Você está na página 1de 27

Terapia em longo prazo com

testosterona melhora a função


cardiometabólica e reduz o risco
de doença cardiovascular em
homens com hipogonadismo:
Um estudo empírico de registros
de condições da vida real
comparando grupos tratados
e não tratados
Journal of Cardiovascular Pharmacology
and Therapeutics - Fevereiro/2017

Abdulmaged M. Traish, PhD, MBA, Ahmad


Haider, MD, Karim Sultan Haider, MD(C),
Gheorghe Doros, PhD, e Farid Saad, DVM, PhD
Resumo

Objetivos:

Na falta de grandes estudos prospectivos e controla- lo de efeitos mistos para medições repetidas, com
dos por placebo de maior duração, evidências consi- um efeito randômico para a interseção e efeitos fixos
deráveis sobre a segurança e ao risco de terapia com para tempo, grupo e a interação entre eles. Para con-
testosterona (TT) em relação aos resultados cardio- siderar as diferenças existentes no início do estudo
vasculares (CV) só podem ser coletadas por estudos entre os dois grupos, as mudanças foram ajustadas
empíricos. Até agora, há poucos estudos comparan- para idade, peso, circunferência de cintura, glicose
do os efeitos de TT de longo prazo em homens com em jejum, pressão arterial e lipídios.
hipogonadismo que foram tratados ou permanece-
ram sem tratamento com testosterona (T), por razões Resultados:
óbvias. Estabelecemos um registro para avaliar a efi-
cácia e a segurança em longo prazo da testosterona Houve 2 óbitos no grupo tratado, nenhum relaciona-
em homens com uma condição urológica. Aqui, pro- do a eventos CV. Houve 21 óbitos no grupo controle,
curamos comparar os efeitos da testosterona em um 19 dos quais foram relacionados a eventos CV. A in-
conjunto de parâmetros que pensa-se contribuir para cidência de óbito em 10 anos-pacientes foi 0,1145
o risco CV em homens com hipogonadismo tratados e no grupo controle (intervalo de confiança 95% [IC]:
não tratados (grupo controle). 0,0746-0,1756; P < 0,000) e 0,0092 no grupo trata-
do (95% IC: 0,0023-0,0368; P < 0,000); a diferença
Pacientes e métodos estimada entre os grupos foi 0,0804 (95% IC: 0,0189-
0,3431; P < 0,001). A redução de mortalidade esti-
Estudo de registro cumulativo, prospectivo, empíri- mada para o grupo tratado ficou entre 66% e 92%.
co, em 656 homens (idade: 60,7 ± 7,2 anos) com Houve também 30 AVC's não-fatais e 26 infartos do
níveis totais de T ≤12,1 nmol/L e sintomas de hipo- miocárdio não-fatais no grupo controle e nenhum no
gonadismo. No grupo tratado, os homens (n = 360) grupo tratado.
receberam undecanoato de testosterona parenteral
(UT) 1000 mg/12 semanas e foram acompanhados Conclusão:
durante um intervalo inicial de 6 semanas por até
10 anos. Homens (n = 296) que optaram por não fa- O UT foi bem tolerado com excelente adesão, suge-
zer a TT serviram como controles. O tempo médio de rindo um elevado nível de satisfação dos pacientes.
acompanhamento em ambos os grupos foi de 7 anos. A mortalidade relacionada à doença CV foi significa-
As medições foram feitas ao menos duas vezes por tivamente reduzida no grupo tratado.
ano, e 8 anos de dados foram analisados.
Palavras-chave: testosterona, risco cardiovascular,
Alterações médias ao longo do tempo entre os dois mortalidade, hipogonadismo, parâmetros antropo-
grupos foram comparadas por médias de um mode- métricos, função cardiometabólica.
Introdução

A testosterona (T) é um hormônio esteroide que modu- mortalidade e acredita-se que ela seja benéfica.[23-30] De
la múltiplas funções fisiológicas e regula o metabolismo 9 meta-análises publicadas até o momento, todas, exceto
de carboidratos, proteínas e lipídios.[1-10] Esse hormônio é uma, demonstraram que nenhum prejuízo sério incorreu
um modulador fisiológico crítico para a estrutura e função da TT; pelo contrário, a TT está associada a benefícios
muscular e regula o processo de adipogênese[1,3]. T é um significantes na saúde geral.[12,13] É importante destacar
hormônio metabólico e vascular necessário para a ma- que, como a obesidade, o diabetes, a RI, a dislipidemia, a
nutenção da função fisiológica geral na saúde masculina. SMet, a hipertensão e a hiperglicemia são considerados
[1-11]
fatores de risco CV, é esperado que qualquer modalidade
terapêutica que melhore esses componentes reduza o
A deficiência de testosterona (DT) contribui para diver- risco CV. Assim, não surpreende que, da mesma maneira
sos processos patofisiológicos e afeta de maneira geral como trabalhos publicados mostram que a TT melhora a
a saúde e a qualidade de vida masculina[2,12,13] A DT ad- SMet; melhora o perfil lipídico, a hiperglicemia, a pressão
versamente reduz a densidade mineral óssea e a massa sanguínea, a inflamação e a RI; aumenta a massa cor-
muscular e aumenta a massa de gordura, contribuindo poral magra; melhora a densidade mineral óssea; reduz
para o aumento do índice de massa corporal (IMC). A DT a circunferência de cintura (CC); e melhora o vigor e a
contribui para a anemia, fraqueza, fadiga e resistência a vitalidade, seja provável que a TT também reduza o risco
insulina (RI). Outros efeitos adversos da DT incluem alte- de DCV e a mortalidade.[12,13]
rações de humor, vitalidade diminuída e níveis reduzidos
de energia e de sensação de bem-estar juntamente com Ao longo das últimos anos, 4 trabalhos surgiram na li-
memória debilitada e cognição reduzida. A DT também teratura clínica tentando atribuir à TT aumento de risco
está associada à redução da libido, aumento de disfunção CV e óbito.[31-34] Uma análise meticulosa desses estudos
erétil e do orgasmo. A DT está correlacionada à função foi realizada por diversos pesquisadores[12,13] assim como
social e física ruim e declínio na saúde de maneira ge- pela Food and Drug Administration (FDA),[35] todos che-
ral[2,12,13] A DT prediz síndrome metabólica (SMet), diabe- gando à mesma conclusão de que tais estudos não têm
tes e obesidade.[2,12,13] crédito nem são convincentes em relação ao suposto ris-
co CV devido a falhas metodológicas, à contaminação de
Uma vez que a SMet, a obesidade e o diabetes são fatores dados e ao uso de métodos estatísticos inválidos. Sete
de risco para doença cardiovascular (DCV), é provável que estudos recentes[23-30] não confirmaram os achados da-
a DT aumente o risco de DCV como resultado por poten- queles estudos.[31-34] Pelo contrário, nenhum deles relatou
cializar tais fatores. Antonio et al e Laaksonen et al[14,15] uma associação entre a TT e o aumento no risco CV ou o
mostraram que níveis reduzidos de T são previsores inde- aumento de mortalidade. Um recente estudo controlado
pendentes de SMet. Além disso, em um estudo epidemio- randomizado com 790 homens tratados ou não com T
lógico grande e bem executado com um longo período de durante um ano confirmou que não houve aumento no
acompanhamento foi demonstrado que níveis mais ele- risco de DCV.[30] Pelo contrário, no segundo ano de acom-
vados de T endógena são protetores e estão associados a panhamento, o estudo mostrou mais eventos CV no gru-
reduzido risco de DCV, ao passo que níveis reduzidos de T po placebo do que no grupo tratado.[30]
estão associados ao risco elevado de eventos CV, doença
coronária e doença cerebrovascular (DCbV).[16] Fizemos este estudo para investigar os riscos e os benefí-
cios da TT em homens com DT tratados por até 8 anos e
Revisões recentes[12,13] sugeriram que a TT em homens comparar esses benefícios àqueles em homens com DT
com DT não está associada ao aumento de risco CV. Pelo que permaneceram sem tratamento pelo mesmo período
contrário, a TT parece ser protetora. Deve ser ressaltado em uma condição clínica que representa o que é obser-
que a TT tem sido usada nos últimos 70 anos[16-22] com vado na vida real. Nossas descobertas estão resumidas
risco baixo ou não demonstrável. Na verdade, estudos re- nesse trabalho.
centes sugeriram que a TT não aumenta o risco CV ou a
Pacientes e métodos Avaliação e acompanhamento

Esse foi um estudo de registro cumulativo, prospec- As medições foram feitas ao menos duas vezes por
tivo, empírico, em 656 homens (idade: 60,72 ± 7,15 ano, e 8 anos de dados foram analisados. Medimos
anos) com níveis totais de T ≤12,1 nmol/L e sinto- ou calculamos os seguintes parâmetros — níveis
mas de hipogonadismo. Foram seguidas as diretri- plasmáticos totais de T, peso, CC, IMC, hemoglobina,
zes éticas formuladas pela “Ärztekammer” Alemã hematócrito, níveis de glicose em jejum e hemoglo-
(Associação Médica Alemã) para estudos empíricos bina glicosilada (HbA1c), pressão sanguínea sistólica
em pacientes que recebem tratamento padrão. Após (PSS) e pressão sanguínea diastólica (PSD), frequên-
receberem uma explicação sobre a natureza e o pro- cia cardíaca, pressão de pulso, duplo produto, perfil
pósito do estudo, todos os pacientes concordaram lipídico (colesterol total [CT], LDL, HDL, triglicerídeos
em serem incluídos do registro e terem seus dados [TG]), proteína C-reativa e transaminases hepáticas.
analisados. Medições dos parâmetros avaliados nes- Também avaliamos o volume de próstata e o antígeno
te estudo foram realizados como descrito anterior- prostático específico e questionários que incluíam o
mente.[36,37] Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (IPSS –
International Prostatic Symptom Score), os Sintomas
Homens que procuraram tratamento médico devido do Envelhecimento Masculino (AMS - Aging Males’
a queixas urológicas foram incluídos. No grupo tra- Symptoms) e o Índice Internacional de Função Erétil,
tado, 360 homens receberam undecanoato de tes- domínio Função Erétil (IIFE-EF - International Index of
tosterona parenteral (TU) 1000 mg/12 semanas e Erectile Function, Erectile Function domain). As medi-
foram acompanhados durante um intervalo inicial de ções foram realizadas entre 2 e 4 vezes por ano e a
6 semanas por até 10 anos. Homens (n = 296) que média anual foi calculada.
optaram por não receber a TT, principalmente por ra-
zões financeiras, mas também devido à percepção
negativa da TT como um tratamento de risco, servi-
ram como controles. O tempo médio de acompanha-
mento em ambos os grupos foi de 7 anos.
Métodos estatísticos vários) baseados no escore. A combinação foi feita
por seleção do vizinho mais próximo com a calibra-
No grupo tratado, os pacientes retornaram trimes- gem configurada para uma fração do desvio padrão
tralmente para tomar as injeções de UT, enquanto no (DP) do escore de propensão. Vários cenários foram
grupo controle, os pacientes retornaram semestral- considerados. Primeiro, tentamos criar um escore de
mente para visitas de rotina. Foi calculada a média propensão baseado nas seguintes variáveis — idade,
dos dados dos pacientes que participaram dos es- CC, peso, PSS e PSD, CT, HDL, LDL, TG, AMS e glico-
tudos em ambos os grupos ao longo de cada ano. se. Aquele modelo discriminou tratados e controles
Assim, os dados anuais obtidos foram usados para bem demais, resultando em uma sobreposição de
avaliar as diferenças entre os dois grupos enquanto distribuições de escore de propensão muito pequena.
eram ajustadas as possíveis variáveis de confusão. A Criamos então um escore de propensão baseado nas
análise multivariada ajustada e o método de parea- seguintes variáveis — idade, IMC e CC. A combina-
mento por escore de propensão foram usados para ção 1:1 foi feita escolhendo a combinação do vizinho
comparar os dois grupos ao longo do tempo enquan- mais próximo com calibragem para 0,2 DP do escore
to eram ajustados para diferenças de linha de base de propensão. Além disso, exploramos a combinação
(diferenças existentes entre os grupos no início do 1:1 com calibragem em 0,5 DP e a combinação 1:2
estudo). com calibragens em 0,2 DP e 0,5 DP.
Esses cenários adicionais não resultaram em ne-
Análise multivariada ajustada nhum ganho adicional na amostra combinada. As
análises foram realizadas usando o software SAS 9.3
Na análise multivariada ajustável, mudanças a par- (SAS Institute, Cary, North Carolina).
tir da linha de base em parâmetros (peso, CC, etc.)
foram analisados usando um modelo misto para me- Resultados
dições repetidas em termos de tratamento, visita e
interação tratamento-por-visita como fatores fixos e As características basais e as comorbidades dos
idade, CC, peso, PSS e PSD, CT, HDL, LDL, TG, AMS, pacientes incluídos neste registro e relatadas neste
glicose e valores basais dos parâmetros como cova- artigo estão exibidas na Tabela 1. Um total de 656
riáveis. Valores basais dos parâmetros são os parâ- pacientes foram incluídos no estudo e acompanha-
metros registrados anteriormente às injeções de UT. dos por até 8 anos. No grupo que optou por não fazer
Um efeito randômico foi incluído no modelo para a a TT (daqui em diante referida como não tratados,
interseção. As diferenças das médias ajustadas entre grupo controle), um total de 296 pacientes foi acom-
os grupos a cada ponto temporal e ao longo do tempo panhado. A idade basal média era 64,8 ± 4,3 anos,
dentro de cada grupo foram estimadas usando 'es- com média de acompanhamento de 6,5 ± 1,2 anos
timate statements' no SAS PROC MIXED, Versão 9.3 e mediana de acompanhamento de 7 anos. O grupo
(2011) fornecido pelo SAS Institute Inc, Cary, North tratado consiste em 360 pacientes com idade basal
Carolina. média de 57,4 ± 7,3 anos, com média de acompa-
nhamento de 6,5 ± 2,4 anos e mediana de acompa-
Análise de pareamento de propensão nhamento de 7 anos. No grupo controle, houve 12
homens que foram diagnosticados com câncer de
Nossa estratégia geral para o método de pareamen- próstata durante o período de acompanhamento. No
to de propensão dos pacientes em tratamento ativo grupo tratado, houve 7 homens que foram diagnos-
para aqueles sem tratamento incluiu o cálculo de ticados com câncer de próstata durante o período
um escore de propensão baseado em modelo de re- de acompanhamento. Além disso, no grupo contro-
gressão logística e a seleção de pares (ou um para le houve 21 óbitos, 19 dos quais foram atribuídos a
DCV. No grupo tratado, ocorreram 2 óbitos, nenhum
atribuído a DCV. Devemos enfatizar que os dois gru- o grupo tratado ficou entre 66% e 92%. Houve 26 IM
pos são comparados em termos de mudanças em não-fatais (Tabela 3) e 30 AVC não-fatais (Tabela 4)
relação à linha de base e não de valores absolutos. no grupo controle e nenhum no grupo tratado.
Isso foi feito, em parte, para garantir que as dife-
renças entre os dois grupos no início do estudo não Impacto da TT na hiperglicemia e nos níveis de
contribuíssem para as diferenças observadas entre HbA1c em homens com hipogonadismo tratados ou
os grupos. Os dados apresentados aqui refletem a não com TT por até 8 anos
diferença entre as médias ajustadas estimadas entre
os dois grupos. A TT reduziu significativamente os níveis de glico-
se sanguínea em homens com hipogonadismo (5,7
Impacto da TT na mortalidade e no infarto do miocár- ± 0,7 a 5,2 ± 0,1 mmol/L). Quando os dados foram
dio e no AVC não-fatais ajustados para as diferenças de linha de base, a di-
ferença ajustada entre os grupos tratado e controle
Neste registro, o tempo de acompanhamento para o mostrou uma redução progressiva nos níveis de gli-
grupo todo (em meses) foi de 73,29 ± 22,9 (mínimo: cose a partir da linha de base (Figura 1A). A alteração
9; máximo: 111) e no grupo controle foi de 74,37 ± estimada a partir da linha de base foi −0,4 mmol/L
13,60 (mínimo: 24; máximo: 90). No grupo tratado, P < 0,0001).
o tempo de acompanhamento foi de 72,4 ± 28,35
(mínimo: 9; máximo: 111). Conforme exibido na Ta- Em contraste, os níveis de glicose sanguínea em ho-
bela 2, ocorreram 2 óbitos no grupo tratado, nenhum mens não tratados não exibiu alterações demonstrá-
relacionado a eventos CV. Um foi atribuído a trom- veis (5,6 ± 0,4-5,6 ± 0,3 mmol/L). A alteração a partir
boembolismo póscirúrgico e 1 foi devido a acidente da linha de base foi −0,002 mmol/L (não significante
de trânsito. No grupo controle, ocorreram 21 óbitos, [NS]). A mais profunda observação foi a alteração evi-
19 dos quais foram relacionados a eventos CV. Cinco
foram atribuídos a infarto do miocárdio (IM), 4 a aci-
dente vascular cerebral (AVC), 7 a insuficiência car-
díaca, 2 a tromboembolismo, 1 a embolia pulmonar e
1 a pneumonia e insuficiência respiratória (Tabela 2).
A incidência de óbito em 10 anos foi 0,1145 no gru-
po controle (intervalo de confiança 95% [IC]: 0,0746-
0,1756; P < 0,000) e 0,0092 no grupo tratado (95%
IC: 0,0023-0,0368; P < 0,000); a diferença estimada
entre os grupos foi 0,0804 (95% IC: 0,0189-0,3431;
P < 0,001). A redução de mortalidade estimada para
Tabela 1. Características de linha de base, comorbidades e medicação concomitante no início do
estudo no total de grupos tratado e controle e nos grupos de pareamento de propensão.a

Total Grupo Total Grupo Não-trata- Valor P entre Combinação Grupo Combinação Grupo Valor P entre
Tratado (n=360) do (Controle; n=296) os grupos; Tratado (n=82); Controle (n=82) os grupos
Idade média, anos 57.4 (7.3) 64.8 (4.3) <.0001 61.7 (5.1) 61.6 (2.9) NS
Média de acompanhamento, anos 6.5 (2.4) 6.5 (1.2) – 7.0 (2.6) 6.4 (1.3)
Mediana de acompanhamento, anos 7 7 7 8
Doenças concomitantes na linha de base
Diabetes mellitus tipo 1 24 (6.7%) 4 (1.4%) <.001 3 (3.7%) 1 (1.2%) NS
Diabetes mellitus tipo 2 113 (31.4%) 117 (39.5%) <.05 31 (37.8%) 30 (36.6%) NS
Infarto do miocárdio prévio 40 (11.1%) 23 (7.8%) NS 13 (15.9%) 7 (8.5%) NS
AVC prévio 6 (1.7%) 24 (8.1%) <.0001 1 (1.2%) 6 (7.3%) NS
Diagnóstico prévio de doença arterial coronária 40 (11.1%) 67 (22.6%) <.0001 5 (6.1%) 18 (22.0%) <.005
Medicação concomitante na linha de base
Drogas antidiabéticas 114 (31.8%) 117 (39.5%) <.05 28 (34.1%) 30 (36.6%) NS
Drogas anti-hipertensivas 165 (45.8%) 81 (27.4%) <.0001 33 (40.2%) 23 (28.0%) NS
Drogas hipolipidêmicas 137 (38.1%) 155 (52.4%) <.0005 27 (32.9%) 50 (61.0%) <.0005
Antropometria
Peso, Kg 103.9 (16.5) 91.8 (10.6) <.0001 96.7 (15.8) 93.9 (9.4) NS
IMC, Kg/m2 33.1 (5.4) 29.3 (3.5) <.0001 30.7 (4.9) 30.5 (3.3) NS
Circunferência de cintura, cm 105.8 (8.6) 106.7 (7.5) NS 106.1 (9.2) 106.0 (6.7) NS
Controle glicêmico
Glicose em jejum, mmol/L 5.7 (0.7) 5.6 (0.4) NS 5.8 (0.9) 5.5 (0.4) <.05
HbA1c 6.9 (1.4) 6.1 (1.2) <.0001 7.1 (1.3) 6.0 (1.2) <.0001
Outros parâmetros metabólicos
Colesterol total, mmol/L 7.2 (1.1) 6.3 (1.2) <.0001 7.2 (1.2) 6.6 (1.2) <.005
Colesterol LDL, mmol/L 1.4 (0.5) 1.3 (0.5) <.0005 1.3 (0.5) 1.2 (0.5) NS
Colesterol HDL, mmol/L 4.2 (1.1) 3.5 (1.5) <.0001 4.2 (1.0) 3.8 (1.6) NS
Triglicerídeos, mmol/L 3.1 (0.6) 2.9 (0.6) <.0001 3.1 (0.6) 3.0 (0.6) NS
Colesterol total: razão HDL 5.6 (1.9) 6.2 (3.5) <.05 6.1 (2.3) 6.9 (3.4) NS
Colesterol não-HDL, mmol/L 5.8 (0.9) 5.0 (1.3) <.0001 5.8 (0.9) 5.4 (1.3) <.05
Pressão sanguínea sistólica, mm HG 151.3 (17.0) 139.5 (15.0) <.0001 150.6 (16.5) 138.7 (15.5) <.0001
Pressão sanguínea diastólica, mm Hg 90.6 (11.6) 79.6 (9.2) <.0001 90.6 (10.2) 79.0 (8.6) <.0001
Frequência cardíaca, bpm 77.5 (3.7) 76.2 (5.0) <.0001 77.6 (3.5) 75.7 (5.3) <.01
Pressão de pulso, mm Hg 60.7 (7.7) 59.9 (10.2) NS 60.0 (8.5) 59.7 (10.4) NS
Duplo produto 11 751 (1610) 10 623 (1347) <.0001 11 703 (1471) 10 500 (1450) <.0001

Transaminases hepáticas
AST, U/L 39.6 (15.8) 23.4 (4.8) <.0001 44.4 (19.0) 23.2 (5.0) <.0001
ALT, U/L 41.7 (15.9) 27.4 (4.9) <.0001 47.7 (20.4) 27.1 (5.1) <.0001
Testosterona total, nmol/L 9.8 (1.3) 9.6 (1.2) <.05 9.6 (1.4) 9.6 (1.1) NS

Abreviações: ALT, alanina aminotransferase; AST, aspartato aminotransferase; IMC, índice de massa corporal; HbA1c, hemoglobina glicosi-
lada; HDL, lipoproteína de baixa densidade; LDL, lipoproteína de alta densidade; NS, não significante; DP, desvio padrão.a
Os dados estão mostrados como médias (DP)
Tabela 2. Mortalidade nos grupos tratado e controle durante o período de acompanhamento.
DURAÇÃO DO
INÍCIO DA DATA DE ÓBITO/ TRATAMENTO, NÍVEIS DE T NA NÍVEIS DE T IIEF-EF NA IIEF-EF
ID COMORBIDADES CAUSA DO ÓBITO
TERAPIA EVENTO LINHA DE BASE NO FINAL LINHA DE BASE NO FINAL
MESES

Grupo tratado (n=2)

184 2008 Abril 2015 72 Crohn’s disease, ED 9.7 18.7 17 26 Tromboembolismo pós-cirúrgico
247 2010 Maio 2015 54 Osteoporose, T2DM 10.1 18.0 23 29 Acidente de trânsito

Grupo controle (n=21)

Osteoporose, T2DM, IM,


1 2009 Outubro 2015 66 10.7 7.3 20 12 Embolia pulmonar
CAD, ED
31 2007 Setembro 2015 90 T2DM, CAD, ED 7.3 6.2 22 7 IM
278 2009 Novembro 2012 30 T2DM, IM, CAD, ED 7.3 6.2 13 7 AVC
279 2010 Outubro 2013 30 T1DM, Stroke, ED 10.1 6.2 14 6 IM
280 2008 Novembro 2012 42 IM, CAD, ED 10.7 7.6 13 6 Insuficiência cardíaca
Pneumonia e insuficiência
281 2009 Março 2013 36 T2DM, Stroke, CAD, ED 11.4 8.3 11 8
respiratória
282 2008 Abril 2012 36 T1DM, Stroke, CAD, ED 9.0 8.7 13 9 IM
283 2009 Dezembro 2013 42 IM, ED 10.7 8.7 14 8 Tromboembolismo
284 2007 Fevereiro 2011 36 AVC, ED 9.7 9.7 12 9 Insuficiência cardíaca
285 2010 Novembro 2014 42 IM, ED 10.1 8.0 11 8 IM
286 2011 Setembro 2014 30 T2DM, CAD, ED 10.4 9.4 13 7 Tromboembolismo
287 2007 Fevereiro 2010 24 T2DM, CAD, ED 9.4 10.1 12 9 Insuficiência cardíaca
288 2009 Maio 2013 36 T1DM, AVC, CAD, ED 9.7 7.3 14 6 Insuficiência renal
289 2006 Dezembro 2009 36 IM, AVC, ED 9.4 9.7 12 7 Insuficiência cardíaca
290 2007 Março 2011 48 T2DM, AVC, CAD, ED 10.1 9.4 13 9 IM
291 2007 Junho 2010 36 CAD, ED 9.7 9.7 12 8 Tromboembolismo
292 2009 Março 2013 36 IM, CAD, ED 10.1 8.3 14 6 AVC
293 2006 Julho 2010 42 AVC, CAD, ED 11.1 8.7 13 7 Insuficiência cardíaca
294 2007 Dezembro 2013 66 T2DM, IM, AVC, CAD, ED 11.4 9.4 12 7 AVC
295 2006 Janeiro 2012 60 T2DM, CAD, ED 10.4 10.1 15 6 Insuficiência cardíaca
296 2009 Março 2015 60 T2DM, IM, CAD, ED 10.1 9.7 13 8 AVC

Abreviações: CAD, doença coronária; ED, disfunção erétil; IIEF-EF, Índice Internacional de Função Erétil, domínio Função Erétil; IM, infarto
do miocárdio; T1DM, diabetes mellitus tipo 1; T2DM, diabetes mellitus tipo 2; AVC, acidente vascular cerebral
Tabela 3. Infarto do miocárdio não-fatal nos grupos tratado e controle durante o período de acompanhamento.
CTRL IM (N=26)

INÍCIO DO DATA DO NÍVEIS DE T NA NÍVEIS DE T IIEF-EF NA LINHA


ID MESES COMORBIDADES IIEF-EF NO FINAL
ACOMPANHAMENTO EVENTO LINHA DE BASE NO FINAL DE BASE
1 2009 2012 66 T2DM, osteoporose, CAD, IM, ED 10.7 7.3 20 12
15 2007 2011 96 T2DM, osteoporose, CAD, ED 9.4 8.0 24 10
33 2008 2014 90 CAD, ED 7.3 5.9 20 8
35 2009 2012 72 T2DM, ED 10.1 9.0 18 8
44 2009 2013 72 Osteoporose, CAD, ED 9.7 9.0 21 9
46 2008 2014 90 ED 5.9 5.9 23 7
50 2007 2013 96 T2DM, AVC, CAD, ED 9.0 8.7 19 8
69 2007 2013 96 T2DM, ED 6.6 8.3 16 10
80 2007 2014 102 T2DM, ED 9.4 6.2 16 7
91 2009 2012 78 T2DM, IM, CAD, ED 8.7 10.1 17 10
113 2008 2013 84 ED 9.4 8.7 16 10
115 2008 2013 84 CAD, ED 8.7 10.1 18 10
129 2007 2012 96 T2DM, CAD, ED 9.7 10.1 21 10
144 2009 2013 78 T2DM, AVC, CAD, ED 10.7 9.4 21 11
147 2007 2013 102 ED 7.3 8.0 21 7
151 2008 2014 90 AVC, ED 10.4 10.4 21 11
175 2008 2014 96 ED 7.3 8.3 22 7
181 2008 2013 84 ED 10.4 9.4 20 11
207 2009 2013 72 T2DM, psoriasis, ED 9.0 9.4 24 11
223 2009 2014 78 ED 8.0 9.7 22 10
229 2010 2013 66 T2DM, AVC, ED 10.1 9.0 23 11
231 2007 2013 96 T2DM, ED 10.4 10.1 23 11
243 2007 2013 96 T2DM, AVC, CAD, ED 9.7 9.0 21 10
248 2008 2012 84 ED 9.7 9.0 22 12
257 2008 2010 96 T2DM, ED 10.4 8.0 24 7
265 2007 2012 96 ED 10.4 10.4 22 11

Abreviações: CAD, doença coronária; ED, disfunção erétil; IIEF-EF, Índice Internacional de Função Erétil, domínio Função Erétil; IM, infarto do
miocárdio; T1DM, diabetes mellitus tipo 1; T2DM, diabetes mellitus tipo 2

dente nos níveis de HbA1c em homens tratados com Análises de subgrupos comparando os efeitos da TT
T quando comparados com o grupo controle (Tabelas em homens diabéticos mostrou redução considerá-
5 e 6). Como é mostrado na Figura 1B, os níveis de vel e significante nos valores de HbA1c comparados
HbA1c foram significativamente reduzidos no grupo a homens diabéticos sem tratamento (grupo contro-
tratado, e os valores reduzidos foram mantidos com le; dados não mostrados). Isso é consistente com
a TT ao longo do acompanhamento. A hemoglobina as observações relatadas anteriormente por outros
glicosilada foi registrada de 6,9% ± 1,4% a 5,6% ± autores.[38-43] As reduções na HbA1c pela TT têm im-
0,4%, com uma alteração estimada da linha de base portantes implicações na redução na carga de IR em
de −1,7% P < 0,0001). Após os ajustes para as dife- homens diabéticos e também na redução do risco
renças de linha de base, a diferença ajustada entre de DCV.
os grupos tratado e controle mostrou uma redução
progressiva nos níveis de HbA1c a partir da linha de
base (Figura 1B). Em contraste, a HbA1c aumentou
no grupo controle da linha de base 6,1% ± 1,2% a
6,4% ± 1,4%, com uma alteração a partir da linha de
base de +0,3% P < 0,0001).
Impacto da TT na PSS e na PSD em homens com tratado de 60,7 ± 7,7 mmHg para 55,6 ± 4,9 mmHg
Hipogonadismo tratados e não tratados com TT por (P < 0,0001) e permaneceu sem alteração no grupo
até 8 anos controle. A frequência cardíaca (batidas por minuto)
diminuiu no grupo tratado de 77,5 ± 3,7 para 72,4
A pressão sanguínea sistólica reduziu de 151,3 ± ± 2,1 (P < 0,0001) e aumentou sutilmente, no grupo
17,0 mm Hg para 130,0 ± 6,6 mm Hg no grupo tra- controle de 76,2 ± 5,0 para 77,6 ± 4,0 (P < 0,01). O
tado (P < 0,0001) e aumentou sutilmente, de 139,5 duplo produto diminuiu de 11 751 ± 1610 para 9421
± 15 mm Hg para 140,3 ± 13,3 mm Hg no grupo ± 617 no grupo tratado (P < 0,0001) e aumentou
controle (P < 0,005). A pressão sanguínea diastóli- de 10 623 ± 1347 para 10 890 ± 1106 no grupo
ca reduziu de 90,6 ± 11,6 mm Hg para 74,4 ± 4,6 controle (P < 0,0005), com uma diferença estima-
mm Hg no grupo tratado (P < 0,0001) e aumentou da entre os grupos de −2656 (Tabelas 5 e 6). Essas
sutilmente, de 79,6 ± 9,2 mm Hg para 81,1 ± 8,4 descobertas sugerem que a TT em longo prazo em
mm Hg no grupo controle (P < 0,005). Após os ajus- homens com hipogonadismo resultou em reduções
tes para as diferenças de linha de base, a diferença significativas tanto na PSS quanto na PSD, conforme
ajustada entre os grupos tratado e controle mostrou previamente relatado.[36,37,44,45-53]
uma redução progressiva na PSS e na PSD a partir
da linha de base (Figura 2A e B). A pressão de pulso,
um marcador da rigidez arterial, diminuiu no grupo
Tabela 4. Acidente vascular cerebral não-fatal nos grupos tratado e controle durante o período de acompanhamento.
CTRL AVC (n=30)

DURAÇÃO DO
INÍCIO DO ACOMPA- DATA DE EVENTO ACOMPANHAMENTO, NÍVEIS DE T NA NÍVEIS DE T NO IIEF-EF NA IIEF-EF
ID COMORBIDADES
NHAMENTO LINHA DE BASE FINAL LINHA DE BASE NO FINAL
MESES
1 2009 2013 66 T2DM, osteoporosis, CAD, IM, ED 10.7 7.3 20 12
5 2007 2014 102 T2DM, ED 11.1 9.0 21 7
14 2008 2013 84 T2DM, ED 10.7 7.3 20 8
16 2008 2010 90 ED 10.7 9.7 23 9
21 2008 2013 90 T2DM, ED 10.1 8.7 21 9
31 2007 2014 90 T2DM, CAD, ED 7.3 6.2 22 7
33 2008 2009 90 CAD, ED 7.3 5.9 20 8
35 2009 2013 72 T2DM, ED 10.1 9.0 18 8
44 2009 2014 72 osteoporosis, CAD, ED 9.7 9.0 21 9
50 2007 2014 96 T2DM, stroke, CAD, ED 9.0 8.7 19 8
71 2008 2013 84 ED 9.7 10.1 15 11
83 2007 2012 102 T2DM, CAD, ED 6.9 5.9 18 11
89 2008 2013 90 T2DM, osteoporosis, CAD, ED 9.4 10.1 17 11
99 2008 2013 90 ED 6.6 9.4 19 12
112 2009 2014 78 osteoporosis, ED 8.3 8.3 17 10
127 2009 2014 78 CAD, ED 9.0 9.7 23 13
138 2008 2013 90 T2DM, ED 10.4 10.4 21 12
166 2007 2013 96 T2DM, osteoporosis, stroke, CAD, ED 10.4 9.4 21 10
177 2008 2013 84 psoriasis, ED 9.0 9.4 20 11
194 2010 2014 66 osteoporosis, stroke, ED 11.1 9.0 21 11
198 2008 2014 90 osteoporosis, ED 8.7 8.7 21 10
205 2009 2013 78 T2DM, ED 8.0 8.0 23 12
212 2007 2013 102 ED 9.4 8.0 22 9
217 2010 2014 66 stroke, ED 9.4 9.7 12 10
236 2009 2013 78 T2DM, osteoporosis, CAD, ED 10.4 9.7 22 10
237 2009 2013 84 T2DM, ED 10.4 8.0 23 10
257 2008 2015 96 T2DM, ED 10.4 8.0 24 7
261 2007 2013 96 CAD, ED 9.4 9.4 22 10
271 2010 2013 60 CAD, ED 12.1 10.4 23 14
277 2008 2013 90 T2DM, osteoporosis, ED 9.4 8.3 21 10

Abreviações: CAD, doença coronária; ED, disfunção erétil; IIEF-EF, Índice Internacional de Função Erétil, domínio Função Erétil; IM, infarto
do miocárdio; T1DM, diabetes mellitus tipo 1; T2DM, diabetes mellitus tipo 2; AVC, acidente vascular cerebral

Impacto da TT nos perfis lipídicos em homens com no grupo tratado. Após os ajustes para as diferenças
hipogonadismo tratados e não tratados com TT por de linha de base, a diferença entre os grupos tratado
até 8 anos e controle mostrou uma redução progressiva no co-
lesterol LDL a partir da linha de base (Figura 3B). A
Conforme mostrado na Figura 3A–D e nas Tabelas 5 e TT aumentou os níveis de HDL (mmol/L) de 1,4 ± 0,5
6 a TT produziu significativa redução no CT (mmol/L) para 1,9 ± 0,5 (P < 0,0001). Também percebemos
de 7,2 ± 1,1 para 4,8 ± 0,2 (P < 0,0001), enquanto um aumento no grupo controle de 1,3 ± 0,5 para 1,6
no grupo controle o CT aumentou de 6,3 ± 1,2 para ± 0,7 (P < 0,0001). Esse aumento nos níveis de HDL
6,8 ± 1,1 (P < 0,0001). Após os ajustes para as dife- no grupo tratado por significativas reduções nos ní-
renças de linha de base, a diferença entre os grupos veis de LDL (mmol/L) de 4,2 ± 1,1 para 2,7 ± 0,8 (P <
tratado e controle mostrou uma redução progressiva 0,0001). Após os ajustes para as diferenças de linha
no CT a partir da linha de base (Figura 3A). No grupo de base, a diferença entre os grupos tratado e con-
controle, o LDL aumentou de 3,5 ± 1,5 para 4,0 ± trole mostrou um aumento progressiva no colesterol
1,5 (P < 0,0001), mas foi significativamente reduzido HDL a partir da linha de base (Figura 3C). Os níveis de
Glicose (mmol/L)

Tratado Controle Diferença ajustada


(Tratado - controle)

1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos

Tratado
Controle

Tratado Controle Diferença ajustada


(Tratado - controle)
1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos

Tratado
Controle

Figura 1. Alterações na glicose sanguínea em jejum e na hemoglobina glicosilada (HbA1c) nos grupos tratado e controle. (A) Alterações nos
níveis de glicose (barras amarelas) foram ajustadas para as diferenças de linha de base entre o grupo tratado (barras verdes) e o controle
(barras vermelhas). (B) Alterações na HbA1c (barras amarelas) foram ajustadas para as diferenças de linha de base entre o grupo tratado
(barras verdes) e o controle (barras vermelhas).

triglicerídeos (mmol/L) diminuíram no grupo tratado linha de base, a diferença entre os grupos tratado e
de 3,1 ± 0,6 para 2,1 ± 0,1 (P < 0,0001) e aumen- controle mostrou uma redução progressiva nos ní-
taram no grupo controle de 2,9 ± 0,6 para 3,1 ± 0,6 veis de TG a partir da linha de base (Figura 3D). Mais
(P < 0,0001). Após os ajustes para as diferenças de importante, a razão CT/HDL foi reduzida em ambos
Tabela 5. Valores das médias no início do estudo e em 8 anos e alterações nos parâmetros antropométricos, meta-
bólicos e hormonais da linha de base até 8 anos no total dos grupos tratado e controle.a
Total Grupo Total Grupo Diferenças ajus-
Tratado (n=360) Valor P da Controle (n=296) Valor P da linha tadas estimadas Valor P entre os
[Linha de linha de base de base entre os grupos grupos
8 anos Linha de base 8 anos aos 8 anos
base

Antropometria

Peso, Kg 103.9 (16.5) 86.9 <.0001 91.8 (10.6) 92.4 (9.0) <.0005 - 18.8 <.0001

IMC, Kg/m2 33.1 (5.4) 28.0 (3.0) <.0001 29.3 (3.5) 29.7 (3.1) <.0005 - 6.1 <.0001

Circunferência de cintura, cm 105.8 (8.6) 97.2 (6.5) <.0001 106.7 (7.5) 107.9 (6.4) <.0001 - 11.0 <.0001

Controle glicêmico

Glicose em jejum, mmol/L 5.7 (0.7) 5.2 (0.1) <.0001 5.6 (0.4) 5.6 (0.3) NS - 0.4 <.0001

HbA1c 6.9 (1.4) 5.6 (0.4) <.0001 6.1 (1.2) 6.4 (1.4) <.0001 - 1.8 <.0001

Outros parâmetros metabólicos

Colesterol total, mmol/L 7.2 (1.1) 4.8 (0.2) <.0001 6.3 (1.2) 6.8 (1.1) <.0001 - 2.6 <.0001

Colesterol LDL, mmol/L 1.4 (0.5) 1.9 (0.5) <.0001 1.3 (0.5) 1.6 (0.7) <.0001 0.5 <.0001

Colesterol HDL, mmol/L 4.2 (1.1) 2.7 (0.8) <.0001 3.5 (1.5) 4.0 (1.5) <.0001 - 1.8 <.0001

Triglicerídeos, mmol/L 3.1 (0.6) 2.1 (0.1) <.0001 2.9 (0.6) 3.1 (0.6) <.0001 - 1.1 <.0001

Colesterol total: razão HDL 5.6 (1.9) 2.6 (0.7) <.0001 6.2 (3.5) 5.6 (3.5) NS - 3.8 <.0001

Colesterol não-HDL, mmol/L 5.8 (0.9) 2.8 (0.5) <.0001 5.0 (1.3) 5.2 (1.4) NS - 3.8 <.0001

Pressão sanguínea sistólica, mm HG 151.3 (17.0) 130.0 (6.6) <.0001 139.5 (15.0) 140.3 (13.3) <.0005 - 24.3 <.0001

Pressão sanguínea diastólica, mm Hg 90.6 (11.6) 74.4 (4.6) <.0001 79.6 (9.2) 81.1 (8.4) <.005 - 16.0 <.0001

Frequência cardíaca, bpm 77.5 (3.7) 72.4 (2.1) <.0001 76.2 (5.0) 77.6 (4.0) <.01 - 6.3 <.0001

Pressão de pulso, mm Hg 60.7 (7.7) 55.6 (4.9) <.0001 59.9 (10.2) 59.3 (6.9) NS - 8.1 <.0001

Duplo produto 11751 (1610) 9421 (617) <.0001 10 623 (1347) 10 890 (1106) <.0005 - 2656 <.0001

Transaminases hepáticas

AST, U/L 39.6 (15.8) 16.1 (2.4) <.0001 23.4 (4.8) 40.3 (7.7) <.0001 - 27.4 <.0001

ALT, U/L 41.7 (15.9) 16.1 (3.0) <.0001 27.4 (4.9) 44.4 (7.8) <.0001 - 31.4 <.0001

Testosterona total, nmol/L 9.8 (1.3) 16.5 (1.7) <.0001 9.6 (1.9) 9.0 (1.4) <.05 7.0 <.0001

Abreviações: ALT, alanina aminotransferase; AST, aspartato aminotransferase; IMC, índice de massa corporal; HbA1c, hemoglobi-
na glicosilada; HDL, lipoproteína de baixa densidade; LDL, lipoproteína de alta densidade; NS, não significante; DP, desvio padrão.a
Os dados estão mostrados como médias (DP).

os grupos, mas não alcançou significância estatística (mmol/L) diminuiu no grupo tratado de 5,8 ± 0,9 para
no grupo controle. Como mostrado na Figura 4A, a 2,8 ± 0,5 (P < 0,0001) e aumentou no grupo controle
diferença entre os grupos tratado e controle mostrou de 5,0 ± 1,3 para 5,2 ± 1,4 (P < 0,0001). Após os
progressiva redução na razão CT/HDL de 5,6 ± 1,9 ajustes para as diferenças de linha de base, a di-
para 2,6 ± 0,7 no grupo tratado (P < 0,0001) e de ferença entre os grupos tratado e controle mostrou
6,2 ± 3,5 para 5,6 ± 3,5 no grupo controle (NS). Uma uma redução progressiva no colesterol não-HDL a
vez que a razão CT/HDL é considerado um parâmetro partir da linha de base (Figura 4B).
importante para a avaliação de risco CV, esta obser-
vação é de considerável significância para o papel
da TT e o risco CV. Finalmente, o colesterol não- HDL
Tabela 6. Valores das médias no início do estudo e em 8 anos e alterações nos parâmetros antropométricos, meta-
bólicos e hormonais da linha de base até 8 anos nas combinações, grupo tratado e controle conforme a análise pelo
método de propensão.a

Total Grupo Total Grupo Diferenças ajus-


Tratado (n=82) Valor P da linha Controle (n=82) Valor P da linha tadas estimadas Valor P entre
de base de base entre os grupos os grupos
Linha de base 8 anos Linha de base 8 anos aos 8 anos

Antropometria

Peso, Kg 96.7 (15.8) 83.2 (8.4) <.0001 93.9 (9.4) 95.1 (7.8) NS - 18.9 <.0001

IMC, Kg/m2 30.7 (4.9) 26.6 (2.6) <.0001 30.5 (3.3) 31.0 (3.0) NS - 6.0 <.0001

Circunferência de cintura, cm 106.1 (9.2) 98.3 (6.0) <.0001 106.0 (6.7) 107.7 (5.7) <.01 - 11.1 <.0001

Controle glicêmico

Glicose em jejum, mmol/L 5.8 (0.9) 5.2 (0.1) <.0001 5.5 (0.4) 5.5 (0.4) NS - 0.4 <.0001

HbA1c 7.1 (1.3) 5.5 (0.4) <.0001 6.0 (1.2) 6.4 (1.5) <.0005 - 1.8 <.0001

Outros parâmetros metabólicos

Colesterol total, mmol/L 7.2 (1.2) 4.8 (0.2) <.0001 6.6 (1.2) 7.0 (1.1) <.005 - 2.6 <.0001

Colesterol LDL, mmol/L 1.3 (0.5) 1.9 (0.4) <.0001 1.2 (0.5) 1.2 (0.7) <.005 0.5 <.0001

Colesterol HDL, mmol/L 4.2 (1.0) 2.7 (0.7) <.0001 3.8 (1.6) 4.3 (1.3) <.0001 - 1.8 <.0001

Triglicerídeos, mmol/L 3.1 (0.6) 2.1 (0.1) <.0001 3.0 (0.6) 3.3 (0.6) <.005 - 1.1 <.0001

Colesterol total: razão HDL 6.1 (2.3) 2.7 (0.7) <.0001 6.9 (3.4) 7.3 (3.4) NS - 4.2 <.0001

Colesterol não-HDL, mmol/L 5.8 (0.9) 2.9 (0.4) <.0001 5.4 (1.3) 5.8 (1.4) NS - 3.1 <.0001

Pressão sanguínea sistólica, mm HG 150.6 (16.5) 129.7 (6.8) <.0001 138.7 (15.5) 135.8 (5.7) <.05 - 24.3 <.0001

Pressão sanguínea diastólica, mm Hg 90.6 (10.2) 74.4 (4.5) <.0001 79.0 (8.6) 76.0 (4.4) NS - 16.0 <.0001

Frequência cardíaca, bpm 77.6 (3.5) 72.1 (1.5) <.0001 75.7 (5.3) 77.8 (5.1) <.05 - 6.3 <.0001

Pressão de pulso, mm Hg 60.0 (8.5) 55.4 (5.1) <.0001 59.7 (10.4) 59.8 (4.0) NS - 8.1 <.0001

Duplo produto 11 703 (1471) 11 703 (1471) <.0001 10 500 (1450) 10 567 (865) <.005 - 2654 <.0001

Transaminases hepáticas

AST, U/L 44.4 (19.0) 16.7 (3.0) <.0001 23.2 (5.0) 40.4 (8.7) <.0001 - 27.4 <.0001

ALT, U/L 47.7 (20.4) 16.5 (3.1) <.0001 27.1 (5.1) 44.4 (8.4) <.0001 - 31.4 <.0001

Testosterona total, nmol/L 9.6 (1.4) 16.6 (1.9) <.0001 9.6 (1.1) 8.8 (1.6) <.05 - 7.0 <.0001

Abreviações: ALT, alanina aminotransferase; AST, aspartato aminotransferase; IMC, índice de massa corporal; HbA1c, hemoglobi-
na glicosilada; HDL, lipoproteína de baixa densidade; LDL, lipoproteína de alta densidade; NS, não significante; DP, desvio padrão.a
Os dados estão mostrados como médias (DP).
Pressão sanguínea sistólica (mmHg)

Tratado Controle Diferença ajustada


(Tratado - controle)
1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos
Tratado
Controle
Pressão sanguínea sistólica (mmHg)
Pressão sanguínea sistólica (mmHg)

Tratado Controle Diferença ajustada


(Tratado - controle)

1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos

Tratado
Controle
Pressão sanguínea diastólica (mmHg)

Figura 2. Alterações nas pressões sanguíneas sistólica e diastólica nos grupos tratado e controle. (A) Alterações na pressão sanguínea
sistólica (barras amarelas) foram ajustadas para as diferenças de linha de base entre o grupo tratado (barras verdes) e o controle (barras
vermelhas). (B) Alterações na pressão sanguínea diastólica (barras amarelas) foram ajustadas para as diferenças de linha de base entre o
grupo tratado (barras verdes) e o controle (barras vermelhas).
Colesterol total (mmol/L)

Diferença ajustada LDL (mmol/L)


Tratado Controle (Tratado - controle)
Tratado Controle Diferença ajustada
(Tratado - controle)
1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos
1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos
Tratado
Tratado
Controle Controle

Tratado Controle Diferença ajustada


(Tratado - controle)
Triglicerídeos (mmol/L)
HDL (mmol/L)

Tratado Controle Diferença ajustada


(Tratado - controle)
1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos
Tratado Tratado
Controle Controle

Figura 3. Alterações no perfil lipídico nos grupos tratado e controle. Alterações no colesterol total (A), lipoproteína de baixa densidade (LDL)
(B), lipoproteína de alta densidade (HDL) (C), e triglicerídeos (D; barras amarelas) foram ajustadas para as diferenças de linha de base entre
os grupos tratado (barras verdes) e controle (barras vermelhas).
Razão CT:HDL

Tratado Controle Diferença ajustada


(Tratado - controle)
1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos
Tratado
Controle
Não-HDL (mmol/L)

Tratado Controle Diferença ajustada


(Tratado - controle)

1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos

Figura 4. Alterações na razão colesterol total (CT)/lipoproteína de alta densidade (HDL) e no colesterol não-HDL nos grupos tratado e con-
trole. Alterações na razão CT/HDL (A) e no colesterol não-HDL (B; barras amarelas) foram ajustadas para as diferenças de linha de base
entre os grupos tratado (barras verdes) e controle (barras vermelhas).
Circunferência de cintura (cm)

Tratado Controle Diferença ajustada


(Tratado - controle)

1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos

Tratado
Controle

Figura 5. Alterações da circunferência de cintura (CC) nos grupos tratado e controle. Alterações (barras amarelas) foram ajustadas para as
diferenças de linha de base entre os grupos tratado (barras verdes) e controle (barras vermelhas).

Impacto da TT nas enzimas de função hepática em Impacto da TT nos parâmetros antropométricos em


homens com hipogonadismo tratados ou não com TT homens com hipogonadismo tratados ou não por até
por até 8 anos 8 anos

A terapia com testosterona produziu uma redução A TT em homens com hipogonadismo produziu sig-
gradual e progressiva nas transaminases hepáticas nificativa e estável perda de peso (PP) ao longo do
(aspartato aminotransferase [AST] e alanina amino- período de tratamento (a média de peso diminuiu de
transferase [ALT]), sugerindo potencial redução no 103,9 ± 16,5 kg para 86,9 ± 8,9 kg); as alterações no
conteúdo de gordura do fígado e na atividade infla- peso foram estatisticamente significativas para todos
matória. Em contraste, um aumento mas transami- os 8 anos em relação aos ano anterior (P < 0,0001). A
nases hepáticas é observado no grupo controle. No alteração média estimada da linha de base foi −19,3
grupo tratado, a AST diminuiu de 39,6 ± 15,8 para kg e a alteração percentual média da linha de base
16,1 ± 2,4 U/L (P < 0,0001). No grupo controle, a foi −17,0% ± 7,8%. Em contraste, houve um sutil
AST aumentou de 23,4 ± 4,8 para 40,3 ± 7,7 U/L ganho de peso no grupo controle (a média de peso
(P < 0,0001). A ALT diminuiu de 41,7 ± 15,9 para aumentou de 91,8 ± 10,6 kg para 92,4 ± 9,0 kg; P
16,1 ± 3,0 no grupo tratado (P < 0,0001) e aumentou < 0,0005). A alteração média estimada da linha de
de 27,4 ±4,9 para 444 ±7,8 no grupo controle (P < base foi +1,6 kg e a alteração percentual média da
0,0001; Tabelas 5 e 6). linha de base foi +1,5% ± 2,4% (Tabelas 5 e 6). A
PP vista no grupo tratado parece se traduzir em uma e riscos da TT. Vários estudos empíricos demonstra-
visível redução na CC. A circunferência de cintura no ram que a TT reduziu a mortalidade e produziu me-
grupo tratado diminuiu de 105,8 ± 8,6 cm para 97,2 lhoras nos fatores de risco CV, tais como redução na
± 6,5 cm (P < 0,0001). As alterações foram estatisti- massa gorda, na obesidade, na CC, na pressão san-
camente significativas para os 8 anos em relação ao guínea e melhoria no controle glicêmico.[36,37,44]
ano anterior (P < 0,0001). A alteração média estima-
da da linha de base foi −10,0 cm. Quando os dados DT (hipogonadismo), SMet, diabetes tipo 2 e outros
foram ajustados para as diferenças de linha de base, fatores de risco conhecidos para DCV são doenças
a diferença ajustada entre os grupos tratado e con- crônicas que requerem tratamento crônico por toda
trole mostrou uma redução progressiva na CC a partir a vida. De fato, a avaliação da TT nessas condições
da linha de base (Figura 5). Um sutil aumento na CC crônicas requer testes controlados randomizados de
foi observado no grupo controle. Neste grupo, a CC longo prazo (TCR), cuja duração se aproxime a uma
aumentou de 106,7 ± 7,5 cm para 107,9 ± 6,4 cm década para avaliação fidedigna do que acontece em
(P < 0,0001). A PP e a redução na CC observados no condições da vida real. Infelizmente, isso não é exe-
grupo tratado também refletem nos valores de IMC (o cutável e a maioria dos TCR são de curta duração.
IMC diminuiu de 33,1 ± 5,4 para 28,0±3,0, alteração É improvável que possamos observar alterações que
média estimada da linha de base de −6,2 kg/m2). ocorrem na vida real em resposta à terapia em estu-
Um aumento sutil, mas significativo no IMC foi ob- dos de curta duração. Assim, estudos de registros re-
servado no grupo controle, onde o IMC aumentou de presentam uma ponte entre os TCR e a vida real.[54,55]
29,3 ± 3,5 para 29,7 ± 3,1 por uma estimada +0,5
kg/m2 (P < 0,0005). Neste trabalho, apresentamos dados de um estudo
de registro empírico na TT em 360 homens com hi-
Efeitos da TT em longo prazo nos parâmetros de se- pogonadismo que foram acompanhados por um perí-
gurança em homens com hipogonadismo odo de até 8 anos enquanto estavam em TT contínua
e comparamos essas descobertas aos dados de 296
Neste estudo de registro de comparação, a TT de lon- homens com hipogonadismo que permaneceram
go prazo em homens com hipogonadismo aumentou sem tratamento pelo mesmo período de acompanha-
as concentrações de hemoglobina e do hematócrito, mento, cerca de 8 anos. É interessante destacar que
mas os níveis permaneceram dentro das variações houve 2 óbitos no grupo tratado e nenhum foi relacio-
fisiológicas.[36,37,44] Sete pacientes foram diagnostica- nado a eventos CV. De forma interessante, no grupo
dos com câncer de próstata de baixo grau no grupo controle, ocorreram 21 óbitos, 19 dos quais foram re-
tratado (1,9%) e 12 pacientes foram diagnosticados lacionados a eventos CV. Além disso, ocorreram 26 IM
com câncer de próstata no grupo controle (4,1%). não-fatais e 30 AVC não-fatais no grupo controle, mas
nenhum no grupo tratado. Essas descobertas estão de
Discussão acordo com estudos empíricos prévios.[24,30,56-58]

Estudos epidemiológicos demonstraram que níveis Foi demonstrado que a TT reduz o risco de incidên-
reduzidos de T circulante estão associados a maior cia de IM, AVC e mortalidade em homens com hi-
risco de DCV e níveis fisiológicos de T estão associa- pogonadismo.[24-30,56-58] Esses trabalhos, juntamente
dos a um efeito protetor no sistema vascular.[16] Con- com a meta-análise publicada por Corona et al[59]
tudo, até o momento, não existem estudos amplos, e a resposta da FDA para a petição de colocar um
prospectivos, controlados por placebo publicados aviso nos produtos com T[35], sugerem que não há
com duração suficiente que tenham investigado os evidências confiáveis ou substanciais para o aumen-
efeitos da TT, especialmente em relação às DCV, em to do risco CV com a TT. Nossas descobertas, que
homens com hipogonadismo e avaliado os benefícios
cobrem mais de 8 anos com um grande número de vidade física. Estudos futuros devem levar em conta
pacientes, também confirma essa premissa. Assim, melhorias no humor e na qualidade de vida em res-
destacamos que os trabalhos anteriores sugeriram a posta à TT.
relação entre o aumento de risco CV e a TT são con-
fusos por falhas metodológicas e sem discernimento Devemos também destacar que vários estudos mos-
clínico adequado, o que os torna inconclusivos e, no traram redução na espessura das camadas íntima e
mínimo, suspeitos, em suas conclusões. Não se pode média da carótida em resposta à TT, sugerindo que a
negar benefícios clínicos consideráveis da TT, tais normalização sérica da T pode prevenir ou reverter a
como a melhoria do desejo sexual e da função eré- aterosclerose. Além disso, a TT reduziu a mortalidade
til[59-62], aumento de energia, humor e vitalidade[62-66], em aproximadamente 50 em homens com hipogona-
aumento da massa corporal magra[67-71] redução da dismo[57] e em homens diabéticos.[58] um amplo es-
massa gorda total[63-66,7-74] e redução na CC.[3,36,37,45,75] tudo empírico recente de Wallis et al[92] demonstrou
que, na TT de longo prazo, uma relação inversa entre
Muito importante, a DT em homens mais velhos está a TT e o risco de DCV e a mortalidade foi observada.
associada ao risco aumentado de morte.[76,77] Vários Nossa visão é que tais descobertas importantes dão
estudos demonstraram que a TT melhora os fato- embasamento para a premissa de que a TT reduz
res de risco CV, incluindo redução da massa gorda, a mortalidade associada às DCV e a DT aumenta a
melhora da obesidade, redução da CC, redução da mortalidade entre os homens com hipogonadismo.
pressão sanguínea, e melhora do controle da glice- [11,76-81]

mia.[11,76-81] De forma semelhante, as melhorias na


pressão sanguínea, na sensibilidade à insulina, na Também investigamos as alterações nos níveis de
HbA1c e em componentes da SMet subsequentes à glicose sanguínea e os níveis do marcador substi-
TT sugerem que essa modalidade terapêutica reduz tuto para a hiperglicemia, a HbA1c. Mais importante,
o risco CV.* notamos que a TT em homens com hipogonadismo
resultou em reduções significantes e contínuas na
Estudos epidemiológicos identificaram a DT como fa- glicose sanguínea ao longo do período de observa-
tor de risco para DCV.[88] Além disso, a TT melhora a ção. É interessante, contudo, que esse não foi o caso
perfusão cerebrovascular e melhora o humor em ho- em homens com hipogonadismo que permaneceram
mens com DT, e baixos níveis de T predizem um per- sem tratamento pelo menos período de observação.
fil de risco CV ruim.[89,90] Devemos destacar que não A redução na glicose sanguínea pode ser explicada
fizemos tentativas de monitorar mudanças no estilo pela melhora na absorção, utilização e descarte da
de vida, simplesmente porque quando esse estudo glicose em resposta à ação da T e pela melhora do
de registro foi iniciado não havia expectativa que que metabolismo energético de maneira geral. Essa des-
os homens perderiam peso, reduziriam a CC e ex- coberta é importante, uma vez que a hiperglicemia
perimentariam melhoras no estilo de vida. Por essa é um componente da SMet e contribui para a RI e
razão, não havia planos de investigar os efeitos na para o início do diabetes, dessa forma colaborando
mudança de estilo de vida, o que é muito importante. para o aumento do risco CV. A melhora notável no
Entretanto, estudos controlados por placebo mostra- metabolismo da glicose resultante da TT também é
ram que homens obesos em dieta hipocalórica rece- refletida na redução da redução da fração de HbA1c.
bendo T tiveram significante aumento na contagem Essa observação é consistente com estudos ante-
de passos por dia e por atividade em comparação riores.[36,37,42- 44] Não observamos, contudo, nenhuma
à linha de base, avaliados por acelerometria.[91] Os redução significativa nos níveis de HbA1c no grupo
pacientes nesse registro também relataram por meio controle, confirmando o papel na ação da T na uti-
de histórias que eles aumentaram seus níveis de ati- lização e descarte da glicose.[93,94] Essa descoberta
possui implicação clínica relevante para regular a Nesse estudo também comparamos as alterações
hiperglicemia em homens com hipogonadismo. Uma da PSS e na PSD no grupo tratado com aquelas do
vez que a hiperglicemia, a RI e o diabetes são consi- grupo controle. Nossas descobertas mostraram uma
derados fatores de risco para DCV, por consequência, redução significativa e gradual tanto na PSS quanto
a TT melhora a hiperglicemia e a RI e reduz o risco na PSD em pacientes tratados com T, mas nenhuma
de DCV. Terapia intensiva de redução de glicose em redução significativa no grupo controle. A redução
várias modalidades terapêuticas têm sido a principal da pressão sanguínea no grupo tratado foi mantida
forma de tratar a hiperglicemia. Entretanto, muitos ao longo de todos os 8 anos de terapia contínua. A
desses agentes terapêuticos estão associados a efei- ligação entre DT e risco de hipertensão e a melhora
tos colaterais adversos e baixa adesão dos pacientes, na pressão sanguínea com TT foi proposta anterior-
e as melhorias iniciais não podem ser mantidas. A T é mente.[44,96]
um hormônio fisiológico e, quando administrado em
níveis fisiológicos, produz reduções notáveis nos ní- Vários estudos sugeriram que a T modula a pressão
veis de glicose e de HbA1c sem efeitos colaterais sé- sanguínea arterial por meio de diversos mecanismos
rios.[36,37,42-44,63] Assim, essa terapia pode servir como bioquímicos e fisiológicos,[47,48] e baixos níveis de T
nova abordagem para aumentar o tratamento da hi- circulante podem contribuir para a hipertensão. A
perglicemia em homens com hipogonadismo. Essas pressão sanguínea sistólica é inversamente associa-
descobertas adicionalmente sustentam a noção de da aos níveis de T, [47,48] sugerindo que o hipogonadis-
que a TT contribui para uma redução do risco CV e mo contribui para a pressão sanguínea elevada. Foi
uma melhora na função cardiometabólica. demonstrado que homens com hipogonadismo trata-
dos com TT exibem pressão sanguínea reduzida.[47,48]
Uma das descobertas críticas desse estudo de longo De interesse é a melhoria na pressão de pulso, um
prazo é a melhora e a normalização do perfil lipídi- substituto marcador para a rigidez arterial, no grupo
co apenas nos homens com hipogonadismo tratados tratado, mas não no grupo controle. Deve ser obser-
com T. Reduções evidentes e significativas no CT, no vado que a pressão de pulso é considerada um mar-
LDL e nos TG foram observadas em resposta à TT ao cador de rigidez vascular e qualquer redução nesse
longo do período de tratamento. Em contraste, ne- parâmetro é considerada favorável para a redução do
nhuma alteração significativa foi observada no grupo risco de DCV.[97,98] Essa observação é congruente com
controle. Uma vez que a dislipidemia é um dos com- dados de um recente estudo controlado por placebo
ponentes da SMet e um fator de risco para DCV, qual- no qual foi relatada redução da rigidez arterial após
quer normalização no perfil lipídico seria considerado TT.[99] A redução do duplo produto no grupo tratado re-
um benefício, uma vez que reduz o risco de SMet e flete uma redução da carga de trabalho do miocárdio.
de DCV. Vale a pena notar que as reduções obser-
vadas no CT, no LDL e nos TG em resposta à TT são Posteriormente comparamos os efeitos da TT nos
significativos e paralelos àqueles valores observados parâmetros antropométricos e nos fatores de risco
em homens tratados com estatinas para prevenir relevantes para a função cardiometabólica, conside-
DCV. Mais importante, a razão CT/HDL nos homens rados fatores de risco para DCV. Os dados apresen-
tratados com T foi reduzida significativamente com- tados aqui demonstram claramente que a TT produz
parada à dos homens não tratados. Uma vez que se efeitos profundos nos parâmetros antropométricos
acredita que essa razão pode predizer o risco de DCV, com concomitante pp, redução de CC e IMC dimi-
particularmente isquemia cardíaca, tais reduções nuído. Não foram observados PP e redução na CC
nessa razão observadas nesse estudo suportam a e no IMC significativos no grupo controle ao longo
noção de que a TT reduz o risco de DCV.[95] de todo o período de acompanhamento. Quando as
descobertas obtidas do grupo tratado foram compa- Queremos enfatizar que, juntamente com as análises
radas com os dados obtidos do grupo controle, as multivariadas ajustadas usadas nesse estudo, tam-
alterações no peso, na CC e no IMC produzidos pela bém utilizamos o método de pareamento por escore
TT foram significativos e mantidos ao longo de todo de propensão para comparar os dois grupos ao longo
o período de tratamento. Acreditamos que a PP e a do tempo enquanto ajustávamos as diferenças de li-
redução na CC e no IMC observados são resultados nha de base. A análise de pareamento de propensão
das alterações induzidas pela TT na composição fí- de homens em TT ativa com aqueles não tratados,
sica. Sabe-se bem que a TT invariavelmente reduz calculando o escore de propensão baseado no mo-
a massa gorda e aumenta a massa magra.[3] Isso é delo de regressão logística e selecionando pares ba-
decisivo, já que se acredita que o aumento da massa seados no escore (ver seção “Métodos”), foi realizado
magra melhora a taxa metabólica basal, o metabolis- para verificar que os dados obtidos com o modelo de
mo da glicose, a saúde de maneira geral e a mortali- regressão logística eram expressivo. Devemos des-
dade.[100,101] Assim, isso sugere que a TT em homens tacar que todas as análises adicionais usando vários
com hipogonadismo pode reduzir o risco de DCV e cenários não resultou em qualquer ganho perceptível
fornecer efeito protetor, como sugerido por diversos a amostra combinada e foram congruentes com os
estudos contemporâneos.[23-30,56] dados do modelo de análise multivariada ajustada.

Embora uma considerável quantia de evidências su- Limitações do estudo


gerem que a TT não aumenta o risco de DCV, uma
revisão recente de Huo et al[102] tabulou estudos sobre O presente estudo não foi desenhado para nem tem
TT em homens com hipogonadismo e sugeriu que a capacidade de abordar os efeitos da TT na morta-
estudos que examinaram desfechos CV clínicos não lidade em homens com hipogonadismo. Não houve
favoreceram a TT em relação ao placebo. Parece que, julgamento de eventos CV prévios que foram relata-
uma vez que o suposto risco da TT em relação ao dos pelos pacientes como parte de suas anamneses.
câncer de próstata e ao risco de DCV foi derrubado, Uma vez que as doenças subjacentes dos pacientes
os autores tentaram subestimar os benefícios da TT, foram tratadas por outros especialistas que não o
especialmente em relação à fisiologia CV. Deve ser urologista que fazia a TT, não houve monitoramen-
destacado que essa revisão fez uma grande tabula- to preciso de medicações concomitantes, portanto
ção de métodos e desfechos dos estudos relatados aquelas alterações não podem ser excluídas.
na literatura, mas falharam em executar análises
apropriadas, como os gráficos de Florestas ou qual- Não temos muitas informações sobre a adesão à me-
quer outra forma de análise que levasse em conta as dicação no que diz respeito a qualquer medicação
diferenças entre os estudos nas características de concomitante que tenha sido prescrita aos pacientes.
linha de base, comorbidades, diferentes desfechos, As decisões sobre os tratamentos foram feitas pelo
graus variáveis de avaliação clínica, formulações di- mesmo urologista (A.H.), e o mesmo laboratório foi
ferentes de T e de rotas de administração, diferentes usado em todas as vezes. Queremos enfatizar que a
durações de tratamento, ou ajustasse as variáveis maioria dos pacientes, quer no grupo tratado, quer
entre os estudos tabulados. De maneira interessante, no grupo controle, receberam o tratamento padrão
o autor dessa revisão[102] formulou suas próprias con- de cuidados em um número limitado de práticas
clusões baseadas não nos dados de fato apresen- clínicas gerais ou consultórios de medicina interna
tados, mas em uma ideologia pré-concebida. Essa na cidade de Bremerhaven, Alemanha, ou em suas
revisão ignorou ou subestimou as descobertas de proximidades. Assim, acreditamos que houveram va-
muitos estudos que demonstraram os benefícios da riações mínimas na gestão geral desses pacientes.
TT.[11-16,24-30,36-46,57-59,62-69] Por essas razões, é improvável que pacientes de um
grupo receberam para suas comorbidades tratamen- TT de longo prazo em homens com hipogonadismo
to diferente dos pacientes de outro grupo. parece ser uma abordagem efetiva para alcançar
melhorias prolongadas nos parâmetros antropomé-
Outra limitação é que os pacientes não foram ran- tricos, função cardiometabólica e risco de eventos de
domizados: a decisão por receber ou não a TT, no DCV. O baixo número de eventos CV observado no
entanto, não foi possível a todos os pacientes. Os pa- grupo tratado comparado ao grupo controle sugere
cientes com Síndrome de Klinefelter e outras formas fortemente que a TT é protetora. Acreditamos que o
primárias de hipogonadismo não tiveram escolha e efeito protetor da T no sistema CV fornece aos médi-
invariavelmente receberam TT, assim como os pa- cos a oportunidade de utilizar essa abordagem para
cientes com doenças intestinais inflamatórias aos prevenção secundária para homens com hipogona-
quais foi especificamente indicado o tratamento com dismo com histórico de eventos CV.
T. O fato de que esses três subgrupos eram conside-
ravelmente jovens explica a lacuna de idade entre o Contribuições dos autores
grupo tratado e o grupo controle. Devemos também
destacar que um potencial viés de seleção pode exis- O Dr. Traish participou das discussões do desenho
tir baseado no status socioeconômico — um fator do estudo, da análise dos dados e da redação do
bem conhecido por influenciar a saúde de maneira manuscrito. O Dr. Haider participou do desenho do
geral e a saúde CV. Uma vez que os pacientes que estudo e se envolveu na condução do estudo. Karim
optaram por não receber a TT por razões financeiras Haider participou da coleta e análise dos dados. O Dr.
são parte do grupo controle, é possível que aqueles Doros se envolveu na análise estatística dos dados e
pacientes que optaram por não fazer o tratamento na redação no manuscrito. O Dr. Saad liderou o dese-
por razões financeiras fizeram essa opção por causa nho do estudo e se envolveu na análise dos dados e
de sua renda baixa. na redação do manuscrito.

Conclusão Declaração de conflito de interesses

Na ausência de testes prospectivos controlados por Os autores declararam os seguintes potenciais con-
placebo de longa duração para investigar os riscos e flitos de interesse em relação à pesquisa, autoria, e/
os benefícios da TT em homens com hipogonadismo, ou publicação deste artigo: o Dr. Farid Saad é funcio-
estudos de registros empíricos que incluem um gru- nário em tempo integral da Bayer. O Dr. Ahmad Hai-
po controle, como relatado aqui, fornecem informa- der recebeu compensação parcial pela alimentação
ções críticas sobre a segurança e a eficácia em longo de dados. Dr. Gheorghe recebeu pagamento pelas
prazo na prática clínica, especialmente informações análises estatísticas.
relevantes no que diz respeito à adesão e resultados
da saúde da população em geral.[54,55,92,103,104] Financiamento

Em contraste à maioria dos estudos, os pacientes no Os autores exibiram recibo dos seguintes suportes
grupo tratado alcançaram uma adesão à medicação financeiros para pesquisa, autoria e/ou publicação
de 100%, uma vez que as injeções de T eram aplica- deste artigo: alimentação de dados e análises esta-
das nos consultórios médicos e documentadas. Esse tísticas financiadas por Bayer Pharma.
aspecto do tratamento é de extrema importância e
é considerado o ponto forte desse estudo. Assim, a
Referências:

1. Traish AM, Zitzmann M. The complex and multifactorial re- 19. Beaser SB, Massell TB. Therapeutic evaluation of tes-
lationship between testosterone deficiency (TD), obesity and tosterone in peripheral vascular disease. N Engl J Med.
vascular disease. Rev Endocr Metab Disord. 2015;16(3):249- 1942;227(2):43-44.
268. 20. Edwards EA, Hamilton JB, Duntley SQ. Testosterone propio-
2. Traish AM. Adverse health effects of testosterone deficien- nate as therapeutic agent in patients with organic disease
cy (TD) in men. Steroids. 2014;88:106-116. of the peripheral vessels: preliminary report. N Engl J Med.
3. Traish AM. Testosterone and weight loss: the evidence. 1939;220(21): 865.
Curr 21. Uricchio JF, Calenda DG. Treatment of angina pectoris. N
Opin Endocrinol Diabetes Obes. 2014;21(5):313-322. Engl J Med. 1953;249(17):689-698.
4. Kelly DM, Jones TH. Testosterone and obesity. Obes Rev. 22. Lesser MA. The treatment of angina pectoris with testos-
2015; 16(7):581-606. terone propionated further observations. N Engl J Med.
5. Traish AM. Outcomes of testosterone therapy in men with 1943;228(6): 185-188.
testosterone deficiency (TD): part II. Steroids. 2014;88:117- 23. Goodman N, Guay A, Dandona P, Dhindsa S, Faiman C,
126. Cunningham GR; AACE Reproductive Endocrinology Scien-
6. Kelly DM, Jones TH. Testosterone: a vascular hormone in tific Committee. American Association of Clinical Endocri-
health and disease. J Endocrinol. 2013;217(3):R47-R71. nologists and American College of Endocrinology position
7. Kelly DM, Jones TH. Testosterone: a metabolic hormone in statement on the association of testosterone and cardio-
health and disease. J Endocrinol. 2013;217(3):R25-R45. vascular risk. Endocr Pract. 2015;21(9):1066-1073.
8. Kelly DM, Jones TH. Testosterone and cardiovascular risk 24. Baillargeon J, Urban RJ, Kuo YF, et al. Risk of myocardial
in Infarction in older men receiving testosterone therapy. Ann
men. Front Horm Res. 2014;43:1-20. Pharmacother. 2014;48(9):1138-1144.
9. Rao PM, Kelly DM, Jones TH. Testosterone and insulin re- 25. Baillargeon J, Urban RJ, Morgentaler A, et al. Risk of ve-
sistance in the metabolic syndrome and T2DM in men. Nat nous thromboembolism in men receiving testosterone the-
Rev Endocrinol. 2013;9(8):479-493. rapy. Mayo Clin Proc. 2015;90(8):1038-1045. Traish et al
10. Jones TH. Testosterone deficiency: a risk factor for 17 26. Sharma R, Oni OA, Gupta K, et al. Normalization
cardiovascular disease? Trends Endocrinol Metab. of testosterone level is associated with reduced incidence
2010;21(8):496-506. of myocardial infarction and mortality in men. Eur Heart J.
11. Yeap BB, Alfonso H, Chubb SA, et al. In older men an op- 2015;36(40):2706-2715.
timal plasma testosterone is associated with reduced 27. Tan RS, Cook KR, Reilly WG. Myocardial infarction and
all-cause mortality and higher dihydrotestosterone with stroke risk in young healthy men treated with injectable
reduced ischemic heart disease mortality, while estradiol testosterone. Int J Endocrinol. 2015;2015:970750.
levels do not predict mortality. J Clin Endocrinol Metab. 28. Etminan M, Skeldon SC, Goldenberg SL, Carleton B, Brophy
2014;99(1):E9-E18. JM. Testosterone therapy and risk of myocardial infarc-
12. Morgentaler A, Miner MM, Caliber M, Guay AT, Khera tion: a pharmacoepidemiologic study. Pharmacotherapy.
M, Traish AM. Testosterone therapy and cardiovascu- 2015;35(1):72-78.
lar risk: advances and controversies. Mayo Clin Proc. 29. Anderson JL, May HT, Lappe´ DL, et al. Impact of testos-
2015;90(2):224-251. terone replacement therapy on myocardial infarction,
13. Morgentaler A, Zitzmann M, Traish AM, et al. Fundamental stroke, and death in men with low testosterone concen-
concepts regarding testosterone deficiency and treatment: trations in an integrated healthcare system. Am J Cardiol.
International Expert Consensus Resolutions. May Clin Proc. 2016;117(5):794-799.
2016; 91(7):881-896. 30. Snyder PJ, Bhasin S, Cunningham GR, et al; Testosterone
14. Antonio L, Wu FC, O’Neill TW, et al; EMAS Study Group. As- Trials Investigators. Effects of Testosterone Treatment in
sociations between sex steroids and the development of Older Men. N Engl J Med. 2016;374(7):611-624.
metabolic syndrome: a longitudinal study in European men. 31. Basaria S, Coviello AD, Travison TG, et al. Adverse events
J Clin Endocrinol Metab. 2015;100(4):1396-1404. associated with testosterone administration. N Engl J Med.
15. Laaksonen DE, Niskanen L, Punnonen K, et al. Testostero- 2010; 363(2):109-122.
ne and sex hormone-binding globulin predict the metabo- 32. Vigen R, O’Donnell CI, Baro´n AE, et al. Association of
lic syndrome and diabetes in middle-aged men. Diabetes testosterone therapy with mortality, myocardial infarc-
Care. 2004;27(5): 1036-1041. tion, and stroke in men with low testosterone levels.
16. Ohlsson C, Barrett-Connor E, Bhasin S, et al. High serum JAMA. 2013;310(17): 1829-1836. Erratum in: JAMA.
testosterone is associated with reduced risk of cardio- 2014;311(9):967.
vascular events in elderly men. The MrOS (osteoporotic 33. Xu L, Freeman G, Cowling BJ, Schooling CM. Testosterone
fractures in men) study in Sweden. J Am Coll Cardiol. therapy and cardiovascular events among men: a syste-
2011;58(16):1674-1682. matic review and meta-analysis of placebo-controlled ran-
17. Aub JC. The use of testosterone. N Engl J Med. domized trials. BMC Med. 2013;11:108.
1940;222(21): 877-881. 34. Finkle WD, Greenland S, Ridgeway GK, et al. Increased risk
18. Aub JC, Kety SS. Recent advances in testosterone therapy. of non-fatal myocardial infarction following testosterone
N Engl J Med. 1943;228(11):338-343. therapy prescription in men. PLoS One. 2014;9(1):e85805.
35. US Food and Drug Administration. Citizen petition denial res- 49. Svartberg J, von Mu¨hlen D, Schirmer H, Barrett-Connor E,
ponse from FDA CDER to Public Citizen. 2014. Regulations. Sundfjord J, Jorde R. Association of endogenous testoste-
gov website. http://www.regulations.gov/#! document- rone with blood pressure and left ventricular mass in men.
De tail;D.FDA-2014-P-0258-0003. Accessed August 31, Tromsø Study. Eur J Endocrinol. 2004;150(1):65-71.
2014. http://www.citizen.org/documents/2184_FDA%20 50. Smith JC, Bennett S, Evans LM, et al. The effects of induced
Denial%20of %20Petition_July%2016,%202014.pdf. Ac- hypogonadism on arterial stiffness, body composition, and
cessed October 5, 2016. metabolic parameters in males with prostate cancer. J Clin
36. Saad F, Haider A, Doros G, Traish A. Long-term treatment of Endocrinol Metab. 2001;86(9):4261-4267.
hypogonadal men with testosterone produces substan- 51. Dockery F, Bulpitt CJ, Agarwal S, Donaldson M, Rajkumar C.
tial and sustained weight loss. Obesity (Silver Spring). Testosterone suppression in men with prostate cancer le-
2013;21(10): 1975-1981. ads to an increase in arterial stiffness and hyperinsulinae-
37. Saad F, Yassin A, Doros G, Haider A. Effects of long-term mia. Clin Sci. 2003;104(2):195-201.
treatment with testosterone on weight and waist size in 52. Boyanov MA, Boneva Z, Christov VG. Testosterone supple-
411 hypogonadal men with obesity classes I-III: observa- mentation in men with type 2 diabetes, visceral obesity and
tional data from two registry studies. Int J Obes (Lond). partial androgen deficiency. Aging Male. 2003;6(1):1-7.
2016;40(1):162-170. 53. Li JY, Zhu JC, Dou JT, et al. Effects of androgen supplemen-
38. Kapoor D, Goodwin E, Channer KS, Jones TH. Testosterone tation therapy on partial androgen deficiency in the aging
replacement therapy improves insulin resistance, glycae- male: a preliminary study. Aging Male. 2002;5(1):47-51.
mic control, visceral adiposity and hypercholesterolaemia 54. Annemans L, Aristides M, Kubin M. Real-Life Data: A
in hypogonadal men with type 2 diabetes. Eur J Endocrinol. Growing Need. The Official News & Technical Journal of
2006;154(6): 899-906. The International Society for Pharmacoeconomics and
39. Jones TH, Arver S, Behre HM, et al; TIMES2 Investigators. Outcomes Research. https://www.ispor.org/news/articles/
Testosterone replacement in hypogonadal men with type 2 oct07/rld.asp. Accessed June 1, 2015.
diabetes and/or metabolic syndrome (the TIMES2 study). 55. Cox JL, Pieper K. Harnessing the power of real-life data.
Diabetes Care. 2011;34(4):828-837. Eur Heart J Suppl. 2015;17(suppl D):D9-D14. 18 Journal of
40. Dhindsa S, Prabhakar S, Sethi M, Bandyopadhyay A, Chau- Cardiovascular Pharmacology and Therapeutics
dhuri A, Dandona P. Frequent occurrence of hypogonado- 56. Ramasamy R, Scovell J, Mederos M, Ren R, Jain L, Lip-
tropic hypogonadism in type 2 diabetes. J Clin Endocrinol shultz L. Association Between Testosterone Supplementa-
Metab. 2004;89(11):5462-5468. tion Therapy and Thrombotic Events in Elderly Men. Urolo-
41. Dhindsa S, Miller MG, McWhirter CL, et al. Testosterone gy. 2015;86(2):283-285.
concentrations in diabetic and nondiabetic obese men. 57. Shores MM, Smith NL, Forsberg CW, Anawalt BD, Matsu-
Diabetes Care. 2010;33(6):1186-1192. moto AM. Testosterone treatment and mortality in men
42. Francomano D, Bruzziches R, Barbaro G, Lenzi A, Aversa A. with low testosterone levels. J Clin Endocrinol Metab.
Effects of testosterone undecanoate replacement and wi- 2012;97(6):2050-2058.
thdrawal on cardio-metabolic, hormonal and body com- 58. Muraleedharan V, Marsh H, Kapoor D, Channer KS, Jones
position outcomes in severely obese hypogonadal men: a TH. Testosterone deficiency is associated with increased
pilot study. J Endocrinol Invest. 2014;37(4):401-411. risk of mortality and testosterone replacement improves
43. Hackett G, Cole N, Bhartia M, et al. Blast Study Group. The survival in men with type 2 diabetes. Eur J Endocrinol.
response to testosterone undecanoate in men with type 2 2013;169(6):725-733.
diabetes is dependent on achieving threshold serum levels 59. Corona G, Maseroli E, Rastrelli G, et al. Cardiovascular risk
(the BLAST study). Int J Clin Pract. 2014;68(2):203-215. associated with testosterone-boosting medications: a sys-
44. Traish AM, Haider A, Doros G, Saad F. Long-term testos- tematic review and meta-analysis. Expert Opin Drug Saf.
terone therapy in hypogonadal men ameliorates elements 2014;13(10): 1327-1351.
of the metabolic syndrome: an observational, long-term 60. Bolon˜a ER, Uraga MV, Haddad RM, et al. Testosterone use
registry study. Int J Clin Pract. 2014;68(3):314-329. in men with sexual dysfunction: a systematic review and
45. Haider A, Saad F, Doros G, Gooren L. Hypogonadal obese metaanalysis of randomized placebo-controlled trials.
men with and without diabetes mellitus type 2 lose weight Mayo Clin Proc. 2007;82(1):20-28.
and show improvement in cardiovascular risk factors when 61. Wang C, Swerdloff RS, Iranmanesh A, et al; Testosterone
treated with testosterone: an observational study. Obes Gel Study Group. Transdermal testosterone gel improves
Res Clin Pract. 2014; 8(4):e339-e349. sexual function, mood, muscle strength, and body compo-
46. Hackett G, Cole N, Bhartia M, Kennedy D, Raju J, Wilkinson sition parameters in hypogonadal men. J Clin Endocrinol
P; BLAST Study Group. Testosterone replacement therapy Metab. 2000;85(8): 2839-2853.
improves metabolic parameters in hypogonadal men with 62. Hackett G, Cole N, Bhartia M, Kennedy D, Raju J, Wilkinson
type 2 diabetes but not in men with coexisting depression: P. Testosterone replacement therapy with long-acting tes-
the BLAST study. J Sex Med. 2014;11(3):840-856. tosterone undecanoate improves sexual function and qua-
47. Reckelhoff JF. Gender differences in the regulation of blood lity of-life parameters vs. placebo in a population of men
pressure. Hypertension. 2001;37(5):1199-1208. with type 2 diabetes. J Sex Med. 2013;10(6):1612-1627.
48. Dubey RK, Oparil S, Imthum B, Jackson EK. Sex hormones 63. Zitzmann M, Mattern A, Hanisch J, Gooren L, Jones H, Ma-
and hypertension. Cardiovasc Res. 2002;53(3):688-708. ggi M. IPASS: a Study on the tolerability and effectiveness
of injectable testosterone undecanoate for the treatment of 76. Laughlin GA, Barrett-Connor E, Bergstrom J. Low serum
male hypogonadism in a worldwide sample of 1438 men. J testosterone and mortality in older men. J Clin Endocrinol
Sex Med. 2013;10(2): 579-588. Metab. 2008; 93(1):68-75.
64. Tong SF, Ng CJ, Lee BC, et al. Effect of long-acting testos- 77. Haring R, Vo¨lzke H, Steveling A, et al. Low serum testoste-
terone undecanoate treatment on quality of life in men with rone levels are associated with increased risk of mortality
testosterone deficiency syndrome: a double blind randomi- in a population-based cohort of men aged 20-79. Eur Heart
zed controlled trial. Asian J Androl. 2012;14(4):604-611. J. 2010; 31(12):1494-1501.
65. Pexman-Fieth C, Behre HM,Morales A, Kan-Dobrosky N, 78. Khaw KT, Dowsett M, Folkerd E, et al. Endogenous testoste-
Miller MG. A 6-month observational study of energy, sexual rone and mortality due to all causes, cardiovascular disea-
desire, and body proportions in hypogonadal men treated se, and cancer in men: European prospective investigation
with a testosterone 1% gel. Aging Male. 2014;17(1):1-11. into cancer in Norfolk (EPIC-Norfolk) Prospective Popula-
66. Srinivas-Shankar U, Roberts SA, Connolly MJ, et al. Effects tion Study. Circulation. 2007; 116(23):2694-2701.
of testosterone on muscle strength, physical function, body 79. Corona G, Rastrelli G, Monami M, et al. Hypogonadism as
composition, and quality of life in intermediate-frail and frail a risk factor for cardiovascular mortality in men: a meta-a-
elderly men: a randomized, double-blind, placebo-control- nalytic study. Eur J Endocrinol. 2011;165(5):687-701.
led study. J Clin Endocrinol Metab. 2010;95(2):639-650. 80. Menke A, Guallar E, Rohrmann S, et al. Sex steroid hormone
67. Aversa A, Bruzziches R, Francomano D, et al. Effects of lon- concentrations and risk of death in US men. Am J Epide-
gacting testosterone undecanoate on bone mineral density miol. 2010;171(5):583-592.
in middle-aged men with late-onset hypogonadism and 81. Tivesten A, Vandenput L, Labrie F, et al. Low serum testos-
metabolic syndrome: results from a 36 months controlled terone and estradiol predict mortality in elderly men. J Clin
study. Aging Male. 2012;15(2):96-102. Endocrinol Metab. 2009;94(7):2482-2488.
68. Aversa A, Bruzziches R, Francomano D, et al. Effects of 82. Pietri P, Vlachopoulos C, Ioakeimidis N, et al. 5B.06: Asso-
testosterone undecanoate on cardiovascular risk factors ciation of plasma testosterone with central haemodyna-
and atherosclerosis in middle-aged men with late-onset mics in hypertensive men. J Hypertens. 2015;33 (suppl
hypogonadism and metabolic syndrome: results from a 1):e67. Traish et al 19
24-month, randomized, double-blind, placebo-controlled 83. Yassin DJ, Doros G, Hammerer PG, Yassin AA. Long-term
study. J Sex Med. 2010;7(10): 3495-3503. testosterone treatment in elderly men with hypogonadism
69. Kalinchenko SY, Tishova YA, Mskhalaya GJ, Gooren LJ, Gil- and erectile dysfunction reduces obesity parameters and
tay EJ, Saad F. Effects of testosterone supplementation on improves metabolic syndrome and health-related quality of
markers of the metabolic syndrome and inflammation in life. J Sex Med. 2014;11(6):1567-1576.
hypogonadal men with the metabolic syndrome: the dou- 84. Haider A, Yassin A, Doros G, Saad F. Effects of long-term
ble-blinded placebo-controlled Moscow study. Clin Endo- testosterone therapy on patients with “diabesity”: re-
crinol (Oxf). 2010;73(5):602-612. sults of observational studies of pooled analyses in obese
70. Dhindsa S, Ghanim H, Batra M, et al. Insulin resistance and hypogonadal men with type 2 diabetes. Int J Endocrinol.
inflammation in hypogonadotropic hypogonadism and their 2014;2014:683515.
reduction after testosterone replacement in men with Type 85. Heufelder AE, Saad F, Bunck MC, Gooren L. Fifty-two-week
2 diabetes. Diabetes Care. 2016;39(1):82-91. treatment with diet and exercise plus transdermal tes-
71. Morgunov LIu, Denisova IA, Rozhkova TI, Stakhovskaia LV, tosterone reverses the metabolic syndrome and impro-
Skvortsova VI. Androgenic deficit and its treatment in stroke ves glycemic control in men with newly diagnosed type
male patients with diabetes mellitus type II [in Russian]. Zh 2 diabetes and subnormal plasma testosterone. J Androl.
Nevrol Psikhiatr Im S S Korsakova. 2011;111(8 pt 2):21-24. 2009;30(6):726-733.
72. Finkelstein JS, Lee H, Burnett-Bowie SA, et al. Gonadal ste- 86. Juang PS, Peng S, Allehmazedeh K, Shah A, Coviello AD,
roids and body composition, strength, and sexual function Herbst KL. Testosterone with dutasteride, but not anastrazo-
in men. N Engl J Med. 2013;369(11):1011-1022. le, improves insulin sensitivity in young obese men: a rando-
73. Page ST, Amory JK, Bowman FD, et al. Exogenous testoste- mized controlled trial. J Sex Med. 2014;11(2):563-573.
rone (T) alone or with finasteride increases physical perfor- 87. Francomano D, Lenzi A, Aversa A. Effects of five-year tre-
mance, grip strength, and lean body mass in older men with atment with testosterone undecanoate on metabolic and
low serum T. J Clin Endocrinol Metab. 2005;90(3):1502- hormonal parameters in ageing men with metabolic syn-
1510. drome. Int J Endocrinol. 2014;2014:527470.
74. Bhasin S, Travison TG, Storer TW, et al. Effect of testostero- 88. Tambo A, Roshan MH, Pace NP. Testosterone and Cardio-
ne supplementation with and without a dual 5a-reductase vascular Disease. Open Cardiovasc Med J. 2016;10:1-10.
inhibitor on fat-free mass in men with suppressed testos- 89. Azad N, Pitale S, Barnes WE, Friedman N. Testosterone tre-
terone production: a randomized controlled trial. JAMA. atment enhances regional brain perfusion in hypogonadal
2012;307(9):931-939. men. J Clin Endocrinol Metab. 2003;88(7):3064-3068.
75. Nedogoda SV, Barykina IN, Salasyuk AS, Smirnova VO, Khri- 90. Pope HG Jr, Cohane GH, Kanayama G, Siegel AJ, Hudson JI.
paeva VJ. Effects of Testosterone Replacement Therapy on Testosterone gel supplementation for men with refractory
Cardio-Metabolic, Hormonal and Anthropometric Parame- depression: a randomized, placebo-controlled trial. Am J
ters in Obese Hypogonadal Men with Metabolic Syndrome. Psychiatry. 2003;160(1):105-111.
Obesity. 2015;1(2):1-7. 91. Cohen AT, Goto S, Schreiber K, Torp-Pedersen C. Why do we
need observational studies of everyday patients in the real-life
setting? Eur Heart J Suppl. 2015;17(suppl D):D2-D8. 99. Hoyos CM, Yee BJ, Phillips CL, Machan EA, Grunstein RR,
92. Wallis CJ, Lo K, Lee Y, et al. Survival and cardiovascular Liu PY. Body compositional and cardiometabolic effects of
events in men treated with testosterone replacement the- testosterone therapy in obese men with severe obstructive
rapy: an intention-to-treat observational cohort study. Lan- sleep apnoea: a randomised placebo-controlled trial. Eur J
cet Diabetes Endocrinol. 2016;4(6):498-506. Endocrinol. 2012;167(4):531-541.
93. Yialamas MA, Dwyer AA, Hanley E, Lee H, Pitteloud N, Hayes 100. Srikanthan P, Karlamangla AS. Relative muscle mass is in-
FJ. Acute sex steroid withdrawal reduces insulin sensitivity versely associated with insulin resistance and prediabetes.
in healthy men with idiopathic hypogonadotropic hypogo- Findings from the third National Health and Nutrition Exa-
nadism. J Clin Endocrinol Metab. 2007;92(11):4254-4259. mination Survey. J Clin Endocrinol Metab. 2011;96(9):
94. Pitteloud N, Mootha VK, Dwyer AA, et al. Relationship betwe- 2898-2903.
en testosterone levels, insulin sensitivity, and mitochondrial 101. Chuang SY, Hsu YY, Chen RC, Liu WL, Pan WH. Abdominal
function in men. Diabetes Care. 2005;28(7):1636-1642. obesity and low skeletal muscle mass jointly predict total
95. Bleda S, de Haro J, Varela C, Esparza L, Rodriguez J, Acin F. mortality and cardiovascular mortality in an elderly Asian
Improving Total-Cholesterol/HDL-Cholesterol Ratio Results population. J Gerontol A BiolSci Med Sci. 2016;71(8):
in an Endothelial Dysfunction Recovery in Peripheral Artery 1049-1055.
Disease Patients. Cholesterol. 2012;2012:895326. 102. Huo S, Scialli AR, McGarvey S, et al. Treatment of Men for
96. Rouver WN, Delgado NT, Menezes JB, Santos RL, Moy- “Low Testosterone”: A Systematic Review. PLoS One. 2016;
ses MR. Testosterone Replacement Therapy Prevents 11(9):e0162480. doi:10.1371/journal.pone.0162480.
Alterations of Coronary Vascular Reactivity Caused by 103. Roovers JP. Registries: what level of evidence do
Hormone Deficiency Induced by Castration. PLoS One. they provide? Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct.
2015;10(8):e0137111. 2007;18(10):1119-1120.
97. Vlachopoulos C, Ioakeimidis N, Miner M, et al. Testosterone 104. Ng Tang Fui M, Prendergast LA, Dupuis P, et al. Effects of
deficiency: a determinant of aortic stiffness in men. Athe- testosterone treatment on body fat and lean mass in obese
rosclerosis. 2014;233(1):278-283. men on a hypocaloric diet: a randomized controlled trial.
98. Lee WC, Kim MT, Ko KT, et al. Relationship between Serum BMC Med. 2016;14(1):153.
Testosterone and Cardiovascular Disease Risk Determined
Using the Framingham Risk Score in Male Patients with Se-
xual Dysfunction. World J Mens Health. 2014;32(3):139-144.

Você também pode gostar