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PLANO DIRETOR DE ESTÂNCIA VELHA

Elaborado na Administração do Prefeito


Snr. GERMANO HAUSCHILD

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Projetado na diretoria de Obras da Prefeitura Municipal

de

SÃO LEOPOLDO

Pelo eng. Arquiteto:- FRORÊNCIO ÁVILA DA LUZ

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Colaboração

da

Diretoria de Topografia e Cadastro da Prefeitura

Sociedade “AMIGOS DE ESTÂNCIA VELHA”

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Desenhos: - EDMUNDO FÉLIX NUNES


Fotografias: - VICTOR SASSI

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INTRODUÇÃO

A necessidade da criação de um Plano de


Urbanização para o desenvolvimento racional de uma cidade
torna-se cada dia mais premente, em virtude do crescimento
das vilas e cidades; principalmente, naquelas em que a
indústria é o fator desse crescimento. Por isso, ao
apresentarmos o Plano Diretor de Estância Velha para
aprovação, queremos transcrever algumas considerações já
feitas por ocasião da apresentação do Plano de Campo Bom:-
As administrações públicas, por melhor boa
intenção que tenham seus administradores e respectivos
auxiliares técnicos, nada de concreto e duradouro poderão
fazer sem uma previsão de futuro desenvolvido da cidade.
Somente poderão fazer as obras segundo as necessidades
presentes, podendo, tais obras se tornarem entrave no futuro.
Exemplos concretos do que afirmamos, temos visto
tanto nas vilas como cidades. O traçado sinuoso e acanhado de
certas ruas, situadas juntamente onde deveria existir
avenidas amplas, de fácil escoamento para o tráfego, serão
futuramente um entrave, se não for feito um Plano á tempo de
evitar maiores dificuldades.
Os espaços verdes nas zonas residenciais são de
fundamental importância na elaboração dos Planos Diretores.
As praças e parques são os “pulmões” das cidades, são os
pontos de recreação dos moradores de cada bairro ou zona
residencial. Em porto Alegre, no bairro Petrópolis, que é uma
zona residencial por excelência, os seus moradores são
privados de recreação no seu próprio bairro devido à
inexistência de praças e parques destinadas á essa importante
função recreativa e social das populações urbanas.
E, finalmente, a falta de um Plano de Urbanismo,
traz os munícipes num estado de insegurança quando aos seus
imóveis, pois estarão sujeitos á serem atingidos quando forem
realizadas obras públicas julgadas necessárias ou mesmo
quando da elaboração de um plano de urbanização.
Daí a necessidade de os administradores dotarem as
suas comunas de Planos que venham assegurar um
desenvolvimento organizado, tanto no presente como no futuro.
O PLANO

Ao serem iniciados os estudos do Plano Diretor de


Estâncias Velha, encontramos já a planta da vila, elaborada
pela Diretoria de Topografia o Cadastro. Foi feito um novo
levantamento cadastral para a sua atualização, ficando
constatado a existência de 150 prédios construídos depois do
levantamento realizado em 1951.
Os loteamentos feitos sem aprovação, onde os
proprietários preocuparam-se somente com a abertura de ruas
dentro das suas faixas de terás, contribuindo para dificultar
o nosso trabalho na elaboração do Plano.
Ao elaborarmos o Plano Diretor de Estância Velha,
tivemos a intenção de fazer um Plano realista, isto á:
consideramos todos os fatores negativos existentes na atual
etapa social e econômica, que não permita a execução de um
Plano de Urbanização á altura da Urbanística Moderna.
Entretanto, o Plano de Estância Velha, ora apresentado para
aprovação, pelo seu caráter simples, objetivo na realidade
atual, poderá entrar imediatamente em execução.
Apresentamos á seguir, os elementos constitutivos
do Plano, tais como:- o zoneamento de uso e ocupação, espaços
verdes, sistema viário e a regulamentação do Plano.

1 – ZONA INDUSTRIAL

Considerando a existência de estabelecimentos


industriais situados na parte Norte da vila, ao longo da rua
Presidente Lucena, foi reservado este local para uma zona
industrial. Tendo como limites à avenida 14 de Julho, rua
Reynaldo Leuck, rua São Luiz, rua Presidente Lucena, rua João
Alberto e Avenida 7 de Setembro. Esta zona abrange as
industrias já existentes e permite a instalação de novos e
maiores estabelecimentos industriais.
Foi prevista uma nova zona industrial ao longo da
avenida 1º de Maio. Esta zona abrange uma área de 216.000 m².
com quadras apropriadas para a instalação de indústrias. Por
outro lado, as indústrias incômodas, curtumes e outra que
produzem mau cheiro, serão facilmente saneadas com a
canalização da avenida 1º de Maio que deverá funcionar como
via de saneamento dessa região da vila.
A regulamentação do zoneamento permitirá a
instalação de novas indústrias de todos os tipos, de modo que
não venham sentir mais tarde a falta de espaço para o seu
desenvolvimento, nem pôr em perigo a segurança e a saúde dos
habitantes de Estância Velha.

FORA DAS ZONAS INDÚSTRIAIS, SÓ SERÃO PREMITIDAS:


a) Pequenas indústrias artesanais que
não prejudiquem o uso e estética das zonas onde
estiverem localizadas;
b) Pequenas indústrias, cujo consumo
de seus produtos seja local, tais como:
padarias, indústrias alimentícias, etc.;
c) Aplicação e reforma de indústrias
já existentes contribuindo, desse modo, para o
desenvolvimento de indústrias que ainda estão
em sua fase inicial;
d) Em caráter excepcional, poderão
ser instaladas novas indústrias leves, até que
sejam criadas condições que permitam a sua
instalação nas zonas indústrias projetadas,
como abertura de ruas, extensão da rede de
energia elétrica, etc..
Estas concessões, porém, não podem ultrapassar o
prazo de dois anos á partir da data da aprovação do Plano.

2 – ZONA COMERCIAL

Para a localização do comercio de estância Velha,


foram reservados as quadras nº 1-A e nº 2. Nas avenidas
Presidente Vargas, Independência e 15 de Novembro, em ambos
os lados, e na avenida 1º de Maio entre a avenida 15 de
novembro e a rua Frei Caneca, foi prevista a localização de
estabelecimentos comerciais, com o fim de atender as zonas
residenciais onde ao achem localizadas essas avenidas.

3 – ZONA RESIDENCIAL

É considerado zona residencial toda a área


projetada, cem exceção, das áreas reservadas à indústria e
áreas verdes. Mesmo nas zonas comerciais poderão ser
construídas residências, porém, observadas e afastamento de
6m. do alinhamento, possibilitando, desse modo, a futura
ampliação do prédio para a instalação de comercio.

4 – CENTRO CÍVICO

A escolha do local destinado ao Centro Cívico, é


de grande importância na elaboração de um plano Diretor,
pois, sendo ele reservado para a localização de centro
administrativo da cidade, deverá preencher tais finalidades.
Para o centro cívico de Estância Velha foi
prevista uma área de 43.200 m²., situada em local apropriado
para esse fim, dadas as condições que é seguir enumeramo:
a) Área suficientemente ampla para a
instalação de todos os serviços
administrativos;
b) Espaço para concentração cívicas;
c) Tangenciado pela principal avenida
que futuramente atravessará a cidade na direção
Leste-Oeste, ligando a Rodovia Federal
Presidente Vargas com a Estadual Caí-Porto
Alegre;
d) Situado sobre uma colina, de onde
poder-se-á obter uma perfeita composição
plástica.

5 – ÁREAS VERDES

No Plano de Estância Velha, as praças foram


distribuídas dentro das zonas residenciais, já que nessa vila
o problema dos arroios é diverso do de Campo Bom.
Em estância Velha, estão situados cerca de 18
curtumes junto aos arroios, transformando-os em coletores de
toda a matéria em decomposição. Portanto, a solução aqui
encontrada para evitar o mau cheiro, focos de criação de
mosquitos, moscas, etc., é a canalização dos arroios
coletores da matéria em decomposição dos curtumes, em canal
coberto.
Por esta razão, não foi reservada a faixa verde
como em Campo Bom, e sim, um sistema de avenidas por onde
serão canalizados os respectivos arroios.
Foi reservada uma área destinada á um Parque, à
margem da avenida Brasil. Nesse local já existe um esboço do
lado, e com pouco movimento de terra poder-se-ás construir um
aprazível centro de recreação pública.
O Centro Cívico, além dos edifícios
administrativos cultos religiosos, estabelecidos culturais,
será tratado como área verde.
No cruzamento de avenidas importantes, bem como em
certas ruas residenciais das colinas, foram previstas
pequenas áreas verdes de segurança, com o fim de dar maior
amplitude de visão aos motoristas.

6 –EDIFICIOS PÚBLICOS

Além do Centro Cívico, e da quadra situada no


entroncamento da avenida Castro Alves com a rua Monteiro
Lobato, destinada à construção de um Grupo Escolar, com
possibilidade de transformar-se em Ginásio; foram também,
previstos locais destinados para escolas, ocupando parte das
praças situadas nas diversas zonas residenciais.

7 – ESTAÇÃO RODOVIÁRIA

No entroncamento da avenida 7 de Setembro com a


avenida Brasil, próximo ao Centro Cívico, foi prevista uma
área que se destinará á Estação Rodoviária de Estância Velha.

8 –HIDRÁULICA

O problema do abastecimento d’água em Estância


Velha é bem diverso do de Campo Bom. Em Campo Bom, o Rio dos
Sinos será o abastecedor de água para a população. Em
Estância Velha, como o rio mais próximo está á muitos
quilômetros de distância, a solução mais imediata para o
problema de abastecimento de água, está na perfuração de
poços artesianos que, depois de recalcada a água para
reservatórios localizados em uam colina mais próxima, será a
mesma distribuída para o consumo da população local.

9 –CENTRO ESPORTIVO
Próximo ao Centro Cívico a um campo de futebol já
existente, foi reservada uma área de 33.000 m². para a
localização do Centro Esportivo. Esta área poderá ser ocupada
pelos diversos clubes esportivos de Estância Velha, cabendo á
cada um deles, comprar a área necessária á suas instalações.

10 – SISTEMA VIÁRIO

Antes de analisarmos os vários tipos de ruas e


avenidas constituídas do sistema viário de Estância Velha,
faremos uma rápida exposição do critério adotado para o
traçado do mesmo:-
As principais ruas de Estância Velha, quer por
estarem muito edificadas, quer pelo seu traçado sinuoso e
largura variadas, oferecem dificuldade de tráfego.
Considerando que estamos um Plano Urbanístico que dirigirá o
desenvolvimento da cidade, não poderíamos manter tais ruas na
função que atualmente elas desempenham. Na impossibilidade de
serem modificadas devido ao grande número de construções,
foram consideradas, no Plano ora elaborado, como ruas
secundárias.
Por conseguinte, foi criado um novo sistema de
avenida que possibilitará fácil escoamento do tráfego em
todos os sentidos da vila – como passaremos á analisar:

AENIDA PRESIDENTE VARGAS :- Esta avenida atualmente


de ligação da Rodovia Federal com o centro de Estância Velha.
Com o novo sistema viário, ela perde essa função para tornar-
se mais uma via auxiliar, no escoamento do tráfego da zona
Norte para a Federal. Tem ela também, a função de avenida
comercial preenchendo bem as condições para essa finalidade,
pois, além da largura de 30 metros, é uma avenida central,
estando praticamente sobre o eixo Leste-Oeste da vila.

AVENIDA BRASIL :- E, vista da necessidade de uma


via de escoamento rápido do tráfego, atravessando a vila na
direção Leste-Oeste, foi projetada esta avenida. A abertura
dessa avenida é de grande importância para Estância Velha,
não só como escoadouro principal do tráfego, como poderá ser
futuramente uma via de comunicação entre a Rodovia Federal e
a Estrada Estadual Caí-Porto Alegre.
AVENIDA 1º DE MAIO :- Esta avenida foi projetada
com a principal finalidade de facilitar o saneamento de toda
a vila; das águas vindas das colinas próximas, dos banhados
ali existentes, resíduos dos curtumes, etc. Será uma via de
ligação entre a zona industrial existente e a zona projetada,
bem como, terá a função de estabelecer uma separação entre as
zonas industrial.

AVENIDA 7 DE SETEMBRO :- Esta avenida terá a função


de facilitar o livre acesso do tráfego na direção Norte-Sul
da vila, função esta, ora desempenhada pela rua Presidente
Lucena que, segundo o Plano, passará á uma função secundária.
Seu entroncamento na avenida Brasil, onde será construída a
Estação rodoviária, facilitará o desaguamento (consta
desagogamento) do tráfego, visto que nesse local haverá maior
concentração de veículos. Por outro lado, será essa avenida,
a receptora e condutora das águas vindas das colinas situadas
na parte Sul da vila.

AVENIDA 14 DE JULHO :- Também á esta avenida estará


reservado o papel de condutora das águas oriundas da zona
leste da vila, razão pela qual, foi projetada sobre o arroio
ali existente. Além disso, será uma via que dera acesso fácil
aos moradores daquela zona para o centro da vila.

As avenidas Brasil, 1º de Maio, 7 de Setembro, 14


de Julho e Presidente Vargas, foram projetadas com a largura
de 30 metros. A avenida Brasil, por ser a via principal no
que se refere ao escoamento do tráfego; as avenidas 1º de
Maio, 7 de Setembro e 14 de Julho, têm a largura de 30 mts.
afim de possibilitar a canalização das sangas e dos arroios
aí existentes; e, a avenida Presidente Vargas, também, com 30
metros de largura, como via auxiliar da avenida Brasil no
escoamento do tráfego para via auxiliar a Rodovia Federal.
Para essas avenidas estão previstas os perfis
transversais Tipos “23” e “23-D”; isto é: naquelas avenidas,
ou parte delas, destinadas ao comercio ou à indústria, (ver
planta de zoneamento e ocupação) os alinhamentos para
construções deverão obedecer o perfil Tipo “23” (ver fig.1).
Porém, nessas avenidas, onde estão projetadas zonas
residenciais, os alinhamentos para construção deverão
obedecer o perfil Tipo “23-D” (ver figura 2).
OUTRAS AVENIDAS :- Fazem parte do novo sistema
viário de Estância Velha, além das avenidas principais, acima
enumeradas, outras avenidas de caráter secundário. Essas
avenidas têm a finalidade de estabelecer ligações com
determinados setores da vila; além de, algumas delas,
servirem como vias de saneamento. Por exemplo, as avenidas
Independência e 15 de Novembro, que servem de ligação entre a
avenida Brasil e 1º de Maio, ao mesmo tempo deverão canalizar
as sangas aí existentes. – As avenidas Bento Gonçalves, Barão
do Rio Branco e 2 de Novembro, têm a função de estabelecer
ligação direta entre a avenida Brasil e determinados setores
como: Centro Esportivo, futuro Cemitério, etc..- A avenida
Castro Alves dera livre acesso à quadra destinada á
instalações de escolas. Apesar da pequena extensão dessa
avenida, foi ela projetada com a largura de 25 metros a fim
de permitir uma visão ampla da praça e do futuro conjunto
escolar que lhe servirão de perspectiva.
Essas avenidas, bem como, as avenidas Tiradentes,
Piratini e avenida do Estádio, foram projetadas com 25 metros
de largura, e previstos os perfis transversais Tipo “22” e
“22-D”, representados na fig. 3 e 4 respectivamente. As
avenidas, ou parte delas, que tiverem função comercial,
observarão o perfil Tipo “22”, e as demais, o perfil Tipo
“22-D”.

RUAS DAS ZONAS INDUSTRIAIS :- O traçado viário


destinado às zonas industriais, foi projetado com o fim de
atender plenamente as suas funções. Para essas zonas a
largura das ruas foi projetado com 20 metros, o que facilita
o tráfego de caminhões e fácil carregamento e descarregamento
sem prejudicar a circulação, com exceção das ruas Presidente
Lucena e São Luiz, na zona industrial existente, que ficam
com 18 e 15 m. respectivamente, por já estarem muito
edificadas, o perfil dessas ruas está representado na figura
5 que corresponde ao Tipo “19”.

RUAS DAS ZONAS RESIDENCIAIS :- Nas zonas


residenciais foram utilizadas todas as ruas já existentes,
com algumas modificações quanto à largura e, como no caso da
rua Antônio Gonzaga, que teve o eixo modificado ficando,
assim, normal à avenida Presidente Vargas. Além dessas, foram
projetadas novas ruas, tanto na zona já habilitada, como em
novas zonas pelo Plano. Para as ruas das zonas residenciais,
foi fixada a largura de 15 e 18 metros, cujos perfis são os
Tipos “11” e “18-A” respectivamente. (Fgs.6 e 7).
PASSAGENS PARA PEDESTRES :- Estas passagens de
pedestre foram previstas, principalmente, nas colinas,
transversalmente às ruas traçadas segundo as curvas de
níveis, onde seria impossível o traçado de ruas para o
tráfego de veículos, devido a forte rampa que apresentariam.
Nas quadras com mais de 150 mts. de comprimento, onde são
(consta:não) possível a abertura de novas ruas em virtude das
construções já existentes, também, foram projetadas passagens
para pedestres. A largura dessas passagens estão fizadas em 6
e 8 metros (Veja fgs. 6 e 9 respectivamente).

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DA EXECUÇÃO DO PLANO

Um Plano Diretor não poderá ser posto totalmente


em prática, se o poder Executivo contar para isso, somente
com as verbas orçamentárias.
Os orçamentos, apesar da boa situação financeira
de alguns municípios, são apenas para atender as obras de
rotina administrativas.
Ao se elaborar um Plano Urbanístico, deve-se
procurar, também, os meio necessários para poder executa-lo.
Por esse motivo, procuramos estudar os meios para que o Poder
Executivo pudesse pôr em prática imediatamente o Plano
Diretor de Estância Velha.
Tais meios encontramos na aplicação da Construção
de Melhoria, que se acha prevista no Artigo 30 e parágrafo
único da Constituição Federal.
É justo que àqueles á serem beneficiados com o
Plano Diretor, pela valorização dos seus imóveis em
conseqüência da realização de obras do Plano, contribuam com
uma parcela dessa valorização para a execução das obras.
Com a aplicação da Contribuição de Melhorias, a
administração pública poderá conseguir empréstimos destinados
à execução das obras, podendo, assim, levar avante uma série
de realizações. Estes empréstimos serão da amortizados com os
recursos provenientes da arrecadação da Contribuição de
Melhorias.
Para facilitar a compreensão do modo como poderá
ser cobrada a Contribuição de Melhoria, no caso, em Estância
Velha, daremos o exemplo seguinte:
a) Suponhamos que para dar andamento na
execução do Plano, fêsse determinada a abertura
da rua Ruy Barbosa;
b) Depois de devidamente estudados
todos os detalhes técnicos, seria feito o
orçamento de custo da obra, determinando-se em
seguida os limites da zona em que estão
compreendidos os imóveis beneficiados com a
referida obra;
c) Seria fixado, então, o índice de
absorção, que pode ser o metro de testada ou o
metro quadrado dos imóveis;
d) Determinar-se-ía a tarifa,
dividindo-se o custo global, depois de
executada a obra, pelo total da testada ou da
área dos imóveis situados dentro do setor de
influência.
Damos á seguir a marcha dos cálculos para
determinação das tarifas:
a) Tendo a rua Ruy Barbosa 300 metros de
comprimento e os imóveis com frente para a
referida rua pertencentes á 10 proprietários
(Ver Fig. 10), cobrar-se-ía de cada um, a taxa
na razão de direta da testada;
b) Supondo-se que o custo total da obra importe
em cz$. 18.000,00 (dezoito mil cruzeiros) e a
testada dos imóveis, de ambos os lados da rua
seja de 600 mts.;

TARIDA= p/m testada a


tarifa á ser paga pelo proprietário de cada
imóvel, será de Cz$. 30,00 (trinta cruzeiros) por
metro de testada;
c) O proprietário do imóvel A pagará, então, a
importância correspondente á 70 m de testada,
isto é: 30,00 x 70 = Cz$ 2.100,00 (dois mil e
cem cruzeiros);
d) O proprietário do imóvel B pagara a
importância correspondente á 40m de testada,
isto é 40 x 30,00 –1.200,00 (um mil e duzentos
cruzeiros).
O pagamento dessa contribuição poderá ser feita em
prestações parceladas, conforme dispõe o Artigo 22º da Lei de
Contribuição de Melhoria, constante do Plano Diretor de
Estância Velha.

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PROJETO DE LEI DE URBANIZAÇÃO E ZONEAMENTO

Art. 1º — A vila de Estância Velha, sede do 10º distrito de


São Leopoldo, passa á ter o desenvolvimento
urbanístico orientado pelo PLANO DIRETOR, nos
termos da seguinte LEI:
Parágrafo único — Fazem parte integrante desta LEI, os
seguintes mapas constituídos do PLANO DIRETOR:
a) — Mapa do sistema viário na escala 1:2.000;
b) — Mapa de zoneamento de utilização e verdes
públicos na escala 1:2.000;
c) — Mapa da divisão em bairros na escala 1:2.000;
d) — Perfis transversais das vias públicas;
e) — Memorial explicativo do PLANO.
Art. 2º — O Poder Executivo fará observar desde logo as
normas legais estabelecidas na presente LEI, pondo
em execução imediatamente o PLANO DIRETOR ora
aprovado.
Parágrafo único — As obras previstas no PLANO DIRETOR, serão
executadas na medida que forem julgadas
necessárias pelo poder Executivo.
Art. 3º — Fica o poder Executivo autorizado á exigir nos
termos desta LEI, a observância dos recuos de
alinhamento, como também, normas estabelecidas
para o uso das construções em cada terreno.
Art. 4º — Ficam estabelecidos os recuos de alinhamento
previstos no PLANO DIRETOR.
Parágrafo primeiro — Serão observados os recuos toda vez que
for feita nova construção, quando for reformada a
antiga em sua estrutura, ou quando a sua fachada
antiga em sua estrutura, ou quando a sua fachada
sofrer modificação.
Parágrafo segundo — A exigência do recuo não dá direito a
qualquer indenização, deste que o mesmo não atinja
mais de 20% da área aproveitável do terreno.
Parágrafo terceiro — Serão totalmente desapropriados os
terrenos que em virtude do recuo se tornarem
inaproveitáveis, á juízo da Diretoria de Obras.
Art. 5º — Nas zonas residenciais, as construções deverão
observar um afastamento do alinhamento, de quatro
metros no mínimo.
Parágrafo primeiro — O afastamento das construções que tem
uma das fases laterais voltadas para uma passagem
de pedestre, será de dois metros no mínimo.
Parágrafo segundo — Ficam isentos de observar o afastamento
do alinhamento, os edifícios que forem construídos
em lotes com profundidade menor de 16 metros, e
nos lotes de esquina com largura menos de 11
metros.
Parágrafo terceiro — Os lotes de esquina á que se refere o
parágrafo anterior, não ficarão isentos de
observar o afastamento do alinhamento, no sentido
do comprimento, se este for igual ou maior que 16
metros.
Parágrafo quarto — Ficam isentos de observar o afastamento do
alinhamento, os edifícios destinados à indústria
leves, que forem construídas á título precário,
nas zonas residenciais e comerciais, de acordo com
os parágrafos 1º e 2º do Art. 15 desta LEI.
Art.6º — Antes de iniciar qualquer construção, os
proprietários de imóveis deverão requerer a
necessária licença, declarando-se de acordo com os
alinhamentos e demais normas que esta LEI
estabelece.
Parágrafo único — O Poder Executivo poderá embargar ou mandar
demolir, à expensas do proprietário, as
construções que forem iniciadas contrariando
disposições da presente LEI, independente de
outras penalidade que poderão ser aplicadas.
Art. 7º — Todas as construções estão sujeitas ainda á
observar a regulamentação do Código de Obras
Municipal.
DAS DESAPROPRIAÇÕES

Art. 8º — O Poder Executivo, com o fim de dar andamento na


execução do PLANO DIRETOR, aprovado pela presente
LEI, promoverá a desapropriação das áreas que
forem julgadas necessárias para tal fim.
Parágrafo primeiro — Declarada uma área de utilidade pública,
e enquanto não for efetivada a desapropriação, não
serão autorizadas nelas novas construções ou
reformas que aumentam o valor do imóvel, salvo
neste ultimo caso, se o proprietário firmar
perante a Prefeitura, um termo de compromisso no
qual se fixe o preço da desapropriação, sem levar
em conta a valorização do imóvel decorrente das
novas obras.
Parágrafo segundo — No termo de compromisso á que se refere o
parágrafo anterior, deve constar à área do imóvel,
sua situação, o preço da desapropriação, bem como,
o seu registro em Cartório.
Art. 9º — No caso de desapropriação parcial de uma área para
efeito de realizar um melhoramento público, será
levado em conta no cálculo do preço de
indenização, a valorização da área restante,
motivo pela obra, ou melhoramento realizado.
Art. 10º — Os proprietários de terrenos atingidos pelas
praças previstas no PLANO, deste que a área total
do terreno compreendido dentro do PLANO e na data
da aprovação desta LEI, seja superior á 10.000 m²,
deverão destinar 10% da sua área total para os
espaços verdes sem ônus para o município.
Parágrafo único — À parte que exceder de 10% da área total o
destinado para os referidos espaços verdes, será
indenizada.
Art. 11º — Desapropriada uma determinada área para execução
do PLANO DIRETOR, nenhum outro fim poderá ser dado
á essa área, sob pena de ter o proprietário
direito á readquirí-la, pagando o mesmo preço pelo
qual foi desapropriada.
DOS ZONEAMENTOS

ART. 12º — a VILA DE ESTÂNCIA Velha fica dividida, conforme o


mapa de zoneamento aprovado pro esta LEI, nas
seguintes zonas:
a) — Zona Industrial
b) — Zona Comercial
c) — Zona Residencial
Parágrafo único — Todos os lotes que tiverem testada para
logradouros públicos limítrofes das zonas, farão
parte integrante da zona á que pertencer o
logradouro considerado.
Art. 13º — Na zona industrial, os edifícios só poderão
destinar-se aos diversos tipos de indústrias.
Art. 14º — Nas zonas comerciais, somente serão permitidos
edifícios para instalação de comercio.
Parágrafo primeiro — Nas zonas comerciais, os edifícios de
dois ou mais pisos, poderão ser usados para
moradia, desde que o andar térreo seja destinado
ao comercio.
Parágrafo segundo — Nas zonas comerciais poderão ser
construídos prédios destinados á residências,
porém, observado o afastamento de 6 metros do
alinhamento, possibilitando, desse modo, a futura
ampliação do prédio para fim comercial.
Art. 15º — Nas zonas residenciais serão permitidos somente
edifícios destinados á moradia.
Parágrafo primeiro — Nas zonas comerciais e residenciais
serão permitidos edifícios destinados á indústria
leves, até que pela execução do PLANO sejam
criadas condições favoráveis à instalação de
indústrias nas zonas industriais.
Parágrafo segundo — A permissão á que se refere o parágrafo
anterior, cessará dois anos após a data da
aprovação da presente LEI.

DOS RELOTEAMENTOS
Art. 16º — Á partir da aprovação desta LEI, o Poder Executivo
só permitirá construções com frente para os lotes
mantidos ou criados pelo PLANO DIRETOR.
Parágrafo único — Se houver propriedades que ficam encravadas
dentro das quadras, sem nenhuma frente para os
logradouros do PLANO, serão mantidas em caráter
provisório as vias existentes e indispensáveis
para o acesso á essas propriedades.
Art. 17º — A Prefeitura só concederá licença para a
subdivisão ou loteamento de terrenos dentro do
perímetro atingido pelo PLANO DIRETOR, mediante a
apresentação de uma planta de terreno com a
divisão em lotes para a respectiva aprovação.

DA CONSTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Art. 18º — É constituída, de acordo com esta LEI o nos termos


do Art. 30º da Constituição Federal em vigor, a
cobrança de Contribuição de Melhoria.
Art. 19º A Contribuição de Melhoria, salvo lei especial que
lhe permita a exigência em outros casos, cobrar-
se-á quando resultado valorização do imóvel de
propriedade de particular, em virtude de qualquer
das seguintes obras realizadas pelo município:
a) — de abertura ou alagamento de praças, parques,
campos de desportos, logradouros e vias
públicas, inclusive pontes, túneis e viadutos;
b) — de nivelamento, retificação, pavimentação,
impermeabilização, arborização, iluminação,
instalação de esgoto pluvial ou sanitário;
c) — de proteção contra inundações, secas, erosão,
saneamento em geral, drenagens, cais, canais,
retificação ou regularização de cursos d’água,
extinção de pragas prejudiciais a quaisquer
atividades econômicas;
d) — de canalização de água potável e instalação de
rede telefônica, transportes e comunicações em
geral, ou de suprimento de gás, instalações de
comodidade pública;
e) — de aterros e realizações de embelezamento em
geral, inclusive desapropriações em
desenvolvimento de plano do aspecto
paisagístico;
f) — de construções de aeródromos, etc..
Art. 20º — A transferência do domínio da propriedade ainda
sujeita ao pagamento da Contribuição de Melhoria,
obriga o novo proprietário ao cumprimento daquele
ônus.
Art. 21º — A soma das contribuições de melhoria não poderá
exceder nunca, o valor total do investimento feito
para a execução da obra.
Art. 22º — será facultado ao beneficiado, o pagamento da
Contribuição de Melhoria em prestações parceladas,
desde que não excedam á 120 prestações, dentro dos
primeiros dez anos, no máximo, que se seguirem à
execução das obras.
Art. 23º — quando for justificada a aplicação da Contribuição
de melhoria, o prefeito municipal regulamentará a
forma pela qual será cobrada, estabelecendo o
setor de influência de absorção, índice de
absorção, bem como a modalidade de pagamento.
Art. 24º — O PLANO DIRETOR e os dispositivos regulamentares
constantes desta LEI, não poderão ser modificados
antes de decorridos 10 (dez) anos da data da sua
aprovação.
Art. 25º — Esta LEI entrará em vigor na data de sua
publicação, revogam-se as disposições em
contrário.

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FAL/EFN

APRESENTAMOS ABAIXO UMA RELAÇÃO DE TÊRMOS TÉCNICOS QUE


APARECEM NA EXPOSIÇÃO DO PLANO E NO PROJETO DE LEI DE
URBANIZAÇÃO E ZONEAMENTO, COM SEUS RESPECTIVOS SIGNIFICADOS:

ALINHAMENTO — É a linha projetada e locada, ou indicada pela


Prefeitura, para manter o limite entre o lote e o
logradouro público.
AFASTAMENTO DO ALINHAMENTO — é à distância entre o
alinhamento e a parede mais avançada do edifício.
CONSTRUIR — É, de um modo geral, realizar qualquer obra nova:
ponte, viaduto, muro, etc..
EDIFICAR — é levantes qualquer edificação destinado à
habitação à exercício de culto, à instalação
industrial, de comercio, etc..
INDÚSTRIA LEVE — É a indústria que pode funcionar sem
incômodo, ameaça à saúde ou perigo de vida para a
vizinhança.
INDÚSTRIA PESSADA — É a indústria que pode, pelo seu
funcionamento, constituir incômodo, ameaça à saúde
ou perigo de vida para a vizinhança.
INDÚSTRIA NOCIVA — É a indústria que, por qualquer motivo,
pode, pela sua vizinhança, se tornar prejudicial à
saúde.
INDÚSTRIA INCÔMODA — É a indústria que, pela produção de
ruído, emissão de poeira, fomo fuligem, exalação
de mau cheiro, etc., pode constituir incômodo para
a vizinhança.
LOGRADOURO PÚBLICO — É toda à parte da superfície da cidade
destinada ao transito público, oficialmente
reconhecida e designada por um nome, de acordo com
a legislação em vigor.
RECÚO — É a incorporação ao logradouro público de uma área de
terreno pertencente à propriedade particular e
adjacente ao mesmo logradouro, para o fim de
executar um projeto de alinhamento ou modificação
de alinhamento aprovado pela Prefeitura.
RECONSTRUIR — É fazer de novo, no mesmo lugar, como antes
estava, mais ou menos na primitiva foram, qualquer
construção, no todo ou em parte.
LOTE — É a porção de terreno situada ao lado de um logradouro
público, descrita e assegurada pelo título da
propriedade.
FUNDO DO LOTE — É o lado oposto à frente. No caso de lote
triangular em esquina, é o lote que não forma
testada.
PROFUNDIDADE DO LOTE — É a distância entre a testada ou
fronte e a divisa oposta, medida segundo uma linha
normal à frente. Si a forma do lote for irregular,
avalia-se a profundidade média.
TESTADA OU FRENTE — É a linha que separa o logradouro público
da propriedade particular e que coincide com o
alinhamento.
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RELAÇÃO DOS NOMES DAS RUAS E AVENIDAS DE ESTÂNCIA VELHA

1 — Avenida Brasil 63 — Rua Felipe dos Santos


2 — Avenida Presidente Vargas 64 — Rua Zumbi dos Palmares
3 — Avenida 1º de Maio 65 — Rua Pinto Bandeira
4 — Avenida Independência 66 — Rua Marcilio Dias
5 — Avenida 7 de Setembro 67 — Rua Almirante barroso
6 — Avenida 15 de Novembro 68 — Rua Almirante Tamandaré
7 — Avenida 14 de Julho 69 — Rua Riachuelo
8 — Avenida Castro Alves 70 — Rua Humaitá
9 — Avenida Bento Gonçalves 71 — Rua General Osório
10 — Avenida Barão do Rio Branco 72 — Rua Duque de Caxias
11 — Avenida 2 de Novembro 73 — Rua Antônio João
12 — Avenida Tiradentes 74 — Rua José Bonifácio
13 — Avenida Piratini 75 — Rua D. Pedro I
14 — Avenida do Estádio 76 — Rua Julio de Castilhos
77 — Rua Demétrio Ribeiro
15 — Rua Gonçalves Dias 78 — Rua Quintino Bocaiúva
16 — Rua José de Alencar 79 — Rua Silva Jardim
17 — Rua Machado de Assis 80 — Rua Benjamim Constant
18 — Rua Tobias Barreto 81 — Rua Marechal Deodoro
19 — Rua Fagundes Varela 82 — Rua Marechal Floriano
20 — Rua Antônio Gonzaga 83 — Rua Cristóvão Colombo
21 — Rua Casemiro de Abreu 84 — Rua Santos Dumont
22 — Rua Olavo Bilac 85 — Rua Luiz Pasteur
23 — Rua Euclides da Cunha 86 — Rua Osvaldo Cruz
24 — Rua Álvares de Azevedo 87 — Rua Miguel Couto
25 — Rua Frei Caneca 88 — Rua Victor Meirelles
26 — Rua Humberto de Campos 89 — Rua Pedro Américo
27 — Rua Coelho Netto 90 — Rua Genuíno Sampaio
28 — Rua Pe. Antônio Vieira 91 — Rua 20 de Setembro
29 — Rua Monteiro Lobato 92 — Rua Carlos Gomes
30 — Rua Ruy Barbosa 93 — Rua Caramuru
31 — Rua Luiz de Camões 94 — Rua Anchieta
32 — Rua Graça Aranha 95 — Rua Guarany
33 — Rua Afrânio Peixoto 96 — Rua Tanino
34 — Rua Graciliano Ramos 97 — Rua Alceu Wamosy
35 — Rua Lobo da Costa 98 — Rua Simões Netto
36 — Rua Victor Hugo 99 — Rua Aurélio Porto
37 — Rua Gregório de Mattos 100 — Rua Francisco Alves
38 — Rua Alfredo Varella 101 — Rua Siqueira de Campos
39 — Rua Luiz Gama 102 — Rua Mauricio Cardoso
40 — Rua Capistrano de Abreu 103 — Rua Lindolfo Collor
41 — Rua Silveira Martins 104 — Rua João Alberto
42 — Rua Eça de Queiroz 105 — Rua Alexander Fleming
43 — Rua Castelo Branco 106 — Rua da Hidráulica
44 — Rua Manuel de Macedo 107 — Rua Presidente Lucena
45 — Rua Raymundo Corrêa 108 — Rua Portão
46 — Rua Mathias de Alburquerque 109 — Rua Industrial
47 — Rua Fernando Vieira 110 — Rua São Luiz
48 — Rua Vital de Negreiros 111 — Rua João Metz
49 — Rua Felipe Camarão 112 — Rua Frederico Leuck
50 — Rua Henrique Dias 113 — Rua Germano Dauernheimer
51 — Rua dos Guararapes 114 — Rua Theodomiro da Fonseca
52 — Rua Vasconcellos Jardim 115 — Rua Albino Koch
53 — Rua Souza Netto 116 — Rua Adolfo Dieterich
54 — Rua Lima e Silva 117 — Rua Balduino Hippon
55 — Rua David Canabarro 118 — Rua Bento Ferraz
56 — Rua Anita Garibaldi 119 — Rua Balduino Mattos
57 — Rua Farroupilha 120 — Rua Reynaldo Leuck
58 — Rua Garibaldi 121 — Rua Carlos Barbosa
59 — Rua Joaquim Nabuco 122 — Rua Hugo Metz
60 — Rua José do Patrocínio 123 — Rua Auxiliadora
61 — Rua André Rebouças 124 — Rua São Pedro
62 — Rua 13 de Maio 125 — Rua do Parque

HISTÓRICO

Para a denominação das ruas e avenidas de Estância


Velha, cuja relação incluímos no PLANO DIRETOR, que ora
apresentamos para aprovação, foi observado o seguinte
critério:
a) — Foram datas à algumas ruas, nomes de pessoas que nelas
residiram ou que contribuíram com o seu trabalho para o
desenvolvimento de Estância Velha;
b) — Nomes de escritores nacionais e alguns estrangeires
que, com sua obras, contribuíram para a elevação do
nosso nível cultural;
c) — Datas e fatos históricos nacionais, bem como nomes de
grandes homens que tiveram papel de destaque na história
pátria, quer seja pela sua atuação no campo de batalha,
quer pela sua dedicação em prol dos interesses do
Brasil.
Á seguir damos um resumo de suas vidas e obras, julgado
assim, contribuir para um melhor conhecimento dos fatos
e homens que constituem o nosso patrimônio histórico.
1) — BRASIL : É o nome do nosso país. O Brasil foi
descoberto á 22 de abril de 1500 pelo navegador
português Pedro Álvares Cabral. Foi dada à nova terra
descoberta o nome de Vera Cruz, passado depois à terra
de Santa Cruz e mais tarde Brasil. Logo após o
descobrimento, o Brasil foi visitado por navios de
várias nacionalidades, principalmente franceses, que
entabularam negócios com índios, para o comercio de “pau
Brasil”, que deu o nome ao país.
2) — GETÚLIO VARGAS : — Ex-Presidente do Brasil, nasceu em
São Borja em 1883. Bacharel em Direito, deputado pelo
seu Estado e ministro da Fazenda no governo de
Waschinton Luiz. Presidente do Estado do Rio Grande do
Sul, cargo que desempenhou até que a revolução de 30 que
o elevou á Presidente Provisório da república; manteve o
regime ditatorial até 1934, data em que tomou posse, por
eleição do cargo que provisoriamente desempenhava. Em
1937, por golpe de Estado foi implementado novamente o
regime ditatorial no Brasil, pela criação do “estado
novo” que durou até a redemocratização do país em 1945.
Deposto do cargo, retirou-se para sua fazenda em Itu
(São Borja). Em 1950 foi eleito Presidente da República
pelo voto popular, cargo que seu governo e que culminou
com seu trágico suicídio na madrugada de 24 de agosto de
1954.
3) — 1º DE MAIO : — Dia do trabalho. Em abril de 1888, a
cidade americana de Chicago era sacudida por uma onda
contínua de greve. A principal figura deste período de
agitação laborista foi Alberto Pearsons, jornalista de
“The ALARM” querido pelos trabalhadores e odiado pelos
capitalistas, Pearsons defendia em seu jornal, a jornada
de 8 horas de trabalho e lutava pela liberdade das
organizações operárias. No dia 1º de Maio realizavam
eles um comício na praça de Haymariset. Como simples
expectador, Alberto Pearsons á ele compareceu quando,
surpreendido, vê o capitão comandante de força policial,
jogar uma bomba sobre a concentração popular. Morreram
algumas pessoas, outra ficaramseriamente feridas. Do
crime são acusados os organizadores do comício: Ling,
Filden, Spies, Fischer, Schwab e Neeb, que respondem à
processo. Expontâneamente Pearsons comparece à policia.
E, num exemplo extraordinário de solidariedade humana, o
jornalista qualifica-se desta maneira: “Sou Alberto
Pearsons, membro dos Enights of Labor, (Cavaleiros do
trabalho) socialistas, redator chefe do “THE ALARM”. A
policia me procura e, no entanto, nunca procurei
esconder-me. Não tendo medo. Estou inocente, como aliás
o estão todos os acusados aqui presentes; com eles
morrerei ou sairei livre”. Organisam um júri
propositadamente reacionário. Os jurados e o Juiz Gary
foram escolhidos á dedo. Alguns poucos são condenados á
20 anos, outros – incluindo Pearsons – são condenados à
forca. No instante da execução, o bravo jornalista
avulta-se na sua coragem e dá ao mundo, estarrecido, o
exemplo do que é um verdadeiro intelectual-operário:
“Credes senhores, que quando nossos cadáveres forem
arrojados ao monturo tudo se terá acabado? Credes que a
guerra social se acabará estrangulando-se bambamente?
Não; Sobre o nosso veredicto cairá o povo americano e do
mundo inteiro para demonstrar vossas injustiças, que nos
levam ao cadafalso; cairá o veredicto popular para dizer
que a guerra social não teminou por não pouca coisa”.
Por isso 1º de Maio não é solenidade que se comemora sob
auspícios de entidades patronais. 1º de Maio é uma data
de protesto, de reividicações e de lutas. Primeiro de
maio significa a união dos trabalhadores de todo o mundo
pela conquista de seus ideais: - de emancipação e de
justiça social.
4) — INDEPENDÊNCIA : — Nome dado ao conjunto de operações
militares que se seguiram à aclamação e coroação do
príncipe D. Pedro como primeiro imperador do Brasil e
que deram em resultado a evacuação do território
brasileiro pelas tropas e guarnições do governo de
Portugal (1822-1823).
5) — 7 DE SETEMBRO : — Data que assinala a independência do
Brasil do jugo de Portugal. Á 7 de setembro de 1822, às
margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, o imperador D.
Pedro I deu o grito de “Independência ou Morte”.
6) — 15 DE NOVEMBRO : – Esta data relembra a proclamação da
República, pelo Marechal Deodoro da Fonseca, no Rio de
Janeiro, em 1889.
7) — 14 DE JULHO : — Lembra esse dia, além da queda da
Bastilha e do triunfo da revolução Francesa, a
proclamação da nossa carta política de 1891. É uma data
de larga significação moral social e política, porque
simboliza o advento de fatos que decidiram dos destinos
da humanidade.
8) — CASTRO AQLVES : — Nasceu á 14 de março de 1847, na
fazenda “Cabeceiras”, comarca da Cachoeira, na então
província da Baía. Antônio Castro Alves foi o mais
eloqüente dos poetas brasileiros. Nenhum posto no Brasil
se colocou tão inteiramente ao lado do povo como Castro
Alves. Foi um antecipador Propôs a emancipação dos
escravos á cerca de vinte anos antes de que essa idéia
fosse esposada pelos abolicionista mais avançados. Desde
1864 tomou posição pela República e pela Democracia e
defendeu os postulados republicanos com mais vigor e
mais c3oerência de que os signatários do manifesto
republicano de 1870. Fez a justificação do voto feminino
em 1871, exatamente sessenta anos antes que o voto fosse
concedido às mulheres pelos vacilantes democratas do
país. Condenou a guerra e as aventuras militares,
levantou a sua “voz de ferro” contra todas as formas de
tirania. Foi um precursor do sentimento pan-americano –
do bom sentimento pan-americano – não o de Moruos, mas o
de Bolívar. E chegou á ter a visão da sociedade sem
classes. Toda a sua obra é republicada e democrática,
abolicionista e anti-clerical, anti-obscurantista e
anti-guerreiro, sem qualquer espécie de jacobinismo.
Castro Alves estudava em São Paulo, quando um acidente
de caça, do qual lhe resultou a amputação de um pé, o
forçou á recolher-se à sua terra natal, onde apenas
resistiu um ano, minado pela tuberculose, faleceu na
Baía á 6 de julho de 1871. Entre os seus poemas
destacam-se: A PRIMEIRA, ESPUMAS FLUTUANTES, POEMA DOS
ESCRAVOS, CACHOEIRA DE PAULO AFONSO, O NAVIO NEGRERO, O
LIVRO E A AMERICA, O CONDOLEIRO DO AMOR, ADORMECIDA, O
GONZAGA, O VIDENTE, etc..
9) — BENTO GONÇALVES : Bento Gonçalves da Silva, nasceu em
Triunfo, Rio Grande do sul, á 23 de setembro dee 1788.
Foi organizador da revolução de 35, afim de consolidar a
Constituição e garantir as liberdades. Proclamou a
República Riograndense, assumiu Bento Gonçalves,
inteiramente o cargo de chefe do governo. Bento
Gonçalves da Silva é uma das mais belas figuras da
história brasileira, é dele esta frase imortal: “Eu
protesto à face dos seus e dos homens, acabar antes nas
ruínas da minha pátria, do que vela escravizada”.
10) — BARÃO DO RIO BRANCO : — José Maria da Silva Paranhos,
nasceu no Rio de Janeiro á 20 de abril de 1845 e faleceu
no dia 10 de fevereiro de 1912. Filho do Visconde do Rio
Branco. Foi historiador, diplomata e estadista. Resolveu
diplomaticamente todas as questões de fronteiras que lhe
foram entregues. Foi ministro do exterior durante 10
anos.
11) — 2 DE NOVEMBRO : — É o dia dedicado, na Igreja Católica
Romana, à comemoração dos mortos, especialmente
daqueles, cujas almas se supõe no purgatório. – Desde S.
Gregório Magno a Igreja Católica entende que essas almas
possam ser auxiliadas, em sua purificação, por meio de
orações e pendências, especialmente por missas, razão da
observação do dia 2 de novembro, data instituída pelo
Abade Odillo, do Convento de Cluny, em 998, para serem
ditas essas missas em intenção das almas no purgatório,
e, mesmo sem aprovação ecumênica, observado por muitos
séculos, traduzindo-se a comemoração também em bênçãos
aos túmulos, que para esse fim, eram devidamente limpos
e enfeitados com flores. Somente por ordem de /Bento XV,
Papa, em 1916, foi determinado que, em cada capela ou
igreja fosse em rezadas três missas nesse dia, em
intenção as almas.
12) — TIRADENTES : Joaquim José da Silva Xavier, nasceu
Pombal, Minas Gerais, em 1748. Foi mercador ambulante e
dentista. Assentado praça chegou ao posto Alferes.
Aliado aos inconfidentes em 1789, foi de todos o mais
entusiasmado, sendo apontado como chefe ao ser
descoberto a conspiração. Mais tarde preso e condenado à
morte com os outros conjurados, mas ao passo que a pena
destes era comutada em degredo, Tiradentes dói enforcado
em 21 de abril de 1792, em meio á escandaloso festejos
pelo extermínio dos rebeldes e o TE DEUM, celebrado em
cada orago da capitania, dera a sanção solenemente
religiosa aos atos do poder temporal.
13) — PIRATINÍ : — Município do Rio Grande do Sul, cuja
cidade do mesmo nome foi a sede do governo rio-grandense
na epopéa Farroupilha em que foi proclamada a República
do Piratini.
14) — ESTÁDIO : — (Estádio olímpico), onde se efetuam
corridas á pé ou a prática de outros desportos.
15) — GONÇALVES DIAS : — Antônio Gonçalves Dias, um dos mais
ilustres poetas brasileiros. Nasceu em Caxias, Maranhão.
Autor de PRIMEIROS CANTOS, SEGUNDOS CANTOS, OS TIMBIRAS,
ÚLTIMOS CANTOS, etc.. Poesias; do belo drama em prosa,
DONA LEONOR DE MANDONÇA, de um valioso dicionário de
LINGUA TUPÍ, de um vocabulário da LINGUA GERAL, etc..
Possuía todas as qualidades de grande artista do verbo,
a imaginação, a sensibilidade, o sentimento da cor, o
ritmo, uma admirável riqueza verbal, um profundo amor da
natureza. Soube evocar e idealizar magnificamente nos
seus poemas os costumes, as tradições e a alma das
populações autóctones do Brasil, elevando-se nos seus
cantos por vezes à epopéa. Gonçalves Dias era mestiço.
(1823-1864).
16) — JOSÉ DE ALENCAR : — José Martiniano de Alencar,
escritor e politico brasileiro, nasceu em Mocejana,
Estado do Ceará, á 1º de março de 1829, filho do senador
José Martiniano de Alencar, uma das figuras proeminentes
da revolução Pernambucana de 1817, e neto do estrênuo
patriota D. Bárbara de Alencar, que também cooperou no
mesmo movimento; herdou o brio nacionalista,
manifestando-o, desde cedo, no amor entranhado à terra e
no entusiasmo que se lhe nota nos temas dos romances,
pela vida e pela poesia dos aborígines. Estreou nas
letra com o poema A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS, mais tarde
escreveu o romance O GUARANÁ, cujo êxito o elevou, de
surto , a altura em que se empunham os maiores. O
GUARANÍ serviu de base ao gênio de Carlos Gomes para a
Partitura de Ópera do mesmo nome. IRACEMA, UBIRAJARA,
SOMOS DE OURO, GUERRA DOS MASCATES, e muitos outros,
constituem parte valiosa da Literatura Brasileira. Além
de romancista e poeta, José de Alencar escreveu para
teatro: O DEMONIO FAMILIAR, O JESUITA, MÃE, este último
é um grande drama de sentido abolicionista, hoje
traduzido para o cinema nacional. Faleceu o grande
escritor á 12 de dezembro de 1877.
17) — MACHADO DE ASSIS : — Joaquim Maria Machado de Assis,
célebre poeta e romancista brasileiro, nasceu no Rio de
Janeiro. Autor de diversos poesias, entre elas
GRISÁLIDAS, MEMORIAS PÓSTUMAS DE BRAZ CUBA, DON CASMURO,
QUINCAS BORBA, HELENA, etc.. Machado de Assis é uma
gloria das letras brasileiras e sua morte foi um
verdadeiro luto nacional. Machado de Assis era
presidente da Academia Brasileira de Letras. (1839-
1908).
18) — TOBIAS BARRETO : Tobias Barreto de Menezes, poeta,
critico e jurisconsulto brasileiro, Nasceu em Sergipe;
autor de DIAS E NOITE, poemas; ESTADOS ALEMÃES, etc.
Tobias foi no Brasil o iniciador do “germanismo” na
crítica e de transformismo “darwiniano” no direito. Na
poesia foi o iniciador da “escola condoreira”(1839-
1889).
19) — FAGUNDES VARELLA : — Luiz Nicolau Fagundes Varella,
poeta brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro, autor de
NOTURNOS, VOZES DA AMERICA, CANTOS E FANTASIAS, etc..
Fagundes Varella é um dos primeiros líricos brasileiros.
As suas qualidades primaciais são: a espontaneidade e a
melodia dos versos, a abundância e esplendor das imagens
(1841-1875).
20) — ANTÔNIO GONZAGA : — Thomaz Antônio Gonzaga, célebre
poeta nascido no Porto. Autor da famosa MARILIA DE
DIRCEU. Formado em direito na universidade de Coimbra,
passou á ser ouvidor e, Vila Rica, Minas Gerais. Tendo
participado da Inconfidência Mineira, foi condenado á
desterro por 10 anos, para Moçambique, onde morreu
doido. Os seus versos são delicados, suaves, de uma
inspiração ligeira e graciosa (1744-1807).
21) — CASEMIRO DE ABREU : Casemiro José Marques de Abreu,
poeta brasileiro, nasceu aos 4 de janeiro de 1837, na
vila de Barra de São João, na então província do Rio de
janeiro, e faleceu á 18 de outubro de 1860, deixando
para imortalizar-lhe o nome, o volume das PRIMAVERA. A
sua obra é um grito de amor por tudo quanto andava
distante de si, pela terra e pela família, das quais se
apartou ainda infante, para satisfazer os caprichos de
um pai relativista e prático. A poesia de Casemiro de
Abreu aclimou-se no coração do povo, e, ainda hoje, são
em serenatas ao luar.
22) — OLAVO BILAC : — Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac,
foi um dos mais notáveis poetas brasileiros, nasceu no
Rio em 1865 e morreu em 1918. Foi um dos mais ardorosos
propagandistas da abolição, ligando-se estreitamento á
José do patrocínio. Autor de muitas poesias, poesias
infantis, crônicas e novelas, cantos pátrios, livros de
leitura, etc.. Era membro da Academia Brasileira de
Letras, cadeira nº 15, cuja patrono, Gonçalves Dias,
fora por ele mesmo escolhido.
23) — EUCLIDES DA CUNHA : Escritor brasileiro, membro da
Academia Brasileira de letras, nasceu no Rio de Janeiro
em 1868; autor de CONTRASTES E CONFRONTOS, A MARGEM DA
HISTÓRIA, e do magnífico estudo OS SETÕES. Euclides da
Cunha conquistou um grande nome nas letras brasileiras
contemporâneas, tanto na sua pátria como em Portugal.
Foi assassinado em 1909.
24) — ÁLVARES DE AZEVEDO : Manuel Antônio Álvares de Azevedo,
notável poeta brasileiro, nasceu em São Paulo á 12 de
setembro de 1831, morreu á 25 de abril de 1852. Nascido
na alvorada do romantismo, nessa claridade viveu os seus
breves dias. Aos 16 anos concluiu o curso de humanidade,
matriculando-se na Faculdade de Direito. Imbuído de
leitura clássica, foi na poesia um revolucionário. O seu
verso não é uma plangência vaga – é uma queixa sentida,
um apelo à vida, que ele sentia fugir-lhe. Deixando o
poeta: LYRA DOS VINTE ANOS, A NOITE BA CAVERNA, MACÃRIO,
etc.. Álvares de Azevedo é o patrono da cadeira nº 2 da
Academia Brasileira de letra, ocupada por Coelho Netto.
25) — FREI CANECA : — Joaquim de Amor Divino Caneca, orador
sacro, poeta e escritor brasileiro, nasceu no Recife,
autor do INTINERÁRIO DO CEARÁ, e de numerosos sermões e
artigos. Tomou parte ativa no movimento revolucionário
de 1817, pelo que sofreu quatro anos de prisão. Em 1824
entrou também na revolução que proclamou a CONFEDERAÇÃO
DO EQUADOR. Preso novamente e condenado à morte, foi
fuzilado com mais onze revolucionários (1799-1825).
26) — HUMBERTO DE CAMPOS : — Escritor brasileiro
contemporâneo, que se tornou notável nas letras de seu
país com o pseudônimo “conselheiro XX”. As suas últimas
obras indicam que o escritor tomou outros rumos,
trocando o riso leve pelo pensamento profundo. Pertenceu
à Academia Brasileira de Letras (1886-1934).
27) — COELHO NETTO : — Henrique Maximiano Coelho Netto,
notável homem de letras brasileiras, nasceu em Caxias,
Estado do Maranhão em 20 de fevereiro de 1864.
Consagrou-se muito cedo à literatura. Como romancista,
Coelho Netto, é autor de INVERNO EM FLOR, O REI
FANTESMA, e as novelas de SERTÃO, entre outras são
verdadeiras obras primas. Coelho Netto foi membro da
Academia Brasileira de Letras. Morreu no ano de 1934.
28) — PADRE ANTÔNIO VIEIRA : — Célebre jesuíta; orador sacro
e escritor português, nasceu em Lisboa. Recebeu sua
primeira educação no Brasil, para onde seus pais tinham
levado, quando tinha apenas oito anos. Foi grande
pregador e desempenhou importantes missões diplomáticos.
Esteve mais tarde preso nos cárceres do Santo Ofício
(1666-1667). Recuperando a liberdade partiu para Roma
onde alcançou grandes triunfos oratórios. Já
septuagenário, regressou ao Brasil. Sofreu ainda grandes
dissabores, antes de falecer na Baía com quase noventa
anos (1608-1687).
29) — MONTEIRO LOBATO : — José Bento de Monteiro Lobato,
escritor brasileiro, nasceu em Taubaté, Estado de São
Paulo em 1886, Monteiro Lobato descreveu com cores
brilhantes os tipos fundadores da nacionalidade
brasileira. Autor de ESCÂNDALO DO PETROLEO que originou
rumorosa campanha nacionalista em favor do precioso
produto. Lobato foi o criador de JECA TATÚ, obra
conhecida em todo o país. Além de URUPÊS, CIDADES
MORTAS, IDÉIAS DE JECA TATÚ, escreveu um grande número
historias para crianças. A sua última obra foi ZÉ
BRASIL, onde o grande escritor retrato a situação do
homem do interior do Brasil, vítima do latifúndio.
Monteiro Lobato morreu em São Paulo em 1947.
30) — RUY BARBOSA : Nasceu na Baía á 5 de novembro de 1849.
Foi o mais prodigioso talento do Brasil. Fez parte do
governo provisório de 1889. Representou o Brasil na
Conferência da Paz de Haía, onde teve brilhante atuação.
Foi senador Federal e Presidente da Academia Brasileira
de Letra, morreu em Petrópolis á 1º de março de 1923.
31) — LUIZ DE CAMÕES : — Foi o maior dos poetas portugueses,
nasceu em Coimbra em 1524. A vida deste grande homem foi
um tecido de aventuras e adversidades. A mocidade
passou-a ele em Coimbra, estudou. Mais tarde freqüentou
a Corte de D. João III, teve duelos, rixas, feriu um
servidor do Paço. Isto custou-lhe um ano de prisão,
durante o qual compôs o primeiro canto dos LUSÍDAS. Em
1553 segue para Côa, onde toma parte em várias
expedições militares. Da Índia passa-se á Macau, onde
escreve mais seis cantos do poema. Em um naufrágio na
costa de Camboja, consegue salvar-se, nadando com um
braço o erguendo com o outro o manuscrito dos LUSÍDAS.
Chega em Soa, sofreu acusações e é preso novamente.
Ficando em 1569 regressa á Lisboa. Em 1572, sai á lume a
primeira edição dos LUSÍDAS. Morreu na miséria em 10 de
junho de 1580.
32) — GRAÇA ARANHA : — José Pereira da Graça Aranha, escritor
brasileiro, nasceu em São Luiz, Maranhão, em 1868. Foi
membro da Academia Brasileira de Letras, entre outros
livros de alto valor deixou o romance CHANAAN, o livro
ESPÍRITO MODERNO e VIAJEM MARAVILHOSA. Tinha, quando
morreu, em preparação um volumoso trabalho: a sua
historia de quase 50 anos de vida política e literária,
intitulada — O MEU PROPRIO ROMANCE. Graça Aranha morreu
em 1931.
33) — AFRÂNIO PEIXOTO : — Escritor e cientista brasileiro,
nasceu em Lençóis, Estado da Baía, á 17 de dezembro de
1878. Formou-se na Faculdade da Baía. A sua biografia é
vária e nela ora aparece o romancista ou o crítico, ora
o cientista. Entre os seus romances, que constituem uma
galeria de tipos femininos, são citados com apreço: — A
ESFINGE, MARIA BONITA, FRUTA DO MATO, UMA MULHER COMO AS
OUTRAS, MINHA TERRA E MINHA GENTE, (educação cívica);
POEIRA DA ESTRADA, (ensaios críticos); TROVAS POPULARES
e PARABOLAS, (folclore); CASTRO ALVES, edição comentada
da vida do poeta. MEDICINA LEGAL, EPILÉPSIA E CRIME,
(ciência); além de estudos de ciência e literatura
publicados em jornais e revistas, etc.. Foi membro da
Academia Brasileira de Letras, tendo ocupado a
presidência da mesma instituição em 1923.
34) — GRACILIANO RAMOS : — Escritor brasileiro, nasceu em
Quebrangulo, Estado de Alagoas, filho de modesto
negociante, que mal ganhava para o sustento da sua
numerosa família, fez com intermitência e dificuldades
várias, os seus estudos, parte dos quais em Maceió, onde
medíocre aluno. Aos 18 ano acompanhando os pais, mudou a
sua residência para Palmeira dos Índios e em começos de
1914 seja agora com palavras dele próprio que o digamos
— “enjoado da loja de fazendas de meu pai, vim para o
Rio, onde me empreguei como foca de revisão. Nunca
passei disto”. E, 1933 foi o romancista Alagoano nomeado
Diretor da Instrução Pública da capital do seu Estado, o
que — afirma ele — “foi um disparate administrativo que
nenhuma revolução poderia justificar”. E esclarece á
seguir: “mudei-me para o Rio, ou antes, mudaram-me para
o rio, onde existe agora. Certamente não ficariei na
cidade grande. Prefiro sair. Apesar de não gostar de
viagens, sempre vivi de arribada, como um cigano.
Projetos não tenho e estou no fim da vida, se é que se
pode dar á isto o nome de vida”. As suas obras são:
CARETÉS, S. BERNARDO, ANGUSTIA, VIDAS SÊCAS, MEMORIAS DO
CÁRCERE e VIAGENS. Graciliano Ramos morreu em 1953.
35) — LOPBO DA COSTA : — Francisco Lobo da Costa, porta
brasileiro nasceu em Pelotas, Rio Grande do Sul, em
1853. Escreveu LOCUBRAÇÕES, AURAS DI SUL, além de grande
produção inédita e esparsa em jornais e revistas. Moreu
em 1888.
36) — VICTOR HUGO : — O mais ilustre poeta francês do século
XIX, nasceu em Bensançon, em 1802. Passou a sua infância
na Itália, na Espanha e depois em Paris e desde os dez
anos, escreveu versos que faziam prover o seu talento
literário. Publicou as primeiras Odes em 1822, o drama
CROMMEL em 1827; as ORIETAIS, em 1828. Membro da
Academia Francesa. Na Assembléia Constituinte e na
Legislativa, mostrou-se eloqüente defensor da
Democracia. Prescrito após o golpe de Estado de 2 de
dezembro de 1851, contra o qual tentou organizar a
Resistência, viveu na Bélgica, e só voltou à sua pátria
em 4 de setembro de 1870. Tomou assento até a morte nas
Assembléias Legislativas. Os seus funerais foram
grandiosos e seu cadáver deposto no Partheon. As suas
produções mais célebres são, na poesia: CANTOS DO
CREPÚSCULO, AS FOLHAS DE OUTONO, OS MISERÁVEIS, OS
TRABALHADORES DO MAR, etc.; no teatro: HERNANI, O REI
DIVERTE-SE, LUCRÉCIA BÓRGIA, etc.. O número e a
importância das suas obras, a influência que exerceu na
sua época, fizeram do Victor Hugo uma das maiores
personalidades do século. Foi além do mais joalheiro do
verso, o poeta lírico mais pujante, mais variado e mais
completo da literatura francesa. Morreu em Paris em
1885.
37) — GREGORIO DE MATTOS : — Gregório de Mattos Guerra,
notável poeta brasileiro, nasceu na Baía, em 1633?.
Patrono da cadeira nº 16 da Academia Brasileira de
Letras. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra.
Deixou POESIAS, SÁTIRAS AOS NOBRES PRESUMIDOS e SÁTIRA
AOS NAMORADOS. Morreu em 1696.
38) — ALFREDO VERELLA : — Bacharel em Direito e diplomata
brasileiro, nasceu em Jaguarão, Rio Grande do Sul, em
1664. Erudito e investigador, reconstituiu com talento
algumas das épocas da história do Brasil. Autor de
REVOLUÇÕES CISPLATINAS, DIREITO CONSTITUCIOINAL
BRASILEIRO, POLITICA BRASILEIRA, etc..
39) — LUIZ GAMA : — Luiz Gonzaga Pinto da Gama, poeta
brasileiro nasceu na Baía em 1830. Foi escravo e
conseguiu liberta-se, vindo á ser mais tarde notável
advogado, orador eloqüente e um dos mais devotos
campeões do abolicionismo; autor de PRIMEIRAS TROVAS
BURLESCAS DE GETULINO, poesias sátiras. Morreu em 1882.
40) — CAPISTRANO DE ABREU : — João Capistrano de Abreu,
nasceu á23 de outubro de 1853, em Columinjba, na então
província do Ceará. Notável historiador e geógrafo
brasileiro, foi por Silvio Romero apontado como o maior
erudito em assuntos brasileiros que até hoje têm
existido, de 1879 á 1883 serviu como oficial da
Biblioteca Nacional, foi lente catedrático de história
do Brasil no Colégio Pedro II. É vasta e valiosíssima a
bibliografia de Capistrano de Abreu, destacando-se nela
os seus estudos históricos, etnógrafos e lingüísticos,
comentários e anotações críticas á obras de autores que
se ocuparam de coisas do Brasil. Foi membro do Instituto
Histórico e Geografia Brasileiro, do Instituto do Ceará
e da Academia Cearense. Morreu á 13 de agosto de 1927,
no Distrito Federal, onde viveu desde 1875.
41) — SILVEIRA MARTINS : — Gaspar da Silveira Martins,
eminente parlamentar e eloqüente tribuno brasileiro,
nasceu no Rio Grande do Sul, á 5 de agosto de 1835.
Presidiu a sua província natal e foi chefe do movimento
revolucionário, à que se deu o nome de Revolta
Federalista. Ficaram dele frases memoráveis como:
“idéias não são metais que se fundem”, “a liberdade não
se implora de joelhos”. Faleceu em Montevidéu em 1901.
42) — EÇA DE QUEIROZ : — José Maria Eça de Queiroz, notável
escritor português, nasceu no povoado de Varzim, em
novembro de 1845 e morreu em Paris em agosto de 1900.
Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1866.
Eça de Queiroz foi uma das figuras mais representativas
das letras nacionais dos tempos modernos. Os seus
primeiros triunfos começaram com as CONFERÊNCIAS DO
CASSINO. Suas obras mais importantes foram: CRIME DO
PADRE AMARO, PRIMO BASILIO, OS MAIS, considerado sua
obra prima; RELIGUIA, CIDADE E A SERRA, o outros, por
seu filho Antônio Eça de Queiroz, como A CAPITAL, EGITO,
etc..
43) — CASTELO BRANCO : — Camilo Castelo Branco, ilustre
romancista português, nasceu em Lisboa em 1825. A vida
do genial escritor foi cheia de aventuras e de lances
dramáticos dolorosos. A cegueira de que foi acometido, e
grandes desgostos morais que o atingiram na velhice,
arrastaram-se ao suicídio (1890). Nos romances de Camilo
desfila todo o cortejo das paixões humanas: tipo,
caracteres, costumes, principalmente do Norte de
Portugal, apareceu nas suas páginas, desenhados e
descritos com relevo magistral. A sua obra prima foi
ANMOR DE PERDIÇÃO, escrita em 15 dias de exaltação e de
febre; MEMORIAS DO CÂRCERE, EUSEBIO KACÁRIO, NOITES DE
INSÖNIA, são algumas das muitas obras do grande
escritor.
44) — MANUEL DE MACEDO : — Joaquim Manuel de Macedo, popular
4e fecundo romancista e dramaturgo brasileiro, nsceu no
Rio de Janeiro em 1820. Entre as suas obras destacam-se
A MORENINHA (sua obra prima), FORASTEIRO, MEMORIAS DA
RUA DO OUVIDOR, etc.. Morreu em 1892.
45) — RAYMUNDO CORRÊA : — Raymundo da Motta Azevedo Corrêa,
nasceu á bordo de um navio em águas do Maranhão, em
1860. Formou-se em Direito na Faculdade de São Paulo.
Seguiu a carreira da magistratura, depois a da
diplomacia, servindo secretário da Legação em Lisboa;
foi professor da Faculdade de Direito de Minas Gerais, e
finalmente, voltou à magistratura Federal do Rio. Tinha
apenas 19 anos quando à publicidade o seu primeiro livro
PRINMEIROS SONHOS. Deixou ainda SINFONIA, ALELUIAS,
etc.. Morreu em Paris em 1911.
46) — MATHIAS DE ALBURQUEQUE : — Ilustra general português,
nasceu em Pernambuco, em fins do século XVI. Teve uma
existência atormentada, sofrendo muitos anos de prisão
injusta. Foi governador de Pernambuco e combateu
gloriosamente os holandeses. Em 1635 partiu para
Portugal, sendo lhe dado, em seguida à revolução de
1640, o comando do exercito de Alentejo. A vitória de
Montijo, por ele ganhar sobre os Espanhóis (1644) marcou
o apogeu da sua carreira. Morreu em 1647.
47) — FERNANDES VIEIRA : — João Fernandes Vieira, um dos mais
ilustres nomes da história do Brasil-Colônia; nasceu no
Funchal, ilha da Madeira, em 1613. Muito moço ainda, foi
para Pernambuco, então sob o domínio holandês. Em 1645
levantou o grito da independência e no Monte dos Tabocas
derrotou o coronel holandês Hans. Aclamado “Governador
da Independência”, desenvolveu grandes qualidades
militares. Em 1648 e 1649, distinguiu-se, sob o comando
de Barreto de Menezes, nas duas batalhas dos Guararapes,
que deram o golpe mortal no domínio dos conquistadores.
Depois da capitulação final destes, em 1654, Vieira
entrou vitorioso no Recife é frente do exercito
independente. Morreu em 1688.
48) — VIDAL DE NEGREIROS : — André Vidal de Negreiros, um dos
heróis da guerra da independência, nasceu na Paraíba do
Norte no século XVII; intrépido defensor da Baía; ganhou
contra os holandeses a batalha do cerco forte;
distinguiu-se mais tarde nas batalhas dos Guararapes e
na tomada do Recife. O seu desinteresse e isenção não
eram inferiores à sua bravura. Foi, depois da vitória,
governador de Maranhão, Pernambuco e Angola. Morreu em
1691.
49) — FELIPE CAMARÃO : — Antônio Felipe Camarão, índio do
Brasil nasceu no Rio Grande do Norte. Cobriu-se de
gloria na áspera e dilatada luta para arrancar
Pernambuco aos holandeses. O seu nome era Pety, que quer
dizer camarão. Converteu-se ao cristianismo em 1614,
recebendo o nome de Antônio. Comandou a ala direita do
exercito Pernambucano na primeira batalha dos
Guararapes. Morreu em 1648.
50) — HENRIQUE DIAS : — Nasceu em Pernambuco, era preto e
filho de pais africanos. Cobriu-se de glorias nas
batalhas de Porto Calvo, na defesa da Baía, nas duas
batalhas de Guararapes e em muitos outros combates. D.
João IV não se lembrou dele na distribuição das
recompensas. Henrique Dias morreu quase esquecido (1600-
1662).
51) — GUARARAPES : — Montes que se elevam á pequena distância
do Recife (Brasil); tendo de duas vitórias célebres
contra os holandeses, a primeira em 19 de abril de 1648
e a segunda em 19 de fevereiro de 1649 (consta 1949),
ambas por Francisco Barreto de Menezes. A segunda
batalha, em que João Fernandes Vieira, Henrique Dias e
Vidal (consta=Vidas) de negreiros se cobriram de
glorias, foi particularmente sangrenta, sendo completa a
derrota dos inimigos.
52) — VASCONSELLOS JARDIM : José Gomes de Vasconcellos Jardim
um dos líderes da revolução farroupilha, comandou ao
lado dos coronéis Bento Gonçalves da Silva e Onofre
Pires do Canto, a tomada de Porto Alegre, no dia 20 de
setembro de 1835.
53) — SOUZA NETTO : — Domingos Souza Netto, foi chefe
revolucionário na guerra dos farrapos, comandou junto
com o capitão de milícias Oliveira Nico, a ocupação de
Piratini, efetuada debaixo de grandes aclamações no dia
8 de outubro de 1835.
54) — LIMA E SILVA : — Teve atuação destacada na revolução
Farroupilha, quando, no dia 11 de abril de 1835, Juca
Pires, que se passara de “farrapos” para “legalista”,
então com 300 imperiais tentou retomar a cidade de Porto
Alegre em poder dos revolucionários, chegando mesmo á
entrar pela cidade baixa, tomando algumas trincheiras, e
mais conseguiria, se não desse a destreza do chefe
republicano Lima e Silva, que imediatamente se pôs em
contato com as suas forças para desbaratar, como
desbaratou, o inimigo.
55) — DAVID CANABARRO : — Nasceu em Taquari, á 8 de
fevereiro de 1793. Combateu na guerra Cisplatina de
1811-1812. Na revolução dos Farrapos fez a expedição á
S. Catarina, onde tomou Laguna, proclamando a
república.Foi, depois, comandante chefe do exercito
farroupilha, assinou á 1º de março de 1845, a
pacificação da província do Rio Grande. Morreu em
Livramento, á 12 de abril de 1867.
56) — ANITA GARIBALDI : — Ana de Jesús Ribeiro, a heroína que
por tantos títulos conquistou a imortalidade, era
natural de Santa Catarina, onde nasceu em 1821. Em 1839
habitava Anita na pequena cidade de Laguna, em uma casa
rústica, próxima à enseada em que se achavam ancorados
os navios de Garibaldi... havia esse famoso guerrilheiro
italiano oferecido generosamente os seus serviços aos
revolucionários do Rio Grande do Sul, em luta aberta
contra o império, desde 1835, e chefiados por Bento
Gonçalves na memorável GUERRA DOS FARRAPOS, em que foi
proclamada a REPÚBLICA DE PIRATINÍ. Anita participou, ao
lado de Garibaldi, Canabarro e seus comandados, de
diversas batalhas contra as forças imperiais, tendo se
mostrado em todas as ocasiões, um verdadeiro prodígio de
bravura. No dia 28 de março de 1842, na Igreja de S.
Francisco em Montevidéu, Anita e Garibaldi celebravam a
cerimônia de seu casamento. Daí partiram para a Itália,
onde tomaram parte também da luta pela unificação
italiana contra a invasão dos franceses e austríacos. Na
antiga cidade de Ravena (Itália), no dia 4 de agosto de
1849, com vinte e oito anos de idade, faleceu, a
extraordinária e intrépida heroína brasileira, que tanto
lutou pela liberdade da sua pátria e pela nobre causa de
unificação da Itália, de que foi Garibaldi, um dos
maiores paladinos.
57) — FARROUPILHA : — (Guerra dos Farrapos), nome pelo qual
ficou conhecida na história a revolução do Rio Grande do
Sul, iniciada em 1835 e que se prolongou durante dez
anos.
58) — GARIBAIDI : — José Garibaldi, célebre patriota
italiano, nasceu em Nice em 1807. Tomou parte na
inssurreição republicana do Rio Grande do sul contra o
governo brasileiro (1839); depois voltou à sua pátria e
comandou pela unificação da Itália, primeiro contra a
Áustria, depois contra o reino de Nápolis (expedições
dos mil) e o papado, pondo em 1870-1871 a sua espada á
serviço da França e combatendo com êxito os alemães em
Dijon. Deixou romances e memórias. Morreu em Caprera em
1882. Erigiram-lhe muitos monumentos na Itália e na
França.
59) — JOAQUIM NABUCO : Escritor e diplomata brasileiro,
nasceu em Pernambuco em 1849. Advogou os interesses do
Brasil soas questões de limites com a Guiana Inglesa. No
parlamento, tomou parte na campanha pela abolição da
escravatura. Publicista ilustra, foi um fogoso
jornalista de combate. Deixou uma vasta obra literária,
destacando-se os seguintes trabalhos: O ABIOLICIONISMO,
A INTERCENÇÃO EXTRANGEIRA DURANTE AS REVOLTAS, A
INTIMAÇÃO DAS POTÊNCIAS, etc. Morreu em 1910.
60) — JOSÉ DO PATROCINIO : — Jornalista, orador e romancista
brasileiro. Nasceu em Campos, Estado do rio, em 1854.
Escreveu os romances MOTA COQUEIRO, OS RETIRANTES, PEDRO
ESPANOL, e algumas poesias, além de numerosos discursos
e conferências de propaganda republicana e sobretudo de
propaganda abolicionista, de cujo movimento foi um dos
mais prestimosos e eloqüentes chefes. Morreu em 1905.
61) — ANDRÉ REBOLÇAS : — Distinto engenheiro brasileiro,
nasceu na Baía em 1844; escreveu numerosos trabalhos
sobre a Viação Férrea, engenharia hidráulica e
imigração, era ardente patriota,. Morreu em 1892.
62) — 13 DE MAIO : — Comemora-se nesse dia, a abolição da
escravatura no Brasil, decretada em 1888 pela Princesa
Isabel, então regente do trono.
63) — FELIPE DOS SANTOS : — Patriota brasileiro, mártir de
Vila Rica, então capital de Minas. Em 1718, o governo da
metrópole decretou que fosse reduzido a barra de todo o
ouro extraído das minas. E mandou estabelecer casas de
fundição para a cobrança dos “quintos”. Esta medida
prejudicial aos interesses dos mineradores, provocou
duas sedições, em 1720. Uma teve por teatro a vila de
Pitangui e foi logo sufocada em sangue. A segunda foi a
Vila Rica, e teve por chefe Felipe dos Santos, os
revoltosos, que chegaram a declarar a independência da
capitania, renderam-se á falsas promessas do conde de
Assumar e Felipe dos Santos foi condenado á ser atado
vivo à cauda de um cavalo brabo. O conde de Assumar
queria dar ao povo uma lição tremenda. Para isso era
necessário aniquilar, torturar e desonrar à sua vista o
mais simpático, o mais popular dos chefes da revolta. O
escolhido foi Felipe dos Santos. Adorava-o o povo que
sua palavra eloqüente fascinava. O homem justo, meigo e
caridoso; alma feita para o amor da liberdade e da
justiça, Felipe dos Santos, no tempo em que ainda não
tinha explodido o vulcão da Revolução Francesa já
sonhava com a República. E foi por isso á Felipe dos
Santos que o conde Assumar escolheu para vítima de sua
sede de vingança. O martírio se deu na tarde de 16 de
julho de 1720.
64) — ZUMBI DOS PALMARES : – Durante a escravidão negra no
Brasil, os escravos do norte do país, para se libertarem
dos maus tratos infligidos pelos senhores de engenho,
fugiram para o mato, passando á viver em agrupamentos
chamados “quilombos”. Na época da guerra holandesa
(1630), existiam vários quilombos nos Estados do Norte.
Entre eles, tornaram-se sobremaneira notáveis, os dos
Palmares, cujo nome se derivou do grande número de
palmeiras que neles existiam. Este quilombo era formado
de vários núcleos, entre os quais: o do macaco, o do
Sucupira, o das Tabocas e alguns outras aldeias
fortificadas, que, reunidas, abrigavam uma população de
30.000 pessoas. Governava os Palmares o “Gangazumbi”. Á
este subordinavam-se os chefes das diversas aldeias.
Reinava em todos os núcleos a mais perfeita ordem.
Terminada a guerra holandesa, os governadores enviaram
várias expedições como fim de exterminar os quilombos,
mas nenhuma delas deve sucesso. Em 1687 foi organizada
nova expedição sob o comando de Domingues Jorge Velho;
após uma luta de oito anos, os Palmares foram vencidos
(1695). Zumbi precipitou-se de cima de um alto rochedo,
afim de não cair prisioneiro.
65) — PINTO BANDEIRA : — Raphael Pinto Bandeira, nasceu á 16
de dezembro de 1738, no Rio Grande do Sul. Combateu
contra os espanhóis pela integridade do Brasil,
vencendo-os em Santa Bárbara, Santa Tecla e São
Martinho. Foi um dos tipos representativos da bravura
rio-grandense e o primeiro gaúcho que conquistou os
bordados de general.
66) — MARCILIO DIAS : — Este nome revive a memória de um
simples marinheiro de São José do Norte, que se tornou
célebre por um gesto de sobre-humana bravura na batalha
do Riachuelo, onde combateu cerca de 4 paraguaios,
apesar de mortalmente ferido (1865). No sitio do
Paissandu (consta=Paisandú), foi Marcilio Dias quem
primeiro subiu a torre da igreja local para hastear a
nossa bandeira vitoriosa.
67) — ALMIRANTE BARROSO : — Francisco Manuel Barroso, ilustre
Almirante brasileiro, nasceu em Portugal em 1804.
Comandou a esquadra brasileira na gloriosa batalha naval
de Riachuelo (11 de junho de 1865). Morreu em 1882.
68) — ALMIRANTE TAMANDARÉ : — Joaquim Marques Lisboa, nasceu
á 15 de dezembro de 1807, em São José do Norte e faleceu
no Rio de Janeiro á 20 de março de 1897. Foi um dos
nossos maiores Almirantes. Distinguiu-se na batalha
naval de “Tonoleros”, da guerra contra Rosas e portou-se
heroicamente no sitio de Salto, em 1864. Graças á sua
coragem e temeridade, salvou em alto m ar dois navios,
um que era presa de incêndio – o inglês “Ocean Monarch”
e o português “Vasco da Gama” acossado por espantoso
temporal.
69) — RIACHUELO : — Passo no Rio Paraguai, que deu o seu nome
ao grande combate naval de 11 de junho de 1865, entre a
esquadra brasileira comandada pelo Almirante Barroso
(depois barão de Amazonas) e a esquadra paraguaia, que
foi destroçada e em parte destruída. O combate durou
oito horas, e foi sustentado de um e outro lado, com
rara bravura.
70) — HUMAITÁ : — Formidável posição fortificada, numa das
curvas do Rio Paraguai, onde o ditador Solano Lopes
acumulara todos os meios de defesa e que era considerado
como impugnável. Em 19 de fevereiro de 1868, a esquadra
brasileira, sob o comando do capitão de mar e guerra,
Delfin Carlos de Carvalho (que, por esse feito, recebeu
o título de barão da passagem), conseguiu vencer á viva
força o terrível passo, sob o fogo de centenas de
canhões. Neste combate, que decidiu a campanha, cobriu-
se de gloria o tenente Maurity, mais tarde Almirante. A
fortaleza de Humaitá só capitulou em 5 de agosto do
mesmo ano.
71) — GENERAL OSORIO : — Manuel Luiz Osório (Márquez do
Herval), nasceu em Conceição do Arroio, Rio Grande do
Sul, á 10 de maio de 1808. assentou praça com 15 anos e
galgou todos os postos do exército, chegando á Marechal.
Foi Barão, Visconde e Márquez do Herval. Foi comandante
das forças brasileira na guerra do Paraguai. Venceu a
batalha de Tuiuty. Faleceu á 4 de outubro de 1879.
72) — DUQUE DE CAXIAS : — Luiz Alves de lima e Silva, nasceu
em Estrela, Rio de Janeiro, á 25 de agosto de 1803. Teve
papel brilhante nas lutas civis que abalaram o Brasil,
durante os primeiros tempos do império, pacificando as
províncias de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do
Sul, etc. Galgou todos os postos militares, chegando á
Marechal do exército. Recebeu os títulos de Barão,
Conde, Visconde, Márquez e Duque de Caxias. Comandou o
exército brasileiro na guerra do Paraguai. Venceu as
batalhas de Humaitá, Itororó, Avaí, Lomas Valentina,
Agentuna e Assunção. É patrono do Exército Nacional.
Faleceu á 7 de maio de 1880.
73) — ANTÔNIO JOÃO : — Herói da retirada de Laguna, e que
escreveu com seu sangue, as mais belas páginas na
história da nacionalidade brasileira. Em resposta à
intimação do inimigo para render-se, disse Antônio João:
“Sei que morro, mas o meu sangue e o dos meus
companheiros servirá de protesto solene contra a invasão
do solo de minha pátria”. Nasceu em 1825, morreu em
1867.
74) — JOSÉ BONIFÁCIO : — José Bonifácio de Andrade e Silva,
patriarca da independência do Brasil, nasceu em Santos
em 1763. Quando recebeu o movimento de 1821, José
Bonifácio achou-se à sua fronte. Nomeado ministro do
príncipe D. Pedro, dirigiu como tal a revolução de
independência. Dissolvida a Constituinte, ele e seus
irmãos foram de portados. O seu exílio durou de 1825 á
1829. Em 1831, o imperador, ao deixar o Brasil, nomeou-o
tutor de seus filhos. Demitiu-o, porém, a reação em 1833
e o grande patriarca retirou-se para a ilha de Paquetá,
onde faleceu cinco anos depois. José Bonifácio, poeta
sob o nome de pastoril de Américo Elisio, é uma das mais
gloriosas figuras da história do Brasil. Morreu em 1838.
75) — D. PEDRO I : — Imperador do Brasil, nasceu em Lisboa,
Portugal, em 1798. Terceiro filho de D. João VI e de D.
Carlota Joaquina, reis de Portugal, veio para o Brasil
com a família real em 1808. Casou-se em 1821 ficou como
principe-regente do Brasil. Proclamou a independência e
foi aclamado imperador e “Defensor perpetuo do Brasil”.
Crises políticas levaram-no á abdicar em favor de seu
filho D. Pedro II e retirar-se para a Europa. Faleceu á
24 de setembro de 1834.
76) — JULIO DE CASTILHO : — Julio Prates de Castilhos,
político brasileiro, nasceu em Vila Rica, á 29 de julho
de 1860. Formado em Direito em 1881, veio Castilhos para
o Rio Grande, onde acabava de aparecer a “Federação”,
que tinha à frente Venâncio Aires. Aí o seu admirável
gênio se desdobrou na sua amplitude dominadora,
iniciando a mais viva e eloqüente campanha daqueles
tempos pelo advento da República. Foi fundador do
Partido Republicano, e quem proclamou a Constituição de
14 de julho de 1891. Faleceu em Porto Alegre á 24 de
outubro de 1903.
77) — DEMÉTRIO RIBEIRO : — Demétrio Nunes Ribeiro, jornalista
brasileiro, engenheiro e Diretor da Escola Normal de
Porto Alegre. Fez parte do governo Provisório da
República do Brasil, gerindo a pasta da agricultura.
Morreu no ano de 1931.
78) — QUINTINO BOCAIÚVA : — Estadista e homem de letras
brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 1836. Foi 7um
dos fundadores da República do Brasil; exerceu as
funções de ministro das relações exteriores, senador e
Presidente do Estado do rio de Janeiro. Flemista,
jornalista e orador brilhante. Morreu em 1912.
79) — SILVA JARDIM : — Antônio da Silva Jardim, homem de
letras brasileiro, nasceu no Rio de janeiro em 1863. Foi
ardente propagantista das idéias republicanas. Morreu
numa ascensão ao Vesúvio, durante uma erupção, tragado
por uma fenda que se abriu no solo debaixo dos seus pés
(1891).
80) — BENJAMIN CONSTANTE : — Nasceu no Rio de Janeiro em
1833. Foi o fundador da República do Brasil. Foi quem
organizou o plano da revolução em 1889 e convenceu o
Marechal Deodoro á chefiar o movimento. Faleceu em 1891.
81) — MARCHARL DEODORA : — Manuel Deodoro da Fonseca, nasceu
em Alagoas á 5 de agosto de 1827. Tomou parte na guerra
do Paraguai, sendo ferido três vezes. Proclamou a
República no Brasil em 15 de novembro de 1889. Foi chefe
do governo provisório e eleito primeiro Presidente da
República. Morreu em 23 de agosto de 1892.
82) — MARECHAL FLORIANO : — Floriano Peixoto, nasceu em
Alagoas em 1842. portou-se valentemente na guerra do
Paraguai. Em 15 de novembro de 1889 era ajudante-general
do exército. Foi Presidente da república de 1891 á 1894.
Foi alcunhado o “marechal de ferro”. E considerado o
“consolidador” da República. Morreu em 1895.
83) — CRISTOVÃO COLOMBO : — Célebre navegador, nasceu em
1451. Entrou ao serviço de Espanha em 1492 e obteve de
Isabel, a Católica, três navios, com os quais se lançou
à descoberta de um Novo Mundo. Partiu de Palos (Espanha)
em 3 de agosto de 1492, e, depois de haver lutado contra
os seus próprios marinheiros que, desanimados, queriam
retroceder, avistou, enfim, terra em 12 de outubro do
mesmo ano. Colombo realizou diversas viagens de
descobrimento do Novo Mundo; na quarta viagem (1502),
descobriu a costa de Verágua, foi repelido de Haiti
pelos seus antigos companheiros, passou fome e doenças e
conseguiu obter víveres dos índios, anunciando-lhes um
eclipse. Regressou à Espanha em 1504. E morreu de
desgosto e miséria em Valladolid (1506), abandonado pelo
rei Fernando, que dera crédito aos caluniadores do
Herói.
84) — SANTOS DUMONT : — Alberto dos santos Dumont, aeronauta
notável, nasceu em 1875. Concluiu seus estudos em são
Paulo, partindo daí para Paris, dedicou-se desde logo à
idéia que o absorvia, pensando na construção de
aeroplano. No Brasileiro governo da república concedeu-
lhe um prêmio de cem contos de réis. E foi santos
Dumont, na realidade, o homem que primeiro voou, antes
dos americanos Wright, conquistando para o seu nome uma
gloria imperecível. Morreu em Santos, São Paulo, em 17
de agosto de 1932.
85) — LUIZ PASTEUR : — Célebre biologista francês, nasceu em
Dole em 1822. Efetuou notáveis trabalhos sobre a
cristalização, fermentações produzidas pelo
desenvolvimento dos germes específicos, sobre as doenças
do bicho da seda, sobre a profilaxia da raiva e sobre as
doenças contagiosas em geral. Pasteur, cujo jubileu, em
1895, deu motivo, na Sorbonne, á uma importante
manifestação científica; foi um grande benfeitor da
humanidade. Faleceu em Ville, Neuve l’Etang. Os seus
restos mortais estão em Paris na cripta do Instituto que
teu o seu nome.
86) — OSVALDO CRUZ : — Médico e higienista brasileiro, nasceu
no Rio de Janeiro em 1858. Diretor dos Serviços
Higiênicos da Capital Fluminense. Ao seu grande saber e
à sua extraordinária energia e atividade, deve o Rio de
Janeiro o ter-se visto desembaraçar das epidemias de
febre amarela que dizimavam a sua população e
afugentavam o estrangeiro. Morreu em 1917.
87) — MIGUEL COUTO : — Miguel de Oliveira Couto, notável
médico brasileiro, nasceu em 1864. Formou-se na
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, notabilizando-
se em pesquisas de laboratório e nas Clínicas. Lente da
Faculdade de medicina, da qual, foi também, Diretor.
Teve assento na Academia Brasileira de Letras, e foi,
ainda, Presidente da Academia Nacional de Medicina.
Escritor dos mais puros no vernáculo, além de escritos
avulsos, discursos e conferências no Brasil e no
estrangeiro, a sua bibliografia cientifica consta de:
DOS ESPASMOS NAS AFECÇÕES DOS CENTROS NERVOSOS, LIÇÕES
DE CLÍNICA MÉDICA, etc.
88) — VICTOR MEIRELLES : — Distinto pintor brasileiro, nasceu
Santa Catarina no ano de 1831. Autor dos quadros: A
PRIMEIRA MISSA NO BRASIL, OS PRIMEIRO DESTERRADOS DO
BRASIL, O COMBATE DE RIACHUELO, A PASSAGEM DE HUMAITÁ, A
BATALHA DOS GUARARAPES, etc.. Foi professor de pintura
histórica da Academia de Belas Artes do rio de janeiro.
Morreu em 1902.
89) — PEDRO AMERICO : — Pedro Américo de Figueiredo e Mello,
pintor e escritor brasileiro, nasceu em 1843, na cidade
de Areias, Estado da Paraíba. Concluindo o curso de
Humanidade no imperial Colégio Pedro II, matriculou-se
na Escola de belas Artes completou os estudos na Europa,
onde, sem deixar o pincel, consegui formar-se em
ciências naturais na universidade de Bruxelas. É sem
contestação, o mais notável pintor histórico brasileiro.
As suas telas principais são: a alegoria PAZ E
CONCORDIA, AS BATALHAS DE AVAÍ, AS BATALHAS DE CAMPO
GRANDE, A NOITE, etc. Foi acadêmico, lente de
arqueologia e professor adjunto à Universidade de
Bruxelas. Além de várias obras, científicas, escreveu o
romance HOLOCAUSTO. Faleceu em 1906.
90) — GENUINO SAMPAIO : — Coronel chefe da força pública que
deu combate aos Muckers, como eram chamados os fanáticos
que viviam no morro do Ferrabrás (São Leopoldo), os
quais tinham como profeta João Jorge Maurer e Jacobina
Maurer. — O Muckers foram vencidos depois de diversos
combates, num dos quais ficou mortalmente ferido o
coronel Genuíno (20 de julho de 1874).
91) — 20 DE SETEMBRO : — No dia 20 de setembro de 1835, pela
manhã, os chefes revolucionários José Gomes de
Vasconcelos e o coronel Onofre Pires do Canto, aos quais
logo de reuniu o coronel Bento Gonçalves da Silva,
tomaram conta de Porto Alegre, que permaneceu em poder
dos republicanos até 15 de junho de 1836.
92) — CARLOS GOMES : — notável compositor musical brasileiro,
nesceu em Campinas, são Paulo. Freqüentou o
Conservatório do Rio de Janeiro, onde escreveu suas duas
primeiras óperas; JOANNA DE (ILEGIVE) (1862) e a NOITE
DO CASTELLO (1863). Em 1870, na cidade de Milão
(Itália), levou à sena O GUARANY, que foi mais tarde
executada em Londres e outras cidades, sempre com
brilhante êxito. Ainda escreveu depois SALVADOS ROSA,
TOSCA, MARIA TUDOR e O ESCRAVO (1859-1904).
93) — CARAMURÚ : — (Diego Álvares Correia), português que, em
1510, naufragou na costa da Baía com outros companheiros
aprisionado Tupinambás, agarrou um mosquete, e,
alvejando um pássaro, matou-o com um tiro. Os índios,
que não conheciam as armas de fogo, fizeram aterrados
com a detonação e romperam bradando: CARAMURÚ! CARAMURÚ!
Vocábulo que significa “homem de fogo” ou “dragão saído
do mar”. Diego Álvares viveu longes anos entre os índios
e desposou PARAGUASSÚ (como consta), filha de um dos
chefes da tribo. A suposta ida de Diego Álvares à
França, em companhia de Paraguaçu, é pura fantasia, que
no entanto, forneceu assunto ao porém CARAMURÚ, de Santa
Rita Durão (1781). O CARAMURÚ, porém de dez cantos e em
oitava rima, notável pela variedade dos episódios, pela
naturalidade das descrições e pelo sopro ardente de
patriotismo, que circula em todas as estrofes. O
CARAMURÚ é um resumo de vida histórica do Brasil e
contém quadros interessantíssimos dos costumes das
tribos caboclas, bem como, senas comoventes da guerra
contra os holandeses.
94) — ANCHETA : — Padre José d’Anchieta, jesuíta célebre
cognominado e “Apóstolo do Brasil”, nascido na ilha de
Tanerife, á 19 de março de 1554. Mandado ao Brasil para
a obra de catequese dos índios, iniciou a sua árdua
missão em 1553 e tão bem se houve mais que harmonizou os
selvagens com os portugueses. Faleceu á 9 de junho de
1597, na aldeia de Bengtibá, na capitania do Espírito
Santo.
95) — GUARANY : — Nação de índios da América do Sul que
habitavam a região que atualmente constitui a República
do Paraguai, e que, é á seguir á época das descobertas,
se dispararam, percorrendo uma parte do atual território
brasileiro. São dos índios mais conhecidos ou mais
popularizados por terem sido objeto de freqüentes
alusões na literatura brasileira. O GUARANY, célebre
romance de José de Alencar: a sua ação passa-se nos
tempos coloniais do Rio de Janeiro. A popularidade
extraordinária deste livro explica-se pelo interesse da
ação, pelo patético das situações, pela originalidade
dos tipos e costumes descritos e pela beleza dum estilo
cheio de vida e colorido (1857). O GUARANY, ópera em
quatro atos, de Carlos Gomes, uma das suas primeiras
produções e a mais popular, extraída do romance de José
de Alencar; musica ardente, calorosa, cheia de melodias
inspiradas e cantantes. Cantada pela primeira vez no
Scala de Milão (1870). O GARANY foi aplaudido depois nas
principais searas líricas da Europa.
96) — TANINO : — Substância particular que se encontra em
vários produtos vegetais, é que é o primeiro ativo da
casca de carvalho. O tanino é empregado como
adetringente. O Tanino serve para preparação dos
couros; utiliza-se também, para a fixação de cores da
anilina e para fazer tintas por combinação com sais de
ferro. Os vinhos contém Tanino, por sua vezes em grande
quantidade, especialmente certos vinhos tintos; esse
Tanino é fornecido principalmente pela grainha e pelos
cangaços. Os vinhos que contém pouco Tanino podem
tornar-se gordurosos.

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NOTA : — Deixamos de dar os traços bibliográficos dos


nomes que completam a relação anexa, por não termos
encontrado nos livros de que dispúnhamos, e, mesmo
porque, a maioria deles foram ex-moradores da vila, e
indicados pela “SOCIEDADE AMIGOS DE ESTÂNCIA VELHA”,
portanto, nomes bastante conhecidos nessa comma.

BIBLIOGRAFIA
LELLO UNIVERSAL (Novo Dicionário Enciclopédico Luso-
Brasileiro) — DICIONÁRIO UNIVERSAL DE LETERATURA
(Henrique Perdigão) — PANORAMA DA LITERATURA BRASILEIRA
(Afrânio Peixoto) — HISTÓRIA DO BRASIL (Afonso Guerreiro
Lima).

INDÚSTRIA EXISTENTES NA VILA DE ESTÂNCIA VELHA ATÉ 1953

ESPÉCIE DE INDÚSTRIA QUANTIDADE N.º DE OPER. VALOR DA PRODUÇÃO

Curtumes 14 240 Cr$. 54.850.000,00


Fab. de tanino 2 35 Cr$. 11.900.000,00
Metalúrgicas 3 119 Cr$. 7.700.000,00
Fab. de calçados 3 77 Cr$. 2.850.000,00
Fab. de Cola 2 6 Cr$. 972.000,00
Fab. de tamancos 2 2 Cr$. 70.000,00
Fab. de colchões
e acolchoados 2 2 Cr%. 216.000,00
Engenho de arroz 2 2 Cr$. 150.300,00
Artef. De madeira (esquadrias,
Formas p/ calçados 4 15 Cr$. 750.000,00
Padarias 2 4 Cr$. 500.000,00
Olarias 3 10 Cr$. 467.000,00
Outras indústrias 3 4 Cr$ 545.400,00
_____________________________________________________________
TOTAIS 32 512 Cr$. 80.950.700,00
_____________________________________________________________

P R O D U Ç Ã O A G R I C U L A
Milho 100 toneladas
Feijão 100 toneladas
Mandioca 100 toneladas
Cana de açúcar 500 toneladas
Batata inglesa 50 toneladas
Batata doce 30 toneladas
Laranja 500 toneladas
_____________________________________________________________

O U T R O S E S T A B E L E C I M E N T O S
Uma Empresa de transporte com 4 ônibus. — 3 Escolas (vila) 8
Escolas (rural). — 6 Sociedades esportivas e recreativas. — 1
Cinema. — 1 Hospital com 15 leitos. — 1 Campo de futebol.
_____________________________________________________________
(dados fornecidos pela Agência do I.B.G.E. de São Leopoldo)

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