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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DE MATO GROSSO


CAMPUS CAMPO NOVO DO PARECIS

SÍNTESE SOBRE PROPAGAÇÃO MERISTEMÁTICA IN VITRO


KAYLAINE SANTANA E MATHEUS BUCHELT

CAMPO NOVO DO PARECIS – MT


2023
Como citado em sala de aula, a propagação de plantas pode acontecer nas formas
sexuadas e assexuadamente. Embora pesquisas e experimentos diferentes sejam feitas
rotineiramente nos laboratórios, o foco de todos pesquisadores é a alta produção e maior
qualidade em quaisquer culturas, sejam elas frutíferas, ornamentais, lenhosas etc. Posto
isso, vale destacar a técnica do cultivo in vitro de plantas que vem se destacando e sendo
explorada a cada dia, basicamente a técnica se da pela produção de mudas em condições
controladas, como o próprio nome diz, é IN VITRO, ou seja, as mudas são colocadas em
vidros com todos os nutrientes necessários em soluções preparadas e que lhes são
fornecidas na quantidade certa, inclusive a luz para a fotossíntese também é regulada, e
todo esse ambiente in vitro é feito pelo homem, criando um ambiente livre de patógenos
graças a assepsia feita antes de iniciar o processo de replicação de um explante, o explante
é qualquer parte do vegetal que possa e deseja-se que seja replicado na forma de muda,
no cultivo in vitro.
Embora exista diversos meios de propagação in vitro, citaremos a propagação de
cultura de tecidos meristemáticos. Esta técnica só é possível graças as características das
células meristemáticas das plantas, que em toda a fase de desenvolvimento vegetal tendem
a crescer e se desenvolver para deixar descendentes, isso é natural de todas as plantas.
Na zona de crescimento da planta, que são as raízes e parte aérea, as células replicam-se
constantemente, e nesses lugares de crescimento (ápices) possuem células que tem
características embrionarias, ou seja, sempre conseguirão dar origem a novas células que
irão desempenhar suas funções (principalmente de crescimento vegetal), graças a
totipotência das células meristemáticas, (totipotência é a capacidade de qualquer célula
gerar uma nova planta) portanto para melhor entendimento, quando a célula meristemática
se replica ela continua sendo meristemática (célula inicial), porém sua célula descendente
poderá fazer parte de órgãos e do corpo da planta ( célula derivada), desempenhando papel
totalmente diferente da sua célula de origem. Além das células dos meristemas, existem as
gemas axilares das plantas, que podem permanecer dormentes por certos períodos, mas
caso a planta precise destas gemas, elas podem se diferenciar em crescimento vegetal ou
reprodutivo gerando flores e frutos. Estas gemas axilares apresentam as mesmas
características das células do meristema, porém serão ativas somente em casos de
necessidade.
Entendido esse processo de replicação das células, é possível entender como
acontece de fato a produção de mudas com os meristemas apicais de plantas já
estabelecidas. Outro fator importante é que as células dos meristemas por apresentarem
características específicas, geralmente podem até serem livres de doenças caso a planta
que seja obtida o meristema para replicação esteja infectada, logo a muda provinda dela
pode ser que seja livre da doença, se a replicação do meristema ocorrer adequadamente.
O experimento feito por Zaffari R. G. et al 2013 serve para mostrar como é feito o cultivo in
vitro de meristemas. Realizado no período de novembro de 2010 a abril de 2012 no
município de Itajaí-SC conduzido na Epagri/Estação Experimental de Itajaí. Foi realizado
da seguinte forma, foram coletadas as brotações novas com 4 a 5 cm de comprimento de
seis plantas de laranja de diferentes cultivares, são elas Baianinha EEI, Frank, SCS454
Catarina, SCS455 Reinaldo, SCS456 Sigmar; e SCS457 Souza. Após a coleta dos
meristemas, eles foram excisados e imersos em placa de petri contendo água destilada
esterilizada, afim de manter uma boa assepsia das novas mudas que seriam originadas.
Logo após, os meristemas foram desinfectados com NaClO 0,25% em câmara de fluxo
laminar por10 minutos. O cultivo dos meristemas foi realizado em frascos de vidro (100 x
40mm) contendo o meio de cultura ideal, juntamente com combinações de reguladores de
crescimento BAP (0, 0,5, 1 e 2mg/L), ANA (0, 0,5, 1 e 1,5mg/L) e ácido giberélico GA3 (0,
0,25, 0,5, e 1mg/L) totalizando 64 tratamentos. Os frascos (cada frasco com um meristema
somente) com os meristemas permaneceram numa sala a 25°C com variação de 2°C para
+ e para -, umidade do ar de 60%, luz branca fria fluorescente, de intensidade de
50μmol/m2/s e 16 horas de fotoperíodo, por 450 dias. O delineamento ficou com 7
repetições por tratamento, dessa forma: 7x4x4x4. Após 30 dias, observou- se o
desenvolvimento dos meristemas das cultivares SCS, que obtiveram um bom
desenvolvimento em 3 combinações de reguladores de crescimento. Apesar de bons
resultados no início, os pesquisadores concluíram com esse trabalho que não seria possível
a produção massal de mudas de citros em laboratório. Na nossa opinião quanto estudantes
que lemos o artig, eles chegaram a essa conclusão devido ao longo período para se
produzir uma muda se quer, que foram 450 dias.
Trazendo uma experiência mais prática a título de complementações, na casa onde
meus pais moram ( pais do Matheus Buchelt) em Juara, tem- se a presença de babosa e
Zamioculca, ambas epécies suculentas. E foi realizado pelo discente em 2018 a
propagação destas plantas em vasos, e foram cortadas as folhas jovens das plantas e
plantadas em novos vasos, teve- se preferência pelas folhas jovens, apesar de que nas
espécies suculentas, qualquer parte dela seja passível de reprodução, mas neste caso foi
usadas somente as folhas novas, e foi possível gerar a partir dessas folhas novos vasos
com muitas folhas de babosa, e também uma bela planta de zamioculca. Infelizmente não
poderei relatar com fotos, mas fica aqui descrita minha experiência.
Outra experiência vivida pela discente Kaylaine, ocorreu no instituto IFMT Campus
Campo Novo do Parecis, no laboratório de Biologia, onde estávamos fazendos testes
alelopáticos de plantas de coberturas sobre plantas daninhas, onde germinamos sementes
de Echinochloa colunum, Capim arroz em placas de petri, e após elas germinarem,
escolhemos as melhores dentre elas, e às propagamos, cortamos os meristemas apicais e
foram depositadas em outras placas de petri num ambiente controlado para crescerem.

REFERÊNCIAS

ZAFFARI, G.R.; KOLLER, O.L.; MEDEIROS, D. S.; STUKER. H. Propagação clonal


de cultivares de Citrus sp. pelo cultivo direto de meristemas in vitro. Revista Agropecuária
Catarinense, Florianópolis, v.26, n.1, p.76-80, março de 2013.

HOLANDA, Lucas. Aula teóricas de morfologia e sistemática vegetal. 1º semestre,


2022.

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