Você está na página 1de 16

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO


CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO

CELYNE RODRIGUES BRITO DOS SANTOS DAVOGLIO

ESTUDOS TAFONÔMICOS EM REMANESCENTES HUMANOS


ARQUEOLÓGICOS: LIMITES E POSSIBILIDADES NA ANÁLISE DE OSSOS
QUEIMADOS NO SÍTIO ALCOBAÇA - BUÍQUE – PE

Recife -2017
2

CELYNE RODRIGUES BRITO DOS SANTOS DAVOGLIO

ESTUDOS TAFONÔMICOS EM REMANESCENTES HUMANOS


ARQUEOLÓGICOS: LIMITES E POSSIBILIDADES NA ANÁLISE DE OSSOS
QUEIMADOS NO SÍTIO ALCOBAÇA - BUÍQUE – PE

Projeto apresentado ao Programa de Pós-Graduação do


Departamento de Arqueologia da Universidade Federal
de Pernambuco, para Seleção do Mestrado em
Arqueologia.

Orientador: Prof. Drº. Sérgio Serafim Monteiro da


Silva

Recife-2017
3

SUMARIO

Antecedentes...................................................................................................................04
Problema, Objetivos e Hipótese......................................................................................08
Metodologia e viabilidade de execução..........................................................................09
Bibliografia básica...........................................................................................................11
Cronograma.....................................................................................................................14
4

1 - Antecedentes

Conforme Mignon (1993), a bioarqueologia e os estudos mortuários abrangem um


vasto campo de pesquisa, com novas técnicas para a análise de remanescentes biológicos e
culturais que possibilitam aos arqueólogos formular questões mais complexas sobre o modo de
vida e o comportamento de antigas populações. Nesse contexto, o homem não está inserido
somente em um ambiente físico, mas também social (ALARCÃO, 1996).

Os dados mortuários, segundo Monteiro da Silva (2014) são úteis para inferir algumas
das instâncias do sistema sociocultural de grupos humanos no âmbito da dimensão diacrônica.

Para muitos autores como Gnoli e Vernant (1982), Rakita et al (2008) Pearson
(1982,2002), Monteiro da Silva (2014) a arqueoloogia da morte procura estudar o fenômeno da
morte entre as sociedades pretéritas, em conjunto com informações bioantropológicas.

Informações estas que fazem parte da busca pela possível compreensão do contexto
funerário como um todo para que possamos entender mais sobre a vida destes indivíduos
através de seus restos mortais e a cultura material que os acompanham (enxoval) e a cova.

Os dados obtidos sobre a morte em populações do passado dependem


da obtenção, análise e interpretação dos dados mortuários. Estão
relacionados aos vestígios encontrados no contexto arqueológico,
dentro de um sepultamento, compreendendo o corpo, os
acompanhamentos funerários e a cova (SPRAGUE, 2005, p....).

Este contexto funerário pode ter em si a preparação do corpo por meio de


descarnamento e esqueletonização intencional, rearticulação, gerando marcas de corte e
também a cremação. (MONTEIRO DA SILVA, 2014; SPRAGUE, 2005).Vergne (2007) faz
uma observação em seu trabalho sobre a complexibilidade social e ritualística das práticas
funerárias em Xingó, fundamentada no pensamento de Binford (1971), onde ele decodifica um
sistema sócio-cultural e simbólico do grupo através de categorias específicas, como por
exemplo o tratamento do corpo, que inclui a observação do tempo e energia para preparação
do indivíduo. Dentro destas categorias existem variáveis que devem ser analisadas. Uma delas
é se houve cremação.
5

Para Brotwell et, al (2001), o osso cremado é frequentemente descrito como calcinado
ou oxidado. A aparência macroscópica do osso foi alterada, uma vez que a desidratação leva
ao encolhimento, fissuras e algumas vezes torção, geralmente padrões que são ditados pela
morfolologia óssea e as tensões impostas pelo tecido mole, em combinação com o agente
térmico.

Porém o termo cremação só pode ser usado quando o osso é um produto de uma série
de atos rituais que compõem a eliminação dos mortos pelo rito mortuário de cremação.
(BROTHWELL et al, 2001). Monteiro da Silva (2005/2006), ao discorrer sobre terminologias
e classificações usadas para descrição de sepultamentos humanos, cita Bray e Trump (1970),
que definem a cremação como a prática de queimar o cadáver que deixa no contexto
arqueológico estruturas formadas por conjuntos de ossos queimados, completos ou
fragmentados e desarticulados ou mesmo em cinzas, que eventualmente são acondicionadas
em recipientes para uma segunda ou terceira deposição funerária.

Estes ossos porém podem, mesmo assim, ter sido queimados através de processos
tafonômicos e interferência de fatores de degradação como os fisicos, quimicos, biologicos e
antrópicos.

Por isso, White, Black e Folkens (2012) e Monteiro da Silva (2014) reforçam a
importância da compreensão do esqueleto humano pelo arqueólogo, desde a ontogênese, com
processos de modelações e remodelações, antemortem até a diagênese post-mortem. Esse
conhecimento advém da osteoarqueologia, isto é, da osteologia e da anatomia do sistema
músculo-esquelético e da tafonomia aplicadas à arqueologia.

Para Monteiro da Silva (2014), o corpo é um biofato situado em um primeiro momento


na compreensão do encadeamento lógico das operações funerárias e pode sofrer alterações de
diversas formas, além dos processos formativos dos depósitos arqueológicos, também por
processos tafonômicos e tanatológicos.

Além dos diagnósticos previamente realizados em laboroatório como o diagnóstico de


conservação, os ossos que passaram por processos de remodelação como no caso dos ossos
que sofreram modificação devido a exposição a altas temperaturas, tem um grande potencial
de análise. Apesar do efeito das modelações e remodelações post-mortem, apresentam
potencial quase sempre favorável à obtenção de dados bioantropologicos, para o entendimento
do fenômeno da morte nas sociedades do passado (DAVOGLIO, 2016).

Este olhar sobre o grande potencial de análise é compartilhado por inúmeros


pesquisadores como Shipman, Walkes e Bichell(1985), Baby(1950), Binford (1963),Stewart
(1979), Brothwell (1981), Uberlaker (1989), Machado (1990), MacKinley (2002) e Mays
(2010), que entendem a cremação como um processo a ser compreendido e cujo produto
6

possibilita gerar conhecimento sobre uma prática cultural, sobre a forma e natureza dos ossos
queimados, sobre a pira de cremação, exigindo métodos e técnicas de análise macroscópica e
microscópica que possibilitem calcular o número de indivíduos cremados, a idade biológica, o
sexo, índices osteométricos, sinais de doenças, interpretação de instâncias tecnológicas e
rituais da cremação. Para Mac Kinley,

Ossos queimados não representam somente os remanescentes físicos de um


ou mais indivíduo, mas também o produto de uma série de ações rituais que
compreendem a deposição do morto pelo rito funerário da cremação.
Consequentemente, a análise de ossos queimados está relacionada a um
número de técnicas em adição aos objetivos específicos da pesquisa
osteológica de obter dados demográficos e paleopatológicos, buscando
deduzir evidências pertencentes à tecnologia de cremação e indicações sobre
os ritos e rituais relacionados a essa prática funerária (MC KINLEY, 2002,
p. 403)

Através destas análises é possivel inferir uma serie de perguntas que contribuirão para
inferir sobre o contexto funerário apresentado.

É possivel dizer pela aparência dos ossos queimados se eles estavam ou não
descarnados quando expostos ao fogo? Pode haver indicações de
desarticulação intencional? Os sinais diferenciados de queima nos ossos
podem indicar a posição do restos durante a cremação e a intensidade do
calor? De que modo as evidências do contexto arqueológico e o tipo de
coleta permitem esclarecer aspectos importantes do rito funerário? Que
problemas são enfrentados na identificação de ossos cremados e nas
estimativas de idade e sexo? (MACHADO, 1990, p. 232)

Estas avaliações em ossos humanos que passaram por altas temperaturas, encontrados
em contexto arqueológico são muito comuns na Europa, como por exemplo, segundo
Brothwell et al (2001), na arqueologia experimental empreendida por Shipman et al. (1984 ) e
Holden et al. (1995b), que encontraram uma correlação entre a cor do osso e as temperaturas
atingidas durante a cremação experimental; como também nos estudos sobre o número minimo
de indivíduos em cremações, realizados por Holck (1986) e Lange et al. (1987).

Brothwell et al. (2001) contribui sobre o entendimento do que é cremação e as


principais análises possiveis em ossos humanos que sofreram processos de queima. Rosing
(1977) e Holck (1986) procuraram estudar os diâmetros diafisários para a obtenção da idade
estimada em ossos também queimados.
7

Segundo Mays (2010), alterações na composição do osso podem ocorrer pela ação do
calor. Ocorre a evaporação da água até 250 oC; combustão do colágeno (275oC a 600oC); perda
de carbonato estrutural em dióxido de carbono (350oC a 750oC). Os ossos sofrem fragmentação
e redução, que pode chegar a 30% do osso em tempraturas de 900 oC. O estudo de ossos
queimados inclui os estudos de difração de rios X, identificação dos fragmentos,estimativa de
idade da morte, sexo, variações de normalidade e patologia no esqueleto, análise química,
determinação da temperatura de queima e inferências arqueológicas sobre a prática funerária
de cremação.

Temos também pesquisadores preocupados com o contexto funerário como Stefanovic


(2009) onde explora a os ritos mortuarios que incluem a cremação como elemento no
mesolitico, entre outros pesquisadores que trabalham com essa temática.

Para o estudo de ossos nesta situação temos hoje no Brasil, vestígios e contextos
funerários diversos. Monteiro da Silva (2005) descreveu cremações do sítio conchífero Mar
Virado, litoral de São Paulo, relacionando essa prática aos pescadores-coletores pré-historicos
por volta de 3.000 B.P. Cisneiros (2004), ao estudar as praticas mortárias pré-históricas do
nordeste brasileiro, apresentou um conceito de cremação, assim como os principais sítios com
presença dessa prática funerária: um deles é o sítio Alcobaça, em Buique, PE.

O sítio arqueológico pré-histórico Alcobaça localiza-se na mesorregião do Agreste


Pernambucano, mais precisamente na microrregião do Vale do Ipanema, no município de
Buíque, a 285 km de Recife. Geomorfologicamente este município encontra-se na Bacia
Sedimentar do Jatobá, constituída por sedimentos paleozoicos do grupo Jatobá e mesozoicos
do grupo Brotas e do grupo Bahia, além de formações areníticas cretáceas, Santana e Exu.
Segundo Santos (2000, p. 93), “está incluída em duas grandes unidades estratigráficas e
estruturais, o complexo cristalino pré-cambriano e as coberturas sedimentares fanerozóicas” ..

Os processos morfoclimáticos da região provocaram o recuo de vertentes e o


surgimento de superfícies de erosão. É nesta região que se encontra o sítio arqueológico
Alcobaça (Figura 1), no distrito de Carneiro, nas coordenadas de 8º 32’ 24” Sul e 37º 11’39”
Oeste, voltado para o sudoeste na fazenda Serrote Preto, tendo como dono das terras o Sr. José
Maria dos Santos. (SANTOS 2000:94), a 8, 33 Km do centro do município de Buíque- PE.
8

Figura 1 : Mapa da localização do sitio arqueológico Alcobaça -Buíque –PE e a localização do sítio.
Fonte: Google /maps.

Desde os anos 70, foram iniciadas pesquisas arqueológicas na região regidas por Alice
Aguiar e Gabriela Martin na área do vale do Ipanema e neste período, inúmeros sítios
arqueológicos foram registrados em Pernambuco, os quais foram classificados como sendo da
tradição Agreste. Com a abrangência das pesquisas, houve um projeto que visava a
identificação de estruturas arqueológicas e o tipo de habitat dos grupos étnicos moradores da
região.

O Sítio Alcobaça foi um dos primeiros pesquisados pela equipe do Núcleo de Estudos
Arqueológicos (NEA) da Universidade Federal de Pernambuco nesta área. Foi estudado pois
apresentava painéis de pinturas e gravura rupestres, com excelentes condições para uma
escavação.

Na pesquisa arqueológica também foram identificados fragmentos ósseos retirados de


5 enterramentos (Figura 2) escavados em seis campanhas. Após uma primeira análise
macroscópica, chegou-se a conclusão que estes foram provavelmente submetidos a
temperaturas entre 700º C e 900 º C, durante maiores ou menores períodos de tempo,
confirmando a ocorrência da combustão intencional, além de fragmentos cerâmicos, líticos, e
fogueiras datadas por rádiocarbono em 1785 + 49 B.P (CSIC 1070) e 1766 + 24 B.P (CSIC
1026) anos A.P. Também foi evidenciado material faunístico e restos vegetais (OLIVEIRA,
2001).
9

Figura 2: Enterramentos 3 e 4 do Sitio Alcobaça- Buíque – PE (Fonte: CISCEIROS, 2004).

Os trabalhos em relação a este sítio são diversificados. Oliveira (2001) discute os


padrões de assentamento encontrados no sítio em questão, onde foram encontrados grupos pré
ceramistas e ceramistas com datações que vão de 4851 +- 30 anos B.P até 888 + - 25 anos
B.P. Santos (2000) estudou os restos alimentares deste sítio. O autor também levantou a
questão da queima dos ossos no sítio em um artigo, onde apresentou análises da coloração dos
fragmentos ósseos, indicando vários graus de queima, além do diagnóstico de conservação e
propostas de conservação preventiva realizadas por Davoglio (2016) dos remanescentes
humanos do enterramento quatro encon trado no sitio.

Este material tem potencial de análise, porém pouco se sabe sobre questões como as
feitas por Machado (1990), sobre o que realmente os dados obtidos através dos próprios
remanescentes podem responder sobre o contexto funerário como um todo.

A proposta deste trabalho é entender os limites do potencial de análise e interpretação


dos ossos humanos que sofreram modificação ou remodelações por causa de submição a altas
temperaturas, com foco nos problemas enfrentados na identificação macroscópica dos
mesmos, na estimativa de sexo, idade, patologias e também demais informações, como sinais
diferenciados de queima e padrões de fraturas que ajudarão a compreender os processos do rito
mortuário pré-historico de populações que habitaram aquela região.

2 - Problema, Objetivos e hipótese


Problema

Quais atributos do perfil biológico podem ser obtidos através da análise sistemática dos
remanescentes humanos do sítio Alcobaça – Buíque –PE, uma vez que os mesmos passaram por
processos modificação ou remodelação óssea referente aos efeitos da queima?

Hipótese:

Os atributos do perfil biológico nos ossos humanos encontrados no sítio Alcobaça – Buique -
PE, que podem ser obtidos são identificação anatômica, sexo, idade, número mínimo de
indivíduos (N.M.I), mensurações, composição química, paleopatologias, e aspectos gerais do
osso, ligadas ao contexto como padrões de queima e fraturas. Assim como os tipos de análises
possíveis em ossos que sofreram modificações ou remodelações ósseas provindas dos efeitos da
queima como os aspectos físicos ligados diretamente a remodelação óssea citada por Brothwell
et al (2001)
10

Objetivo Geral

Aplicar procedimentos sistemáticos para analisar os ossos humanos arqueológicos que


sofreram modificações ou remodelações por causa de submição a altas temperaturas, com foco
nos problemas enfrentados na identificação do mesmos, estimativas de sexo, idade, patologias e
demais informações como os sinais diferenciados de queima e padrões de fraturas que ajudarão
a compreender os processos envolvidos no processo de cremação como um conjunto de
procedimentos funerários pré-historicos de populações que habitaram a região de Buíque, PE.

 Objetivos específicos

Caracterizar o perfil biológico dos esqueletos do sítio Alcobaça: espécie, número mínimo de
indivíduos, sexo, idade, estatura, traumas, anomalias e sinais de doenças ósseas e dentárias.
Reconstituir características osteomorfológicas necessárias para obtenção desses atributos do
perfil biológico. Confeccionar um mapeamento das características morfológicas e físico-
químicas que mostrem uma relação com processos de redução corporal.

3- Metodologia e Viabilidade de execução

 Metodologia

Será utilizada a documentação bibliográ fica além das análises, para repósitos
específicos dentro da pesquisa.
a) Documentação arqueológica- que irá fornecer postulados teóricos, os dados sobre o
sítio trabalhado (escavação, dados sobre os remanescentes, condição em que foram
encontrados), para que haja uma discursão sobre os dados obtidos nas analises
realizadas durante a pesquisa em relação ao contexto arqueológico.
b) Pesquisa bibliografica para que se possa, investigar e discutir os métodos utilizados até
então para obtenção de dados bioantropológicos em osso calcinados.
c) Análises de inspeção óptica direta ou inspeção abrupta dos fragmentos ósseos dos 5
enterramentos do sítio Alcobaça- Buique -PE –
d) A busca por elementos indicadores do perfil biologico será realizada através de uma
metodologia sistemática na inspeção optica direta dos fragmentos ósseos e uso de
instrumentos de medição ósseos com base nas metodologias de Buikstra et Ubelaker
(1994), Brotwell (1981), McKinley (1993), Holck (1986). Lange et al., (1987), Rosing,
(1977) , Holck (1986). Serão efetuadas as seguintes ações:
11

 Estimativa do sexo (BROTHWELL, 1981; COX & MAYS, 2002;


MAYS, 2002; DUPRAS, SCHULTZ, WHEELER, & WILLIAMS,
2006; BYERS, 2008; UBELAKER, 1984; MOORE, 2013)
 Estimativa da idade (BROTHWELL, 1981; MAYS, 2002; WHITE
e FOLKENS, 2005;SCHEUER, BLACK e SCHAEFER, 2009);
 Estimativa da estatura ((BROTHWELL, 1981; MAYS, 2002;
WHITE e FOLKENS, 2005), (DIGANGI e MOORE, 201).
 Traços de doenças, traumas e anomalias (MAYS, 2002; COX e
MAYS, 2002; WHITE e FOLKENS, 2005; MANN e HUNT, 2005;
ORTNER, 2003; AUFDERHEIDE e RODRÍGUEZ-MARTÍN,
2006; ROBERTS e MANCHESTER, 2007; PINHASI e MAYS,
2008; DIGANGI e MOORE, 2013; BRICKLEY e IVES, 2008).
 Características tafonômicas e diagenéticas (GRUPE, 2007;
UBELAKER, 1984; BUIKSTRA e UBELAKER, 1994).
e) Para o calculo do número mínimo de indivíduos (N.M.I) será utilizada a análise
histológica das estruturas ósseas diafisárias (CUIPERS, 1997; HUMMEL e
SCHUTKOWSKI, 1993). Incluem-se as metodologias propostas por Brothwell (1981);
Mays (2010) e White e Folkens (2005) para ossos queimados.

f) Para o entendimento do grau de queima e encontrar possivelmente a posição dos ossos


no momento de queima será feita a inspeção óptica direta e análise estereoscópica de
todos os fragmentos com base na tabela de cores descrita por Machado (1990); também
análise de esterioscopia e difração de raio X (DRX) para observação dos arranjos
cristalográficos, metodologias com base recristalização da composição da matriz óssea
discutidas por Shipman et al. (1984 ) e Holden et al. (1995). Para este ultimo também
terá a utilizaçãode análise histológica conforme Junqueira e Carneiro (2008) através de
microscopica de luz, esta poderá ajudar no desenvolvimento de análises que
contribuirão para :
 Descrever a microestrutura dos ossos;
 Determinar a presença ou não, de alterações microestruturais e atividades da
exposição a alta temperaturas e detecção de células humanas nos ossos
possibilitando a distinção entre ossos humanos e não humanos da coleção.
g) Curadoria de características especificas descritas por Okumura (2015)
 Viabilidade de execução

Para a viabilidade do projeto contamos com a estrutura do Laboratório de Arqueologia e


Biologia Forense- LABIFOR do Departamento de Arqueologia da UFPE e com o acervo do
material ósseo do sítio que se encontra na Reserva técnica de vestígios de natureza orgânica
12

( RETEC-org ) também regida pelo Laboratório de Arqueologia e Biologia Forense- LABIFOR


do Departamento de Arqueologia da UFPE, além de disposição do registros de campo,
guardados pelo Nucleo de estudos arqueológicos da UFPE (N.E,A).

4- Bibliografia básica
ADAMS, B.; BYRD, J. (Eds.). Recovery, analysis, and identification of commingled human
remais. Totowa: Humana Press, 2008.

ADAMS, B.; KONISBERG, L. How Many People? Determining the Number of Individuals
Represented by Commingled Human Remains. In: ADAMS, B.; BYRD, J. Recovery, Analysis,
and Identification of Commingled Human Remains. Totowa: Humana Press, 2008. Cap. 12.

AUFDERHEIDE, A. C.; RODRÍGUEZ-MARTÍN, C. The Cambridge Encyclopedia of


Human Paleopathology. United Kingdom: Cambridge Academic Press, 2006.

DIGANGI, A. ELIZABETH; MOORE, K. MEGAN. Research Methods in Human


Skeletal Biology.Oxford: Elsevier, 2013.
BAKER, B. J.; DUPRAS, T. L.; TOCHERI, M. W. The Osteology of Infants and Children.
Texas: A&M, 2005.

BASS, W. Human Osteology: A Laboratory and Field Manual. 3ª. ed. Missouri: Missouri
Archaeological Society, 1987.

BRICKLEY, M.; IVES, R. The Bioarchaeology of Metabolic Bone Disease. San Diego:
Academic Press, 2008.

BROTHWELL, D. Notes for guidance in excavating and reporting on human remains. In:
______ Digging Up Bones. New York: Cornell University Press, 1981. Cap. 1.

BROTHWELL, D. R. Digging Up Bones. New York: Cornell University Press, 1981.

BROTWELL AND A.M. POLLARD, JOHN WILEY& SONS. Handbook of Archaeological


Sciences. 2001, Ltd.

BROTHWEL. D. R .Desenterrando huesos, La excavación, tratamento y estúdio de restos


del esqueleto humano. British Museum (Natural history), Londres. 1987 cap.2 41 – 81 p.

BUIKSTRA, J. E.; UBELAKER, D. H. Standarts for data collection from human skeletal
remains. Arkansas: Arkansas Archaeological Survey, 1994.

BYERS, S. N. Introduction to Forensic Anthropology. USA: Pearson Education, 2008.


13

CAMPILLO, D.; SUBIRÀ, M. E. Antropología Física para Arqueólogos. Barcelona: Editora


Planeta, 2010.

CISCEIROS.D .S. Práticas Funerárias do nordeste do Brasil.Recife Mestrado em História,


área de concentração pre história)UFPE,2004.
COX, M.; MAYS, S. Human Osteology In Archaeology and Forensic Science. Cambridge:
Cambridge University Press, 2002.

DUPRAS, T. L. et al. Forensic Recovery of Human Remains: archaeological approaches.


USA: CRC Press, 2006.

GRUPE, G. Taphonomic and Diagenetic Processes. In: HENKE, W.; TATTERSALL, I.


Handbook of Paleoanthropology. New York: Springer, 2007. Cap. 7.

GNOLI,;VERNANT,JP.(ed) La mort,les mort dans les societés anciennes. Cambridge:


Cambridge University Press/Paris: Eds de la Maison des Sciences de L-Homme,1936.

HOLCK ,M. D., Cremated bones:A medical Anthropological study of na archaeological


materials on cramation burials. Antropologiske skrifter nr. 1c. Anatomical institute,
University of Oslo. 1997-2008.

JUNQUEIRA L,C; CARNEIRO, J. Histologia Básica. Editora Guanabara Koogan. Ed. 11.Rio
de Janeiro . 2008 . Cap. 1.

LARSEN, C. Bioarchaeology: Interprating behavior from the human skeleton. Cambridge:


Cambridge University Press, 2002.

MAC KINLEY, J. The analysis of cremated bone. In. COX, M.; MAYS, S. Human osteology
in archaeology and forensic science. Cambridge: Cambridge University Press, p. 403-421,
2002.

MONTEIRO DA SILVA, S.F.D. Arqueologia Funerária: corpo, cultura e sociedade.


Ensaios sobre a interdisciplinaridade arqueológica no estudo das práticas mortuárias.
Recife: Editora Universitária UFPE, 2014.

MONTEIRO DA SILVA, S.F.D. Terminologias e classificações usadas para descrever


sepultamentos humanos: exemplos e sugestões. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia,
São Paulo, , 2005-2006, 15-16: 113-138 p.
14

MONTEIRO DA SILVA, S.F.D. Arqueologia das práticas mortuáriasem sítios pré-


históricos do litoral do estado de São Paulo.(Doutorado em Arqueologia, área de
concentração Pré-História)USP,2004.

MANN, R. W.; HUNT, D. R. Photografic Regional Atlas of Bone Disease. Springfield:


Charles C Thomas, 2005.

MAYS, S. The Archaeology of Human Bones. New York: Routledge, 2010.

MOORE, M. Sex Estimation and Assessment. In: DIGANGI, E.; MOORE, M. Research
Methods in Human Skeletal Biology. New York: Elsevier Inc., 2013. Cap. 4.

ORTNER, D. J. Identification of Pathological Conditions in Human Skeletal Remains. San


Diego: Academic Press, 2003.

OKUMURA,M. Curadoria de remanescentes humanos: práticas e experiências na coleção


duckworth (Universidade de Cambridge, Reino Unido) .Revista Tecnologia e Ambiente,
Dossiê IX Reunião da Sociedade de Arqueologia Brasileira / Regional Sul, v. 21, n. 1, 2015,
Criciúma, Santa Catarina. ISSN 1413-8131.

PEARSON M P. Mortuary practices, cociety and ideology: an ethnoarchaeological study.


In HODDER, I.(ed) Simbolic an structural Archaeology. Cambridge: Cambridge University
Press,p.99-113,1982.

PINHASI, R.; MAYS, S. Advances in Human Paleopathology. USA: John Wiley & Sons,
2008.

RAKITA,G.F.M.;BUIKSTRA,J;BECK,L.A,;Interacting with the Death: Perspectives on


Mortuary Archaeology for the New Millennium. Florida: University Press of Florida, 2008.

ROBERTS, C.; MANCHESTER, K. The Archaeology of Disease. New York: Cornell


University Press, 2007.

OLIVEIRA .A.N. O Sitio Alcobaça, Buíque, Pernambuco: Estudos das estruturas


arqueológicas. Recife(Doutorado em História, área de concentração Pré-História) UFPE,2001.

SANTOS ADELSON. Alterações Pós- morte em esqueletos pré- históricos. Contribuição a


análise tafonômica de restos esqueletais humanos do sítio Alcobaça, Buique, PE, Brasil.
Pernambuco, Revista Clio Arqueológica 2000. n º 14, 87 -98 p.

SPRAGUE, R. Burial Terminology: A guide for researchers. New York: AltaMira Press,
2005
15

.
STEELE, D. G., & BRAMBLETT, C. (1988). The Anatomy and Biology of the Human
Skeleton. Texas: Texas A&M University Press.

SCHEUER, BLACK e SCHAEFER.Juvenile Osteology: A laboratory and field manual.


Copyright , 2009.

STEFANOVIC.S.,RAICEVIC J.,et Boric,D.,Mesolithic cremations as elements of secondary


mortuary rites at Vlasac (Serbia). Documenta praehistorica XXXVI.2009

TULLER, H., HOFMEISTER, U., & DALEY, S. (2008). Spatial Analysis of Mass Grave
Mapping Data to Assist in the Reassociation of Disarticulated and Commingled Human
Remains. In: B. ADAMS, & J. BYRD (Eds.), Recovery, Analysis, and Identification of
Commingled Human Remains. Totowa: Humana Press.

UBELAKER, D. Cemetery Excavation. In: ______ Human Skeletal Remains: excavation,


analysis, interpretation. Washington: Taraxacum, 1984. Cap. 2.

UBELAKER, D. H. Human Skeletal Remains: excavation, analysis, interpretation.


Washington: Taraxacum, 1984.

UHL, N. Age-at-Death Estimation. In: DIGANGI, E.; MOORE, M. Research Methods in


Human Skeletal Biology. New York: Elsevier Inc., 2013. Cap. 3.

VERGNER.C. Complexibilidade social e ritualidade funerária em xingó:Apontamentos


teóricos para compreensão das práticas mortuárias do sítio Justino-Canindé de São
Frascisco - SE.Canindé. Xingó,nº 09, Junho 2007.

WHITE, T. D.; FOLKENS, P. A. The Human Bone Manual. USA: Academic Press, 2005.

WHITE, T.; BLACK, M.; FOLKENS, P. Human Osteology. 3ª. ed. New York: Elsevier Inc.,
2012.

WHITE, T.; FOLKENS, P. Field Procedures for Skeletal Remains. In:The Human Bone
Manual. USA: Academic Press, 2005. Cap. 2.

5- CRONOGRAMA

Etapas 2018.1 2018.2 2019.1 2019.2


16

Disciplinas Obrigatórias e Eletivas ofertadas pelo x x


Programa de Pós-Graduação

Reunião com orientador x x x x

Pesquisa em documentação arqueológica x x

Pesquisa bibliográfica x x x

Análises dos remanescentes humanos x x x

Redação da dissertação x x x

Qualificação da Dissertação x

Apresentação de trabalho em congressos x x

Defesa da Dissertação x

Você também pode gostar