes apropriações e entendimentos a respeito do mesmo.
Nesse sentido, o conceito de arena nos auxilia a compreender os distintos posicionamentos
entre os principais atores sociais envolvidos: o Poder Público, a sociedade civil e o
empreendedor.

Como já foi mostrado, em Vitória, o debate acerca da poluição já é antigo, sendo


revitalizado nessa ocasião de discussão da expansão da Vale, cujo impacto no ar ganhava cada
vez mais visibilidade ao longo do tempo, sem contar com o alarde dospossíveis passivos
ambientais gerados pela Vale e que não foram devidamente apurados anteriormente, como foi a
descoberta de manchas escuras na areia da praia de Camburi, consequência da sedimentação do
minério de ferro que erajogado diretamente no mar.

O problema parece ser este: Como abrir um espaço para o diálogo? Existe um
descompasso entre a finalidade da audiência pública na teoria e sua forma naprática de
organização, no sentido de não verificar a ocorrência de discussão com a população impactada,
além da coleta de opiniões e críticas para a tomada de decisão a respeito do empreendimento.

A dinâmica da audiência pública, de modo geral, é rápida, de forma estratégica, não


dando muita chance para se refletir sobre o assunto em questão. Assim também ocorreu nas
audiências públicas da Vale. A presença de intermediários externos à localidade, através de
especialistas e instituições, contribui para a “descoberta” da poluição e de sua legitimidade
diante dos tribunais e órgãos públicos, assim comona formação de uma opinião pública.”

3.1.9 CONCEITOS ECONÔMICOS: ESTUDO DE VIABILIDADE


Para uma análise econômica do projeto, deve ser levado levado em conta, os gastosoperacionais
e também os gastos de auto-infrações comedidas pela corporativa através de impactos
ambientais que foram estudados como parâmetro para a proposta do projeto.

Este estudo se faz necessário para estabelecer a relação entre o sistema vigente atual de projeto
da planta estabelecida, com a proposta de desenvolvimento de um projeto futuro a ser
implantado, para poder saber a viabilidade de execução do projeto.

Com isso a principal avaliação de definir uma comparação atual do sistema de controle
ambiental que é executado na corporativa, com o projeto futuro queviabilizará a longo prazo
uma redução socio-ambiental.
Sendo assim, o objetivo de adequar no campo técnico, um projeto que viabilize a execução,
21

fazendo que economicamente seja viável sua finalidade, e também com que a empresa cesse a
22

prática de medidas infracionárias e solucionando o problemade auto-infrações comedidas por ela


mesmo.
RESULTADOS
Para um estudo econômico dos sistemas a serem implementados, deve ser levado em conta, as
despesas operacionais, investimentos e também as despesas de infrações comedidas pela empresa através
dos impactos ambientais que foram estudados como indicador para a proposta do projeto.

Esta prática se faz necessária para determinar a relação entre o sistema atual de projeto da planta
estabelecida, com a proposta de desenvolvimento de um projeto futuro a ser implantado, para poder
identificar a viabilidade de execução do projeto.

Com isso a principal conjectura de definir uma comparação do sistema de controle ambiental que
é executado na corporativa, com o projeto futuro que viabilizará a longo prazo uma redução
socioambiental.

Diante disto, o plano de adequar no campo técnico, um projeto que viabilize a execução, fazendo
que economicamente seja viável sua projeção, e também com que a empresa diminua a prática de
medidas infracionárias e solucionando o problema infrações cometidas por ela mesmo.

Figura 2- Projeto Executado do Sistema Domus – Hyundai Steel

Fonte: Primeira usina siderúrgica na Coréia – Sistema Domus - Hyundai Steel Company - 2019.

De acordo com um estudo da Sociedade Acadêmica da Organização Industrial da Coréia, durante


os sete anos de construção da fábrica de Hyundai Steel em Dangjin, o impacto econômico foi imenso.
Mais de 95.800 empregos foram criados durante a fase de construção, enquanto 110.300 empregos foram
criados pela operação da planta.

O impulso para a economia é estimado em 45,8 trilhões de won (R$156,6 bilhões) em sete anos,
segundo o grupo acadêmico. Além disso, sua capacidade de produção de 24 milhões de toneladas fará da
Hyundai Steel a 11ª maior siderúrgica do mundo. No momento, a empresa ocupa a 15ª posição, de acordo
com dados da World Steel Association.

Apesar da desaceleração da economia global, a Hyundai Steel investiu quase 9,9 trilhões de won
(RS $ 35,9 bilhões) nos últimos sete anos, criou cerca de 200.000 empregos e ajudou no desenvolvimento
23

da economia regional. Com a fábrica de Dangjin, na qual a construção começou em outubro de 2006, o
24

Hyundai Motor Group agora possui a primeira siderúrgica de investimento privado do país. Depois de
investir 6,23 trilhões de won (R$20,5 bilhões) para a construção do primeiro e segundo altos fornos,
gastou 3,6 trilhões de won (R$10,2 bilhões) em seu terceiro forno, posicionando a Hyundai Steel como
especialista em materiais automotivos.

Figura 3 – Sistema Domus: Hyundai Steel

Fonte: A gazeta, 2016.

TABELA 3 – Mineradora Hyundai Stell


Tamanho 7.4 milhões metros quadrado

Investimento 9.9 trilhão won (R$35,9 bilhões)


Cada um tem capacidade de produção anual
Três altos-fornos de 4 milhões de toneladas.
A operação começou separadamente em
janeiro de 2010; Novembro de 2010 e
setembro de 2013.

Bobina a quente de 8,5 milhões de toneladas e 3,5


Produtos milhões de toneladas de chapa de aço.

Fonte: Investimento Hyndai Stell – Sistema Domus – Jan 2010 à Set 2013.
25

COMPARATIVO DE EXTENSÃO TERRITORIAL

TABELA 4 – Quadro Comparativo de Área Territorial


EMPRESA ÁREA

Hyundai Stell 7,4 milhões m²

Arcelor Mittal 7 milhões m²

Vale S.A 14 Milhões m²

Fonte: Autor

Ao longo de 2018, a Vale manteve sua atuação na área de Sustentabilidade, por meio de
iniciativas de mitigação e compensação dos impactos de suas atividades, além do
desenvolvimento de ações ambientais e de criação de valor para as comunidades. Nesse
contexto, destacam-se atividades como recuperação de áreas degradadas, a conservação de áreas
verdes, as ações de pesquisa sobre os ecossistemas em que atuamos e o investimento social nas
comunidades vizinhas às nossas operações. Em 2018, aportamos US$ 576,4 milhões em
dispêndios socioambientais, 34% desse valor em ações voluntárias (VALE S.A).

Segundo a VALE S.A os recursos ambientais foram aplicados principalmente na gestão


de emissões atmosféricas, recursos hídricos e resíduos. Os recursos sociais foram destinados em
sua maior parte à infraestrutura urbana e mobilidade, comunidades tradicionais e povos
indígenas e geração de trabalho e renda.

Resultado das infrações


Em 2016 a Vale S.A e a Arcelor Mittal somavam de multa 35 milhões cada, aplicadas pela
prefeitura, além de interdição de alguns setores industriais. Prefeitura de Vitória aplicou multa
para Vale e Arcelor Mittal, no valor de R$ 34,2 milhões para cada uma das empresas (A
tribuna).
AS MULTAS PARA CADA EMPRESA – FONTE: ATRIBUNA

R$ 272.653,52
Deixar de cumprir deliberações do Condema em relação à emissão de poeira, névoas e gases.
R$ 272.653,52
Baseada em denúncia de morador, por operar atividade com potencial poluidor em desacordo
com a legislação.
R$ 1.050.209,66
Agravamento por continuidade da infração denunciada anteriormente.
R$ 2.061.144,58
Contribuir para que o ar atinja níveis ou categoria de qualidade inferior aos fixados em lei.
26

R$ 30.580.054,68
Provocar continuamente a degradação ou poluição de elevado impacto ambiental que apresente
risco para a saúde pública e o meio ambiente.
TOTAL: R$ 34.236.715,96
TABELA 5 – Dispêndios Voluntários de 2008 a 2017
ANO Montante investido – em U$$
2008 678 milhões
2009 580 milhões
2010 737 milhões
2011 1,030 bilhões
2012 1,025 bilhões
2013 1,015 bilhões
2014 864,8 milhões
2015 572,0 milhões
2016 169 milhões
2017 487,3 milhões
Fonte: Adaptado de Vale S.A
Das informações apresentadas pela tabela de dispêndios voluntários, percebe-se que há uma
variação de valores nos investimentos na área ambiental e social. Podemos visualizar um grande
crescimento nos três anos subsequentes ao ano de 2010. Em contrapartida ao decorrer dos anos verifica-
se uma queda nos últimos quatro anos subsequentes a 2013.

Durante o período de 10 anos a Vale teve como custos de dispêndios ambientais em torno de U$
$7.158,1 bilhões, algo próximo ao investimento da mineradora da Hyundai Steel (U$$9,1 bilhões).
Tratando como base a capacidade de uma gestão ambiental, analisando as demonstrações contábeis
através da evidenciação relacionada dos dispêndios ambientais apresentados, conforme a tabela, o projeto
proposto teria uma melhor viabilidade sendo executado com um poder de informação e transparência,
formalizando apenas uma gestão programada de manutenção nos equipamentos de filtro de manga.

CONCLUSÃO

No campo técnico, a mineradora e siderúrgica (Vale S.A e AMT – Arcelor Mittal Tubarão) lançam mão
das táticas elaboradas de controle, bem como de dominação territorial. Hoje, o cenário atual sugere um
esforço de ambas as empresas, de buscar e/ou garantir a manutenção de captura de valor, aprofundando o
atual modelo minerário brasileiro e siderúrgico (voltado para a crescente exportação de commodities),
com os respectivos impactos negativos do ponto de vista econômico, social e ambiental.

Desta maneira, o debate crítico sobre o papel das corporações (mineradoras e siderúrgicas) no
desenvolvimento (local, regional e nacional) carecem de aprofundamentos. O presente contexto ainda
sugere alguns caminhos para o avanço de pesquisas futuras. No qual deve-se considerar que o atual
modelo apresentado no projeto se encontra em elaboração, necessitando ainda de aprofundamento e
refinamento.

Coloca-se em necessidade a avaliação e atuação de outras mineradoras e siderúrgicas, para compreender


o quanto as estratégias aqui identificadas são generalizáveis para determinadas empresas do setor.
27

REFERÊNCIAS

GOVERNO DO BRASIL. O desafio do desenvolvimento sustentável. Relatório dobrasil para a


conferência das nações unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento. 1991.
IEMA. Proposta de Plano de Metas de redução da emissão complexo de Tubarão. Governo do
estado do Espirito Santo. 2018.
JURAS, Ilidia da Ascensão Garrido Martins. Os impactos da indústria no meio ambiente.
Consultora legislativa da área XI.
Relatório circunstanciado. Cpi do pó preto – Resolução nº 3.931/2015.
Disponível em: <https://www.al.es.gov.br/Noticia/2015/10/29309/relatorio- circunstanciado-cpi-do-
po-preto.html>
Acesso em: 05 jan. 2024.
Relatório de insustentabilidade da Vale 2015 (Org). Atingidos pela Vale. Disponível em:
<http://www.pacs.org.br/files/2015/04/Relatirio_pdf.pdf> Acesso em: 10 jan. 2024.

PINHEIRO, Larissa Franco de Mello Aquino. A construção de um problema social: A poluição


do ar e as audiências públicas. Revista direito ambiental esociedade, v.3, n.1, 2013 (p. 261-287).
REIS, D. W. Análise da dinâmica processual dos estudos de impacto ambientalna mineração e
outros pareceres técnicos no Estado de Minas Gerais. 2011. 154 f. Dissertação (Mestrado) –
Escola de Minas da Universidade de Ouro Preto.Ouro Preto, 2011.
SACHS, Ignacy.; STROH, Paula Yone (Org). Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio
de Janeiro: Garamond, 2002. 96p.
SINDIMETAL. Plano de controle de emissões visíveis ao IEMA. Arcelor Mittal. Disponível em:
<http://sindimetal-es.org.br/main.asp?link=noticia&id=3702> Acesso em: 12 jan. 2024.

VALE S.A. A sustentabilidade na estratégia da vale. – Relatório de insustentabilidade. 2015.


Disponível em: <https://atingidospelavale.files.wordpress.com/2015/04/relatirio_pdf.pdf> Acesso em: 11 jan. 2024.
GOVERNO DO BRASIL. O desafio do desenvolvimento sustentável. Relatório dobrasil para a
conferência das nações unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento. 1991.

Você também pode gostar