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Informativo nº 04 ano II setembro de 2004 *Publicação de KOINONIA

Editorial: Outras Luzes da Cidade


Um turista tem uma imagem da muito menos “ misturados” , tal como que estejam candomblé s. Muito menos
Cidade de Salvador e de seus a maioria dos fié is serã o negros e negro- o dia a dia de seus moradores...
encantos elaborada pela mí dia, pela mestiç os, bem vestidos e em alegre É a Salvador fora dos “ postais” e
oficialidade estadual e municipal: contriç ã o religiosa, mas nada parecidos do “ plim plim” da TV, em busca de
terra de magias, de gente linda e de com as imagens de marketing da TV. igualdade, dos candomblé s em luta
pele morena a danç ar e cantar... Menos parecidos ainda com aquela por seus direitos, tã o belos e cheios
Metró pole apresentada por seu minoria carnavalesca protegida pelos de luz, sem “ faró is” , mas com brilho,
carnaval e seus “ cordeiros” . cantigas e atabaques, que o
encantos Verá o nã o-soteropolitano que o Programa Egbé – Territó rios
litorâ neos a candomblé nã o é só de negros, Negros tem procurado apoiar.
seduzir e a mas saberá que deles nasce o
iluminar pelo Nosso turista nã o saberia que há
culto que diferentes candomblé s a habitar as
Farol da Barra quase
os caminhos da Alagados entranhas e a constituir e construir a
beleza. Cidade há centenas de
anos. Sentir-se-ia em
Esse turista, verá uma Salvador da outro paí s se falá ssemos
democracia das cores, da mistura, de do Povo Banto, do
um pelourinho de negros e brancos, Farol da Barra Povo Ketu, do Povo Jê je,
das praias de todos... Mas esperemos ou do Povo Ijexá ... Mas
de nosso viajante um coraç ã o atento nã o tem brancos, e Pernambués essa gente existe! E sem
e um olhar inteligente. mais... a Salvador que se eles muitos bairros de
Se o seu lazer for no carnaval e pode ver nos cartõ es postais esconde Salvador nem teriam começ ado.
ele sair em um bloco, menos misturas uma outra, que pode ser vista a se
afastar da Orla: como se desde o Nesse nú mero do Fala Egbé
se revelarã o. A gente que sai em seus continuamos a retratar essa
abadá s protegida por cordas já nã o é tempo da Colô nia quando se formou
o Centro Histó rico até hoje com os diversidade e a apoiar a vontade de
tã o negra: do lado de fora estã o os cidadania dos candomblé s. Assim
que nã o puderam pagar, negros empreendimentos imobiliá rios, se
quisesse separar os bairros com os reproduzimos um modelo de estatuto
contidos por cordas seguras pelos desenvolvido em anos de diá logo e
“ cordeiros” fortes e mal pagos, melhores serviç os dos outros, e roubar
de seus filhos a “ mã e que vive nas serviç o, para ajudar aos que querem
soldados anô nimos da folia da formar suas associaç õ es civis. E, alé m
separaç ã o... Mas ele como outros á guas salgadas” . É nessa outra
Salvador sem Orla, convivendo com de darmos notí cia de nossas aç õ es -
turistas també m procurarã o o com destaque para os direitos sexuais
candomblé . as adversidades - de habitaç ã o, de
saú de, de transporte, de educaç ã o e e reprodutivos -, mostramos um
Esperemos que seus olhos nã o se outras - que se situa a maioria dos pouco da presenç a dos candomblé s
fechem, pois o caminho nã o será candomblé s. Se nosso turista vir os na Cidade (Nã o-vitrine) de Salvador
iluminado pelo famoso Farol. Os postais como retratos de uma vitrine numa histó ria das origens do
vizinhos do terreiro visitado serã o da Cidade nã o encontrará bairros em Candomblé Banto soteropolitano.

Oficinas: Encontro de Um Terreiro, uma Destaque: Modelo de


Mulheres Afro-descendentes História: Tuumba Junçara Estatuto para Associação
págs. 4 pág. 5 a 7 de Terreiros - pág. 8 a 10
2 Cotidiano

Ações do Programa
Para sua melhor compreensão das atividades desenvolvidas pelo Programa Egbé – Territórios Negros,
confira abaixo o quadro com as principais necessidades identificadas nas comunidades de candomblé em
Salvador e os caminhos percorridos na tentativa de apoio à superação:

N ecessidades dos Terreiros Caminhos

Garantia de posse e Formação de sociedade civil


propriedade de terra Registro no CNPJ

Elaboração de laudos antropológicos


Reconhecimento de direitos públicos Elaboração de laudos etnoecológicos

Processos de imunidade de IPTU

Elaboração de levantamentos planialtimétricos


Garantia Territorial e
Elaboração de projetos paisagísticos
melhoria ambiental
Processos de Usucapião

Ações contra o preconceito e a intolerância religiosa


Superação do preconceito
e da intolerância religiosa Realização de reflexões e encontros de diálogos que auxiliem
as ações contra o preconceito (temas)

Trabalho voluntário
Projetos sociais e econômicos Oficinas: reciclagem de papel; bordado; saúde da mulher;
direitos de comunidades.

ASSOCIAÇÃO CIVIL Tuumba Junçara solicitou e concluiu o Cadastro Nacional da Pessoa Jurí dica
registro da alteraç ã o nesse perí odo. - os terreiros Ilê Axé Jualê Oumiladê e
Os nú meros anteriores do Fala Terreiro Sete Flechas.
Alé m da atividade de alteraç ã o
Egbé vê m informando e lembrando
dos estatutos sociais, foram atendidos As associaç õ es registradas até o
quanto à necessidade de adequaç ã o
o IlêAxé Obá Nirê, TerreiroSãoRoque, final do ano de 2003 tiveram até o
estatutá ria das Associaç õ es Civis,
Tanury Junçara, Ilê Axé Onijá, Ilê Axé dia 31 de maio para efetuar a
de acordo com as alteraç õ es do
Alaketu,Giocan e Ilê Axé Oyó Bomim declaraç ã o anual de imune do
NCC – Novo Có digo Civil.
no apoio para constituiç ã o de suas imposto de renda. Realizaram a
Voltamos a lembrar que até o final
Associaç õ es Civis. DIPJ – Declaraç ã o de Informaç õ es
do ano todas as associaç õ es
registradas antes de 2003 deverã o Ainda para este perí odo, foram Econô mico-fiscais da Pessoa
fazer as alteraç õ es dos seus concluí dos os registros das Jurí dica - os terreiros: Tuumba
estatutos. associaç õ es dos Terreiros SeteFlechas, Junçara, Ilê Axé Osun Inká, Ilê Axé
Ilê Axé Oyá Deji, Ilê Axé Oumiladê e Obá Nijó Omin, Ilê A x é Omim
Para o perí odo de maio a agosto
Ilê Axé Obá Tadê Patiti Obá. L essy,Ilê Ibiri Omim A x é Airá
de 2004, alguns terreiros solicitaram
(Vinté m de Prata), IlêA xéPondamin
apoio para esta aç ã o. O IlêAxéJagun,
Bominfá, Ilê A xé Taoyá L ’oni, Ilê Axé
IlêAxéNijó Omim, Ilê Axé Omim L essy, CNPJ A bassá de Ogum, Ilê Axé Jfokan, Ilê
Terreiro de Jauá, Pondamin Bominfá,
Vodunzôintegram a lista daqueles que Apó s o registro das Associaç õ es, AxéOmim Funkó,Ilê Axé Omim J’Obá
estã o em processo de reforma. Já o solicitaram o registro no CNPJ – e Ilê Axé Iyá Omim L ônan.
Cotidiano 3

PROCESSOS JURIDICO - ADMINISTRATIVOS


A burocracia com que os ó rgã os a manifestaç ã o da Secretaria da Conduta - TAC, determinando os
pú blicos tê m tratado os processos Fazenda de Salvador, apó s ter sido requisitos para as Prefeituras
relativos aos terreiros de candomblé juntada a documentaç ã o, concederem imunidade tributá ria a
configura-se em um obstá culo à s considerada pendente pelo ó rgã o, todos os terreiros. Tal aç ã o deverá
resoluç õ es dos problemas. O quando da abertura do processo. culminar com uma solicitaç ã o de
reconhecimento da imunidade à Para a á rea do municí pio temos iniciativa pró pria, por parte das
cobranç a do Imposto Predial e ainda em iní cio o processo do Ilê prefeituras, para a efetivaç ã o desse
Territorial Urbano - IPTU , Axé J u a l ê e, recentemente reconhecimento. Ou seja: estamos
garantida a todos os templos solicitado, o IlêAxé Omim J’Obá. lutando para que nã o seja mais
religiosos pela Constituiç ã o Para fora do municí pio existem, necessá rio que se solicite o
Federal, continua sendo dificultado atualmente, duas experiê ncias: o Ilê reconhecimento da imunidade, e
quando a solicitaç ã o é para os Axé Jesidea , que se encontra ainda sim, que as prefeituras criem
Terreiros - aliá s, garantia em fase de verificaç ã o de mecanismos para o
concedida, ao que parece, sem documentaç ã o para a abertura de reconhecimento.
maiores questionamentos aos processo, no Municí pio de Simõ es Para a Aç ã o de Usucapiã o do
templos da Igreja Cató lica e das Filho, e o Ilê Axé Ta oyá L’oni Ilê Axé Oxumaré, infelizmente nã o
protestantes de uma forma geral. (Processo nº 02031/04) , no temos nenhuma novidade, pois ainda
Alguns processos administrativos Municí pio de Camaç ari. Para este nã o houve manifestaç ã o do Juiz
estã o tramitando nas prefeituras ú ltimo, apó s vá rias exigê ncias desde 14 de abril de 2004, data em
baianas a fim de que os candomblé s provenientes da Secretaria da que foram entregues as ú ltimas
tenham a imunidade garantida. Fazenda de Camaç ari, como documentaç õ es solicitadas. Seguindo
Entretanto, nos deparamos concessã o de Alvará de a direç ã o de garantia de propriedade
diariamente com exigê ncias de Funcionamento e outras aos terreiros, o M a n so
documentaç ã o ou de uma documentaç õ es, o processo foi Dandalunga Cocuazenza ,
necessidade de legalizaç ã o por indeferido pela Secretaria de solicitou e está providenciando o
vezes inexplicá vel, que impede o Planejamento que alegou ú ltimo documento necessá rio para
andamento do processo. irregularidade do loteamento onde a que se possa dar entrado no processo
De iní cio, parecia que a Casa se encontra. Mas entã o de usucapião.
situaç ã o seria diferente, quando a perguntamos: como a á rea pode ser
Aç ã o Indenizató ria do Ilê Axé
Prefeitura Municipal do Salvador irregular e o IPTU cobrado
Abassá de Ogum – Apó s a
reconheceu a imunidade ao Ilê Axé regularmente? Um recurso foi
Oxumaré, atravé s do processo N o encaminhado contra essa sentenç a favorá vel ao Abassá de
027489/2002 com publicaç ã o em determinaç ã o e aguardamos a Ogum, a Igreja Universal do Reino
18/07/2003. Para essa Casa manifestaç ã o da Secretaria da de Deus - IURD entrou com uma
demos ‘ sorte’ do processo ter sido Fazenda. Caso seja negado, o caso apelaç ã o para o Tribunal de Justiç a.
destinado a um auditor que nã o fez passará a outro ní vel: será uma aç ã o O relator do processo já foi
muitas exigê ncias. O mesmo nã o judicial. nomeado: é o Desembargador
aconteceu com o Ilê Axé Abassá Juarez Alves de Santana, da 4a
Muitas e diversificadas sã o as
de Ogum que teve seu processo exigê ncias para abertura de Câ mara Cí vel. O que aguardamos
encaminhado no mesmo perí odo e processo e reconhecimento da agora é a publicaç ã o do julgamento.
até agora nada foi resolvido pelo imunidade do IPTU para os Fiquemos todos atentos, pois nesse
ní vel de exigê ncia na Terreiros de Candomblé . No dia todos deverã o comparecer ao
documentaç ã o requerida, o que entanto, por compreendermos que Salã o da Sessã o Solene do Tribunal
parece ter desanimado, esse direito tem que ser garantido de Justiç a do Estado da Bahia, em
momentaneamente a Iyalorixá na a todos, estamos encaminhando manifestaç ã o de apoio à causa. O
busca de soluç ã o.O M a n so uma representaç ã o junto do Programa Egbé se responsabilizará
Dandalungua Cocuazenza Ministé rio Pú blico para que seja por essa divulgaç ã o para garantir a
(processo nº 165002004), aguarda elaborado um Termo de Ajuste de presenç a de todos.
4 Cotidiano

OFICINAS cuidado com a saú de pessoal no


Encontro de Mulheres Afrodescen-
Durante o ano de 2003, dentes, que contou com a
KOINONIA em parceria com a participaç ã o de 30 mulheres e com a
Quilombo Asantewaa realizou a parceria do CREAIDS - Centro de
oficina de saú de da mulher em cinco Referê ncia Estadual de AIDS.
comunidades de candomblé que
A programaç ã o foi iniciada com
fazem parte da rede de Terreiros
A avaliaç ã o das comunidades, as boas vindas ao grupo presente,
atingidos Programa Egbé – Territórios
expresso pelas lí deres das casas foi uma dinâ mica de abertura, de
Negros, na linha de atividades do
bastante positiva e seguida de integraç ã o e troca de experiê ncias. A
Programa Saú de e Direitos.
inú meras solicitaç õ es de
O Programa Saú de e Direitos continuidade. Dentro dessa
tem dois objetivos principais: a perspectiva, iniciou-se um novo
realizaç ã o de aç õ es educativas processo. Realizou-se um encontro
Fotos: LucimarNoaveseJussaraDias

sobre saú de e direitos junto a de sensibilizaç ã o agora no segundo


comunidades, contribuindo para semestre.
a superaç ã o do estigma e
discriminaç ã o de pessoas que “ VIEMOS PARA
vivem e convivem com HIV/
AIDS; e incentivar e apoiar
CELEBRAR A VIDA, realizaç ã o de vá rias dinâ micas abriu
lideranç as locais das PARA TORNAR a etapa especí fica de informaç ã o
sobre os cuidados com a saú de
comunidades a desenvolverem CONHECIDAS
atividades relacionadas com os integral da mulher, direitos sexuais e
temas HIV/AIDS, saú de,
NOSSAS saú de reprodutiva. Ao final do
educaç ã o sexual, direitos sexuais PERSPECTIVAS E encontro, dentro da dinâ mica
“ Celebrando a Vida: Assumindo
e reprodutivos e relaç õ es de AÇ Õ ES, NOSSOS
gê nero. compromissos” , um grupo de dez
ESFORÇ OS E LUTA mulheres com
PELA JUSTIÇ A, PAZ pronunciada
lideranç a, se
E INTEGRIDADE
comprometeu a
DA CRIAÇ Ã O.” dar continuidade
à s atividades do
programa em suas
comunidades.
Diante disso,
Essas oficinas atingiram um
KOINONIA se
pú blico direto de 175 mulheres
comprometeu
pertencentes aos terreiros que as
com a pró xima etapa do trabalho: a
sediaram e a vizinhanç a convidada.
realizaç ã o de um curso de formaç ã o
Vale lembrar que se trata de um
do grupo interessado, que terá um
pú blico com dificuldade de acesso a
aprofundamento
esse tipo de informaç ã o, bem como
no assunto e
dos serviç os bá sicos de saú de
As participantes dos terreiros que será capacitado
comunitá ria. A seleç ã o das casas a
manifestaram interesse, foram a desenvolver
serem contempladas pela aç ã o foi
convidadas para celebrar a vida, para um planeja-
iniciada com uma consulta em
tornar conhecidas nossas mento de
E ncontro de Terreiros A tendidos pelo
perspectivas e aç õ es, nossos esforç os atividades para
Programa E gbé. A partir da
e luta pela justiç a, paz e integridade as comuni-
manifestaç ã o de interesse das Casas,
da criaç ã o, que começ a pela dades de
foram contempladas aquelas que
compreensã o da necessidade do candomblé .
ofereciam condiç õ es de realizaç ã o.
Um Terreiro,
uma História 5

Tuumba Junçara
E smeraldo E metério Filho
Buscando a reconstituição de sua história Taata do Tuumba Junçara

Fundado em 1919, na Rua Campo Com a morte de Ciriaco, como era setembro de 1920 e foi iniciada na
Grande, Acupe, municí pio de Santo mais conhecido o Taata naç ã o Angola aos 23 de junho de
Amaro da Purificaç ã o - Bahia, por L udiamungongo, em 04 de dezembro 1920 pelo Sr. Manoel Rodrigues do
dois irmã os de esteira: Manoel de 1965, aos 72 anos, assumiu, Nascimento (Taata Kimbanda
Rodrigues do Nascimento interinamente, a Srª . Maria José de Kambambe), tendo como data da sua
(Kambambe) e Manoel Ciriaco de Jesus Jesus (Mam’etu Ria Nkise L ubidi), dijina 25/12/1920, Nkise Lemba.
(L udiamungongo), iniciados em 13 de mais conhecida Deré Lubidi, que foi Em 1924, recebeu o cargo de
junho de 1910, pela Srª . Maria responsá vel pelo ritual denominado Mam’etu Kamukenge do Terreiro
Genoveva do Bonfim, mais Mukondoou Ntombi (ritual de morte), Tuumba Junç ara e em 1932 recebeu
conhecida como Maria Nené m juntam com o Sr. Narcí sio Oliveira o cargo de Mam’etu Ria N kise.
(Mam’etu Tuenda dya Nzambi), (Taata Senzala – sua dijina) e o Sr. Posteriormente fundou o terreiro
Mam’etu Ria Nkise do Terreiro Milton (Makofá). Ntumbensara no ano de 1953, na rua
Tumbensi. Tiveram a Sinhá Bade ou José Petitinga nº 10, Cosme de Farias,
Bada como Mam’etu Kamukenge ou Manoel Rodrigues - Kambambe
transferido para o bairro de
e
mã e pequena e Pai Joaquim como Manoel Ciriaco – Ludiamungongo Plataforma, em 18 de outubro de
Taata’etu Kamukenge ou pai pequeno. 1919 1964.
O Tumbensi Junç ara é uma das Com o falecimento de Deré
casas de tradiç ã o Angola mais antigas Lubidi, assumiu o Terreiro
da Bahia, fundada por Sr. Roberto Maria José de Jesus – Deré Lubidi
1970 interinamente a Srª . Iraildes Maria da
Barros Reis (Taata Kimbanda – Cunha - Meso Angi, posteriormente
Kimunda), segundo as pesquisas empossada Mam’ eto Ria Nkise do
realizadas pelo CETOB (Centro de Terreiro Tuumba Junç ara, (em 26/
Estudos das Tradiç õ es de Origem Iraildes Maria da Cunha – Meso Angi 11/1994). Mã e Iraide, nascida aos 26
Bantu). 1994
de junho de 1953, iniciada pelo
A trajetó ria do Terreiro Tuumba Sucessão no Terreiro Tuumba Junçara Nkise Tempo, aos 15 de novembro
Junç ara conta com algumas de 1953, está no cargo até hoje.
Deré Lubidi era Mam’etu Ria Nkise
mudanç as de endereç o, movidas por A Famí lia do Terreiro Tuumba
do Terreiro Ntumbensara. Passou a
problemas fundiá rios. Logo apó s a Junç ara está representada no
direç ã o do citado terreiro para o Sr.
fundaç ã o sofreu a primeira organograma abaixo, poré m, acredita-
Benedito Duarte (Taata Ria Nkise
transferê ncia para Pitanga, ainda no se que nã o esteja completa. A
Nzambango) e Sr. Gregó rio da Cruz
municí pio de Santo Amaro, e depois Sociedade Beneficente de
(Taata Ria NkiseL ambarasimbi), e em
para Beiru, municí pio de Salvador, Manutenç ã o e Defesa do Terreiro
ato secreto foi empossada Mam’etu
Bahia. Na dé cada de 1920 foi Tuumba Junç ara solicita
Ria Nkise do Terreiro Tuumba
transferido para Ladeira do Pepino contribuiç õ es de quem tiver mais
Junç ara.
nº 70, pró ximo ao Engenho Velho de informaç õ es sobre a histó ria do
Brotas. Em 1938, chegou ao atual A senhora Maria José de Jesus
Terreiro para que ela possa ser
endereç o: Ladeira da Vila Amé rica, Deré Lubidi nasceu em 18 de
enriquecida.
2ª travessa, nº 30, Alto do Corrupio,
Av. Vasco da Gama, atualmente Vila TUMBENSI
Maria Neném
Colombina.
A sucessã o dos dirigentes da Casa TUUMBA JUNÇARA
Manoel Rodrigues e Ciriaco
BATE FOLHA
1916
seguiu o quadro ao lado. No ano de 1919

1928, o Taata L udiamungongoassumiu


NTUMBENSARA TUUMBA JUNÇARA
sozinho o Terreiro do Tuumba TUMBALÊ JUNÇARA
Maria José de Jesus Ciriaco e Deoclécio
AWZIDII JUNÇARA NTUMBENSI JUNÇARA
1953 1940 (Rio de Janeiro)
Junç ara, devido ao falecimento do
Taata Kambambe. TUUMBAENGONGONSARA TANURI JUNÇARA
Rede do Terreiro Tuumba Junç ara
6 7
RA I Centro Esquema de Migração do Terreiro Tuumba Junçara RA XVI Subú rbios Ferroviá rios
Ilê Erinlé Axé Odé Ifeolá Axé Onzó de Angorô
e localização dos demais terreiros atendidos pelo Programa EGBÉ Gidenirê
RA II Itapagipe Grupo das Sacerdotisas e Sacerdotes do Axé
Ilê Axé Airá Omim Ilâ Axé Loyia
Ilê Axé Ogum Ladê Iyá Omim Santo Amaro
Ilê Asé Ogum Alakaiyê
Terreiro de Oxum do Caminho de Areia Ilê Axé Anandeuiy
RA III Sã o Caetano Ilê Axé Flor da Mirtá lia
Sem registro de terreiros no Programa EGBÉ Ilê Axé Jagun
Ilê Axé Jfokan
RA IV Liberdade Ilê Axé Jitolú
Terreiro do Vodunzô Ilê Axé Kalé Bokum
Terreiro Kanzo Mucambo Ilê Axé Obá Omo
RA V Brotas Ilê Axé Omi Euá
ACBANTU-Unzo Katende Dandalunda Ilê Axé Omin Loyá
LEGENDA: Ilê Olorum Axé Giocan
Axé Abassá de Amaze 1 – Acupe de Santo Amaro
Luandan Jucia
Centro Matamba de Onato 2 – Pitanga de Santo Amaro
3 – Beiru (atual Tancredo Neves) Terreiro Mucundeuá
Ilê Axé Ewé
Ilê Axé Jualê 4 – Ladeira do Pepino
RA XVII Ilhas
Ilê Axé Oluwayê Dey’ I 5 – Vila Amé rica (Localizaç ã o Atual)
Sem registro de terreiros no Programa EGBÉ
Ilê Axé Omin Lonan
Ilê Axé Oyá Tunjá Regiã o Metropolitana de Salvador

tos
Ilê Asé Maa Asé Ni Odé

San
Nzó Mdemboa - Kenã
Terreiro do Bogum Ilê Axé Gum Tacum Wseré

os
Ilê Axé Jesidea
Terreiro Oxossi Caç ador s
do
To
Terreiro Unzó Awziidi Junç ara Ilê Axé Omim Lessy
de

Tuumba Junç ara Ile Axé Ondô Nirê


ía

Ilê Axé Opô Olú -Odé Alayedaá


Ba

Tuumbalagi Junç ara


Ilê Axé Taoyá Loni
RA VI Barra Terreiro de Jauá
Sem registro de terreiros no Programa EGBÉ dor
va Terreiro Filhos de Ogunjá
e Sal N
Terreiro Sã o Bento
RA VII Rio Vermelho
mad Tuumbaengongonsara
Ilê Axé Aché Ibá Ogum ti
Ilê Axé Iyá Nassô Oká arí
la M Outras Cidades
Ilê Axé Obá Nirê Or Mapa de Salvador Centro de Candomblé Santa Bá rbara Itabuna
Ilê Axé Obá Tadê Patiti Obá RA XI Cabula Ilê Axé Kayó Alaketu Cachoeira
Ilê Axé Oyó Bomim Ilê Axé Opô Afonjá Ilê Axé Obá Nijó Omim Muritiba
Ilê Obá do Cobre Ilê Axé Oyá Deji Terreiro Afoxé dos Orixá s Rio de Contas
Ilê Oxumaré Terreiro Sultã o das Matas Terreiro de Ilhé us Ilhé us
Obá Tony Viva Deus Filho Terreiro de Praia do Forte Mata de Sã o Joã o
Tanury Junç ara RA XIII Pau da Lima Terreiro de Sã o Sebastiã o Sã o Sebastiã o
RA XII Tancredo Neves Funzó Iemim
RA VIII Pituba Ilê Axé Jagun Bomin Terreiros sem localizaç ã o registrada no Programa
Sem registro de terreiros no Programa EGBÉ Ilê Axé Obá Fangy RA XIV Cajazeiras E GBÉ
Ilê Axé Omin Alaxé Ilê Axé Airá Centro do Caboclo Oxossi Talami
RA IX Boca do Rio Ilê Axé Omim J´ Obá
Ilê Axé Omin Togun Ilê Odé Omim Losé
Sem registro de terreiros no Programa EGBÉ Ilê Axé Omin Nita
Ilê Axé Pondamim Bominfá Ilê Axé Odé Tolá
RA X Itapuã Terreiro de Boiadeiro Ilê Axé Onijá Ilê Axé Odô Biticô
Axé Abassá de Ogum Terreiro do Bate-Folha Terreiro Manso Dandalungua Cocoazenza Ilê Axé Oiá Igebe
Axé Tony Sholayó Terreiro Olufonjá Terreiro Vinté m de Prata Terreiro Omim Oiá
Ilê Axé Osun Inká Terreiro Sã o Roque Terreiro Oxossi Mutalamô
RA XV Valé ria Unzó Katendê Ye Dandalunda
Terreiro Caboclo Itapuã Terreiro Sete Flechas
Ilê Axé Omim Funkó
Terreiro de Oxum da Lagoa do Abaeté Terreiro Tumbenci Unzó Kwa Mpaamzo
8 Destaque

É do nosso conhecimento as
Um Modelo de Estatuto para Associação
dificuldades enfrentadas pelos os Civil de Terreiros de Candomblé
terreiros de candomblé , inclusive *Elga L essa
quanto a reivindicaç ã o de direitos ESTATUTO SOCIAL DA ASSOCIAÇ Ã O BENEFICENTE,
e concessã o de melhorias por CULTURAL E RELIGIOSA (...)
ó rgã os pú blicos. Buscando
CAPÍ TULO I - NOME, LOCAL E FINALIDADE
possibilitar e facilitar o diá logo
com esses ó rgã os vem sendo Art.01. A Associaç ã o denominada (...) tem como sede social o Terreiro (...)
estimulada a constituiç ã o de e domicí lio na (endereç o), Municí pio de (...), tendo cará ter social, civil e
associaç õ es civis para representar religioso, sem fins lucrativos.
os interesses dos terreiros na esfera Art.02. A Associaç ã o tem por finalidade:
civil. I. Manter ritos e preceitos do culto dos Orixá s, segundo a liturgia (...),
instituí da pelos fundadores do (...);
As associaç õ es tiveram, a
II. Defender os direitos e interesses da comunidade religiosa do (...);
princí pio, o objetivo de representar
III. A conservaç ã o e veneraç ã o ao culto Afro-brasileiro implantado no
os terreiros em processos
(...), com todo respeito ao legado de seus ascendentes, exercendo a
administrativos e/ou judiciais, já
caridade conforme os preceitos do rito (...) de seus antepassados;
que, muitas vezes, a(o) lí der
Art.03. A associaç ã o rege-se pelo presente estatuto, que foi aprovado em
religiosa(o) nã o tinha poder legal
Assemblé ia Geral e por seus regimentos internos.
para representar toda comunidade.
Art.04. É indeterminado seu tempo de duraç ã o.
Ao longo do trabalho, entretanto,
Art.05. A associaç ã o é responsá vel por manter o templo sagrado protegido
revelou-se a necessidade buscar
da violaç ã o, exploraç ã o e profanaç ã o de qualquer espé cie, nã o permitindo
outros tipos de auxí lios; a
durante os rituais, ainda que sejam pú blicos, a realizaç ã o de filmagens,
associaç ã o civil passou a ser um
gravaç õ es e fotografias.
importante meio para solicitaç ã o CAPÍ TULO II - DOS DIREITOS E OBRIGAÇ Õ ES DOS ASSOCIADOS
de financiamentos pú blicos Art.06. A associaç ã o terá nú mero ilimitado de associados.
visando melhorias para a Art.07. Para ser associado é preciso ter boa conduta, profissã o honesta e,
comunidade. fundamentalmente, buscar o desenvolvimento da religiã o dos Orixá s, segundo
Entretanto, para a utilizaç ã o a tradiç ã o do (...) (ARTIGO FACULTATIVO).
dos benefí cios que a associaç ã o Art.08. A proposta de admissã o na associaç ã o será apreciada pelo(a)
pode propiciar é importante que a Supremo(a) Dirigente do Terreiro (...). Sendo favorá vel, procederá à votaç ã o
comunidade se organize com um em reuniã o Ordiná ria da Diretoria, para que seja aceito ou nã o o novo
objetivo comum, discutindo sobre associado (ARTIGO FACULTATIVO).
os problemas e lutando pelas Art. 09. Os associados classificam-se em:
melhorias. I. Fundadores: todos que fizeram parte da organizaç ã o da Associaç ã o;
II. Benemé ritos: todos que prestaram e prestam bons serviç os,
Para os terreiros que ainda nã o
contribuindo para o desenvolvimento da Associaç ã o Beneficente,
constituí ram suas associaç õ es,
Cultural e Religiosa (...);
segue abaixo um modelo de
III. Efetivos: os que sã o admitidos pela Diretoria.
estatuto que pode ser adaptado à s
Art.10. Todos os associados estarã o sujeitos a uma contribuiç ã o pecuniá ria
regras de cada Casa. Esse modelo
mensal a ser determinada pela Presidente (ARTIGO FACULTATIVO).
foi criado e vem sendo ajustado
Art.11. Os associados tê m direito a:
cada vez que as normas civis sã o
I. Examinar, a qualquer tempo, os livros da associaç ã o;
alteradas, (a exemplo do Novo
II. Comparecer à s reuniõ es e nelas discutir, votar e ser votado;
Có digo Civil) e que novas
III. Denunciar irregularidades que observarem nos atos dos membros da
necessidades cartoriais sã o
Diretoria.
reveladas. Resultado de mais de 5
IV. Atravé s de 1/5 dos associados, convocar a Assemblé ia Geral.
anos de trabalho contí nuo de
Art.12. Os associados obrigam-se a:
Koinonia, o modelo que
I. Zelar pela preservaç ã o do conjunto monumental e patrimonial
oferecemos, atualmente satisfaz os
contido no (...), assim como zelar pelas tradiç õ es do Egbé , pela
objetivos das associaç õ es civis de
observâ ncia dos preceitos do rito (...) e pela preservaç ã o dos valores
Terreiros de Candomblé .
é ticos e religiosos legados pelos fundadores desta Casa de culto;
Destaque 9
II. Participar das festas de devoç ã o que serã o § 1º - As resoluç õ es tomadas nas reuniõ es de Diretoria
apontadas como obrigató rias; serã o lavradas no Livro de Atas de Reuniã o da Diretoria;
III. Aceitar, graciosamente, os cargos que lhe forem § 2º - As reuniõ es da Diretoria serã o dirigidas pelo
confiados; Presidente e na sua ausê ncia pelo Vice-Presidente;
IV. Participar de todos os atos a que forem CAPÍ TULO V - DAS ATRIBUIÇ Õ ES DA
convidados pelos Administradores; DIRETORIA
V. Cumprir e fazer cumprir o presente estatuto e as Art.20. Compete ao Presidente:
deliberaç õ es tomadas em reuniõ es. I. Representar a Associaç ã o em Juí zo ou fora dele,
Art.13. A Diretoria poderá afastar da associaç ã o os ativa ou passivamente, em tudo que se referir aos
associados que: interesses da Associaç ã o, inclusive junto a ó rgã os
I. desacatarem as decisõ es da Diretoria; pú blicos (Federal, Estadual e Municipal) e suas
II. desrespeitarem as normas fundamentais da autarquias e instituiç õ es bancá rias;
comunidade religiosa do (...); II. Autorizar despesas a benefí cio da Associaç ã o,
III. incidirem em conduta julgada desabonadora pela apó s as devidas consideraç õ es do Conselho
maioria dos demais associados; Fiscal;
IV. dilapidarem o patrimô nio social da entidade. III. Escolher profissionais da á rea jurí dica para
§ Ú nico - Da decisã o que excluir o associado, caberá defender interesses da Associaç ã o;
recurso à Assemblé ia Geral no prazo de 15 (quinze)dias. IV. Convocar Assemblé ia Geral Extraordiná ria e
Art.14. Será demitido do cargo o associado que incidir Reuniã o da Diretoria, extraordinariamente,
em uma das condutas descritas no artigo anterior ou que sempre que julgar necessá ria;
abandonar o cargo. V. Cumprir e fazer cumprir o presente Estatuto e as
§ Ú nico - Em caso de vacâ ncia de cargo eletivo, o deliberaç õ es das reuniõ es;
preenchimento do mesmo dar-se-á atravé s de eleiç ã o VI. Convocar eleiç õ es (No) dias antes do té rmino do
realizada em Assemblé ia Geral Extraordiná ria, para mandato da Diretoria.
mandato complementar. Art.21. Compete ao Vice-Presidente:
CAPÍ TULO III – SUPREMO(A) DIRIGENTE/ I. Auxiliar o Presidente e substituí -lo nos seus
MENTOR(A) ESPIRITUAL - CAPÍ T U L O impedimentos;
FACULTATIVO
II. Atuar diretamente junto à comunidade/
Art. 15. Ao(à ) Mentor(a) Espiritual – Supremo(a)
associados, informando ao Presidente dos
Dirigente – compete dirigir a parte espiritual da Casa,
problemas que interfiram na Associaç ã o ou no
referendar todas as decisõ es da Diretoria.
seu patrimô nio como um todo;
§ Ú nico - O cargo de mentor(a) espiritual é vitalí cio e será
III. Zelar pelo patrimô nio do (...) e tomar
sempre preenchido por designaç ã o dos Orixá s de acordo
providê ncias para a sua conservaç ã o.
com o rito observado no (...) e exercido pela sua Ialorixá .
Art.22. Compete ao Secretá rio:
CAPITULO IV - Ó RGÃ OS DA ADMINISTRAÇ Ã O
I. Auxiliar o Presidente nas reuniõ es e Assemblé ias;
Art.16. A Associaç ã o será administrada e representada
II. Organizar os registros dos associados;
por uma Diretoria, composta de Presidente, Vice-
III. Lavrar as atas das reuniõ es e Assemblé ias;
Presidente, Secretá rio, Tesoureiro; e Conselho Fiscal,
IV. Fazer a leitura das atas e responder pela guarda
composto por (No) membros, sendo (No) titulares e (No)
suplentes com mandato de 04 (quatro) anos por igual dos livros da Associaç ã o.
perí odo.(Pode haver outro ó rgã o, como Conselho Art.23. Compete ao Tesoureiro:
Deliberativo, Conselho Superior; poré m, nã o pode I. Arrecadar toda a receita da Associaç ã o, inclusive
ser vitalí cio). a contribuiç ã o pecuniá ria mensal dos associados,
§ Ú nico - Os cargos da Administraç ã o deverã o ser assinando recibos e quitaç õ es;
preenchidos atravé s eleiç õ es em Assemblé ia Geral; II. Efetuar o pagamento de todas as despesas
Art.17. Os representantes eleitos para ocuparem os autorizadas pela Presidente, mediante recibo, assim
cargos da Diretoria terã o mandato quadrienal. como, efetuar depó sitos e saques em conta-corrente;
Art.18. Para preencher cargo de diretoria, o candidato III. Escriturar todo movimento financeiro da
deve conhecer de perto a situaç ã o da comunidade, bem Associaç ã o;
como, ter militâ ncia religiosa. IV. Assinar em conjunto com o Presidente os cheques
Art.19. A Diretoria deverá reunir-se mensalmente e, e demais papé is que lhe sejam afeitos no â mbito
extraordinariamente, sempre que houver necessidade. Ao financeiro;
final de cada reuniã o, obrigatoriamente, será marcada a V. Apresentar, ao té rmino de cada ano, o balanç o
data da pró xima reuniã o. Anual para a apreciaç ã o do Conselho Fiscal.
10 Destaque
CAPITULO VI - CONSELHO FISCAL CAPÍ TULO IX - DA ASSEMBLÉ IA GERAL
Art.24. Os membros do Conselho Fiscal serã o eleitos Art.32. Compete privativamente à Assemblé ia Geral:
junto com a Diretoria, pelo mesmo perí odo, e terã o I. eleger os administradores;
competê ncia para fiscalizar a gestã o financeira da II. destituir os administradores;
Associaç ã o, a ele competindo: III. aprovar as contas;
I. Dar parecer sobre qualquer assunto relativo à s IV. alterar o estatuto;
finanç as da Associaç ã o; V. dissolver a entidade, conforme o disposto no art.35.
II. Fiscalizar os atos da Diretoria, examinando a conta § Ú nico. Para destituir os administradores e alterar o
bancá ria da Associaç ã o e uma vez encontrando estatuto é necessá rio o voto de 2/3 (dois terç os) dos
irregularidades, levar ao conhecimento dos presentes à Assemblé ia convocada para este fim, nã o
associados em Assemblé ia Geral. podendo ela deliberar, em primeira convocaç ã o, sem a
CAPÍ TULO VII - DO PATRIMÔ NIO E DA maioria absoluta dos associados, ou com menos de 1/3
MANUTENÇ Ã O (um terç o) nas convocaç õ es seguintes.
Art.25. O patrimô nio social é constituí do de: Art.33. As Assemblé ias Gerais terã o atividade uma vez
I. Valores e bens adquiridos ou doados, os por ano em datas e horas marcadas, com a presenç a de
monumentos, simbó licos e documentos; 2/3 (dois terç os) dos associados em primeira convocaç ã o
II. Bens que venham a possuir; ou em Segunda convocaç ã o, 30 (trinta) minutos apó s a
III. As contribuiç õ es oficiais ou particulares e outros primeira, com 1/3 (um terç o) dos associados;
auxí lios. § Ú nico - As Assemblé ias Gerais Extraordiná rias serã o
§ Ú nico – A Associaç ã o Beneficente, Cultural e Religiosa convocadas com antecedê ncia de (No) dias.
(...) nã o distribui resultados, dividendos, bonificaç õ es, Art. 34. Os trabalhos da Assemblé ia Geral serã o dirigidos
por uma mesa composta por Presidente e Secretá rio, sendo
participaç õ es ou parcelas do seu patrimô nio, sob nenhuma
registrado no Livro de Assemblé ia Geral todas as deliberaç õ es
forma ou pretexto.
da reuniã o, assim como a assinatura dos presentes.
Art.26. A Associaç ã o será mantida:
CAPÍ TULO X - DISPOSIÇ Õ ES GERAIS
I. pelas contribuiç õ es oficiais e/ou particulares que
Art.35. O uso da denominaç ã o social cabe ao Presidente e
venha receber;
ao Vice-Presidente, assinando em conjunto,
II. pelo produto das festas, feiras e gincanas
obrigatoriamente, sendo vedado usá -la em qualquer negó cio
promovidas com finalidade de arrecadar fundos;
ou ato que nã o tenha relaç ã o com o objeto da Associaç ã o.
III. e outros auxí lios. Art.36. A dissoluç ã o da Associaç ã o Beneficente, Cultural
§ Ú nico - A Associaç ã o Beneficente, Cultural e Religiosa e Religiosa (...), far-se-á por proposta especí fica da maioria
(...) aplicará integralmente suas rendas, recursos e eventual dos associados, apó s aprovaç ã o da Assemblé ia Geral
resultado operacional na manutenç ã o e desenvolvimento Extraordiná ria com votaç ã o mí nima de 2/3 (dois
dos objetivos institucionais no territó rio nacional. terç os) dos associados, em dois turnos;
CAPÍ TULO VIII - DAS ELEIÇ Õ ES § Ú nico - Dissolvida a entidade, o patrimô nio adquirido
Art.27. Serã o convocadas eleiç õ es pelo Presidente para durante a vigê ncia da Associaç ã o será destinado a
preenchimento dos cargos administrativos, inclusive entidades com finalidades congê neres.
Conselho Fiscal, que poderã o concorrer individualmente, Art.37. A entidade nã o remunera, nem concede vantagens
sem constituiç ã o de chapa. ou benefí cios por qualquer forma ou tí tulo a seus
Art.28. As votaç õ es serã o em escrutí nio secreto, nã o diretores, associados, conselheiros, benfeitores ou
sendo computadas as de nomes ilegí veis, truncados ou equivalentes, sendo permitido apenas o ressarcimento
incompletos; por gastos pessoais no exercí cio de suas funç õ es.
Art.29. Recebidos os votos, o Secretá rio procederá à Art.38. Os associados nã o responderã o subsidiariamente
leitura dos mesmos, fazendo em seguida a Ata de eleiç ã o; pelas obrigaç õ es da Associaç ã o.
Art.30. A eleiç ã o dos Administradores será sempre feita Art.39. O patrimô nio individual dos associados nã o se
(No) dias antes do té rmino do mandato, com a presenç a confunde com o patrimô nio da Associaç ã o.
de metade mais um dos associados em primeira Art.40. Fica eleito o foro da Comarca de Salvador para
convocaç ã o e em Segunda convocaç ã o, 30 (trinta) dirimir qualquer dú vida oriunda do presente estatuto.
minutos apó s a primeira, com qualquer nú mero de Art.41. No que este Estatuto for omisso, aplicam-se as
associados presentes, poré m nunca inferior a 1/3 (um disposiç õ es inerentes à constituiç ã o de associaç ã o.
terç o) dos associados. (Cidade), (data)
Art.31. A posse dos Administradores se dará no segundo
Domingo apó s a eleiç ã o (ARTIGO FACULTATIVO). *Elga L essa é advogada e presta serviço voluntário ao Programa EGBÉ
Avaliação e
Encaminhamentos 11

Almoço de Trabalho e Fraternidade


As propostas de discussõ es de Alguns pontos foram mais
temas realizadas em Encontros de comentados, como:
Trabalho e Fraternidade anteriores • Pessoas mal-informadas
foram resgatadas durante a realizaç ã o acreditam que o candomblé é
desse encontro. O tema escolhido uma coisa demoní aca, ruim
para a pró xima reuniã o foi “ Por quê ou perversa. Sabemos, por
é necessá rio o sacrifí cio?” . exemplo, que os judeus
Discutiu-se que era importante sofreram muito na segunda
esclarecer este questionamento, para Guerra Mundial. Hitler usou
fortalecer o argumento do povo de muito a idé ia de que os judeus
Candomblé e para desfazer as idé ias eram crué is, que sacrificavam
preconceituosas e racistas, pois a animais. O mesmo está
intolerâ ncia nada mais é que o acontecendo com o
racismo. Essa temá tica é alvo de Candomblé quando se
distorç õ es da imagem do Candomblé referem a prá tica do
e a comparaç ã o com outras religiõ es sacrifí cio.
ajuda a ver que elas praticam o • É necessá rio que se esclareç a
sacrifí cio e nã o sã o questionadas. o que é sacrifí cio. Existem
outras religiõ es que praticam Lembramos que o primeiro
o sacrifí cio de outras formas, posicionamento do Programa
como por exemplo os atos de Egbé – Territó rios Negros é a
auto-flagelaç ã o: sã o defesa do direito. Nã o só do ponto
Fotos:Lucimar Noaves

colocadas pontas de giletes de vista jurí dico, legal, mas o


nos chicotes e as pessoas se direito mais simples de toda pessoa
flagelam; subir 300 degraus - o direito à liberdade de culto.
da Igreja da Penha de joelhos;
o jejum; e até a abstenç ã o As reflexõ es aqui realizadas
sexual dos padres e freiras. sã o fundamentais, pois a
discussã o sobre a intolerâ ncia e
• Na missa se oferece e se come diá logo entre as religiõ es tem que
a carne e se bebe o sangue de ocorrer na realidade concreta em
Jesus Cristo. Por que o que os conflitos acontecem; nos
Candomblé que oferece lugares da cidade onde estã o os
animais, se alimenta com eles terreiros de candomblé , onde
e divide esse alimento com infelizmente as religiõ es afro-
Data: 24 de abril de 2004 todos é tachado de bá rbaro? brasileiras estã o em confronto
Local: Salã o Elmano Castro – Grande • O rito do sacrifí cio també m é com fundamentalistas de religiõ es
Hotel da Barra comum na tradiç ã o judaico cristã s. Sã o necessá rios teste-
• Oraç ã o Inicial: Babá É lson cristã : Jesus Cristo é munhos de consensos na
• Apresentaç õ es apresentado como aquele que comunidade dos irmã os de
• Apresentaç ã o e lanç amento do ví deo se sacrifica no lugar do candomblé sobre alguns temas,
“ Intolerâ ncia Religiosa - A Ameaç a à cordeiro. Quando Jesus Cristo que quando divulgados ajudam
Paz” é apresentado como cordeiro à construç ã o da paz.
• Relato das Atividades de Deus é justamente nessa Por isso, dois sã o os objetivos
• Definiç ã o de tema para discussã o perspectiva: ele se doa em das reflexõ es nessas reuniõ es: a
• Tribuna Livre lugar do cordeiro, que é afirmaç ã o dos direitos e a
• Oraç ã o final: Tata Laé rcio sacrificado. construç ã o da paz.
12 Agenda/Informes

• Aconteceu nesse encontro a • O novo Presidente do CDCN – representando a Irmandade do


apresentaç ã o e lanç amento do Conselho de Desenvolvimento da Rosá rio dos Pretos. Informa que
ví deo “ Intolerâ ncia Religiosa – A Comunidade Negra é Ailton do a sede possui um auditó rio com
Ameaç a à Paz” . Documentá rio Oxumaré . Trata-se de um capacidade para 80 pessoas,
educativo, com depoimentos que Conselho dentro da estrutura da estando à disposiç ã o de
mostram o horror da intolerâ ncia, Secretaria de Justiç a e Direitos KOINONIA e os terreiros.
é uma realizaç ã o do Ilê Axé Iyá Humanos do Estado da Bahia Endereç o: Rua Ribeiro dos Santos
Nassô Oká , com patrocí nio da composto por 5 representantes (Rua do Passo), nº 42, Carmo; tel:
CESE e apoio do Grupo Hermes, indicados pelo Governo e 15 241-3406.
Koinonia e UFBA. As Casas que representantes da Sociedade • As pessoas interessadas em
estiveram presentes foram Civil: OAB, Ministé rio Pú blico, adquirir livros de 6ª a 8ª sé rie entrar
brindadas com um exemplar. Instituto Steve Biko, FENACAB, em contato com Leonel Monteiro
Contato:videointolerancia@ ig.com.br vá rias outras entidades. Ele está no tel.: 3495-5967.

Lista dos terreiros presentes no último encontro.


A totalidade da Rede dos Terreiros já Atendidos pelo Programa pode ser vista nas páginas 6 e 7.

Centro Caboclo Sultã o das Matas Ilê Axé Jfokan Ilê Axé Taoyá Loni
Centro do Caboclo Oxossi Talami Ilê Axé Jualê Oumiladê Ilê Odé Omim Losé
Centro Espí rita Caboclo Itapoã Ilê Axé Kayó Alaketu Kanzo Mucambo
Centro Matamba de Onato Ilê Axé Obá Tony Manso Dandalungua Cocoazenza
Ilê Asé Maa Asé Ni Odé Ilê Axé Omim Funkó Mucundeuá
Ilê Asé Odô Biticô Ilê Axé Omim Lessy Obá Fangy
Ilê Axé Abassá de Ogum Ilê Axé Omin Lonan Terreiro de Jauá
Ilê Axé Aché Ibá Ogum Ilê Axé Oxumaré Terreiro de Oxum
Ilê Axé Airá Omim Ilê Axé Oyá Terreiro Oxossi Mutalambô
Ilê Axé Ewé Ilê Axé Oyá Tunjá Terreiro Sã o Roque
Ilê Axé Iyá Nassô Oká Ilê Axé Pondamim Bominfá Tuumba Junç ara
Ilê Axé Jagun Viva Deus Filho
Este informativo é produzido pelo Programa KOINONIA
Instituições parceiras EGBÉ - Territó rios Negros de KOINONIA Presenç a Ecumê nica e Serviç o
Presenç a Ecumê nica e Serviç o. Dirigido à s Rua Santo Amaro, 129 Gló ria
em atividades neste comunidades negras urbanas de candomblé e 22211-230 Rio de Janeiro RJ
período: a redes de solidariedade civil e ecumê nica Telefone (21) 2224-6713
Fax (21) 2221-3016
Editoria: Jussara Dias e Rafael Soares de Oliveira falaegbe@koinonia.org.br
Secretá rio Executivo de Koinonia: Rafael www.koinonia.org.br
AATR-Bahia - Associaç ã o de Soares de Oliveira
Redaç ã o de Atividades: Lucimar Novaes, Elga
Advogados dos Trabalhadores Lessa e Jussara Dias
Rurais. Revisã o: Helena Costa e Manuela Vianna
Fotos da Capa: Angela Gordilho Souza, 2000 PROGRAMA EGBÉ - TN
(AlagadosePernambués)livro Limites do Habitar Ladeira dos Barris, 145 Barris
e Edgar de Souza (Farol da Barra), site: 40070-050 Salvador BA
CREAIDS – Centro de Referê ncia Tel.: (71)328-0605
www.pms.ba.gov.br
Estadual de AIDS Editoraç ã o Eletrô nica e Impressã o: Fast Design projetoegbesalvador@koinonia.org.br

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