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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

Cadeira: Psicologia da Família

TEMA

Família e Família

Nome dos Estudante:

 Argentina Inês Luciano Mpuana


 Graciano Sixpense
 José Paulino
 Ricarda Amoda

LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLINICA, PÓS LABORAL

3º ANO, 1º SEMESTRE

Chimoio, Março de 2024


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

Cadeira: Psicologia da Família

TEMA

Família e Família

DOCENTE:

Msc: Ana Paula Nota

LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLINICA, PÓS LABORAL

3º ANO, 1º SEMESTRE

Chimoio, Março de 2024

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Índice
CAPITULO I: ................................................................................................................................... 4

1.Introdução ...................................................................................................................................... 4

1.1.Objectivos: .................................................................................................................................. 5

1.1.1 Objectivo geral: ........................................................................................................................ 5

1.1.2.Objectivos específicos: ............................................................................................................. 5

1.1.3.Metodologia do trabalho .......................................................................................................... 5

CAPITULO II: .................................................................................................................................. 6

2. Psicologia da Familia .................................................................................................................... 6

2.1.Conceito da Família .................................................................................................................... 6

2.2.Tipo de Família ........................................................................................................................... 8

2.3.Função da Família ....................................................................................................................... 9

2.4.Organismo vivo Funcional .......................................................................................................... 9

2.5.Tempo e Espaço da Família ...................................................................................................... 11

2.6.Funcionamento familiar ............................................................................................................ 13

2.7.Problemas futuros ...................................................................................................................... 14

CAPITULO III ................................................................................................................................ 14

3. Conclusão .................................................................................................................................... 15

4.Referencia bibliografia ................................................................................................................. 16

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CAPITULO I:

1.Introdução

A família está intrinsecamente envolvida no processo saúde/doença dos seus membros e


representa uma importante fonte de suporte à pessoa doente hospitalizada. É necessário reflectir
a essência da prática de enfermagem no cuidado à família, de forma a reduzir o sofrimento
emocional, físico e espiritual dentro da unidade familiar, garantindo cuidados competentes e de
excelência. A intervenção de enfermagem centrada na família é uma abordagem do cuidar,
fundamentado na relação colaborativa e internacional entre profissionais e famílias. A
reestruturação dos cuidados de saúde expandiu e ampliou a prática de enfermagem com base na
família, razão pela qual entendemos pertinente conhecer as atitudes dos enfermeiros na
abordagem à família para a sua integração no processo de cuidados.

A família é um constructo pluridimensional e multicultural, o que significa que as vivências


no contexto familiar são diversificadas conforme as diferentes culturas e através dos
tempos. Por isso, deve ser estudada ao nível micromolécula, mas também macrossocial –
porque funciona como interface de outros sistemas sociais e o seu estudo deve ainda abordar
os problemas numa perspectiva holística sem de contextualizar o indivíduo.

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1.1.Objectivos:

1.1.1 Objectivo geral:

 Analisar os estudo sobre Família,

1.1.2.Objectivos específicos:

 Definir o conceito da Família;


 Descrever os tipos de Família;
 Identificar Organismo vivo Funcional da Família,

1.1.3.Metodologia do trabalho

O trabalho é resultado de algumas leituras realizadas em torno do tema em análise. Para tal
recorreu-se a levantamentos bibliográficos sobre o assunto em foco, permanecendo na reflexão
teórica. A pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias, abrangeu a bibliografia já tornada
pública em relação ao tema em estudo, desde publicações avulsas, jornais, revistas, livros,
internet, e mais.

Portanto, a parte final do trabalho (conclusão) contém a síntese do desenvolvimento do mesmo,


articulada aos temas e objectivos da pesquisa. E as referências bibliográficas apresentam-se
numa listagem em ordem alfabética crescente das fontes citadas no trabalho obedecendo o
regulamento recomendado.

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CAPITULO II:

2. Psicologia da Familia
O surgimento de uma nova disciplina, nos anos de 1980, nos Estados Unidos, pode ser
entendido como o resultado do movimento de integração entre diferentes perspectivas teóricas
e da expressiva diversidade de temas de interesse no campo de estudos sobre família (Pinsof,
1992; Ponciano, 2017). Fundada a nova Divisão (43) da American Psychological
Association (APA), cria-se oficialmente, em 1984, a disciplina chamada Psicologia da
Familia. Se for considerada de maneira ampla, e não regulamentada como disciplina, uma
psicologia da família pode ser identificada como forma de atuação vinculada à clínica com
famílias e casais, sendo exercida, principalmente, por profissionais de variadas disciplinas que
praticam a psicoterapia de família, além dos psicólogos que atendem a família, devido a
características da sua clientela, como no caso de atendimento a crianças (Vane & DeMaria,
1988)

Como disciplina, surgida nos EUA, sofre grande influência da Terapia de Família, a exemplo
de um artigo de Patrícia Minuchin (1985) que já evidenciava uma articulação entre o
desenvolvimento individual e o familiar, entre a Abordagem Sistêmica e a Psicologia do
Desenvolvimento, a partir do conceito de Ciclo de Vida. A Psicologia da Família possui, no
entanto, suas próprias características, representando a matriz de um conhecimento psicológico,
envolvendo o desenvolvimento de teorias, de pesquisas e de práticas, a respeito da família
contemporânea e seu extenso contexto, em uma perspectiva de diálogo com várias áreas da
Psicologia e, sendo caracterizada pela interdisciplinaridade, é influenciada pelas Ciências
Sociais e da Saúde, de um modo geral (Kaslow, 2001; L'abate, 1998; Parker, 2017).

2.1.Conceito da Família

O Homem pela sua natureza é um ser sociável, membro de uma família e de uma comunidade.
A necessidade de socialização do individuo é-lhe intrínseca, vive em comunidade e integra-se
num contexto social e familiar que o influencia e o acompanha em todas as fases da sua vida,
desde o seu nascimento até à morte. De uma forma geral, todos nós sabemos o que é a família,
como funciona, quais as principais preocupações e quais as competências que lhe são
atribuídas. Todos pensamos nela como um lugar de partilha de afectos, de cuidados e de
responsabilidades. Acosta, 2007, p. 21-36.

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Segundo Figueiredo, 2009. P. 153-155. A família é, para a Psicologia, revestida de uma
importância capital, dado que é o primeiro ambiente no qual se desenvolve a personalidade
nascente de cada novo ser humano. Assim, a família é vista como o primeiro espaço
psicossocial, protótipo das relações a serem estabelecidas com o mundo.

É a matriz da identidade pessoal e social, uma vez que nela se desenvolve o sentimento de
pertinência que vem com o nome e fundamenta a identificação social, bem como o sentimento
de independência e autonomia, baseado no processo de diferenciação, que ”permite a
consciência de si mesmo como alguém diferente e separado do outro. O pertencer é constituído,
por um lado, pela participação da criança nos vários grupos familiares, ao acomodar-se às
regras, padrões internacionais e compartilhar da cultura particular da família, que se mantém
através do tempo, como mitos, crenças, hábitos... (Minuchin, 1976).

A Organização Mundial Saúde (OMS) define a família como o contexto de promoção


da saúde e redução da doença, onde desde que nascem, os indivíduos desenvolvem
crenças e comportamentos de saúde. Reconhecendo as inúmeras mudanças na
nossa sociedade, principalmente no acesso aos serviços de saúde, a família ocupa o
principal papel de cuidador em situações de doença e a principal fonte de suporte
soco emocional do indivíduo, sendo a ela também, o amortecedor do impacto das
transformações sociais.

A família, estrutura constituída como um todo organizado, sofre mudanças importantes


e um impacto emocional relevante durante a hospitalização de um dos seus membros.
As angústias, os medos, os sofrimentos e as dúvidas estão presentes, assim como as
incertezas do tratamento e o prognóstico. Neste contexto, a família como unidade
caracteriza-se essencialmente pelas inter-relações estabelecidas entre os seus
membros, num contexto específico de organização, de estrutura e funcionalidade
(Figueiredo, 2009)

Designa-se por família o conjunto de pessoas que possuem grau de parentesco ou laços
afetivos e vivem na mesma casa formando um lar.

Uma família tradicional é normalmente formada pelo pai e mãe, unidos por matrimónio, e por
um ou mais filhos, compondo uma família nuclear ou elementar. Na Constituição brasileira, a
família é abrangente, pois considera diversas formas de organização baseadas na relação
afectiva e na convivência.

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A família é considerada uma instituição responsável por promover a educação e cuidado dos
filhos, bem como a responsável por influenciar o comportamento dos mesmos no meio social.

O papel da família é relacionado com a socialização. Nesse processo são transmitidos os


valores morais e sociais, bem como as tradições, os costumes e os conhecimentos perpetuados
através de gerações. (Figueiredo, 2009. P. 153-155)

Pela lei, espera-se que o ambiente familiar seja um lugar de afecto, cuidado, segurança,
conforto e bem-estar proporcionando o respeito à dignidade de cada um de seus membros.

2.2.Tipo de Família

 Família Matrimonial: formada pelo casamento.

 Família Informal: formada pela união estável.

 Família Monoparental: qualquer um dos pais com seu filho (ex.: mãe solteira e seu
filho).

 Família Ana parental: Sem pais, formadas apenas pelos irmãos.

 Família Reconstituída: Pais separados, com filhos, que começam a viver com outro
também com filhos.

 Família Unipessoal: Apenas uma pessoa, como uma viúva, por exemplo.

 Família Paralela: O indivíduo mantém duas relações ao mesmo tempo, por exemplo,
casado que também possui uma união estável.

 Família Eudemonista: formada unicamente pelo afecto e solidariedade de um


indivíduo com o outro, buscando principalmente a felicidade.

 Família nuclear: Duas gerações com filhos biológicos, mais comum em culturas
ocidentais. É composta por um homem e uma mulher, onde ambos mantêm um
relacionamento com um ou mais filhos.

 Popenoe: Família nuclear tradicional, ou seja, a esposa é dona de casa e o marido


sustenta a família.

 Famílias extensas, com três ou quatro gerações: Composto por familiares e agregados
que habitam o mesmo local.
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 Famílias adotivas: familiares que adotam um filho não consanguíneo.

 Casais: casais que se enlaçam matrimonialmente, mas que não tem filhos.

 Famílias monoparentais: Composto por um pai ou mãe, que cuida de uma criança
abaixo de 18 anos.

 Famílias Homoafetivas com ou sem filhos: Casais homossexuais, ou seja, constituída


do mesmo sexo, que adotam ou não filhos.

 Famílias reconstruídas: Uniões constituídas por pessoas que se divorciaram, e


construíram novas famílias.

 Várias pessoas vivendo juntas, sem laços legais: Casa compartilhada, por exemplo:
repúblicas.

2.3.Função da Família

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a família desempenha as seguintes funções:

 Reprodução e regulação sexual - garantindo a perpetuação da espécie;


 Socialização e função educativa - transmitindo a cultura, valores e costumes através das
gerações;
 Manutenção e produção de recursos de subsistência - determinando a divisão do
trabalho de seus membros e condicionando a contribuição para a vida económica da
sociedade.

2.4.Organismo vivo Funcional

Organização Mundial Saúde (OMS) afirma que Na família funcional, os pais concentram as
energias no ensino de princípios correctos aos filhos e permitem que exerçam o livre-
arbítrio. Na condição de pai e avô, reflicto bastante e esforço-me para oferecer o máximo
possível de amor, instrução, tempo, cuidado, auxílio, orientação e atenção para ensinar a meus
filhos e netos princípios correctos. Isso inclui ensinar-lhes que as escolhas têm consequências,
tanto positivas como negativas.

Às vezes, como pais, cedemos à tentação de assumir o papel de gerente que tenta controlar os
filhos, por esperarmos determinado resultado. O problema com essa atitude é que os filhos
resistem à coerção ou compulsão, principalmente ao ficarem mais velhos. Quanto mais agirmos

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como instrutores, consultores e guias e agirmos menos como gerentes, mais êxito teremos. Isso
quer dizer que ensinamos a nossos filhos princípios correctos, conforme permitam sua
maturidade e experiência, continuamos a conceder-lhes maior autonomia para fazerem escolhas
e colherem as consequências. (Figueiredo, 2009. P. 153-155)

Na família funcional, os pais fortalecem intencionalmente a família. Isso quer dizer que é
preciso ponderar com regularidade e sigilo as necessidades de cada filho e avaliá-las à luz das
necessidades gerais da família. Muitos de nós nos encontramos constantemente reagindo aos
desafios da vida. Agendas movimentadas e as muitas obrigações da vida podem dificultar a
tentativa de decidirmos como desejamos viver e atender às necessidades e expectativas da
família. Isso implica que as circunstâncias, outras pessoas ou velhos hábitos podem acabar por
ditar como reagiremos a determinada situação, em vez de a decisão ser tomada por nós mesmos
quanto ao modo de agir. Nem é preciso dizer que tais reacções costumam levar a situações
desagradáveis em que não estamos à altura de nosso potencial. (Wagner, 2003, p.201-214).

Na família funcional, os relacionamentos são de fundamental importância. É uma boa ideia


examinar regularmente a condição de cada relacionamento na família. Nunca se sabe quando
poderá haver uma necessidade específica não atendida que, por algum motivo, seus filhos não
lhes tenham contado. Ao ouvir com cuidado e ser sensível ao Espírito, conseguirão discernir
melhor como seus filhos estão-se saindo e quais são as necessidades deles.

É claro que isso levanta um questionamento: quando vocês percebem que alguém em sua
família precisa de ajuda, seja num relacionamento com você ou com outra pessoa, como pode
ajudar a melhorar a situação? Algo que aprendi é que, via de regra, os relacionamentos não
melhoram acidentalmente; na verdade, melhoram quando fazemos desse resultado uma
prioridade.

Na família funcional, os pais são professores activos. Adão e Eva foram excelentes exemplos
de pais que eram bons professores. Por exemplo, “Adão e Eva (…) deram a conhecer todas as
coisas a seus filhos e suas filhas” (Moisés 5:12). Ensinaram aos filhos os princípios do
evangelho, como o plano de salvação e a importância das bênçãos decorrentes da obediência
aos mandamentos. Temos a mesma responsabilidade: não só de preparar os filhos para a vida,
mas também de ensinar-lhes o evangelho. Se deixarmos a instrução espiritual de nossos filhos
ao acaso ou a transferirmos a terceiros, corremos o grande risco de que eles não aprendam as
coisas que lhes trarão a verdadeira felicidade. (Figueiredo, 2009. P. 153-155)

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Na família funcional, os pais guiam pelo exemplo. Os filhos estão sempre nos vigiando e
observando nosso comportamento, quer tenhamos consciência disso ou não. Em meu papel de
pai, regularmente avalio minha conduta e pergunto a mim mesmo: “Posso recomendar que
meus filhos sigam meu exemplo na esfera pública e privada?” Se a resposta for negativa, faço
as correcções necessárias. (Wagner, 2003, p.201-214).

2.5.Tempo e Espaço da Família

Na compreensão relacional sistémica funcional é um comportamento ou um fato que possibilita


aprendizagens, crescimento e movimento, e que é coerente com o contexto de espaço e tempo
em que se encontra. Se avaliarmos uma estrutura familiar só sob o ângulo dessa definição de
funcional já podemos enxergar como e quando uma família está sendo funcional ou
disfuncional na criação dos seus membros.

Segundo Mizrahi, ( 2004).Tendo em vista a questão de coerência com o contexto de espaço e


tempo se conclui que para esta avaliação de funcionalidade não pode haver verdades absolutas,
e todos os parâmetros devem ser ajustados à realidade de cada família específica. No entanto,
de uma forma geral, existem alguns itens que são importantes na estruturação de uma família
que auxilie seus membros a serem mais funcionais – que aprendam, cresçam, sejam autónomos
e responsáveis. (Wagner, 2003, p.201-214).

Certamente, existem famílias que ajudam mais, e outras que ajudam menos seus membros a
crescer como pessoas funcionais. Uma família funcional é aquela que cumpre suas funções
básicas de criação e desenvolvimento dos seus membros de uma forma firme e flexível,
adaptada às circunstâncias e aos fatos de cada momento e que ajuda a todos a estarem sempre
num processo de tomada de consciência, de aprendizagem e de crescimento. Mizrahi, ( 2004).

Uma das formas de avaliar a funcionalidade de uma família é avaliando as suas fronteiras.
Fronteira é um limite virtual que define quem é e quem não é daquele sistema. No caso da
família, essa fronteira deve ser nítida, no sentido de definir quais tarefas e funções dos
membros da família devem ser desempenhadas por eles, e por outro lado possibilitar
intercâmbio, contacto e aprendizagens com outras pessoas de outras famílias ou da família
extensa.

De acordo Mizrahi, ( 2004).Quando as fronteiras dentro da família (casal, filhos, pais) não são
bem definidas, é comum ter um filho ocupando uma tarefa ou uma função que não deveria ser
sua. Com isso, ele tem seu desenvolvimento perturbado; seu crescimento é impedido; a

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passagem das etapas, a mudança de funções, a capacidade de exercer actividades criativas
ficam alteradas. Por exemplo, uma criança que esteja demasiadamente engajada e
comprometida com seus pais, que sejam incapazes de ter suficiente intimidade entre si, está
cumprindo funções antinaturais, e seu lugar como filho encontra-se mal definido. Isso vai, no
futuro, dificultar que ela se liberte e organize sua vida amorosa, afectiva e sexual, que construa
sua própria família.

No caso de haver uma não-separação dentro da família e um fechamento com relação ao


mundo externo, a família aprisiona seus membros, sem possibilitar o desenvolvimento da
autonomia.

Outra forma de avaliar a funcionalidade familiar é verificar se estão desenvolvendo no seu dia a
dia as aprendizagens sistémicas que são imprescindíveis para a criação de indivíduos funcionais
e que é na família de origem o melhor lugar para treiná-las. Mizrahi, ( 2004).

Algumas dessas aprendizagens são ligadas à:

 Limites: toda criança precisa deles. Os limites começam a ser definidos já na volta da
maternidade dependendo da forma que vão lidar com espaços, com tarefas, com horários.
E seguem por toda a vida familiar. Implica em direitos e deveres, regras, orientação,
contratos e muitos outros itens que darão à criança a certeza de ser amado, cuidado e
orientado. A falta de limites claros gera na criança a sensação de estar à deriva, de não ter
com quem contar, de insegurança e desamor.

 Abertura e fechamento: implica em aprender o que é público e o que é privado; o quanto


se pode abrir e aprender com outras pessoas, com outras famílias, com outros parentes. E
também o quanto devem se fechar dentro da família para manter a identidade, a estrutura
e o aconchego familiar.

 Equilíbrio dinâmico: é a possibilidade de lidar de forma flexível com todos os aspectos


familiares, mantendo a estrutura e o equilíbrio mas adequando-os às mudanças, aos
momentos do ciclo vital familiar, aos imprevistos.

 Trocas afetivas: saber conectar com seus sentimentos e sensações, saber expressá-los,
saber ser continente do afeto e do sentimentos dos outros. Dos sentimentos ditos positivos
– amor, carinho, aconchego, cuidado – como também dos chamados negativos – raiva,
medo, mágoa, tristeza.

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 Desenvolvimento de auto estima: que depende da certeza de que tem a capacidade. É um
processo de descoberta e treinamento das competências reais. Pressupõe aprender a lidar
com as diferenças – de opiniões, de características, de habilidades – e com a valorização
de cada um, mesmo muito diferente. É aprender a lidar com solidão, rejeição e
privacidade.

 Tarefas: todos na família devem e precisam cooperar na manutenção da vida familiar.


Numa família funcional todos têm tarefas e responsabilidades; cada um na sua
capacidade, competência e condições. Desde guardar os brinquedos após o uso até prover
o sustento familiar.

 Autonomia: adequar o que cada um pode fazer sozinho, precisa de supervisão ou não tem
idade/habilidade/competência para fazê-lo.

 Independência: o direito à liberdade e independência deve ser concedido a partir de prova


de competência e responsabilidade. Este é um dos poucos parâmetros que podem auxiliar
o limite a ser usado.

2.6.Funcionamento familiar

Uma família disfuncional é aquela em que necessidades materiais, sociais, espirituais, afectivas
e culturais deixam de funcionar correctamente. O resultado dentro do ambiente familiar podem
ser crianças severamente afectadas psicologicamente. (Wagner, 2003, p.201-214).

Isso geralmente ocorre quando os membros da estrutura familiar deixam de contribuir para que
o ambiente seja positivo. O resultado são relações cada vez mais fragilizadas e desgastadas e
que acabam impactando nos membros mais jovens, em geral, as crianças.

Para compreender melhor o que é uma família disfuncional e evitar que situações assim surjam
dentro de um lar.

Ambiente familiar. Alguns deles requerem maior atenção e busca inclusive de ajuda
profissional, como psicólogos. Os mais comuns são a dependência e manipulação emocional.

No caso da dependência emocional, ela poderá limitar o crescimento e desenvolvimento de


seus membros. Em contrapartida, uma superprotecção dos pais causa insegurança e uma
dependência exagerada dos filhos. Por outro lado, a imaturidade dos pais pode ocasionar a
manipulação e o subjugamento do outro membro familiar.

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Já o excesso de autoritarismo e domínio absoluto por parte dos pais pode causar a disfunção, já
que o abuso físico ou verbal faz com que o resto dos familiares aceitem ser subjugados. Neste
caso, pais e filhos considerarão o abuso e a violência como algo normal em suas vidas,
causando sérios danos futuros ao psicológico de seus integrantes. (Figueiredo, 2009. P. 153-
155)

Para evitar a disfunção, o ideal é encontrar um ponto de equilíbrio que limite a convivência
familiar. Esses limites não podem ser muito inflexíveis e que coajam toda expressão de
personalidade. Mas também não podem ser extremamente relaxados, em que deixe de existir o
respeito e as crianças não criem vínculos de identificação familiar. (Wagner, 2003, p.201-214).

Já a comunicação deve ser sempre respeitosa, evitando que pais briguem na frente dos filhos,
ou que eles não se sintam cômodos ao expressarem suas dificuldades, problemas, ou o que
pensam. Se houver reprimenda em exagero, novamente pode haver bloqueio entre os membros
da família, dificultando ainda mais a comunicação entre seus integrantes.

Outro ponto fundamental para evitar a criação de uma família disfuncional é a falta de empatia.
Ela é uma das necessidades básicas num núcleo familiar e, a partir do momento que isto deixa
de existir, os membros deixam de ser sensíveis entre eles. Isso gera falta de tolerância e excesso
de culpa e julgamentos. Além disso, em casos de família disfuncional, crianças podem se
sentirem rejeitadas ou maltratadas. (Wagner, 2003, p.201-214).

2.7.Problemas futuros

Confira no nosso guia completo sobre psicólogo e psicoterapia. Nele você encontrará dicas do
que considerar na escolha do seu psicólogo.

Como você pode observar até aqui, uma família disfuncional pode causar enormes dificuldades
às crianças, que se tornarão em um adulto com problemas comportamentais. Por isso, mais que
identificar problemas no ambiente familiar, é importante buscar auxílio de psicólogo para tratar
os problemas e, quem sabe, até uma terapia de casais para que os reflexos dos problemas não
atinjam as crianças. (Wagner, 2003, p.201-214).

De acordo (Figueiredo, 2009. P. 153-155). Há também casos de crianças que foram criadas em
ambientes disfuncionais, mas que se tornaram adultos com elevada auto-estima e seguros de si,
graças à sua resiliência interna. Mas, infelizmente, nem sempre os traumas da infância podem
ser superados sem a ajuda de um processo terapêutico.

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CAPITULO III

3. Conclusão

Concluímos que a família tem um papel importante, qual seja, o de mediar o modo como as
pessoas com deficiência vão enfrentar os desafios relatados nos estágios diante da deficiência
adquirida. Diante de uma fatalidade com um dos seus membros, é comum a família se
reorganizar na distribuição de tarefas e funções, desconsiderando as vontades próprias do
sujeito, agora deficiente.

A família tem várias formas de adaptação quando há o nascimento ou o acontecimento da


deficiência em um de seus membros. Sem dúvida, os membros de uma família dificilmente
podem manter a rotina habitual quando uma anomalia grave que causa deficiência física se
manifesta entre um dos seus membros e, na vida quotidiana, muitas mudanças de papéis e
funções entre eles devem ocorrer para também acolher as necessidades do membro deficiente.

Uma família disfuncional é aquela em que necessidades materiais, sociais, espirituais, afectivas
e culturais deixam de funcionar correctamente. O resultado dentro do ambiente familiar podem
ser crianças severamente afectadas psicologicamente. Na família funcional, os relacionamentos
são de fundamental importância. É uma boa ideia examinar regularmente a condição
de cada relacionamento na família. Nunca se sabe quando poderá haver uma necessidade
específica não atendida que, por algum motivo, seus filhos não lhes tenham contado. Ao ouvir
com cuidado e ser sensível ao Espírito, conseguirão discernir melhor como seus filhos estão-se
saindo e quais são as necessidades deles

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4.Referencia bibliografia

 CARNEIRO, M. J. A Desagradável família de Nelson Rodrigues.


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L/ma Nova família? Rio de Janeiro: Zahar, Press, 1976.1986.
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