Turnê Internacional

Felipe Julián/Axial
Felipe Julián é produtor e integrante do Projeto Axial. Com três álbuns lançados já percorreu o Brasil e
alguns paises da Europa com esse projeto. Atua também como professor do curso de Produção Musical na
Anhembi Morumbi e é o criador do sistema Bagagem de distribuição digital de música. Um aplicativo que
une grupos musicais à artistas visuais.

- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Dificil dizer. Mas atualmente estou acreditando que ele deva ter gerado
uma boa estrutura no Brasil antes de viajar. No mínimo precisa ir viajar
com um portfolio de boas realizações por aqui e com uma presença digital
na Web bem organizada (sites de distribuição, matérias, videos etc..) pois
se ele pretende voltar a viajar, precisa garantir que o público que ele vai
conquistar nessa primeira viagem, tenha como continuar a relação com o
artista. Com o Axial, decidimos montar um projeto de residência aqui em
São Paulo mesmo para que, dessa residência e da parceria com outros
artistas nesse mesmo espaço, possamos gerar material e argumentos
suficientes para fazer uma turnê na europa ou na américa latina em
condições menos mambembes do que as que fizemos anteriormente. Acho
que acaba-se dando muita "amostra gratis" ou "pocket show" pros
estrangeiros e pouco "espetáculo". E ai fica uma sensação de que a musica
brasileira é meio assim mesmo. Faz do jeito que der. Eu captei um pouco
dessa opinião quando fui para a Alemanha.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Se você descobrir me diga. Atualmente estou pensando que 6 meses é
muito pouco. E quais as etapas? dificil dizer pois tudo depende da
existência prévia de convites ou não. Se já há um produtor ajudando lá
fora, tudo fica mais fácil.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Não que eu saiba. Sei que há ajuda de passagens aéreas via MinC. Existem
bolsas de intercâmbio para residências mas raramente é para mais de um
artista.
Já achei que os bancos poderiam dar linhas de crédito para exportação de
bens culturais. Mas acho que isso é bastante complexo pois a maior parte
desse dinheiro será gasto fora do pais.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
Acho que o Brasil é muito profissional em realização de shows. Se você
sabe produzir um show pra um festival daqui vai ser igual fora daqui.
A maior dificuldade que vejo é a distância com a Europa e EUA. A
distância encarece e dificulta tudo. Se houvesse um circuito
latinoamericano consistente seria muito mais fácil. E se houvesse trem
entre os paises então teriamos um fenomeno cultural acontecendo na
America Latina. Essa dificuldade de transito é muito grave aqui. Lá na
europa você vai de trem a um preço baixo de um lugar para o outro
carregando todo seu equipamento sem custo adicional e chegando com ele
em perfeito estado. Na verdade, estando na europa (conheço apenas
Alemanha, Portugal e Rep. Tcheca) a produção de um show ou de mais de
um show parece mais fácil do que em São Paulo. A dificuldade é estar lá.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Distância. Pouco acesso às pessoas e espaços estando tão longe.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Juro que sinto que ocorra o oposto. Parece que lá fora você precisa
divulgar menos do que aqui! Talvez o fato de ser um grupo extrangeiro
desperte mais atenção. Mas sempre que tocamos fora, houve publico
naturalmente. Se o Axial quiser tocar em Bauru, vai ter que catar o publico
na unha.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Sem dúvida! Mas o MySpace já não é o mesmo e acho que o boom já foi.
Continua valendo mais o boca a boca. Mas há muitas ferramentas novas.
Estive utilizando o SonicBids, o Reverbnation, o BandCamp e o
ArtistData. Todos muito interessantes mas pouco indicados para quem está
no Brasil. Eu acho que deveria haver algum serviço equivalente
gerenciado aqui no Brasil que fomentasse o mercado interno e auxiliasse
na viagem para o exterior. O ArtistData seria fantástico mas só faz sentido
usá-lo quando você já está lá.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Minha experiência não é tão grande pra responder esta. Mas eu diria que
nunca se deve marcar um show no mesmo dia em que se vai chegar de
avião na cidade. Tudo pode dar errado.
Também não se devem subestimar as distâncias entre as cidades. De
resto... não saberia o que dizer
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Sinto que a Alemanha gosta muito do Brasil. Estou certo que a Argentina
também. Mas é mais fácil ir para a Alemanha do que Argentina.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Isso só voce vai poder responder!! ; )

Juliano Zappia
Juliano Zappia é jornalista e produtor, tendo passado a última década em Londres, onde atuou como publisher da
revista mensal e bilíngue JungleDrums (www.jungledrumsonline.com). Na capital inglesa, organizou o primeiro festival
de cinema brasileiro (New Brasil, em 2005), além do maior evento ao ar livre tendo o Brasil como tema, o Tô Dentro!,
na beira do Rio Tâmisa, em 2006. Também produziu e promoveu shows de diversos artistas brasileiros de grande
expressão como Maria Rita, Vanessa da Mata, Adriana Calcanhotto e Céu. Fez jornalismo na PUC, cursou também na
Birkbeck University e estudou “Creative Business” na Greenwich University, em 2008. Antes da ida a Inglaterra, foi
produtor de música da AOL Brasil e atuou como jornalista responsável pela cobertura ao vivo do festival Rock In Rio 3,
em 2001. Colaborou com os jornais The Guardian e Folha de São Paulo e diversas publicações como Superinteressante,
Time Out, Billboard, Set, Capricho e Bizz.

- Qual é o momento certo para um
artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Não existe fórmula, mas ter o CD
lançado na Eurpopa ou EUA ajuda,
principalmente pra chamar a atenção da imprensa local, rádios e websites.
O ideal é tentar pegar carona na época de festivais da Europa.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Para um artista de medio porte (por exemplo Vanessa da Mata), pelo
menos 4 meses de venda de ingressos, para isso acontecer, o agente deve
entrar em contato com o promotor com as datas certas com minimo de 6
meses de antecedencia
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Algumas embaixadas brasileiras ajudam com gastos, mas anda cada vez
mais dificil.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
Depende do artistas e da fase da carreria. Uma Maria Rita pode querer
trazer a sua turne igual a do Brasil e fazer do show algo proibitivo pro
mercado internacional, mas outros artitas com certeza encontraram
condicoes (qualidade do som ,estrutura da casa) como nunca viram no
Brasil. A maior dificuldade é fazer o artista entender que tem que adaptar
o seu show para fora, e isso inclui o repertorio e a maneira que ele conduz
o show.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Hoje em dia com a crise na Europa, queda do dolar e fortalecimento do
real, é a quantidade alta que o produtor precisa vender de ingressos para
não perder dinheiro. Conseguir apoio de imprensa em alguns paises
tambem é muito complicado (a concorrencia com a musica africana acaba
atrapalhando o Brasil), apoio da embaixada tambem. Os custos sao altos e
o retorno pro produtor e banda, baixos. Antigamente, valia sofrer e fazer
isso para divulgar o novo trabalho, vender CDs, hoje em dia isso não
acontece mais.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Depende. Se o artista for tocar pra comunidade brasileira fora, não, o custo
é relativamente barato. Já para um artista que quer chegar ao publico
estrangeiro, um bom investimento em RP e propaganda é recomendavel.
Vale procurar parcerias com quem já fez isso antes no pais e obteve
resultado.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Totalmente. Facebook é ferramenta importantissima, assim como o player
Spotify. A maioria das vendas de ingresso é feita online. E hoje em dia
sites como Mondomix, Sounds and Colours, blogs e tudo o mais, ajudam a
vender ingressos.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Nos ultimos anos anda complicado arrumar bons motivos para investir, já
que o mercado nacional (Brasil) anda em expansão e o extrangeiro em
retração, mas dependendo da fase e do estilo do artistas, vale e muito. Por
exemplo, se uma boa banda de percussão encontrar o parceiro/publico
certo, pode tocar em varios festivais/locais pelo mundo, coisa que no
Brasil as vezes nao conseguiria. Outros podem ter uma sonoridade mais
estrangeira (banda de rock cantando em ingles) e o mercado fora do Brasil
pode ser essencial.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
A França ainda continua sendo um forte parceiro do Brasil, assim como
Portugal. Já outros paises é mais complicado. Na Inglaterra mesmo, a
musica latina de outros paises e a africana parecem ter mais publico fiel do
que a brasileira.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Sim. Mas sempre com ajuda de grandes empresas (caso do patrocinio da
TAM no festival TenSamba na Espanha), governo (ajuda de embaixada)
ou de trabalho de guerrilha onde o proprio musico é seu produtor (caso do
Taubkim e tantos outros. Na minha opiniao, é necessario uma forca maior
do governo, com uma politica mais clara de expansao da musica brasileira em que a europa passa por uma crise sem precedentes. O cenario não é
para que ela ossa se fortalecer e ganhar espaco nesse momento delicado, bonito, mas é interessante.

Luiz Gabriel Lopes / Graveola e o Lixo Polifônico

Luiz Gabriel Lopes é um cancionista que hoje vive em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. É vocalista e um dos principais compositores do grupo Graveola
e o Lixo Polifônico, um dos principais grupos de música independente produzida atualmente no Brasil. Tem dois álbuns lançados com o grupo e no ano
passado lançou seu primeiro trabalho solo, o disco “Passando Portas”, composto e gravado em Lisboa, Portugal.

- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Penso que o ideal é ter algum material já bem gravado e relativamente
conhecido no país de origem, para então ampliar o território de ação com a
devida solidez. Não há um momento exatamente certo, há o "feeling" da
necessidade e um bocado de trabalho a ser feito nesse sentido.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Tudo depende da natureza dos convites: na Europa, por exemplo, os
festivais e espaços mais interessantes fecham agenda com grande
antecedência, então muitos contatos são feitos para períodos relativamente
distantes. Uma grande questão do planejamento é saber potencializar as
relações criadas durante as viagens para ampliar a sustentabilidade da
circulação a médio/longo prazo. Nesse sentido, é extremamente importante
estar atento no contato com o público, com a imprensa (tanto a oficial
quanto a alternativa), tendo uma postura ativa de divulgação do trabalho
em todas as instâncias. Ao estabelecer relações concretas com o circuito, a
multiplicação do acesso ao trabalho se torna orgânico.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Em Minas Gerais temos hoje um mecanismo de governo muitíssimo
interessante que são os programas de estímulo à circulação que cobrem
viagens internacionais. Há um edital de passagens que é bastante acessível
e financia bilhetes a partir de convites feitos com a devida antecedência.
Fora isso, a longo prazo é possível estabelecer convites que custeiem as
passagens, mas isso já é uma etapa avançada do processo.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
A internet é uma ferramenta fundamental em todos os sentidos, do
management logístico das turnês à divulgação e ao contato com o público.
Some-se a isso o potencial multiplicador de acesso ao trabalho que é
criado através de redes como o facebook e o myspace...
Marcos Borghetti
borghetti@terra.com.br / marcosborgheti@yahoo.com.br
- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Não existe um momento certo e definido. Isto vai da percepção da própria
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Do mercado com que tive algum contato, que é o europeu, tenho a
impressão de que há espaço para a boa música brasileira por todo o
continente, apesar de achar que Portugal é por excelência a porta de
entrada, devido a uma série de conexões culturais estabelecidas num nível
já avançado. Pra além disso, há por toda a Europa um circuito da chamada
"música do mundo" já estruturado em vários aspectos (público, mídia,
remuneração), e que por possuir uma grande abertura conceitual através da
idéia da "world music", permite a inserção de diversos estilos nos quais a
música brasileira se encaixa de várias formas.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Não tenho dúvidas de que hoje estamos munidos de plataformas de
comunicação eficazes a um ponto de tornar cada vez mais viável a
ampliação dos nichos de mercado dos artistas de toda parte do mundo.
Além disso, a gradual tomada de consciência dessa possibilidade gera
ações políticas positivas no sentido do fomento à circulação internacional
(como os editais de que falei acima), criando novos pontos de apoio a esse
processo de inserção e tornando essa realidade mais palpável a um número
crescente de grupos artísticos.
banda, líderes e produção. O trabalho deve estar maduro e com “cara” .
Facilita na hora de definir o local , evento ou projeto . Um bom material de
divulgação já traduzido é condicional.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
As etapas não alteram muito , são as mesmas da organização de uma tour
nacional, salvo que europeus americanos e canadenses costumam fechar as
datas de 8 a 12 meses de antecedência. Primeiros contatos, link com
produtores locais, espaços sintonizados com o trabalho desenvolvido,
envio de material, definição de condições, muito diálogo.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Até pouco tempo atrás, o MINC auxiliava na compra das aéreas para
tournes de grupos nacionais. Para tanto enviava-se o Projeto ao Ministério
com roteiro, material da banda e justificativas. Ocorre que nem sempre as
respostas vinham no tempo certo e as tratativas de organização da tour não
podem se dar ao luxo de esperar pela resposta. Tu tens de ir montando o
roteiro. De qualquer maneira, é um instrumento válido. Outra opção são as
Embaixadas brasileira no exterior, que eventualmente podem oferecer
algum suporte.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação aprodução de shows?
A maior dificuldade para a saída de grupos do Brasil são as aéreas. Salvo
solistas que normalmente viajam sozinhos ou no máximo com mais um
acompanhante, o tamanho dos grupos sempre foi uma dificuldade para a
produção. Considera que uma aérea para algum ponto da Europa hoje não
sai por aprox. 1. 500 dólares, uma banda com 05 integrantes sai daqui com
uma despesa contabilizada de 7. 500 dólares, aprox. R$ 16. 750, 00 . É
muito dinheiro para um grupo pequeno / médio.
E este cálculo se estende para as demais despesas, hospedagem e
alimentação. Já foi pior mas dólar e euro ainda estão caros.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
É o link confiável com o local onde se pretende mostrar o trabalho. A
partir do momento em que a produção do grupo tem segurança com o
outro lado tudo fica mais fácil. Esta conexão pode ocorrer de diversas
formas. Uma produção local séria , teatros ou casas tradicionais no
acolhimento e contratação de músicos extrangeiros, etc.... Quem está no
outro pais auxiliando ou produzindo tem de entender que a banda não está
indo passear, e que qualquer day off custa muito caro, que os shows tem
de ser preferencialmente, um atrás do outro, divulgar, tocar, jantar, dormir
e estrada (Van, trem ou vôos low-cost) e tudo de novo no dia seguinte.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
A divulgação tem de ser a maior possível e também a melhor possível. Isto
não difere daqui e é o óbvio. Um bom site atualizado (bi ou tri lingue) e de
preferência um balcão denegócios com os títulos disponíveis para envio ou
disponibilizar down loads, itunes.... Redes sociais auxiliam bastante.
Descobrir no local em que se pretende tocar, quais os veículos específicos
de divulgação, uma banda de música étnica ou world music não vai
divulgar nos mesmos locais de samba ou MPB.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Sem dúvida, hoje tu elabora toda a tour desde os primeiros contatos , envio
de dados , fotos , vídeos , tudo pela web, a custo zero.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Uma tour internacional é sempre um desafio , e acho que aí é que reside o
encanto de sair e vencer fora. Tenho comigo um conselho do mestre
Hermeto Pascoal, que me disse um dia para trabalhar sempre com
produtores locais. Tenho excelentes parceiros brasileiros mas se vou aos
EUA, procuro por um americano, na Europa um europeu e assim por
diante. Normalmente as primeiras tours envolvem riscos maiores, tudo é
novidade e tu não sabe bem pra que lado o “bixo” vai correr. Atuo na área
instrumental, e posso afirmar que se tu vais a um local, apresenta o
trabalho do teu grupo e a acolhida é satisfatória, tu volta. Os organizadores
vão te cobrar novos trabalhos e te avalizar para outros contratantes e assim
por diante. Depois que o trem começa a andar e as coisa se sedimentam , é
extremamente gratificante. Mas pode levar algum tempo. É uma questão
de até que ponto tu queres apostar. Uma tour internacional vencedora
enriquece muito o currículo da banda no Brasil.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
A música brasileira é mágica em qualquer estilo e percebo que é bem
vinda em qualquer lugar. Arrisco a dizer que vai além do trabalho que se
pretende mostrar, pois quando se diz que é brasileiro, tu já arranca um
pouco na frente dos outros. Somos muito queridos fora, ao contrário de
alguns países. Isto ajuda.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Sim, para aqueles com trabalho de qualidade e boa organização o mundo
está um pouco menor. Mas também não perdoa amadores.

Eduardo A O Louzada
Produtor/Agente cultural / Empresário artístico

Produtor e agente cultural, atuante no mercado da musica a 20 anos, e nos últimos 13 vem atuando no mercado internacional e em especial na Europa onde
representa vários artistas do Brasil e do mundo como Barbarito Torres e Estrellas do Buena Vista Social Club, Amadito Valdez, Las baquetas de Ouro de
BVSC, MARIZA (Pt), Raquel Tavares, Ma Joao e Mario Lajinha (Portugal), Uxia (Galicia), Timbila Muzimba e Cheny Wa Gune (Moçambique), Mahnimal,
Tamy, Suzanna Travassos (Pt), Mario Moita (Pt), Jose Amaral (Timor Leste), TONECAS (São Tomé e Principe), Propjeto ALO IRMÃO (Galicia e Guiné
Bissau)

Criador e diretor geral do “Programa Espirito Mundo” – Um Intercambio Cultural entre Brasil e o mundo que começou em 2008 e elvolve festivais
internacionais, cursos de capacitação, palestras, rodadas de negocios e participação nas maiores feiras de musica do Mundo. Ja levou mais de 100 artistas
Brasileiros para a Europa desde então. Em 2011 acontecerá 4 ediçoes do festival em 3 países diferentes (Fraça, Inglaterra, Espanha).
Um dos idealizadores e diretor do projeto “Musica do Espírito Santo” desenvolvido através do Instituto Quorum em parceria com o SEBRAE e Secult ES e
que hoje é referencia para varios outros projetos similares em diversos estados do Brasil

Curador do edital de intercâmbio do Forum de Musica de Minas Geras (2009 e 2010

Diretor do Cantos na Maré Brasil, Festival Internacional da música Lusófona, acontece há 8 anos na Galícia, Espanha e no Brasil desde 2009, com a
intenção é formar uma rede de agentes levando o festival a todos os países da Língua Portuguesa.

- Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma

Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Acredito que todo artista tem que começar a conquistar em primeiro lugar
seu bairro, sua cidade, seu estado e aí sim partir para o Brasil e para o
mundo. Mas para se fazer uma tour internacional, sem duvida o artista
deve conhecer o mercado onde pretende ir e contar com uma estrutura
organizacional que lhe possibilite a realização de uma boa tour, senão será
rasgar dinheiro.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Acredito que no mínimo 01 ano e as etapas são:
· Estudar e conhecer o mercado que pretende atuar
· Identificar os possíveis parceiros (produtores, divulgadores,
mídia...)
· Fazer contatos, propostas
· Fazer planejamento e buscar apoio para viabilização
· A partir do momento que marcar o 1º Show, buscar intensa
divulgação e novas oportunidades para ampliar a tour...
turnê desse tipo?
· Editais de Intercambio do Minc, Secretarias de Cultura Estadual e
Municipal (Disponível em alguns estados e cidades)
· Editais de Circulação (Minc e Estadual)
. Leis de Incentivo
· Patrocínio de empresas privadas (Quase impossível nos dias de
hoje)
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
A maior dificuldade que vejo é o alto valor das passagens internacionais
quando realizados na Europa, Ásia, África ou America do Norte, após isto
só vejo vantagens em relação ao mercado nacional. Um grande problema
das bandas Brasileiras que atuam pela primeira vez na Europa, é a falta de
seriedade com o compromisso assumido e o problema com o HORARIO.
O Horário é muito levado a serio pelos programadores, e o brasileiro
VACILA. Se o show esta marcado para 21hs, é extremamente importante
a banda estar NO PALCO começando o show as 21hs.
 - De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Alto custo das passagens aéreas.
- Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Depende do tamanho do artista e de qual seu objetivo.
Para bandas independentes, não vejo grande necessidade de investimento,
uma vez que o próprio festival ou casa de shows contratante já vai estar
fazendo a divulgação por la, uma vez que também são interessados no
sucesso de seu show. Fora isto, sempre é bom procurar os jornais, sites
especializados e rádios que tenham seu perfil para ampliar sua divulgação,
e normalmente a banda é super bem recebida pelos veículos, pois lá, são
bandas “gringas” , além da alta receptividade da musica brasileira em
qualquer lugar do mundo.
- A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Com certeza, um bom trabalho pela internet antes, durante e após a tour É
FUNDAMENTAL. Sem contar que através da Internet você tira suas
passagens de trem, avião, faz o booking de hotéis, aluga-se carros, calcula
a distancia entre shows, valor de pedágios, etc, etc... Ou seja, faz o
planejamento detalhado de sua tour sem sair de casa.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
A Vantagem é o descobrimento e ampliação de novos mercados, além do
intercambio com outras culturas. As precauções são em relação ao
planejamento da tour, principalmente em relação a quantidade de
show/tempo (xx shows em xx dias) e a rota/custo da tour (Local-traslado,
Hospedagem - alimentação). Uma banda parada por 01 dia na Europa
significa um alto valor investido. A distância entre os shows significa
custos, o mau planejamento significa DIVIDAS.
Os cuidados são: Cartão de credito com bom limite liberado, Falar no
mínimo 2 Idiomas, fazer um bom planejamento (traslado, alimentação,
hospedagem, extras), ficar muito atento e planejar bem os períodos sem
shows e CUMPRIR COM O CONTRATO (nem mais nem menos),
principalmente em relação ao HORARIO.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Acredito que a musica brasileira tem mercado em todo o mundo. Na
Europa tem a vantagem de ter muitos eventos no mesmo período e as
distancias serem relativamente curtas, além do beneficio da facilidade de
transporte.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Através dos programas de promoção e incentivo a exportação realizado
pela BM&A/Apex em parceria com os estados, o numero de bandas esta
crescendo visivelmente, e a forma de contabilizar, talvez fosse através de
um retorno através de relatórios trimestrais destes mesmos parceiros
(SECULTs, SEBRAEs, INTITUIÇÔES, bandas, etc, etc).
MAMA Produções Artísticas Ltda
A empresa MAMA Produções Artísticas Ltda. foi constituída em 1998 em São Paulo para desenvolver e promover com exclusividade a carreira artística da
cantora italiana Mafalda Minnozzi na América do Sul. Desde 2006 a empresa faz parte da Associação Brasileira BM&A (Brasil, Música & Artes) e participa
às maiores feiras internacionais de musica independente (MIDEM – França, POPKOMM – Alemanha, WOMEX – Dinamarca) como representante das
produtoras Brasileiras de música. Marco Bisconti é o diretor geral da empresa desde sua constituição.

- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê

internacional?
Julho/agosto se o artista tem show para grande palco (ao ar livre) ou
janeiro/abril ou outubro/novembro se o show è mais intimista (teatros ou
clubes)
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Pelo menos 9 meses (como um bebè) e è fundamental confirmar a data o
mais rapido possivel para providenciar e reservar os voos do Brasil a
Europa com bastante antecedencia.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Eu nunca consegui.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
A maior dificuldade està no especificar todos os detalhes com
antecedencia (especialmente em relaacao ao equipamento a ser fornecido
pelo contratante (service audio e video e backline). Muito dificil trocar ou
exigir equipamento nao incluido na lista (rider) enviada. Importantissimo
tambem viajar com tecnico de som do Brasil, que deve ter muita
experiencia: muitas empresas na Europa ainda utilizam mesas analogicas!
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Encontrar uma pessoa honesta e transparente que cuide da producao local
para nao gastar uma fortuna com as despesas de hospedagem e
alimentacao
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Depende do tipo de manifestacao: no caso de festivais o publico è
garantido e o proprio show serà a maior divulgacao do artista para os
futuros shows nos anos seguintes. No caso de shows em bilheteria, o fato
de ter um produtor local com as caracteristicas acima citadas è ainda mais
importante. Depende dele a participacao a uns programas de radio e tv
populares ou entrevistas pela imprensa especializada que atraem o publico.
realmente se o nome nao è muito forte o publico serà pouco, de qualquer
maneira
A internet é uma aliada nesses casos?
Fica mais fácil o planejamento e a divulgação por conta da rede? ajuda
mas nao ressolve
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
As agencias dividem os artistas internacionais em duas categorias: aqueles
que viajam e participam a Festivais internacionais e aqueles que nao fazem
isso. è preciso entrar com um primeiro investimento pessoal na primeira
categoria se quiser fazer tour internacionais. Importante tambem
oferecer um produto original: o publico pode ser pouco mas se o show
deixa uma boa impressao e a equipe resulta disponivel e nao cria grandes
problemas ... vai ser procurado novamente
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Ninguem sabe ... a musica brasileira em geral è esterotipada como alegria
e ritmica e doce ... enfim samba ou bossa ... festivais de musica latina no
verao talvez sejam os mais acessiveis, mas limitam o tipo de artistas
solicitados.

NaurÊa
naurÊa é o resultado de duas palavras que ditas muito rapidamente representam uma sensação,
um tipo de pressão sonora que diz muito sobre a força que mora em seu som. Esse som resolveu
reinventar a mistura particular que é o forró, ampliando e dando novas possibilidades ao coco,
ao xote e ao baião – tradicionais ritmos nordestinos.

Formada em novembro de 2001, em Aracaju, a naurÊa toca basicamente o que chama de

Sambaião. Como o nome já sugere, uma mistura de samba e baião. Mas não para por aí. A
banda recebe informação musical de várias partes do Brasil e do mundo: das batidas populares
do universo negro de Laranjeiras ao costarriquenho Reggaeton; da música pouco convencional
de Tom Zé às melodias de Cuba e do Leste Europeu; das guitarras "caribenhas" do Pará ao apelo
do R&B e do Hip Hop. A idéia, muito mais do que fazer mistura, é mostrar as potencialidades
do forró, é ter uma sonoridade própria com um sotaque local.

- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Minha experiência não é tão grande, fiz com a naurÊa 4 turnês na Europa
incluindo países como Alemanha, Áustria, Eslovênia e Suiça, mas vamos
lá.
Acho importante aproveitar as oportunidades, então é interessante o artista
sair em tour seja no Brasil ou fora com ao menos CD, e material
promocional bacana. No momento da oportunidade é importante que o
show esteja maduro, bem resolvido.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
No caso da naurêa tudo aconteceu da maneira mais "romantica", fizemos
um show em Recife e um "Olheiro"/Curador de um festival na Europa nos
viu e convidou. Lá no Show em Colônia, Alemanha, um Agente viu o
show e nos contratou, então para nós aconteceu de maneira bem atípica. O
ideal é trabalhar com antecedência, os shows fora do Brasil são fechados
dessa maneira. Preparar um material bem feito é de fundamental
importância. Em livros como Guia do Produção Cultural do Edson Natale
e o Guia do Mercado Brasileiro da Música de Marinilda Bertolete, o
artista pode encontrar uma relação grande de festivais do mundo inteiro,
depois de escolher o que tem o perfil da banda é frequentar os Correios
constantemente.
Participar de feiras como a Feira Música Brasil, Porto Musical e Feira da
Música de Fortaleza com certeza é uma grande maneira de fazer bons
contatos.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Existe leis federais para passagens aéreas e dependendo do estado você
pode encontrar leis que também auxiliem nessa etapa. Especificamente em
Sergipe, nós não temos leis de incentivo à Cultura, o que dificulta, mas
nunca deixamos de cumprir as nossas agendas internacionais. Uma vez
saimos daqui para apenas um show na Popkomm todo com verbas
próprias.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
Pontualidade é fator primordial, fora do Brasil eles levam tudo muito a
sério. No caso da naurÊa, o Agente apenas fecha as datas, nós temos que
nos preocupar com os dias offs (Dias sem shows), dirigir durante as
viagens, falar com contratante para receber cachês etc.. Muito dificil pra
nós que somos uma banda com 9 integrantes viajar com um manager ou
roadie, acabou o show todos vão arrumar seus instrumentos.
Outra coisa, como falei antes, é a atecedência com que temos que fechar
nossas datas da turnê.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Nós da naurÊa tivemos sorte e conseguimos um Agente na Europa muito
rápido então essa parte de organização é toda com eles.
A maior dificuldades é saber com que os curadores dos festivais ou clubs
onde você vai tocar te ouça. Sei que nem sempre vão responder os E-
mails ou acessar algum link que enviamos, mas temos que insistir. Tentar
participar de feiras como a WOMEX é com certeza um grande atalho, pois
lá se encontram os organizadores de festivais e agências de várias partes
do mundo.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Apesar de 4 anos fazendo turnê na europa nunca investimos em divulgação
e já notamos o quanto isso faz falta. Essa é nossa prioridade na próxima
turnê. A Agents4Music vai nos indicar algumas assessorias de imprensa e
nós que vamos fazer esse investimento para tentar trabalhar melhor o
nosso nome lá fora. Outra grande prioridade é consegui um Selo para
distribuir nossos discos, mas aí que existe o maior gargalo, é muito dificil
conseguir essa distribuição, talvez tenhamos que investir mais uma vez e
intensificar a distribuição digital.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
A internet facilita muita coisa, no primeiro ano consegui um show através
da comunidade do orkut "Brasileiros em Berlin". Um bom site mostra o
quanto uma banda pode estar organizada. Nosso site oficial agora está em
reforma e redirecionamos direto para o Toque no Brasil, que é uma
plataforma brasileira e que considero umas das melhores, ele segue
exemplos de sites como o http://www.sonicbids.com e o
reverbenation.com e ajuda na hora de fechar turnês. Festivais como o
SXWX e feiras como WOMEX e BAFIM fizeram a curadoria através do
sonicbids. Não acredito mais no myspace.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Sempre que um artista pensa em turnê internacional tem que ter em mente
que serão alguns anos de investimento para talvez depois começar a ter
turnês totalmente sustentáveis e que não dependam de leis de incentivo ou
coisas do gênero.
Beco Dranoff
- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Quando o seu trabalho está disponível no exterior tanto de forma física
quanto digital. Sem acesso a música, tanto a imprensa quanto o público
ficam sem como interagir com o artísta e o esforço é em vão.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
Tem que prestar atenção nas exigência de alguns países com coisas como
seguro de saúde ou visto de trabalho. Já soubemos de bandas que tiveram
de voltar por falta de ulguma documentação.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Nós começamos pela Alemanha e sentimos uma receptividade imensa, A
França, Espanha, Japão são sempre abertos para a música Brasileira.
Talvez a Inglaterra e EUA tenham um pouco mais de resistência, mas tem
sempre artistas brasileiros tocando por lá também.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Todo ano a gente sabe que tem algum artista novo saindo em turnê, mas
sinceramente não sei mensurar isso. Espero que sim, mas me preocupa
ainda muito mais o mercado nacional de música independente. Existe
mercado?
deste planejamento?
Como disse acima, para mim o processo começa com um disco lançado
para que haja demanda pelo artísta, para que haja buzz na imprensa e
público. A partír do lançamento, é necessário definir-se um agente de
shows (booking agent) que se encarregue dos países ou continentes por
onde o artísta deverá excursionar. É fundamental ter e manter um
orçamento geral para a tour e não fugir dele de forma alguma. É preciso
organizar a parte prática, transportes, hotéis, alimentação, aluguel de
instrumentos, excesso de peso, vistos de trabalho... ou seja é um processo
lento.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Sim. Patrocínios e/ou apôio cultural do governo.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
Para mim a grande diferença está no papel do agente de shows (o booking
agent) - no Brasil esta figura ainda não é bem delineada.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
O financiamento da viagem em sí e a conciliação da expectativa dos
cachets com a realidade internacional.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
O ideal mesmo é estar promovendo um disco novo para que a imprensa
divulgue o disco e o show juntos. Também é bom se ter agentes de
imprensa dedicados nos mercados principais do mundo, isso ajuda a
presenção nos jornais e revistas de música. Os Blogs e sites também
ajudam muito hoje em dia.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Claro que sim, hoje um artista pode criar o seu 'fan-base' sózinho e manter
o interêsse do público soltando videos, fotos, textos diretamente aos seus
fans - este repassam as informações para as suas rêdes e isso se transforma
numa 'bola de neve' com custo baixíssimo.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Graças a Deus, eu sinto que a música brasileira é muito bemvinda e
querida no mundo todo. Claro que grandes centros com Londres, Paris,
Tokyo, Nova Iorque, Los Angeles, tem cenas maiores para a nova música
global.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Em 2009 co-produzi o documentário BEYOND IPANEMA: Ondas
brasileiras na música global, onde justamente enfocamos neste assunto.
Como a nóssa música chega e penetra no público internacional, desde a
Carmem Miranda até hoje (ainda mais). Veja o trailer no
www.beyondipanema.com
 Cylene Araújo
Cylene Araújo é cantora,compositora e escritora.
22 trabalhos musicais lançados no mercado fonográfico.
05 Livros publicados com temática cultura popular (atualmente escreve 02 novos)
09 Turnês internacionais em 04 anos.
Seu atual lançamento: Cylene Araújo, Brasileira.(Independente)
DVD e CD gravado em Recife.

- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Para um artista independente, desprovido de gravadora:
O momento certo, é aquele que temos um bom currículo musical pois lá
fora isso ainda vale muitas portas abertas.
Para quem está se lançando com 1º trabalho, corre o risco de ficar perdido
entre tantos artistas brasileiros tocando na noite e trabalhando de dia para
se manter e doido para retornar ao Brasil.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Como respondi acima, o tempo é nossa história ontem e hoje. As
etapas;seja eclético mais autêntico na sua música e no sua perfil artístico.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Sim os governos e munípios estão cheios de opções mais boa parte delas
são suspeitas ou cheia de indicações. Eu sou guerreira e busco a todas mais
quando sinto muitas ENROLADAS, vou a luta só ou peço pequenos
apoios e permutas de shows por passagens. Se você tem vontade e tem
bagagem, vá em frente e peça ajuda.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
A maior diferença que senti é na programação das secretarias e câmaras
que programam suas festas e atrações com 1 ano de antecedência. Isso é
que é o correto na organização. Aqui é terrível.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Cada caso é um caso. No meu foi selecionar os primeiros músicos que iam
seguir comigo. Fora do país temos que ser o mais profissional e discreto
possível pois o nome do artista é que estará em jogo.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Volto ao que falei lá em cima: a bagagem musical é que faz a diferença.
Mais com certeza gastará bem menos que aqui no Brasil. É preciso
contratar uma acessora que tenha acesso a mídia.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Sim com certeza ela é uma excelente aliada e soma nos outros
ingredientes.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Sim todos os cuidados possíveis. Se o contato de lá é seguro. Confirmar se
existe reservas de hotel, passagens, se realmente aquele evento existe. É
por aí.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Para espetáculos, festivais e shows em teatro eu digo que é a Europa.
Começe por Portugal que é a porta de entrada para toda União Européia.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Falar em números, eu poderia errar. Agora digo com certeza, que pelo
menos em relação aos festivais de verão a part. de brasileiros cresceu de
2006 2010 uns quarenta por cento entres artistas solo e bandas que
permanecem no país do evento uns 10 dias e retornam para o Brasil. Isso é
bom para o currículo do artista mais isso não gera divulgação do gupo nas
mídias de Rádio, TV e jornais. Fica restrito ao festival. Portanto surgiro a
todos que tentem apresentações em casa de shows, abertura para outros
artistas já consagrados e façam mídia de divulgação.
Digo a todos meus colegas que acreditem no seu trabalho, em DEUS e no
seu ANJO. Principalmente seja fiel a sua história e os amigos que a
carreira musical lhe propociona.
The River Raid
The River Raid é...
... “uma banda antenada com tudo que há de novo no rock lá fora. A sonoridade das guitarras não fica devendo em nada pra nenhum Arctic Monkeys ou
Strokes. O melhor de tudo é que, mesmo com as influências das bandas citadas, o grupo tem uma identidade muito forte com o rock brasileiro dos Mutantes,
dos Titãs, do Ultraje, Camisa de Vênus. As letras encaixam perfeitamente com a música...
... O River Raid trabalha bem os riffs de guitarra, bastante inspirados em Sonic Youth”.
Kid Vinil
Contatos: Ricardo Leão (85) 3032.1099/ (85) 8863.1978 - ricardocleao78@gmail.com

- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Quando você já tiver uma história interessante para contar da carreira da
banda, coisas que chame a atenção de produtores, booking agents, do
mercado da música e de fãns, pricipalmente.
Mas é muito importante ter um material, no caso de bandas: a música e a
apresentação ao vivo, com qualidade, para apresentar. Pelo fato do
mercado ser muito concorrido as seleções de quem está no "jogo" e quem
está fora é feita com um critério de análise alto. Outro ponto importante é a
forma de financiamento da viagem, por que as primeiras, todas vão ser
investimento da banda no mercado que se quer atingir.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Depende do mercado que você quer atingir, o The River Raid, tem
experiência de turnês nos Estados Unidos e Canadá, lá nós planejamos
com 6 meses de antecedência, no mínimo. É bom lembrar que os gringos
não tem a mesma cultura da "última hora" do Brasil, é necessário estar
organizado como banda e como empresa, porque vai ser necessário, tirar
visto, fazer empréstimo (em alguns casos)...
Na Europa dependendo da época que a banda esteja planejando ir, o
planejamento leva mais tempo, é aconselhável que pelo menos um ano
antes o trabalho se inicie caso a época escolhida seja no verão ou próximo
à ele. Estamos planejando o lançamento do disco novo "In a Forest" na
Inglaterra, fizemos um planejamento de quase um ano e tivemos que adiar
de setembro/10 para maio/11, agora parece que está tudo caminhando para
dar certo.
E o planejamento deve ser feito para ir e para voltar.
Para voltar???!!
Sim, para voltar. O que a banda pode fazer para divulgar e conseguir o
máximo de exposição possível daquela oportunidade???
Isso é muito importante por que no final o investimento é nos dois
mercados, o internacional para contatos, oportunidades e começar a
montar o que eles chamam de "fan base" e "audience"; no nacional para
aumentar a experiência da banda e dar mais credibilidade organizacional à
banda. Por que não são todas as bandas que conseguem um feito desses,
melhorando o currículo da banda.
Cada vez que a banda consegue um façanha destas aumenta as
possibilidades nos dois pólos.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Aqui no Brasil, especialmente, temos vários incentivos. Tem o programa
de Intercâmbio Cultural do governo federal (Ministério da Cultura) que
paga as passagens para artistas e bandas poderem viajar. Há outras formas
de financiamento através da Lei Rouanet, incentivos estaduais e
municipais também.
O importante, que as bandas precisam entender é que o negócio tem que
ser levado muito à sério, não tem governo, nem empresa privada que vá
investir ou ajudar banda ou artista desorganizado. Em todos os festivais
que participamos lá fora temos visto o quanto é importante você ter um
bom espetáculo, não é só tocar as músicas para o público, funciona mais
com uma peça de teatro, uma história, que tem princípio, meio e fim. Tudo
tem que ser pensado, é importante levar material de merchandising (CD's,
camisas, adesivos...) para vender, por que essa é uma forma que ajuda a
pagar os custos da banda enquanto estiverem viajando.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
O Brasil tem uma música e uma cultura muito rica. Nossa música é
respeitada mundialmente, mas como em vários outros setores da economia
brasileira a mão de obra é um pouco escaça, vemos um movimento há
alguns anos que de médio a longo prazo vamos colher frutos deste
investimento que, para variar um pouco, termina sendo em educação.
Vemos faculdades abrindo cursos de produção, por exemplo, estou falando
da realidade nossa aqui de cima, mas acredito que esta é uma questão
nacional. Uma coisa importante de se notar que é diferente nos dois
mercados é exatamente este ponto, pode-se dizer que um engenheiro de
som nos Estados Unidos, por exemplo, é realmente um engenheiro.
Aqui no Brasil é aquela velha história, você gosta de música, compra um
violão, aprende uns acordes, monta uma banda, começa a tocar de ouvido
e por ai vai...
Eu sou um desses ai e vários integrantes da minha banda também.
Conheço poucos que optaram pelo estudo do instrumento, para aprender
como viver daquela arte. Entretenimento é um negócio e negócio precisa
de administração. Mais uma vez: banda é igual a empresa.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Uma boa oportunidade lá fora para fazer valer a pena a banda focar em
conseguir um financiamento e trabalhar muito para realizar.
Antes de qualquer coisa precisa buscar a oportunidade, por que muita
coisa depende disso. Para dar entrada no visto é preciso uma carta de
recomendação, para conseguir incentivos junto com o governo é preciso
também ter um projeto escrito e algum indício de que o que está se
propondo é mesmo verdade, para empresas mesma coisa. Então antes de
buscar o dinheiro para viajar, tem que conseguir uma boa oportunidade.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Isso é fundamental, obviamente quando os recursos são escassos fica
difícil fazer, mas, algo tem que ser feito. Nós já arregaçamos as mangas
muitas vezes para panfletar, divulgar, colar cartazes e etc... A concorrência
é altíssima.
Obviamente que com a experiência você vai conhecendo pessoas e
entendendo melhor o que acontece em cada mercado especificamente, mas
é necessário fazer assessoria de imprensa com antecedência, quando
possível, campanhas de internet, que dependendo do que você contrate não
sai muito caro. Uma coisa que funciona muito é trabalhar as rádios
universitárias americanas que são muito abertas a coisas novas, nós
fizemos um trabalho deste tipo com uma empresa muito séria a Planetary
Group e tivemos ótimos resultados.
Outra coisa importante é estar atentos a instituições como a BMA. Não
diria em todos, mas nos festivais mais importantes que participamos,
fizemos alguma ação com eles. Sempre houve uma ajuda na divulgação
dos shows da banda, seja uma propaganda na revista do festival, seja um
estande para apresentar o trabalho de bandas independentes brasileiras, ou
mesmo montando coletâneas para divulgar o trabalho dos artistas.
Um apoio fundamental para quem vai pela primeira vez.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Sem dúvida nenhuma. A internet proporcionou uma descentralização da
produção musical, mas a divulgação conseqüentemente sofreu uma grande
mudança. Hoje em dia as possibilidades de busca de informação não vem
só de revistas, jornais, tv e rádio; eu pelo menos, que gosto muito de indie
rock busco novas bandas e novidades em blogs e sites especializados no
assunto. A informação é de graça a qualidade é impressionante, ou seja,
saímos do "quem pode pagar" para veicular uma mídia de rádio, tv, jornal
ou revista para o "quem indica".
Existe um livro muito interessante sobre este assunto que recomendo para
quem está querendo estudar o "novo" mercado musical aliado a internet
chama-se "A Cauda Longa" de Chris Anderson, um best seller.
Importantíssimo, todos deveriam ler.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Turnê internacional é que nem casamento com filho, definitivamente não é
para todo mundo.
Uma banda só deve buscar isso se realmente fizer parte do planejamento
estratégico dela buscar outros mercados. Porque o tempo e dinheiro
envolvido num projeto desses é enorme e mais, não adianta nada fazer
uma e depois não dar continuidade ao trabalho, as coisas não funcionam
dessa forma. É necessário montar um planejamento de médio a longo
prazo com novas turnês planejadas depois de um intervalo de tempo para
que as ações não se percam.
O primeiro conselho é planejamento.
O segundo conselho é planejamento.
O terceiro conselho é planejamento.
Tentem pensar em tudo, a partir do momento que você entra no avião para
viajar e o momento que você embarca de volta. Onde vai dormir, como vai
se locomover, como vai comer, o que vai fazer durante as horas vagas,
como tirar o máximo da oportunidade de estar lá.
E lembrar-se sempre que vão estar num país diferente do seu, com outra
cultura, outras leis e etc.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Tem espaço para todo mundo no mundo todo. O grande lance hoje em dia
é encontrar os nichos e trabalhar de forma focada para o público que você
quer atingir. Encontrar os parceiros certos para divulgar o teu trabalho é
fundamental também, seguindo a lei moderníssima do "quem indica".
Mas de uma forma geral a música brasileira tem uma forte aceitação nos
Estados Unidos e Europa. Todas as vezes que nós fomos tocar nos EUA e
Canadá fomos muito bem recebido musicalmente falando, e já fizemos
algumas viagens, tocamos duas vezes no South by Southwest (2009 e
2010), tocamos duas vezes no Canandian Music Week (2008 e 2010),
tocamos no Atlantis Music Conference (2008), no Florida Music Fest
(2008) no North by Northeast (2009), no CMJ (2009), fora uma pequena
tour por New York e Massachussetts e outra no fim de 2009 pela costa
leste dos EUA.
Gostariamos muito de encontra oportunidades nos países do oriente China,
Índia, Japão... Tem alguém ai que pode ajudar??? Ali vemos um potencial
imenso de negócios.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso? mas basta pensar que você deve conhecer uma banda não muito conhecida
Vem crescendo de forma impressionante, não saberia falar em números, que já fez uma apresentação fora do país.

Patty Ascher

- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
internacional? deste planejamento?
Ele precisa se sentir preparado, pois o mercado internacional é muito Um ano antes.
exigente em todos os sentidos. Além da qualidade artistica é preciso Etapas:
profissionalismo, disciplina, foco e clareza do que se está realizando. 1.selecionar países/cidades de interesse
Turnê internacional para cantar para brasileiros no exterior...não sei se faz 2.buscar os locais com perfil adequado e os contatos com os
sentido, por exemplo. programadores destes locais.
3. Envio de material fisico o mais completo possível: cds, portfolio, etc
4. Retorno para agendamento e condições oferecidas
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Que eu saiba não...mas se vc souber, nos avise pois precisamos
muito....rsrsrs
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
Produção: nunca senti nenhuma dificuldade...o importante é que domine o
idioma do país da turnê para organizar corretamente o necessário
Diferenças: sim . São gritantes. Lá fora, tudo é ótimo. Equipamentos são
excelentes, condições maravilhosas..tudo para o artista mostrar seu
melhor. E todo mundo canta muito, muito bem...não tem amadores...
Aqui: as condições ficam em segundo plano...e muitas vezes prejudicam o
resultado final do show/artista....
Especificidades: as vezes, confirmam um show 10 dias antes dele
acontecer aqui...é sempre uma aventura.
Lá fora: é super organizado, com antecedência. Você sai do seu país,
sabendo tudo que vai acontecer na turnê.. horário de acordar, comer,
passar som...tudo certinho... É um alivio, honestamente.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Verba para passagens aéreas, pois contratantes raramente oferecem.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
O investimento de divulgação vale a pena, pois os sistemas de mídia e mkt
funcionam melhor lá fora: então, um anuncio no new york times - acredite
vc - é mais barato que no jornal o globo no rio... E adivinhe qual dá mais
retorno?
Lá fora é preciso fazer tudo igual aqui, paga-se em dolar ou euro, mas há
retorno: os locais são mais baratos e o que vc investe , recupera na
bilheteria, caso seja seu proprio produtor.
Aqui, fazemos tudo, paga-se em reais, mas a conta não fecha...o que vc
gasta em mídia, local, produção...não é coberto pela bilheteria de jeito
nenhum....
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
No caso da música jovem, sim. Os jovens estão on line 24h por dia,
consumindo, gerando opiniões...
No caso da música adulta contemporânea, ainda é preciso fazer as mídias
tradicionais (jornal, radio, etc). O publico acima de 30 anos não fica o
tempo todo conectado, tem outros interesses e prioridades..leem jornais,
revistas, vão a livrarias, etc.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Não há vantagens . Apenas é uma decisão pessoal do artista...
Precauções: não se deixar explorar por produtores que moram nos outros Ou seja: o artista está sozinho para fazer contatos, vender os shows,
países e cobram fortunas para organizar uma turnê.... produzir tudo ..e não sobra tempo para ser artista....o atual sistema, do
artista-faz-tudo, vai matar a arte...
As questões legais: aqui, não dão muita atenção para os direitos autorais,
documentação, etc. Lá fora é fundamental: vistos, taxas, direitos
autorais...se não estiver tudo certinho...vai preso mesmo.

Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?

Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
O brasil abre portas por si só. Mas o importante é a personalidade do
artista...é ela que definirá os locais, países e cidades que ele terá maior
aceitação.

O que sinto é um cansaço em relação a esta coisa folclorica, mulatas,

samba e suor, uma imagem desgastada do nosso país...

Os contratantes de locais importantes e com boa visibilidade, não querem

batuque e carnaval...querem música boa e não interessa se é samba, forró,
jazz, bossa nova...o importante é ser de boa qualidade...a música bem feita
está acima das questões de idioma, ritmo, estilo...

A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no

mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Eu acho que não. Prova disto é que os festivais internacionais tem
participação escassa do brasil.... Quando a ceu foi para o coachella, dei
pulos de alegria, pois algo de diferente estava acontecendo....

Faltam sistemas de apoio aqui (verba, passagens aéreas, etc), faltam

agentes brasileiros estruturados (que façam contatos com estes festivais
pelo mundo, mandem material, etc).
Carlinhos Antunes
Carlinhos Antunes é músico e historiador formado pela PUC-SP. Toca violão, viola, tiple, charango, cuatro, kora n’goni, saz entre outros. Tem como
principal característica viajar e pesquisar sons de diversas partes do mundo e do Brasil com isso adquirindo uma respeitada carreira nacional e internacional.
- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Antes de mais nada acho muito importante um artista sair fora de seu país,
de suas fronteiras para tocar, estudar, vivenciar outras culturas e aprender
novas linguagens no sentido mais profundo da palavra. Isso enriquece
sempre.
Mas para mostrar seu trabalho de criação lá fora, seja como grupo ou
solista, devemos ter maturidade profissional e acima de tudo muita
personalidade musical para não se deixar levar pelos modismos, clichês ou
estereotipos que já existem com relação musica brasileira no exterior
relacionados a carnaval, mulata, bossa nova, samba etc. Isso é fundamental
para o artista e para o próprio mercado lá fora que deve se reciclar. Nos
últimos anos o nível musical dos artistas brasileiros lá fora aumentou
muito, principalmente na musica instrumental. Os rótulos e estereótipos
estão paulatinamente caindo e a música brasileira de todas as regiões do
país tem aparecido lá fora com força, ganhando cada vez mais publico e
novos admiradores. Eu posso dizer, com toda humildade que ajudei muito
nesse processo, pois nunca fiz uma música lá ou cá pensando
exclusivamente no mercado ou no que está na moda, sempre fiz o som que
considero o mais verdadeiro e que representa o Brasil como um todo e não
simplesmente essa ou aquela região. O fato de ser de São Paulo ajuda
bastante nesse sentido.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Penso que isso varia muito de artista para artista. Eu particularmente
recebo muitos telefonemas de artistas, amigos ou não, perguntando qual o
caminho das pedras para tocar lá fora. Mas não existe uma receita, às
vezes você vai por meio de musicos e grupos de lá que se interessam por
seu trabalho, às vezes por meio de diretores de festival, às vezes por meio
de agentes. Penso que o planejamento deve acontecer com antecedência
( meses e até anos) para não se cair em "roubadas". Mas não se deve
esperar o grande momento, o sonho, onde todas as condições estejam à
favor, porque isso é mitificar demasiadamente o tocar lá fora. Poderia
resumir em duas coisas . Planejamento e bom senso, consultar os artistas
amigos que costumam viajar pra fora, não ter medo de perguntar e
esclarecer as coisas, saber se o contratante é idôneo, mas por outro lado
arriscar também. Tocar lá fora só tem sentido se você tiver boas condições
e for bem tratado sempre levando em conta que a experiência do
intercâmbio é maravilhosa e criativa.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Os artistas precisam de apôios estatais ou privados. Sem isso é impossível
manter uma carreira aqui ou fora daqui. Principalmente lá fora.
Nesse sentido, devem haver mais politicas publicas de apôio a cultura ,
transparentes, que leve em consideração o currículo, o mérito, a carreira
dos artistas e não apenas o caráter mercadologico ou de apadrinhamento.
Nesse sentido o Brasil esta muito longe de ser um País que apóia seus
artistas. A maoria dos artistas fez carreira lá fora ralando muito, com
muitas dificuldades e por meios próprios.
A iniciativa privada por sua vez, com raras excessões, visa o lucro ou a
visibilidade rápidos e os artistas que fazem um trabalho sério, de pesquisa,
de estudo etc, ainda que tenham um público bom, não são contemplados
por esses apôios, porque o que se busca é simplesmente lucro fácil ou
resultados imediatos. O setor publico direto ou indireto tem o dever de
apoiar o artista pois fazendo isso esta se projetando lá fora também. Na
Europa isso é muito mais notório, embora nos últimos anos tenha mudado
um pouco esse quadro para pior. Muitos artistas europeus têm reclamado
do corte de verbas para a cultura. É a politica neoliberal que lá chega
também e vai destruindo as politicas públicas de apôio a cultura.
Nos Estados Unidos existem politicas culturais nas Universidades que são
muito interessantes para os artistas de fora e geram boas turnês e bons
públicos, embora os cachês não sejam tão atraentes, mas vale muito à pena
entrar lá por esses meios.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
As dificuldades são muito parecidas com as nossas aqui. Eu conheço mais
o mercado europeu e o africano. Não conheço o mercado norte americano.
Acho que não dá pra ter nenhuma ilusão de que lá fora as coisas são muito
mais favoráveis que aqui. Há situações e situações. Os cachês na Europa
de uma maneira geral são menores que os praticados no Brasil quando já
temos um certo reconhecimento. Isso tem uma explicação. Os artistas lá
têm uma forma de remuneração indireta que nós aqui não temos como
saúde publica boa, escola publica boa, transportes públicos, apôio
estatal para cooperativas, em alguns casos, um fundo do governo para os
periodos de entre safra, como no caso dos intermitentes na França etc...
Isso pesa muito.
Com relação ao público também nota-se um maior respeito para com a
música instrumental de qualidade lá que aqui, em países como Alemanha,
Suiça. Holanda, França principalmente.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
As dificuldades são muitas. O preço alto das passagens aéreas,
hospedagem e transportes internos por exemplo. As politicas do MINC de
apôio às passagens aéreas, que não são claras e que não respeitam as
agendas marcadas com antecedência na Europa. Outro ponto é como
articular com os musicos ou agentes de lá para garantir uma boa turnê,
ainda que pequena. Por exemplo, você recebe um convite de um festival
na Alemanha para fazer um show apenas. Ai começam as dificuldades.
Quais outras cidades ou países onde você poderá se apresentar para fazer
valer todo o tempo de preparo, ensaios, envolvimento do Grupo, viagem
etc. Para fazer um show apenas muitas vezes não compensa. Por isso que
disse no começo que você precisa ter maturidade para saber dizer não
muitas vezes para um convite. Ir para o exterior por ir não vale à
pena. Por outro lado, pensando em investimento para o futuro pode valer a
pena para o Grupo ou apenas para o solista. O que eu faço muitas vêzes é
trabalhar com músicas já residentes na europa, sejam brasileiros ou de lá.
Nesse caso exige-se um preparo anterior de ensaios e envio de material
pela internet etc, partituras, ensaios virtuais .....
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Todos os meios para tornar seu trabalho conhecido lá devem ser
empregados. Através da internet, myspace, facebook, etc etc. Contato com
músicos mais conhecidos de lá , ou convites para uma participação
especial deles, abertura de shows de grandes artistas, o que na Espanha
eles chamam de teloneros, através de pequenas turnês, aquelas de 3 ou 4
shows apenas, sem grandes pretensões, onde você vai fazendo um nome.
O primeiro passo é saber que as primeiras viagens são de investimento.
Não dão lucro. Por isso a dificuldade de convencer um grupo, ou musicos
para ir com você. Humildade também é bom em todos os casos.
Sem citar nomes, vejo artistas brasileiros, e não são poucos, vendendo uma
imagem mentirosa lá fora, de questão grandes estrelas aqui , etc, que são
grandes revelações, tudo isso para iludir o estrangeiro. Acho isso uma
grande balela, uma grande enganação, que funciona por um tempo mas
não perdura.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Sim é uma aliada indispensável. Ela socializa os trabalhos e não deixa
apenas na mão dos agentes e intermediários a organização das turnês e dos
shows.
Libere suas musicas, faça com que todo mundo possa ouvi-las, baixar
etc.,.Isso ajuda muito para você receber convites para tocar e fazer shows
que é o que realmente sustenta o artista hoje. Existem reservas de mercado
que são totalmente prejudiciais ao artista. O mundo musical é muito
grande e existem muitas oportunidades. Acredite nisso, mas recicle o seu
trabalho, estude, melhore sempre, aceite críticas, respeite o público,
sempre.
Mas a internet não deve ser o único meio que o artista deva utilizar. Ela
pode causar uma falsa idéia de publico etc..e do próprio trabalho do artista.
Uma carreira se constrói utilizando-se de todos os meios lícitos de
divulgação e formação de público.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Isso eu já respondi acima, mas vamos lá, bom senso, ousadia, humildade,
companheirismo são fundamentais para a carreira dentro e fora do país.
Conhecer minimamente quem esta te contratando, e quais condições. Não
acredite em papai noel, pois lá fora, tudo é multiplicado por 10 o prazer e a
roubada também.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Não há um mercado especifico melhor ou pior. O mundo esta sedendo de
boa musica e a musica brasileira é uma das mais respeitadas no mundo. Os
mercados existem em todos os lugares, dos países mais pobres aos mais
ricos. Depende muito das aspirações de cada artista. Se você quer ganhar
dinheiro apenas, a África ou centro américa, etc não são exatamente
"bons" mercados. Mas se você visa aprender muito, ensinar muito,
enriquecer o seu vocabulário musical e abrir portas, esses mercados são
muito interessantes por exemplo. A Asia é um continente em potencial
para os musicos, sobretudo a China, mas temos que tomar cuidado com
esses mercados. A musica não pode ser pensada como uma mercadoria
simplesmente. Ela necessita de vários fatores para ser bem feita, bem
produzida etc.. Conheci muitos musicos que se deram mal na China, no
Japão, nos países árabes ricos em petróleo etc
Já a europa e estados unidos têm tradição de musica brasileira. São
mercados antigos que estão sofrendo mudanças positivas ao meu ver ao
receber artistas de gêneros variados e de qualidade.
Nesse sentido eu posso dizer que há muitos anos contribuo para mostrar ao
mundo uma musica brasileira com muitas facetas, sem rótulos, nem
regionalismos baratos.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Sim é possivel. Claro que não se trata de um mercado de banana, soja e
café. Os graus de mensuração são outros mas tão importantes quanto o
mercado de produtos palpáveis. Além da venda de Cds, Dvds, etc, que não
representam uma grande fatia de mercado, há milhares de valôres
agragados à cultura que infelizmente não são vistos por nossos dirigentes
públicos e privados. Falta preparação intelectual para êles.
Esse assunto envolve artistas e técnicos de alto nível, que não da para
tratar nesse pequeno questionário.
Swami Jr, artista
- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
O momento certo é quando você tem um trabalho verdadeiro, consistente,
bem acabado, comprometido com a música. Acho que quando se tem isso
é o momento de fazer seu caminho tanto no Brasil como no Exterior.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
A maneira mais fácil é ter o disco lançado no Exterior e ter um agente lá.
Facilita muito o acesso aos Festivais, clubs,salas de concerto,etc. Não sei
se é possível planejar mas deve-se tentar lançar o disco, ter uma
distribuição digital no mundo inteiro e um agente local que te represente
Há muitos artistas levando o nome do Brasil há anos para fora sem que
isso signifique que tenhamos mais apoios estatais ou privados. Creio que a
internet ajudou muito para isso ocorrer. Além disso há mais empresas
aéreas operando e os custo ainda que caro das passagens, diminuiram.
Outro fator importante é a ajuda que dos próprios artistas ...para
agendamento de gigs, para hospedagem etc... Eu particularmente viajo
para fora do país desde 1982 ,sempre misturando apoios de artistas,
amigos, festivais, projetos etc.. às vezes apôio do Estado ou outras
instituições.
Um artista que fica esperando só ajuda ou o principe encantado, morre
frustado.
em eventos como o Womex, Midem, etc e busque o segmento onde vc
pode se apresentar e fazer circular a sua música.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
A minha experiência sempre foi com artistas mais conhecidos que já tem
um manager e promotores em vários continentes que vão armando uma
grande rede de promoção e venda de shows quando sai um novo disco.
Agora com meu trabalho autoral OUTRA PRAIA o que tenho é um agente
na Espanha com quem eu preparei um material promocional (EPK, etc ) e
o selo que distribui o disco na Europa, EUa e Japão, que investiu uma
pequena verba em marketing no lançamento. Acho que se houver um tipo
de patrocínio ou apoio para a tournée é perfeito, mas em geral o manager
planeja a tour bancando uma parte e projetando um lucro para ele e para o
artista no final, pagando-se todos os custos (músicos, etc). Hoje a
tendência é viajar com formações menores e equipes mais enxutas.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
A produção de shows no Brasil evoluiu muito desde que me
profissionalizei. Isso é inegável. mas ainda se encontra uma dose grande
de amadorismo e de improvisação injustificáveis em nossos tempos. Na
Europa e EUA essa função tem um nível de profissionalismo, estrutura e
eficiência muito elevado.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
É justamente o seu nome, a sua representatividade enquanto artista ter um
peso que justifique o interesse do mercado internacional e que gere
convites para particpar de festivais internacionais importantes, etc. A
dificuldade é a dificuldade que se apresenta quando começa sua carreira :
achar o seu espaço, a sua voz, a sua personalidade artística, e conseguir
que essa personalidade gere interesse do público por você e pela arte que
você faz.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Hoje, falar em investimento por parte de gravadoras, selos,etc, em seus
artistas é quase uma fantasia. A indústria de discos (não a musical) está
pulverizada e então o artista tem que trabalhar só em sua divulgação, usar
as ferramentas das redes socias, da distribuição digital, buscar patrocínios,
investir ele mesmo em suas tournées, em ampliar seu público, E é o que
está acontecendo. O Estado brasileiro ajuda muito pouco os seus artistas, o
que é um absurdo, já que a arte, e especialmente a música brasileira, é o
grande produto do País. Também acho saudável não se esperar muito do
Poder Público e ir à luta, mas acho que se poderiam desenvolver
mecanismos de apoio a artistas que buscassem o mercado externo e que
tivessem representatividade artística e cultural no Brasil também.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Sem dúvida. Hoje é muito importante gerar conteúdos e inserir nas redes
sociais. Tem um efeito multiplicador poderosíssimo e muito rápido.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional?
Acho que é ampliar os horizontes da sua arte e criar alternativas de
trabalho em um mercado tão difícil e concorrido como o da música. Se
voce persiste e investe, com o tempo vai se criando um mercado em que
você pode todos os anos contar com uma ou duas tournées internacionais
que representam uma ótima alternativa de trabalho e de expansão do seu
público.
Que tipo de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há
que se ter mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam
levados em conta?
Como eu já disse, é preciso muito planejamento e uma equipe enxuta e
eficiente. Pensar bem nos trajetos, distâncias, days off, escolher bem os
festivais e lugares que sejam coerentes com o trabalho do artista, etc. bE
principalmente assegurar-se que é possível apresentar o melhor, com boas
condições técnicas e conforto para o artista. Claro, que a maioria dos
artistas brasileiros que fazem tournées internacionais, principalmente a s
primeiras, não conseguem as melhores condições para se apresentar, ams
deve-se sempre pensar em chegar nesse nível e persisitir. Assim o trabalho
vai se ampliando e ganhando legitimidade e respeito, e com isso o
mercado vai se ampliando.
Vem crescendo como vem crescendo o nível dos músicos brasileiros na
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia? média. Melhorou muito a formação, o acesso aos materiais, à tecnologia, o
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente? acesso ao mundo em geral. Hoje vc vê grandes e jovens músicos
Acho que já foi mais fácil na Europa, mas hoje sinto que os europeus tem brasileiros como Chico Pinheiro, Yamandú Costa e Hamilton de Holanda
um grande interesse pelo Brasil contemporâneo, e não só pelo Brasil da ganhando o mundo e sendo cada vez mais respeitados. Ainda bem.
bossa nova, do samba, do Carnaval, etc. Países como a Alemanha,
Noruega, e Dinamarca tem um público maravilhoso, com um nível d
educação musical altíssimo.Nos Estados Unidos também, apesar de ser um
mercado mais difícil para a música brasileira. O Japão é incrível. Existe
uma grande admiração e respeito pela música brasileira e condições
técnicas impecáveis.

A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no

mercado internacional? É possível contabilizar isso?

Mariana Soldi, produtora

Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Como geralmente as turnes internacionais sao plataformas de investimento
dos artistas e bandas (com raras excecoes) é interessante cair nessa estrada
quando a banda já tem experiencia de palco e pelo menos 01 CD/album
em lançamento, isto porque viabiliza uma quantidade maior de
possibilidades de negocios para a banda e também (e mais importante)
gerar conteudo e atencao o bastante para o retorno da banda .
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Eu estou trabalhando com a antecedencia minima de 9 meses, isso porque
com excecao da america latina, as principais rotas internacionais, europa e
américa, trabalham seu agendamento de shows com muita antecedencia,
por isso essa articulacao deve de preferencia ser iniciada logo após a
banda/artista ter definido o interesse em relaizar uma turne internacional.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
O MinC disponibiliza um edital de Fomento ao Intercambio Cultural, que
financia a compra de passagens aereas para essas açoes. Alguns estados
como Minas Gerais e Bahia, tem editais especificios para a circulacao
internacional de bandas e artistas. Outra possibilidade é o auto
financiamento através do levantamento de custos e planejamento
financeiro da banda.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
Eu acredito que quando uma banda brasileira está em turne fora do brasil,
ela sente a diferença em dois lugares: no bolso e no comodismo. Falo isso
porque o mercado brasileiro de shows é notoriamente inflacionado,
pagamos caches altos e também pq temos uma cultura de badulacao desses
artistas, que eu carinhosamente chamo de "geopolítica do camarim".
Ontem mesmo, estava em conversa com amigos do meio e ressaltamos
como exemplo uma edicao do Festival Roskilde, zna Dinamarca, onde 02
nomes poulares da musica brasileira tocaram e como eles estranharam
alguns aspectos dessa producao mais democrática do festival.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
O fechamento das datas juntamente com o levantamento dos custos dos
dias OFF (que a banda estará em transito entre um show e outro) e se
preparar para especificidades comerciais/fiscais de cada pais, os impostos
e valores a serem retidos em fonte, sao os itens que requerem mais
trabalho e atencao, isso é chato mas é necessário para o bom andamento da
turne e o fechamento mais apurado desse investimento e até para mapear
futuros investimentos internacionais.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
divulgacao é a chave da entrada no mercado internacional ( o no nacional
tb!), sem ela voce corre o risco de investir em algo e nao ver o retorno.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Com certeza! Alguem ainda tem dúvida? A internet hoje é mais do que
uma nuvem de informacoes e conexoes, ela se coloca em alguns casos
como plataforma exclusiva de comunicacao! E mais, hoje uma banda
auto-gestora consegue tirar da internet nao só a divulgacao, como seu
agenciamento, venda de produtos, etc. Um exemplo dessa interatividade e
ferramenta é o Toque no Brasil (www.toquenobrasil.com.br), nesse caso, é
direcionado para o mercado nacional, atendendo tanto bandas brasileiras
quanto internacionais.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Estamos iniciando um período interessante para o posicionamento dos
artistas brasileiros no mercado internacional, nos próximos anos vamos
sediar a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016), esses dois eventos
atraem nao só grandes investimentos para o país mas também uma
necessidade de se difundir a cultura brasileira para esses novos mercados
investidores, e a música sendo um dos maiores símbolos de nossa cultura
entra favorecida nessa equaçao. Mas há também os mercados onde nossa
música sempre teve cadeira cativa: a Argentina, Uruguay, Inglaterra,
Estados Unidos, Portugal e Espanha.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
A ultima crise economica internacional impactou negativamente a
circulacao de bandas brasileiras, mesmo que a economia local tenha se
Paula Santoro, artista
Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Penso que um bom momento é quando vamos lançar um novo álbum ou
DVD. Sempre é bom ter alguma novidade para criarmos espaço de
divulgação em TVs, rádios e jornais. Melhor ainda é quando o trabalho já
foi distribuído lá fora e já foi publicada alguma matéria positiva sobre o
lançamento.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Funciona bem começar a planejar de 6 a 8 meses antes. Em alguns casos,
como dos Festivais de Verão na Europa, o movimento pode começar até 1
ano antes. No exterior, os shows são agendados com muito mais
antecedência do que no Brasil.
Etapas:
-Escolher o melhor período para a turnê e verificar as peculiaridades de
cada país (se é necessário visto, etc).
mantido aquecida, fora daqui os mercados se contrairam e essa circulacao
ficou prejudicada, mas esse cenário já está mudando! Eu desconheço
alguma ferramenta que temos exlcusiva para mapear essas turnes
internacionais, mas conseguimos bons diagnósticos acompanhando o line-
up dos festivais internacionais, os relatórios de circulacao do Circuito
Fora do Eixo, as newsletters da BM&A e das agencias estaduais de
circulacao de bandas como o de Minas e da Bahia.
Organizar os pedidos de shows de forma tal que os traslados e as
apresentações sejam próximos, com algum dia de descanso, para que não
fique muito cansativo.
-Sempre ter contratos assinados pelo contratante para ter mais segurança,
antes de sair do Brasil.
-Enviar material para a divulgação dos shows para o contratante ou para a
pessoa responsável por isso no exterior (CD, release em inglês, Mp3,
DVD).
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Existem editais que custeiam as passagens aéreas. Como estes custos são
bem altos, já é uma grande ajuda, mas que eu saiba, não há financiamento
de toda a turnê, a não ser que seja a convite de alguma Embaixada
Brasileira do exterior.
Conheço o Edital do Programa Música Minas que é voltado para a
promoção e difusão da música mineira no Brasil e também no exterior. O
MinC (Ministério da Cultura) também possui um Edital de Passagens que
inclui shows no exterior. Até onde eu sei, é necessário um documento
oficial do Festival ou do local em que será realizado o show para entrar na
seleção.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção?
A parte mais difícil é agendar shows em locais e datas próximos. É
importantíssimo que haja antecedência e muita organização. Tendo
antecedência, pode-se trocar alguma data para que a turnê seja otimizada
em termos de tempo e custos. Hotel e alimentação, de um modo geral, são
bem
caros lá fora.
Há diferenças gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows? De modo
geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê internacional?
Há diferenças grandes, a começar pela antecedência com que os shows no
exterior são agendados, diferentemente do Brasil. Muitas vezes, a
demanda de shows no Brasil é de 1 mês de antecedência.
Uma das dificuldades é a diferença da língua e a relação (ou não) do
vendedor do show com o contratante. Se quem vende domina os jargões
de negociação em inglês e já vendeu outro artista para o mesmo
contratante, há mais chance de venda.
Se o artista não for muito conhecido lá fora, as condições gerais dos shows
podem ser piores do que as que ele conseguiria no Brasil.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Na maioria das vezes, o artista brasileiro é menos conhecido lá fora
mesmo. Algumas vezes, no exterior, essa relação entre investimento e ter
uma boa divulgação tem mais nuances. Se um jornalista ou o
programador/diretor de uma TV ou rádio gosta do trabalho, ele (a) divulga
com o maior destaque e sem custos (como os “jabás” que muitas vezes
rolam por aqui).
O importante é tentar descobrir os canais de divulgação que possuem um
perfil que combine com o som que o artista faz. Sinto que no exterior,
principalmente na Europa, onde já me apresentei algumas vezes, há
sempre interesse pelo novo e pela música brasileira que possui uma
elaboração melódica, harmônica e poética.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Com certeza! A internet é uma das maiores aliadas dos artistas na
realidade de hoje, principalmente porque as grandes corporações estão
acabando ou diminuindo seu elenco e o mercado independente está se
aquecendo. Atualmente, há muitos artistas que possuem nichos de público
em vários lugares do mundo em função da internet.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional?
Sempre há uma ampliação do trabalho do artista, a cada nova turnê
internacional. É muito bacana quando o artista se apresenta em algum
lugar e depois volta e tem mais gente que já conhece o trabalho, tem mais
público. Isso acontece com o tempo e é legal que o artista volte àquele
local com intervalos não muito grandes para que o seu investimento
anterior seja somado ao atual.
Além disso, sempre ganhamos experiência em outros palcos e vivências
incríveis durante as viagens, tanto a nível profissional quanto pessoal. A
arte precisa de estímulo e, para mim, viajar e trocar idéias com outros
artistas, aqui e lá fora, é essencial para alimentar e transformar minha
forma de pensar a música.
Que tipo de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há
que se ter mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam
levados em conta?
As precauções mais importantes são: ter contrato assinado; organizar bem
a turnê e agendar o artista em locais que tenham consonância com o tipo
de música que ele faz; tentar ter um show âncora que diminua os custos
mais pesados da viagem para se ter uma verba de produção “na manga”,
caso aconteça algum imprevisto; tentar trocar informações com quem já se
apresentou no local; sempre ter grande atenção com a divulgação e as
condições técnicas dos locais das apresentações.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Penso que Europa e o Japão são mercados muito interessantes para a
música brasileira. Os Estados Unidos e a Ásia são mercados em expansão.
Quanto aos nossos “hermanos” latino-americanos, gostaria que houvesse
mais intercâmbio entre nós, já que estamos muito mais próximos do que
todos esses países e continentes que eu citei. Acho até que eles conhecem
mais a nossa música do que a gente conhece a deles. Vejo que há mais
interação do sul do país, principalmente Rio Grande do Sul, com a
Argentina e países próximos.
Marcos Paiva, artista
1 - Do lado do artista, basta ter um trabalho estruturado (internet, cds,
dvds, presskit eletronico, site e etc) artisticamente e já com uma bagagem
de tournée pelo Brasil. Ter contatos com outros artistas para que possa
aproveitar algum músico ou informações do país que se deseja abrir
mercado e para troca de conhecimento em geral. Saber quem são os
empresários legais e quais são os picaretas.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Certamente! Como já coloquei, penso que a internet é a grande força
motriz desse aumento das turnês internacionais dos artistas brasileiros.
Cada vez mais, percebe-se que a arte é um produto que dá lucro para os
artistas (mesmo que num primeiro momento seja um retorno mais
institucional do que financeiro), para as gravadoras ou selos nacionais, e
também para os países onde acontecem os shows.
Não sei como poderíamos contabilizar isso. O fato do Brasil ter uma
dimensão continental já dificulta muito sabermos o que acontece aqui
dentro... Novamente a internet poderia ajudar. Poderíamos ter um portal
em que artistas e empresários/produtores colocassem suas realizações
internacionais, mas como ter certeza da veracidade das informações
postadas na internet? Complicado...
Mais do que contabilizar isso, seria maravilhoso se pudéssemos ter pessoas
que se interessassem em pesquisar e organizar um portal de contatos
internacionais para cada estilo musical. Com certeza, esse portal teria
milhares de acessos e seria bem rentável a quem se propusesse a fazê-lo.
Ter um empresário/manager que possa ajudá-lo (brasileiro ou estarngeiro)
com conhecimento em produção (road manager), ou seja, saber como
funciona uma tournée (chegadas, saidas, hotel, passagem de som, checking
de instrumentos, aeroporto), que fale pelo menos inglês e esteja com
vontade de investir tempo e dinheiro. Sem isso nada feito. Isso é o básico.
2 - Pelo menos 3 anos antes. Não que vc não possa fzer pequenas viagens
mas só começará a colher algum fruto depois de no mínimo 3 anos de
batalha.
As etapas eu não sei por que ainda estou quebrando a minha e o ano que
vem será meu primeiro ano desses 3 que falei. (trabalho solo)
Talvez:
1-ter o material pronto
2-ir a feiras e marcar reuniões com distribuidoras e agências de show.
3-fechar contrato com alguém.
E no caso de shows, tb, mesmo que seja para poucos shows. Contratos
locais.
4-colher lucros no Brasil dessa viagem. Alimentar os caminhos dos dois
lados.
5-ampliar os contatos, fazer shows (mesmo que não dê tanto dinheiro ou
mesmo que tenha que investir dinheiro). Tentar agentes maiores.
6-não desistir e não parar d trabalhar.
7-ah! Ser sério e responsável.
3 - Não conheço. Vc tem que se organizar para ter caixa m grana para
poder investir. Tentar passagens com o governo e etc. Mas tem que ter
grana na mão, seja através de um empréstimo bancário ou a venda de
algum movél ou imóvel que tenha. Tocar em festivais brasileiros la fora
para alguns pode ser um bom começo. Aproveitar que está lá fora e tentar
fechar muito mais shows mesmo que não dê um retorno financeiro tão
grande. Aproveitar cada chance e ampliá-la.
4 - Pela minha experiência: não. Tem profissionais bem competentes e
sempre te dão apoio que precisa. As vezes tem a barreira da lingua mas em
geral todos querem ajudar. É sempre importante vc ter algum
conhecimento de como é o contratante pois se não vc pode se lascar. Por
exemplo, Itália, no sul do país pra vc tomar um calote é fácil. Por isso é
sempre importante saber com quem vc está fechando.
5 - Não acredito na internet por ela mesma. Ter alguém querendo ganhar
dinheiro com vc e ponto. (aqui ou lá)
Uma distribuidora e um agente. Se vc achar esse cara, vc tá feito. Sua vida
será difícil mas não impossível.
Se não, lute muito, seja organizado, crie relações sadias, invista um bom
dinheiro, planeje qual a melhor mercado para começar, tente algum agente
e alguma distribuidora menor nesse mercado e torça para ter sorte. Um
pouco de sorte não faz mal. Pense a longo prazo e não desista. Pra desistir
é um pulo.
6 - Sem dinheiro em divulgação e distribuição, nem se Jesus pegar não tua
mão, vc conseguirá se estabelecer de verdade. Fazer meia dúzia de shows
lá fora todo mundo com um pouco de sorte, coragem e dinheiro consegue.
Agora se estabelecer é chegar num outro nível de mercado/publico.
7 - América Latina, Europa e Japão. EUA é quase impossível. Leste
europeu e Ásia eu não conheço. Dê um modo geral na Ásia eles gostam de
bossa nova.
8 - Não consigo mensurar se está crescendo ou não. Depois do boom da
bossa nova lá fora e depois do boom do rock aqui dentro sinto que
perdemos muito espaço lá fora. Tínhamos potencial para ter alavancado
mais coisa com a bossa nova.
Não consigo saber se cresceu depois dos heavymetal sepultura e Angra
(anos 90) fazerem sucesso. Sinto que temos um bom espaço para um tipo
de música, no caso, a bossa nova e os outros ritmos, acho eu, são mais
difícies. Me parece que tem que ter essa coisa meio alegre e divertido para
ser música brasileira. Se vc já faz isso, sorte sua, largou na frente de um
monte de gente.
Ilton Carangacci, Produtor
Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Sair pelo mundo fazendo shows é o sonho de muitos artistas. Essa coisa do
tempo certo é muito relativa. O Papas da Língua, por exemplo, já tinha
feito vários shows na Europa mesmo antes de se apresentar no Rio e São
Paulo. O certo é que precisa ter percorrido uma estrada pra sentir
“confiança no próprio taco”.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Via de regra se planeja
uma turnê no exterior com antecedência de 3 a 6 meses, mas também já
fomos chamados pra fazer um concerto em Coimbra, (Portugal) 11 dias
antes do evento.
Quais são as etapas deste planejamento? Precisa de muita motivação e a
consciência que estamos abrindo um mercado novo, precisa de
investimentos e foco. Tem que pesquisar quais países recebem melhor seu
estilo de música, tentar parcerias com artistas de lá, levantar os custos,
escolher o lugar certo pra tocar... Em 2005 havia shows confirmados na
França e investimos numa esticada até Portugal. Contratamos assessoria de
comunicação em Lisboa que marcou TVs e rádios durante 1 semana e
finalizamos com um show numa casa que tem tradição em trazer música
brasileira. Tudo muito focado. Em 2006 emplacamos uma música em
novela da Globo e isso facilitou o acesso a países que recebem o sinal da
Globo Internacional como Portugal, Estados Unidos, Angola, Argentina.
Claro que depois disso o cenário melhorou em todos sentidos.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo? Uma parte do cachê de cada show fica retida pra
financiar varias ações, mas também precisamos criar projetos que atraiam
investidores, todos procuram conteúdo. Com as festas dos 500 anos do
Brasil, em 2000, montamos um Festival em Viena levando apenas a
música produzida no Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte, já que o
europeu tem mais acesso ao que se produz no Rio e Bahia. Conseguimos o
apoio desses governos estaduais e da Varig e viabilizamos a idéia.
Levamos 30 artistas pra Áustria durante 11 dias de festival. Em 2001
trouxemos a Vanguarda Austríaca pra cá.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows? O valor das
passagens internacionais é o que mais dificulta. Não tivemos problemas
técnicos nem de logística. Tudo é resolvido na fase de pré-produção e
temos representantes credenciados nos países que a nossa presença e
freqüência de shows é maior, e já sabem das nossas necessidades. Em
todas turnês só encontramos equipes de produção, equipamentos e técnicos
bastante profissionais. A gente sofre bem mais trabalhando dentro do
Brasil.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional? As liberações de carga e montar uma agenda que otimize as
datas, pra não deixar dias parados que precisamos bancar. Tem que ter um
produtor local que agende seus shows. Quanto a carga, as regras de
entrada e saída dos equipamentos estão sempre mudando e as cias aéreas
restringem o formato e o peso dos cases. Mesmo pedindo quase todo back
line, tem aquele mínimo que precisamos levar e sempre da trabalho.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)? Os caminhos são semelhantes mas
cada mercado tem seus particulares, por isso é importante ter um parceiro
local que atua na área pra evitar que a gente invista em ações que não
resultam.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede? A internet é importante mas tem que estar
alinhada a outras ações, pois tem muito conteúdo disponível e sozinha não
tem força pra estabelecer um artista. A cada 20 minutos aparece uma
ferramenta que todos dizem ser “imprescindível” pro artista estar presente.
Já foi o My Space, o Orkut, Facebook e agora o Twitter. Tudo isso ajuda e
é bacana, mas bota a banda no palco tchê!
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta? Além de conhecer outros países e chegar la apresentando um
trabalho, aqui dentro do Brasil é onde repercute mais. Colocar uma turnê
internacional no release do artista valoriza bastante o currículo.
Qualquer contrato de show passa por uma serie de checagens antes de ser
assinado. Entrar numa produção falida a 100 quilômetros de casa já é um
Sergio Ugeda, produtor
desgaste, então imagina atravessando o oceano. Primeiro levantamos toda
ficha de shows que o contratante da consulta já realizou com artistas
brasileiros e conferimos com os escritórios. Tem que cumprir todos os
itens do check. No caso de bancar a turnê, a presença do representante
local que vai produzir é ainda mais fundamental. Ele conhece os lugares
certos pra tua banda tocar, tem os canais de divulgação e todos
fornecedores. Isso já representa economia.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente? Já
produzimos shows nos Estados Unidos, França, Portugal, Angola, Áustria,
Argentina, Uruguai... Em Portugal tivemos o melhor retorno, já fizemos 8
turnês. A França vem em segundo lugar com 4, os franceses gostam muito
da nossa música e da cultura brasileira em geral. Os argentinos também
abrem muito espaço.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso? O mundo ta mais
aberto e acessível a todas as culturas. Concordo com a frase que escutei na
Expo Show Business, mas infelizmente não lembro quem disse, mas era o
seguinte: a música brasileira é forte no mundo, assim como a produzida na
Argentina, na Inglaterra, Espanha, Estados Unidos ou India. Tem é que
achar onde está o diferencial da sua música, o carimbo do país de onde ela
vem não importa. A canção “tem que bater”, nada é mais forte que
simplesmente a música.
Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
R.: Enxergo três opções: 1) Quando tal artista tiver estabelecido bem o
suficiente dentro do mercado nacional para considerar que pode expandir
sua carreira. 2) Quando tal artista simplesmente não enxergar abertura para
seu trabalho dentro do seu território e tiver visão estratégica e dinheiro
para investir em outros territórios se relacionando com parceiros locais. 3)
Quando por pura sorte ou destino surge algum convite para que o artista se
apresente ou possa lancer algum material no exterior.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
R.: O quanto antes for possível. Menos de cinco meses de antecedência
inviabilizará qualquer iniciativa. Como etapas penso da seguinte forma: A)
Pesquisa e planejamento, B) Prospecção, C) Contato e negociação, D)
Logística e E) Continuidade.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
R.: Novamente, penso em três opções: 1) Inscrição em editais e
aproximação artística aos projetos públicos de fomento cultural; 2)
Contatação artística envolvendo algum produtor / empreendedor / empresa
com foco mútuo na exploração de tal projeto e 3) Patrocínio com marcas.
Pessoalmente, penso que sempre que possível estas três opções devem ser
evitadas pois ou os interesses entram em conflito desde que não exista uma
forte e resistente relação de confiança bem como uma confluênca total de
expectativa e idéias entre as partes na
2ª opção ou na 1ª e 3ª opção a continuidade e relação artística com o(s)
território(s) escolhido(s) serão comprometidas por uma realidade
completamente alheia à banda (desde mudanças políticas/empresariais até
satisfação nos resultados). Porém, como é óbvio que um artista e/ou banda
precisa sobreviver e raramente dispõe dos recursos financeiros necessários
para tal tipo de investimento, é natural e até certo nível fundamental que
qualquer planejamento considere tais opções. Embora em minha
experiência pessoal e em diversos casos que conheço não seja tão difícil
trilhar um caminho de fato independente.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
R.: Existem diversas dificuldades. A mais comum é ser capaz de falar
fluentemente outra língua. É inútil esperar qualquer tipo de sucesso se não
existe a capacidade de responder entrevistas, por exemplo, ou ainda de se
relacionar diretamente com as pessoas que aparecerão pelo caminho. Além
disso, outra dificuldade comum é o conceito de turnê.
Frequentemente artistas e bandas viajam ao exterior para fazer um ou dois
shows em determinado festival e não se esforçam para explorer
oportunidades em torno desta viagem e investimento de tempo e dinheiro.
Quando tal conceito é compreendido, sobreviver ao caos de uma turnê
também não é fácil - ficar semanas sem conforto, dinheiro, higiene não é
agradável e faz surgir conflitos entre todos que participam da viagem caso
não exista um rígido senso de unidade.
Em comparação, nada é parecido entre o mercado brasileiro e os mercados
no exterior. No Brasil com raras e pontuais exceções (por exemplo, o
mercado sertanejo em sua estreita relação com rádios e política) realiza
turnês. Se ninguém realiza, não existe modelo e sem modelo poucas
iniciativas se dispõe a tentar. Quando surge a tentativa, raramente é
possível dar continuidade a ela por diversos fatores. O Brasil oferece mais
dificuldades (a começar pela estradas nacionais e terminar pela cultura
tanto independente como, digamos, de mercado) do que benefícios para os
que se interessam em tal atividade não é surpresa que produção de shows
no Brasil ou signifique relação com publicidade e marcas ou ainda política
pública. Penso que deveria surgir algum tipo de união idealista onde
diversos pioneiros e, sem exagero, heróis possam juntar forças para mudar
este cenário. Mas como em qualquer tipo de idealismo, surgem então
dificuldades diferentes e pouco animadoras.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
R.: Ter os dois pés no chão e entender exatamente como, quando e sempre
caminhar em direção aos objetivos traçados.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
R.: Não necessariamente. Existem diversos profissionais que oferecem
serviços de assessoria de imprensa e distribuição de conteúdo a custos
acessíveis. Embora para resultados realmente expressivos surgirem seja
necessário tempo de avaliação e relação entre as partes. Em tempos atuais,
nada surge apenas mandando uma demo para algum lugar. É preciso
existir bom senso para descobrir quais são os caminhos e pessoas que
podem oferecer condições favoráveis bem como é imprescindível que o
artista / banda reconheça como pode oferecer contrapartidas interessantes.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
R.: Sem sombra de dúvida. Nunca foi tão fácil. Como fica implícito na
pergunta, não só divulgar como manter contato direto com fãs e realizar
seu próprio planejamento ao mesmo tempo que pesquisa ações
semelhantes que são realizadas por outros.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
R.: Quanto à grande vantagem, depende do caso. Como disse, em alguns
casos certos trabalhos simplesmente não possui retorno ou espaço dentro
do Brasil ao passo que no exterior existe toda uma rede favorável e ativa.
Chega a ser então questão de sobrevivência. Para não jogar dinheiro fora,
deve-se respeitar a antecedência e estipular planos que gastem menos do
que se tem, fazendo reserva de vida para parar sem perder as calças ou
ainda coisas piores. Sobre cuidado, ele é bom em qualquer país.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
R.: A música brasileira tem abertura e desperta interesse em todo o mundo.
Europa e Estados Unidos, por serem mercados melhor estabelecidos,
oferecem boas condições. Japão é sempre um Mercado acolhedor e Asia e
Oceania apresentam oportunidades relevantes!
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
R.: Sim e não. Penso, ao mens. Embora cada vez mais músicos e bandas
considerem e atuem no mercado internacional, não conheço nenhuma
ferramenta ou serviço que ofereça opções de pesquisa efetiva neste
sentido.
Moyses Lopes, produtor/artista
Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Não creio que existam momentos certos ou errados. O que há são atitudes,
posturas e ações que transformam qualquer momento em momento certo,
ou errado.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar?
O tempo depende muito do grau de conhecimento do mercado exterior que
o artista tem. Quem nunca teve experiência internacional talvez precise se
preparar por 2 ou 3 anos. Artistas mais experientes pode fazer este
planejamento em menos tempo. Há mercados (como o Europeu) que
fazem suas programações com antecedência de um ano ou mais, outros
menos. Há diferenças também entre segmentos: o de música erudita
trabalha normalmente com muita antecedência; o punk rock, menos.
Quais são as etapas deste planejamento?
Reconhecimento do mercado, definição do alvo (rotas de apresentação),
definição de rotas de viagem, cronograma. De posse destas informacões o
artista poderá realizar um cronograma financeiro e a partir daí conhecer os
custos de seu empreendimento. Com base no cronograma financeiro cria-
se um cronograma de desembolso que irá definir se o artista tem condições
de começar a pré-produção imediatamente ou se precisa esperar alguma
espécie de aporte financeiro, resultado de programas de passagens, entre
outros. Os próximos passos são pré-produção (contatos e levantamento de
necessidades de produção local), agendamento das apresentações, contatos
de divulgação e viagem propriamente dita. Ao final, pós-produção de todo
o material gerado e trabalho de assessoria de imprensa para divulgar
localmente sua temporada no exterior.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Alguns estados - como é o exemplo de Minas Gerais - têm programas
específicos para viagens artísticas, mas são poucos. O governo federal
também tem um programa de passagens que pode ser usado para alavancar
temporadas no exterior.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
Acho que a maior dificuldade é a falta de conhecimento do mercado
externo. Uma boa rede de relacionamentos no local por onde o artista vai
passar minimiza as chances de surpresas negativas e problemas. Quando
não se conhece ninguém há sempre a chance de deparar-se com pessoas
despreparadas ou até mesmo mal-intencionadas. Com relação à produção
creio que alguns mercados são mais preparados e têm recursos humanos
capacitados para atuar no setor. Em outros, menos preparados, o
funcionamento é mais precário, mais improvisado. Porém é importante ter
em mente de que não há garantias de tranquilidade neste ou naquele lugar:
profissionais incompetentes existem em qualquer lugar do planeta.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Conforme falei antes, é o desconhecimento, a falta de relações nos locais
por onde se quer passar.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Acredito que sim. Este investimento precisa ser entendido no seu sentido
amplo pois não representa apenas dinheiro. Começar por locais pequenos é
uma boa estratégia pois é mais fácil conhecer o público local e entrar em
contato com ele. É comum os artistas terem sua visibilidade muito diluída
em grandes eventos como festivais, por exemplo, em virtude da
quantidade de atrações ofertada ao público. Participações em eventos de
grande porte precisam de um planejamento de divulgação mais acurado
para fixar o nome do artista na mente do público.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Sem dúvida. A internet aproxima e agiliza os contatos. Além disso é mais
fácil prospectar locais para apresentações quando se pode rastrear os
passos de artistas do mesmo estilo na internet pois fica mais fácil de
acertar o alvo.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional?
Conquistar novos públicos e obter maior visibilidade local.
Que tipo de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora?
Até mesmo uma temporada ruim pode ter bons resultados se encarada
como aprendizado. Os investimentos são geralmente a médio e longo
prazos e o artista que pretende fazer uma temporada internacional
pensando em ganhar dinheiro precisa repensar o seu projeto.
Há que se ter mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem
seriam levados em conta?
Certamente. Quando se está num país que não é o seu tudo é mais difícil.
Qualquer probleminha bobo de saúde que seria facilmente contornável em
casa pode se tornar um grande pesadelo. Aumento dos níveis de stress e
depressão são bastante comuns em viagens longas, isto sem falar em
culturas locais muito distintas da do artista, que podem acarretar desde
embaraços e saias-justa até mesmo problemas com a polícia.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Há mercados que são vorazes consumidores de música em geral. O Japão,
por exemplo, é um deles. Estes mercados, normalmente mais abertos,
consomem música de todo o mundo, inclusive a nossa. Outro, mais
fechados - como os Estados Unidos - consomem menos.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Acredito que a participação de artistas brasileiros no mercado exterior está
crescendo e isto se deve muito ao momento político/social atual. Há mais
dinheiro circulando na sociedade brasileira e o país tem mais visibilidade
na cena política internacional. A contabilização destas idas e vindas de
brasileiros ao exterior ainda é muito precária, não sabemos quantos vão e
nem o quanto movimentam financeiramente. Se obtivermos estes dados
poderemos utilizá-los para justificar a necessidade de maiores
investimentos na exportação da música.
Natalia Mallo, cantora
Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Na minha opinião, quando já conquistou uma consistência artística.
Quando já sabe o que quer dizer como artista e se sente pronto para dizê-lo
ao mundo. Também ajuda já se ter um reconhecimento em nível local, não
precisando ser um reconhecimento do mainstream, mas uma carreira de
alguma maneira consolidada, porque isso se reverte num bom material
promocional, acesso à mídia e a possíveis patrocinadores.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Eu planejo com no mínimo 6 meses de antecedência, normalmente mais.
Não sou o tipo de artista que espera a condição ideal. Estou sempre ligada
em possibilidades e cultivo uma rede de contatos. A situação ideal é
quando surge um contratante que viabiliza a viagem e conseguimos fechar
uma turnê em torno dessa data, com ajuda de um agente ou por conta
própria. Quando isso não se da, escolho uma janela de tempo e procuro
acionar contatos para ir fechando shows nesse período de tempo, faço o
investimento necessário e vou. Ai o desafio é tirar o maior proveito
possível da experiência.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Que eu saiba, editais de passagens aéreas, seja do Minc ou de empresas
privadas. Mas não é nada garantido, inclusive é bem difícil e muitas vezes
se destinam a artistas que tem uma ligação direta com a cultura tradicional.
Muitos editais, não só de passagem, tem esse teor brasileiro literal e
autoreferente, que não admite que um produto brasileiro possa ser
cosmopolita, misturado ou mesmo cantado em outra lingua. Isso dificulta
um pouco. Outra opção é buscar patrocinadores, parceiros ou apoiadores.
Nesse caso, buscar empresas que possam se identificar com a proposta,
entrar em contato com o depto de marketing, apresentar uma proposta
clara de contrapartida em forma de visibilidade.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
Minha experiência no exterior é em festivais e casas de show. As formas
de produção variam muito, até de pais para país. Tem lugares com pessoas
muito organizadas, corretas e educadas e tem também produções caóticas e
contratantes que desaparecem. De modo geral os acordos são claros, o que
não elimina a necessidade de assinar sempre um contrato. Já no Brasil,
trabalho muito com entidades como o Sesc, que tem um modo de produção
padronizado, e que apesar de bastante burocrátizado funciona bem e tem
boa estrutura técnica. Casas noturnas tem um funcionamento similar em
todo o mundo.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Criar uma rede de contatos confiável e consistente, parceiros e contratantes
que realmente gostem do seu trabalho, para que haja um empenho não só
na hora de fechar shows, mas também em promoção e nos desdobramentos
profissionais. Uma turnê pode ser quase como uma viagem de férias (cara)
se você não se dispõe a trabalhar para fazer valer o investimento.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Os festivais de maneira geral tem sua própria estrutura de promoção. Já em
casas de shows e esse tipo de lugar, é preciso levar público.
Principalmente naquelas que não tem público cativo. Isto é, de preferência
contratar alguém local para cuidar da relação com a imprensa, ou mesmo
um "promoter" ou relações públicas que possa ter estratégias específicas
para o público que vai consumir nosso show. Isso também varia muito. Se
não houver uma estrutura, o essencial é contactar a imprensa local,
descobrir quem escreve sobre música naquela cidade/pais e tentar marcar
uma entrevista e levá-lo ao show. É importante se dispor a ir a eventos,
rádios, jornais, revistas locais, por pequenas que sejam, e também criar
uma estratégia de divulgação pela internet. Outra coisa essencial é buscar
parceria e conexões com artistas locais.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
A internet é 100% responsável pelo planejamento de uma turnê
internacional. Tudo requer pesquisas, mandar muitos e-mails, atualizar
constantemente todos os perfis em sites de música, gerar conteúdo, postar
em blogs, e por ai vai. Mas tem uma hora em que você tem que pegar o
telefone e ligar. O contato telefônico em muitos casos é definitivo e muito
importante para estebelecer relações de confiança.
liberdade de preconceitos para poder criar. Fora isso, a cada ano conquista-
se melhores condições e estrutura para viajar e ir consolidando essa
carreira internacional. Salvo em casos onde há grande investimento, trata-
se de um trabalho de formiga, de ir ocupando espaços e fazendo contatos.
Finalmente outra vantagem é o valor agregado que traz no Brasil o fato de
ser um artista com carreira internacional.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
O mundo todo ama e se interessa pelo Brasil. A europa principalmente, é
muito aberta e ávida por música brasileira e já tem um mercado pra isso.
Pra quem quer levar um produto que não satisfaz o clichê brasileiro, há
também outros nichos, próprio do mercado independente, com muitas
redes de festivais pelo mundo todo, principalmente nos Estados Unidos.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Acho que de modo geral há mais mobilidade, sim. E mais espaço para
outros perfis de artista, independente, com um alcance mais segmentado e
não por isso menos importante na cena contemporânea.

Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo

de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
As vantagens são várias, a experiência, o enriquecimento pessoal, adquirir
novas referências artísticas, perceber que o meio musical de que fazemos
parte, no meu caso aqui em São Paulo é apenas um recorte dentro de todo
um movimento mundial, e que cada público vai entender seu trabalho de
maneiras diferentes. Encontrar platéias mais abertas, que não estão te
classificando dentro de uma proposta fechada, o que te permite uma
Gene de Souza, produtor Rhythm Foundation
Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
O artista ou grupo precisa ter algum nível de sucesso já estabelecido no
Brasil. Não é sempre o caso, mas sempre ajuda ter reconhecimento da
mídia e publico para ajudar a “vender” o artista no exterior. Investir na
carreira internacional pode ser um projeto paralelo ao crescimento dentro
do Brasil. Não é necessário aguardar vários anos para depois planejar
shows fora. Se um artista puder fazer turnês cada 1, 2 ou 3 anos nos EUA
e Europa, ela pode plantar uma semente e desenvolver sua carreira no
exterior sem sacrificar sua carreira no Brasil.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
No mínimo um ano é necessário para planejar uma turnê. Um pouco mais
seria ideal porque festivais e casas de shows no exterior fecham datas com
bastante antecedência. Alem de conseguir boas datas, é preciso de tempo
para petição de vistos e também levantar fundos, patrocínios, etc. Fazer
uma turnê em cima da hora sempre da problemas e nunca da o retorno
desejado.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Existem varias fontes para procurar financiamento: secretarias de turismo
estaduais e municipais, MinC, MRE e também empresas multinacionais ou
brasileiras interessadas em divulgar la fora.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
Não entendi direito a pergunta. Eu sei que no Brasil os custos são mais
altos para equipamentos, especialmente de boa qualidade. Nos EUA
existem certas normas e maneiras de fazer negocio. Na grande maioria das
vezes da tudo certo.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
A logística. Ter um “booking agent” com experiência e conhecimento
sobre a musica brasileira é o que mais falta nos EUA. Existem alguns que
trabalham com Caetano, Gal, Milton, Seu Jorge etc, mas tem muito artisa
brasileiro com potencial forte nos EUA que não tem representante. Esta
pessoa coordena os vistos, passagens, venda de shows, relações publicas,
etc. Ter um bom booking agent para navegar isso tudo é essencial.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
O artista precisa querer fazer isso. Aqui o artista vai começar do zero e so
vão ter o retorno alguns anos a frente. Ele vai se apresentar em teatros
menores do que esta acostumado no Brasil, mas depois vai crescendo. Ter
um bom “PR”, relações publicas para fechar entrevistas com rádios,
jornais, blogs, etc é essencial. O que adianta fazer um show em Nova York
se não tem mídia e formadores de opinião na platéia. Se o show gerar uma
matéria no New York Times, isso vale ouro, como aconteceu esse ano com
a Orquestra Contemporânea de Olinda.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Saber usar bem YouTube, Myspace, Facebook etc é essencial hoje em dia,
não importa o estilo de musica ou idade do artista. Para se comunicar e
fechar negócios o skpe também é bom.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
O importante é qualidade e não quantidade. Uma turnê com 4 shows em
teatros bons pode ser melhor para divulgar o artista do que 10 shows em
casa/cidades medíocres. Muito empresário se preocupa em fechar 15
shows para poder pagar custos, etc. Um artista novo aqui não vai
conseguir esta quantidade de datas. O melhor é se concentrar em fechar 4-
5 shows fortes com relações publicas, divulgação, etc. No futuro as outras
turnês vão ser maiores.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
MPB sempre fez sucesso com o publico americano e artistas como
Caetano, Gal, Gil, Milton, Djavan ainda lotam teatros nos EUA. Novos
artistas como Marisa Monte e Maria Rita também atraem muitos
americanos. Outro publico que adora musica brasileira são os jovens
alternativos que gostam de Seu Jorge, Bossacucanova, Bonde do Role,
CSS e outros. Também tem o publico jazz e bossa nova que consome Rosa
Passos, Celso Fonseca, e outros. Tem vários caminhos para entrar no
mercado americano dependendo do estilo de musica.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Sim, o numero de shows de artistas brasileiros para o publico americano
(não shows para a comunidade brasileira) tem crescido bastante nos
últimos anos. Muitos shows agora acontecem em grandes casas de
espetáculo como Kennedy Center, Lincoln Center, Radio City Music Hall,
Walt Disney Concert Hall e outros Performing Arts Centers na America do
Norte. Agora artistas como Roberto Carlos e Ivete Sangalo também se
apresentaram em grandes arenas para platéias de 15 mil pessoas. Isso não
acontecia 10 ou 20 anos atrás. Podemos contabilizar isso juntando dados
de produtores, agentes e serviços como Ticketmaster e do site Pollstar.com
Tita Lima, cantora:
- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
No verao e quando lança um trabalho novo.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar?
Quais são as etapas deste planejamento? 3 a 4 meses antes , primeiro edital
, depois festivais e por fim casas noturnas.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Editais, que ate entao eu nunca consegui ...mas os maiores festivais pagam
pelo menos a passagem e os outros pequenos shows sao respassados para a
banda , que no meu caso eh contratada do local e cidade que vou tocar.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
A Maior e conseguir as passagens , patrocinio ou por edital , o resto eh
mais tranquilo , hospedagem eh sempre barato , basta procurar direito.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Fechar tudo proximo com datas proximas , em algumas cidades vc nao
pode tocar em varios lugares so pode escolher um , a propria casa noturna
pede exclusividade, senao queima o filme , NY eh um pouco mais
tranquilo mas mesmo assim , nao da pra sair tocando em varios lugares na
mesma semana.
Van e aluguel de carro nos EUA eh quase de graca , eu sempre alugo um
carrao e levo todo mundo junto comigo . Aviao e trem eh carissimo. trem
na ERuropa eh mais caro ainda , mas se vc marca easyjet com uma puta
antecedencia as passagens as vezes saim menos de 50 euros. O problema
eh ecesso de bagagem ...isso nao tem jeito , tem que pagar e colocar no
orcamento , sempre ultrapassa o limite. sai quase mais caro que uma outra
passagem.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Se vc nao for conhecido la fora , nao tiver um minimo de publico e
destaque em itunes ...eh muito arriscado tocar em casas noturnas e dificil
que eles queiram marcar seu show. Comecar do zero la sem um selo ou
distribuicao eh complicaderrimo. A nao ser que vc entre na programacao
de um grande festival ...ai o pessoal eh super aberto para ver qualquer
show.E todo mundo compra cd nos shows la ...isso ajuda no budget.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Nao sei como as turnes aconteciam no passado sem internet...sem a
internet eu nao consigo sair ate a esquina , de tao mao na roda que eh pra
mim. Procure alguns blogs que vc gosta , eu nunca fiz isso mas tem gente
que faz e da super certo. Eu fiz meu disco por msn e skipe com o selo la de
fora ...simultaneamente ...eu falo com todo mundo pela internet , eu nao
sobreviviria sem ela.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Nao acho que investir numa viagem ou turne seja dinheiro jogado
fora...qualquer experiencia de vida eh um aprendizado ...saia do sofa , saia
de casa , va aos lugares , as oportunidades nao batem na nossa porta , pelo
menos na minha nunca bateu! Vc tem que ir para plantar sementes ...tem
que ir , seja da maneira apertada ou com patrocinio ...duvido que seja uma
merda ...viajar faz bem pra todo mundo.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
EUA , JAPAO , Europa . musica Brasileira de raiz eh bem vinda em
qualquer lugar no mundo , o que nao rola la eh rock nacional ...eles nao
curtem nao tem jeito , uma pena.
Dago Donato – Produtor:
- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Acho que não existe um momento certo, mas algumas coisas devem ser
levadas em conta:
1. O seu trabalho está maduro o suficiente para um investimento desses?
Se o seu trabalho artístico ainda não está 100% ou se seu show ainda
precisa de acertos, não é a hora.
2. É sempre bom ter um registro do seu trabalho atual para distribuir e
vender. Sem gravações, o melhor é não ir.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
O planejamento é eterno. Fazer contatos, conhecer gente que possa te
ajudar, estudar o mercado, pesquisar o nicho que você quer se inserir e os
lugares para onde você deseja ir, isso tudo nunca é demais.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
N'os tupiniquins nao damos mais importancia para os gringos doque para
nos mesmos ???...entao la nao seria diferente. Contabilizar ...sou ruim de
contabilizar qualquer coisa ...eu sou investidora , primeiro faço depois
corro atras do prejuizo e tenho muita paciencia e perseveranca ...o mais
importante e agradecer e curtir cada lugar , cada experiencia nova , poder
estar numa cidade nova onde nunca fui antes ...e se unir a pessoas que nao
reclamam da vida e nao sao malas sem alça para aventuras...detesto
musico reclamao!!!Esses sao os famosos ancoras ...as coisas começam a
dar errado quando tem alguem mal humorado na turma ...tem que ir com
gente descolada , prestativa , profissional e de bem com a vida.
Depois disso, é necessário uma preparação financeira. Estudar os custos e
arrumar uma maneira de viabilizar. É bem provável que o investimento
com passagens, deslocamento, alimentação, etc não volte. Por fim, com
pelo menos cinco ou seis meses de antecedência deve-se começar o
processo de booking e, não muito depois disso, agilizar os visto.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Só conheço os editais do Ministério da Cultura.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
1. profissionalismo. Nos mercados que eu conheço (EUA e Canadá), por
mais independente que você seja, você vai encontrar profissionais
capacitados que vão exigir o mesmo de você. Horários de load-in,
passagem de som e início de show são por regra respeitados.
2. Em termo práticos, uma coisa bem diferente é que a banda - e não a casa
- é responsável pelo backline. É sempre bom lembrar disso.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Dinheiro, vistos, divulgação dos shows.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Uma coisa é certa: vão existir shows que são furadas. A divulgação é
complicada. Por isso, o melhor é atrelar sua passagem a algum festival,
onde com certeza vai haver mais público. E tentar se associar com bandas
locais nos lugares por onde passar. Elas podem levar público aos shows.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Com certeza. Todo o planejamento hoje é feito pela internet. De contato
com bookers até o mapa de estradas, tá tudo na internet.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
Rossatto, empresario:
Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Há que se pensar que a tour não é só um investimento profissional. É uma
experiência de vida. Com certeza as primeiras tours fora do Brasil para
uma banda independente não serão rentáveis. Mas ela é o melhor meio de
a banda construir uma rede de relacionamentos, fazer contatos, conhecer o
mercado, etc. Uma hora isso pode dar retorno. Mesmo que não dê, você
vai ter as melhores férias da sua vida.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Não sei. Creio que para a música brasileira mais dentro do nicho da world
music, a Europa é a mais forte. Para o meio que eu atuo, creio que a
América do Norte seja mais receptiva. Mas não pelo fato de a banda ser
brasileira ou não. Lá o que importa é se a banda faz um som com
relevância e originalidade.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
As portas estão mais abertas para artistas de qualquer lugar tocarem em
qualquer lugar. Hoje em dia é muito mais fácil fazer contatos. Isso acaba
se refletindo na presença de artistas brasileiros fora do Brasil. Vejo artistas
Database ou o Garotas Suecas excursionando fora do país, cada um dentro
do seu nicho.
Eu não acredito que existe um momento certo, acredito mais que o artista e
seu empresário devem pensar sempre global, falo isso porque faz tempo
que temos exemplos de grandes artistas brasileiros que começaram a fazer
sucesso no exterior antes do que no Brasil, exemplo do Cansei de Ser
Sexy, Céu e Sepultura.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Acho que o empresário deve estar sempre de olho no exterior, como falei
acima, mas pensando num artista que lança um album no Brasil primeiro
precisa divulgar bem aqui antes e depois exterior. Uma turnê internacional
deve ser planejada com no mínimo 8 meses de antecedência.
Etapas:
Primeiro conseguir um bom agente em cada país, região ou até mesmo
agências que atuam em continentes inteiros.
Planejar uma turnê sempre casada com o lançamento de um album/ ep...
para ter o que mostrar para imprensa dos paises.
Fala-se muito na extinsão do CD, mas ainda é o maior cartão de visitas de
um artista
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Patrocínios sempre são bons, mas muito dificies de conseguir, o que
também é ótimo mas está cada vez mais raro são as famosas tour suports
dos selos/gravadoras para shows de divulgação.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
No Brasil o artista tem roadie, tecnico de som, luz... isso no exterior é
coisa de banda enorme, artista pequeno e médio monta tudo e ainda dirige
sua van. Acho que essa visão é a certa, se for esperar ter a mesma estrutura
no exterior que se tem aqui, artista não sai de casa.
A maior dificuldade que vejo é na cabeça do artista mesmo.
O que os gringo tem de excelente que é inquestionável é a qualidade de
equipamento de show, isso sim é uma diferença enorme.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Conseguir bons agentes internacionais, fazer daqui do Brasil, você vai
conseguir alguns shows, até consegue uma agenda legal, mas turnê de
verdade sem um agente internacional, acho muito difícil, vc nunca vai
saber se está numa roubada ou não.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Hoje acho que é tudo igual, em todos lugares precisa ter um bom
investimento, e claro sorte, nem vou falar de boa música porque isso é
básico, mas o artista precisa ser muito divulgado nas redes sociais, ter uma
boa assessoria de imprensa e pra que tudo seja melhor ainda, um albúm
pra lançar.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Muito, muito mesmo, isso nem tem o que falar, sem a internet, seria
possível tb, como foi com o exemplo que dei acima do Sepultura, mas hoje
a internet facilita tudo.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Como eu falei, pra não jogar dinheiro fora, ache um bom agente
internacional, pegue referências deles e tenha um selo pra lançar seu
material, com tudo isso em cima, as chances de se dar mal diminuem, mas
mesmo com tudo isso, tenha sempre em mente que roubadas fazem parte
da carreira de todos grandes artistas, tenha ousadia e coragem pra rodar
por ai.
A vantagem de ter uma carreia internacional além financeira, que é
evidente que ser der certo a grana vem num volume muito maior, deve ser
em poder tocar em vários lugares diferentes, experiências de vida
diferentes...
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Ainda acredito muito na europa, onde se tem mais cultura para o novo, o
mercado americano é lindo, mas muito competitivo e pouco aberto a
Arthur Pessoa, banda Cabruera
- Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
Acho que o momento certo é aquele onde diversas condições contribuem
para que seja possível uma turnê internacional, desde o amadurecimento
artístico do trabalho até a sustentabilidade do artista durante a turnê. Acho
importante que o trabalho ja tenha um amadurecimento profissional, pois o
nível dos festivais internacionais é bem alto, e o artista só consegue dar
continuidade na carreira do exterior se souber aproveitar bem os
desdobramentos da primeira oportunidade, procurando fazer o maximo de
contatos possiveis, levando material promocional para divulgação e
criando extensão de difusão, desde participação em programas de rádio e
tv ate em receber bem as pessos que querem conhecer o artista apos os
shows. É muito importante tambem que pelo menos um integrante do
grupo saiba falar ingles.
novidades fora do maintream.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Muito, cada vez mais. Com a internet, inúmeros artistas estão fazendo
tornês pelo mundo todo, alguns ganhando dinheiro, outros investindo para
uma hora ganhar...
ex.: Mallu Magalhães, D2, Céu, CSS, Riverade, Garotas Suecas, Seu Jorge
(O maior de todos), Sepultura...
O Brasil sempre gira e girou bem pelo mundo, e o mais legal que em todos
estilos, de bossa nova a trash metal
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
deste planejamento?
Acredito que toda em toda ação seja ela nacional ou internacional, se faz
necessário um planejamento com bastante antecedência e dedicação aos
menores pontos envolvidos. Geralmente o processo começa a partir do
momento que temos um convite de algum festival, e a partir disso
procuramos formas de conseguir outras datas e alargar a turnê pra diminuir
os custos e otimizar a viagem. É fundamental que as datas da turnê tenha o
mínimo de dias off, para que os custos desses dias não coloquem a turnê
por agua abaixo. Basicamente as etapas de planejamento envolvem a
construção dessa agenda de forma a tornar viável a circulação do artista
entre os paises, questões de documentação como emissã de passaportes e
vistos para os paises que exigem, e tambem um levantamento de todas as
variantes que possam ser positivas durante a viagem a exemplo da
divulgação do trabalho nas mídias locais. Tambem sugiro que o artista
procure levantar o máximo de informações possíveis sobre os locais em
que vai transitar, prestando atenção nas demandas de cada situação,
inclusive em relação a legislação de cada pais, assim como ter sempre em
mãos os contatos dos festivais e dos agentes de produção envolvido em
cada etapa.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Existe o edital do MINC para intercâmbio e apoio financeiro para viagens
internacionais. Além disso, o artista pode e deve procurar parcerias sejam
elas institucionais ou privadas. Deve procurar parceiros na sua região,
mostrando de forma substancial a importância de um artista está
transitando num mercado internacional e de que forma o patrocinador
poderá ter retorno positivo com apoiando essa iniciativa.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
Acho o mercado internacional (especialmente o europeu que foi onde
transitamos mais) bem diferente do Brasil. Primeiro porque existe uma
quantidade de festivais acontecendo num mesmo periodo do ano na europa
que facilita o transito dos artistas e diminui os dias off das turnês.
Geralmente um turnê pela europa já começa com todas as datas fechadas e
com um cronograma logístico muito bem desenhado em relação ao
trânsito, custos e período. No Brasil, ainda é muito difícil ter uma turnê
fechada com várias datas e um planejamento prévio disso. Primeiro pq os
festivais na europa trabalham com um cronograma bem adiantado e as
programações sao definidas com bastante antecendia, já no Brasil isso não
acontece.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Acho que a maior diculdade é a sustentabilidade da turnê. Nesse sentido,
procurar ter o menor intervalo possível entre as datas dos shows é
fundamental. Procurar financiamentos no Brasil de forma a aliviar os
custos da turnê também é um fator muito importante.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
Ter um material promocional da turnê como adesivos, camisas e panfletos
com todas as datas é importante pra ir pulverizando a informação durante a
turnê, deixando sempre um "rastro" do trabalho por onde passa.
Fundamental ter um clipping release em ingles e atualizado, procurando
mapear em parceria com as produções locais os meios de divulgação
midiáticos disponíveis em cada cidade, e na medida do possível agendar
entrevistas e visita as rádios locais. Importante tambem procurar reunir
todo o material que sair na imprensa sonbr eo artista, e utilizar esse
clipping pra conseguir novos espaços.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Acho que ajuda bastante, pois é uma ferramenta fundamental nos
processsos de construção de novos canais de atuação. Hoje ela se torna
imprenscindivel para aproximar artistas e produtores e tambem como
plataforma de divulgação rápida e barata pra ambas as partes.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Acredito que qualquer artista que levar o seu trabalho ao maior número de
pessoas possível, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. A
Cabruêra realizou 10 turnês pela europa em 10 anos e claro que isso foi
fundamental no fortalecimento do nosso curriculo a nivel interno como
tambem nos deu respaldo para conseguirmos dar continuidade a carreira
internacional. Uma das vantagens também é poder viajar trabalhando,
conhecendo outras culturas ou linguagens e isso sem dúvida traz um
grande amadurecimento a qualquer artista.
O aspecto que retorno a frisar é mesmo o da sustentabilidade da turnê,
afinal o custo de tudo é mais alto no exterior e geralmente os cachês não
são suficientes pra cobrir todos esses custos, principalmente se houverem
grandes intervalos entres as datas dos shows.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Acho que a música brasileira tem sido muito bem recebida no exterior nos
últimos 10, 15 anos e isso vem se fortalecendo cada vez mais com a
participação de um maior número de artistas nos festivais europeus, como
tambem as iniciativas de associações com a BMA que tem procurando
fortalecer a abranger esse mercado dos artistas brasileiros no exterior.
Dudu Nicácio, banda Dois do Samba
Qual é o momento certo para um artista brasileiro tentar uma turnê
internacional?
É importante que o artista brasileiro consiga estabelecer alguns pilares de
sustentação para o sua carreira no país, antes de investir numa turnê
internacional. É preciso que um planejamento seja feito e que o artista já
tenha um trabalho / material (CD, DVD, site, retorno da mídia e público) a
se apresentado.
Quanto tempo antes é preciso começar a planejar? Quais são as etapas
Acho que existem diversos mercados diferenciados tanto em termos de
envergadura como tambem em relação a genêros, acredito que cada artista
deve procurar o que mais se aproxima da sua formatação artistica e
investir nele. Cada vez mais os festivais tem migrado para uma linguagem
mais crossover, então hoje em dia também é possivel bandas de
caracteriscas muito diferentes participarem do mesmo festival.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Sim. Penso que nunca tantos artistas independentes conseguiram fazer
tunrês no exterior. Claro que as entidades que fazem o esforço para criar
plataformas de visibilidade aos artistas nacionais tem sido fundamental
nesse processo, assim como tambem as iniciativas governamentais do
Brasil em procurar parcerias com os festivais como aconteceu em 2002 na
MIDEM e em 2006 na POPKOMM, são extremamente importantes no
sentido de criarem novas possibilidades de vitrine a música brasileira.
deste planejamento?
Fazer uma turnê internacional é algo relativamente fácil. A dificuldade
está em torná-la efetiva, fazer com que concretamene a turnê internacional
traga um ganho significativo para a carreira do artista. Para isso é preciso
planejamento. Não pensar numa turnê, mais em várias em anos
consecutivos. Para que o público seja conquistado, para que os contatos
sejam aumentados. O ideal é que o planejamento comece a ser feito com
um ano de antecedência e que ele vise uma meta de 5 anos.
Existe algum tipo específico de opção de financiamento para bancar uma
turnê desse tipo?
Atualmente, existem algumas formas de apoio a esse tipo iniciativa. O
Ministério da Justiça tem um edital de intercâmbio, que financia
passagens de artistas. A secretaria de cultura de Minas Gerais também tem
um edital de passagens que incentiva essa ação.
Afora isso, existem algumas agências / grupos / instituições que tem
voltado o seu trabalho para o mercado internacional, como é o caso da
BM&A. Elas também podem ser excelentes parceiras nessa empreitada.
Qual é a maior dificuldade em termos de produção? Há diferenças
gritantes em relação ao mercado brasileiro? Ou seja, existem
especificidades no Brasil em relação a produção de shows?
Não existem diferenças tão gritantes entre os mercados, a forma de
agendar os shows, até mesmo o preço que se costuma pagar. É claro que o
artista, ou o seu produtor, deve fazer um trabalho sempre profissional.
Conhecer um pouco do costume, jeito e protocolos dos países visados. Até
mesmo para saber como tratar bem o contato.
De modo geral, qual é a maior dificuldade de se organizar uma turnê
internacional?
Se a pessoa conseguir articular um trabalho em rede. Contar com
produtores, músicos, divulgação parceiros nos país. Souber solicitar o
incentivo de forma correta e convincente aos programas de financiamento
de passagens e, principalmente, tiver um produto de qualidade, as
dificuldades serão superadas.
Como, normalmente, o artista não é tão conhecido lá fora como é aqui, o
investimento em divulgação tem que ser muito maior? Que tipo de coisa é
preciso fazer (que não se faz aqui)?
A música brasieira é o nosso patrimônio. Graças ao trabalho genial de
gerações passadas da nossa música temos um crédito muito forte. Basta
que a gente use isso ao nosso favor. Comunique de forma adequada ao
público potencial (brasileiros que residem no exterior, amantes de música
brasileira de todas as nacionalidades e amantes de boa música de todo
gênero). Ainda temos a nosso favor a internet e as redes sociais mundiais.
Se eu tenho um trabalho de samba e quero me apresentar na França, antes
de mais nada vejo quais são as casas que tocam o gênero, quais são os
artistas e os produtores que trabalham com o ritmo no país, qual é o
público destes artistas. A partir daí articulo a minha rede naquele local.
Dou esse exemplo, pois no ano passado fizemos um show em Paris, no
Favela Chic, e daqui do Brasil conseguimos convidar boa parte os artistas
e públicos sensíveis ao samba. Quase todos os sambistas que residem na
França (e são muitos) foram ao show e deram uma canja. Conclusão: já
recebemos convites para tocar lá esse ano novamente e em outras também
importantes do País.
A internet é uma aliada nesses casos? Fica mais fácil o planejamento e a
divulgação por conta da rede?
Certamente como já dito.
Qual é a grande vantagem de se tentar uma turnê internacional? Que tipo
de precauções é preciso tomar para não jogar dinheiro fora? Há que se ter
mais cuidado com alguns aspectos que aqui, talvez, nem seriam levados
em conta?
Há uma grande probabilidade de todo o esforço e investimento tentado ir
por água a baixo. É necessário que se faça um planejamento estratégico e
pense não uma turnê mais série de turnês. Você não conquista um público
e um mercado de uma noite pro dia. É preciso insistência, persistência,
paciência, planejamento e, principalmente, talento.
Em que mercados há mais espaço para os artistas brasileiros hoje em dia?
Há lugares onde a música nacional penetra mais facilmente?
Há uma onda mundial do Brasil. Aliás essa onda só aumentará nos
próximos anos com a Copa de 2014 e com as Olimpíadas de 2016. É bom
que o artista comece por onde ele terá mais facilidade de articular
parceiros e de se comunicar.
A participação de músicos/bandas brasileiros (as) vem crescendo no
mercado internacional? É possível contabilizar isso?
Que vem crescendo vem, mas infelizmente eu não tenho dados concretos
para contabilizados.