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UFPE

AVALIAÇÃO DE LIVROS DIDÁTICOS


Universidade Ministério da
1º ao 5º ano – Ensino Fundamental –
Federal de Educação
PNLD 2016
Pernambuco

CATEGORIA: APROVADA CONDICIONADA À CORREÇÃO DE FALHAS


PONTUAIS

Equipe: Letramento e Alfabetização

1. IDENTIFICAÇÃO DA OBRA

Código 27917

Composição Tipo 1, reclassificada para Tipo 2

Códigos por ano 27917C3119 27917C3120 27917C3121

Título Projeto Lumirá

Editora Editora Ática

Autoria Paula Saretta de Andrade e Silva, Alexandre Miranda Rosa, Ricardo


Gonçalves Barreto, Daniela de Arruda Guariglia, Maria Fernanda
Klaumann Canovas, Fernanda Glaessel Ramalho

Ano/Edição 1º 1ª edição 2014 2º 1ª edição 2014 4º 1ª edição 2014

Nº de Páginas 1º 296 2º 269 3º 256

Anos a que se destina 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental

2. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ADOTADOS

A avaliação das obras didáticas inscritas no PNLD 2015 se fará por meio
da articulação entre critérios eliminatórios comuns a todas as áreas e critérios
eliminatórios específicos para cada área e componente curricular, requisitos
indispensáveis de qualidade didático-pedagógica.
São critérios eliminatórios comuns do PNLD 2016:
(1) respeito à legislação, às diretrizes e às normas oficiais relativas ao Ensino
Fundamental;
(2) observância de princípios éticos necessários à construção da cidadania e
ao convívio social republicano;
(3) coerência e adequação da abordagem teórico-metodológica assumida pela
obra no que diz respeito à proposta didático-pedagógica explicitada e aos
objetivos visados;
(4) respeito à perspectiva interdisciplinar na apresentação e abordagem dos
conteúdos;
(5) correção e atualização de conceitos, informações e procedimentos;
(6) observância das características e finalidades específicas do manual do
professor e adequação da obra à linha pedagógica nela apresentada;
(7) adequação da estrutura editorial e do projeto gráfico aos objetivos didático-
pedagógicos da obra;
(8) pertinência e adequação do conteúdo multimídia ao projeto pedagógico e
ao texto impresso.
A não observância aos critérios eliminatórios — comuns ou específicos
—implicará a exclusão da/o coleção/volume do PNLD 2015.

Considerando-se os critérios de avaliação dispostos no Anexo III do


Edital de Convocação para o Processo de Inscrição e Avaliação de Coleções
Didáticas para o Programa Nacional do Livro Didático - PNLD 2016 detalha-se,
a seguir, o Parecer de Aprovação da obra 27917, condicionada à correção de
falhas pontuais.

1. DESCRIÇÃO DA OBRA

A coleção 27917 organiza-se em quatro unidades temáticas relacionadas ao


universo infantil. Em cada volume, a apresentação da obra ao aluno se faz na
seção intitulada “Como é o meu livro?”, na qual se explicitam os objetivos de
cada seção. Todos os volumes trazem um sumário, onde se apresentam os
temas, os tipos de textos e os conteúdos trabalhados em cada um dos
capítulos. Ao final de cada livro aparecem as referências bibliográficas e, com
exceção do volume 3, os encartes didáticos.

Cada unidade é introduzida com reproduções de imagens, impressas em


páginas duplas, que evocam temas relacionados a personagens de filmes de
cinema, obras de arte, literatura, fotografia, música, entre outros, cujo objetivo é
o de contextualizar a temática dos textos que serão apresentados nos
capítulos. A exploração dessas imagens é realizada por meio de perguntas que
têm por finalidade acionar os conhecimentos prévios dos alunos, sempre
apresentadas em destaque, no interior de caixas de textos.
As seções são identificadas por um título próprio: “Sopa de letrinhas”, presente
apenas no primeiro volume, visa à apresentação das regras e convenções do
sistema alfabético; “Leitura” apresenta a coletânea de textos e objetiva a
formação do leitor; “Mergulho na escrita”, geralmente, é apresentada de forma
articulada com a seção de leitura, e tem como objetivo o estudo dos
conhecimentos linguísticos; “Meus textos” propõe que o aluno elabore
diferentes produções textuais, considerando, sobretudo, as características do
gênero textual indicado, geralmente destacado desde o início do capítulo;
“Recreio” visa à realização de atividades lúdicas que possibilitem a retomada
de algum conteúdo específico, abordado ao longo da unidade temática;
“Atividades do capítulo” apresenta atividades relacionadas à revisão dos
conteúdos ensinados para os alunos; “O que aprendi” propõe para o aluno
atividades-síntese dos conteúdos em foco; “Para saber mais”, apresentada ao
final de cada volume, traz uma lista de pequenas resenhas de livros literários,
vídeos e sites educativos que incentivam a busca de outras informações pelo
aluno. A seção “Dicionário”, presente nos dois últimos volumes, propõe
situações de uso desse material didático. Os dois primeiros volumes trazem, ao
final, encartes para a realização de atividades complementares.

O Manual do Professor está organizado em duas partes. A primeira reproduz o


Livro do Aluno (LA) e, junto às respostas dadas para as atividades propostas,
estabelece um diálogo com o professor, apresentando-lhe os objetivos das
atividades e as estratégias possíveis para um melhor aproveitamento dos
encaminhamentos realizados. Nem todas as atividades, no entanto, vêm
comentadas ou trazem orientações. Na segunda parte do MP, um encarte
explicita os fundamentos teóricos e a organização da coleção, apresenta os
quadros de conteúdos e as orientações específicas para cada volume, além
das referências bibliográficas. Algumas sugestões de leitura são apresentadas
no interior do livro do aluno, com o objetivo de aprofundar os conteúdos
trabalhados.
O material digital da coleção é composto por um CD- Room para cada volume.
Nessa mídia é apresentado, em seu primeiro menu, o “Manual do Professor” e
“As Orientações para o Usuário”. Clicando em “Manual do Professor”, o usuário
acessa duas subseções: o “Livro Multimídia” e os “Objetos Digitais”. O “Livro
Multimídia” é idêntico ao Manual do Professor impresso, com exceção do fato
de se acessar os “Objetos Digitais”. Na versão impressa, tem-se os ícones dos
“Objetos Digitais”; na versão digital, ao clicar nesses ícones interativos, o
usuário é direcionado para as atividades e animações que complementam o
trabalho proposto no livro do aluno.

4. ANÁLISE

Considerando-se os princípios e critérios, tanto gerais quanto específicos,


previstos pelo Edital do PNLD 2016 para a avaliação de livros didáticos de
Língua Portuguesa, a análise da coleção 27917 identificou, no que diz respeito
aos quatro eixos de ensino da disciplina, propostas pedagógicas e atividades
didáticas predominantemente compatíveis com as recomendações oficiais
expressas por parâmetros, diretrizes e orientações curriculares para os três
primeiros anos do Ensino Fundamental:

 A coletânea de textos da coleção apresenta um repertório textual que


inclui gêneros como poema, convite, fábula, cantiga, biografia, HQ,
resenha, reportagem, cordel, tirinha, diário, entrevista, crônica, cardápio,
mapa, capa de livro, cartaz, fotografia, pintura de arte, noticia, entre
outros. Também estão presentes gêneros da esfera literária, jornalística
e do cotidiano. Ainda há textos da tradição oral, como parlendas, trava-
línguas, músicas, quadrinhas, explorados em sua dimensão lúdica e
sonora, principalmente nos volumes 1 e 2. Autores brasileiros e
estrangeiros, representativos da literatura podem ser encontrados, tais
como: Cláudio Thebas, Ziraldo, Jose Paulo Paes, Tatiana Belinky, Sérgio
Capparelli, Vinícius de Moraes, Esopo, La Fontaine, Eva Furnari, Ruth
Rocha, Arden Druce, Jonathan Swif, Ricardo Azevedo, Monteiro Lobato,
Luis Fernando Veríssimo, Edson Gabriel Garcia, entre outros.

 As atividades de leitura estão na seção “Leitura”, situada logo no início


de cada capítulo, além das seções “Leitura de imagem” que explora
textos não verbais, como fotografias e reprodução de pinturas de artistas
plásticos consagrados, tais como, Giuseppe Arcimboldo e Tarsila do
Amaral, e das seções “Letras por toda parte” e “Recreio” que criam
novas situações de leitura, articuladas ao ensino do sistema de
alfabético. O trabalho de exploração das estratégias cognitivas de
compreensão é mais frequente na primeira seção “Leitura” e contribui,
ainda que com menos atividades que o desejado, para o
desenvolvimento de estratégias de compreensão leitora como: a
ativação dos conhecimentos prévios, especialmente nas perguntas
escritas em negrito que antecedem a apresentação de alguns textos
(v.1, p.94,128,180 e v.2, p. 168 e 182); a formulação de hipóteses
(v.1,101; v3, ); a produção de inferências (v.1,147;v.2,p.42;);
extrapolações (v.3,p.63); e a intertextualidade (v.2, p.22); há predomínio
de atividades que exploram a localização de informações explícitas no
texto (v.1,2,3). No volume 1, com frequência, a prática de leitura se
desloca do seu universo de uso social, pois é explorada numa
perspectiva mais escolar (v.1, p., dentre outras). Nesses casos, a leitura
cumpre um papel de apoio para a aprendizagem de conteúdos relativos
ao ensino da língua portuguesa, mais especificamente à aquisição do
sistema de escrita alfabética (S.E.A).
 O eixo da produção de textos escritos é explorado na seção “Meus
Textos” e se organiza em função das temáticas e gêneros abordados na
seção de leitura das unidades. Em pelo menos um dos capítulos que
compõem as unidades dos livros, são propostas atividades de produção
de textos escritos que envolvem a escrita de diferentes gêneros de
textos escritos, tais como: poema, conto de aventura, bilhete, receita,
recriação de conto infantil, entrevista, cardápio, biografia, cartaz, história
em quadrinhos, cantiga, dentre outros. Destaca-se, principalmente nos
dois últimos volumes, um trabalho mais sistemático com as diferentes
etapas do processo de produção de textos: o planejamento, a escrita e a
revisão (v.2.p.86,101; v.3, p.66, por exemplo).
 A coleção contribui pouco para o desenvolvimento da oralidade, pois as
atividades são em número bem reduzido e se configuram, com
frequência, na etapa de socialização dos textos escritos. Também há
propostas de interação oral dos textos lidos e de discussões das
temáticas das unidades. Há duas propostas que orientam a construção
do plano textual dos gêneros: o “Debate” (v.3, p.184) e a “Entrevista”
(v.3, p.88).
 A aquisição do sistema de escrita alfabética é trabalhada de modo
especial no volume 1, por meio da abordagem de capacidades que
privilegiam: a distinção entre letras e outros sistemas de representação,
a apresentação do alfabeto em seu conjunto e em ordem sequencial, o
trabalho com as sílabas (separação e contagem do número de sílabas) e
diversas propostas de leitura e escrita de palavras. As questões
ortográficas são discutidas na seção “Mergulho na escrita”, presente nos
três volumes da coleção. As atividades relacionadas à ortografia
trabalham algumas das relações linguísticas entre sons e grafemas,
aquelas que dependem do contexto e algumas irregularidades
ortográficas. Os demais conhecimentos linguísticos foram
introduzidos a partir do volume 2, numa perspectiva de abordagem
textual, ou seja, os conteúdos não são trabalhados de forma isolada,
mas, sim, ligados aos gêneros textuais apresentados na leitura, ou a
outros gêneros propostos, especialmente, para o trabalho com
determinados conteúdos linguísticos.
 O Manual Impresso do Professor explicita, de forma clara e correta, os
pressupostos teórico-metodológicos que fundamentam a proposta
didático-pedagógica da coleção, além de descrever a organização dos
volumes.
 O projeto gráfico mostra-se compatível com a faixa etária e o nível de
escolaridade a que se destina. A impressão está nítida e isenta de
defeitos que comprometam a legibilidade.

Ressalva-se, no entanto, que em relação


 à coletânea de textos: a presença de gêneros que exploram o estrato
sonoro da linguagem está concentrada apenas no volume 1; a
fragmentação de alguns textos extraídos de livros de literatura pode
comprometer sua compreensão global e deixar uma sensação de
incompletude (por exemplo, v.1, p. 180, 194; v.3, p. 192-193, dentre
outros);
 à leitura: o número reduzido de propostas que exploram as convenções
e modo de ler constitutivos dos diferentes gêneros textuais, praticados
em diferentes contextos sociais, restringem o processo de letramento
dos alunos. Isso ocorre devido à pouca discussão em relação à função
social desses textos e ao contexto comunicativo no qual ocorrem. Além
disso, embora haja um número significativo de textos ligados à literatura,
a formação do leitor literário deixa a desejar, na medida em que as
atividades abordam, de forma muito semelhante, tanto os textos
literários quanto os não literários. Nesse sentido, nota-se que são
poucas as atividades que estabelecem relações entre os textos literários
presentes e os contextos histórico, social e político de sua produção,
embora mencionem o autor e a obra e estimulem o aluno a conhecer o
livro de onde o texto foi retirado, sempre por meio da apresentação da
foto da capa do livro e uma sinopse do mesmo (v.1, p.), por exemplo.

 ao trabalho voltado para a construção da cidadania é pouco explorado


na coleção numa perspectiva mais crítica, principalmente por meio do
desenvolvimento de projetos interdisciplinares. Esse trabalho é
desenvolvido na seção Leitura da Imagem que explora um conjunto de
textos não verbais, como fotografias que retratam diversas situações do
cotidiano. Algumas fotografias fazem referência a temas da atualidade e
diversidade, como os animais em cativeiro (v.3, pp. 32-33; v.2, pp.214-
215), saúde e hábitos de higiene (v.3, pp.108-109), brincadeiras típicas
de povos indígenas (v.1, pp. 40-41) e brinquedos de crianças de outros
países (v.2, pp.160-161). Também são abordados, no segundo volume,
páginas 104-105, alguns aspectos relacionados à cultura de imigrantes
italianos no Brasil. Contudo, embora o Manual do professor traga um
roteiro com orientações detalhadas para a exploração dos temas em
destaque, em algumas das fotos emergem temas importantes que, por
sua relevância social, demandariam uma reflexão crítica, a ser
conduzida por uma abordagem articulada com outros conteúdos
curriculares. Nas páginas 160-161 do volume 2, por exemplo,
apresentam-se as fotografias de duas crianças de diferentes países,
retratadas com os seus brinquedos; mas as atividades propostas se
limitam à localização de informações explícitas e à realização de
inferências sobre os prováveis usos de alguns dos objetos presentes
nas fotos. Além dos brinquedos, evidenciam-se, nas imagens, as
desigualdades sociais que as distanciam, assim como a seus países de
origem. Esses aspectos são retratados por meio de diferenças materiais
evidentes, relacionadas às distintas condições de moradia e de acesso a
brinquedos por parte das duas crianças. As questões propostas no LA,
no entanto, se limitam à localização de informações: o número de
bonecas de cada criança e a finalidade lúdica das presilhas presentes
na segunda fotografia. A seção “Relacione” – que deveria abordar, de
forma crítica, a relação entre as desigualdades sociais e o modo de
brincar de cada criança – privilegia uma visão assistencialista das
realidades retratadas: as atividades 6 e 7, página 161, levam o aluno a
concluir que uma solução para a desigualdade de acesso a brinquedos,
seria a doação por crianças que têm muitos para aquelas que têm
poucos. Outros conjuntos de fotos apresentados na mesma seção
carecem de um tratamento pedagógico mais adequado como, por
exemplo, no volume 3, páginas 108-109. Evita-se, portanto, a ausência
de uma reflexão interdisciplinar sobre um pertinente problema atual, em
prejuízo da construção da ética necessária ao convívio republicano.
 à produção de textos: as atividades de escrita que articulam a
construção da textualidade com o contexto de produção e os gêneros
propostos são, principalmente no volume 1, em número reduzido. Além
disso, em diversas situações propostas no primeiro volume deixam de
ser apresentadas as necessárias etapas de planejamento: v.1, pp. 20,
34,50, 68, dentre outras. Nos outros volumes, é comum encontrar
propostas que não apresentam orientações para a revisão dos textos e
que deixam de orientar sobre o uso do registro (formal e informal) de
linguagem adequado ao gênero e à situação.
 à oralidade: a coleção apresenta um número reduzido de gêneros orais
e de situações criadas para desenvolver no aluno a compreensão das
especificidades e características que definem a modalidade oral da
linguagem. No primeiro volume essa restrição é ainda mais significativa,
pois, além de poucas situações criadas, a maioria das atividades limita-
se, em geral, à conversa ou ao relato de textos escritos.
 à aquisição do sistema de escrita: é tratada especialmente no volume
1 da coleção nas seções “Mergulho na escrita”, “Atividades do capítulo”
e “Recreio”. O número de atividades destinadas à sistematização das
relações entre fonemas e grafemas necessita de ampliação, seja em
quantidade de casos tomados como objeto, seja na diversidade de
situações de análise e aplicação dessas regras e, principalmente, pela
falta de uma abordagem mais sistemática dos casos apresentados.
Algumas dessas relações som-grafia são abordadas no volume 1, no
entanto, na maioria das vezes, ocorrem abordagens aligeiradas de
algumas regras,o que que não facilita o seu domínio pelo aluno. Além
disso, diversas atividades levam principalmente à aplicação de regras
(v.1, p.107,149,175, por exemplo), em detrimento da compreensão
decorrente da observação e análise oral das diferentes unidades
sonoras que compõem as palavras. Predominam atividades de
complementação de letras em palavras, o que nem sempre contribui
para uma sistematização adequada: (v.1,
p.33,36,37,39,61,67,76,81,107,117 entre outras);
 ao Manual Impresso do Professor: contempla quatro práticas
(letramento, leitura, produção de texto e atividades linguísticas), mas a
discussão sobre a oralidade só aparece em um texto de apoio.

4.2 - Análise do Manual Digital e dos Objetos Educacionais

Sem prejuízo de qualidades outras, a análise do MD e de seus Objetos


Educacionais Digitais revela infração de critérios eliminatórios previstos no
Edital PNLD 2016 (2.1.8) que serão comentados e exemplificados no tópico
que se segue.

Insuficiências e deficiências metodológicas

A proposta deixa de contemplar os objetivos do projeto didático-pedagógico


assumido pela obra e não contribui efetivamente para o processo de
alfabetização e novos letramentos, pelas razões e exemplos que se seguem.
Os OEDs pouco contribuem para a ampliação da proposta do livro impresso.
No volume 1, aqueles apresentados sob a forma de jogos focalizam apenas a
escrita de palavras, a ordenação de frases ou imagens, relacionadas aos temas
trabalhados em algumas unidades, sendo complementares aos modelos
desenvolvidos no Livro do Aluno. No volume 2, as propostas, em sua maioria,
aparecem sob a forma de audição de histórias ou retomadas de características
dos gêneros trabalhados. Em geral, pouco exploram as possibilidades da
linguagem digital e são complementares às atividades presentes no material
impresso. No volume 3, as propostas também, em sua maioria, aparecem sob a
forma de audição de histórias ou retomadas de características dos gêneros
trabalhados. Acrescenta-se a isso alguns vídeos de animação.

Alguns OEDs apresentam problemas, como os descritos a seguir:

- O OED “Hoje tem Festa” (Volume 1, p. 20) propõe que se complete os nomes
das figuras com as letras que estão faltando, atividade esta muito comum em
livros didáticos. O jogo apresenta problemas no preenchimento da segunda
letra da palavra, como pode ser observado na tela apresentada a seguir. Nela,
foi possível inserir o primeiro O da palavra BOLO, mas o mesmo não
aconteceu em relação ao O da segunda sílaba.

- O OED “Vamos montar a parlenda” (V. 1, p. 34) tem o objetivo de “refletir


sobre a escrita de determinadas palavras que completam a parlenda. A
finalidade é levar os alunos a pensar sobre a relação entre imagem, som e
representação gráfica, identificar letra inicial e final, etc.” No entanto, a proposta
solicita apenas que o aluno complete a parlenda com imagens apresentadas
em um banco de imagens, não contemplando o objetivo proposto.

- O OED “O celular de Pedro” (V. 1, p. 48) apresenta, na tela inicial, um texto


que diz que Pedro fez 12 anos e ganhou um celular e convida o aluno a “ajudar
o Pedro a ordenar os contatos de seus familiares e amigos”. A tela seguinte
apresenta o jogo que solicita apenas que se associe os contatos às imagens
correspondentes. Tal proposta não considera os usos que socialmente
fazemos da agenda telefônica em celulares, além de não cumprir com o
objetivo anunciado, de “aprofundar o conhecimento sobre o nome das letras,
suas formas gráficas e a ordem alfabética, como em possibilitar que os alunos
reconheçam, na ordem alfabética, um sistema de organização de informações.”
Além disso, as imagens do jogo são estereotipadas e a do ônibus apresenta as
crianças com as cabeças para fora da janela, o que não é permitido.

- O OED “O jardim está vazio” (v.2, p. 148) apresenta uma situação artificial de
completar o jardim com imagens cujas palavras começam com a letra G. O
banco de imagens aparece na frente da casa, o que dificulta a realização da
atividade proposta. O objetivo proposto de “apresentar regularidades de uso do
G e J, levando os alunos a refletir sobre os sons da letra G (Ge e guê) e da
letra J” não é contemplado. A proposta é colocar imagens cujas palavras
começam com G em espaços adequados de ambiente espacial para que a
resposta seja aceita como correta. Assim, não se aceita o guarda sol em
qualquer lugar, e a girafa é aceita no jardim desde que esteja em cima do solo.

- O OED “Mais que fome!” (v.2,p. 58) requer que o aluno complete a receita
ordenando os textos referentes ao “modo de preparo” apresentados em um
quadro azul denominado “Etapas”, como pode ser observado a seguir:
Pode-se observar que a proposta é artificial e difícil de ser realizada. O
tamanho das letras dos textos apresentados no referido quadro é indequado
para alunos em processo de alfabetização (ainda que o jogo seja projetado),
assim como a formatação deles. Ao preencher o quadro, não é possível colocar
uma etapa abaixo da outra. A última tela apresenta o texto correspondente ao
Modo de preparo com a configuração adequada.

Em síntese, pelos motivos pedagógicos expostos, além do fato de os OEDs


não apresentarem um design instrucional que os torne eficazes para trabalho
por meio de projeção, e por não se revelarem promotores de atividades
dinâmicas, interativas, lúdicas e atraentes, entende-se que não agregam valor
à coleção impressa. A qualidade pedagógica do material, portanto, não justifica
o investimento de sua integração ao material impresso.
4.3 – Falhas Pontuais
Na obra foram identificadas, no formato impresso, as seguintes falhas pontuais
que precisam ser corrigidas para que a obra seja aprovada e incluída no Guia
de Livros Didáticos do PNLD 2016:
- ícones dos OED: devem ser retiradas, de toda a coleção impressa, qualquer
referência a esses objetos educacionais digitais.

5. CONCLUSÃO

Pelo exposto, a obra 27917 deve ser aprovada no PNLD 2016, como Tipo 2,
desde que sejam excluídas todas as referências aos livros digitais, tanto no
Livro do Aluno como no Manual do Professor.

Assinatura da Coordenadora de Área Assinatura da Coordenadora Institucional

Nome da Coordenadora de Área Nome da Coordenadora Institucional


Eliana Borges Correia de Albuquerque Magna do Carmo Silva Cruz

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