2023 Como citado em sala de aula, a propagação de plantas pode acontecer nas formas sexuadas e assexuadamente. Embora pesquisas e experimentos diferentes sejam feitas rotineiramente nos laboratórios, o foco de todos pesquisadores é a alta produção e maior qualidade em quaisquer culturas, sejam elas frutíferas, ornamentais, lenhosas etc. Posto isso, vale destacar a técnica do cultivo in vitro de plantas que vem se destacando e sendo explorada a cada dia, basicamente a técnica se da pela produção de mudas em condições controladas, como o próprio nome diz, é IN VITRO, ou seja, as mudas são colocadas em vidros com todos os nutrientes necessários em soluções preparadas e que lhes são fornecidas na quantidade certa, inclusive a luz para a fotossíntese também é regulada, e todo esse ambiente in vitro é feito pelo homem, criando um ambiente livre de patógenos graças a assepsia feita antes de iniciar o processo de replicação de um explante, o explante é qualquer parte do vegetal que possa e deseja-se que seja replicado na forma de muda, no cultivo in vitro. Embora exista diversos meios de propagação in vitro, citaremos a propagação de cultura de tecidos meristemáticos. Esta técnica só é possível graças as características das células meristemáticas das plantas, que em toda a fase de desenvolvimento vegetal tendem a crescer e se desenvolver para deixar descendentes, isso é natural de todas as plantas. Na zona de crescimento da planta, que são as raízes e parte aérea, as células replicam-se constantemente, e nesses lugares de crescimento (ápices) possuem células que tem características embrionarias, ou seja, sempre conseguirão dar origem a novas células que irão desempenhar suas funções (principalmente de crescimento vegetal), graças a totipotência das células meristemáticas, (totipotência é a capacidade de qualquer célula gerar uma nova planta) portanto para melhor entendimento, quando a célula meristemática se replica ela continua sendo meristemática (célula inicial), porém sua célula descendente poderá fazer parte de órgãos e do corpo da planta ( célula derivada), desempenhando papel totalmente diferente da sua célula de origem. Além das células dos meristemas, existem as gemas axilares das plantas, que podem permanecer dormentes por certos períodos, mas caso a planta precise destas gemas, elas podem se diferenciar em crescimento vegetal ou reprodutivo gerando flores e frutos. Estas gemas axilares apresentam as mesmas características das células do meristema, porém serão ativas somente em casos de necessidade. Entendido esse processo de replicação das células, é possível entender como acontece de fato a produção de mudas com os meristemas apicais de plantas já estabelecidas. Outro fator importante é que as células dos meristemas por apresentarem características específicas, geralmente podem até serem livres de doenças caso a planta que seja obtida o meristema para replicação esteja infectada, logo a muda provinda dela pode ser que seja livre da doença, se a replicação do meristema ocorrer adequadamente. O experimento feito por Zaffari R. G. et al 2013 serve para mostrar como é feito o cultivo in vitro de meristemas. Realizado no período de novembro de 2010 a abril de 2012 no município de Itajaí-SC conduzido na Epagri/Estação Experimental de Itajaí. Foi realizado da seguinte forma, foram coletadas as brotações novas com 4 a 5 cm de comprimento de seis plantas de laranja de diferentes cultivares, são elas Baianinha EEI, Frank, SCS454 Catarina, SCS455 Reinaldo, SCS456 Sigmar; e SCS457 Souza. Após a coleta dos meristemas, eles foram excisados e imersos em placa de petri contendo água destilada esterilizada, afim de manter uma boa assepsia das novas mudas que seriam originadas. Logo após, os meristemas foram desinfectados com NaClO 0,25% em câmara de fluxo laminar por10 minutos. O cultivo dos meristemas foi realizado em frascos de vidro (100 x 40mm) contendo o meio de cultura ideal, juntamente com combinações de reguladores de crescimento BAP (0, 0,5, 1 e 2mg/L), ANA (0, 0,5, 1 e 1,5mg/L) e ácido giberélico GA3 (0, 0,25, 0,5, e 1mg/L) totalizando 64 tratamentos. Os frascos (cada frasco com um meristema somente) com os meristemas permaneceram numa sala a 25°C com variação de 2°C para + e para -, umidade do ar de 60%, luz branca fria fluorescente, de intensidade de 50μmol/m2/s e 16 horas de fotoperíodo, por 450 dias. O delineamento ficou com 7 repetições por tratamento, dessa forma: 7x4x4x4. Após 30 dias, observou- se o desenvolvimento dos meristemas das cultivares SCS, que obtiveram um bom desenvolvimento em 3 combinações de reguladores de crescimento. Apesar de bons resultados no início, os pesquisadores concluíram com esse trabalho que não seria possível a produção massal de mudas de citros em laboratório. Na nossa opinião quanto estudantes que lemos o artig, eles chegaram a essa conclusão devido ao longo período para se produzir uma muda se quer, que foram 450 dias. Trazendo uma experiência mais prática a título de complementações, na casa onde meus pais moram ( pais do Matheus Buchelt) em Juara, tem- se a presença de babosa e Zamioculca, ambas epécies suculentas. E foi realizado pelo discente em 2018 a propagação destas plantas em vasos, e foram cortadas as folhas jovens das plantas e plantadas em novos vasos, teve- se preferência pelas folhas jovens, apesar de que nas espécies suculentas, qualquer parte dela seja passível de reprodução, mas neste caso foi usadas somente as folhas novas, e foi possível gerar a partir dessas folhas novos vasos com muitas folhas de babosa, e também uma bela planta de zamioculca. Infelizmente não poderei relatar com fotos, mas fica aqui descrita minha experiência. Outra experiência vivida pela discente Kaylaine, ocorreu no instituto IFMT Campus Campo Novo do Parecis, no laboratório de Biologia, onde estávamos fazendos testes alelopáticos de plantas de coberturas sobre plantas daninhas, onde germinamos sementes de Echinochloa colunum, Capim arroz em placas de petri, e após elas germinarem, escolhemos as melhores dentre elas, e às propagamos, cortamos os meristemas apicais e foram depositadas em outras placas de petri num ambiente controlado para crescerem.
REFERÊNCIAS
ZAFFARI, G.R.; KOLLER, O.L.; MEDEIROS, D. S.; STUKER. H. Propagação clonal
de cultivares de Citrus sp. pelo cultivo direto de meristemas in vitro. Revista Agropecuária Catarinense, Florianópolis, v.26, n.1, p.76-80, março de 2013.
HOLANDA, Lucas. Aula teóricas de morfologia e sistemática vegetal. 1º semestre,
Avaliação dos Descritores Morfoagronômico e Morfoanatomia da Lâmina Foliar de Pilocarpus: Microphyllus Stapf ex Wardleworth – Rutaceae, Ananas Comosus Var. Erectifolius (L. B. Smith) Coppens & F. Leal – Bromeliacea e Psychotria Ipecacuanha (Brot.) Stokes