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Resumo
Este estudo tem como objetivo analisar a percepção de síndicos sobre o uso do planejamento
orçamentário como ferramenta de gestão na administração de condomínios da zona norte de
Porto Alegre/RS. Trata-se de um estudo qualitativo e descritivo, cuja coleta de dados ocorreu
por levantamento/survey via uso de instrumento de pesquisa estruturado com assertivas do
tipo Likert, enviado por e-mail a 100 síndicos da citada região no período de junho-julho de
2017. Os endereços eletrônicos foram fornecidos pelas imobiliárias mais representativas da
região. Obteve-se retorno de 80 respondentes, 80% da população dimensionada, sendo essa a
amostra da pesquisa. Os principais resultados evidenciaram a predominância de homens na
posição de síndico, com idade acima de 50 e formação superior, e na faixa de 5-10 anos no
cargo. Quanto ao planejamento orçamentário, os achados revelaram que dos 21 requisitos do
planejamento orçamentário apresentados, 15 são utilizados como ferramenta de gestão, são
eles: disciplina de gastos; visibilidade; definição da responsabilidade de gestores; avaliação de
desempenho; instrumento de validação da estratégia; transferência de conhecimento
especializado; recursos e prazos; identificação de inconsistências; otimização de recursos;
exequibilidade; participação; comunicação; autoridade e responsabilidade versus
competências; processo de feedback e; prazos. Também, que não houve concordância quanto
ao uso de outros cinco e que em apenas um deles não houve consenso nas respostas. Ainda,
que pela perspectiva dos síndicos os requisitos mais atendidos no planejamento orçamentário,
aplicados na gestão dos condomínios estão vinculados à disciplina de gastos, transferência de
conhecimento especializado e prazos estabelecidos. Por outro lado, os requisitos menos
utilizados são relativos à democratização da informação, delegação decisória e mecanismos
de avaliação de gestores.
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1 Introdução
O planejamento orçamentário é um importante instrumento no auxílio à administração
de qualquer organização, pois ele proporciona uma visão atualizada e projetada da saúde
financeira da instituição. Com base nele, tomam-se decisões quanto à utilização dos recursos,
bem como a avaliação de novas necessidades de investimentos (Priore, Velozo, Hikazudani &
Andrade, 2015). Trata-se, portanto de uma importante ferramenta de gestão, devendo
contemplar a efetiva participação dos envolvidos na sua elaboração, integração das atividades
e disponibilidade informativa, entre outros requisitos (Nascimento & Reginato, 2015).
A partir da elaboração do orçamento efetuam-se as previsões dos demonstrativos
financeiros, os quais facilitam a atuação do administrador, pois neles constam os
compromissos de caixa e resultados principalmente de curto, médio prazo (Priore et al.,
2015). No entanto, cabe destacar que o orçamento empresarial não deve ser entendido como
instrumento limitador e controlador de gastos, mas como forma de focalizar a atenção mais
específica e focada nas operações e finanças da organização, antecipando os problemas,
direcionando soluções, sinalizando metas e objetivos que necessitem de cuidado por parte dos
gestores, contribuindo para a tomada de decisões com vistas ao atendimento da missão e ao
cumprimento das estratégias organizacionais (Leite, Cherobim, Silva & Bufrem, 2017).
Nesse contexto, entende-se que o orçamento serve como norteador de onde, como e
para onde a organização está se dirigindo, podendo ser aplicável a todas os de instituições
(empresas, organizações filantrópicas, públicas, destinadas a lucro ou não, etc.). Nesse
sentido, aborda-se nesta pesquisa a utilização do orçamento e do planejamento orçamentário
em administração de condomínios residenciais.
Para a eficiente alocação dos recursos patrimoniais necessita-se que o condomínio tenha
uma gestão qualificada, com planejamento de caixa e a devida prestação de contas aos
condôminos, visando manter seus compromissos em dia. Alguns exemplos: contratação de
fornecedores, convocação de assembleias, representação jurídica e responsabilidade
administrativa, pagamentos a fornecedores, manutenção, investimentos e modernizações,
entre outros. Para tanto, tem-se a figura do síndico como o gestor do condomínio (Feliciano &
Leal, 2012), o qual deve se utilizar da contabilidade e de instrumentos de gestão financeira
como mecanismos auxiliar na tomada de decisões (Marion, 2012).
Diversos estudos têm sido desenvolvidos quanto à administração de condomínio e o uso
da contabilidade gerencial para esse fim (Segreti & Farber, 2006; Sornberger, Luczewicz &
Bassan, 2009; Cunha, 2010; Poersch, 2010; Priore, 2010; Feliciano & Leal, 2012; Assis,
2013; Wagner, 2015; Priore et al., 2015; Rocha, 2015; Almeida; Bortoli & Souza, 2015).
Esses estudos abrangem, no seu conjunto, diversos aspectos da contabilidade gerencial e
discussão dos aspectos contábeis, legais e fiscais em condomínios, mostrando a relevância e
ainda carência de mais estudos sobre o tema. É de se notar que em nenhum desses trabalhos,
apesar de importantes para discussão do tema, não discute a elaboração do plano orçamentário
condominial como é dado neste artigo. Diante do exposto, e considerando a importância do
planejamento orçamentário e considerando a sua inter-relação com a contabilidade, este
trabalho procura dar resposta ao seguinte problema de pesquisa: qual a percepção de síndicos
sobre o uso do planejamento orçamentário como ferramenta de gestão na administração de
condomínios residenciais da zona norte de Porto Alegre/RS?
Esta pesquisa, dada a importância da ação orçamentária na gestão das organizações em
geral, conforme entendimento dado por Nascimento e Reginato (2015, p. 217):
[...] esse instrumento pode ser comparado a uma bússola que orienta a administração
empresarial sobre o que deve ser feito para se alcançar determinado resultado. Isso se
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materializa por meio da possibilidade que a adoção dessa ferramenta cria para se acompanhar
passo a passo a otimização do consumo de recursos para a obtenção de um determinado nível
de receita e de resultados econômicos desejados.
Há também a justificativa acadêmica por proporcionar uma revisão teórica sobre o tema
em estudo, bem como para o meio profissional ao evidenciar a percepção de síndicos sobre a
utilização do planejamento orçamentário na gestão de condomínios, alinhando desta forma
teoria e prática profissional. Cabe ressaltar, que a pesquisa se delimita ao planejamento
orçamentário na administração de condomínios localizados na zona norte de Porto Alegre/RS.
Este artigo estrutura-se em cinco seções. A primeira refere-se a esta introdução; na
segunda contempla-se o referencial teórico; na terceira apresenta-se a metodologia utilizada;
na quarta evidenciam-se os resultados da pesquisa. Ao final têm-se as considerações finai,
seguidas pela lista das referências utilizadas na pesquisa e dos anexos referentes ao
instrumento de pesquisa.
2 Revisão da Literatura
2.1 Planejamento Orçamentário
O Planejamento orçamentário, para Oliveira, Perez Júnior e Silva (2014, p. 21)
corresponde ao “processo de decidir objetivos da organização, mudanças nesses objetivos,
recursos para atingir tais objetivos e políticas a governar a aquisição, uso e disposição desses
recursos”. O planejamento orçamentário pode também ser definido como o planejamento das
receitas, custos, despesas e investimentos para curto, médio ou longo prazo. É uma forma de
utilização de projeções para prever cenários e ações futuras (Paula, 2016).
É com esse mesmo entendimento que Priore et al. (2009) afirmam ser o planejamento
orçamentário um instrumento de apoio à organização a fim de proteger ativos, evitar possíveis
prejuízos e viabilizar melhorias. Frezatti (2009) complementa que ele apoia o administrador
na busca do melhor caminho e atingir seus objetivos. E isso ocorre por que o planejamento
orçamentário pode ser utilizado com a função de prever, orientar e dar uma direção ao
administrador. Contém informações sobre as receitas e as despesas para a realização de seus
objetivos conforme as suas necessidades.
O processo orçamentário possui características decorrentes do modelo de gestão e do
negócio. Nesse sentido, torna-se relevante conhecer as vantagens e limitações do orçamento
empresarial para elaborar um instrumento eficaz de gestão (Nascimento & Reginato, 2015).
De acordo com esses autores e outros antecedentes (Schmidt, 2002) há diversas vantagens
proporcionadas pelo orçamento, conforme exposto na Figura 1:
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Refere-se à notificação aos responsáveis pela execução do orçamento.
Através do feedback a alta administração (síndico) acompanha o
Processo de feedback
planejado versus o realizado para orientar os gestores (auxiliares) e
corrigir os planos de médio e longo prazo.
Utilizado como mecanismo de avaliação de gestores (auxiliares), pois
pode ser utilizado na avalição de desempenho para observar se eles
estão atingindo os seus objetivos junto à organização (o condomínio) e
Mecanismo de avaliação de gestores
também qual o grau de satisfação desses colaboradores (auxiliares e
condôminos). Desta forma, podem-se dar recompensas pelo trabalho
bem-sucedido, ou punições quando as metas não forem atingidas.
Essencial elaborar um cronograma do orçamento, pois ele conterá
muitas informações necessárias para sua execução. O orçamento deve
Prazos
fazer parte da cultura da empresa (condomínio), pois permite que a
mesma planeje seus gastos e cumpra seus objetivos.
Fonte: Adaptado de Nascimento e Reginato (2015).
3 Metodologia
Esta pesquisa caracteriza-se, quanto ao seu objetivo, como descritiva, pois visa
descrever as características de populações e fenômenos para auxiliar o entendimento da
situação atual dos condomínios pesquisados (Gil, 2002). Utilizou-se como abordagem o
método qualitativo e quantitativo no tratamento dos dados na coleta e análise (Richardson,
2014). Em relação à estratégia de pesquisa, efetuou-se o levantamento/survey, por meio de um
instrumento de pesquisa direta com os respondentes, cujo comportamento no processo se
deseja conhecer (Gil, 2002).
O instrumento compõe-se de dois blocos, o primeiro refere-se à caracterização da
amostra e perfis dos respondentes; o segundo contempla as assertivas formatadas em escalas
do tipo Likert sobre o planejamento orçamentário, onde: 1 discordo totalmente; 2 discordo
parcialmente; 3 nem concordo nem discordo; 4 concordo parcialmente; 5 concordo
totalmente. A elaboração desse instrumento baseou-se nos nove trabalhos desenvolvidos sobre
6
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a temática, citados ao final da seção anterior, mais os de Segreti e Farber (2006) e Sornberger
et al. (2009). Além deles, também se fez uso das obras de Schmidit (2002) e Nascimento e
Reginato (2009).
A população da pesquisa refere-se a 100 síndicos que administram condomínios na zona
norte de Porto Alegre/RS. Os e-mails foram fornecidos pelas imobiliárias mais representativas
nesta região. A pesquisa ocorreu nos meses de junho e julho de 2017. Enviou-se o documento
via e-mail, precedido de um contato esclarecedor, e obteve-se respostas de 80 respondentes,
uma taxa de retorno de 80% do total de documentos enviados.
Os dados foram tratados em planilha eletrônica para tabulação e posicionamento geral
com a participação relativa de cada resposta e a média final. Por fim, efetuou-se a comparação
dos resultados encontrados com as recomendações da literatura e outras pesquisas
relacionadas, quando possível.
Concordo parcialmente
Discordo parcialmente
Concordo totalmente
Discordo totalmente
Total
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
Nº Requisitos
1
Concordo parcialmente
Discordo parcialmente
Concordo totalmente
Discordo totalmente
Total
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
Nº Requisitos
1
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Nos requisitos desta primeira fase do processo orçamentário, a fase precedente, nota-se
a preponderância das concordâncias em quase todos os elementos, com exceção do requisito 6
(evidenciação de objetivos, políticas e premissas-chave) e do requisito 11 (delegação).
No quesito 6 há uma forte deficiência do processo, pois fica difícil ter-se um orçamento
aceitavelmente apropriado dentro do ambiente das incertezas sempre presentes, sem que os
seus participantes conheçam essas linhas mestras para sua elaboração do orçamento. Esse
parece ser um requisito que não poderia ser assim tão fragilizado. É com um posicionamento
muito próximo que se encontra a aceitação do requisito 11, a falta de delegação. Apesar de
não recomendável, dada a centralização que isso provoca, há grande semelhança com a baixa
indicação do requisito anterior. Apesar de ambos serem passíveis de melhor posicionamento,
as fraquezas entre eles são consistentes.
Concordo parcialmente
Discordo parcialmente
Concordo totalmente
Discordo totalmente
Total
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
Nº Requisitos
1
Nesse segundo grupo de requisitos tem-se também a presença de dois elementos com
indicação de concordância bastante baixa, a exemplo do que ocorreu no grupo das atividades
precedentes. Tratam-se dos requisitos 8 (democratização da informação) e 9 (integração dos
planos).
Também aqui se verifica a consistência entre essas baixas indicações. De fato, se a
informação não é democratizada, automaticamente fica prejudicada a integração dos planos.
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Ora, como poderá ocorrer essa integração se as informações não são de conhecimento dos
operadores envolvidos no plano? Daí a consistência entre as fragilidades.
Essas inconsistências aqui tratadas também guardam relação com as baixas indicações
de requisitos do grupo anterior, a evidenciação de objetivos, políticas e premissas-chave; e a
delegação. Verifica-se, assim, que há correlação interna, ou seja, a baixa adesão de um
requisito automaticamente leva a igual fraqueza em requisitos relacionados. Seja como for,
essa acumulação de fraquezas, de forma consistente entre os requisitos, revela-se desfavorável
pois conduz a uma fragilidade crescente de todo o processo orçamentário.
Concordo parcialmente
Discordo parcialmente
Concordo totalmente
Discordo totalmente
Total
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
Nº Requisitos
1
5
1 Disciplina de gastos 5,0 3,7 7,5 10,0 73,8 100,0
4 Avaliação de desempenho 8,8 2,5 12,5 15,0 61,2 100,0
Transferência de conhecimento
7 5,0 7,5 8,7 11,3 67,5 100,0
especializado
12 Identificação de inconsistências 10,0 7,5 15,0 12,5 55,0 100,0
18 Controle 28,8 18,7 15,0 10,0 27,5 100,0
19 Processo de feedback 5,0 7,5 6,2 15,0 66,3 100,0
20 Mecanismo de avaliação de gestores 338 23,7 10,0 17,5 15,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa.
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que isso pode comprometer as utilidades do processo orçamentário de forma bastante
acentuada não parece ser um exagero, mas ao contrário, apenas fruto de um raciocínio lógico.
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Poersch (2010) trata do uso da contabilidade para um adequado processo de controle.
Cita a elaboração de uma previsão orçamentária anual, a qual é mensalmente comparado com
o gasto real e discutido com os condôminos em assembleia para reajuste da taxa condominial
a ser cobrada nos meses seguintes até que nova avaliação seja realizada. Não comenta como é
feita essa previsão mas fica patente o seu foco utilitarista no cálculo da taxa de condomínio.
Priore et al (2015) trata da importância do planejamento orçamentário como instrumento de
controle em um condomínio localizado em São Paulo. O estudo se deu em um condomínio
considerado falido. Com a demissão do sindico e administradora de então, e contratação de
um profissional do setor, prepararam um orçamento que ao longo do tempo permitiu a plena
recuperação do condomínio via redução de gastos desnecessários e comprovado desvio de
recursos. Apesar dessas utilidades, também defendida neste estudo, o trabalho não
pormenoriza como ocorreu o processo orçamentário (plano, execução e controle),
inviabilizando análise comparativa com este estudo, apesar da pertinência do estudo.
O estudo de Feliciano e Leal (2012), muito bem elaborado, destaca, entre outros
procedimentos de gestão econômica e financeira de condomínios localizados em Uberlândia
(MG), como aqui também é feito, a utilidade do plano orçamentário. Sem detalhar como é
efetuado, as autoras destacam a existência de um orçamento de curto prazo (anual) para
estabelecimento da taxa condominial que será cobrada no período e outra previsão
orçamentária de longo prazo para fins de estimativa e informação aos gestores os valores
futuros dessa mesma taxa. Apesar do interesse dos condôminos pelas informações dadas nas
assembleias, contando com o apoio de uma assessoria ao síndico, nota-se a ênfase na
preocupação da fixação de taxas de condomínios e não com o foco amplo de planejamento,
execução e controle que é tratado neste estudo.
Também com foco diferenciado tem-se os trabalhos de Segreti e Farber (2006) e
Sornberger et al. (2009). O primeiro faz uma análise da adequação das informações
econômicas e financeiras para tomada de decisão em condomínios residenciais de São Paulo.
O segundo trata do tema em outra região brasileira, no estado do Mato Grosso, cidade de
Sorriso. Teve como objetivo fazer um diagnóstico da utilização de informações contábeis por
gestores de condomínios nessa cidade. Ambos também não apresentam base de comparação.
Todos os artigos consultados citam o crescimento dessa atividade de gestão, dada a
explosão da atividade imobiliária, ultimamente na figura de maiores e mais sofisticados
conjuntos de edifícios e condomínios horizontais. Dado a isso é de esperar que essa
administração condominial também seja levada a se profissionalizar mais ainda, situação em
que a gestão também se prepare para novos desafios. Em sendo assim, o planejamento e
controle orçamentário se tornará mais ainda necessário. Essa pesquisa contribui para isso.
5 Considerações finais
Esta pesquisa teve como objetivo analisar a percepção de síndicos sobre o uso do
planejamento orçamentário como ferramenta de gestão na administração de condomínios da
zona norte de Porto Alegre/RS. Para atingir este objetivo efetuou-se uma revisão teórica sobre
o tema planejamento orçamentário, utilizando-se as obras de Schmidt (2002) e Nascimento e
Reginato (2015) para a construção do instrumento de coleta da pesquisa e identificar o uso
dos requisitos orçamentários sob a ótica de síndicos.
Foi possível observar que o perfil dos respondentes é predominantemente do sexo
masculino; possuem mais de 50 anos de idade; curso superior completo; são síndicos entre 5 a
10 anos e; a maioria foi eleita em assembleia do condomínio. Verificou-se que dos 21
requisitos do planejamento orçamentário apresentados, 15 são utilizados como ferramenta de
gestão, são eles: disciplina de gastos; visibilidade; definição da responsabilidade de gestores;
avaliação de desempenho; instrumento de validação da estratégia; transferência de
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conhecimento especializado; recursos e prazos; identificação de inconsistências; otimização
de recursos; exequibilidade; participação; comunicação; autoridade e responsabilidade versus
competências; processo de feedback e; prazos. Estes resultados convergem com os estudos de
Schmidt (2002) e Nascimento e Reginato (2015).
Constatou-se também que não houve concordância quanto a seis requisitos:
evidenciação de objetivos, políticas e premissas-chave; democratização da informação;
integração dos planos; delegação e; mecanismo de avaliação de gestores. Destaca-se ainda,
que o requisito de controle não houve um consenso dos respondentes.
Diante dos resultados obtidos, acredita-se que esta pesquisa contribuiu para o meio
acadêmico e profissional evidenciando aspectos teóricos e práticos sobre o tema planejamento
orçamentário em condomínios de forma diferenciada do que se encontra em artigos sobre o
tema de gestão condominial. Recomenda-se para estudos futuros aprofundar o fenômeno
estudado por meio de uma pesquisa qualitativa e estudos de casos em profundidade, a fim de
verificar como esses requisitos orçamentários contribuem para a administração de
condomínios, bem como efetuar comparativos entre as percepções dos assessores
profissionais, síndicos e conselheiros eleitos em assembleia e condôminos residentes.
Referências
Almeida, A. R.; Bortoli, D. & Souza, J. V. (2015). A contabilidade e a auditoria na gestão dos
condomínios como forma de auxiliar a transparência e a prevenção de fraudes: estudo de
caso em condomínios de Florianópolis. Revista Empreendedorismos e Sustentabilidade,
1(1), 1-19.
Brasil. (2002). Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Instituiu o Código Civil. Publicado
pelo Diário Oficial da União (DOU), edição de 11 jan. 2002, Ano 89, n. 8, seção 1, p 1.
Brasília, DF.
Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.
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Gitman, L. J. (2002). Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbas.
Richardson, R. J. (2014). Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas.
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Wagner, E. L. (2015). Análise da eficiência dos relatórios contábeis voltados à prestação de
contas em condomínio. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.
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