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SENAI – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

CURSO HABILITAÇÃO TÉCNICA EM ELETROTECNICA


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

TRABALHO EM REDE ENERGISADA

VÁRZEA GRANDE - MT
NOVEMBRO - 2017
PABLO MARTINS SANTANA

MANUTENÇÃO EM REDE DE DISTRIBUIÇÃO ENERGISADA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, como requisito parcial para obtenção
do Título Técnico em Eletrotécnica sob a
orientação da Professora Jenifeer Oliveira Duarte.

VÁRZEA GRANDE - MT
NOVEMBRO - 2017
SENAI – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
CURSO HABILITAÇÃO TÉCNICA EM ELETROTECNIVA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MANUTENÇÃO EM REDE DE DISTRIBUIÇÃO ENERGISADA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, como requisito parcial para obtenção
do Título Técnico em Eletrotécnica sob a
orientação da Professora Jenifeer Oliveira Duarte.

Aprovado em______/______/______.

BANCA EXAMINADORA

Professora Orientadora Jenifeer Oliveira Duarte


SENAI VG

_________________________________________________
Prof.
SENAI VG
_________________________________________________
Prof.
SENAI VG
SENAI – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
CURSO HABILITAÇÃO TÉCNICA EM ELETROTÉCNICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

JOSE BARBOSA BATISTA


Gerente

CARLOS GONÇALVES DE OLIVEIRA


Coordenador de Educação Pedagógica

PABLO MARTINS SANTANA


Discentes

VÁRZEA GRANDE - MT
NOVEMBRO - 2017
AGRADECIMENTOS

Jamais poderia chegar aqui onde cheguei sem a graça de Deus e apoio dos amigos e
familiares, mas posso agradecer em especial para umas pessoas que me incentivaram e
acreditam em meu potencial, minha família mãe e irmãos que acreditam em mim e me apoiam
a onde eu estiver, minha esposa Jucinéia que está do meu lado nesta luta e outras mais que
ainda estão por vir.
Instrutor Jaime Costa que tem sido meu mentor por décadas, que já me incentivava
bem antes de chegar aqui, sempre me passando seus ensinamentos e me incentivou a fazer um
trabalho sobre essa área a que admiro muito e que é meu ganha pão. E claro meus colegas de
sala todos eles é claro.
E não posso esquecer nossa queridíssima professora Jenifeer Oliveira que com muita
sabedoria e paciência nos conduziu nesta reta final nos apoiando em todas nossas dificuldades
para chegar ate aqui.

Obrigado meu Deus


RESUMO

O primeiro trabalho em uma rede energiza se deu na data de 1913 com fermentas
artesanais de madeira tratada. Logo se viu a possibilidade de melhorias nessa ferramenta que
abrangesse uma maior classe de tensão e com isso esse objetivo foi atingido e assim
conseguindo trabalhar com classes cada vez maiores, como a distância ia se elevando com
forme a classe de tensão as ferramentas começava a ficar demasiadamente pesada e
fadigando o eletricista, então uma empresa americana desenvolveu um bastão de fibra de
vidro “EPOXIGLAS ®. RITZGLAS ®.” resistente e ainda mais isolado e assim conseguindo
atingir tensões cada vez mais alta chegando ate a extra alta tensão. Hoje em dia o método de
tralho mais utilizado é ao Contato, com a melhoria tecnológica e materiais mais isolantes e
resistentes assim trazendo o eletricista mais perto do serviço com a maior segurança possível,
mas os métodos Distância e ao Potencial tem seu lugar ao sol. Com as melhorias nos
ferramentais e equipamentos mais modernos vem a necessidade de melhor a acomodação e
armazenamento dos mesmos, os testes elétricos periódicos para garantir a eficiência de cada
ferramenta em sua devida classe de tensão. É claro que com ferramentas mais modernas e
eficientes a qualidade e eficiência do serviço têm que melhorar e assim atingir metas das
empresas visando atingir indicadores e conseguir mais lucro. Embasando em normas
regulamentadoras que ao longo do tempo tem sido o anjo da guarda dos profissionais de linha,
o serviço de Linha Viva muito se comenta que é o serviço do futuro, mas pouco se investe em
crescimento de profissionais e melhorias no métodos de trabalho.

Palavras Chave: Linha Viva, Trabalho em Rede Energizada, Cesto aéreo Isolado, Trabalho
ao Potencial Transmissão, Procedimentos em Rede Energizada
ABSTRACT

The first work in a network energizes happened in the date of 1913 with handmade
fermentations of treated wood. Soon it was possible to improve this tool that covered a higher
class of tension and with that this goal was reached and thus managing to work with
increasing classes, and as the distance was rising as a class of tension the tools began to
getting too heavy and fatiguing the electrician, then an American company developed an
"EPOXIGLAS® fiberglass baton. RITZGLAS ®. "Resistant and even more isolated and thus
achieving higher and higher voltages reaching the extra high voltage. Nowadays, the most
commonly used track method is Contact, with the technological improvement and more
insulation and resistant materials, thus bringing the electrician closer to the service with the
highest possible safety, but Distance and Potential methods have their place in the sun. With
the improvements in the most modern tools and equipment comes the need to better the
accommodation and storage of them, periodic electrical tests to ensure the efficiency of each
tool in its proper class of tension. Of course with more modern and efficient tools the quality
and efficiency of the service have to improve and thus achieve the goals of companies aiming
at achieving indicators and achieve more profit. Based on regulatory standards that over time
has been the guardian angel of line professionals, the Live Line service is very much said that
it is the service of the future, but little is invested in professional growth and improvements in
working methods.

Keywords: Live Line, Energized Networking, Isolated Air Basket, Potential Work
Transmission, Energized Networking Procedures
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Uso de uma das primeiras ferramentas chamada Hotstick ...................................... 13


Figura 2 - Imagem Ilustrativa do que poderia ser um "gancho elétrico" .................................. 14
Figura 3 - Características técnicas ............................................................................................ 16
Figura 4 - Idéia da gaiola de Michael Faraday ......................................................................... 20
Figura 5 - Vestimenta Condutiva ............................................................................................. 20
Figura 6 - Mostrando as características da Luva Isolada.......................................................... 24
Figura 7 - Ensaio de luva isolante ............................................................................................ 26
Figura 8 - Estilos de mangas isolantes. À esquerda a manga isolante do estilo A que é
apresentada em forma reta. À direita a manga isolante do estilo B que é apresentada na forma
curvada...................................................................................................................................... 26
Figura 9: Diagrama de montagem e circuito para ensaio de tensão aplicada e medida de
corrente elétrica de fuga do liner do caminhão de linha viva. .................................................. 27
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distâncias de Segurança .......................................................................................... 17


Tabela 2 - Classificação das luvas isolantes ............................................................................. 25
Tabela 3 - Tensão de ensaio das mangas isolantes em função da classe de isolamento. ......... 27
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 11
2.JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 12
3.OBJETIVO GERAL .............................................................................................................. 12
4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 12
5. METODOLOGIA................................................................................................................. 12
6. HISTÓRICO ......................................................................................................................... 13
7. BASTÕES ISOLANTES...................................................................................................... 15
8.METODO DE TRABALHOS ............................................................................................... 16
8.1 Método de Trabalho a Distância ..................................................................................... 17
8.2 Método de Trabalho ao Contato ..................................................................................... 17
8.2.1Cestas Aéreo Isolado ................................................................................................. 18
8.2.2 Equipamentos de Proteção Individual ...................................................................... 18
8.2.3 Ferramentas e equipamentos .................................................................................... 18
8.2.4 Termo Higrômetro.................................................................................................... 18
8.2.5 Composição das Equipes .......................................................................................... 19
8.2.6 Trabalho com uso de Plataforma ou Escada ............................................................ 19
8.3 Método de Trabalho ao Potencial ................................................................................... 20
9. FERRAMENTAS, EPI, EPC, LIMPEZA, ARMAZENAGEM E UTILIZAÇÃO. ............. 21
9.1Conservação da Corda e Estropo de Nylon ................................................................. 21
9.2 Conservação de Coberturas e Lençóis de Borracha .................................................. 21
9.3 Da Lança Isolada e do Protetor de Polietileno (Liner) .............................................. 22
9.4 Acomodações dos Materiais ......................................................................................... 22
10. TESTES E ENSAIOS ELÉTRICOS EM EPI`S E EPC`S ................................................. 22
10.1 Periodicidade de Ensaios ............................................................................................ 23
10.2 Procedimentos Preliminares ...................................................................................... 23
10.3 Ambiente de Ensaio .................................................................................................... 24
10.4 Ensaios de Luvas Isolante .......................................................................................... 24
10.4.1 Identificação da Luva ............................................................................................. 25
10.4.2 Condições do Ensaio .............................................................................................. 25
10.5 Ensaios em Mangas Isolantes .................................................................................... 26
10.6 Ensaios em Liner ....................................................................................................... 27
10.7 Ensaios em Caminhões de Linha Viva ...................................................................... 28
10.7.1 Categorias ............................................................................................................... 28
11. QUALIDADE NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA ................................ 28
11.1 ANEEL ...................................................................................................................... 29
11.2 PRODIST .................................................................................................................. 29
11.3 Manutenção e Distribuição........................................................................................ 29
11.4 Obras nas redes de Distribuição ................................................................................ 30
12.CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 31
13.REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 32
INTRODUÇÃO

Dar manutenção em uma rede energizada, é possível? como é feito? desde quando?
Neste trabalho vamos analisar uma frente de trabalho chamada Linha Viva, uma equipe de
manutenção em redes energizadas, podendo executar vários tipos de trabalhos, vamos ver
como tudo começou, uma breve pesquisa aponta um inicio lá nos Estados Unidos com a
utilização de um gancho na ponta de um bastão de madeira tratada, esse bastão e o gancho
foram atualizados e com o tempo ganhando melhorias, foi com uma necessidade de desligar
uma chave com carga de uma maneira segura para o eletricista. Assim esse trabalho foi
melhorando ganhando métodos e sendo atualizado com o tempo, outros tipos de ferramentas
foram criadas em prol de mais necessidades que foram surgindo com o tempo nesta área,
assim ferramentas mais modernas mais leves melhoradas e também ouve a preocupação com
a sua utilização de maneira correta e seu armazenamento, com o tempo foram se adotando
medidas de segurança em cima destas ferramentas como testes elétricos para comprovar sua
eficácia, e com melhorias no material foi constatado um ganhando de amplitude de campo nas
classes das tensões. Com certeza a qualidade do serviço foi sendo cada vez mais cobrada e
sendo atingidas as metas especificadas pelas empresas atingindo resultados almejados e
obtendo lucro, assim as empresas investindo cada vez mais em melhores ferramentas,
métodos de trabalho e qualificação profissional.

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2.JUSTIFICATIVA

As empresas Distribuidoras de energia elétrica hoje em dia almejam uma melhor


redução de custo na entrega de seu produto final que é a energia elétrica quanto na instalação
e manutenção de sua rede de distribuição, assim vejo a oportunidade de mostrar a importância
dessa mão de obra qualificada.

3.OBJETIVO GERAL

O objetivo desse trabalho é apresentar a manutenção em redes energizada sua


metodologia e importância para o crescimento da área que é pouco explorado em Mato
Grosso.

4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Como tudo começou;


 Prévia sobre Bastões Isolantes;
 Métodos de trabalho;
 Comentar sobre ferramentas EPI e EPC;
 Os cuidados sobre a utilização armazenagem e utilização dos materiais;
 Testes e ensaios elétricos;
 Qualidade no fornecimento de energia elétrica;

5. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a elaboração do trabalho foram pesquisas em livros, site


de internet, catálogos de fabricantes, manuais técnicos, bem como consulta ao professor Jaime
Costa e conhecimento próprio da área.

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6. HISTÓRICO

A manutenção com linha viva começou com a utilização dos bastões para ligar e
desligar chaves energizadas, operação essas que comprovaram a utilidade dos dispositivos
instalados nas pontas dos bastões, que habilitava o eletricista a executar diversos trabalhos.
Apesar de se considerar a manutenção em linha viva uma técnica moderna, a verdade
é que as primeiras ferramentas datam de 1913 e foram fabricadas nos Estados Unidos, as
primeiras ferramentas eram rudimentares, de fabricação artesanal, utilizando madeira tratada.

Figura 1 - Uso de uma das primeiras ferramentas chamada Hotstick


Fonte: Catálogo RITZ

Essa evolução dos trabalhos foi realizada nos seguintes níveis de tensão:

 Trabalhos realizados até a classe de 34,5 kV.


 Troca de Isoladores em 287 kV.
 Troca de isoladores em 330 kv.
 Troca de isoladores em 500 kV.

É importante lembrar que todos os trabalhos acima ainda eram executados com
bastões fabricados em madeira.
O aumento das tensões exigia ferramentas maiores, que consequentemente eram mais
pesadas. Na época a Tips Tools Company, Taylorville, Illinois - U.S.A. “que fabricava

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ferramentas para carpintaria” foi comprada pela A. B. Chance Company “empresa de metais e
mineração” a empresa adquirida é instalada em Centralia, Missouri - U.S.A.
O que a A. B. Chance buscava era um maior isolamento de bastões e ligas mais
leves.Ligas não ferrosas utilizadas em aviões, durante a segunda guerra mundial, foram a base
para uma liga especial de alumínio, desenvolvida pela empresa.
Em 1916, um dispositivo conhecido como “gancho elétrico” foi adicionado às
ferramentas já existentes. A colocação deste dispositivo exigia o uso de um bastão apropriado,
o que sugeriu a utilização de outros tipos de bastões em deferentes trabalhos em linha
energizada.

Figura 2 - Imagem Ilustrativa do que poderia ser um "gancho elétrico"


Fonte:Google fotos

Em 1918, deu-se inicio à fabricação de grampos de linha viva, grampos de


aterramento e bastões com garra.
Em 1946, foram trocados os isoladores de suspensão em um linha de 287kV em Los
Angeles, Califórnia.
Em 1954, novas ferramentas de madeira recobertas com Maplac foram empregadas
com êxito na manutenção de linha de 330kV.
Com o aparecimento de níveis de tensão mais elevados os bastões de ferramentas se tornaram
demasiadamente pesados e difíceis de operar.
No ano de 1959 a A. B. Chance conclui o desenvolvimento de um tubo de fibra de
vidro impregnado com resina epoxi, disposto em torno de um núcleo de espuma de
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poliuretano, denominado EPOXIGLAS ®. RITZGLAS ®. Essa ferramenta tinha como
características básicas:
 Excelentes qualidades dielétricas.
 Resistência mecânica máxima.
 Peso mínimo.
 Ensaiados conforme normas ASTM F-711 e IEC 855.

Muitos anos se passaram para desenvolver a idéia de usar bastões para fazer outras
operações, alem de abertura e fechamento de circuitos em carga.Posteriormente, foram
introduzido no mercado, ferramentas um pouco rudimentares e selas de fixação, culminado
com aparecimento de numerosas ferramentas adaptáveis às extremidades dos bastões.
As primeiras ferramentas foram projetadas, inicialmente para trabalhos em linha ate
34,5kV, porém, alguns homens de linha viva mostrava-se temeroso de trabalhar nesta tensão,
razão pela qual diversas concessionárias limitavam a tensão de trabalho a 22kV. À medida
que os eletricistas foram comprovando que as ferramentas os mantinha sempre a uma
distância segura das partes energizadas, o temor de tensão de trabalho foi elevado a 66kV e
mais tarde a 110kV.
Em 1946, foram trocados os isoladores de suspensão em um linha de 287kV em Los
Angeles, Califórnia.
Em 1954, novas ferramentas de madeira recobertas com Maplac foram empregadas
com êxito na manutenção de linha de 330kV.
Com o aparecimento de níveis de tensão mais elevados os bastões de ferramentas se tornaram
demasiadamente pesados e difíceis de operar.
Tais ferramentas e a técnica de manuseio foram introduzidas no Brasil pela A.B.
CHANCE CO. Atualmente boas partes destes equipamentos estão sendo fabricados em nosso
pais pela RITZ CHANCE COMERCIO E INDÚSTRIA S.A.
A primeira turma formada para trabalhar em linha viva no Brasil iniciou suas
atividades em 1965 e, desde então, tem sido desenvolvido pelas empresas de Energia Elétrica
este tipo de serviço.

7. BASTÕES ISOLANTES

Sua construção externa é constituída de fibras de vidro altamente tratadas e dispostas


no sentido circunferencial e longitudinal e, impregnadas com resina epóxi de formulação
especial, conferindo-lhe alta rigidez dielétrica e alta resistência mecânica, guarnecido
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internamente de espuma de “Poliuretano” e totalmente impermeável a umidade e intempéries
do meio ambiente. Possuem características mecânicas adequadas a cada tipo de serviço e são
fabricados para resistirem a 2,5kV/cm, o que equivale dizer que um bastão de comprimento
útil igual a 1 metro pode tocar uma linha energizada de 250.000 Volts, sem provocar danos ao
eletricista. A cor laranja do bastão é apropriada para sua boa visibilidade nas áreas de
trabalho, se não considerado um item de segurança a mais para equipe de eletricistas. Esse
tubo é submetido a uma serie de ensaios em laboratórios do fabricante com base nas normas
ASTM F-711 e IEC 60855, e liberado para uso somente após aprovação.

Figura 3 - Características técnicas


Fonte: Catálogo RITZ

Vale ressaltar Que a Norma Regulamentadora 10, aconselha que sejam feitos testes
periódicos da isolação do bastão, principalmente quando for submetido a estresse mecânico e
elétrico.

8.METODO DE TRABALHOS

Há três métodos de trabalhos com redes energizadas, método à Distância,Contato e ao


Potencial.

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8.1 Método de Trabalho a Distância

Esse método é o inicio de tudo e é utilizado até hoje nas linhas de transmissões em
todas as classes de tensão, mas esse método pode ser utilizado em rede de distribuição e em
subestações nas classes de tensão de 13,8kV até 34,5kV,O método à distância consiste em se
trabalhar com o auxílio de bastões isolados de elevação e fixação e bastões manuais isolados
com ferramentas de encaixe universal, instaladas em suas extremidades, e outro meios de
apoio para o trabalhador tipo Plataforma, Escada ou um caminhão com equipamento de cesto
aéreo podendo ser isolado ou não.
Nesse método o eletricista deve observar rigorosamente a distância mínima de
segurança fase-terra e fase-fase com forma a tabela:

As distâncias de segurança
recomendadas nessa tabela,
estão de acordo com a
publicação da OSHA –
Occupational Safetyand Health
Adminstration (Administração
Ocupacional de Segurança &
Saúde) dos EUA em 31/01/1994

Tabela 1 - Distâncias de Segurança


Fonte: Catálogo RITZ

Dentre os equipamentos mais usados em serviço de manutenção em linha viva temos


os bastões:

8.2 Método de Trabalho ao Contato

Este método de trabalho consiste em proteger o eletricista com luvas e mangas


isoladas apropriadas e uma serie de EPI, sendo posicionado em uma Plataforma, Andaime,
Escada ou Cesto Aéreo Isolado, executando os serviços diretamente com as mãos protegidas.
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Toda a zona de trabalho é também protegida com cobertura isolante (EPC) e à medida que
decorrem as tarefas, o espaço estritamente necessário à operação é coberto. Desta forma, é
eliminada a possibilidade do eletricista ou dos componentes de trabalho (condutores,
ferramentas), trocar ou aproximar dos pontos de potenciais diferentes, ocasionando curto-
circuito. Esse método é utilizado somente para redes de distribuição e subestações com tensão
até 35kV.

8.2.1Cestas Aéreo Isolado

Equipamento composto de braços articulados de fibra de vidro isolante, acionado por


sistema hidráulico, para movimentação de giro e elevação de braços e sapatas estabilizadoras,
com uma caçamba com Line isolado na sua extremidade, conforme NR-12. Recomenda-se
que os cestos aéreos basculhem até o solo e, para os casos em que não é possível, o veículo
deve possuir o kit resgate para poder retirar o colaborador de dentro do cesto em caso de
acidente ou mau súbito .
Observação: A capacidade de carga, incluindo o eletricista, seus equipamentos e
ferramentas necessárias para a execução dos serviços, são de 120 Kg.

8.2.2 Equipamentos de Proteção Individual

São equipamentos de segurança de uso exclusivo e obrigatório do eletricista. No caso


de serem isolantes, eles são especificados de acordo com a classe de tensão exigida no
trabalho. Durante a execução de tarefas com linha energizada, o eletricista não deve retirar as
luvas nem as mangas isolantes.

8.2.3 Ferramentas e equipamentos

São os materiais necessários aos eletricistas para execução da tarefa. As ferramentas e


os equipamentos indicados em cada tarefa são os discriminados para a execução da mesma,
não sendo aplicados às tarefas preliminares.

8.2.4 Termo Higrômetro

Instrumento destinado a medir a umidade relativa do ar. Em condições de tempo


úmido, deve ser realizado o teste de medição da umidade, utilizando-se o equipamento Termo
Higrômetro. Para realização dos trabalhos, o valor máximo admitido para umidade relativa do
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ar é de 80%; caso o valor indicado no equipamento exceda esse nível, o trabalho em regime
de linha viva ficará suspenso.
Para a realização da medição do nível de umidade, o colaborador deve estar capacitado e
instruído para a tarefa.

8.2.5 Composição das Equipes

As esquipes podem ter as seguintes composições: Convencional, Reduzida e Dupla.

 A equipe Dupla, com 2 (dois) colaboradores são restritos às atividades realizadas


somente com cesto aéreo, atendendo ate 70% dos serviços da área de Distribuição,
cujos materiais isolantes para LDBT e LDMT, incluindo luvas e mangas, sejam da
classe de isolação 2, 3 ou 4.
 A equipe Reduzida com 3 (três) colaboradores são restritos a atividades realizadas
somente com cesto aéreo, atendendo ate 80% dos serviços da área de Distribuição,
cujos materiais isolantes para LDBT e LDMT, incluindo luvas e mangas, sejam da
classe de isolação 2, 3 ou 4.
 A equipe Convencional com 5 (cinco) colaboradores, atendendo ate 100% dos
serviços da área de Distribuição, com a formação de 1 (um) encarregado o qual fica
incumbido de supervisionar, tratar a comunicação da autorização de trabalho e delegar
a mão de obra e 4 (quatro) Eletricistas, também restrito a somente serviços com cesto
aéreo
Em todas as Composições os serviços não devem ser executados quando oferecer
algum risco efetivo aos colaboradores e transeuntes.

8.2.6 Trabalho com uso de Plataforma ou Escada

O método com a Plataforma consiste em montar uma plataforma de trabalho para o


eletricista a uma altura em que o mesmo possa executar a tarefa ao contato, podendo ser
auxiliado por demais colegas em escadas executando tarefas a distância com os devidos
equipamentos de segurança, atendendo ate 60% dos serviços da área de Distribuição, tanto a
plataforma quanto a escada é mais indicado para serviços nas linhas rurais onde não há acesso
do caminhão com Cesto Aéreo Isolado, tanto na Plataforma quanto na Escada o ideal é de 4
(quatro) colaboradores

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8.3 Método de Trabalho ao Potencial

Este método tem por finalidade permitir maiores recursos na manutenção,


principalmente em linhas de transmissão de alta e extra-alta tensão, onde as distâncias de
segurança são maiores, bem como subestações a partir de 60kV. O trabalho ao potencial
baseia-se no principio da Gaiola de Faraday e consiste no contato direto do eletricista com o
condutor energizado.

Figura 4 - Idéia da gaiola de Michael Faraday


Fonte: Site Wikimedia

Figura 5 - Vestimenta Condutiva


Fonte: Site Maxibor

Para se proteger contra os efeitos do campo elétrico, o eletricista usa uma vestimenta
condutiva confeccionada com tecido a base de aramida e filamentos de aço inox, que veste o
seu corpo, deixando apenas parte da face descoberta.
Quando próximo do condutor energizado, o eletricista conecta esta vestimenta ao
condutor, e então estará no mesmo potencial da rede. Para sua proteção isolante e locomoção
do potencial de terra para o potencial da rede energizada. Tal qual no Método de Trabalho a

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Distância, o método de Trabalho ao Potencial exige que sejam respeitadas rigorosamente as
distâncias de segurança de fase-terra e fase-fase, principalmente nas intervenções em
subestações onde estas distâncias são reduzidas.

9. FERRAMENTAS, EPI, EPC, LIMPEZA, ARMAZENAGEM E UTILIZAÇÃO.

Limpar o ferramental mensalmente ou quando as ferramentas apresentarem sinais de


contaminação. Manter um cronograma anual para controle dessa limpeza. A limpeza pode ser
um agente contaminante se não for feita de forma correta. Consequentemente, luvas, mangas,
lençóis, coberturas e superfícies isoladas dos cabos devem ser limpos integralmente com água
e sabão neutro com auxílio de esponja de nylon.
Não devem ser utilizadas escovas com pelos duros, esponjas de aço ou lixas, pois
podem danificar o material; Mensalmente lavar as coberturas, bastões, lanças isoladas, cestas
aéreas e liners com água e sabão ou detergente neutro (de coco ou glicerina). Não usar
derivados de petróleo para a limpeza; Conservar bastões, coberturas isolantes, lança isolada e
liner limpos e secos; A limpeza diária em coberturas rígidas deve ser realizada somente com
álcool isopropilico; Aplicar diariamente um pano levemente impregnado com uma solução de
20% de silicone líquido e 80% de álcool isopropilico nas coberturas rígidas, bastões, lanças
isoladas, cestos aéreos e liners; É proibida a utilização de álcool ou derivados de petróleo para
a limpeza de coberturas de borracha; A limpeza diária em coberturas flexíveis, luvas, mangas
(mangotes), lençóis, coberturas de condutor e coberturas para chaves, deve ser realizada
utilizando-se apenas um pano seco;

9.1Conservação da Corda e Estropo de Nylon

Lavar com sabão neutro, deixando de molho por, no mínimo, 1 hora; Enxaguar bem
retirando todo resíduo de sabão e secar em local livre de impurezas e nunca exposto ao sol;
Evitar o contato direto com o solo, colocando-as sobre um encerado limpo e seco; Não lavar
utilizando máquinas de lavar e secadoras; Realizar inspeção visual diariamente nas cordas.
Afinamentos e caroços internos, ao longo de sua seção, são indícios de danos na alma das
cordas.

9.2 Conservação de Coberturas e Lençóis de Borracha

Verificar visualmente o estado das coberturas e dos lençóis de borracha antes do uso.
Os lençóis e coberturas com furos e/ou fissuras devem ser retiradas de serviço.
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9.3 Da Lança Isolada e do Protetor de Polietileno (Liner)

Restauração de brilho, ruptura e superfície arenosa, seguir as orientações técnicas


contidas no MIT 161702 - Restauração de Lanças e Caçambas;

9.4 Acomodações dos Materiais

Todos os materiais e ferramentais deverem ser armazenados em local seco e arejados tanto
no almoxarifado quando nos compartimentos do veiculo caminhão ou engate de transporte

 Almoxarifado: Os materiais devem estar bem acondicionados, nunca fora de suas


respectivas embalagens e nem mesmo amontoados, dever ser separados de forma
distinta dos demais, pois os mesmo passaram por testes dielétricos conforme a norma
NR-10 e NR-06, devem estar em perfeitas condições.

 Compartimento de Veículos Caminhão ou Engate de Transporte: Os compartimentos


devem ser bem dimensionados para cada tipo de ferramental metálico, bastão, plástico
ou borracha para que os mesmos nãos fiquem misturados e assim não possa ser
danificado no transporte do dia a dia

10. TESTES E ENSAIOS ELÉTRICOS EM EPI`S E EPC`S

Adequações das instalações elétricas conforme normas NBR 5410, NBR 14039 e NR-
10. Obrigatoriedade NR10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade): Deve-se
realizar e apresentar os relatórios dos resultados dos ensaios e testes de isolação elétrica em
equipamentos de proteção individual e coletiva, dotados de material isolante, de uso dos
trabalhadores.
Conforme portaria 598/04, NR10- Item 10.2.4 alínea "e", Os estabelecimentos com
carga instalada superior a 75kW devem possuir os resultados dos testes de isolação elétrica
realizados em equipamentos de proteção individual e coletiva;
- Item 10.4.3.1, Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento elétrico
devem estar adequados às tensões envolvidas, e serem inspecionados e testados de acordo
com as regulamentações existentes ou recomendações do fabricante;
- item 10.7.8, Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com
materiais isolantes , destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser submetidos a testes
elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se as especificações do fabricante,
os procedimentos da empresa e na ausência desses anualmente.

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Testes elétricos: são realizados dentro dos padrões do sistema da qualidade conforme a
NBR - ISO/IEC 17025 – Norma de Competência para Laboratório de Ensaio e Calibração.
Todos os instrumentos utilizados para a realização dos testes são calibrados e rastreáveis RBC
(Rede Brasileira de Calibração).
Periodicidade: É adotada a periodicidade obedecendo-se as especificações do
fabricante, os procedimentos da empresa e na ausência desses anualmente.
Rastreabilidade: Todos os equipamentos/materiais que passam pelos ensaios recebem
uma etiqueta para rastreabilidade, a rastreabilidade se faz através da etiqueta fixada no
equipamento/material que é vinculada ao número do relatório, estes ensaios referem-se apenas
aos itens constantes dos relatórios.

10.1 Periodicidade de Ensaios

A periodicidade recomendada de ensaios é de no máximo seis meses para luvas


isolantes em uso, podendo ser reduzida dependendo das características de trabalho, tipo de
utilização ou outro motivo que possa implicar em deterioração anormal. As luvas isolantes
novas devem ser sempre ensaiadas antes de colocada em uso e os valores da corrente de fuga
registrados como dados iniciais importantes para futuras avaliações. Para os demais
ferramentais e equipamentos de linha viva a periodicidade de ensaios recomendada é de no
máximo um ano.

10.2 Procedimentos Preliminares

Antes que o ensaio seja executado devem ser observados alguns cuidados quanto a
preparação do material a ser ensaiado, assim como o equipamento de ensaio. O ensaio
objetiva caracterizar a condição dielétrica do material considerando, quando possível, a
comparação com valores obtidos em ensaios anteriores, o que significa que a amostra não
deve representar contaminações diferenciais que possam falsear a análise. Portanto, a limpeza
é imprescindível em todas as amostras a serem ensaiadas de forma integral visando a mesma
situação do material. A limpeza pode ser um agente contaminante se não for feita de forma
correta. Consequentemente, luvas, mangas, lençóis, coberturas e superfícies isoladas dos
cabos devem ser limpos integralmente com água e sabão neutro com auxílio de esponja de
nylon. Não devem ser utilizadas escovas com pelos duros, esponjas de aço ou lixas, pois
podem danificar o material. Os solventes químicos não devem ser usados na limpeza de
materiais do tipo plástico ou borracha. Para a limpeza de materiais de fibra de vidro podem

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ser utilizados benzina, acetona ou Álcool isopropilico. Finalmente, a amostra só estará pronta
para o teste após limpa adequadamente (e seca se for o caso).

10.3 Ambiente de Ensaio

O ambiente de ensaio deve ser conservado sempre limpo e seco, livre de contaminação
atmosférica, como por exemplo: partículas em suspensão, poeira, etc.
A rigor, é recomendável que o ensaio seja executado sempre com a umidade relativa
doar inferior a 70% e a temperatura ambiente de 20º a 25º para que se possa comparar o
dielétrico sob teste, as condições ideais, com o resultado do teste anterior. Portanto, é de se
esperar variações nos resultados dos ensaios em razão de ambientes diferentes (incluindo a
altitude do local).

10.4 Ensaios de Luvas Isolante

O material abaixo descrito se baseia nas normas ASTM D 120 – 95. Standart
Specification Rubber Insulantig Gloves, NBR 122 Luvas de segurança e NBR 10622 Luvas
isolantes de borracha.

Figura 6 - Mostrando as características da Luva Isolada


Fonte: Banco de imagem da ORION

As luvas isolantes confeccionadas em borracha natural são divididas em seis classes e


dois tipos. Com relação à classe, esta se refere à tensão de isolamento da ferramenta como
mostra a Tabela 2, e com relação ao tipo este se refere ao elastômero formulado ser ou não
resistente ao ozônio.
Assim luvas são divididas em dois tipos:
 Tipo I – Não resistente ao ozônio
 Tipo II – Resistente ao ozônio

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10.4.1 Identificação da Luva

Toda luva isolante de borracha deve ter marcações de forma clara e permanente no
dorso do punho, com as indicações características exigidas por norma (NBR 10622/99),entre
as quais a classe aliada a cor do rótulo o que permite a sua identificação quanto ao valor da
tensão de ensaio na Tabela 2.

Tabela 2 - Classificação das luvas isolantes

Fonte: Catalogo Copel Distribuição

10.4.2 Condições do Ensaio

Os ensaios devem ser realizados observando-se as seguintes condições:

 A luva deve estar limpa e seca sem o uso de estufa;


 A montagem física para o ensaio de luva deve ser conforme esquema representado
pela figura 15;
 A luva não deve estar virada do avesso;
 Os níveis de água do recipiente e no interior da luva devem coincidir;
 A luva deve ser fixada por dispositivo de material isolante;
 A parte da luva acima da linha d’água deve estar rigorosamente seca;
 O eletrodo deve ser colocado de modo a aplicar a tensão elétrica uniformemente sobre
toda a área ensaiada sem produzir efeito corona em qualquer ponto ou esforços
mecânicos na luva;
 A água usada deve ser renovada a cada lote de, no máximo, 50 luvas ou quando se
tornar necessário, devendo estar isenta de bolhas de ar ou material em suspensão;
 O ensaio deve ser executado à temperatura ambiente.

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Figura 7 - Ensaio de luva isolante
Fonte: Catalogo Copel Distribuição

10.5 Ensaios em Mangas Isolantes

O material abaixo descrito se baseia nas norma ASTM D 1051 – 95, Standart
Specification Rubber Insulantig Sleeves e NBR 10623 Mangas isolantes de borracha. As
mangas isolantes são confeccionadas em borracha natural podendo ou não ser halogenadas. O
processo de halogenação faz com que a manga se torne mais agradável ao tato. Podem ser
divididas em cinco classes de isolamento e em dois tipos. Com relação ao tipo, se dividem
em:
 Tipo I – Não resistente ao ozônio
 Tipo II – Resistente ao ozônio

As mangas isolantes podem ser fabricadas com estilos A e B como mostra a figura 54

Figura 8 - Estilos de mangas isolantes. À esquerda a manga isolante do estilo A que é apresentada em
forma reta. À direita a manga isolante do estilo B que é apresentada na forma curvada.
Fonte: Catalogo Copel Distribuição

Com relação à classe de isolamento, as mangas são apresentadas como é mostrado na


Tabela 3.

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Tabela 3 - Tensão de ensaio das mangas isolantes em função da classe de isolamento.

Fonte: Catalogo Copel Distribuição

As mangas isolantes devem ser ensaiadas a cada doze meses, ou quando se achar
necessário em função de suspeita do isolamento oferecido pela ferramenta. Deve-se salientar
que a manga isolante é uma forma de barreira usada pelo eletricista e o protege do eventual
contato com as partes elétricas energizadas, não sendo portanto classificada como ferramenta
de contato mais sim como ferramenta de toque.

10.6 Ensaios em Liner

O ensaio em liner de caminhão de linha viva deve ser realizado por meio de teste de
tensão AC aplicada de 40 kV e respectiva medida de corrente de fuga que não poderá ser
superior a 400 µA. O ensaio deve ser realizado com o liner imerso em um tanque com água
em sua parte externa e interna, sendo o eletrodo de terra a parte interna e o eletrodo de
potencial a parte externa, como mostra a figura 8.

Figura 9: Diagrama de montagem e circuito para ensaio de tensão aplicada e medida de corrente elétrica
de fuga do liner do caminhão de linha viva.
Fonte: Catalogo Copel Distribuição

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10.7 Ensaios em Caminhões de Linha Viva

A norma ABNT NBR 14631/00 define Cesta Aérea Isolada como sendo um
equipamento veicular dotado de braço móvel, seja extensível, articulado, ou ambos, projetado
e usado para posicionar pessoal, com componentes dielétricos, projetado e ensaiado para
possuir taxa de isolamento elétrico específico.
Os principais componentes de uma Cesta Aérea Isolada são:

 Chassis (caminhão);
 Torre (estrutura fixada ao veículo e na qual é instalado o braço móvel);
 Braço móvel (componente da cesta que sustenta e movimenta a caçamba);
 Haste isolante (parte isolada do braço móvel);
 Sistema de Isolamento do Chassi;
 Sistema de Eletrodos Inferior;
 Caçamba;
 Cuba isolante “liner” (componente da caçamba destinado a aumentar sua isolação
elétrica).

10.7.1 Categorias

As cestas aéreas isoladas são classificadas em 3 categorias: A, B e C. As cestas da


Categoria A proporcionam isolamento suficiente para que o operador trabalhe com a mão nua
(ao potencial).Nas cestas da Categoria B o operador deve usar luvas isolantes. As cestas da
Categoria C são destinadas a trabalhos com tensões de até 46 kV. Nesse tipo de cesta o
operador também necessita usar luvas isolantes. A categoria a que pertence uma determinada
cesta aérea deve constar em sua placa de identificação.

11. QUALIDADE NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA

Para falarmos de qualidade no fornecimento de energia elétrica temos que falar de


DEC (duração equivalente por tempo de interrupção por unidade consumidora) e o FEC
(frequência equivalente de interrupção por unidade consumidora) Visando manter a qualidade
na prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica, a ANEEL exige que as
concessionárias mantenham um padrão de continuidade e, para tal, edita limites para os
indicadores coletivos de continuidade, DEC e FEC, conforme definido no Módulo 8 dos
Procedimentos de Distribuição – PRODIST.
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E a forma de manter esse padrão de continuidade é com os serviços de manutenção
seja ela corretiva, preventiva ou preditiva utilizando equipes de Linha Viva pois não há
necessidade de desligar a rede para realizar a manutenção preventiva e preditiva.

11.1 ANEEL

A ANEEL que desempenha diversas atividades para garantir que o setor elétrico se
desenvolva com equilíbrio e em benefício da sociedade. Ela e responsável pela regulação de
energia elétrica, a ANEEL cria as regras para a geração, transmissão, distribuição e a
comercialização de energia no País. E ela também fiscaliza, leiloa; por delegação do Governo
Federal, Define direitos; os direitos e deveres do consumidor e das empresas do setor, define
tarifas e estimula a inovação com programas de Pesquisa e Desenvolvimento e de Eficiência
Energética.

11.2 PRODIST

Os Procedimentos de Distribuição “PRODIST” são documentos elaborados pela


ANEEL, com a participação dos agentes de distribuição e de outras entidades e associações
do setor elétrico nacional, que normatizam e padronizam as atividades técnicas relacionadas
ao funcionamento e desempenho dos sistemas de distribuição de energia elétrica.

11.3 Manutenção e Distribuição

O grande foco de uma equipe de linha viva em uma rede deve estar na manutenção
preventiva e preditiva, visando explorar o Maximo a capacidade de efetuar a manutenção sem
a necessidade de desligamento da linha para não agravar ainda mais o DEC e FEC.
Na distribuição a equipe de linha viva tem papel fundamental para que seja alcançados os
indicadores almejas pela concessionária de energia elétrica, mas isso só pode acontecer com a
gestão certa ciente das capacidade da equipe, é de suma importância os gestores saber as
condições reais de trabalho de uma equipe em campo as suas dificuldades em geral, a falta de
ferramentas adequadas e melhoradas afeta diretamente a produção de uma equipe mesmo que
seja com profissionais bem experiente na área, investimento em tecnologia e ferramentas
modernas é um passo fundamental para que possa alcançar a qualidade no fornecimento de
energia e assim alcançar as metas estimadas. Muitos gestores não entendem isso e ficam a
quem sem se quer saber qual a realidade enfrentada pelas equipes em campo.

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11.4 Obras nas redes de Distribuição

Obras em uma rede de distribuição ou seja expansão da linha, divisão de um circuito,


alivio de carga e uma série de medidas para atender ao crescimento econômico das indústrias
e da cidade que cresce cada ano ainda mais, a parte de obras no setor com certeza é essencial
para tal, é uma área que também afeta os indicadores pela necessidade de desligamentos para
que a haja esta expansão. Uma equipe de linha viva pode amenizar ao maximo a necessidade
de desligamentos para que haja esta expansão da linha, atuando em serviços como;
intercalação de postes em uma linha existente assim podendo fazer ate mesmo a troca de todo
o cabo por um mais adequado para um alivio de carga por exemplo. Fechamento de jamper e
uma seriem de ouros serviços que uma equipe bem equipada pode executar

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12.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho teve como principal característica comentar um pouco sobre essa frente
de trabalho essencial pra o crescimento de uma sociedade, embora tenha ficado um pouco
extenso há ainda inúmeras coisas que gostaria de comentar sobre esse tipo e serviço. Mas
agradeço a oportunidade de comentar alguns aspectos que achei mais relevantes nesta área,
quem sabe com este trabalho passamos trazer um pouco mais de luz nessa profissão que
admiro tanto e venho executando já há 10 anos, com este trabalho podemos ver um pouco da
historia muito gloriosa de muitos colegas que deram a vida neste serviço, por falta de
conhecimento e treinamento, que imagino eu, deveria ser muito raro nos primórdios do
trabalho com rede energizada, os métodos de trabalho vem sendo aprimorados com o tempo,
mas ainda não condiz muito com a nossa realidade, pois cada local tem sua cultura, clima e
diversas barreiras que ainda precisam ser superadas como a falta de formação profissional.
Falta de ferramentas adequadas para a função, falta de zelo por parte dos trabalhadores
e higiene com os ferramentais, ou melhor, falta de profissionalismo, conhecimento e
comprometimento com essa área, principalmente na questão dos gestores que maioria das
vezes nem sequer tem uma formação técnica na área o que é fundamental, o ideal seria que
todo eletricista fosse técnico formado assim tendo total conhecimento sobre o perigo de se
trabalhar em uma rede energizada.

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13.REFERÊNCIAS

_____. História do trabalho em rede energizada. Catalogo da RITZ / Catalogo da CEMIG.


Disponível em: <http://slideplayer.com.br>. Acesso em outubro de 2017.

Bastões Isolantes. Catalogo RITZ, 2016.

______________________________________. Métodos de Trabalho. Disponível em:


<http://www.bernardesst.com.br/sep----metodo-de-trabalho/144/>. Acesso em outubro de
2017.

___________________. Ferramentas, EPI, EPC, Armazenagem e Utilização. Disponível em:


<http://www.copel.com/hpcopel/root/pagcopel2.nsf/0/bf49af0b42358dc6032574f1005c8ffc/$
FILE/MIT_161703-Procedimentos_de_Ensaios_de_Ferramentas_e_Equipamentos_
de_Linha_Viva.pdf>. Acesso em outubro de 2017.

________________________________. Testes e Ensaios Elétricos. Disponível em:


<https://www.kvensaios.com.br/ensaios-eletricos>. Acesso em outubro de 2017.

________________________. Qualidade no Fornecimento de Energia Elétrica. Disponível


em: <http://www.udop.com.br/index.php?item=noticias&cod=37729>. Acesso em outubro de
2017.

Prodist. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Modulo1_Revisao_0.pdf>.


Acesso em outubro de 2017.

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