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Sumário

OBJETIVO...............................................................................................................................................1
CONTEÚDO............................................................................................................................................1
Introdução.........................................................................................................................................1

A VANTAGEM DE USAIN BOLT NO ATLETISMO

OBJETIVO
Mostrar estudos com o atleta Usain Bolt e o uso de parâmetros simples que podem ser usados
na prática.

CONTEÚDO
Introdução
A relação entre a física e o esporte por meio da biomecânica se torna mais interessante
quando se obtêm o conhecimento da teoria na prática (VOURLIAS; SEROGLOU, 2016). As
equações são formas indiretas de analisar o movimento, e a vantagem está em não atrapalhar
o desempenho durante as competições. A caracterização da corrida dos velocistas é um
indicador de desempenho e as estimativas ajudam a entender o movimento (MORIN et al.,
2005; TAYLOR; BENEKE, 2012). O conteúdo norteará dois temas: (1) a estimativa do
desempenho, (2) o exemplo do atleta Usain Bolt. Nem todos os resultados foram calculados
com a mesma equação explícita neste texto.

Tempo de prova
A corrida de curta distância tem a estratégia de “máximo esforço” para correr o mais rápido
que puder utilizando toda a sua capacidade física durante a prova (YAMASHITA, 2013).
Figura 1. Evolução dos recordes mundiais dos 100 metros rasos ao longo dos anos (YAMASHITA,2013,)

A evolução dos recordes mundiais nos 100 metros rasos está na Figura 1, ela denota a
evolução do recorde de 9.72 e 9.69 segundos para a queda acentuada nos últimos anos. Bolt
conseguiu o tempo de 9.69 segundos nos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim. Nesta prova
houve o fato curioso que pode ter diminuído a sua velocidade alguns metros antes do final da
prova, o atleta olhou para trás e comemorou a sua vitória (YAMASHITA, 2013). Caso Usain
Bolt não tivesse essa reação, o tempo dele seria algo entre 9.41 e 9.59 segundos (ERIKSEN
et al., 2009), como estimado na figura abaixo:
Figura 2. Evolução dos recordes mundiais dos 100 metros rasos ao longo dos anos (YAMASHITA, 2013)

A figura 2 mostra a comparação dos perfis de distância reais e projetados no final da corrida.
Na qual, a parte (a) é o ponto onde os perfis da corrida cruzam com a linha horizontal de 100
metros para estimar o recorde mundial para determinado cenário; já a parte (b) é uma versão
ampliada do cruzamento das linhas da parte (a). A linha vermelha pontilhada indica a
estimativa mais otimista para o recorde de Usain Bolt nos 100 metros, a linha vermelha
tracejada mostra a estima o tempo de modo mais conservador com mais cautela, a linha
vermelha tracada é o valor real do tempo de Usain Bolt, a linha tracejada em azul é o tempo
de Richard Thompson (ERIKSEN et al., 2009). O recorde foi quebrado novamente em
Berlim no ano de 2009, Bolt quebrou o seu próprio recorde com 9.58 segundos, reduzindo
0.11 segundos. O atleta está próximo do limite humano e essa melhora é bem relevante, ainda
mais que no momento da corrida a velocidade do vento a favor de 0.9 m/s favoreceu os
atletas (HELENE, YAMASHITA, 2010; YAMASHITA, 2013). O vento acima de 2 m/s não
é considerado recorde pela Associação Internacional de Federações de Atletismo
(INTERNATIONAL ASSOCIATION OF ATHLETICS FEDERATIONS, 2016).
10.1

10

9.9

9.8

Tempo de prova 9.7


(segundos)
9.6 Tempo

9.5

9.4

9.3
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano
Fonte: International Association of Athletics Federations, 2016

Figura 3. Melhor tempo de Usain Bolt em segundos nas provas de 100 metros ao longo dos anos

A figura 3 mostra o melhor resultado de Usain Bolt durante os anos na prova dos 100 metros
rasos. Em 2009, o atleta quebrou o recorde mundial ao completar a prova em 9.58 segundos
durante o Mundial de Atletismo em Berlim (INTERNATIONAL ASSOCIATION OF
ATHLETICS FEDERATIONS, 2016).

22
21.5
21
20.5
20
Tempo de prova 19.5
(segundos)
19 Tempo
18.5
18
17.5
01 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 012 013 015
20 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Ano
Fonte: International Association of Athletics Federations, 2016

Figura 4 Melhor tempo de Usain Bolt em segundos nas provas de 200 metros ao longo dos anodos anos

Na figura 4 verifica-se o melhor resultado de Usain Bolt durante os anos na prova de 200
metros rasos. O recorde dos 200 metros rasos é de Usain Bolt, em 2009 o atleta completou a
prova em 19.19 segundos durante o Mundial de Atletismo em Berlim (INTERNATIONAL
ASSOCIATION OF ATHLETICS FEDERATIONS, 2016)
Figura 5. Melhor tempo de Usain Bolt em segundos nas provas de 400 metros ao longo dos anos

O melhor resultado de Usain Bolt durante os anos na prova de 400 metros rasos é observado
na figura 5. O atleta Michael Johnson quebrou o recorde mundial nos 400 metros rasos com
43.18 em Sevilla em 1999, enquanto Usain Bolt obteve o seu melhor tempo na prova com
45.28 segundos em 2007 (INTERNATIONAL ASSOCIATION OF ATHLETICS
FEDERATIONS, 2016).

Figura 5 Melhor tempo de Usain Bolt em segundos nas provas de 200 metros ao longo dos anos

A figura 6 mostra os tempos correspondentes a cada percurso de 10 metros na prova de 100


metros rasos. Na última linha estão os tempos de reação nas provas de Pequim em 2008 e
Berlim em 2009 (YAMASHITA, 2013). O atleta vence quando termina a prova em menor
tempo quando comparado aos seus concorrentes. Por mais que a velocidade e aceleração
sejam consideradas importantes para vencer a corrida, as análises biomecânicas permeiam o
seus olhar por diversas variáveis que ajudam a entender o desempenho.

Rapidez e velocidade
A rapidez média é descritora de desempenho nas atividades esportivas, ao se completar a
distância determinada em menor tempo (MCGINNIS, 2015). A rapidez é uma grandeza
escalar de qualquer combinação de unidades de distância (comprimento) e de tempo é válido
para medi-la, tais como: quilômetros por hora, milhas por horas, metros por segundo. O
velocista pode sofrer variações em sua rapidez devido a fase que se encontra na corrida
(HEWITT, 2015).
distância
Rapidez= (HEWITT, 2015)
tempo
Podendo ser denotada também pela seguinte equação:
l
s= (MCGINNIS, 2015)
∆t
s=rapidez média
l =distância percorrida
∆ t =variação no tempo
A rapidez é a medida de quão rápido ele é; a velocidade se denota por quão rápido com a sua
direção e sentido usando a devida orientação (HEWITT, 2015). Para descrever o movimento
precisamos de um referencial em que se escolhe a origem, a posição do atleta e o seu instante
de tempo (NUSSENZVEIG, 2012). A rapidez com orientação do movimento é a velocidade
(HEWITT, 2015).
∆s
V m= (NUSSENZVEIG, 2012)
∆t
V m=Velocidade média

∆ s=distância (por exemplo, em metros)


∆ t =tempo (por exemplo, em segundos)
A velocidade média do movimento é a razão do deslocamento ao intervalo de tempo
produzido pelo atleta. Segundo o Sistema Internacional de Medidas a velocidade é expressa
em metros por segundo (m.s-1) para sua medição (HEWITT, 2015). A velocidade instantânea
é o valor em um determinado instante t (NUSSENZVEIG, 2012).
10.5

10.4

10.3

10.2

Velocidade de prova 10.1


(metros por segundo)
10 Tempo

9.9

9.8

9.7
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano
Fonte: International Association of Athletics Federations, 2016

Figura 6. Velocidade de Usain Bolt em metros por segundo nas provas de 100 metros

11

10.5

10

Velocidade de prova
(metros por segundo) 9.5
Tempo

8.5
01 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 012 013 015
20 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Ano
Fonte: International Association of Athletics Federations, 2016

Figura 7. Velocidade de Usain Bolt em metros por segundo nas provas de 100 metros
8.9
8.8
8.7
8.6
8.5
Velocidade de prova
(metros por segundo) 8.4
Tempo
8.3
8.2
8.1
8
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2013
Ano
Fonte: International Association of Athletics Federations, 2016

Figura 9. Velocidade de Usain Bolt em metros por segundo nas provas de 400 metros

Figura 10. Velocidade em função do tempo nos recordes dos 100 metros rasos de Usain Bolt em Pequim e
Berlim (YAMASHITA, 2013)

As fontes de energia são limitadas, na corrida de 100 metros rasos a condição do “máximo
esforço” dura geralmente pouco mais de 5 segundos. Após esse tempo é comum vermos uma
diminuição da velocidade dos atletas, como explícito na Figura 10. Pode-se especular que a
diminuição em Berlim, onde havia um vento a favor de 0,9 m/s, é bem menor que no caso de
Pequim. Essa diferença proveniente do gasto de energia poderá ser mais bem discutida
olhando a curva da potência mecânica do atleta ao longo da corrida. Outra questão que
contribuiu para a redução acentuada da velocidade em Pequim foi pela comemoração de
Usain Bolt antes do final da prova (HELENE, YAMASHITA, 2010; YAMASHITA, 2013).

Aceleração
A aceleração é a medida da rapidez de variação de velocidade com o tempo, sabendo que o
tempo inicial é menor que o tempo final (NUSSENZVEIG, 2012).
variação da velocidade
Aceleração= (HEWITT, 2015)
intervalo de tempo
∆v
a t →t = (NUSSENZVEIG, 2012)
1 2
∆t
a t →t = aceleração média
1 2

∆ v = variação da velocidade
∆ t = variação do tempo
O corpo está acelerando quando a sua velocidade muda (HEWITT, 2015). A aceleração
média é positiva quando a velocidade cresce do tempo inicial para o tempo final, a aceleração
média é negativa quando a velocidade diminui do tempo inicial para o tempo final
(NUSSENZVEIG, 2012). Se o atleta começa a prova e a termina no mesmo lugar o seu
deslocamento é zero, entretanto a distância percorrida não é igual a zero (HEWITT, 2015;
MCGINNIS, 2015).

Figura 11. Reconstrução da aceleração linear nos 100 metros rasos em Pequim (SOUZA; SINGH, 2012)
Na figura 11 é possível observar a reconstrução da aceleração linear nos 100 metros rasos em
Pequim proposta por Souza & Singh (2012), esses autores usaram os dados do artigo de
Eriksen et al. (2009) para produzir o gráfico.
Alguns atletas começam com uma aceleração menor e atingem o máximo da sua velocidade
mais tardiamente que outros. Alguns atletas, porém, possuem uma queda de rendimento no
final da prova menos intensa. Todavia, essa variação de estratégias deve ser provavelmente
intrínseca às características de determinado atleta, ou seja, não podemos associar essas
diferenças a algo consciente, mas, sim, à estratégia “corra o mais rápido que conseguir o
tempo todo”, já que não é viável planejar a fase de aceleração e desaceleração como nas
provas de longa distância (YAMASHITA, 2013).

Potência
A potência pode ser expressa em watts pelo Sistema Internacional de Medidas, ou em joule
por segundo (HEWITT, 2015).
trabalho realizado
P= (HEWITT, 2015)
intervalo de tempo
P=¿Potência (watts ou joule por segundo)
A potência mecânica produzida leva em conta a contribuição de três termos distintos: (1) a
potência mecânica associada ao aumento da energia cinética do atleta, mais a potência
necessária para vencer a resistência do ar e, ainda, (2) a potência constante associada a efeitos
“menores”. Pode citar como exemplo de efeitos menores o balançar das pernas e o
movimento de sobe-desce do corpo ao longo da corrida (YAMASHITA, 2013).

Figura 12. Potência mecânica total em função do tempo em Pequim e Berlim (HELENE, YAMASHITA, 2010)

Na figura 12 é expressa a energia total gasta por Bolt nos 100 metros rasos nas provas de
Pequim e Berlim. Esses valores como a aceleração inicial, dada pela inclinação da curva da
velocidade em tempo=0 (HELENE, YAMASHITA, 2010; YAMASHITA, 2013), e a
potência máxima em cada prova estão relacionados na figura abaixo:

Figura 13. Potência máxima e aceleração máxima nas provas de Pequim e Berlim (YAMASHITA, 2013)

De acordo com a Figura 14, o tempo de prova nos 100 metros rasos foi menor, entretanto, o
desempenho atlético de Usain Bolt, medido em termos da potência e da energia mecânica, foi
melhor em Pequim (HELENE, YAMASHITA, 2010; YAMASHITA, 2013).

Modelo Massa Mola


O modelo massa mola é usado para caracterização do salto e da corrida e representa o
corredor como um ponto de massa apoiado por uma única mola linear que simboliza a perna
(MORIN et al., 2005). O modelo é uma forma indireta de analisar o movimento, com esse
modelo matemático simples que estima as variáveis mecânicas de rigidez vertical do
movimento do centro de massa durante o contato com o solo (K vert), rigidez da perna (Kleg),
mudança no comprimento da perna (ΔL), força máxima durante o contato (F max) e o
deslocamento vertical do centro de massa (Δy c) com equações simples (MORIN et al., 2005;
TAYLOR; BENEKE, 2012). A mensuração da K leg e Kvert requer a plataforma de força e
cinemática, entretanto o modelo massa mola estima estes valores com parâmetros mecânicos,
tais como: velocidade, massa corporal, comprimento da perna, tempo de voo e tempo de
contato (MORIN et al., 2005).
As cinco equações do modelo massa mola (equações 1, 2, 3, 4 e 7) foram utilizadas no estudo
para caracterizar os parâmetros biomecânicos durante a corrida em cada passo. Os valores
constantes de aceleração da gravidade (g) em metros por segundo elevado ao quadrado
(m/s²), e valor de π. A gravidade é geralmente representada pelo valor 10 m/s² ou até 9,8
m/s².
Na equação 1 se obtêm o valor de força máxima durante o contato (F max), com os valores da
massa corporal (m), g, π, tempo de voo (t f) e tempo de contato (t c), de acordo com a equação
abaixo:

F max=mg
( )
π tf
2 tc
+1 (MORIN et al., 2005)

Para esta equação, a capitação do tempo de voo (t f) e tempo de contato (tc) na corrida pode ser
estimada por análise de vídeo a cada quadro (TAYLOR; BENEKE, 2012). O t c é considerado
o momento em que o pé estava em contato com o solo, o t f é o momento em que o pé não
estava em contato com o solo, podendo ser definido como o final da fase de contato do pé e
termina no início do próximo contato com o solo (WEYAND et al., 2000). Os dados
antropométricos do comprimento da perna e a massa corporal podem ser coletados de
maneira direta ou indireta. A massa corporal pode ser estimada por equações ou mensurada
pela balança. O valor de m em quilos e tc e tf em segundos (MORIN et al., 2005).
A equação 2, calcula o deslocamento vertical do centro de massa durante o contato (∆y c) pela
Fmax, m, tc, π, g, pela equação:
2 2
−F max t c tc
∆ y c= 2
+ g (MORIN et al., 2005)
m π 8

Na equação 3, a rigidez vertical (K vert) é o produto da inversa da força máxima no contato


pelo deslocamento vertical do centro de massa.
−1
K vert =F max ∙ ∆ y c (MORIN et al., 2005)

A equação 4 calcula a mudança do comprimento da perna (Δy c) é calculado pelo


comprimento da perna (L), velocidade (v), tc e ∆yc, equação descrita abaixo:

∆ L=L− L −

vtc 2
2
2
( )
+ ∆ y c (MORIN et al., 2005)

As variáveis L e v podem ser estimadas para a aplicação neste modelo. O comprimento da


perna (P) é estimado pelo produto de 0,53 pela estatura, ou seja, 53% da estatura (WINTER,
2009), ilustrada na equação abaixo:
Comprimento da perna=Estatura ×0 , 53 (WINTER, 2009)
A velocidade do movimento é a razão do deslocamento ao intervalo de tempo produzido
(HEWITT, 2015). Segundo o Sistema Internacional de Medidas a velocidade é expressa em
metros por segundo (m.s-1) para sua medição (HEWITT, 2015). A equação é descrita na
equação abaixo:
∆s
V m= (NUSSENZVEIG, 2012)
∆t
V m=Velocidade média

∆ s=distância (por exemplo, em metros)


∆ t =tempo (por exemplo, em segundos)
A equação 5 estima a rigidez da perna (K leg) é estimada pelo produto da inversa de F max pela
ΔL.
−1
K leg=F max ∙ ∆ L (MORIN et al., 2005)
Figura 14. Parâmetros do Modelo Massa Mola dos medalhistas Usain Bolt (UB), Tyson Gay (TG) e Asafa
Powell (AP) dos 100 metros rasos na metragem 60-80 metros durante o Mundial de Berlim em 2009 (TAYLOR
& BENEKE, 2012)

Sugere-se que Usain Bolt tenha vantagem devido a sua estatura e a frequência de passo
reduzida que reduza a sua energia e se beneficie da eficiência mecânica. Além disso, o passo
e o tc maior geram impulsos mais elevados (BENEKE; TAYLOR; LEITHÄUSER, 2011).
Ainda assim, o atleta alcança maior velocidade de (12,3 m.s -1) no período de 60-80 metros
dos 100 metros rasos com menor rigidez em comparação a seus concorrentes (K vert= 355.8
kN.m- 1; Kleg= 21.0 kN.m-1). A Sf foi menor para Usain Bolt em comparação com Tyson Gay e
Asafa Powell. A Fmax estimada foi maior em Usain Bolt em comparação com Tyson Gay e
Asafa Powell, enquanto Asafa Powell foi maior que Tyson Gay. A K vert e Kleg foram menor
em Usain Bolt em comparação a Tyson Gay e Asafa Powell. Bolt obteve a K vert 52% menor
em comparação a Tyson Gay e 28 % a menos quando comparado a Asafa Powell. Já a Kleg
47% % menor em comparação a Tyson Gay e 28 % a menos quando comparado a Asafa
Powell. Tyson Gay apresentou maior características em sua rigidez que os outros
medalhistas, o atleta possui maior tc, Δyc e ΔL em comparação a Usain Bolt e Asafa Powell.

Frequência de Passo
A frequência de passo é a divisão do número de passos pelo tempo de percurso (WEYAND et
al., 2000).
Número de passos
Frequência de Passo=
Tempo de percurso

A unidade de medida para frequência de passo é o Hertz.


Tabela 1. Frequência de Passo de Usain Bolt nos anos de 2009 e 2012
Ano Frequência de passo (Hertz)
2009 4.49
2012 4.36

Tempo de contato e tempo de voo


A capitação do tempo de voo (tf) e tempo de contato (tc) na corrida pode ser estimada por
análise de vídeo a cada quadro (TAYLOR; BENEKE, 2012). O t c é considerado o momento
em que o pé estava em contato com o solo, o t f é o momento em que o pé não estava em
contato com o solo, podendo ser definido como o final da fase de contato do pé e termina no
início do próximo contato com o solo (WEYAND et al., 2000).
Tabela 2. Tempo de contato e tempo de voo de Usain Bolt nos anos de 2009 e 2012
Ano Tempo de contato (segundos) Tempo de voo (segundos)
2009 0.091±0.001 0.132±0.001
2012 0.072±0.002 0.064±0.002
Média ± Desvio Padrão

Antropometria
Figura 14. Proporção corporal dos segmentos do corpo (WINTER, 2009)

A Figura 1 de Winter (2009) mostra a proporção da altura por seguimento corporal. A


estimativa do comprimento da perna é expressa abaixo.
Comprimento da perna=Estatura ×0 , 53 (WINTER, 2009)
Tabela 3. Frequência de Passo de Usain Bolt nos anos de 2009 e 2012
Ano Estatura (metros) Comprimento da perna (metros)
2009 1.96 1.03
2012 1.96 1.03

BIBLIOGRAFIA
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final – stature ans step rate were cues for success. Medicine & Science in Sports &
Exercise, v. 43, n. 5, p. 688. 2011.
ERIKSEN, H. K.; KRISTIANSEN, J. R.; LANGANGEN, Ø.; WEHUS, I. K. How fast could
Usain Bolt have run? A dynamical study. American Journal of Physics, v. 3, n. 77, p. 224-
228. 2009.
HELENE, O.; YAMASHITA, M. T. The force, power, and energy of the 100 meter sprint.
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HERNÁNDEZ GÓMEZ, J. J.; MARQUINA, V.; GÓMEZ, R. W. On the performance of
Usain Bolt in the 100 metre sprint. European Journal of Physics, v. 34, n. 1, p.1227-1233.
2013.
HEWITT, P. G. Física Conceitual. 12 ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
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Athlete Profile. Disponível em: <http://www.iaaf.org/athletes/jamaica/usain-bolt-184599>.
Acesso em: 15 jun. 2016.
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Disponível em: <http://www.iaaf.org/records/by-category/world-records>. Acesso em: 16
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SOUZA, P.; SINGH, V. A. Simple models for the 100 meter dash. Resonance, v. 17, n. 6, p.
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Physics for Champions. The Physics Teacher, v. 54, n. 1, p. 45-47. 2016.
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WEYAND, P. G.; STERNLIGHT, D. B.; BELLIZZI, M. J.; WRIGHT, S. Faster top running
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Applied Physiology, v. 89, n. 5, p. 1991-1999. 2000.
WINTER, D. A. Biomechanics and motor control of human movement. 4 ed. Nova
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