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Propó sito
Métodos
Este estudo é uma aná lise observacional retrospectiva. Compara os resultados alcançados por
estudantes de medicina do ú ltimo ano em seu exame clínico, avaliados pelo teleOSCE em 2020
(n=285), com aqueles que foram examinados no formato presencial tradicional em 2019
(n=280). O estudo foi realizado na Universidade de New South Wales, Austrá lia.
Resultados
No domínio do exame físico, os alunos de 2020 pontuaram 0,277 pontos a mais do que os de
2019 (diferença mé dia=–0,277, P<0,001, tamanho do efeito=0,332). Em todos os outros
domínios, nã o houve diferença significativa nas pontuaçõ es mé dias entre 2019 e 2020.
Conclusão
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Introduçã o
Antecedentes/racional
O desafiador ano de 2020 ofereceu uma oportunidade sem precedentes e valiosa para a coleta
de dados sobre o processo de avaliaçã o online. A Universidade de Nova Gales do Sul em
Sydney, Austrá lia, é uma das muitas escolas de medicina que foram forçadas a usar um OSCE
“eletrô nico” on-line (teleOSCE) com orientaçã o mínima. Os alunos do ú ltimo ano passaram por
suas avaliaçõ es somativas da OSCE usando este formato on-line para cumprir as restriçõ es do
COVID-19.
Objetivos
Métodos
Declaração de ética
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A pesquisa foi conduzida sob a aprovaçã o é tica concedida pelo Comitê de É tica em Pesquisa
em Seres Humanos da Universidade de New South Wales (referê ncia nº, HC15421, HREAPG:
Health, Medical, Community and Social). Cumprindo com a aprovaçã o é tica, usamos dados de
avaliaçã o administrativa mantidos pela Universidade de New South Wales, que nã o exigiam
consentimento dos participantes.
Design de estudo
Este estudo é um estudo observacional que compara os resultados alcançados pelos alunos
examinados em 2020 via teleOSCE, com aqueles que foram examinados no formato OSCE tradi‐
cional em 2019.
Contexto
Os OSCEs clínicos presenciais sã o executados há muitos anos e os funcioná rios estã o familiari‐
zados com os requisitos para implementaçã o. A conversã o deste para um formato online exi‐
giu vá rias etapas. O principal entre eles foi o aspecto da tecnologia (para todos os participan‐
tes) que era inteiramente novo neste cená rio. A partir daí, foi necessá ria a adaptaçã o da emis‐
sora, ou seja, para se adequar a um formato online. Em conjunto, foram necessá rias mudanças
de pessoal e de procedimentos, antes de vá rias etapas de testes. As estaçõ es clínicas estã o des‐
critas a seguir, com os aspectos tecnoló gicos, de pessoal, processuais, de testes e treinamento
descritos no Suplemento 1 .
A OSCE tradicional presencial, realizada em 2019, era composta por 9 estaçõ es de 7 disciplinas
(medicina, cirurgia, atençã o primá ria, medicina de emergê ncia, psiquiatria, pediatria e obstetrí‐
cia e ginecologia) com duraçã o de 12 minutos. Para cada estaçã o, os alunos recebem um breve
resumo de um cená rio clínico, a partir do qual se espera que eles obtenham uma breve histó ‐
ria direcionada e realizem um exame físico, antes de tentar diagnosticar o paciente, sugerir in‐
vestigaçõ es e gerenciamento relevantes e responder a perguntas de o examinador. Cada esta‐
çã o é precedida por um tempo de leitura de 2 minutos e seguido por um curto período para
permitir a transiçã o para a estaçã o subsequente. Dentro das estaçõ es, os alunos sã o avaliados
em suas habilidades clínicas em relaçã o ao conteú do específico da estaçã o, mas també m em
aspectos gené ricos, como habilidades de comunicaçã o e exame físico. Para garantir a compara‐
bilidade entre o teleOSCE e o OSCE presencial, os principais recursos deste ú ltimo foram man‐
tidos na versã o online sempre que possível. Na maioria das vezes, isso era relativamente sim‐
ples, pois o início da consulta com o paciente, a coleta do histó rico, a interpretaçã o das infor‐
maçõ es clínicas e a sumarizaçã o do caso pelo aluno podiam ser facilmente alcançadas no for‐
mato online (Suplemento 2 ). No entanto, para os componentes de exame físico e/ou habilida‐
des processuais, esses aspectos precisavam ser adaptados em uma atividade que pudesse ser
preenchida e avaliada online. Aqui, a tarefa agora exigia que o aluno descrevesse a abordagem
e o processo de examinar o paciente de qualquer maneira que eles sentissem que a pergunta
da estaçã o e a informaçã o eliciada sugerissem (tabela 1). Essas mudanças també m exigiram a
modificaçã o das rubricas de avaliaçã o. Para este fim, cada estaçã o OSCE adaptada foi revisada
por uma equipe familiarizada com a avaliaçã o clínica e com as recomendaçõ es feitas aos auto‐
res das estaçõ es, caso sejam necessá rias alteraçõ es adicionais para se adequar ao formato on-
line.
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Tabela 1.
Método do
Em pessoa TeleOSCE
exame
Participantes
Para o teleOSCE em 2020, 285 alunos do ú ltimo ano participaram da avaliaçã o; enquanto, para
a avaliaçã o tradicional do formato presencial da OSCE em 2019, participaram 280 alunos do
ú ltimo ano. Todos os alunos-alvo participaram dos exames.
Variáveis
Fonte de dados/medição
Tendência
Nã o houve vié s de amostragem, pois todos os alunos-alvo participaram do OSCE e todos os da‐
dos foram incluídos no estudo.
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Tamanho do estudo
O tamanho da amostra deste estudo foi determinado pela disponibilidade de participantes, to‐
dos incluídos no estudo (N=565; coortes combinadas de 280 e 285 cada). Como o estudo utili‐
zou todos os dados disponíveis e o estudo nã o teve impacto sobre os participantes, nã o foi ne‐
cessá rio limitar o nú mero de participantes do estudo nem realizar a priori tamanho da amos‐
tra e cá lculo de poder [ 13 ]. Os resultados apresentam o tamanho do efeito que é a medida
apropriada para estimar o significado das diferenças entre as 2 coortes [ 14 ]. Nenhum tama‐
nho de amostra post-hoc e cá lculo de poder foram realizados porque estes nã o sã o estatistica‐
mente apropriados [ 15 ].
Métodos estatísticos
A aná lise independente do teste t foi usada para comparar as pontuaçõ es mé dias dos resulta‐
dos da avaliaçã o dos alunos entre 2019 (OSCE presencial) e 2020 (teleOSCE). A comparaçã o
foi feita por disciplinas (todos os domínios de avaliaçã o combinados) e separadamente por do‐
mínios (todas as disciplinas combinadas). Essa aná lise foi escolhida para identificar o impacto
do modo de avaliaçã o em diferentes disciplinas mé dicas e domínios de avaliaçã o, respectiva‐
mente. A correçã o de Bonferroni foi realizada para corrigir a inflaçã o alfa.
Resultados
Em 2019, 280 alunos realizaram os exames presenciais, enquanto em 2020, havia 285 exami‐
nandos no teleOSCE. Todos os alunos completaram a totalidade de seus exames e todas as
suas pontuaçõ es brutas nã o identificadas foram elegíveis para uso neste estudo. Os dados de‐
mográ ficos nã o estavam disponíveis para inclusã o neste estudo.
Resultados principais
No domínio do exame físico, os alunos de 2020 pontuaram 0,277 pontos a mais do que os de
2019 (diferença mé dia=–0,277, P<0,001, tamanho do efeito=0,332). Em todos os outros domí‐
nios, nã o houve diferença significativa nas pontuaçõ es mé dias entre 2019 e 2020. Esses resul‐
tados sã o ilustrados emmesa 2e Conjunto de dados 1 .
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Mesa 2.
Comparação dos resultados dos alunos de 2019 e 2020 por diferentes domínios da rubrica de marcação
Comunicação 280 285 7.618 7.569 0,621 0,571 0,0371 0,0338 0,971 Sim
Histó ria 280 285 7.090 7.147 0,866 0,691 0,0518 0,0409 -0,864 Não
clínica e
antecedentes
Conhecimento 280 285 7.186 7.122 0,887 0,908 0,0530 0,0538 0,848 Sim
médico
Exame físico 280 285 7.104 7.381 0,847 0,822 0,0506 0,0487 -3,947 Sim
Interpretação 280 285 7.058 7.156 0,822 0,796 0,0491 0,0472 -1,445 Sim
Diagnó stico e 280 285 7.292 7.394 0,786 0,819 0,047 0,0485 -1,514 Sim
gerenciamento
SD, desvio padrão; SEM, erro padrão da média; df, graus de liberdade; Sig., significância; IC, intervalo de
confiança.
a)
Significativo em P<0,001 apó s correção para inflação alfa (correção de Bonferroni).
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Tabela 3.
Comparação dos resultados dos alunos de 2019 e 2020 nas diferentes subespecialidades
Medicamento 280 285 7.275 7.492 0,768 0,921 0,0459 0,0546 -3,036 Não
Cirurgia 280 285 7.376 7.354 0,851 0,934 0,0509 0,0553 0,298 Sim
Psiquiatria 280 285 7.344 7.227 0,921 0,925 0,0550 0,0548 1,505 Sim
Medicamento 280 285 7.032 7.422 1.172 0,975 0,0701 0,0578 -4.304 Sim
de
emergência
Obstetrícia & 280 285 7.440 7.521 1.056 1.012 0,0631 0,0600 -0,934 Sim
ginecologia
Atenção 280 285 6.936 6.985 1.125 0,951 0,0672 0,0564 -0,565 Não
primária
Pediatria 280 285 7.501 7.438 0,958 0,793 0,0573 0,0470 0,858 Não
SD, desvio padrão; SEM, erro padrão da média; df, graus de liberdade; Sig., significância; IC, intervalo de
confiança.
a)
Significativo em P<0,05 apó s correção para alfa inflação (correção de Bonferroni).
b)
Significativo em P<0,01 apó s correção para inflação alfa (correção de Bonferroni).
Discussã o
Principais resultados
As coortes neste estudo foram de tamanho comparável (280 versus 285) e nenhuma diferença
significativa foi observada nos resultados de quase todos os domínios (comunicaçã o, histó ria
clínica e antecedentes, conhecimento mé dico, interpretaçã o, diagnó stico e gestã o) e disciplinas.
Isto sugere que a mudança para uma plataforma online nã o influenciou o desempenho dos
alunos, nem a informaçã o disponibilizada aos avaliadores nestas á reas. No entanto, observam-
se diferenças significativas nas disciplinas de medicina e medicina de emergê ncia e no domínio
do exame físico.
Interpretação
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Explorar os ajustes feitos no mé todo de exame fornece insights sobre por que os resultados
do domínio do exame físico podem ter mudado (tabela 1). Tanto no formato presencial quanto
no online, os alunos sã o obrigados a planejar o exame físico que gostariam de realizar e no te‐
leOSCE esse plano deve ser claramente articulado ao examinador. Neste ú ltimo, os achados fí‐
sicos foram fornecidos mediante solicitaçã o específica do aluno. Em contraste, os alunos que
realizavam a iteraçã o presencial eram obrigados a coletar essas informaçõ es usando suas ha‐
bilidades de exame físico. Em ambos os formatos, os alunos usaram seu raciocínio clínico para
construir uma lista apropriada de diagnó sticos diferenciais. Dessa forma, o baixo desempenho
no exame físico pode ter dificultado a coleta de informaçõ es para os alunos que realizam a
avaliaçã o presencial, enquanto o formato online anulou essa deficiê ncia ao fornecer ao aluno
as informaçõ es clínicas necessá rias, mediante solicitaçã o, para formular seu diagnó stico.
nã o seria possível neste estudo. Alé m disso, esse mé todo nega a acessibilidade aprimorada aos
pacientes, um dos principais benefícios da plataforma online. Em vez disso, o exame físico na
plataforma online pode se concentrar em sinais transferíveis por meio de uma tela. Há evidê n‐
cias atravé s das aplicaçõ es da telessaú de que os exames físicos que dependem fortemente da
observaçã o, como a dermatologia, sã o altamente adequados para esse propó sito [ 20 ]. Na
verdade, um exame deve representar o contexto que pretende simular [ 21], e o teleOSCE re‐
presenta muito bem os desafios da teleconsulta. É fá cil ver sua utilidade no treinamento de fu‐
turos mé dicos para os quais a telessaú de pode se tornar muito mais prevalente. Mas para seu
propó sito atual, que é avaliar estudantes de medicina do ú ltimo ano em vá rios domínios, nã o
resta soluçã o atual para uma amostra totalmente representativa de habilidades de exame fí‐
sico no teleOSCE, como o formato presencial pode ter feito.
Limitaçõ es
Utilizar as notas dos alunos para comparar o impacto do presencial e do teleOSCE tem suas li‐
mitaçõ es, pois mais do que simplesmente o desempenho do aluno e a modalidade de avaliaçã o
contribuirã o para esse resultado. Esses fatores de confusã o nã o foram controlados neste es‐
tudo observacional. Alé m disso, o presencial e o teleOSCE avaliam diferentes aspectos da com‐
petê ncia no domínio do exame físico e isso pode limitar o escopo de comparaçã o neste domí‐
nio. É importante notar que o OSCE presencial exige que um aluno obtenha resultados por
exame físico, enquanto o teleOSCE exige que um aluno descreva esse processo (em estaçõ es
que exigem mais informaçõ es do que podem ser obtidas apenas pela observaçã o). O teleOSCE
avalia o impacto da competê ncia do exame físico; Contudo,
Conclusão
A pesquisa sobre teleOSCE ainda está em sua infâ ncia. A avaliaçã o do mé todo usado pela Uni‐
versidade de New South Wales para o exame de desempenho em 2020 demonstrou que a
transiçã o da avaliaçã o de desempenho presencial para uma plataforma teleOSCE foi muito
bem-sucedida. Bar exame físico, comparando os resultados tradicionais do OSCE presencial
com os do teleOSCE nã o mostra mudanças significativas nos vá rios domínios. Como tal, esses
exames somativos on-line podem continuar a desempenhar um papel no sistema de avaliaçã o
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multimodal mais amplo, fornecendo dados valiosos aos examinadores ao fazer um julgamento
preciso sobre a competê ncia de um aluno nesses domínios. No entanto, este estudo també m
revelou a necessidade de uma consideraçã o cuidadosa da maneira como avaliamos o exame
físico usando o teleOSCE. Os alunos nã o podem mais executar as açõ es de um exame físico em
um paciente e, como tal, os examinadores tê m menos informaçõ es para fazer uma avaliaçã o e
isso pode ser responsável por um aumento nos escores neste domínio. Com a maior probabili‐
dade de utilizar o teleOSCE com mais frequê ncia no futuro, precisamos identificar as habilida‐
des de exame físico que nã o podem ser avaliadas com precisã o via teleOSCE e garantir que es‐
sas habilidades sejam avaliadas por meio de ferramentas de avaliaçã o baseadas no local de
trabalho.
Agradecimentos
Nenhum.
Notas de rodapé
Conceituação: JZF, DWA, ST, BS. Curadoria de dados: BS. Análise formal: BS. Aquisição de financiamento: não
aplicável. Metodologia: JZF, DWA, ST, BS. Administração do projeto: DWA. Redação – rascunho original: JZF,
DWA, ST, BS. Redação–revisão e edição: JZF, DWA, ST, BS.
Conflito de interesses
Boaz Shulruf é editor associado do Journal of Educational Evaluation for Health Professions desde 2017, mas não
teve nenhum papel na decisão de publicar esta revisão. Nenhum outro conflito de interesse potencial relevante
para este artigo foi relatado.
Financiamento
Nenhum.
Disponibilidade de dados
Conjunto de dados 1. Resultados de 2 exames de exame clínico estruturado objetivo (OCSE) de estudantes de
medicina da Universidade de New South Wales, Austrália, em 2019 e 2020.
Materiais complementares
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Suplemento 1. Aspectos tecnoló gicos, de pessoal, processuais, de teste e de treinamento do exame clínico es‐
truturado teleobjetivo.
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