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EM LÍNGUA INGLESA
autora
ELAINE MOTA
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2016
Conselho editorial luis claudio dallier, roberto paes e paola gil de almeida
todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2016.
isbn: 978-85-5548-393-6
cdd 820.9
Prefácio 5
1. O Ciclo SINAES 7
1.1 O que é SINAES? 10
1.1.1 Regulação 14
1.1.2 Supervisão 18
1.1.3 Avaliação 18
1.2 Os indicadores do SINAES 21
1.3 O ENADE 25
1.4 Os componentes do ENADE 26
1.5 A importância do ENADE para a vida profissional do formando 29
2. Integração curricular 35
3. Aspectos linguísticos 51
4. Tópicos em Literatura 85
Bons estudos!
5
1
O Ciclo SINAES
1. O Ciclo SINAES
De acordo com Jorge Luiz Lordelo de Sales Ribeiro e Robert Evan Verhine
(2012), na última virada de século, a educação superior foi objeto de preocu-
pação em todos os lugares do mundo no que concerne ao seu financiamento
e qualidade. Foi nesse cenário que a avaliação ganhou um destaque que ainda
não tinha tido, da maneira com que teve, então. Considerando que a avaliação
é, também, um processo e que ela permite medir a eficiência e a eficácia das
instituições para a quase imediata identificação de pontos fracos e fortes do
seu funcionamento, pode-se afirmar que sua aplicação séria e responsável in-
dicará o que deve ser feito para otimizar os recursos aplicados.
PERGUNTA
Você sabe como esta avaliação ocorre nas instituições brasileiras de ensino superior?
8• capítulo 1
Nesse capítulo, vocês estudarão os passos e as etapas do SINAES para que
possam melhor entender seu impacto nos cursos universitários. Embora
a maior parte dos estudiosos da área admita que sua relevância é considera-
velmente alta, há ainda muita controvérsia e muitas discussões em relação à
qualidade e à aplicabilidade do SINAES, principalmente após sua mais recente
mudança – que será mencionada ainda neste capítulo. Isso, no entanto, não
diminui sua importância, pois, anteriormente à sua aplicação, as avaliações
aplicadas não eram de caráter regulamentador.
Antes de 2004, a Lei no 9.131, de 1995, determinava que os resultados dos
processos avaliativos fossem utilizados pelo MEC “para orientar suas ações vol-
tadas à melhoria da qualidade do ensino e à elevação da qualificação docente”.
No entanto, essa lei não fazia qualquer referência ao que aconteceria com ins-
tituições que tivessem índices negativos de desempenho repetidamente. A Lei
do SINAES teve este impacto positivo: propor medidas que corrigissem e punis-
sem instituições cujo desempenho não tivesse sido satisfatório.
Pode-se afirmar que o SINAES tem como base um ciclo trienal e que esse
ciclo avaliativo compreende a realização periódica de avaliação de instituições
e cursos superiores, com referência nas avaliações também trienais de desem-
penho de estudantes, que subsidiam, respectivamente, os atos de recredencia-
mento e de renovação de reconhecimento. ( Art. 33. Portaria nº 40/2007, repu-
blicada em 29 de dezembro de 2010. (NR)). Na verdade, esse ciclo inicia-se pelo
ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – aplicado nas áreas
definidas anualmente por Portaria Ministerial) e, logo em seguida, há a avalia-
ção in loco dos respectivos cursos e IES (Instituto de Ensino Superior).
Sendo assim, fica claro que a Lei do SINAES teve como objetivo maior es-
tabelecer e manter uma qualidade esperada de cursos superiores. A partir de
agora, analisaremos melhor o SINAES e seus indicadores, juntamente com o
ENADE, seus componentes e sua importância.
OBJETIVOS
No fim do capítulo, o aluno será capaz de:
• Definir o SINAES e sua importância;
• Reconhecer os indicadores do SINAES;
• Entender o funcionamento do ENADE;
capítulo 1 •9
• Identificar os componentes do ENADE;
• Compreender a importância do ENADE para a vida profissional de um formando.
MULTIMÍDIA
Assim que você puder, assista a esta entrevista sobre o SINAES. Há colocações mui-
to pertinentes sobre todos os seus aspectos. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=HUu4eZlVBSs>.
Ainda de acordo com Jorge Luiz Lordelo de Sales Ribeiro e Robert Evan
Verhine (2012), conforme sua proposta original, o SINAES coloca a autoavalia-
ção como eixo do processo de avaliação, o que se torna importante, pois ele
enfatiza a função educativa, e não a regulatória, da avaliação.
Em outras palavras, o SINAES permite que a avaliação que produz resul-
tados relevantes para o aprimoramento do trabalho da Instituição de Ensino
Superior (IES) seja realizada, respeitando, portanto, as diferenças institucio-
nais e as especificidades de cada IES, que terá liberdade para os seus projetos
de avaliação, e estabelecendo um ciclo (trienal) de avaliação, considerando as
consequências da avaliação sobre o planejamento da IES.
Ribeiro e Verhine (2012) esclarecem que o SINAES integra os dados de todos
os outros processos de avaliação do ensino superior (avaliação do desempenho
dos estudantes, avaliação das Instituições de Ensino Superior (IES), avaliação
dos Cursos de Graduação) e utiliza informações das bases de dados (Cadastro
Nacional de Docentes, Cadastro das Instituições de Ensino Superior e o Censo
da Educação Superior), propondo, então, um novo desafio para as IES:
10 • capítulo 1
Elaborar um projeto de avaliação pautado nas diretrizes do Governo (que indicou dez
dimensões de pesquisa para a avaliação), devidamente aprovado pelo Poder Público,
cumprir os prazos estabelecidos para o seu ciclo de avaliação e tornar público os resul-
tados através de relatórios, que também deverão ser aprovados por esse mesmo Poder.
Ademais, as IES deverão estabelecer planos institucionais de desenvolvimento, indicar as
suas metas e os seus objetivos, demonstrar as suas capacidades de sustentação finan-
ceira, aspectos estes que serão levados em consideração na avaliação institucional, cujos
resultados produziriam efeitos educativos e também regulatórios. (INEP, 2004) A função
do SINAES, então, não se limita à necessidade de controle e fiscalização do sistema de
ensino superior. Pretende, também, ser uma proposta de transformação de uma nova sis-
temática de avaliação da educação superior (INEP, 2004) e de estabelecimento de uma
relação com as IES pautada no desenvolvimento e no aprimoramento institucional. (p.48)
Avaliação do
Avaliação das desempenho
Instituições dos
de Ensino estudantes
Superior
Avaliação dos
Cursos de
Graduação
SINAES
CONEXÃO
Você pode ler o decreto na íntegra ao visitar: <http://www2.mec.gov.br/sapiens/
portarias/dec5773.htm>.
capítulo 1 • 11
Avaliar não é um processo mecânico, automático, inconsequente. Avaliar
não significa apenas verificar, mas também, e principalmente, deve ser visto
como uma ação ideológica. Avaliar também deve ser percebido como um pro-
cesso retroativo no que se refere à correção de possíveis erros.
No caso do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, avaliar é
também uma questão política já que todo o ato avaliativo tem como premissas
supervisionar o trabalho das instituições de ensino componentes do Sistema
Federal de Educação Superior e orientá-las quanto ao seu funcionamento, esta-
belecendo padrões mínimos de qualidade. Pode-se dizer que esse ato avaliativo
é também de caráter emancipatório, processual e formativo, pois ele produz
autoconhecimento numa prática sistêmica, evolutiva e integrada voltada para
diagnósticos e posteriores ações.
Na verdade, a ação do MEC de promover a efetivação da diretriz da quali-
dade no ensino superior estrutura-se em três funções: avaliação, regulação e
supervisão das instituições e dos cursos de ensino superior. Essas três funções
estão interligadas e a avaliação passa a ser o referencial básico da regulação e
da supervisão. Em outras palavras, o MEC passa a gerar consequências a partir
das avaliações insatisfatórias de cursos e instituições.
A proposta do SINAES é de que cada IES construirá também um processo de
autoavaliação. Neste processo, tanto as especificidades do IES quanto os seus
limites e possibilidades devem ser levados em consideração para que se estabe-
leçam estratégias para a implementação do SINAES. Obrigatoriamente, a con-
textualização da IES deverá conter:
a) nome da mantenedora;
b) base legal da mantenedora (endereço, razão social, registro no cartório
e atos legais);
c) nome da IES;
d) base legal da IES (endereço, atos legais e data da publicação no DOU);
e) perfil e missão da IES;
f) dados socioeconômicos e socioambientais da região;
g) breve histórico da IES (criação, trajetória, áreas oferecidas no âmbito
da graduação–bacharelado, licenciatura e CST – e da pós-graduação – stricto
sensu e lato sensu –, modalidades dos cursos, áreas de atuação na extensão e
áreas de pesquisa, se for o caso).
12 • capítulo 1
Já em relação à contextualização do curso, há-se que mencionar:
a) nome do curso;
b) nome da mantida;
c) endereço de funcionamento do curso;
d) justificativa para a criação/existência do curso, com dados socioeconô-
micos e socioambientais da região;
e) atos legais do curso (Autorização, Reconhecimento e Renovação
de Reconhecimento do curso, quando existirem) e data da publicação no
D.O.U./D.O.E.;
f) número de vagas pretendidas ou autorizadas;
g) conceito Preliminar de Curso –CPC–e Conceito de Curso –CC –resul-
tante da avaliação in loco, quando houver;
h) resultado do ENADE no último triênio, se houver;
i) protocolos de Compromisso, Termos de Saneamento de Deficiência,
Medidas Cautelares e Termo de Supervisão, quando houver;
j) turnos de funcionamento do curso (matutino, vespertino, noturno
e integral);
k) carga horária total do curso (em horas e em hora/aula);
l) tempo mínimo e máximo para integralização;
m) identificação do(a)coordenador(a)do curso;
n) perfil do(a)coordenador(a) do curso (formação acadêmica, titulação,
regime de trabalho, tempo de exercício na IES e na função de coordenador do
curso, atuação profissional na área). No caso da modalidade a distância, des-
crever o tempo de experiência do(a) coordenador(a) em cursos EAD. No caso
de cursos CST, considerar e descrever o tempo de experiência do(a) coordena-
dor(a) na educação básica, se houver;
o) composição, titulação, regime de trabalho e permanência sem inter-
rupção dos integrantes do Núcleo Docente Estruturante – NDE;
p) tempo médio de permanência do corpo docente no curso (exceto para auto-
rização). Somar o tempo de exercício no curso de todos os docentes e dividir pelo nú-
mero total de docentes no curso, incluindo o tempo do (a) coordenador(a)do curso;
q) disciplinas ofertadas no curso em língua estrangeira, quando houver;
r) informações relacionadas ao quantitativo anual do corpo discente
desde o último ato autorizativo anterior à avaliação in loco: discentes ingres-
santes; discentes matriculados; discentes concluintes; discentes estrangeiros;
discentes matriculados em estágio supervisionado; discentes matriculados em
capítulo 1 • 13
trabalho de conclusão; discentes participantes de projetos de pesquisa (por ano);
discentes participantes de projetos de extensão (por ano); discentes participan-
tes de Programas Internos e/ou Externos de Financiamento (por ano)(Fundo de
Financiamento Estudantil (FIES), Programa Universidade para Todos (PROUNI),
Programa de Mobilidade Acadêmica Regional em Cursos Acreditados(MARCA),
Ciências sem Fronteiras, Programa de Educação Tutorial(PET), Pró-Saúde,
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência(PIBID), Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Ciência(PIBIC), Programa Institucional
de Bolsas de Extensão(PIBEX), Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
em Desenvolvimento Tecnológico (PIBIT), Bolsas Setoriais, PIBIC Ações
Afirmativas, Bolsa de Iniciação Científica (IC), Bolsas de Balcão do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq), Programa de
Extensão Universitária(ProExt), Bolsas de Monitoria etc);
s) relação de convênios vigentes do curso com outras instituições;
t) para os cursos da área da saúde, relacionar se há compartilhamento da
rede do Sistema Único de Saúde (SUS) entre diferentes cursos e entre diferen-
tes instituições.
1.1.1 Regulação
14 • capítulo 1
de cursos de graduação presencial e cursos sequenciais são de competência da
próprio MEC.
Também fica estabelecido, no Art. 12 do Decreto nº 5.773, de 9 de maio de
2006, que as IES devem ser credenciadas como faculdades, centros universitá-
rios e universidades. Fica estabelecido que toda IES deve ter o início de seu fun-
cionamento credenciado como faculdade, para, apenas após a comprovação
de seu padrão de qualidade e funcionamento regular, ser credenciada como
centro universitário ou universidade pela SERES (Secretaria de Regulação e
Supervisão da Educação Superior).
Para que ocorram os atos autorizativos de cursos de graduação, é necessário
que haja:
• Autorização – ao abrir um novo curso, a faculdade precisa requerer au-
torização ao MEC. A organização didático-pedagógica, o corpo docente e téc-
nico-administrativo e as instalações físicas são analisados pelo Ministério en-
quanto universidades e centros universitários, que são instituições que têm
autonomia, não precisam requerer autorização – com exceção para os cursos
de Medicina, Odontologia, Psicologia e Direito, que necessitam de autorização
prévia, e também para cursos que funcionarão em campi situados fora do mu-
nicípio-sede da instituição.
capítulo 1 • 15
É necessário que haja o cumprimento legal dos itens abaixo com a finalida-
de do Conceito do Curso (CC) poder ser atribuído:
1. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso;
2. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, conforme dis-
posto na Resolução CNE/CEB 4/2010;
3. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-
Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena,
nos termos da Lei Nº 9.394/96, com a redação dada pelas Leis Nº 10.639/2003 e
N° 11.645/2008, e da Resolução CNE/CP N° 1/2004, fundamentada no Parecer
CNE/CP Nº 3/2004.
4. Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos, confor-
me disposto no Parecer CNE/CP N° 8, de 06/03/2012, que originou a Resolução
CNE/CP N° 1, de 30/05/2012.
5. Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista,
conforme disposto na Lei N° 12.764, de 27 de dezembro de 2012.
6. Titulação do corpo docente (art. 66 da LeiN°9.394, de 20 de dezembro
de 1996).
7. Núcleo Docente Estruturante (NDE) (Resolução CONAES N° 1, de
17/06/2010)
8. Denominação dos Cursos Superiores de Tecnologia (Portaria Normativa
N° 12/2006)
9. Carga horária mínima, em horas – para Cursos Superiores de Tecnologia
(Portaria N°10, 28/07/2006; Portaria N° 1024, 11/05/2006; Resolução CNE/CP
N°3,18/12/2002)
10. Carga horária mínima, em horas – para Bacharelados e Licenciaturas
Resolução CNE/CES N° 02/2007 (Graduação, Bacharelado, Presencial).
Resolução CNE/CES N° 04/2009 (Área de Saúde, Bacharelado, Presencial).
Resolução CNE/CPN°2 /2002 (Licenciaturas). Resolução CNE/CP Nº 1 /2006
(Pedagogia). Resolução CNE/CP Nº 1 /2011 (Letras).
11. Tempo de integralização. Resolução CNE/CES N° 02/2007 (Graduação,
Bacharelado, Presencial). Resolução CNE/CES N° 04/2009 (Área de Saúde,
Bacharelado, Presencial). Resolução CNE/CP 2 /2002 (Licenciaturas).
12. Condições de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mo-
bilidade reduzida, conforme disposto na CF/88, art. 205, 206 e 208, na NBR
9050/2004, da ABNT, na Lei N° 10.098/2000, nos Decretos N° 5.296/2004, N°
6.949/2009, N° 7.611/2011 e na Portaria N° 3.284/2003.
16 • capítulo 1
13. Disciplina de Libras (Dec. N°5.626/2005)
14. Prevalência de avaliação presencial para EAD (Dec. N°5.622/2005, art.
4°,inciso II, § 2°)
15. Informações acadêmicas (Portaria Normativa N° 40 de 12/12/2007,
alterada pela Portaria Normativa MEC N° 23 de 01/12/2010, publicada em
29/12/2010)
16. Políticas de educação ambiental (Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 e
Decreto Nº 4.281 de 25 de junho de 2002)
17. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da
Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena,
conforme disposto nas Resoluções CNE/CP 1/2002 e CNE/CP 2/2002.
CONEXÃO
É interessante que você leia o documento na íntegra em http://download.inep.gov.br/edu-
cacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/instrumentos/2015/instrumento_avaliacao_
cursos_graduacao_presencial_distancia.pdf
capítulo 1 • 17
1.1.2 Supervisão
CONEXÃO
Leia o instrumento de avaliação externa na íntegra ao visitar:
<http://download.INEP.gov.br/educacao_superior/avaliacao_institucional/instrumen-
tos/2014/instrumento_institucional.pdf>.
1.1.3 Avaliação
18 • capítulo 1
EIXO 1 EIXO 2 EIXO 3 EIXO 4 EIXO 5
PLANEJAMENTO
DESENVOLVIMENTO POLÍTICAS POLÍTICAS DE INFRAESTRUTURA
E AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL ACADÊMICAS GESTÃO FÍSICA
INSTITUCIONAL
(8) Planejamento
e Avaliação
Relato institucio-
(2) Políticas para
nal, descrevendo (5) Políticas
o Ensino, Pesquisa
os principais de Pessoal
e Extensão
elementos do
(1) Missão e PDI
processo interno (6) Organiza-
(4) comunicação (7) Infraestrutura
e externo de ava- ção e Gestão
(3) Responsabili- com a sociedade Física
liação em relação da Instituição
dade social
ao PDI.
(9) Políticas de
(1) Sustentabilida-
Atendimento aos
Inclui os Rela- de Financeira
Discentes
tórios da CPA,
do período que
constitui o objeto
da avaliação.
CONEXÃO
Em dezembro de 2015, foi anunciada uma grande mudança para o ENADE: ele será feito on-
line e passará a ser anual. Alguns cursos já participarão da mudança em 2016. Confira aqui:
http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,enade-sera-online--anual-e-contara-para-a-
cesso-a-pos-graduacao,10000005243
capítulo 1 • 19
É importante refletir sobre o processo de avaliação realizado. Ele envolve
três grandes concepções, que são subdivididas em categorias:
• Formativa, que engloba a aprendizagem, o diagnóstico e as ações a se-
rem realizadas;
• Processual, que atende às práticas evolutiva, sistêmica e integrada e;
• Emancipatória, responsável por produzir conhecimento, construir para
uma cultura de avaliação e ter uma permanente tomada de consciência sobre
sua missão.
20 • capítulo 1
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), todas as informações são coletadas
pelos:
a) Censo da Educação Superior (integrado ao SINAES e incluindo infor-
mações sobre atividades de extensão);
b) Cadastro de Cursos e Instituições (integrado ao SINAES) e
c) CPA: Comissão Própria de Avaliação (criadas nas IES com a atribuição
de conduzir os processos de avaliação interna da instituição, de sistematização
e de coleta de informações).
Atos autoriza�vos
de funcionamento Responsabilidade Reconhecimento Respeito às
IES e cursos
social da diversidade do autonomia,
REGULAÇÃO sistema identidade, missão
e a história
Zelar pela
qualidade da oferta Avaliação a partir Caráter público dos Participação
de um conjunto procedimentos e de todos atores
SUPERVISÃO integrado de resultados
indicadores de
Promoção qualidade
da qualidade
Continuidade do
AVALIAÇÃO processo avaliativo
capítulo 1 • 21
Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD). Desde 2015, no
entanto, com as mudanças, os indicadores para os cursos de Licenciatura pas-
saram a ser divididos em 3 dimensões. Na Dimensão 1 (ORGANIZAÇÃO DIDÁ-
TICO-PEDAGÓGICA), os indicadores são:
• Contexto educacional;
• Políticas institucionais no âmbito do curso;
• Objetivos do curso;
• Perfil profissional do egresso;
• Estrutura curricular;
• Conteúdos curriculares;
• Metodologia;
• Estágio curricular supervisionado;
• Estágio curricular supervisionado – relação com a rede de escolas da
Educação Básica;
• Estágio curricular supervisionado – relação entre licenciandos, docentes
e supervisores da rede de escolas da Educação Básica;
• Estágio curricular supervisionado – relação teoria e prática;
• Atividades complementares;
• Trabalho de Conclusão de Curso (TCC);
• Apoio ao discente;
• Ações decorrentes dos processos de avaliação do curso;
• Atividades de tutoria (obrigatório para cursos a distância e presenciais, re-
conhecidos, que ofertam até 20% da carga horária total do curso na modalidade
a distância, conforme portaria 4.059 de 10 de dezembro de 2004);
• Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs – no processo
ensino-aprendizagem;
• Material didático institucional;
• Mecanismos de interação entre docentes;
• Procedimentos de avaliação dos processos de ensino-aprendizagem;
• Número de vagas;
• Integração com as redes públicas de ensino;
• Atividades práticas de ensino para Licenciaturas.
22 • capítulo 1
Já na Dimensão 2, aquela que concerne ao corpo docente e tutorial, os indi-
cadores são:
• Atuação do NDE (Núcleo Docente Estruturante);
• Atuação do coordenador
• Experiência profissional, de magistério superior e de gestão acadêmica
do coordenador;
• Regime de trabalho do coordenador do curso (obrigatório para cursos
presenciais. NSA para cursos a distância);
• Carga horária de coordenação do curso (obrigatório para cursos a distân-
cia. NSA para cursos presenciais);
• Titulação do corpo docente do curso;
• Titulação do corpo docente do curso – percentual de doutores;
• Regime de trabalho do corpo docente do curso;
• Experiência profissional do corpo docente;
• Experiência no exercício da docência na Educação Básica;
• Experiência de magistério superior do corpo docente;
• Relação entre o número de docentes e o número de vagas (obrigatório
para cursos a distância – relação entre o número de docentes – 40h em dedica-
ção à EAD – e o número de vagas. NSA para cursos presenciais);
• Funcionamento do colegiado de curso ou equivalente;
• Produção científica, cultural, artística ou tecnológica;
• Titulação de formação do corpo de tutores do curso (obrigatório para cur-
sos a distância e presenciais, reconhecidos, que ofertam até 20% da carga ho-
rária total do curso na modalidade a distância, conforme Portaria 4.059/2004.
NSA para cursos presenciais.);
• Experiência do corpo de tutores em EAD (obrigatório para cursos a dis-
tância e presenciais, reconhecidos, que ofertam até 20% da carga horária total
do curso na modalidade a distância, conforme Portaria 4.059/2004. NSA para
cursos presenciais.);
• Relação docentes e tutores – presenciais e a distância – por estudante
(obrigatório para cursos a distância e presenciais, reconhecidos, que ofertam
até 20% da carga horária total do curso na modalidade a distância, conforme
Portaria 4.059/2004. NSA para cursos presenciais.).
capítulo 1 • 23
Na última, mas não menos importante Dimensão (INFRAESTRUTURA), os
indicadores são:
• Gabinetes de trabalho para professores Tempo Integral (TI);
• Espaço de trabalho para coordenação do curso e serviços acadêmicos;
• Sala de professores;
• Salas de aulas;
• Acesso dos alunos a equipamento de informática;
• Bibliografia básica;
• Bibliografia complementar;
• Periódicos especializados;
• Laboratórios didáticos especializados: quantidade, qualidade e serviços;
• Sistema de controle de produção e distribuição de material didático (obri-
gatório para cursos a distância. NSA para presenciais).
AUTORIZAÇÃO DE CURSO
DIMENSÃO PESO
Organização didático-pedagógico 30
Corpo docente e tutorial 30
Infraestrutura 40
RECONHECIMENTO E RENOVAÇÃO DE RECONHECIMENTO DE CURSO
DIMENSÃO PESO
Organização didático-pedagógico 40
Corpo docente e tutorial 30
Infraestrutura 30
24 • capítulo 1
1.3 O ENADE
Desde que foi implantado em 2004, para substituir o Provão, muito se fala so-
bre o ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). Antes da Lei
nº 10.861, de 14 de abril de 2004, ser aprovada e instituir o ENADE como o exa-
me oficial para avaliação dos estudantes de ensino superior, o instrumento de
avaliação era o Exame Nacional de Cursos (ENC – Provão), que foi aplicado de
1996 a 2003.
Enquanto o Provão tinha como função primeira ser apenas um mecanismo
de regulação das IES, o ENADE
passaria a fornecer não só um indicador com esse fim, mas principalmente seria uma
ferramenta de avaliação, através do diagnóstico de competências e habilidades adqui-
ridas ao longo de um ciclo de 3 anos de escolarização superior, cruzado com a visão do
aluno sobre sua instituição e com seu conhecimento sobre aspectos mais gerais, não
relacionados a conteúdos específicos. (DANTAS et al, 2006, p.296)
capítulo 1 • 25
comparecer ao Exame estará em situação irregular junto ao ENADE e não pode-
rá colar grau ou retirar seu diploma.
CONEXÃO
Para esclarecer maiores dúvidas, convém acessar o site do INEP:
http://portal.INEP.gov.br/enade/perguntas-frequentes
26 • capítulo 1
aos alunos, informações socioeconômicas e acadêmicas com o objetivo prin-
cipal de mapear o perfil dos alunos que realizarão a prova de seu curso naque-
le ano.
MULTIMÍDIA
Assista aos vídeos dos links abaixo. Eles são um grande resumo sobre o que é ENADE e
como ele funciona. São curtos e valem a pena!
https://www.youtube.com/watch?v=bvtaUSa_Xws
https://www.youtube.com/watch?v=ALC2C0tUGrs
capítulo 1 • 27
• sociodiversidade: multiculturalismo, tolerância, inclusão/exclusão, rela-
ções de gênero;
• tecnologias de informação e comunicação,
• vida urbana e rural e
• violência.
28 • capítulo 1
Os dados levantados pelos questionários contribuem e são parte importan-
te dos indicadores para o processo de aferição institucional do SINAES.
capítulo 1 • 29
Art. 5º
§ 5º O ENADE é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação, sendo
inscrita no histórico escolar do estudante somente a sua situação regular com relação a
essa obrigação, atestada pela sua efetiva participação ou, quando for o caso, dispensa
oficial pelo Ministério da Educação, na forma estabelecida em regulamento. (BRASIL,
Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004)
ATIVIDADES
Vamos refrescar a memória? Tente fazer os exercícios abaixo sem reler o capítulo. Caso você
tenha alguma dúvida em relação à sua resposta, faça um asterisco nela para tentar encon-
trá-la e verificar sua resposta antes de olhar no gabarito. Essa técnica ajuda bastante. Outra
técnica interessante: nunca apague sua resposta. Corrija como se você fosse um professor.
Assim, você não esquecerá qual é o certo. Vamos começar!
30 • capítulo 1
f) A avaliação do SINAES tem 10 dimensões, subdividas em 5 eixos: planejamento e ava-
liação institucional, desenvolvimento institucional, políticas acadêmicas, políticas de ges-
tão e infraestrutura física.
g) Os indicadores do SINAES são o desempenho dos estudantes, o corpo docente e a
infraestrutura e organização didático-pedagógica.
h) Após 10 anos da utilização do SINAES, ele deixará de ser aplicado.
Componentes do SINAES
Avaliação do
desempenho
dos estudantes
Autoavaliação
Referenciais de
qualidade
capítulo 1 • 31
REFLEXÃO
Como você pôde perceber, a educação brasileira tem se preocupado com o desempenho
das IES nas duas últimas décadas e, consequentemente, houve melhorias e adequações que,
num passado não tão distante, não teriam ocorrido.
O SINAES e todos os seus indicadores, principalmente o ENADE, têm como função
principal colaborar com a implementação do que é proporcionado pelas IES avaliadas respei-
tando sua autonomia, mas visando à sua regulação e supervisão.
Como toda mudança, o SINAES e, principalmente o ENADE, geraram desconfiança no
início e não foram bem aceitos por uma quantidade razoável de instituições e alunos. Após
algum tempo, porém, sua aceitação foi maior e, sendo agora compulsório, o ENADE passou
a fazer parte dos componentes curriculares dos cursos avaliados trienalmente.
Em todos os anos, desde sua implantação, há mudanças significativas no SINAES e
todas têm como objetivo proporcionar condições de avaliação e consciência das mudanças
necessárias para que a IES se adeque e se aprimore naquilo que concerne à qualidade de
seus cursos.
Em suma, como toda mudança, o SINAES causou estranheza na mesma proporção em
que revolucionou todo um sistema de avaliação governamental, porém, foi eficaz naquilo que
se propôs a fazer: avaliar, regular e supervisionar o ensino superior, sem tirar a autoridade
cabida a cada IES.
LEITURA
DANTAS, Lys M., SOARES, José F., VERHINE, Robert. Do Provão ao ENADE: uma aná-
lise comparativa dos exames nacionais utilizados no Ensino Superior Brasileiro. Ensaio: aval.
pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.14, n.52, p. 291-310, jul./set. 2006
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/seminarios/2015/o_
sinaes_e_o_enade.pdf>
<http://portal.inep.gov.br/enade/perguntas-frequentes>
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DANTAS, Lys M., SOARES, José F., VERHINE, Robert. Do Provão ao ENADE: uma análise
comparativa dos exames nacionais utilizados no Ensino Superior Brasileiro. Ensaio: aval. pol. públ.
Educ., Rio de Janeiro, v.14, n.52, p. 291-310, jul./set. 2006
32 • capítulo 1
FERNANDES, Ivanildo. O SINAES em sua vertente regulatória: sobre penas educativas e o controle
do Estado. Observatório Universitário. Rio de Janeiro. Jul/2010
RIBEIRO, Jorge L. S., VERHINE, Robert. Implementação do SINAES nas instituições brasileiras
de educação superior: uma análise comparativa a partir de estudos de caso. Revista Entreideias.
Salvador, v. 1, n. 2, p. 47-67, jul./dez. 2012
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=4316-
livretoqualidadeducacao&category_slug=abril-2010-pdf&Itemid=30192> Acesso em: 15 jan. 2016
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/seminarios/2015/enade_2015.pdf> Acesso
em: 17 jan. 2016.
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/seminarios/2015/o_sinaes_e_o_enade.pdf>
Acesso em: 17 jan. 2016.
<http://www.facitec.br/enade/index.php?option=com_content&view=article&id=2&Itemid=2>
Acesso em: 19 jan 2016.
<http://portal.uninter.com/sala-imprensa/doutora-em-educacao-analisa-a-importancia-do-enade/>
Acesso em: 19 jan 2016.
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/instrumentos/2015/
instrumento_avaliacao_cursos_graduacao_presencial_distancia.pdf> Acesso em: 5 jul 2016
capítulo 1 • 33
34 • capítulo 1
2
Integração
curricular
2. Integração curricular
Antes que analisemos e reflitamos sobre Projeto Pedagógico e a Matriz Curricu-
lar da Licenciatura em Inglês, há-se que falar sobre o que são interdisciplinari-
dade e integração curricular.
PERGUNTA
O que você entende por integração curricular e seus objetivos?
James Beane (2003) defende que a integração curricular é mais forte que
a interdisciplinaridade, pois ela deve colocar a ênfase nas unidades temáticas
que são centradas em determinados problemas. Além disso, tais unidades te-
máticas são planificadas por docentes e discentes de maneira colaborativa e
acabam por se enquadrarem em uma sala de aula que se torna uma comuni-
dade democrática, cujas informações são provenientes do conhecimento de
diversas fontes – dentro e além das disciplinas acadêmicas tradicionais.
Ainda de acordo com Beane (2003), já ficou provado, em alguns estudos,
que esta abordagem curricular integradora propicia um melhor desempenho
dos alunos em testes padronizados se comparados àqueles alunos que experi-
mentam uma abordagem apenas disciplinar e conteudista.
36 • capítulo 2
A integração curricular não leva mais tempo que a disciplinar ou a inter-
disciplinar. Ela apenas requer que professores e alunos trabalhem de uma ma-
neira mais reflexiva, produzindo melhores resultados dentro de um desenvol-
vimento saudável do conhecimento, que transcende os aspectos restritos ao
currículo por disciplinas e se expande por meio de temas que derivarão concei-
tos nos quais atividades contextualizadas possam ser propostas.
Beane (2003) ainda menciona que a abordagem integradora traz algumas
vantagens que não são observadas em outras abordagens. Esta abordagem per-
mite que as tomadas de decisões sejam decididas de maneira democrática e
que o programa seja seguido com profundidade e sequência. Além disso, ques-
tões cujas respostas são desconhecidas podem ser grandes elementos propor-
cionadores de uma busca conjunta e os significados construídos pelos alunos
são seriamente considerados.
MULTIMÍDIA
Para saber mais sobre a integração curricular, assista ao vídeo que pode ser encontrado no
link abaixo:
<https://www.youtube.com/watch?v=TD-0sdfQiw8>.
Integração
social
Integração
Integração como uma
de experiências concepção de
INTEGRAÇÃO currículo
CURRICULAR
Criação de Integração de
comunidades conhecimento
capítulo 2 • 37
Agora que a o conceito de integração curricular foi brevemente discutido,
podemos passar ao próximo passo e refletir sobre a nossa matriz e nosso pro-
jeto pedagógico.
ATENÇÃO
Não deixe de ler o projeto pedagógico do seu curso. Ele é de extrema importância para a sua
visão geral sobre o curso e a abertura de novos horizontes.
OBJETIVOS
No fim do capítulo, o aluno será capaz de:
• Refletir sobre o projeto pedagógico da licenciatura em inglês;
• Refletir sobre matriz curricular da licenciatura em inglês;
• Refletir sobre o perfil do formando voltado para o mercado de trabalho.
38 • capítulo 2
No Projeto Pedagógico da Universidade Estácio de Sá (2016), destaca-se um
parágrafo de suma importância que diz que,
a) a linguagem é uma capacidade da espécie humana e, como tal, deve ser estudada
nas suas diversas manifestações, tanto na sua variação no uso da língua quanto nas
expressões artísticas presentes nos textos literários.
b) o domínio da norma urbana de prestígio é fundamental para o cidadão ter acesso
a uma participação mais efetiva na sociedade e, portanto, é papel do professor apre-
sentar a seus alunos os diferentes registros de língua, de modo a fazer com que o
aprendiz possa utilizar a língua funcional adequada a cada interação social e, assim,
tenha condições de buscar todo o conhecimento registrado nas modalidades escrita e
falada da língua.
capítulo 2 • 39
c) a formação do futuro profissional de Letras dá-se na articulação entre os eixos pe-
dagógico, profissional e profissional com aprofundamento, visto que ele participará de
sua comunidade integrando-a, difundindo conhecimento, preservando valores éticos
e garantindo um espaço de interlocução crítica e reflexiva entre os membros de sua
comunidade. (p.8)
Sendo assim, fica claro que um dos objetivos do curso é também formar um
profissional comprometido com o domínio da língua inglesa desde a sua pro-
dução oral informal até a sua produção escrita formal, passando pela prática
e pela teoria com igual ênfase, possibilitando um melhor desenvolvimento do
futuro professor ao conduzi-lo à aquisição de uma base conceitual e científi-
ca que o capacita a compreender os fenômenos da linguagem e aplicá-los ao
ensino.
Para sua melhor reflexão, seguem todos os objetivos do curso (2016, p.9):
40 • capítulo 2
- Conhecer as teorias recentes de linguagem e sua contribuição para o ensino de lín-
gua inglesa e sua literatura.
- Aplicar a prática metodológica para a pesquisa avançada na área de letras,
- Analisar propostas político-pedagógicas, formulando alternativas de ação comprome-
tidas com um ensino de qualidade e
- Buscar autoaperfeiçoamento constante como pessoa e como profissional do magis-
tério, para desenvolver, seguramente, o trabalho de formação humana e intelectual.
MULTIMÍDIA
Para entender um pouco mais sobre a modalidade EAD, assista ao vídeo no link abaixo:
<https://www.youtube.com/watch?v=OiLyCODHMMg>.
capítulo 2 • 41
uma prática pedagógica e educacional reflexiva e crítica. Ele não é o único de-
tentor do saber e sua função é de caráter bilateral: ele deve orientar e estimular
o aluno a problematizar os saberes, construindo juntamente com o aluno o co-
nhecimento de maneira processual ao adotar métodos de ensino que envolvam
o triângulo ação-reflexão-ação.
Faz-se crucial também mencionar que a organização curricular da institui-
ção conta com a participação do coordenador do curso, da coordenação peda-
gógica e de um grupo representativo de professores de cada munícipio, chama-
do NDE (Núcleo Docente Estruturante). A atuação de cada NDE representa a
“integração entre coordenações e docentes no sentido de atualizar os currícu-
los para que atenda com maior eficácia às demandas sociais” (2016, p. 5). Esse
grupo de docentes imprime uma visão integradora e possibilita que todos os
docentes se tornem mais responsáveis pelo curso em que atuam, fazendo com
que, assim, todos tenham mais oportunidades de desenvolvimento – docentes
e discentes.
42 • capítulo 2
• flexibilização: oferece condições de acesso ao conhecimento para que o
aluno consiga ir além de seu campo específico de atuação profissional;
• interdisciplinaridade: visa superar uma organização curricular tradi-
cional, propiciando o diálogo entre os vários campos do conhecimento e
sua integração,
• ação-reflexão-ação: realização de atividades estruturadas pelos alunos (re-
presentam a prática como componente curricular) e
• contextualização: estabelece uma relação de reciprocidade entre o aluno
e o objeto do conhecimento, favorecendo uma aprendizagem significativa, ba-
seada nos diferentes âmbitos e dimensões da vida social, pessoal e cultural dos
alunos.
• Literatura Inglesa I
• Literatura Inglesa II
DISCIPLINAS COM FOCO NO DISCURSO • Literatura Norte-Americana
LITERÁRIO DA LÍNGUA INGLESA • Literaturas Contemporâneas de Língua Inglesa
• Fundamentos Culturais da Literatura
• Estudos Culturais de Língua Inglesa
capítulo 2 • 43
DISCIPLINAS COM PRÁTICA • Prática Oral de Língua Inglesa I
DISCURSIVA (ORAL) • Prática Oral de Língua Inglesa II
Tabela 2.1 –
44 • capítulo 2
• Filosofia da Educação
• Aspectos antropológicos e sociológicos da Educação
• Psicologia do desenvolvimento e da Aprendizagem
• História da Educação no Brasil
NÚCLEO BÁSICO
• Didática
EIXO DE FORMAÇÃO • Políticas públicas e organização da Educação básica
PEDAGÓGICA
• Educação especial
• Prática de ensino e estágio supervisionado de Inglês I
• Educação ambiental
• Prática de ensino e estágio supervisionado de Inglês II
• Tópicos em Libras: surdez e inclusão
• Prática de ensino e estágio supervisionado de Inglês III.
INTERMEDIÁRIO
• Metodologia científica
NÚCLEO
EIXO DE FORMAÇÃO
GERAL • Linguagens da Arte e regionalidades
• Cultura Clássica: contribuições linguísticas.
Tabela 2.2 –
O curso de Letras capacita profissionais para que eles sejam capazes de pro-
porcionar uma visão abrangente da utilização da linguagem e contribuir para a
formação de cidadãos atuantes na sociedade em que vivem.
capítulo 2 • 45
Como o mundo globalizado acelerou a demanda de profissionais que te-
nham uma competência comunicativa nos âmbitos oral e escrito da língua in-
glesa, de forma a preencher lacunas na formação da língua inglesa, através da
oferta de cursos em instituições educacionais, empresas e por meio de outras
ofertas, a licenciatura em Inglês espera preparar futuros profissionais aptos a
aplicar seus conhecimentos num mercado de trabalho amplo e diversificado,
como a Proposta Pedagógica (2016) explica:
CONEXÃO
Leia o artigo sobre a atuação de um profissional de Letras no link abaixo:
<http://revistalingua.com.br/textos/79/muito-alem-da-sala-de-aula-259315-1.asp>.
46 • capítulo 2
Ainda há que se lembrar que o profissional de Letras pode atuar como escri-
tor em editoriais de jornais, revistas, de periódicos literários ou pedagógicos,
já que eles também necessitam de um profissional capacitado nesta área. Uma
outra possibilidade é a da atuação desse profissional em programas comuni-
tários que necessitem de supervisão ao trabalho do alfabetizador, auxílio na
organização de bibliotecas comunitárias e programas de leitura. Afinal, nossa
sociedade também precisa de trabalhos bem-feitos nesta área para a formação
de cidadãos que exerçam sua função de maneira plena e consciente.
O perfil ideal do licenciado em Letras envolve algumas habilidades e com-
petências, tais como:
• Perceber o sistema educacional, a sociedade e a instituição escolar como
um todo;
• Fazer a leitura dos diferentes contextos interculturais e sua interação,
agindo pertinente e eficientemente dentro deles;
• Refletir criticamente acerca do contexto em que se situa a educação;
• Discutir e formular propostas político-pedagógicas, propondo ações al-
ternativas que se comprometam com a democratização do ensino.
• Gerenciar seu autoaperfeiçoamento como pessoa e como profissional do
magistério, trabalhando de maneira eficaz com os demais membros da equipe
escolar e com o aluno;
• Desenvolver a compreensão, aceitação, empatia e consideração pelo outro;
• Compreender e produzir textos de diferentes gêneros e registros;
• Compreender e ser proficiente em métodos, processos, procedimentos e
técnicas de organização do trabalho docente,
• Dominar os conteúdos básicos trabalhados nos ensinos fundamental e
médio por meio de pesquisa se necessário for e
• Planejar, organizar e dirigir situações de aprendizagem que envolvam ou-
tras habilidades.
capítulo 2 • 47
ATIVIDADES
Esta foi uma unidade reflexiva e os exercícios não poderiam deixar de ser diferentes.
01. Na sua opinião, qual é a principal vantagem de se ter uma integração curricular?
04. Qual (is) das competências e habilidades de um bom profissional você acha mais difí-
cil(eis) de desenvolver para se preparar para o mercado de trabalho? De que maneira você
poderia melhorar seu desempenho?
REFLEXÃO
A integração curricular é um conceito que, se aplicado corretamente, colabora com a forma-
ção de profissionais capacitados e de espírito crítico, que, por sua vez, contribuirão com a
formação de cidadãos que se transformarão em sujeitos criticamente atuantes na sociedade
e comunidade em que vivem.
Uma proposta pedagógica que preza por uma matriz curricular que seja capaz de ajudar o
aluno/futuro professor em suas bases teórica e prática é o princípio de uma formação crítica
e preparatória para o desenvolvimento intelectual, pessoal e profissional do licenciado.
Num curso EAD, tal proposta passa a ser mais valiosa ainda, pois o aluno dependerá da
organização dela para ser um melhor sujeito de seu processo educativo, fazendo dele um
processo integral na fundação e construção de seu conhecimento.
Independentemente de um curso de Letras ser na modalidade EAD ou presencial, con-
vém relembrar a importância de se manter em mente que a cultura e as relações sociais
devem estar sempre presentes em todas as suas partes, e que professor e futuro professor
devem sempre estimular e provocar questionamentos para que novas descobertas e estra-
tégias sejam postas em prática para a problematização dos saberes acontecer processual e
integralmente.
48 • capítulo 2
LEITURA
AIRES, Joanez A.. Integração Curricular e Interdisciplinaridade: sinônimos? Educ. Real.,
Porto Alegre, v. 36, n.1, p. 215-230, jan./abr., 2011.
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS EM LICENCIATURA EM INGLÊS.
Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá, 2016.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AIRES, Joanez A.. Integração Curricular e Interdisciplinaridade: sinônimos? Educ. Real., Porto
Alegre, v. 36, n.1, p. 215-230, jan./abr., 2011.
BEANE, James A.. Trad.: PARASKEVA, João M.. Integração curricular: a essência de uma escola
democrática. Currículo sem Fronteiras, Universidade do Minho, Braga, Portugal.v.3, n.2, pp. 91-110,
Jul/Dez 2003.
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS EM LICENCIATURA EM INGLÊS. Rio de Janeiro:
Universidade Estácio de Sá, 2016.
capítulo 2 • 49
50 • capítulo 2
3
Aspectos
linguísticos
3. Aspectos linguísticos
PERGUNTA
De quantas definições de texto você se lembra? Quais são elas?
52 • capítulo 3
caso, a limitação não é algo ruim: ela apenas se refere a todo o contexto já des-
crito acima.
MULTIMÍDIA
O vídeo cujo link se encontra abaixo é sobre o que constitui um texto. Dê uma olhada nele:
https://www.youtube.com/watch?v=SWef0M_bz78
Compreender
Contexto
histórico, social e
Enunciador cultural Interpretar
Único
Enunciação
Dialógico
Objeto
significante
TEXTO
Figura 3.1 – Elementos do texto.
CONEXÃO
Leia a matéria na íntegra em:
<http://www.economist.com/blogs/graphicdetail/2015/11/daily-chart-10>.
capítulo 3 • 53
Semântica e sintaxe têm um grande papel no entendimento de qualquer
texto, de qualquer ordem, em qualquer língua, e devem ser estudadas um pou-
co mais a fundo neste capítulo. Para os textos escritos, técnicas de leitura serão
abordadas bem como estilos de escrita. Já para os textos orais, trabalharemos um
pouco com a fonologia acompanhando as estruturas frasais e lexicais do texto.
OBJETIVOS
No fim do capítulo, o aluno será capaz de:
• Reconhecer as técnicas de leitura;
• Utilizar a técnicas de leitura;
• Reconhecer os aspectos fonológicos de um texto oral;
• Analisar os aspectos morfológicos de um texto;
• Relacionar as estruturas semânticas e sintáticas em um texto.
Ao se falar sobre leitura em qualquer língua, o foco deve ser mantido na “constru-
ção de significado e não na prática de estruturas da língua. A linguagem do texto
passa a ser um meio para alcançar tal fim, ou seja, a compreensão” (ABSY et al,
2005, p. 7). Para que se chegue à compreensão e futura interpretação de um texto
em língua estrangeira, deve haver um processo ativo de construção de sentido, que
pode ser obtido através da relação da nova informação e do conhecimento adqui-
rido ao longo da vida. De acordo com Absy et al, esta construção de sentido textual
ocorre em quatro níveis diferentes: o linguístico, o textual, o prévio e o estratégico.
Ao se mencionar conhecimento linguístico, devem-se levar em consideração
o vocabulário, as relações sintáticas e o próprio uso da língua em suas mais di-
versas situações e contextos. Enquanto o conhecimento textual foca no conjun-
to de noções e conceitos sobre o texto, tais como layout, reconhecimento de gê-
neros textuais, marcadores discursivos e palavras-chave, o conhecimento prévio
diz respeito “às redes de conhecimento que devem ser ativadas durante a leitu-
ra” (Absy, 2005, p.7): leituras prévias, conhecimento sobre o assunto, leitura de
mundo e relação das partes do texto, lendo nas entrelinhas. Naquilo que concer-
ne ao conhecimento estratégico, não se pode deixar de mencionar a facilitação
da construção de sentido por meio da utilização das técnicas de leitura – as mais
54 • capítulo 3
específicas e direcionadas, uma vez que todos os níveis de conhecimento lin-
guístico podem ser considerados parte das técnicas de leitura ou elas próprias.
Observemos esses três exemplos e como os níveis de conhecimento linguís-
tico podem ser neles reconhecidos.
EXEMPLO
Figura 3.2 – Rótulo de remédio com
©© GORDON SWANSON | SHUTTERSTOCK.COM
efeitos colaterais.
©© WIKIMEDIA.ORG
capítulo 3 • 55
Observe que cada exemplo refere-se a um gênero textual diferente e que,
apenas com essa informação, já se é possível fazer reflexões automáticas so-
bre cada um deles. Invariavelmente, tais considerações vêm de nossa leitura
de mundo, de nosso conhecimento prévio, de determinantes que nos levarão a
uma leitura mais rápida e mais global de cada texto.
O primeiro texto traz um medicamento com seus efeitos colaterais estam-
pados no rótulo. Mesmo que a palavra dizziness não seja conhecida, é possível
entender que ela não é algo positivo devido à natureza do texto. Por menor que
isso possa parecer, ter posse dessa informação auxilia na compreensão do texto
como um todo e na velocidade da leitura.
O mesmo acontece com os dois outros textos. Enquanto o cartão postal nos
leva à ideia de uma mensagem rápida, geralmente positiva, o terceiro nos guia
a um classificado, com informações específicas e objetivas.
Absy et al afirmam que a leitura não é um ato monológico, isto é, um úni-
co texto pode abarcar várias interpretações, pois um texto contém em si vá-
rios outros textos, “resultantes de uma série de sistemas de valores implícitos
inerentes ao escritor e ao leitor” (2005, p.8). Embora a afirmação das autoras
seja verdadeira, convém mencionar o fato de que alguns textos são herméticos
e não permitem muitas variações de interpretação, como acontece com estes
três exemplos.
Nos três exemplos, houve já o reconhecimento textual e o prévio. O linguís-
tico e o estratégico requerem um pouco mais de técnica, que exploraremos a
partir de agora.
56 • capítulo 3
De acordo com Jeremy Harmer (2012), em seu How to teach English,
extensive reading é o tipo de leitura que os alunos fazem fora de sala de aula ao
ler livros, páginas da Internet, revistas ou qualquer outro material de referência.
Sempre que possível, esse tipo de leitura deve envolver prazer ao ser realizado
e, geralmente, o aluno a procura por interesse próprio uma vez que ele tem a
chance de escolher o que ele lerá.
Ao contrário deste, intensive reading é o tipo de leitura que prioriza o foco
detalhado na construção de sentido de textos dados em sala de aula ou que
não tenham sido escolha própria daquele que a realiza. Intensive reading é
geralmente acompanhado de exercícios ou de algum tipo de estudo ou neces-
sidade mais direcionada, na qual se busca apenas aquilo que é essencial para o
objetivo que se espera alcançar.
De acordo com Pereira (2006), é comum que o intensive reading aconteça
com textos mais complexos e que ele traga “respostas” em formato de stated
ideas, implied ideas e inferred ideas. Stated ideas são ideias que se encontram
claramente expostas no texto enquanto implied e inferred ideas são ideias que
devem ser, respectivamente, buscadas e inferidas.
Há várias técnicas de leitura que podem ser utilizadas das mais variadas for-
mas e com diversos objetivos em mente, porém, elas são mais comumente utili-
zadas com o intensive reading. As mais utilizadas e conhecidas são previewing,
contextualizing, visualizing, asking and answering questions, summarizing,
skimming e scanning.
3.1.2 Previewing
capítulo 3 • 57
Figura 3.5 –
CONEXÃO
Leia a matéria na íntegra em:
<http://www.health.com/health/gallery/0,,20934662,00.html>.
3.1.3 Contextualizing
Essa técnica, como o próprio nome explica, consiste em identificar o contex-
to no qual o texto está inserido. Ela é primordial quando se tem que decifrar
palavras que possuem mais de um significado. Por meio do contexto, conse-
gue-se identificar o significado de palavras, frases, parágrafos, sem maiores
problemas.
58 • capítulo 3
Change your eating,
change your life
by Jessica Migala
Nutrition experts dole out a ton of advice about how to eat
well – and, most importantly, not lose your mind doing it. But
there are some tips that stand the test of time, and the experts
themselves follow. (Because yes, they're human, too.) Here are
10 habits they live by – and that will change the way you eat.
Veja a palavra dole out, por exemplo. Sem contexto algum, seu entendimen-
to seria difícil por dois motivos: ela não é uma estrutura lexical tão comum e
tem mais de um significado que, embora se assemelhem, não são a mesma coi-
sa. Ao analisá-la dentro do contexto, fica claro que ela significa give.
LEITURA
Romeo stands in the shadows beneath Juliet’s bedroom window. Juliet appears on the bal-
cony and thinking she’s alone, reveals in a soliloquy her love for Romeo. She despairs over the
feud between the two families and the problems the feud presents. Romeo listens and when
Juliet calls on him to “doff” his name, he steps from the darkness saying, “call me but love.”
Texto na íntegra em <http://www.cliffsnotes.com/literature/r/romeo-and-juliet/summary
-and-analysis/act-ii-scene-2>.
3.1.4 Visualizing
capítulo 3 • 59
©© WIKIMEDIA.ORG
Figura 3.6 –
CONEXÃO
Leia a matéria na íntegra em:
http://globalhandwashing.org/global-handwashing-day/about-ghd/
É bem provável que, assim como todas as outras técnicas, essa técnica
funcione melhor em conjunto com alguma outra, pois, para que ela aconteça
exatamente como tem que acontecer, é necessário que as estruturas lexicais
colaborem.
60 • capítulo 3
The first Global Handwashing Day was held in 2008, when over 120 million children
around the world washed theis hands with soap in more than 70 countries. Since 2008,
community and national leaders have used Global Handwashing Day to spread the
word about handwashing, build sinks and tippy taps, and demonstrate the simplicity and
value of clean hands. Each year, over 200 million people are involved in celebrations
in over 100 countries around the world. Global Handwashing Day is indorsed by a
wide array os governments, international institutions, civil society organizations, NGOs,
private companies and individuals.
CONEXÃO
Leia as duas páginas que foram resumidas em único parágrafo na página anterior em:
<http://nfs.sparknotes.com/romeojuliet/page_78.html>.
Essa técnica pode ser utilizada em qualquer nível linguístico. Basta que
se saiba fazer as perguntas corretas para o tipo de texto a ser lido. As WH-
questions são sempre bem aceitas em todos eles e devem ser utilizadas sempre
que possível.
3.1.6 Summarizing
Ao utilizar essa técnica, o leitor deve ser capaz de resumir o texto, focando nos
pontos principais. Resumir não significa recontar tudo que foi lido. Resumir
significa se ater ao que for importante e imprescindível para que o texto acon-
teça de maneira natural. Como exemplo claro do que é um resumo bem feito,
capítulo 3 • 61
basta reler, na página anterior, o resumo da cena emblemática de Romeo and
Juliet. O texto que se refere àquela parte pode ser lido em inglês moderno (e em
seu original) no link aqui apresentado. Você verá que duas páginas podem ser
claramente resumidas como no exemplo citado.
3.1.7 Skimming
Considerando-se como uma das explicações do verbo skim “the act of reading
something superficially and quickly”, é seguro afirmar que skimming nada
mais é que “correr os olhos”, “passar os olhos” por um texto para extrair in-
formações rápidas que levem o leitor à conclusão de quais informações são as
principais do texto. Essa técnica possibilita o leitor parar seu skimming quan-
do ele encontra algum dado de seu interesse para que ele possa dar mais aten-
ção àquele fato. Geralmente, pessoas que têm textos longos que não precisam
ser lidos por inteiro utilizam essa técnica e, raramente, ela é utilizada com o
intensive reading devido à natureza contraditória dos dois.
CONEXÃO
Leia a crítica sobre Beauty and the Beast em:
<http://www.reelviews.net/reelviews/beauty-and-the-beast>.
Walt Disney's 1991 instant classic, Beauty And The Beast, is not only the finest
animated movie ever made, but deserves a prominent position on any list of all-time
greats. Although not the highest grossing Disney production, nor the best-remembered
by most kids (those honors go to The Lion King), Beauty And The Beast nevertheless
earned the most enthusiastic notices ever by the critics and was recognized with a Best
Picture Oscar nomination (considering the weak competition, it deserved to win the
award). The studio knew early in development that it had a winner. In an unprecedented
move, Disney screened a 70% complete work print to a packed auditorium at the
1991 New York Film Festival months before the movie was finished. The astounding
reception helped to build a sense of anticipation that was unrivaled since the days of
Snow White And The Seven Dwarves.
62 • capítulo 3
O skimming pode ser realizado até “fisicamente”, com uma caneta ou
o dedo para que o leitor não se perca no texto. Tente utilizar seu dedo com o
“correr” dos seus olhos no texto acima. Você perceberá que, automaticamente,
seu dedo descansará nas informações principais: not only the finest animation
movie ever made, most enthusiastic notices ever by critics, recognized with a
Best Picture Oscar nomination, astounding reception. Com essas informações,
o leitor nota que só há elogios para o filme e que, portanto, sua crítica é boa. A
partir daí, mais informações podem ser adquiridas, porém as principais já es-
tarão em mente e já facilitarão o resto do processo de leitura.
CONEXÃO
Leia o texto completo em:
<http://www.biography.com/people/steve-jobs-9354805#synopsis>.
3.1.8 Scanning
Essa técnica permite que a atenção e o foco sejam reduzidos a apenas aquilo
de que está em busca. Ao realizar o scanning, o leitor encontrará rapidamente
o que procura e ignorará o resto das informações. Esse é o tipo de técnica utili-
zada por quem não se interessa pelo texto todo ou não tem tempo de lê-lo, mas
precisa de alguma informação nele presente.
No exemplo abaixo, se o leitor apenas quiser saber a causa da morte de Steve
Jobs, basta que ele procure por evidências que deixarão claro o que aconteceu.
No caso, o trecho começa falando de seu nascimento e é bem provável que termi-
ne falando de sua morte. O leitor precisa “fazer uma varredura” no texto e con-
firmar: câncer pancreático – informação encontrada na última linha do texto.
O processo é simples, fácil e rápido, mas requer prática, como qualquer ou-
tra técnica.
Steve Jobs was born in San Francisco, California, on February 24, 1955, to two University
of Wisconsin graduate students who gave him up for adoption. Smart but directionless,
Jobs experimented with different pursuits before starting Apple Computer with Steve
Wozniak in 1976. Apple's revolutionary products, which include the iPod, iPhone and
capítulo 3 • 63
iPad, are now seen as dictating the evolution of modern technology, with Jobs having
left the company in 1985 and returning more than a decade later. He died in 2011,
following a long battle with pancreatic cancer.
CONEXÃO
Para uma tabela mais completa envolvendo dialetos ou o inglês de outros países, visite:
<https://en.wikipedia.org/wiki/International_Phonetic_Alphabet_chart_
for_English_dialects>.
MULTIMÍDIA
Para ouvir como pronunciar cada diaphoneme da tabela abaixo, visite o link abaixo. Para ver
todos os vídeos, clique nos vídeos subsequentes a este:
<https://www.youtube.com/watch?v=c97xwLdSsXU>.
64 • capítulo 3
texto. Ao se deparar com uma conjunção, com a utilização de um pronome ou
de um tempo verbal, por exemplo, tem-se uma ideia parcial do significado da
frase e de sua importância. In addition to causaria uma referência totalmente
diferente de nevertheless; him é diferente de her e já indica a pessoa à qual a
referência está sendo feita e assim por diante.
Caberá realmente ao leitor identificar seu objetivo para que ele possa apli-
car a técnica correta para que seu tempo seja bem aproveitado e sua leitura seja
eficiente.
Tabela 3.1 –
capítulo 3 • 65
3.2 Aspectos fonológicos e morfológicos de discurso e texto
Uma vez que o enfoque do capítulo é no texto escrito, não nos alongaremos
no campo da fonologia embora seja necessário rever alguns dados.
66 • capítulo 3
DIAPHONEME PHONEMES EXAMPLES
p pʰ, p pencil, spinach, tip
b b but, web
t tʰ, t, ɾ, ʔ to, still, bet
d d, ɾ done, daddy, odd
͡ tʃ ͡ tʃʰ, ͡ tʃ chair, nature, teach
d͡ ʒ d͡ ʒ gin, joyful, edge
k kʰ, k cat, kill, skin, queen, unique, thick
ɡ ɡ go, get, beg
f f fool, enough, leaf, off, photo
v v voice, have, of
θ θ, t̪ thing, teeth
ð ð, d̪ this, breathe, father
s s salt, city, pass
z z zoo, rose
ʃ ʃ she, sure, session, emotion, leash
ʒ ʒ pleasure, beige, equation, seizure
h h, ɦ, ç ham
m m, ɱ maniac, ham
n n no, man
ŋ ŋ ringer, sing, finger, drink
l l, ɫ, ɤ, w, o, ʊ left, bell, sable
r ɹʷ, ɹ, ɾ, ɻ,ʋ rat, every
w w we, queen
j j yes, nyala
hw* ʍ, w where
IPA: Reduced vowels
ə Reduced /ʌ, æ, ɑː, ɒ/
ɪ̈ (ɪ, ə) Reduced /ɪ, iː, ɛ, eɪ, aɪ/
ʊ̈ (ʊ, ə) Reduced /ʊ, uː/
ɵ (ə) Reduced /oʊ/
ɚ (ə) Reduced /ɜr, ɑr, ɔr/
capítulo 3 • 67
Para uma visualização completa da articulação dos fonemas, observe o qua-
dro seguir:
Bilabial Labiodental Dental Alveolar Post alveolar Retroflex Palatal Velar Uvular Pharyngeal Glottal
Plosive p b t d Ê ∂ c Ô k g q G /
Nasal m n µ = ≠ N –
Trill r R
Tap or Flap v | «
Fricative F B f v T D s z S Z ß Ω ç J x V X Â © ? h H
Lateral
fricative Ò L
Approximant √ ® ’ j ˜
Lateral
approximant l ¥ K
Where symbols appear in pairs, the one to the right represents a voiced consonant. Shaded areas denote articulations judged impossible.
ò
OTHER SYMBOLS
œ å
∑ Voiceless labial-velar fricative ÇÛ Alveolo-palatal fricatives
Open a ” A Å
Where symbols appear in pairs, the one
to the right represents a rounded vowel.
w Voiced labial-velar approximant » Voiced alveolar lateral flap
Epiglottal plosive
… Long e…
DIACRITICS Diacritics may be placed above a symbol with a descender, e.g. N( Ú Half-long eÚ
9 Voiceless n9 d9 ª Breathy voiced bª aª 1 Dental t 1 d1 * Extra-short e*
3 Voiced s3 t 3 0 Creaky voiced b0 a0 ¡ Apical t ¡ d¡ Minor (foot) group
68 • capítulo 3
Além da transcrição dos fonemas, deve-se atentar para a maneira de articu-
lação e o lugar de articulação, sendo assim divididos:
Aronoff e Fudeman (2010) afirmam que “in linguistics morphology refers to the
mental system involved in word formation or to the branch” (p.2), ou seja, a
área de morfologia lida com a estrutura interna das palavras, sendo que o mor-
fema é a menor delas, porém com um significado.
capítulo 3 • 69
O morfema pode ser lexical ou gramatical e há quatro linhas gerais para di-
ferenciá-los: o significado ou a função, sua inflexão ou derivação, suas variantes
e sua capacidade ou não de contração, afixação e cliticização, como o quadro
abaixo mostra:
... never contract, affix or cliticize ... contract, affix and cliticize
70 • capítulo 3
INFLECTION OF NOUNS, VERBS AND QUALIFIERS
NOUNS VERBS ADJECTIVES AND ADVERBS
addition of -er →comparative
addition of terminal s to show
(hotter; prettier);
plural (one dog; two dogs); ending shows tense
(wanted) or person
addition of ‘s to show possession ([she] wants).
addition of -est → superlative
(Henry’s cat).
(coldest; soonest).
capítulo 3 • 71
Como ficou visível, os morfemas são formados basicamente por roots e
affixes. A root tem como propriedades:
• Ser a parte principal de uma palavra;
• Ser, no mínimo, uma e, no máximo, duas dentro da formação de uma palavra;
• Poder ocorrer independentemente e ser uma free root;
• A tendência de ser mais rica semanticamente;
• Variar sua posição nas palavras, podendo se localizar no começo, no meio
ou no fim delas.
É preciso dizer que a língua inglesa, assim como qualquer outra língua, ad-
mite o uso de neologismos – que são criados a partir do conhecimento práti-
co dos morfemas, como já exposto anteriormente – e de palavras emprestadas
(loanwords) de outras línguas, como é o caso de fiancée/ fiancé, que são france-
sas, ou angst, que é alemã.
É importante ressaltar que, morfologicamente, há 11 classes de palavras que,
geralmente, podem ser modificadas. Embora não entremos em detalhes, são elas:
• Nouns;
• Verbs;
• Adjectives;
• Adverbs;
• Numerals;
• Personal pronouns;
• Possessives;
• Prepositions;
• Locationals and directionals;
• Demonstratives;
• Particles, adverbial and aspectual clitics, conjunctions and interjections.
72 • capítulo 3
CONEXÃO
Para maiores detalhes a respeito da derivação, inflexão e cliticização dessas classes de pa-
lavras, por favor, visite: <http://www2.ling.su.se/staff/evali/thesis/Kuot-4-wcl-morph.pdf>.
capítulo 3 • 73
CURIOSIDADE
O discurso do Mestre Yoda da saga Star Wars já foi estudado por vários grammarians e
syntacticians com a
intenção de identificar um padrão em suas
tão famosas falas que não seguem
a ordem direta, porém as conclusões são
divergentes.
Duas de suas várias famosas falas
©© PIXABAY.COM
em ordem inversa são “Patience you must
have, my young Padawan” e “Ready are you?”.
Em seu How to teach English, Harmer (2012) afirma que “a sentence de-
pends, for its success, on putting a number of elements in the correct order”
(p.60) e que “what a word means is also defined by its relationship to other
words” (p.61), dando ênfase à ordem e à escolha dos elementos frasais e suas
contribuições para a comunicação. Observe que em “His bedroom is a total
mess”, a ordem da frase é direta e deixa a comunicação clara e precisa. Se um
elemento tivesse sido mudado de posição, talvez a frase não fizesse sentido
(“Mess his bedroom is a total”), ou ainda, ela teria sido transformada numa
pergunta (“Is his bedroom a total mess?”).
Outro elemento que deve ter a atenção voltada para si é a escolha lexical (se-
mântica) para atribuir o significado desejado. Na frase “It’s cold in here”, a palavra
“cold” denota algo que “not hot”, apesar de ser considerado sinônimo aproxima-
do, não denotaria. O mesmo pode ser dito caso a escolha tivesse sido “coldish”.
Cold, not hot, coldish não carregam a mesma intensidade de significado.
Naquilo que concerne aos aspectos sintático-semânticos de um texto, há
que se considerar, conforme Harper (How to teach English, 2012) afirma, duas
premissas: que podemos nos deparar com uma forma e vários significados ou
com um significado e várias formas.
Para visualizar a primeira premissa, basta que pensemos no present
continuous. Observe as duas frases abaixo:
1. We’re watching a movie.
2. We’re watching a movie tonight.
74 • capítulo 3
Embora ambas utilizem o present continuous, a primeira é uma representa-
ção do momento presente e, a segunda, do futuro. Como saber? Pela utilização
do advérbio tonight, que gera a ideia de futuro planejado, neste caso.
O mesmo pode ocorrer com palavras que trazem mais de um significado,
como, por exemplo, can, beat, book, get. O que determinará o significado apro-
priado é, como dito anteriormente, o contexto. Observe os exemplos abaixo:
1. Can you please help me with my homework?
2. I don’t know where the tomato soup can is.
Para que um discurso ou texto ocorram de modo a não deixarem lacunas in-
terpretativas, há uma ordem de colocação das palavras. Harper (2012, How to
teach English) as classifica como “parts of the speech” e as subdivide em noun
phrase, verbs, adverbs and prepositions e discourse.
Resumidamente, pode-se dizer que uma noun phrase é aquela que gira em
torno de um substantivo ou de um pronome. Vale ressaltar que os substanti-
vos podem ser contáveis ou incontáveis, plural ou singular, coletivos ou não ou,
ainda, compostos ou simples e que os pronomes podem ser pessoais, oblíquos,
reflexivos ou possessivos.
É conveniente mencionar que os artigos podem ser definidos ou indefinidos
e que os adjetivos não são flexionados no plural em inglês, mas podem ser
flexionados em suas formas comparativa e superlativa. Eles também podem
capítulo 3 • 75
ser substantivados (the poor) ou seguidos por preposições (collocations). Há
também uma ordem a ser seguida quando mais de um adjetivo é utilizado:
Tabela 3.8 – Tabela adaptada de How to teach English (HARPER, 2012, p.68)
CONEXÃO
Uma vez que as conjunções são de extrema importância para uma interpretação textual, vale
a pena ter um lista como esta em mãos na hora de estudar:
76 • capítulo 3
<http://sydney.edu.au/learningcentre/clearer_writing/module4/logical_relations/table
_of_english_conjunctions.html>.
Não podemos nos esquecer das joining words e dos lexical chunks. Joining
words são as prepositions (in, on, at, from etc), adverbial particles (down the
stairs, up the ladder, etc) e as conjunctions (because, neverthelsess, however,
etc). As conjunctions são muito elucidativas, pois sua presença em uma determi-
nada frase pode mudar totalmente o sentido dela. Observe os exemplos abaixo:
1. Michael didn’t survive the accident because he was wearing a seat belt.
2. Michael didn’t survive the accident. However, he was wearing a seat belt.
capítulo 3 • 77
kind She is such a kind
a word that gives more informa-
ADJECTIVE generous and generous
tion about a noun or a pronoun
better person.
write
a word (or a group of words)
cry He wrote Blindness
VERB which is used in describing an
read over 20 years ago.
action, experience or state
smile
sensibly
a word (or a group of words) that silently She sensibly and
ADVERB (ADVER- describes or adds to the meaning delicately silently helps people
BIAL PHRASE) of a verb, adjective, another fast she doesn’t even
adverb or a whole sentence late know.
low
for
of
PREPOSITION a word (or a group of words) that Why don’t you put
in
(PREPOSITIONAL is used to show the way which this letter in the
on top of
PHRASE) other words are connected middle of his book?
in the middle
of
the
definite article a/an
Few people believed
indefinite article my, your, ...
she was such a kind
DETERMINER possessives this, that,
-hearted girl because
demonstratives these, those
she was explosive.
quantifiers some, many,
few, …
and
a word that connects sentence, I lost my cell phone,
CONJUNCTION so
phrases or clauses so I couldn’t call you.
but
Tabela 3.9 –
Harper (2012, How to teach English) sugere que a língua escrita e a oral se dife-
rem, principalmente, em sua extensão e que, por a língua escrita ser mais lon-
ga, ela requer mais atenção nos seguintes itens:
• Cohesion: o modo de conectar ideias e frases, envolvendo palavras ou
grupos de palavras que mantenham um texto coerente (lexical cohesion) e ele-
mentos linguísticos que operem como conectores de ideias e frases (gramatical
cohesion);
• Coherence: a lógica interna de cada texto que permite que o leitor siga a
linha de raciocínio do autor;
78 • capítulo 3
• Conversational discourse: a habilidade de utilizar coesão e coerência no
discurso (oralidade), de evitar silêncios constrangedores e de manter o ritmo da
conversa, sabendo quando falar e quando ouvir e utilizando discourse markers
(linkers e pause fillers).
No mesmo livro, Harper ainda cita três variáveis da linguagem como essenciais
ao se estabelecer uma comunicação (p. 78-80 – adaptação nossa):
• Speaking and writing: como dito anteriormente, há uma diferença entre o
discurso oral e textos escritos, sendo que, no primeiro, a informalidade é mais
comum, seja ela por meio de contrações ou ellipsis, e, no segundo, a formalida-
de é maior. Cabe ao falante/leitor identificar sua necessidade e utilizar forma e
significado de maneira apropriada;
• Register: é de extrema importância que se identifique qual tipo de regis-
tro deve ser utilizado (static, formal, consultative, casual, intimate) em um dis-
curso ou em um texto para que se possa fazer a escolha apropriada de palavras
e estruturas;
• Language varieties: embora o International English funcione como uma
“língua oficial” a todos os falantes de inglês, há os regionalismos e todas
as variações de inglês ao redor do mundo, que são um grande desafio para
leitores e autores. Deve-se levá-los em consideração ao interpretar textos e/
ou discursos.
Como pudemos notar, são vários os fatores e elementos que devem ser leva-
dos em consideração, porém, independentemente de qualquer um que seja, o
contexto situacional-cultural é determinante e primordial para uma boa inter-
pretação textual.
ATIVIDADES
Assim como nos dois capítulos anteriores, tente fazer os exercícios abaixo sem reler o que
você estudou. Marque suas dúvidas caso você as tenha.
Para os exercícios 1, 2, 3 e 4, utilize o trecho abaixo, retirado de: <http://www.lifehack.
org/articles/featured/managing-stress-in-daily-life.html>. Acesso em: 21 fev. 2016.
capítulo 3 • 79
How many people do you meet who complain of being totally stressed out and tired
all the time? Do you also feel that you are tired and fatigued most of the times and do
not have time for yourself?
In this fast-paced life, one of the highest complaints that people have is about the fact
that they are tensed or disturbed about some thing or the other. The cause of stress
could be deadlines at work, finances to pay the bills, catching up with colleagues in
terms of lifestyle or a tense relationship at home.
Though it has been agreed by all experts that a certain amount of stress is required to
add that little bit of spice to life and also to enable you to perform to the best of your
capabilities, prolonged levels of high stress can cause physiological and mental issues.
It can manifest itself in illnesses like recurrent headaches, upset stomach, rashes,
ulcers, sleeplessness, high blood pressure and heart related ailments.
03. Quais técnicas de leitura você utilizou para fazer o exercício acima? Por quê?
04. Qual é o tipo de texto que você acabou de ler? Justifique sua resposta.
05. Identify in the words below the roots and the affixes, specifying if they are prefixes or
suffixes:
WORD PREFIX ROOT SUFFIX
CHILDHOOD
DISAGREE
DOABLE
80 • capítulo 3
FREEDOM
HOPELESSNESS
IMPOSSIBLE
INDIVIDUALIST
MISLEAD
MOVIEGOER
UNFORGETTABLE
06. Qual é a importância dos aspectos semânticos e sintáticos para a interpretação textual?
07. As frases abaixo foram todas retiradas de letras de músicas. Coloque-as em ordem e
classifique sintaticamente cada palavra nelas.
a) such love is an word old-fashioned. (Under Pressure – Queen and David Bowie)
b) came around it’s time since been a long I (You and I – Lady Gaga)
c) so why I am emotional? (Stay with me – Sam Smith)
d) you loved me turn somebody into (Somebody loved – The Weepies)
e) free were you waiting only for to this moment be (Blackbird – The Beatles)
REFLEXÃO
Independentemente do aspecto linguístico a ser levado em consideração, o fator mais impor-
tante para a interpretação de um texto ou de um discurso é o contexto no qual ele está in-
serido. Este contexto pode ser cultural ou situacional, porém é ele quem determinará grande
parte da eficácia e da eficiência da comunicação.
Além do contexto situacional ou cultural ou situacional-cultural, é extremamente rele-
vante mencionar que o objetivo que se pretende atingir com um texto ou discurso é que
determinará a escolha e decisão por uma técnica de leitura a ser aplicada.
capítulo 3 • 81
Ao realizar as técnicas de leitura, o leitor precisará ter, pelo menos, um conhecimento
básico sintático e semântico da língua alvo – no caso, a língua inglesa – a fim de que o en-
tendimento e a interpretação não fiquem comprometidos. A mesma preocupação pode ser
transferida para o discurso oral, uma vez que ele também é um tipo de texto.
Na realidade, o melhor método para se ter mais afinidade e familiaridade com os textos
e discursos da língua inglesa é a prática da leitura e da fala. Sem a prática ou a necessidade
dela, não há uma razão concreta para se treinar técnicas ou quaisquer outros aspectos que a
língua possa tão ricamente nos oferecer.
LEITURA
ABSY, Conceição A. et al. Leitura em Língua Inglesa: uma abordagem instrumental.
São Paulo: Disal Editora, 2005.
ARONOFF, Mark; FUDEMAN, Kirsten. What is morphology? New Jersey: Wiley-Black-
well, 2010.
BONAMIN, Márcia Costa. Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I. Curitiba: IES-
DE Brasil S.A., 2009.
HARMER, Jeremy. How to teach English. Essex: Pearson Education Limited, 2012.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABSY, Conceição A. et al. Leitura em Língua Inglesa: uma abordagem instrumental. São Paulo: Disal
Editora, 2005.
ARONOFF, Mark; FUDEMAN, Kirsten. What is morphology? New Jersey: Wiley-Blackwell, 2010.
BONAMIN, Márcia Costa. Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I. Curitiba: IESDE Brasil S.A.,
2009.
ELIAS, Vanda Maria; KOCH, Ingedore Vilaça. Ler e escrever: estratégias de produção. São Paulo:
Contexto, 2014.
GARCIA, Othon M.. Comunicação em Prosa Moderna. Rio de Janeiro: FGV, 2010.
FOREL, Claire-A; Puskás, Genoveva. Phonetics and Phonology: Reader for first year English
Linguistics. Oldenburg: University of Oldenburg, 2005.
HARMER, Jeremy. How to teach English. Essex: Pearson Education Limited, 2012.
______________. How to teach vocabulary. Essex: Pearson Education Limited, 2012.
______________. How to teach writing. Essex: Pearson Education Limited, 2012.
82 • capítulo 3
JORDÃO, Clarissa Menezes e MARTINEZ, Juliana Zeggio. Fundamentos do Texto em Língua
Inglesa II. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.
KELLY, Gerald. How to teach pronunciation. Essex: Pearson Education Limited, 2011.
PEREIRA, Carlos Augusto. Inglês para o Vestibular. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
THORNBURY, Scott. How to teach grammar. Essex: Pearson Education Limited, 2012.
_________________. How to teach speaking. Essex: Pearson Education Limited, 2012.
< http://busyteacher.org/15985-7-must-know-reading-strategies-esl-students.html > Acesso em: 12
de fev. 2016.
<http://www.ruf.rice.edu/~kemmer/Words04/structure/> Acesso em 18 de fev. 2016.
capítulo 3 • 83
84 • capítulo 3
4
Tópicos em
Literatura
4. Tópicos em Literatura
Antes que comecemos nossa caminhada pelo mundo mágico da literatura em
língua inglesa, faz-se extremamente importante definir literatura e mencionar
suas funções.
Assim como várias coisas na vida, a definição de literatura depende do pon-
to de vista sob qual ela é observada e analisada.
PERGUNTA
Para você, o que é literatura? O que ela implica? O que ela representa?
Além disso, na mesma obra, ele ainda afirma que o conceito de literatura é
tão fluido, variando do cultural ao político, e ela é tão universalmente necessá-
ria à vida das pessoas que passa a ser direito de toda e qualquer sociedade, dan-
do-lhe, então, um caráter legal: “Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos
direitos humanos e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e
em todos os níveis é um direito inalienável.” (p.191).
Em seu A literatura e a formação do homem (1972), Candido propõe as três
funções da literatura: psicológica, formativa/educacional e social. Na primeira
delas, Candido afirma que:
86 • capítulo 4
Ou seja: a função psicológica tem uma ligação estrita com a capacidade e
necessidade que tem o homem, no conceito mais amplo do termo, de fantasiar.
A obra literária tem uma autonomia de significado, mas tal autonomia não a
desliga das suas fontes de inspiração no real, nem anula a sua capacidade de
atuar sobre ele. Ela apenas permite que o homem satisfaça sua necessidade de
referência real em relação à função integradora e transformadora literária.
No caso da função formativa/ educacional, Candido esclarece que a literatu-
ra não se restringe à doutrinação ou à formação de caráter. Sua função é mais
abrangente e tem como principal característica educar tanto quanto a própria
vida, “com altos e baixos, luzes e sombras. Ela não corrompe nem edifica, por-
tanto, mas, trazendo livremente em si o que chamamos, o bem e o mal, hu-
maniza no sentido profundo, porque faz viver.” (p.84) Resumindo, a literatura
educa tão livremente quanto a vida e tem um caráter oposto ao pedagógico. Sua
representatividade da vida a faz objeto de reflexão, mas não de doutrinação.
Naquilo que concerne à função social literária, Candido justapõe a ideia de
conhecimento de mundo e alteridade: o leitor se depara com um mundo que
não o dele e faz dele o seu mundo no momento da leitura, vivendo-o e apren-
dendo com ele. Entretanto, esse momento de vivência de um mundo que não o
do leitor não tira o direito dele não atuar em seu próprio mundo. Pelo contrário,
o leitor amplia seus horizontes e pode tomar para si um caráter mais libertador
e transformador, atuando mais consciente e fortemente na sociedade em que
vive.
Ao contrário de Candido, Ezra Pound (2006) enfatiza o teor linguístico da
literatura e o significado que ele traz: “literatura é linguagem carregada de sig-
nificado. Grande literatura é simplesmente linguagem carregada de significa-
do até o máximo grau possível. Enfim, literatura é novidade que permanece
novidade.” (p. 28). Massaud Moisés, em seu A Análise Literária (2014) também
prefere, sucintamente, definir literatura como a expressão dos conteúdos da
ficção ou imaginação por meio da palavra escrita. Obviamente, ambos os es-
tudiosos têm uma visão mais ampla sobre literatura, mas essa é a base de sua
observação crítica para defini-la.
Tzvetan Todorov (2013) é um estruturalista russo que também enfatiza e
prioriza a função linguística da literatura, colocando-as paralelamente no cam-
po do conhecimento:
capítulo 4 • 87
Ela tem a linguagem ao mesmo tempo como ponto de partida e como ponto de che-
gada. [...] A literatura se revela portanto não só como o primeiro campo que se pode
estudar a partir da linguagem, mas também como o primeiro cujo conhecimento possa
lançar uma nova luz sobre as propriedades da própria linguagem. (p.54)
MULTIMÍDIA
Roland Barthes, um grande linguista, vê a literatura dentro da perspectiva do poder. Assista
ao vídeo com o trecho de seu livro que traz essa definição de literatura e a compare com as
dos estudiosos mencionados :
<https://www.youtube.com/watch?v=UkH6Q2VrUOg
88 • capítulo 4
apenas passear por seus campos brevemente, proporcionando uma visão ge-
ral e, de certa forma, comparada, não nos aprofundaremos em obras e autores
específicos.
OBJETIVOS
No fim do capítulo, o aluno será capaz de:
• Definir literatura;
• Diferenciar um texto literário de um não literário;
• Reconhecer os períodos literários da literatura inglesa e seus principais autores;
• Identificar os períodos literários da literatura norte-americana e seus principais autores;
• Reconhecer as características da literatura contemporânea de língua inglesa.
Observe estes dois textos: duas receitas. Qual é a diferença entre elas?
Texto 1 Texto 2
©© PIXABAY.COM
©© PIXABAY.COM
capítulo 4 • 89
de uma receita culinária e a unindo à ideia de dicas e sugestões, como podemos
observar abaixo, na tradução:
Com os exemplos acima, é notório que forma e conteúdo passam a ser vitais
para o entendimento de um texto literário ou não literário. Enquanto a forma
de ambos era a de um texto não literário (receita), o conteúdo do texto 1 passa
a ter caráter literário no momento em que ele foge ao convencional e cria um
teor mais subjetivo, com expressão de criatividade. Desse modo, duas das ca-
racterísticas do texto literário são as marcas da subjetividade e a criatividade
expressiva.
90 • capítulo 4
Em relação à questão da forma e conteúdo e como essa combinação in-
fluencia na identificação da literariedade de um texto, Massaud Moisés (2014)
afirma que:
capítulo 4 • 91
cultural, subjetiva, plurissignificativa – fazendo com que o sentido criado pela
frase ultrapasse o limite da precisão lexical e siga rumo à emoção.
A fala objetiva e transparente, que não abre espaço à imaginação ou à uma
dupla interpretação, por assim dizer, é a não literária. Essa mesma frase, tão
sensivelmente escrita por Mia Couto, poderia ser traduzida não literariamente
por “Quem passa pode escutar a voz pausada do filho do mecânico que vai len-
do, verso a verso, o que ele escreve sobre seus sentimentos”.
Note que um texto literário não precisa e nem pode ser composto tão so-
mente pela plurissignificação de todo e cada elemento lexical: nem todas as
palavras devem ser utilizadas com um outro significado que não o seu original
e preciso.
MULTIMÍDIA
Assista ao vídeo sobre a diferença entre texto literário e texto não literário. Ele irá ajudar você
a apreender as características principais desses dois tipos textuais. São apenas 3 minutos!
https://www.youtube.com/watch?v=vvzVWxfv85s
92 • capítulo 4
Antônio Soares Amora (2006) pontua que, além da questão da forma e do
conteúdo, um texto literário tem como concepção da realidade algo intuitivo e
individual e não racional e universal. Para ele, o autor é alguém como o leitor,
porém com olhares e palavras mais sensíveis para com a realidade externa, seja
ela real ou imaginária. A realidade literária criada pelo autor pode ser compatí-
vel com a do mundo real ou não, sendo parte de um universo mimético criado
por ele. A diferença é que a descrição desse universo acontece de forma emotiva
e individual, com a qual o leitor compactuará ao iniciar sua leitura e comparti-
lhar do mundo do autor.
Amora (2006) reforça a ideia de literariedade ao dizer que “um autor não
pode estar sujeito às exigências do gosto e da compreensão de cada leitor; ele
tem de ter liberdade criativa e os leitores é que têm de procurar compreendê-lo”
(p.115).
Ao contrário do texto literário, o não literário tem que ser objetivo e sufi-
cientemente claro para que seja compreendido por todos os leitores, pois ele
lida com a universalidade e a transparência de uma proposta. Enquanto no
texto literário, o leitor é recriador da obra, no não literário, ele é apenas um
instrumento.
Ao ler a obra literária de um determinado autor, o leitor deve acrescentar
sua visão de mundo, seu conhecimento, suas emoções. Ao ler um texto não
literário de qualquer espécie, o leitor deve colocar os óculos da realidade e en-
cará-lo como parte de um processo de aquisição de informações universais e
factuais. Veja no exemplo abaixo como a “realidade” pode ser mostrada litera-
riamente ou não:
Texto 1
Em 6 de agosto de 1945, foi lançada uma bomba de urânio, na cidade de
Hiroshima, que causou destruição em massa.
capítulo 4 • 93
Assista ao belíssimo vídeo de Rosa de Hiroshima, com o texto na íntegra e com a
interpretação de Secos e Molhados. Observe a literariedade do texto ao relatar as
consequências causadas pela bomba.
<https://www.youtube.com/watch?v=S53_HkZ6PDk>.
Conotação Denotação
Uma vez que as características dos textos literários e não literários foram
expostas, torna-se fácil identificar os gêneros literários e seus tipos. Antônio
Soares Amora (2006) pontua que:
94 • capítulo 4
Um gênero (por exemplo, um romance, um poema lírico, um drama) é a combinação de
um tipo de forma (prosa ou verso), com um tipo de composição (expositiva, represen-
tativa ou mista) e um tipo de conteúdo (psicológico, físico ou misto); uma espécie é a
variação dentro de um gênero. Exemplificando: a poesia lírica, que é um gênero, tem
um tipo de forma – o verso, um tipo de composição – a expositiva – e um tipo de con-
teúdo – a psicologia do poeta; e dentro do gênero lírico há várias espécies – o soneto,
a ode, a lira etc – caracterizadas por determinada estrutura poemática (verso, estrofe,
rima), determinado sentimento (o amor, a religiosidade, o patriotismo) e determinada
estrutura de pensamento (o silogismo, no caso do soneto; a repetição de uma ideia, no
caso da lira). (p.99)
Tabela 4.1 –
capítulo 4 • 95
4.2 Análise de textos: características da Literatura Inglesa
96 • capítulo 4
de contato com outras culturas. Além disso, também devido à ilha, os ingleses
têm a fama de destemidos aventureiros, com coragem suficiente para enfren-
tar as águas de mares tempestuosos. O clima é também fator influenciador na
personalidade dos britânicos, refletindo neles e em sua literatura o frio e a me-
lancolia da ilha. Para um brasileiro acostumado ao calor tropical, é necessário
ter esses detalhes sempre em mente ao ler um texto britânico para que haja um
melhor entendimento sobre algumas colocações.
Só um aviso aos navegantes: como seria impossível colocar um trecho ana-
lisado de cada obra, ao final de cada período, vocês encontrarão um trecho em
inglês de uma obra significativa para o período como forma de ilustrar a fase
literária. Agora, estamos prontos para iniciar nossa jornada!
Embora haja controvérsia por parte de alguns autores, acredita-se que a Lite-
ratura Inglesa tenha nascido nesse período, com o poema épico Beowulf, de
autoria desconhecida, escrito em inglês arcaico (Old English).
CURIOSIDADE
Apesar de Beowulf ser considerado pela maioria dos estudiosos o primeiro poema da Lite-
ratura Inglesa, ele não foi composto na Bretanha e “ainda mostra um herói sueco vivendo
aventuras na Escandinávia” (SILVA, 2006, p. 44)
capítulo 4 • 97
Enquanto Silva (2006) estabelece a importância desse poema como o gera-
dor de “raízes que se fixaram na Literatura Inglesa e se espalharam por toda a
sua história” (p.45), Burgess é um dos estudiosos que afirmam que Beowulf não
foi a primeira obra da Literatura Inglesa. Para ele, A Canção da Criação (The
Story of Cadmon) deve ser considerado o primeiro poema – também em inglês
arcaico – da Literatura Inglesa.
Independentemente de Beowulf ser comprovadamente o primeiro poema
pertencente a essa literatura, não devemos negar suas características britâni-
cas da época ou sua importância: ele foi um grande divisor de águas entre a
oralidade até então presente e o grande estabelecedor de ideias que acabaram
se fixando na história da literatura de língua inglesa e na Literatura Inglesa.
MULTIMÍDIA
Já que o inglês arcaico é uma língua diferente do inglês que conhecemos, Julian Glover
traduz Beowulf e o recita nesse vídeo:
<https://www.youtube.com/watch?v=IR464WBmA2s>.
LEITURA
Trecho de Beowulf traduzido para o inglês moderno:
Thus made their mourning the men of Geatland, ©© WIKIMEDIA.ORG
98 • capítulo 4
MULTIMÍDIA
Veja a adaptação de uma das histórias mais famosas de The Canterbury Tales – The Wife of
Bath’s Tale: <https://www.youtube.com/watch?v=_XJCOmcKadQ>.
Foi nesse período que a ideia de cavaleiros e de toda a realeza inglesa se uniu
tão naturalmente à ideia da Inglaterra em si devido às Cruzadas, ao Rei Guilher-
me I, o Conquistador (William the Conqueror) e aos outros reis que governa-
ram até o fim desse período. Foi nessa época, também, que a Inglaterra pensou
ter realmente conhecido os Quatro Cavaleiros do Apocalipse (Morte, Guerra,
Fome e Pestilência) devido a tudo que estava acontecendo: peste negra, crise
política, guerras, muitas mortes – tudo isso nunca havia afetado de forma tão
devassadora o país. Como vimos anteriormente, é necessário saber um pouco
da cultura do país de origem da literatura estudada, mas também é importante
reconhecer os principais acontecimentos históricos, pois eles também influen-
ciam os autores, suas obras e, consequentemente, todo um período literário.
Esse momento sombrio afetou a literatura da época.
Segundo Silva (2006), a característica mais marcante desse período, assim
como a do anterior, é a presença ainda muito forte da oralidade que vai até o
fim de do século XII. Sua forma escrita surge com mais força no início do sécu-
lo XIII, com baladas e poemas, mas as duas obras mais significativas da época
vêm da contação oral de histórias, lendas e, mesmo que com influência externa
à britânica, ainda representavam muito da crença do povo inglês. Além disso, o
caráter religioso das obras fez-se presente.
Geoffrey Chaucer escreveu Contos da Cantuária (The Canterbury Tales) en-
tre 1386 e 1387, fazendo dessa obra a maior representante dos costumes in-
gleses da época, pois ele conseguiu colocar representantes de todas as classes
sociais nas suas narrativas em verso: erudita, guerreira, econômica e religiosa,
por meio de personagens como o cavaleiro, a parteira, o vigário, o advogado, o
médico, o capitão de navio, o tecelão e até mesmo um absolvidor entre outros.
Chaucer foi revolucionário no sentido de conseguir representar a todos em uma
única história que traz outras histórias dentro dela e, por meio de personagens
capítulo 4 • 99
como o capataz, ele ainda conseguiu representar a terra (propriedade) e o que
ela significa.
Numa obra cativante, de inglês médio (com um pouco ainda do inglês ar-
caico, mas muito parecido com o atual), Chaucer fez de sua obra um trabalho
atual, pois ele se utilizou de “um elemento que, a despeito da passagem do
tempo e da evolução da sociedade, continua o mesmo – o ser humano” (SILVA,
2006, p. 69).
A outra obra representativa do período é Morte D’Arthur (Le morte d’Ar-
thur), de Thomas Malory. Essa narrativa, dividida em oito partes, desde o nas-
cimento até a morte de Arthur, é um recontar de lendas feito por Malory. Foi
um trabalho de pesquisa de histórias, romances e poesias sobre o Rei Arthur,
cuja compilação cautelosa e cuidadosa se transformou no principal romance
de cavalaria da Literatura Inglesa e influencia o universo literário e de entrete-
nimento até os dias atuais.
CURIOSIDADE
Segundo SILVA (2006), o Renascimento inglês é diferente de todos os outros porque, devi-
do às constantes guerras internas e externas, o fluxo de informações vindas do continente
demorava para chegar à Inglaterra, que era uma ilha.
Para que não nos estendamos nesse período literário, tente assistir ao bri-
lhante filme Excalibur (1981) para que você tenha uma ideia geral de como essa
narrativa ocorre e para perceber sua importância.
LEITURA
Trecho do prólogo de The Wife of Bath’s Tale (Chaucer) traduzido para o inglês moderno:
For if God did command virginity,
Then marriage he condemned concurrently;
And surely if no seed were ever sown,
From where then would virginity be grown?
Leia o texto na íntegra em: <http://english.fsu.edu/canterbury/wifepro.html>.
100 • capítulo 4
4.2.3 Renascença Inglesa/ Período Elisabetano (1485 – 1660)
Talvez a época mais importante para toda a Literatura Inglesa, esse período foi
marcado por questões religiosas, tais como a Reforma Protestante e a criação
da Igreja Anglicana e pelo reinado de Elizabeth I (a Rainha Virgem, que se man-
teve solteira, “casando-se” apenas com seu povo), que “era a incorporação do
espírito de seu tempo [...](SILVA, 2006, p.111). Elizabeth I era apaixonada pela
vida em todos os seus aspectos e assim também era a sociedade que ela liderava.
Além dessas duas marcas, o Período Elisabetano trouxe também a luz do
Renascimento que, mesmo tardiamente, chegou à Inglaterra e levou, junta-
mente com ele, a vontade do aprendizado e os questionamentos feitos pelos
Grandes Pensadores, que estavam em busca de um ideal naturalista e huma-
nista. Elizabeth I era “uma monarca integrada ao espírito renascentista que
varreu a Inglaterra no século XVI” (SILVA, 2006, p.111) e todo esse período foi
um espelho do que ela acreditava, propunha e a sociedade aceitava.
O grande nome dessa época é William Shakespeare, que, certamente, é
também um dos grandes nomes de todos os períodos literários ocidentais.
Poeta e dramaturgo, Shakespeare influencia a todos nós de uma forma ou de
outra até os dias de hoje.
AUTOR
Se não o maior, William Shakespeare é um dos maiores nomes da literatura ocidental. Leia
mais sobre ele em português ou inglês nos seguintes sites:
<http://www.lpm.com.br/site/default.asp?TroncoID=805134&SecaoID=948848
&SubsecaoID=0&Template=../livros/layout_autor.asp&AutorID=4>.
<http://www.biography.com/people/william-shakespeare-9480323#early-life>.
©© WIKIMEDIA.ORG
capítulo 4 • 101
Burgess conceitua Shakespeare como um dramaturgo “cinematográfico” já
que suas peças são de movimento rápido, mas também afirma que suas pala-
vras têm maior importância que as cenas propriamente ditas. Ainda de acordo
com Burgess, em suas “primeiras peças – Romeu e Julieta ou Ricardo III, por
exemplo –, o gênio verbal de Shakespeare é lírico, musical” (p.91) e as longas
falas suspendem a ação da peça, tecendo uma imagem poética, como numa
brincadeira com sons e palavras. Isso, porém, deixa de acontecer em suas últi-
mas peças (Antônio e Cleópatra e Rei Lear, por exemplo), quando a linguagem
passa a ser ríspida, condensada e abrupta. Shakespeare escrevia com pressa e
não esperava encontrar as palavras certas: ele as inventava quando necessário.
CONEXÃO
Seria impossível descrever ou sequer mencionar todas as peças de Shakespeare sem nos
alongar mais do que o fizemos. Para isso, por favor, visite:
<h t t p s : // p t . w ik ip e d ia .o r g/ w ik i/ C a t e go r ia :Pe%C 3%A7as_de_t eat ro_de_
William_Shakespeare>.
102 • capítulo 4
• A hierarquia existente entre o mundo divino e o mundo terrestre ou ainda
dentro do próprio mundo terrestre apenas, além do conceito de que qualquer
ruptura nessa hierarquia poderia levar a consequências desastrosas;
• A ideia da complexidade do ser humano;
• As quatro causas aristotélicas: a final (o propósito de uma mudança), a
eficiente (a maneira pela qual a mudança é feita), a material (a mudança em si)
e a formal (a transformação de algo).
MULTIMÍDIA
Assista a essa animação explicativa sobre Hamlet. Vale a pela por também trazer questiona-
mentos válidos nela.
<https://www.youtube.com/watch?v=OzWM79iUBi8>.
LEITURA
Trecho do monólogo com o icônico questionamento de Hamlet (Hamlet – Shakespeare):
HAMLET: To be, or not to be--that is the question:
Whether ‘tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune
Or to take arms against a sea of troubles
And by opposing end them. To die, to sleep--
No more--and by a sleep to say we end
The heartache, and the thousand natural shocks
That flesh is heir to. ‘Tis a consummation
Devoutly to be wished. To die, to sleep--
To sleep--perchance to dream
Leia o monólogo na íntegra em: <http://www.monologuearchive.com/s/
shakespeare_001.html>.
Alexander Silva reitera que peças teatrais não foram a única especialidade
shakespeariana. Assim como outros poetas, ele também escreveu sonetos, que
foram a marca poética da época e que se diferenciavam de sua forma e fórmula
originais da Itália. O soneto elisabetano (ou shakespeariano) segue o padrão
capítulo 4 • 103
ABAB, CDCD, EFEF, volta, GG e vários outros autores ingleses também se utili-
zam desse padrão para compor os seus.
Os temas mais recorrentes do período, tanto no drama quanto na poesia,
eram o amor em suas mais variadas formas: o poder do amor verdadeiro, o
amor constante, o amor não correspondido, o amor constante, o amor mutável,
o amor doentio, o amor como razão de mudança entre outros.
Não nos deteremos em mais detalhes nesse subcapítulo devido à sua com-
plexidade, mas é necessário mencionar que sua grandeza se deve principal-
mente às criações de Shakespeare, a quem Dumas se refere da seguinte manei-
ra: “Depois de Deus, foi Shakespeare quem mais criou” (BURGESS, 1999, p. 99).
104 • capítulo 4
©© WIKIMEDIA.ORG
MULTIMÍDIA
Assista a um curto, porém muito elucidativo, whiteboard stopmotion de Paradise Lost. São
apenas dois minutos e meio.
<https://www.youtube.com/watch?v=yLnw9VWqJjM>.
capítulo 4 • 105
levantadas pelo relacionamento do homem com seu meio” (p.174). Veja a tabe-
la com as diferenças:
ROMANCE NOVEL
ORIGEM DO TERMO Latim: romanice Italiano: novella
Vários são os nomes ilustres desse período, mas nos deteremos brevemen-
te apenas em características de uma obra de Daniel Defoe, autor de Robinson
Crusoé (Robinson Crusoe), que é a representante máxima de todas as caracte-
rísticas do romance (novel): seu herói é um homem comum e o relato é apre-
sentado com detalhes na descrição, como como se fosse o verdadeiro registro
da vida do protagonista. Além disso, a linguagem não é rebuscada – é simples e,
por vezes, até descuidada.
É conveniente mencionar que o romance gótico também surgiu nesse
período e que a obra de Horace Walpole, O Castelo de Otranto (The Castle of
Otranto), segundo Silva (2006), foi a responsável por definir a estrutura da lite-
ratura gótica universal:
1. Atribuir a autenticidade da história a um manuscrito ou qualquer outro
documento que tenha caído em suas mãos;
2. Cenário desolador;
3. Ambiente fechado;
4. Heroína com postura desafiadora, apesar de ser vítima dos eventos;
5. Figura de um nobre que fomenta desejos por uma jovem;
6. Narrativa fragmentada;
7. Presença de elementos sobrenaturais;
8. Linguagem ornamentada.
106 • capítulo 4
MULTIMÍDIA
Assista a 10 interessantes fatos sobre Robinson Crusoe, incluindo suas características e
influências:
<https://www.youtube.com/watch?v=5391mztpC3A>.
LEITURA
Trecho do primeiro capítulo de The Castle of Otranto (Horace Walpole):
Words cannot paint the horror of the princess’s situation. Alone in so dismal a place,
her mind imprinted with all the terrible events of the day, hopeless of escaping, expecting
every moment the arrival of Manfred, and far from tranquil on knowing she was within reach
of somebody, she knew not whom, who for some cause seemed concealed thereabouts,
— all these thoughts crowded on her distracted mind, and she was ready to sink under her
apprehensions.
Leia mais um trecho do primeiro capítulo em: <http://www.wwnorton.com/college/
english/nael/romantic/topic_2/otranto.htm>.
Não podemos deixar de falar sobre um grande poeta desse período, que in-
fluencia vários autores até os dias atuais: William Blake. Blake foi um grande
rebelde e se tornou um poeta pré-romântico, cujo estilo se caracterizava, segun-
da Silva, por um estilo de humanitarismo vibrante, com descrições de emoções
profundas, sensibilidade para a natureza e alta imaginação, sendo assim, uma
crítica à teoria poética neoclássica.
AUTOR
Leia um pouco mais sobre esse grande autor em inglês ou em português nos seguintes links:
<https://www.poets.org/poetsorg/poet/william-blake>.
<http://www.lpm.com.br/site/default.asp?TroncoID=805134&SecaoID=948848&-
SubsecaoID=0&Template=../livros/layout_autor.asp&AutorID=928474>.
capítulo 4 • 107
©© WIKIMEDIA.ORG
108 • capítulo 4
Silva (2006) faz um brilhante levantamento, que resumiremos aqui, de como
os fatores externos se interiorizavam na poesia e a deixavam com as seguintes
características nesse período.
• Os materiais do poema eram os sentimentos do autor, que usava seus
olhos para escrever e não o mundo em que vivia;
• Havia espontaneidade e liberdade poéticas;
• A natureza era valorizada;
• A vida humilde e o lugar comum passaram a ser glorificados;
• Tanto a alma quanto a natureza tinham um lado sombrio a ser explorado ;
• Havia a presença do misterioso e do sobrenatural, com tendência a resga-
tar um passado desconhecido.
capítulo 4 • 109
CURIOSIDADE
É importante ressaltar um grave erro cometido por vários estudantes de Letras e o público
leitor em geral: Frankenstein não era o “monstro”.
©© WIKIMEDIA.ORG
Victor Frankenstein era o cientista que se
tornou “pai” da criatura que, por sua vez, não
era um monstro e não tinha nome. A criatura
tinha formas humanas, era alta e de formas
proporcionais.
Todo o equívoco acontece devido ao pri-
meiro filme baseado no livro, que nomeia a
criatura como se fosse o criador e a faz pare-
cer um monstro.
LEITURA
Trecho do quinto capítulo de Frankenstein (Shelley):
How can I describe my emotions at this catastrophe, or how delineate the wretch whom
with such infinite pains and care I had endeavoured to form? His limbs were in proportion,
and I had selected his features as beautiful. Beautiful! -- Great God! His yellow skin scarcely
covered the work of muscles and arteries beneath; his hair was of a lustrous black, and
flowing; his teeth of a pearly whiteness; but these luxuriances only formed a more horrid
contrast with his watery eyes, that seemed almost of the same colour as the dun white
sockets in which they were set, his shrivelled complexion and straight black lips.
Leia o capítulo na íntegra em: <http://www.boutell.com/frankenstein/chapter5.html>.
110 • capítulo 4
4.2.6 Período Vitoriano (1832 – 1901)
capítulo 4 • 111
AUTOR
Leia mais sobre Charles Dickens e suas melhores obras nos sites abaixo:
<http://www.lpm.com.br/site/default.asp?TroncoID=805134&SecaoID=948848&-
SubsecaoID=0&Template=../livros/layout_autor.asp&AutorID=520649>.
<http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=12982>.
©© WIKIMEDIA.ORG
MULTIMÍDIA
Kate Bush escreveu e lançou uma música baseada em Wuthering Heights, com várias falas
da personagem feminina principal (Catheirne Earnshaw). Aqui, você tem o link para a versão
legendada do Angra:
<https://www.youtube.com/watch?v=sIlhAa4VKo0>.
112 • capítulo 4
Shaw, Lord Alfred Tennyson, representante da poesia, buscava transmitir os va-
lores morais que ele sentia necessários na sociedade através de sutileza e lirismo.
Se a fase moralista era um pouco mais racionalmente voltada ao cunho so-
cial, a esteticista já trazia como temas e características (p.249 e 250):
• Despreocupação na abordagem dos temas sociais e políticos da sociedade;
• Falta de intenção reformista;
• Busca exacerbada pelas sensações;
• Egocentrismo;
• Hedonismo;
• Violência, sexo e práticas subversivas como apelo popular;
• Fascinação pelo exótico e o desconhecido;
• Atmosfera de decadência moral e/ou física;
• Presença de elementos fantásticos derivados do sobrenatural ou
da ciência;
• Cuidadosa atenção com o detalhe pela evocação espiritual que ele pode
causar.
Entre outros grandes representantes dessa fase, estão Oscar Wilde, com
seu icônico O Retrato de Dorian Gray (The Picture of Dorian Gray) e a decadên-
cia dos valores morais e do próprio ser humano como principal característica;
Bram Stoker, com seu Drácula (Dracula) e a presença de elementos fantásti-
cos e Lewis Carroll, iniciando a literatura infantil com sua poesia nonsense em
Alice no País das Maravilhas (Alice’s Adventures in Wonderland).
LEITURA
Trecho do décimo oitavo capítulo de The Picture of Dorian Gray (Wilde):
The next day he did not leave the house, and, indeed, spent most of the time in his own
room, sick with a wild terror of dying, and yet indifferent to life itself. The consciousness of
being hunted, snared, tracked down, had begun to dominate him. If the tapestry did but trem-
ble in the wind, he shook. The dead leaves that were blown against the leaded panes seemed
to him like his own wasted resolutions and wild regrets. When he closed his eyes, he saw
again the sailor’s face peering through the mist-stained glass, and horror seemed once more
to lay its hand upon his heart.
Leia mais em: <http://www.gutenberg.org/files/174/174-h/174-h.htm>.
capítulo 4 • 113
4.2.7 Modernismo (1901 – 1950)
114 • capítulo 4
Se o drama e a poesia ficaram em segundo plano, a prosa reinou com Virginia
Woolf, Katherine Mansfield, D.H. Lawrence, Aldous Huxley e George Orwell,
que nos influenciam fortemente até na área do entretenimento televisivo. Com
romances densos e psicológicos ou futuristas e distópicos, as obras destes au-
tores merecem toda a atenção e reflexão após uma leitura concentrada, feita de
mente e coração abertos. Mrs. Dalloway, de Viriginia Woolf e 1984, de George
Orwell, podem ser considerados as obras-ícone do Modernismo inglês.
Outro nome revolucionário para a época foi o do irlandês James Joyce, cujo
romance Ulysses se tornou um marco para a literatura mundial e chega a ser
considerado por muitos estudiosos a marca e resumo de todo o movimento.
Denso, simbólico e fazendo um paralelo à Odisseia, de Homero, com Ulysses,
Joyce consegue capturar as nuances de um dia e redesenhar o próprio movi-
mento Modernista.
CURIOSIDADE
O nome do programa de televisão Big Brother tem sua origem nessa obra de Orwell. Big
Brother é o líder da sociedade distópica e totalitária, que não permite que seus habitantes te-
nham um mínimo de liberdade sequer, sendo observados 24 horas por dia, 7 dias por semana.
©© WIKIMEDIA.ORG
capítulo 4 • 115
LEITURA
Trecho de Mrs. Dalloway (Woolf):
People must notice; people must see. People, she thought, looking at the crowd staring
at the motor car; the English people, with their children and their horses and their clothes,
which she admired in a way; but they were “people” now, because Septimus had said, “I will kill
myself”; an awful thing to say. Suppose they had heard him? She looked at the crowd. Help,
help! she wanted to cry out to butchers’ boys and women. Help! Only last autumn she and
Septimus had stood on the Embankment wrapped in the same cloak and, Septimus reading a
paper instead of talking, she had snatched it from him and laughed in the old man’s face who
saw them! But failure one conceals. She must take him away into some park.
Leia mais em: <http://gutenberg.net.au/ebooks02/0200991.txt>.
as relações da arte com o contexto social, a relação da arte e da teoria com a ação po-
lítica e com a ordem social dominante, a relação das práticas culturais para as transfor-
mações ou a manutenção da sociedade em todos os seus aspectos, a relação de uma
sociedade consumista orientada pela imagem com a prática artística, e o futuro de uma
tradição ocidental que agora parece ser mais heterogênea. Se existe um ponto-chave
no Pós-Modernismo, esse ponto é a ênfase dada à multiplicação de vozes, questões e
conflitos, que desequilibrou o que parecia ser a plácida unanimidade da grande tradição
ocidental (2006, p. 299 – grifo nosso)
116 • capítulo 4
3. A mistura entre os gêneros literários, sem uma linha que defina o térmi-
no de um e o início de outro;
4. A não fixação de uma única interpretação, sendo possível que haja vá-
rias e
5. A intertextualidade.
CONEXÃO
Por ainda ser um período “em construção”, achamos mais apropriado não mencionar mais
obras ou autores, porém seria interessante se você pesquisasse as melhores e mais repre-
sentativas obras no site abaixo. Ele é mantido pelo British Counsil e traz todas as caracterís-
ticas literárias e obras do período do qual fazemos parte ativamente.
<https://literature.britishcouncil.org/>.
capítulo 4 • 117
4.3 Análise de textos: características da Literatura Norte-Americana
LEITURA
Trecho de Lord of the flies (Golding):
The fat boy looked startled.
“There was that pilot. But he wasn’t in the passenger cabin, he was up in front.”
The fair boy was peering at the reef through screwed-up eyes.
“All the other kids,” the fat boy went on.
“Some of them must have got out. They must have, mustn’t they?”
The fair boy began to pick his way as casually as possible toward the water. He tried to
be offhand and not too obviously uninterested, but the fat boy hurried after him.
“Aren’t there any grownups at all?”
“I don’t think so.”
Leia mais em:
https://d2ct263enury6r.cloudfront.net/X2bpH13Xnjn4ZJspWQzb5LMu7BGp5CU-
GaPGFQqVXvLT2M1AW.pdf
118 • capítulo 4
Como dito anteriormente, a literatura inglesa abrange qualquer texto lite-
rário de língua inglesa, mas, tanto quanto na parte anterior deste capítulo, por
motivos didático-pedagógicos, estudaremos a Literatura Norte-Americana de
maneira separada. Uma vez que nossa intenção é apenas mostrá-la em linhas
gerais, como uma breve introdução aos seus estudos, também não nos estende-
remos em análises de obras ou nos aprofundaremos em autores.
CONEXÃO
Há um excelente e confiável site no qual você encontrará todos os períodos literários resumi-
dos e os vídeos explicativos referentes a cada um deles. Quer acessá-lo? Vale a pena!
http://study.com/academy/topic/ap-english-american-literary-periods-and-movements.html
Vale a pena ressaltar que nosso breve estudo não incluirá o período pré-colo-
nial, quando os relatos orais de tribos e linguagens indígenas eram a literatura
dominante, ou o de exploração, que contava com diários, diários de bordo, car-
tas, livros de viagem e registros e relatos sobre as colônias recém-dominadas.
©© WIKIMEDIA.ORG
Figura 4.8 – Nesta cromolitografia de 1870, Pocahontas salva a vida de John Smith.
capítulo 4 • 119
CURIOSIDADE
Faz parte da Literatura Pré-Colonial o controverso relato de John Smith sobre Pocahontas e
de como ela o salvou dos nativos indígenas. Estudiosos dizem que Smith o romantizou e não
deu ênfase à questão da violenta perda de direitos indígenas e à exploração da terra feita
pelos colonos ingleses.
MULTIMÍDIA
Em apenas 4 minutos e meio aprenda um pouco mais sobre a Literatura Colonial em:
<https://www.youtube.com/watch?v=pm_y5ZGbRzc>.
120 • capítulo 4
não pertenciam às suas seitas, mesmo que isso significasse não aproveitar o
que de mais novo e melhor estava sendo escrito. Os poetas puritanos da Nova
Inglaterra escolhiam ser arcaicos por escolha e convicção, o que não impediu
que belíssimas obras tenham sido escritas.
Esse período presenteou a literatura ocidental com autores como Edward
Taylor, Samuel Sewall, Jonathan Edwards, William Byrd, Mary Rowlandson.
Autores de poesia ou prosa, suas obras representavam, além da questão religio-
sa muito forte, a região em que viviam, que trazia culturas e hábitos diferentes
umas das outras.
É a esse período que também pertencem Olaudah Equiano e Samson
Occom. O primeiro escreveu a primeira narrativa sobre a escravidão negra e, o
segundo, sobre os nativos americanos.
LEITURA
Trecho do Segundo capítulo de Interesting Narrative (Equiano):
At last, when the ship we were in had got in all her cargo, they made ready with many
fearful noises, and we were all put under deck, so that we could not see how they managed
the vessel. But this disappointment was the least of my sorrow. The stench of the hold while
we were on the coast was so intolerably loathsome, that it was dangerous to remain there for
any time, and some of us had been permitted to stay on the deck for the fresh air; but now
that the whole ship’s cargo were confined together, it became absolutely pestilential. The clo-
seness of the place, and the heat of the climate, added to the number in the ship, which was
so crowded that each had scarcely room to turn himself, almost suffocated us.
Leia o segundo capítulo na íntegra em:
<http://www.brycchancarey.com/equiano/extract3.htm>.
capítulo 4 • 121
Van Spanckeren e Bessa afirmam que os norte-americanos tinham uma “cons-
ciência dolorosa” de sua dependência literária da Inglaterra e de seus modelos e
que, nesse período, eles estavam obcecados pela busca de sua própria literatura.
Os escritores do Período Revolucionário têm um limite inerente a eles mes-
mos: nasceram ingleses, foram criados por ingleses, atingiram a maturidade
como cidadãos ingleses e cultivaram modelos culturais, inclusive literários, in-
gleses. Além desse conflito, ainda havia mais dois agravantes: escrever não era
atividade lucrativa e o público leitor preferia escritores europeus a quaisquer
escritores genuinamente norte-americanos.
A literatura da época, então, se resume a poesias leves e simples, ensaios
curtos e, com o Iluminismo, panfletos políticos (principalmente os de Thomas
Paine), pois os autores se dedicavam aos ideais de “justiça, liberdade e igualda-
de como direitos naturais do homem” (BESSA, 2010, p. 31).
Segundo Bessa e Van Spanckeren, há ainda que se mencionar um livro que
pode ser considerado de autoajuda, (Autobiography) escrito por Benjamin
Franklin, e que influenciou a sociedade da época. Na obra, ele lista treze virtu-
des: comedimento, silêncio, ordem, resolução, frugalidade, trabalho, sinceri-
dade, justiça, moderação, limpeza, tranquilidade, castidade e humildade.
A princípio, os literatos norte-americanos não conseguiam escrever com
êxito um poema épico para descrever a Revolução Americana, mas a façanha
aconteceu com a poesia satírica: os poetas usaram sua voz natural, não a
descaracterizando ao tentar imitar os poetas gregos. A sátira atraía os leitores e
os conquistava aos poucos.
MULTIMÍDIA
Assista a um bem-humorado resumo seguido por uma análise (simplificada) de Rip Van
Winkle:
<https://www.youtube.com/watch?v=F6v5xW27sC0>.
A prosa chega mais tarde nesse período e, com ela, a qualidade aumenta
um pouco, levando a literatura norte-americana para outras partes do globo ter-
restre, especialmente com as narrativas lendárias de Washington Irving e sua
famosa história de Rip Van Winkle, passada oralmente a todas as gerações de
norte-americanos e aceita como uma lenda autêntica deles.
122 • capítulo 4
4.3.3 Romantismo (1820 – 1860)
LEITURA
Trecho de Rip Van Winkle (Irving):
Rip’s sole domestic adherent was his dog Wolf, who was as much henpecked as his
master; for Dame Van Winkle regarded them as companions in idleness, and even looked
upon Wolf with an evil eye, as the cause of his master’s so often going astray. True it is, in all
points of spirit befitting an honorable dog, he was as courageous an animal as ever scoured
the woods—but what courage can withstand the ever-during and all-besetting terrors of a
woman’s tongue? The moment Wolf entered the house his crest fell, his tail drooped to the
ground, or curled between his legs; he sneaked about with a gallows air, casting many a side-
long glance at Dame Van Winkle, and at the least flourish of a broomstick or ladle would fly
to the door with yelping precipitation.
Leia mais em: <http://www.bartleby.com/195/4.html>.
capítulo 4 • 123
• Rejeição às doutrinas espirituais;
• Rejeição à rotina e
• Idealismo.
Segundo Bessa,
MULTIMÍDIA
Um dos poemas mais famosos da época é Oh, captain, my captain, de Walt Whitman. Ele
faz parte de uma das cenas mais icônicas do filme Sociedade dos Poetas Mortos. Ouça Tom
O’Bedlam declamando-o em:
<https://www.youtube.com/watch?v=HSAymj4hp7Y>.
124 • capítulo 4
Nessa subfase, temos nomes mundialmente famosos, como Nathaniel
Hawthorne (A Letra Escarlate – The Scarlet Letter – um romance ousado e sub-
versivo para a época) e Herman Melville (Moby Dick), mas o grande nome é
Edgar Allan Poe.
CONEXÃO
Leia mais sobre Poe em: <https://www.poemuseum.org/life.php>.
MULTIMÍDIA
Leia e ouça a belíssima interpretação de The Raven por Christopher Lee em:
<https://www.youtube.com/watch?v=BefliMlEzZ8>.
Lawrence (2012) diz que Poe é mais cientista que escritor e que, por isso, sua
escrita “trata-se de uma análise quase química da alma e da consciência [...],
histórias horrendas sobre a alma humana em seus embates desagregadores.
Além disso, são histórias de amor.” (p.96). Na verdade, Poe é o grande criador
do conto, que é um encadeamento de causa e efeito, e o torna um subgênero re-
finado. Talvez suas duas obras mais emblemáticas sejam o conto O Gato Preto
(The Black Cat) e o poema O Corvo The Raven), porém não podemos reduzi-lo a
apenas essas duas obras-primas.
O Romantismo norte-americano, em ambas subfases, tem como caracte-
rísticas, de acordo com Van Spanckeren, heróis com significado mítico, perso-
nagens guiados pela angústia, solidão e que podiam encontrar seus demônios
– ou apenas demônios – em sua caminhada. Esse período foi o primeiro genui-
namente norte-americano, como eles tentavam fazer havia algum tempo.
LEITURA
Trecho de The Black Cat (Poe):
One night, returning home, much intoxicated, from one of my haunts about town, I fancied
that the cat avoided my presence. I seized him; when, in his fright at my violence, he inflicted a
slight wound upon my hand with his teeth. The fury of a demon instantly possessed me. I knew
capítulo 4 • 125
myself no longer. My original soul seemed, at once, to take its flight from my body; and a more
than fiendish malevolence, gin-nurtured, thrilled every fiber of my frame. I took from my waist-
coat-pocket a penknife, opened it, grasped the poor beast by the throat, and deliberately cut
one of its eyes from the socket! I blush, I burn, I shudder, while I pen the damnable atrocity.
Leia o texto na íntegra em: <http://poestories.com/read/blackcat>.
© WIKIMEDIA.ORG
126 • capítulo 4
Não podemos deixar de mencionar que alguns estudiosos dividem esse
período em duas subfases: o Regionalismo e o Naturalismo. O Regionalismo
foi uma subfase caracterizada por trazer um humor de fronteira, específico
de uma determinada região, dialetos e a cor local. O autor mais proeminente
desse período foi Mark Twain, cujo nome real era Samuel Clemens. De acordo
com Bessa (2010), Twain e outros escritores norte-americanos acreditavam que
o Realismo não fosse apenas uma técnica de escrita, mas tinha como objetivo
principal dar a oportunidade ao escritor dele dizer a verdade e explodir as con-
venções que já estavam desgastadas.
Twain teve como obra regionalista mais importante e influenciadora As
aventuras de Huckleberry Finn (The Adventures of Huckleberry Finn), que é so-
bre amizade, crueldade, morte, renascimento e iniciação. Esse romance “inspi-
rou incontáveis interpretações literárias [...] e dramatiza o ideal de Twain de co-
munidade harmoniosa” (Bessa, 2010, p.65) que, unido à sua rara genialidade,
estilo e senso de humor, faz dessa obra algo atual e atraente.
©© WIKIMEDIA.ORG
capítulo 4 • 127
MULTIMÍDIA
Assista à animação resumida de The Adventures of Huckleberry Finn em:
<https://www.youtube.com/watch?v=8sBQg4fZ-ho>.
LEITURA
Trecho do quinto capítulo de The Adventures of Huckleberry Finn (Dickens):
Well, three or four months run along, and it was well into the winter now. I had been to
school most all the time and could spell and read and write just a little, and could say the
multiplication table up to six times seven is thirty-five, and I don’t reckon I could ever get any
further than that if I was to live forever. I don’t take no stock in mathematics, anyway.
At first I hated the school, but by and by I got so I could stand it. Whenever I got un-
common tired I played hookey, and the hiding I got next day done me good and cheered me
128 • capítulo 4
up. So the longer I went to school the easier it got to be. I was getting sort of used to the
widow’s ways, too, and they warn’t so raspy on me. Living in a house and sleeping in a bed
pulled on me pretty tight mostly, but before the cold weather I used to slide out and sleep
in the woods sometimes, and so that was a rest to me. I liked the old ways best, but I was
getting so I liked the new ones, too, a little bit. The widow said I was coming along slow but
sure, and doing very satisfactory. She said she warn’t ashamed of me.
Leia o capítulo na íntegra em: <http://www.gutenberg.org/files/76/76-h/76-h.htm>.
Nessa fase literária, houve uma geração que estava desorientada, sem di-
reção e que acabou conhecida como The Lost Generation, termo criado por
Gertrude Stein (pioneira do movimento modernista), mas feito famoso por
Ernest Hemingway. Os autores pertencentes a esta geração (T.S. Eliot, Ernest
Hemingway, Gertrude Stein, F. Scott Fitzgerald) escolhiam como temas princi-
pais o retrato de sua época:
• Decadência;
• Desilusão;
• Extravagância;
• O papel dos gêneros;
• Impotência;
• A idealização do passado.
MULTIMÍDIA
Assista a mais uma explicação sobre The Lost Generation em:
<https://www.youtube.com/watch?v=suEbG3vMm2U>.
Embora T.S. Eliot, com seu A Terra Desolada (The Waste Land) e Ezra
Pound, com O Poema (The Cantos) sejam os representantes mais significati-
vos da poesia moderna norte-americana, não podemos nos esquecer de Robert
capítulo 4 • 129
Frost e E.E. Cummings, cuja participação e influência sobre outros autores não
norte-americanos também foram importantes.
Bessa (2010) diz que, na prosa, paradoxalmente, houve um grande realismo
temático por parte dos autores mais emblemáticos. F. Scott Fitzgerald escreveu
sobre o sonho norte-americano do self-made man em seu O Grande Gatsby (The
Great Gatsby); Ernest Hemingway escreveu sobre “a guerra, caçadas e outros
interesses masculinos de uma maneira simples e estilo plano” (p.82); William
Faulkner escolheu o Mississippi como pano de fundo para seus romances sulis-
tas e poderosos. De todos, Hemingway foi provavelmente o mais famoso devido
a seu O Velho e o Mar (The Old Man and the Sea), um romance curto e poético
sobre um pescador pobre que heroicamente fisga um peixe grande que acaba
sendo devorado por tubarões.
AUTOR
Leia um pouco mais Ernest Hemingway em:
<http://www.saraivaconteudo.com.br/Materias/Post/49136>
©© WIKIMEDIA.ORG
130 • capítulo 4
O drama também esteve em ascensão nessa época e, apesar de sempre ter
sido de boa qualidade, mesmo quando imitava as tendências europeias, foi jus-
tamente no Modernismo que ele tomou novas proporções e ficou reconhecido
mundialmente com histórias que integravam dança, música e texto, como The
West Side Story e Oklahoma!
LEITURA
Trecho do primeiro capítulo de The Old Man and the Sea (Hemingway):
The old man was thin and gaunt with deep wrinkles in the back of his neck. The brown
blotches of the benevolent skin cancer the sun brings from its [9] reflection on the tropic sea
were on his cheeks. The blotches ran well down the sides of his face and his hands had the
deep-creased scars from handling heavy fish on the cords. But none of these scars were
fresh. They were as old as erosions in a fishless desert. Everything about him was old except
his eyes and they were the same color as the sea and were cheerful and undefeated.
Leia o capítulo na íntegra em:
<https://la.utexas.edu/users/jmciver/Honors/Fiction%202013/Hemmingway_
The%20Old%20Man%20and%20the%20Sea_1952.pdf>.
MULTIMÍDIA
Ouça Sylvia Plath declamando sua poesia Daddy em:
<https://www.youtube.com/watch?v=6hHjctqSBwM>.
capítulo 4 • 131
Caso você deseje ler enquanto a escuta, vá a:
<http://www.poetryfoundation.org/poem/178960>.
Como se percebe, a poesia volta a ter destaque, porém a prosa também faz
notáveis contribuições com seu multifacetado e variado estilo, mostrando as
sequelas emocionais, físicas e sociais deixadas pela guerra. Todos os autores do
pós-guerra, segundo Bessa e Van Spanckeren, tinham como temáticas princi-
pais a questão do indivíduo dento de um grupo familiar ou de uma comunidade
e o equilíbrio entre a responsabilidade com esse grupo e o crescimento pessoal.
Autores como Arthur Miller, Robert Penn Warren e Tennessee Williams foram
essenciais para transformar o pós-guerra num período memorável.
132 • capítulo 4
MULTIMÍDIA
Assista a esta animação explicativa de How to kill a mockingbird em: <https://www.
youtube.com/watch?v=uqkohqLvClI>.
TEMAS
DÉCADA CENÁRIO ESTILO AUTORES
RECORRENTES
Solidão, descon- John O'Hara, Flannery
forto sutil e difu- Sutil, detalhista, O'Connor, Saul Bellow,
Prosperidade so, isolamento, muitos autores Vladimir Nabokov (Lolita),
50
material estresse oculto utilizavam a J.D. Salinger (O Apanha-
em um aparente sátira dor no Campo de Centeio
satisfação – The Catcher in the Rye)
Movimentos
pelo direitos
civis, feminis- Visão irônica e Ken Kesey, Philip Roth,
mo, ativismo cômica, fabulis- John Barth, Harper Lee (O
60 Factuais
dos grupos mo, metaficção Sol é para Todos – How
minoritários, (ficção reflexiva) to kill a Mockingbird)
chegada de uma
contracultura
E.L. Doctorow, Willian
Romances
70 Dramas huma- Styron, John Gardner, Toni
Fim do conflito estilísticos,
E nos comoventes, Morrison, Alice Walker (A
no Vietnã com técnicas
80 reais Cor Púrpura – The Color
ecléticas
Purple)
Tabela 4.5 –
capítulo 4 • 133
LEITURA
Trecho de The Color Purple (Walker):
Well, He say, real slow, I can’t let you have Nettie. She too young. Don’t know nothing but
what you tell her. Sides, I want her to git some more schooling. Make a schoolteacher out of
her. But I can let you have Celie. She the oldest anyway. She ought to marry first. She ain’t
fresh tho, but I spect you know that. She spoiled. Twice. But you don’t need a fresh woman no
how. I got a fresh one in there myself and she sick all the time. He spit, over the railing. The
children git on her nerve, she not much of a cook. And she big already.
Leia mais em: <http://www.harcourtbooks.com/colorpurple/excerpt.asp>.
Assim como no subcapítulo de Literatura Inglesa, não vamos nos ater a deta-
lhes desse período por ele ser um período em construção, do qual fazemos par-
te e podemos fazer isso ativamente.
Em linhas gerais, Bessa e Van Spanckeren afirmam que a poesia da contem-
poraneidade é difícil de ser definida e centralizada devido à agitação da época
e do próprio movimento literário poético. Por isso, elas dividem a poesia em
dez propósitos:
1. Poesia do self: expressa a condição da alma e pode ser psicológica
ou espiritual;
2. Poesia da voz: é fragmentada; o extremo da poesia do self, com várias
vozes e temas míticos ou da cultura popular;
3. Poesia de lugar: inspira-se em paisagens específicas, com cada sub-re-
gião norte-americana como fonte de inspiração;
4. Poesia de família: traz à tona a questão do pertencimento a um gru-
po social, comunidade e às tradições em mutação (geralmente as éticas
ou internacionais);
5. Poesia do belo: é guiada pela imagem do belo a despeito do sofrimento
e confusão da sociedade; intensamente lírica;
6. Poesia do espírito: o enfoque se dá na essência atemporal entre o indi-
víduo e a beleza artística;
134 • capítulo 4
7. Poesia da sagacidade: mundana, terrena, com tom humorístico, essa
poesia situa a ocasião na vida cotidiana e a eleva a um tom surrealista ou alegó-
rico. Utiliza a linguagem coloquial;
8. Poesia da história: baseada em experiências que moldaram a vida
do poeta;
9. Poesia do mundo: melancólica, chega a soar antipoética devido ao fato
de ser prosaica e presa a coisas desimportantes;
10. Poesia cibernética: também mundana e terrena, incluem críticas refle-
xivas do trabalho dirigido pela tecnologia.
CONEXÃO
Visite o site oficial do Pulitzer Prize de Literatura e verifique quais são as principais obras
da contemporaneidade. O link é: <http://www.pulitzer.org/prize-winners-by-category/219>.
Bessa, Van Spanckeren e Soares concordam que o conto havia perdido seu
espaço desde a década de 70, porém, volta a ganhá-lo na sua reformulação e ele
divide o brilho com romances – dos quais alguns já utilizam uma coletânea de
contos para embasar sua trama. Bessa divide toda a prosa norte-americana por
regiões e esclarece qual é o tom predominante em cada uma. Uma vez que todas
elas têm como base o que já foi dito acima, não achamos necessário fazer tal di-
visão neste livro embora seja interessante observar a peculiaridade de cada uma.
capítulo 4 • 135
LEITURA
Trecho do vencedor do Pulitzer Prize de 2015: All the light we cannot see (Doerr):
France. Intercoms crackle. Deliberately, almost lazily, the bombers shed altitude. Threads
of red light ascend from anti-air emplacements up and down the coast. Dark, ruined
ships appear, scuttled or destroyed, one with its bow shorn away, a second flickering as it
burns. On an outermost island, panicked sheep run zigzagging between rocks. Inside each
airplane, a bombardier peers through an aiming window and counts to twenty. Four five six
seven. To the bombardiers, the walled city on its granite headland, drawing ever closer, looks
like an unholy tooth, something black and dangerous, a final abscess to be lanced away.
Leia a critica e mais um trecho em:
<http://thedianerehmshow.org/shows/2015-03-25/readers-review-all-the-light-we-
cannot-see-by-anthony-doerr>.
136 • capítulo 4
4.4.1 Características da Literatura Contemporânea em Língua Inglesa
capítulo 4 • 137
Soares afirma que a tendência contemporânea é que os escritores se voltem
menos para a construção de enredos interessantes e mais para “a caracteriza-
ção sensível das vidas das pessoas que vivem em sociedades menos privilegia-
das, à sombra das mais diversas catástrofes contemporâneas” (p.31), reiteran-
do o que Damien Walter disse a respeito de uma característica constante da
literatura contemporânea de língua inglesa em seu artigo em The Guardian
(24/10/2014): a literatura é agora determinada pelo transrealismo – a exposi-
ção da realidade como ela é, permeada de sentimentos diversos, celebrando
a diversidade humana e lamentando sua alienação, mas nunca sem mostrar a
universalidade do caráter e da emoção.
CONEXÃO
Esta é uma lista de apenas alguns bons autores (de língua inglesa) contemporâneos. Ela não
está completa, mas já é um começo...
<https://litlove.wordpress.com/2011/06/29/50-best-contemporary-novelists/>.
LEITURA
Trecho da belíssima narrative poética The god of small things (Roy):
Estha had always been a quiet child, so no one could pinpoint with any degree of accu-
racy exactly when (the year, if not the month or day) he had stopped talking. Stopped talking
altogether, that is. The fact is that there wasn’t an “exactly when.” It had been a gradual
winding down and closing shop. A barely noticeable quietening. As though he had simply run
out of conversation and had nothing left to say. Yet Estha’s silence was never awkward. Never
intrusive. Never noisy. It wasn’t an accusing, protesting silence as much as a sort of estivation,
a dormancy, the psychological equivalent of what lungfish do to get themselves through the
dry season, except that in Estha’s case the dry season looked as though it would last forever.
138 • capítulo 4
Over time he had acquired the ability to blend into the background of wherever he was
into bookshelves, gardens, curtains, doorways, streets--to appear inanimate, almost invisible
to the untrained eye. It usually took strangers awhile to notice him even when they were in
the same room with him. It took them even longer to notice that he never spoke. Some never
noticed at all.
Estha occupied very little space in the world.
ATIVIDADES
01. O que é literatura e quais são suas funções?
03. Conecte cada período da Literatura Inglesa à sua característica mais marcante:
a) Anglo-Saxão
b) Medieval
c) Elisabetano
d) Neoclássico
e) Romântico
f) Vitoriano
g) Moderno
h) Contemporâneo
1. Fases moralista e esteticista
2. Influência de incertezas vividas na época
3. Valorização do diferente e da intertextualidade
4. Ápice do drama
5. Surgimento do romance gótico
6. Ênfase no sentimento em detrimento da razão
7. Old English
8. Novelas de cavalaria
capítulo 4 • 139
04. Escolha uma obra da Literatura Inglesa que você tenha lido e identifique nela as carac-
terísticas do período ao qual ela pertence.
05. Preencha o quadro abaixo de acordo com as informações que você se lembra sobre a
Literatura Norte-Americana.
06. Escolha uma obra da Literatura Norte-Americana que você tenha lido e identifique nela
as características do período ao qual ela pertence.
REFLEXÃO
Lúcia Miguel Pereira (2006) alerta que abordar o largo mundo da literatura norte-americana
é desbravar almas, em busca do desconhecido, do mal conhecido e do deformado. Segundo
ela, todo e qualquer preconceito deve ser destruído para que haja um profundo entendimento
dessa literatura e que juízos errôneos não sejam cometidos.
Na verdade, o que ela diz a respeito da literatura norte-americana se aplica à literatura
em geral, em qualquer língua: com os óculos de uma mente fechada e de ideias pré-fabri-
cadas, ninguém pode se aventurar por esse mundo e nem completar a jornada. Entender
literatura não significa ler ou interpretar textos mecanicamente.
140 • capítulo 4
Vivenciar a literatura é viajar por mundos aos quais nunca viajamos; é abrir horizontes;
é fechar a porta da falta de conhecimento; é voltar no tempo e entender sociedades; é
(re)visitar o passado; é enxergar nuances da e na vida; é aprender a ler e a identificar almas;
é praticar empatia; é se (re)conhecer no outro mesmo que o outro viva no papel; é quebrar
barreiras; é dizer adeus a preconceitos; é construir pontes e derrubar paredes; é acenar para
o (des)conhecido; é estar disposto a sempre mais; é saber que solitude e solidão nunca fo-
ram sinônimos; é encontrar o que se procura; é ter certeza que a mortalidade do corpo não é
a mortalidade do espírito; é querer viver.
Para provar da água da literatura, tem que se ter coragem, pois, uma vez que ela encosta
nos lábios da alma, nunca mais se vive sem ela...
LEITURA
BESSA, Maria Cristina. Panorama da Literatura Norte-Americana: dos primórdios ao
período contemporâneo. São Paulo: Alexa Cultural, 2010.
MOISÉS, Massaud. A análise literária. São Paulo: Cultrix, 2014.
SILVA, Alexander Meireles de. Literatura Inglesa para Brasileiros: Curso Completo
de Literatura e Cultura Inglesa para Estudantes Brasileiros. Rio de Janeiro: Editora Ciência
Moderna Ltda., 2006.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMORA, Antônio Soares. Introdução à teoria da literatura. São Paulo: Cultrix, 2006.
BESSA, Maria Cristina. Panorama da Literatura Norte-Americana: dos primórdios ao período
contemporâneo. São Paulo: Alexa Cultural, 2010.
BURGESS, Anthony. A Literatura Inglesa. São Paulo: Ática, 1999.
CANDIDO, Antonio; et al. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 2014.
CANDIDO, Antonio; A literatura e a formação do homem. In: CANDIDO, Antonio.
DANTAS, Vinícius. Textos de intervenção: seleção, apresentação e notas de Vinícius Dantas. São Paulo:
Editora 34. 1972, p.77-92
CHASE, Richard. The American Novel and its Tradition. Baltimore: Johns Hopkins University Press,
1980.
FRANCA NETO, Alípio Correia de; MILTON, John. Literatura Inglesa. Curitiba: IESDE Brasil S.A.,
2009.
capítulo 4 • 141
EAGLETON, Terry. Introdução: O que é literatura. In: EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma
introdução. Trd. Waltencir Dutra. São Paulo: Martins Fontes, 2003. P. 1-22
LAWRENCE, D.H.. Estudos sobre a Literatura Clássica Americana. Trad.: Heloísa Jahn. Rio de
Janeiro: Zahar, 2012.
MOISÉS, Massaud. A análise literária. São Paulo: Cultrix, 2014.
PEREIRA, Lúcia Miguel. Ensaio de interpretação da literatura norte-americana. In: PEREIRA, Lúcia
Miguel. A Leitora e Seus Personagens. Rio de Janeiro: Graphia, 2006.
POUND, Ezra. ABC da Literatura. São Paulo: Cultrix, 2006.
PROENÇA FILHO, Domício. A Linguagem Literária. São Paulo: Ática, 1986.
SILVA, Alexander Meireles de. Literatura Inglesa para Brasileiros: Curso Completo de Literatura e
Cultura Inglesa para Estudantes Brasileiros. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda., 2006.
SOARES, Marcos. Literatura em Língua Inglesa: Tendências Contemporâneas. Curitiba: IESDE Brasil
S.A., 2012.
SOUZA, Roberto Acízelo. Teoria da literatura. São Paulo: Ática, 2007.
TODOROV, Tzvetan. As estruturas narrativas. São Paulo: Perspectiva, 2013.
<http://photos.state.gov/libraries/amgov/30145/publications-nglish/outline_us_lit.pdf> Acesso em 2
de fev de 2016.
< https://writersinspire.org/content/lost-generation> Acesso em 4 de fev de 2016.
<http://www.cod.edu/people/faculty/bobtam/website/an_very_brief_overview_of_contem.htm>
Acesso em 6 de fev de 2016
<http://www.theguardian.com/books/booksblog/2014/oct/24/transrealism-first-major-literary-
movement-21st-century> Acesso em 6 de fev de 2016
142 • capítulo 4
5
Questionários do
ENADE
5. Questionários do ENADE
Primeiramente, relembremos qual é a função primeira do ENADE (Exame Na-
cional de Desempenho dos Estudantes): avaliar o conhecimento dos alunos em
relação ao conteúdo previsto nas diretrizes curriculares do respectivo curso de
graduação, suas habilidades e competências para que, a partir dele e o cruza-
mento de seu resultado, as IES possam ser avaliadas, supervisionadas (se for o
caso) e reguladas.
PERGUNTA
Você se lembra de quantas partes o ENADE é composto e como elas são?
OBJETIVOS
No fim do capítulo, o aluno será capaz de:
• Reconhecer a importância dos questionários do SINAES;
• Identificar as técnicas para a realização do ENADE;
• Praticar para o ENADE.
144 • capítulo 5
Questionário do Estudante - ENADE 2014
Itens para Estudantes das Licenciaturas
capítulo 5 • 145
04. Se você tem experiência no magistério, em qual etapa/modalidade atuou?
Assinale a alternativa mais relevante para você.
a) Educação Infantil.
b) Ensino Fundamental – anos iniciais.
c) Ensino Fundamental – anos finais.
d) Ensino Médio.
e) Educação Profissional Técnica de Nível Médio ou Médio Integrado.
f) Educação de Jovens e Adultos.
g) Ensino Superior.
h) Outra modalidade de ensino (indígena, quilombola, do campo, espe-
cial, entre outras).
i) Não tenho experiência no magistério.
05. Em que instituição você realizou seu estágio curricular obrigatório? Assina-
le a alternativa mais relevante para você.
a) Escola pública.
b) Escola privada comunitária.
c) Escola privada confessional.
d) Escola privada particular.
e) Em outro tipo de instituição não especificado.
f) Não realizei o estágio curricular obrigatório.
146 • capítulo 5
g) Outra modalidade de ensino (indígena, quilombola, do campo, espe-
cial, entre outras).
h) Em atividades escolares de natureza complementar (atendimento es-
pecializado, atividade de apoio, atividades artísticas, atividades esportivas).
i) Não realizei estágio curricular obrigatório.
capítulo 5 • 147
12. No decorrer do estágio curricular obrigatório, você teve suficiente orienta-
ção e supervisão de professores do seu curso?
a) Sim, durante todo o tempo.
b) Sim, em grande parte do tempo.
c) Apenas em algumas disciplinas/situações.
d) Não.
148 • capítulo 5
QUESTÃO 2 _______________________________
Qual o grau de dificuldade desta prova na parte de Componente Específico?
A Muito fácil.
B Fácil.
C Médio.
D Difícil.
E Muito difícil.
QUESTÃO 3 _______________________________
Considerando a extensão da prova, em relação ao tempo total, você considera que a
prova foi:
A muito longa
B longa.
C adequada.
D curta.
E muito curta.
QUESTÃO 4 _______________________________
Os enunciados das questões da prova na parte de Formação Geral estavam claros
e objetivos?
A Sim, todos.
B Sim, a maioria.
C Apenas cerca da metade.
D Poucos.
E Não, nenhum.
QUESTÃO 5 _______________________________
Os enunciados das questões da prova na parte de Componente Específico estavam
claros e objetivos?
A Sim, todos.
B Sim, a maioria.
C Apenas cerca da metade.
D Poucos.
E Não, nenhum.
capítulo 5 • 149
QUESTÃO 6 ______________________________
As informações/instruções fornecidas para a resolução das questões foram
suficientes para resolvê-las?
A Sim, até excessivas.
B Sim, em todas elas.
C Sim, na maioria delas.
D Sim, somente em algumas.
E Não, em nenhuma delas.
QUESTÃO 7 ______________________________
Você se deparou com alguma dificuldade ao responder à prova. Qual?
A Desconhecimento do conteúdo.
B Forma diferente de abordagem do conteúdo.
C Espaço insuficiente para responder às questões.
D Falta de motivação para fazer a prova.
E Não tiver qualquer tipo de dificuldade para responder à prova.
QUESTÃO 8 ______________________________
Considerando apenas as questões objetivas da prova, você percebeu que
A não estudou ainda a maioria desses conteúdos.
B estudou alguns desses conteúdos, mas não os aprendeu.
C estudou a maioria desses conteúdos, mas não os aprendeu.
D estudou e aprendeu muitos desses conteúdos.
E estudou e aprendeu todos esses conteúdos.
QUESTÃO 9 _______________________________
Qual foi o tempo gasto por você para concluir a prova?
A Menos de uma hora.
B Entre uma e duas horas.
C Entre duas e três horas.
D Entre três e quatro horas.
E Quatro horas, e não consegui terminar.
150 • capítulo 5
5.3 Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
capítulo 5 • 151
• Tomar cuidado com os verbos do enunciado (comparar, analisar, justifi-
car, citar, exemplificar, etc) para que sua resposta seja apropriada;
• Utilizar a capacidade de discernimento em relação ao grau de importân-
cia de cada tópico (primário ou secundário) a ser abordado dentro da questão,
pois há uma delimitação de espaço e de tempo para que ela seja respondida;
• Estabelecer uma maneira de abordar a situação completa, porém
objetivamente;
• Evitar ambiguidade;
• Observar que os períodos devem ser curtos para evitar problemas de coe-
são e coerência;
• Não utilizar gírias ou linguagem de internet/ mensagens de texto;
• Não rasurar a resposta final;
• Verificar seu escrito antes de passar a limpo na folha de respostas.
ATIVIDADES
Aqui está o ENADE de 2014. Siga as instruções para fazê-lo e corrija-o com cuidado. Algu-
mas das questões serão comentadas no gabarito.
ENADE 2014
EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DOS ESTUDANTES
LETRAS
Português E Inglês
Novembro 2014
LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO.
01. Verifique se, além deste caderno, você recebeu o Caderno de Respostas, destinado à
transcrição das respostas das questões de múltipla escolha (objetivas), das questões discur-
sivas e do questionário de percepção da prova.
152 • capítulo 5
02. Confira se este caderno contém as questões discursivas e de múltipla escolha (objeti-
vas), de formação geral e do componente específico da área, e as relativas à sua percepção
da prova. As questões estão assim distribuídas:
03. Verifique se a prova está completa e se seu nome está correto no Caderno de Res-
postas. Caso contrário, avise imediatamente um dos responsáveis pela aplicação da prova.
Você deve assinar o Caderno de Respostas no espaço próprio, com caneta esferográfica de
tinta preta.
04. Observe as instruções sobre a marcação das respostas de múltipla escolha (apenas
uma resposta por questão), expressas no Caderno de Respostas.
05. Use caneta esferográfica de tinta preta, tanto para marcar as respostas das questões
objetivas quanto para escrever as respostas das questões discursivas.
06. Responda cada questão discursiva em, no máximo, 15 linhas. Qualquer texto que ultra-
passar o espaço destinado à resposta será desconsiderado.
07. Não use calculadora; não se comunique com os demais estudantes nem troque material
com eles; não consulte material bibliográfico, cadernos ou anotações de qualquer espécie.
08. Você terá quatro horas para responder às questões de múltipla escolha e discursivas e
ao questionário de percepção da prova.
capítulo 5 • 153
10. Atenção! Você deverá permanecer, no mínimo, por uma hora, na sala de aplicação
das provas e só poderá levar este Caderno de Prova após decorridas três horas do início
do Exame.
FORMAÇÃO GERAL
Questão Discursiva 1
Os desafios da mobilidade urbana associam-se à necessidade de desenvolvimento urba-
no sustentável. A ONU define esse desenvolvimento como aquele que assegura qualidade de
vida, incluídos os componentes ecológicos, culturais, políticos, institucionais, sociais e econô-
micos que não comprometam a qualidade de vida das futuras gerações.
O espaço urbano brasileiro é marcado por inúmeros problemas cotidianos e por várias
contradições. Uma das grandes questões em debate diz respeito à mobilidade urbana, uma
vez que o momento é de motorização dos deslocamentos da população, por meio de trans-
porte coletivo e individual.
Considere dos dados do seguinte quadro.
154 • capítulo 5
RASCUNHO
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15
Questão Discursiva 2
Três jovens de 19 anos de idade, moradores de rua, foram presos em flagrante, nesta
quarta-feira, por terem ateado fogo em um jovem de 17 anos, guardador de carros. O motivo,
segundo a 14ª DP, foi uma “briga por ponto”. Um motorista deu “um trocado” ao menor, que
irritou os três moradores de rua, que também guardavam carros no local. O menor foi levado
ao Hospital das Clínicas (HC) por PMs que passavam pelo local. Segundo o HC, ele teve
queimaduras leves no ombro esquerdo, foi medicado e, em seguida, liberado. Os indiciados
podem pegar de 12 a 30 anos de prisão, se ficar comprovado que a intenção era matar o me-
nor. Caso contrário, conforme a 14ª DP, os três poderão pegar de um a três anos de cadeia.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em 28 jul. 2013 (adaptado).
capítulo 5 • 155
RASCUNHO
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15
01. O trecho da música “Nos Bailes da Vida”, de Milton Nascimento, “todo artista tem de ir
aonde o povo está”, é antigo, e a música, de tão tocada, acabou por se tornar um estereótipo
de tocadores de violões e de rodas de amigos em Visconde de Mauá, nos anos 1970. Em
tempos digitais, porém ela ficou mais atual do que nunca. É fácil entender o porquê: antiga-
mente, quando a informação se concentrava em centros de exposição, veículos de comuni-
cação, editoras, museus e gravadoras, era preciso passar por uma série de curadores, para
garantir a publicação de um artigo ou livro, a gravação de um disco ou a produção de uma
exposição. O mesmo funil, que poderia ser injusto e deixar grandes talentos de fora, simples-
mente porque não tinham acesso às ferramentas, às pessoas ou as fontes de informação,
também servia como filtro de qualidade. Tocar violão ou encenar uma peça de teatro em um
grande auditório costumava ter um peso muito maior do que fazê-lo em um bar, um centro
cultural ou uma calçada. Nas raras ocasiões em que esse valor se invertia, era justamente
porque, para uso do espaço “alternativo”, havia mecanismos de seleção tão ou mais rígidos
que os do espaço oficial.
RADFAHRER, L. Todo artista tem de ir aonde o povo está.
Disponível em: <http://novo.itaucultura.org.br>. Acesso em: 29 jul.2014 (adaptado)
156 • capítulo 5
A partir do texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. O processo de evolução tecnológica da atualidade democratiza a produção e a divul-
gação de obras artísticas, reduzindo a importância que os centros de exposição tinham nos
anos 1970.
PORQUE
II. As novas tecnologias possibilitam que artistas sejam independentes, montem seus pró-
prios ambientes de produção e disponibilizem seus trabalhos, de forma simples, para um
grande número de pessoas.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
02. Com a globalização da economia social por meio das organizações não governamentais,
surgiu uma discussão do conceito de empresa, de sua forma de concepção junto às orga-
nizações brasileiras e de suas práticas. Cada vez mais, é necessário combinar as políticas
públicas que priorizam modernidade e competividade com o esforço de incorporação dos
setores atrasados, mais intensivos de mão de obra.
Disponível em: <http://unpan1.un.org>. Acesso em: 4 ago. 2014 (adaptado).
capítulo 5 • 157
03. Pegada ecológica é um indicador que estima a demanda ou exigência humana sobre
o meio ambiente, considerando-se o nível de atividade para atender ao padrão de consumo
atual (com a tecnologia atual). É, de certa forma, uma maneira de medir o fluxo de ativos
ambientais de que necessitamos para sustentar nosso adão de consumo. Esse indicador
é medido em hectare global, medida de área equivalente a 10 000m². Na medida hectare
global, são consideradas apenas áreas produtivas do planeta. A biocapacidade do planeta,
indicador que reflete a regeneração (natural) do meio ambiente, é medida também em hecta-
re global. Uma razão entre pegada ecológica e biocapacidade do planeta igual a 1 indica que
a exigência humana sobre os recursos do meio ambiente é resposta na sua totalidade pelo
planeta, devido à capacidade natural de regeneração. Se for maior que 1, a razão indica que
a demanda humana é superior à capacidade do planeta de se recuperar e, se for menor que
1, indica que o planeta se recupera mais rapidamente.
1,60
1,52
1,50 1,45
1,40
1,30
1,30 1,25 1,27
1,20 1,16
1,14
1,08
1,10
1,00
1,00
0,90
0,85
0,80
0,70 0,74
0,60
61
65
70
75
80
85
90
95
00
05
08
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19
19
19
19
19
19
19
20
20
20
158 • capítulo 5
04. Importante website de relacionamento caminha para 700 milhões de usuários. Outro
conhecido servidor de microblogging acumula 140 milhões de mensagens ao dia. É como se
75% da população brasileira postasse um comentário a cada 24 horas. Com as redes sociais
cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas, é inevitável que muita gente encontre
nelas uma maneira fácil, rápida e abrangente de se manifestar.
Uma rede social de recrutamento revelou que 92% das empresas americanas já usaram
ou planejam usar as redes sociais no processo de contratação. Destas, 60% assumem que
bisbilhotam a vida dos candidatos em websites de rede social.
Realizada por uma agência de recrutamento, uma pesquisa com 2 500 executivos bra-
sileiros mostrou que 44% desclassificariam, no processo de seleção, um candidato por seu
comportamento em uma rede social.
Muitas pessoas já enfrentaram problemas por causa de informações online, tanto no
campo pessoal quanto no profissional. Algumas empresas e instituições, inclusive, já adota-
ram cartilhas de conduta em redes sociais.
POLONI, G. O lado perigoso das redes sociais. Revista INFO, p.70 – 75, julho 2011
(adaptado)
05. Uma ideia e um aparelho simples devem, em breve, ajudar a salvar vidas de recém-nas-
cidos. Idealizado pelo mecânico argentino Jorge Odón, o dispositivo que leva seu sobrenome
desentala um bebê preso no canal vaginal – e, por mais inusitado que pareça, foi criado com
base em técnica usada para remover rolhas de dentro de garrafas. O aparelho consiste em
uma bolsa plástica inserida em uma proteção feita do mesmo material e que envolve a cabe-
ça da criança. Estando o dispositivo devidamente posicionado, a bolsa é inflada para aderir
a cabeça do bebê e ser puxada aos poucos, de forma a não machucá-lo. O método de Odón
capítulo 5 • 159
deve substituir outros já arcaicos, como o de fórceps e o de tubos de sucção, os quais, se
usados por mãos mal treinadas, podem comprometer a vida do bebê, o que, segundo espe-
cialistas, não deve acontecer com o novo equipamento.
Segundo o The New York Times, a ideia recebeu apoio da Organização Mundial de Saú-
de (OMS) e já foi até licenciada por uma empresa norte-americana de tecnologia médica.
Não se sabe quando o equipamento começará a ser produzido nem o preço a ser cobra-
do, mas presume-se que ele não passará de 50 dólares, com redução do preço em países
mais pobres.
GUSMÃO, G. Aparelho deve facilitar partos em situações de emergência. Dispo-
nível em: <http://exame.abril.com.br>. Acesso em: 18 nov. 2013 (adaptado)
06. As mulheres frequentam mais os bancos escolares que os homens, dividem seu tempo
entre o trabalho e os cuidados com a casa, geram renda familiar, porém continuam ganhando
menos e trabalhando mais que os homens.
As políticas de benefícios implementadas por empresas preocupadas em facilitar a vida
das funcionárias que têm criança pequena em casa já estão chegando ao Brasil. Acordos de
160 • capítulo 5
horários flexíveis, programas como auxílio-creche, auxílio-babá e auxílio-amamentação são
alguns dos benefícios oferecidos.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 30 jul. 2013 (adaptado).
10 20 30 40 50 60 70
Figura 5.2 – Jornada média total de trabalho por semana no Brasil. Disponível em: <http://
ipea.gov.br/>. Acesso em 30 jul. 2013.
capítulo 5 • 161
07. O quadro a seguir apresenta a proporção (%) de trabalhadores por faixa de tempo gasto
no deslocamento casa-trabalho, no Brasil e em três cidades brasileiras.
TEMPO DE
BRASIL RIO DE JANEIRO SÃO PAULO CURITIBA
DESLOCAMENTO
ATÉ CINCO MINUTOS 12,70 5,80 5,10 7,80
DE SEIS MINUTOS ATÉ
52,20 32,10 31,60 45,80
MEIA HORA
MAIS DE MEIA HORA ATÉ
23,60 33,50 34,60 32,40
UMA HORA
MAIS DE UMA HORA ATÉ
9,80 23,20 23,30 12,90
DUAS HORAS
MAIS DE DUAS HORAS 1,80 5,50 5,30 1,20
Tabela 5.1 – Censo 2010/IBGE (adaptado).
08. Constantes transformações ocorreram nos meios rural e urbano, a partir do século XX.
Com o advento da industrialização, houve mudanças importantes no modo de vida das pes-
soas, em seus padrões culturais, valores e tradições. O conjunto de acontecimentos provo-
162 • capítulo 5
cou, tanto na zona urbana quando na rural, problemas como explosão demográfica, prejuízo
nas atividades agrícolas e violência.
Iniciaram-se inúmeras transformações na natureza, criando-se técnicas para objetos até
então sem utilidade para o homem. Isso só foi possível em decorrência dos recursos naturais
existentes, que propiciaram estrutura de crescimento e busca de prosperidade o que faz da
experimentação um método de transformar os recursos em benefício próprio.
SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habilitado. São Paulo: Hucitec, 1988 (adap-
tado.
A partir das ideias expressas no texto acima, conclui-se que, no Brasil do século XX,
a) a industrialização ocorreu independente do êxodo rural e dos recursos natu-
rais disponíveis.
b) o êxodo rural para as cidades não prejudicou as atividades agrícolas nem o meio rural
porque novas tecnologias haviam sido introduzidas no campo.
c) homens e mulheres advindos do campo deixaram sua cultura e se adaptaram a outra,
citadina, totalmente diferente e oposta aos seus valores.
d) tanto o espaço urbano quanto o rural sofreram transformações decorrentes da aplicação
de novas tecnologias às atividades industriais e agrícolas.
e) os migrantes chegaram às grandes cidades trazendo consigo valores e tradições, que
lhes possibilitaram manter intacta sua cultura, tal como se manifestava nas pequenas
cidades e no meio rural.
Componente Específico
Questão Discursiva 3
Society invents a spurious convoluted logic tae absorb and change people whae´s behavior
is outside its mainstream. Suppose that ah ken aw the pros and cons, know that ah´m gaunnae
huv a sort life, am ah sound mind, etcetera, etcetera, but still want tae use smack? They won´t
let ye dae it. They won´t let ye dae it, because it´s seen as a sign ay thir ain failure. The fact that
ye jist simply choose tae reject whut they huv tae offer. Choose us. Choose life. Choose mort-
gage payments; choose wasting machines; choose cars; choose sitting oan a couch watch-
ing mind-numbing and spirit-crushing game shows, stiffing fuckin junk food intae yir mooth.
Choose rotting away, pishing and shiteing yersel in a home, a total fuckin embarrassment tae
the selfish, fucked-up brats ye´ve produced. Choose life. Well, ah choose no tae choose life.
WELSH I. Trainspotting. Londres: W.W. Northon & Company inc. 1993, p. 187
(adaptado).
capítulo 5 • 163
Considerando o excerto da obra do escritor escocês contemporâneo Irvine Welsh, elabo-
re um texto dissertativo acerca do seguinte tema:
RASCUNHO
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2
3
4
5
6
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14
15
Questão Discursiva 4
O carioca Machado de Assis (1839-1908) e o cearense José de Alencar (1829-1877)
tiveram algumas de suas obras simplificadas por uma escritora e sua equipe. O propósito do
trabalho era facilitar a leitura das obras desses autores clássicos.
Entretanto, o modelo de adaptação que utilizariam nas obras desses dois autores é dife-
rente do que se costuma ver, por exemplo, em séries de obras clássicas destinadas ao públi-
co infanto-juvenil. As estruturas e as histórias de algumas obras foram mantidas, e só existe
a substituição de algumas palavras e expressões, ao passo que, em adaptações comuns no
mercado editorial, é feita uma reformulação completa da forma como o texto é apresentado,
numa recriação do texto clássico no contexto contemporâneo.
164 • capítulo 5
Para um professor de literatura brasileira de uma universidade estadual, não é “justificá-
vel desconstruir o estilo do autor, como se estivesse traduzido a obra, mas dentro da própria
língua”. Segundo esse professor, o texto ainda pode causar dúvidas ao leitor. “A obra estará
alterada, mas vai se passar pela verdadeira. Você vende a imagem de que está lendo Macha-
do de Assis, mas estará lendo outra coisa.”
Disponível em: <http://veja.abril.com.br>. Acesso em: 31 jul. 2014 (adaptado).
RASCUNHO
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15
Questão Discursiva 5
O ensino com base em tarefas comunicativas pode representar uma alternativa para a
integração das quatro habilidades (falar, ler, escrever e ouvir) em escolas regulares e servir
para mostrar aos alunos o valor da língua estrangeira por meio de seu uso em situações reais
do dia a dia.
capítulo 5 • 165
Nessa abordagem, o professor pode escolher tópicos importantes como meio ambiente,
saúde e cidadania para desenvolver tarefas que permitam discussões e situações envolven-
do a resolução de problemas. A abordagem é centrada no aluno, proporcionando maior au-
tonomia ao aprendiz. Cabe aos professores monitorar, oferecer feedback e input necessários
para que os alunos cheguem aos resultados propostos.
Apesar das evidências de que a participação ativa do aprendiz no processo de aprendi-
zagem desempenha um papel altamente positivo, existem instituições que ainda se baseiam
predominantemente em aulas expositivas ou em abordagens tradicionais, como o ensino
embasado em regras gramaticais e em tradução de textos. Isso pode estar relacionado à
formação do professor, que assume o papel de controlar a turma todo o tempo.
RASCUNHO
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166 • capítulo 5
09. Leia e compare os textos 1, 2 e 3 abaixo à questão.
Texto 1
Texto 2
Texto 3
São Paulo, São Paulo
É sempre lindo andar na cidade de São Paulo
O clima engana, a vida é grana em São Paulo
A japonesa loura, a nordestina moura em São Paulo
Gatinhas punks, um jeito yankee de São Paulo
Na grande cidade me realizar morando no BNH
Na periferia a fábrica escurece o dia
Não vá se incomodar com a fauna urbana de São Paulo
capítulo 5 • 167
Premeditando o Breque
Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br>. Acesso em: 25 ago. 2014.
Os textos apresentados podem ser aproveitados para abordar vários aspectos relacio-
nados à cultura e à gramática das línguas portuguesa e inglesa. A esse respeito, avalie as
afirmações a seguir.
I. O texto 1 é adequado para se tratar de possíveis relações entre o português e o inglês;
no nível sintático, por exemplo, pode-se refletir sobre a transitividade do verbo “chatear”.
II. O texto 1 possibilita que, no ensino tanto de língua materna quanto de língua estrangei-
ra, seja explorada a questão de como as pessoas agem na sociedade por meio da palavra,
independentemente do mundo social.
III. O texto 2 permite a reflexão sobre a formação da língua inglesa e a transformação desse
idioma em uma espécie de língua franca.
IV. O texto 3 é exemplo de espaço urbano como palco privilegiado para se refletir sobre os
aspectos socioculturais, pois os temas transversais podem ser focalizados para explorar a
consciência crítica dos alunos.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
10.
168 • capítulo 5
O empréstimo linguístico é um recurso que integra uma língua a outra, por meio de
relações interculturais. Ao ler a tirinha apresentada, percebe-se que a personagem Mafalda:
a) perguntou à mãe, falante bilíngue das Línguas Inglesa e Portuguesa, a tradução de um
termo que não conhecia.
b) mostrou desinteresse em terminar de ler o livro, pois este apresentava termos de outras
línguas e outras culturas.
c) percebeu a incoerência entre as duas línguas, na modalidade escrita, já que só estava
acostumada com a modalidade falada.
d) questionou o fato de o texto ter um estilo requintado, pois nele foram utilizados termos
de uma linguagem diferente da sua Língua Materna.
e) Incorporou um termo da Língua Inglesa de tal forma que a referência deste na Língua
Materna causou-lhe estranhamento.
Área Livre
12. Para estar em dia com as mudanças da sociedade, o professor deve deixar de ser apenas
um transmissor de conhecimento e abraçar verdadeiramente a tarefa ou missão de educador.
Isso significa formar em valores. Significa também abrir espaços alternativos e integrar-se a
discussões, reflexões, análises criticas e processos permanentes de formação. O professor
capítulo 5 • 169
deve se transformar num professor pesquisador: não só estar em dia com a sua área de
conhecimento, com as novas descobertas da sua disciplina, mas principalmente ser um pes-
quisador dos processos de aprendizado do aluno. Como o aluno aprende hoje? O que o faz
aprender determinado assunto? O professor deve ter essa curiosidade e desenvolver essa
busca constante dos processos cognitivos do aluno. As mudanças, também nessa área, são
rápidas demais. O professor precisa estar aberto e em dia com as novas formas de ensinar.
No entanto, vemos que algumas escolas ainda não reconhecem o professor, não o re-
muneram adequadamente, investem pouco para que ele permaneça na escola e se torne,
não mais um executor, mas alguém que lide com as mudanças tecnológicas, pedagógicas,
cognitivas, alguém que seja um explorador do mundo e um pensador do projeto pedagógico.
Esse é o perfil a ser construído quando pensamos no professor do futuro.
BICUDO, F. O professor deve deixar de ser apenas um transmissor de conhecimento.
Depoimento de Andrea Ramal – Doutora em educação pela PUC-RJ.
Disponível em: <http://www.sinprosp.org.br>. Acesso em: 16 jun. 2014 (adaptado).
Área Livre
170 • capítulo 5
13.
If a foreign language teacher attends the lecture by David Britain, its subject might help
him/her prepare a class about:
a) language variation, dialects and “Englishes”.
b) lexical similarites and diferences between world Englishes.
c) gramatical aspects of the English language used by non-native speakers.
d) diferences between American and Britsh English variations around the world.
e) dialects of the English language as a mother tongue and as a foreign language.
Área Livre
capítulo 5 • 171
14.
Texto II Texto II
farol
gira
sol faro
girassol
5 4
indicação de leitura:
1
2 3
6
15. O modernismo nos Estados Unidos apresenta características semelhantes à desse pe-
ríodo das artes e da literatura em outras regiões do mundo. Essa escola foi influenciada pelas
vanguardas artísticas europeias, como o Dadaísmo, o Futurismo e o Surrealismo. Todavia, no
172 • capítulo 5
que se compete à literatura estadunidense, é possível verificar não somente as influências de
movimentos externos, mas também a personalização da escrita moderna.
Disponível em: <http://www.letraslivres.no.comunidades.net>. Acesso em: 03 jul. 2014
(adaptado).
16.
capítulo 5 • 173
17. A riqueza e a diversidade dos gêneros do discurso são infinitas porque são inesgotáveis
as possibilidades das multiforme atividade humana e porque, em cada campo dessa ativida-
de, é integral o repertório de gêneros do discurso, que cresce e se diferencia à medida que
se desenvolve e se complexifica um determinado campo.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003
(adaptado).
Considerando essa afirmação e a utilização da teoria dos gêneros para o ensino de pro-
dução textual, avalie as seguintes afirmações.
I. Os gêneros do discurso devem ser a base do ensino de produção textual porque são
estáveis e fixos.
II. O ensino de produção textual baseado na teoria dos gêneros deve acompanhar as mo-
dificações na comunicação humana.
III. O contratempo para a teoria dos gêneros é que ela impede o trabalho com unidades
menores, o que dificulta o processo de ensino-aprendizagem especialmente nos níveis mais
baixos de ensino.
IV. A teoria dos gêneros textuais pode servir de base para as produções textuais uma vez
que envolve não apenas a sintaxe e morfologia, mas também a dimensão pragmático-discur-
siva da língua.
18.
Navio Negreiro
Castro Alves
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
De tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! noite! tempestades!
174 • capítulo 5
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
...Mas é infâmia demais...
De etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!
Disponíveis em: <http://www.dominiopublico.gov.br>.
Acesso em: 09 jul. 2014 (adaptado).
Slavery in Massachusetts
Henry David Thoreau
The majority of the men of the North, and the South and East and West, are not men of
principle. If they vote, they do not send men to Congress on errands of humanity; but while
their brothers and sisters are being scourget and hung for loving liberty, while – I might here
insert all that slavery implies and is – it is the mismanagement of wood and iron and stone
and gold which concerns them. Do what you will, O Government, with my wife and children,
my mother and brother, my father and sister, I will obey your commands to the letter. It will
indeed grieve me if you hurt them, if you deliver them to overseers to be hunted by bounds or
to be whipped to death; but, nevertheless, I will peaceably pursue my chosen calling on this
fair earth, until perchance, one day, when I have put on mourning for them dead, I shall have
persuaded you to relent. Such is the attitude, such are the words of Massachusetts.
Disponível em: <http://thoreau.eserver.org>. Acesso em: 09 jul 2014
capítulo 5 • 175
É correto apenas o que se firma em:
a) I. d) II e III.
b) IV. e) II e IV.
c) I e III.
19. The world is changing – it is getting both smaller and bigger at the same time. Our world
shrinks as technologies now allow us to communicate both synchronously and asynchronously
with peers around the world. Conversely, the explosion of information now available to us
expands our view of the world. As a result of the ability to communicate globally and the
information explosion, education must change.
The current teaching paradigm of the teacher as the possessor and transferor of infor-
mation is shifting to a new paradigm of the teacher as facilitator or coach. This new teacher
will provide contextual learning environments that engage students is collaborative activities
that will require communications and access to information that only technology can provide.
Unfortunately, we don´t have to look hard to find teachers utilizing new technological
tools to replicate old educational models. For example, most uses of distance education em-
ploy the same instructor delivering the same lecture to the same audience, only now audience
can be larger. This distance education model does nothing to address the concept of lifelong
learning. This traditional model still places the student in a passive role, merely absorbing as
much information as possible. Instead, more collaborative models of distance education could
be employed.
MOLEBASH, P. Technology and Education: Current and Future Trends. Disponível em:
<http://www.itari.in>. Acesso em: 22 jul. 2014 (adaptado).
176 • capítulo 5
It is only correct what is stated on
a) I, II and IV. d) II, III and V.
b) I, II and V. e) III, IV and V.
c) I, III and IV.
Área Livre
capítulo 5 • 177
Considerando a avaliação e seu papel no processo de ensino-aprendizagem, avalie as
afirmações a seguir.
I. A praticidade de um teste padronizado está relacionada à contextualização ou integra-
ção das diferentes partes do teste.
II. A utilização de um teste que apresente muitos exercícios gramaticais é considerada o
método mais válido na avaliação da habilidade de fala de um estudante de segunda língua.
III. A aplicação de um teste cujas questões estão relacionadas ao mesmo tema e em que
os aspectos estruturais da língua se apresentam imersos e contextualizados te alto nível
de autenticidade.
IV. O uso de testes apresenta problemas quando são enfatizados aspectos quantitativos e
desconsiderados outros aspectos relevantes do processo de ensino-aprendizagem.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I e II. d) I, II e IV.
b) I e III. e) II, III e IV.
c) III e IV.
178 • capítulo 5
I. A associação entre texto imagético e texto verbal, nas histórias em quadrinhos (HQ),
permite ao aprendiz preencher lacunas de interpretação.
II. O caráter lúdico das HQs pode auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de idiomas
estrangeiros e literaturas estrangeiras.
III. A articulação entre o ensino de uma língua estrangeira e o de sua respectiva literatura
torna os objetos de estudo marcas simbólicas imbuídas de expressão cultural verbal e não-
verbal.
IV. A série de mangás Shakespeare é um gênero discursivo/textual em que se privilegia a
linguagem verbal, visto que os diálogos adaptados são em inglês.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I e II. d) I, III e IV.
b) I e IV. e) II, III e IV.
c) II e III.
23. É necessário que o docente esteja em constante processo de formação, buscando sem-
pre se qualificar, pois, por meio da formação continuada, ele poderá melhorar sua prática
docente e seu conhecimento profissional.
A prática e o ato de reflexão sobre essa prática exercida no espaço de aula contribuem
para o surgimento de uma ressignificação do conceito de professor, de aluno, de aula e de
aprendizagem. O professor deve assumir o papel de facilitador e mediador do conhecimento,
um participante ativo na aprendizagem dos alunos, possibilitando que o aluno seja sujeito
do processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, podemos perceber a importância do
professor na sua própria formação e na formação dos educandos. Agindo como mediador,
o docente está oferecendo aos alunos a oportunidade de terem autonomia na construção
do seu próprio conhecimento como forma de compreender a realidade social em que vivem,
É preciso que o professor tenha consciência do seu papel social para que possa ajudar o
aluno a compreender a sociedade em que está inserido e a complexidade do conhecimento
que pretende adquirir. Assim, o professor tem como meta principal uma aprendizagem volta-
da para resolver os problemas que a vida nessa sociedade irá apresentar a ele, oportunizando
o desenvolvimento de uma visão crítico-reflexiva da vida. Com isso, ele terá a possibilidade de
compreender e interpretar os problemas que emergem no cotidiano.
É por meio de um processo formativo capaz de mobilizar os saberes da teoria da educa-
ção que os docentes compreenderão e desenvolverão as competências e habilidades neces-
sárias para a investigação da sua própria atividade.
OLIVEIRA, E. Formação continuada de Professores. Disponível em: <http://www.
infoescola.com>. Acesso em: 28 jul. 2014 (adaptado).
capítulo 5 • 179
O texto trata da importância da formação docente para a vida profissional frente às mu-
danças sociais, econômicas, culturais e tecnológicas A esse respeito, avalie as afirmações
a seguir.
I. A ressignificação dos conceitos de professor e de aluno provoca mudanças de papéis
em que o professor acaba perdendo sua autonomia e posição pedagógica, tornando-se um
agente menos participativo nos processos de mudanças institucionais.
II. As mudanças sociais, econômicas e culturais aceleradas colocam novos questionamen-
tos à prática docente e à escola, determinando também um novo papel dos docentes.
III. A formação docente deve contribuir para que o professor conecte a teoria à prática, o
que poderá proporcionar-lhe uma visão investigativa e questionadora de sua própria prática.
IV. A visão crítico-reflexiva do aluno está relacionada com o papel de mediador do professor
e com o foco no ensino que privilegia a transmissão de conteúdos.
24. Language teachers are often frustrated by the fact that students do not automatically
transfer the strategies they use when reading in their native language to reading in a language
they are learning. Instead, they seem to think reading means starting at the beginning and
going word, stopping to look up every unknown vocabulary item, until they reach the end.
When they do this, students are relying exclusively on their linguistic knowledge, a bottom-
up strategy. One of the most important functions of language teachers, then, is to help
students move past this idea and use top-down strategies as they do in their native language.
Effective teachers show students how they can adjust their reading behavior to ideal with
a variety of situations, types of input, and reading purposes. They help students develop a
set of reading strategies and match appropriate strategies to each reading situation. Some
of these strategies are previewing, predicting, skimming, scanning, and paraphrasing texts.
They include reviewing titles, section headings, and photo captions to get a sense of the
structure and content of a reading selection; using knowledge of the subject matter to make
predictions about content and vocabulary and check comprehension; using knowledge of
the text type and the author to make predictions about writing style, vocabulary, and content;
making a quick survey of the text to get the main idea, confirm or question predictions;
guessing prior knowledge of the subject and the ideas in the text as clues to the meanings
of unknown words; stopping at the end of a section to check comprehension by restating the
180 • capítulo 5
information and ideas in the text. When language learners use reading strategies, they find
that they can control the reading experience, and they again confidence in their ability to read
the language.
Disponível em:<http://www.nclr.org>. Acesso em: 29 jul 2014 (adaptado).
Taking into account the reading strategies mentioned in the text, consider the
following statements.
I. Skimming means to glance at the text to find the desired information.
II. Paraphrasing refers to the reproduction of the content of a given text.
III. Scanning means to read a text quickly in search of its general idea.
IV. Previous knowledge refers to the knowledge accumulated from one's personal experience.
25. Predominam no país cursos de Letras em Português e Inglês, com crescente ascensão
de Português e Espanhol. Muitos desses cursos são ministrados em três anos e recebem
alunos de escolas de Ensino Básico que não investiram em um ensino de língua estrangeira
(LE) de qualidade. A parte do currículo dedicada à formação do professor é praticamente
inexistente. Como resultado, o sistema educacional brasileiro coloca, no mercado de trabalho,
professores despreparados. Muitos recorrem aos cursos de especialização em busca de uma
regraduação, que, provavelmente, não será encontrada.
PAIVA V. L. M. O. A LDB e a legislação vigente sobre o ensino e a formação de
professor de língua inglesa. Disponível em: <http://www.veramenezes.com>.
Acesso em: 06 jul. 2014 (adaptado).
capítulo 5 • 181
d) transformação dos cursos superiores de licenciatura com habilitação português-inglês
em cursos de dupla habilitação português-espanhol.
e) regulamentação dos cursos de licenciatura dupla com projetos que contemplem as es-
pecificidades de cada curso, no que se refere à formação profissional.
Área Livre
26. Cabe discutir uma questão que tem sido frequente nas preocupações dos professores
de Língua Estrangeira: a procura de um método ideal. As abordagens estão alicerçadas em
princípios de natureza variada.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental: língua estrangeira. Brasília: MEC, 1998, p.75-76 (adaptado).
Esses trechos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) mencionam algumas preo-
cupações sobre a prática docente no ensino de línguas. Em convergência com a percepção
das linguagens como espaços de construção de sentidos, os excertos sugerem que, para
melhoria das práticas docentes, se considere:
a) o contexto da aprendizagem, para a prescrição de uma abordagem.
b) o uso de diferentes abordagens e métodos, para atender contextos diversos.
c) a série de orientações do Governo Federal como norteadora da escolha do método ideal.
d) a utilização dos PCNs como base para a maioria dos cursos de inglês que adotam o
método audiovisual.
e) a adoção de métodos cujas perspectivas teóricas têm sido as mais adequadas para a
formação de professores desde a década de 1990.
Área Livre
27. The Communicative Approach is one the most popular perspectives in modern language
teaching. Considering its main characteristics and concepts, analyse the statements below.
I. The teacher uses drills in order to teach structural patterns. Students memorize sets of
phrases with a focus on pronunciation and intonation. There are few grammatical explanations.
182 • capítulo 5
Students learn vocabulary in context and through audio-visual aids. Correct responses are
positively reinforced immediately.
II. Learners receive large quantities of information in the new language during initial lessons.
Texts are translated and then read aloud with classical music in the background. The teacher
uses large quantities of linguistic material to introduce the idea that language understanding
is easy and natural.
III. Understanding occurs through active student interaction in the foreign language.
Students learn strategies both for understanding and for learning the second language.
Effective classroom learning tasks and exercises provide opportunities for students to
negotiate meaning.
IV. The teacher helps students select the appropriate phrases and know how to control
them, with good intonation and rhythm. There is no use of the learner´s native language. The
teacher uses patterns that contain vocabulary, and color-coded models for pronunciation to
guide the students' understanding without uttering a single sound.
V. Learners engage in interaction and meaningful communication. Learners' personal
experiences and situations are very important and considered as an invaluable contribution to
the content of the lessons. Using the new language in unrehearsed contexts creates learning
opportunities outside the classroom.
It is only correct what is stated on:
a) I and II. d) III and V.
b) I and III. e) IV and V.
c) II and IV.
28.
capítulo 5 • 183
Professores da educação básica têm a possibilidade de pesquisar e aplicar materiais
como o apresentado para:
a) incentivar a redução do uso de celular pelos alunos.
b) facilitar o aprendizado do uso de extintores.
c) oferecer informações da vida cotidiana em redes sociais.
d) demonstrar que alguns cartazes incitam o uso de celulares em lugares perigosos.
e) abordar contextos que envolvam o uso de tecnologia, cada vez mais comum.
Área Livre
29. Na busca por informações que ofereçam novas opções de recursos tecnológicos para
a sala de aula, um professor depara-se com o resumo de um artigo científico, apresentado
a seguir.
This paper analyses the process of multimedia integration in English language classroom
equipped with interactive whiteboard (IWB) technology, and offers insights into the
theoretical underpinnings of multimedia use in language learning from the perspective of
cognitive learning theory. The data discussed here are drawn from a study carried out as part
of a PhD research program at Lancaster University (UK). The study was conducted within
an interpretative research paradigm, and data were collected and analyzed according to a
qualitative approach. In the first part, the paper a discusses some perceived pedagogical
benefits of adopting a multimedia-oriented approach in the IWB-based classroom. Secondly,
it discusses a variety of potential problems related to the use of multimedia resources in the
language classroom in question. Finally, the paper draws upon the literature on multimedia
learning to address the potential pedagogical implications of these research findings.
Disponível em: <http://www.sciencedirect.com>. Acesso em: 15 jul. 2014 (adaptado).
184 • capítulo 5
IV. No artigo, são abordados possíveis problemas do uso de recursos tecnológicos na sala
de aula de língua inglesa.
30. Ao deparar-se com revolução digital, que atinge todos os agrupamentos sociais de ma-
neira espantosa, a prática pedagógica da escola não está mais restrita ao professor e ao alu-
no. A escola, para dar conta desse processo, ampliou sua tarefa e tem promovido discussões
e questionamentos, voltando-se também para a formação continuada do professor e para
o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC). Todavia, não basta informatizar
a escola. É fundamental, com base em trabalho coletivo, repensar o projeto pedagógico do
contexto escolar, realizando uma reflexão sobre as finalidades da escola, explicitando tanto o
seu papel social quanto as ações que deverão ser empreendidas pela equipe (diretor, peda-
gogo, professores, funcionários, pais e alunos) frente às TIC.
TEODORA, R. Relação Professor, Aluno, Tecnologia: Um espaço para o Saber, o
Saber Fazer, o Saber Conviver e o Saber Ser. Disponível em: <http://www.ricesu.com.br>.
Acesso em: 11 jul. 2014 (adaptado).
Considerando o uso das novas tecnologias em sala de aula e os novos papéis dos docen-
tes apontados no texto, avalie as afirmações a seguir.
I. O rompimento com práticas mecânicas de ensino está associado à busca de técnicas e
métodos capazes de promover a construção de conhecimento em diferentes áreas.
II. Na perspectiva da revolução digital na escola, o foco do processo de ensinar a aprender
deve centrar-se nas TIC.
III. O uso das TIC nas escolas demanda reflexão sobre o papel da escola na sociedade e
trabalho institucional conjunto.
IV. O emprego das TIC em ambientes escolares faz com que o professor e a qualificação
profissional se tornem as figuras centrais do processo de ensino e aprendizagem.
capítulo 5 • 185
31.
A gestão democrática pode ser definida como um processo político no qual as pessoas
atuam na e sobre a escola identificam problemas, discutem, deliberam, planejam, encami-
nham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimen-
to da própria escola, na busca da solução daqueles problemas. Esse processo, sustentado
no diálogo, na alteridade e no reconhecimento das especificidades técnicas das diversas
funções presentes na escola, tem como base a participação efetiva de todos os segmentos
da comunidade escolar, o respeito às normas coletivamente construídas para os processos
de tomada de decisões e garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.
SOUZA, A. R. Explorando e construindo um conceito de gestão escolar democrática.
Educação em Revista. Belo Horizonte, v.25, n.03, dez. 2009, p. 125-126 (adaptado).
Com base nos textos apresentados, conclui-se que a gestão democrática da educação
I. Implica colocar as instituições a serviço da formação qualificada dos estudantes tendo a
participação como prática cotidiana de todos os envolvidos.
II. Propicia a criação de uma cultura institucional crítico-reflexiva, cujos envolvidos tenham
discernimento em relação aos conteúdos que necessitam ou não para tomarem decisões
sempre coletivas.
III. Pressupõe a existência de líderes capazes de orientar pessoas para o desenvolvimento
de ações que visem ao cumprimento de objetivos definidos por eles.
IV. Efetiva-se pelo processo de construção coletiva do projeto pedagógico e de seu acom-
panhamento e avaliação
186 • capítulo 5
32. O Plano Nacional de Educação (PNE) inclui 20 metas e estratégias traçadas para o
setor nos próximos 10 anos. Entre as metas, está a aplicação de valor equivalente a 10% do
Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública, promovendo a universalização do acesso
à educação infantil para crianças de quatro a cinco anos, do ensino fundamental e do ensino
médio. Esse plano também prevê a abertura de mais vagas no ensino superior, investimentos
maiores em educação básica em tempo integral e em educação profissional, além da valori-
zação do magistério.
BRASIL. Conheça as 20 metas definidas pelo PNE. Disponível em: <http://www.
brasil.gov.br>. Acesso em 4 jul. 2014 (adaptado).
A lei n.º 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o PNE, prevê importantes dispo-
sitivos, tais como:
Art. 5º A execução do PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento
contínuo e de avaliações periódicas.
Art. 10 O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão formulados de maneira a assegurar
a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias
deste PNE e com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua plena execução.
Art. 11 O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, coordenado pela União,
em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, constituirá fonte de in-
formação para a avaliação da qualidade da educação básica e para a orientação das políticas
públicas desse nível de ensino.
Art. 13 O poder público deverá instituir, em lei específica, contados 2 (dois) anos da
publicação desta Lei, o Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre
os sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e
estratégias do Plano Nacional de Educação.
capítulo 5 • 187
c) estabelece que a melhoria da educação básica – universalização do acesso à educação
infantil, aumento de vagas no ensino superior, maior investimento em educação em tem-
po integral e em educação profissional – evidencia a base para o desenvolvimento, pois
o crescimento econômico é o indicador do percentual de recursos do PIB a ser aplicado
em educação.
d) disponibiliza para os gestores escolares o crescimento de 10% dos investimentos do
PIB em educação, ao ano, durante os próximos 10 anos em um Sistema Nacional de
Avaliação para verificar a efetivação das diretrizes e metas dispostas no referido Plano.
e) permite planejar a educação para os próximos 10 anos e institui mecanismos de mo-
nitoramento e avaliação, tanto da execução do Plano como da qualidade da educação,
por meio do estabelecimento de metas educacionais e definições dos investimentos a
serem disponibilizados para o alcance dessas metas.
33. Os currículos organizam conhecimentos, culturas, valores e artes a que todo ser humano
tem direito. Assim, o currículo deve ser analisado conforme as experiências vividas pelos
estudantes, nas quais se articulam os saberes, aprendidos por eles na vivência e na convi-
vência em suas comunidades, com os conhecimentos sistematizados que a escola deve lhes
tornar acessíveis.
ARROYO, M. G. Educandos e educadores: seus direitos e o currículo. In: ARROYO, M.
G. Indagações sobre o currículo: educandos e educadores: seus direitos e o currículo.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2007, p. 67 (adaptado).
188 • capítulo 5
34. O projeto Político-Pedagógico (PPP) relaciona-se à organização do trabalho pedagógico
da escola, indicando uma direção, explicitando os fundamentos teórico-metodológicos, os
objetivos, o tipo de organização e as formas de implementação e avaliação da escola.
VEIGA, I. P. A.; RESENDE, L. M. G. (Org.) Escola: espaço do Projeto Político-Pedagógi-
co. 4. Ed. Campinas-SP: Papirus, 1998 (adaptado)
Área Livre
capítulo 5 • 189
I. Desenvolver atividades que valorizem o conhecimento historicamente elaborado pela
humanidade e aplicar avaliações criteriosas com o fim de aferir, em conceitos ou notas, o
desempenho dos alunos.
II. Instigar ou compartilhar as informações e a busca pelo conhecimento de forma coletiva,
por meio de relações respeitosas acerca dos diversos posicionamentos dos alunos, promo-
vendo o acesso às inovações tecnológicas.
III. Planejar ações pedagógicas extraescolares, visando ao convívio com a diversidade; se-
lecionar e organizar os grupos, fim de evitar conflitos.
IV. Realizar práticas avaliativas que evidenciem as habilidades e competências dos alunos,
instigando esforços individuais para que cada um possa melhorar o desempenho escolar.
V. Utilizar recursos didáticos diversificados, que busquem atender a necessidade de todos
e de cada um dos alunos, valorizando o respeito individual e coletivo.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I e III. d) I, II, IV e V.
b) II e IV. e) I, III, IV e V.
c) II, III e IV.
CONEXÃO
O ENADE é um exame que tem por característica aferir todo o conteúdo, de maneira prática
e reflexiva, assimilado e internalizado nos anos do curso de graduação. Para que o aluno
consiga realizá-lo calma e suavemente, o conhecimento deve ter sido construído ao longo
do tempo e não apenas nas semanas anteriores ao exame. Cabe ao aluno ser seu principal
estímulo perante todas as oportunidades oferecidas pela IES e, acima de tudo, procurar sem-
pre mais informações e atividades que o ajudem em seu crescimento pessoal e profissional.
Para tanto, é necessário que o aluno seja capaz de fazer assimilações, conexões e rela-
ções entre o mundo em que vive e o conteúdo programático – específico e geral – de seu
curso. Não basta ser um aluno dedicado aos estudos: tem que ser um cidadão consciente de
seu papel na sociedade em que vive e com possibilidades de desempenhar o papel de agen-
te da construção do mundo, principalmente quando o curso escolhido é um de licenciatura.
O futuro professor/ atual aluno de Letras, mais especificamente, tem por princípio con-
tribuir para que seus futuros alunos consigam também exercer uma função na sociedade
de maneira ética, forte e atuante. Afinal, aquele que escolhe as palavras como fonte de ins-
190 • capítulo 5
piração tem uma grande responsabilidade em transmiti-las de modo a estabelecer relações
saudáveis entre indivíduos e a própria sociedade.
LEITURA
<http://www.ceuma.br/portalenade/?page_id=165> Acesso em: 5 de mar. 2016.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
<http://portal.inep.gov.br/enade> Acesso em: 8 de fev. 2016.
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ANOTAÇÕES
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