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cação biológica). Embora, ressalta-se sos países do mundo, se destacando to do sistema radicular das culturas
que a prevenção, neste caso, é sem- pela adoção do tráfego controlado (Alba et al., 2011).
pre preferível a remediação. A esca- a Austrália (Gassen, 2011), Canadá, As modernas ferramentas da
rificação mecânica deve ser utilizada, Estados Unidos, Inglaterra e Nova agricultura de precisão tais como
preferencialmente, em casos severos Zelândia. Atualmente, a área com sistema de piloto automático, SIG
de compactação e mesmo assim de adoção do tráfego controlado mun- e localização geográfica com eleva-
forma esporádica, uma vez que a sua dialmente alcança mais de 2 milhões da acurácia (DGPS e RTK) possibili-
operação tem elevado consumo de de ha, especialmente, em regiões tam seguir com acurácia e precisão
tempo e de combustível, elevada onde a precipitação pluviométrica é o planejamento prévio das linhas de
demanda de potência e de mão de restrita e existe a necessidade de ele- semeadura (Bochtis & Vougioukas,
obra. Além disso, seus resultados na vada armazenagem de água no solo 2008; Alba et al., 2011). Para que
melhoria dos atributos físicos do solo (Tulberg et al., 2007). seja implantado corretamente o sis-
são de curta duração, notadamente O sistema de tráfego contro- tema de tráfego controlado deman-
em solos argilosos, e em muitos ca- lado vem sendo investigado desde da planejamento na utilização de
sos não se refletem no aumento da 1960, porém foi com advento das máquinas, requerendo o ajuste da
produtividade das culturas. A escari- novas ferramentas da agricultura de bitola de pneus, fazendo com que
ficação biológica pode ser utilizada precisão que a tecnologia ganhou todas as máquinas tenham a bitola
em caso menos severos, através da um novo impulso. Este sistema visa coincidente. Existem várias possi-
inclusão de plantas de cobertura no a organização do sistema de tráfego bilidades para proceder este ajuste,
programa de rotação de culturas. de máquinas dentro da lavoura, ten- sendo necessário um estudo prévio
Estas plantas por possuirem siste- do como pressuposto o confinamen- para identificar a melhor alternativa
ma radicular agressivo, conseguem to de tráfego de máquinas e equipa- para o produtor interessado na im-
romper a camada compactada do mentos em linhas pré-definidas que plantação deste sistema. As máqui-
solo, porém sua utilização demanda recebem o nome de “Tramlines”, nas disponíveis no mercado nacional
tempo, disponibilidade de sementes restringindo, desta forma, a compac- permitem, em geral, a utilização de
e um planejamento cuidadoso da ro- tação a locais específicos (Chamen dois grupos em relação à largura de
tação de culturas. et al., 1992; Tulberg et al., 2001; trabalho, a qual definiremos como
Neste contexto, prevenir a ocor- Gassen, 2011). Com isto, a área livre módulos. Assim, é possível o uso de
rência generalizada da compactação de tráfego de máquinas agrícolas é módulos de 3 ou 4 m. Detalhes dos
ou confiná-la a locais específicos aumentado possibilitando a reestru- ajustes necessários são apresentados
(zonas de tráfego) é uma estratégia turação do solo e o aprofundamen- na Figura 3.
que vem sendo avaliada em diver-
Procedimento para a
implantação do sistema
A implantação do sistema de
tráfego controlado deve obedecer al-
gumas regras, fazendo-se necessário
o levantamento planialtimétrico da
área. Este levantamento é denomi-
nado de Modelo Digital de Elevação
(MDE), servindo para orientação das
linhas de semeadura, seguindo os
princípios conservacionistas (Alba et
al., 2011). O MDE é composto por
coordenadas geográficas em três di-
mensões (X, Y e Z) e, para tanto faz-
se necessário o sinal de pelo menos
quatro satélites; ainda para se obter
maior acurácia neste levantamento,
é necessária a utilização de pelo me-
nos DGPS que reduz o erro de posi-
cionamento para aproximadamente
Figura 3. Modelo conceitual do sistema de tráfego controlado com módulos de 0,10 m.
3 m. Fonte: Bochtis et al. (2010) . Após a obtenção da cota real
dos pontos que compõem o grid
• Menor consumo de combustí- • Maior eficiência na obtenção (“raster”), com auxilio do SIG, reali-
vel e potência requerida para da população de plantas plane- za-se a geração virtual das linhas de
o deslocamento das máquinas jada; semeadura, bem como as linhas de
agrícolas; • Menor efeito de déficits hídri- trânsito (Tramlines).
• Menor risco de compactação cos de curta duração na produ-
superficial e subsuperficial; tividade das culturas. Ajuste de bitolas
• Redução na perda de solo e de
água por escoamento superfi- Desvantagens: A operação que exige maior
cial; cuidado dada a sua complexidade é
• Menor distância total percorri- • Custo financeiro para a obten- o ajuste da bitola dos rodados de to-
da pelas máquinas; ção dos sistemas de localização das as máquinas envolvidas no siste-
• Maior eficiência na logística e geográfica com elevada acurá- ma. A bitola é definida como sendo
no tráfego dentro da lavoura; cia (DGPS ou RTK); a distância entre o centro das duas
• Maior produtividade das cultu- • Necessidade de um SIG (Siste- rodas, tanto as dianteiras como nas
ras nos locais livres de trânsito ma de Informação Geográfica); traseiras, e ela vai possibilitar que se
de máquinas agrícolas; • Formato e topografia do talhão forme um padrão uniforme de dis-
• Melhoria nas propriedades fí- podem dificultar as operações tâncias e de repetibilidade durante
sicas, químicas e biológicas do de manejo, quanto mais regu- as operações agrícolas. A largura do
solo; lar à forma, mais fácil é o pla- ajuste de bitolas vai depender basi-
• Maior eficiência do uso de água nejamento e implantação das camente do tipo de maquinário dis-
armazenada no solo; linhas de semeadura e o funcio- ponível e da cultura que vai ser cul-
• Desenvolvimento inicial mais namento do sistema de tráfego tivada. Em geral opta-se por larguras
rápido das culturas; controlado; de trabalho de 3 m ou 4 m, sendo
Experiência Inglesa