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Curso Passei. Simulado especial para o Magistério Prof.

Ramon Matos @proframonmatos

O preço da liberdade
1. Depreende-se que os parágrafos iniciais do texto
“Já pensou em viver num país onde todos tenham constituem um(a):
tudo de forma igual? Esse é o objetivo do comunismo, um
sistema de organização política e econômica que surgiu (A) transcrição;
como oposição ao capitalismo.(*) (B) síntese da tese do autor;
5 As principais metas do comunismo são acabar com (C) um outro texto do próprio autor;
a propriedade privada e com o domínio sobre os meios de (D) a suposta voz do leitor;
produção. Ou seja, a terra passa a ser de todos e todo (E) o modo como, sob a estética da recepção, o autor
mundo deve ter acesso aos meios de produção interpretou texto alheio.
(ferramentas, máquinas, indústrias).
10 No comunismo, o objetivo não o lucro, e sim o bem-
estar geral. Cada pessoa só vai possuir o necessário para 2. A “liberdade” a que se refere o título está mais
viver bem. E se, por acaso, uma fábrica produzir muito e diretamente relacionada:
gerar lucro, o dinheiro deve ser dividido para a população de
acordo com a necessidade de cada um. (A) ao comunismo, já que, na ótica dessa ideologia,
O comunismo acredita que nenhum homem deve “nenhum homem deve servir a outro homem”;
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servir a outro homem. Por isso, eles pregam o fim do (B) ao capitalismo, já que, nele, tudo está em torno do
Estado. A sociedade funcionaria baseada na solidariedade capital e, por isso, tudo tem seu preço, inclusive a
e na igualdade, sem divisão entre ricos ou pobres. As liberdade;
pessoas seriam mais conscientes e não precisariam de
20 alguém para dizer o que fazer. (C) à democracia, ideologia político-social que prega a
(*) Você já teve aquela figurinha mais difícil de liberdade de expressão;
conseguir e trocou por várias? Se já fez isso alguma vez,
então você é um capitalista nato! Você foi atrás de um lucro. (D) à Câmara dos Deputados que, julgando-se acima das
‘A essência do capitalismo é conseguir o máximo com o leis de restrição à veiculação de ideias, divulgou
mínimo’, explica o historiador Eriovan Raposo.” informações que contrariam a história;
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Não pense o leitor que essas gracinhas (E) à condição de cada cidadão, sobretudo crianças e
estampadas aí em cima foram retiradas da página do adolescentes, que, diante de uma pseudoliberdade, cada
Partido Comunista ou de qualquer outro desses partidos vez mais se prendem a ideias subversivas.
nanicos que, em pleno século XXI, ainda insistem na
30 idealização de uma doutrina que já demonstrou toda a
sua tirania social e ineficácia econômica ao longo da 3. A coesão textual é obtida pelo uso de vários recursos,
História dos últimos 100 anos. dentre eles o apelo aos chamados recursos anafóricos,
Estranhamente, essa peça de retórica, que retomam termos ou expressões anteriormente
nitidamente dirigida à doutrinação infantil, estava mencionados. Dos trechos transcritos abaixo, ausenta-
35 inserida, até poucos dias atrás, num site voltado para se termo anafórico em:
crianças vinculado à Câmara dos Deputados,
devidamente misturada a joguinhos, brincadeiras, (A) “Já pensou em viver num país onde todos tenham...”
bonequinhos, etc. (l.1)
(B) “Esse é o objetivo do comunismo, ...” (l. 2)
Foi então que alguns pais ─ cujos filhos haviam
40 sido instruídos pelos respectivos professores a “fazer (C) “..., um sistema de organização política e econômica
pesquisas” naquele jardim da insensatez ─ tomaram que ...” (l. 2-3)
conhecimento da estrovenga e resolveram protestar,
enviando mensagens eletrônicas para os amigos e para (D) “Estranhamente, essa peça de retórica, ...” (l. 33)
alguns blogs, os quais, imediatamente, passaram a (E) “O preço da liberdade é a eterna vigilância.” (l. 60-61)
45 divulgar o absurdo.
Passados alguns dias, os responsáveis pela
página, provavelmente pressionados por uma avalanche 4. “O comunismo acredita que nenhum homem deve servir a
de reclamações em suas caixas postais, decidiram dar outro homem.”(l. 15-16) Predomina no segmento
uma satisfação à sociedade ─ que, afinal, é quem paga transcrito a seguinte figura de linguagem:
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os seus salários ─ e alteraram (em 03/09) o conteúdo
(A) personificação (B) prosopopeia
daquela aberração, sob a seguinte alegação, expressa
(C) metáfora (D) metonímia
em editorial: “(...) Após receber as referidas críticas, a
(E) hipérbole
equipe de redação do Plenarinho releu a reportagem e
percebeu que, mesmo não tendo agido de má-fé, a matéria
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não atingiu seu objetivo, que era apenas o de apresentar às 5. “O comunismo acredita que nenhum homem deve servir
crianças o que era o comunismo. Analisamos que, mesmo a outro homem. Por isso, eles pregam o fim do Estado.” (l.
sem intenção, produzimos uma matéria tendenciosa. (...)” 15-17) Dado o contexto, o pronome exemplifica um caso
A grande lição que fica ─ especialmente nesses de silepse:
tempos em que a tirania tem andado sempre à espreita (A) de gênero apenas;
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— é que nunca o velho adágio foi tão atual: “O preço da (B) de número apenas;
liberdade é a eterna vigilância.” (C) de número e pessoa;
(D) de gênero e número;
João Luiz Mauad. O Globo. Opinião. (E) de gênero, número e pessoa.

Organizador: Ramon Matos. Este material é protegido por lei; a cópia não autorizada sujeita o infrator a sanções legais. –1 –
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6. O vocábulo E tem valor adversativo na seguinte (D) ainda que não tenhamos tido intensão
passagem do texto: (E) mesmo que não tenhamos intenção
(A) “Ou seja, a terra passa a ser de todos e todo mundo
...” (l. 7-8) 12. Está incorretamente apontado o valor semântico
prioritário do vocábulo destacado em:
(B) “No comunismo, o objetivo não é o lucro, e sim o
bem-estar geral.” (l. 10-11) (A) “E se, por acaso, uma fábrica ...” (l. 12) – condição;
(C) “E se, por acaso, uma fábrica produzir muito ...” (l. 12) (B) “... para dizer o que fazer.” (l.20) – fim;
(C) “Após receber as referidas ...” (l.52) – tempo;
(D) “... produzir muito e gerar lucro, ...” (l.12-13 )
(D) “..., mesmo sem intenção, ...” (l. 54) – concessão;
(E) “... tomaram conhecimento da estrovenga e
resolveram protestar, ...” (l.41-42) (E) “Foi então que alguns pais...” (l. 39) – conclusão.

7. “(...) , até poucos dias atrás, ...” (l. 35) Levando-se 13. No último parágrafo, as três ocorrências do vocábulo
em conta o texto escrito, paráfrase correta e adequada “que” têm, respectivamente, as seguintes classes
para esse segmento é: gramaticais:
(A) até à poucos dias; (A) pronome – pronome – conjunção;
(B) até há poucos dias;
(B) pronome – pronome – expletivo;
(C) até há poucos dias atrás;
(C) pronome – pronome – pronome;
(D) até há poucos dias passados;
(E) até poucos dias anteriores. (D) conjunção – pronome – expletivo
(E) pronome – conjunção – conjunção.
8. Identifique a alternativa em que a palavra é formada
14. “O preço da liberdade é a eterna vigilância.” Esse
por acréscimo de sufixo.
adágio sugere a seguinte figura de linguagem:
(A) pessoa (B) necessário
(C) dinheiro (D) brincadeiras (A) eufemismo (B) paradoxo
(E) absurdo (C) metáfora (D) comparação
(E) catacrese
9. “Não pense o leitor que essas gracinhas ...” (l. 26)
15. Assinale a alternativa correta que preenche as
O termo sublinhado desempenha a seguinte função lacunas da frase a seguir.
sintática:
(A) vocativo (B) objeto direto muitas mudanças neste projeto a serem
(C) sujeito (D) agente da passiva sugeridas construtora, principalmente quanto
(E) objeto indireto não preposicionado regras do novo código de posturas municipais,
mas o consenso entre você e o arquiteto pode identificar
rapidamente adaptações necessárias.
10. Passagem que não expõe opinião do autor do texto 1
é: (A) Deve haver - a - as - às
(A) “Não pense o leitor que essas gracinhas estampadas (B) Deve haver - à - às - as
aí em cima...” (l. 26-27) (C) Devem haver - à - as - as
(D) Devem haver - a - às – as
(B) “... ainda insistem na idealização de uma doutrina que
já demonstrou toda a sua tirania social e ineficácia ...” (l.
29-31)
(C) “Passados alguns dias, os responsáveis pela página,
provavelmente pressionados por uma avalanche ...”(l. 46-
47)
(D) “Após receber as referidas críticas, a equipe de
redação do Plenarinho releu a reportagem ...” (l. 52-53)
(E) “... ─ é que nunca o velho adágio foi tão atual: ‘O
preço da liberdade é a eterna vigilância.’” (l. 60-61)

11. “Analisamos que, mesmo sem intenção, produzimos


uma matéria tendenciosa.” (l. 56-57)
O segmento sublinhado pode ser reescrito, com correção
e adequação, da seguinte forma:
(A) embora sem intensão
(B) apesar de não ter havido intenção
(C) embora não tenha tido intenção
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Apêndice: algumas figuras de linguagem.


1) comparação (símile): comparação explícita. Aparece
o conector comparativo. Eu sou forte como um leão.
2) metáfora: comparação implícita. Em geral, não
aparece o conector comparativo. Por muitas vezes, não
aparece sequer a “característica” que permitiu a
comparação. Eu sou um leão.
3) antítese: oposição de ideias. Quando a oposição
chega a um extrema, tem-se um paradoxo.
A simplicidade das estrelas se contrapõe à complexidade
dos seres humanos. (antítese)
Tudo, na vida, é simplesmente complicado. (paradoxo)
4) eufemismo: suavização de ideias. Ele foi para o céu.
5) catacrese: metáfora desgastada pelo uso. Céu da
boca.
6) perífrase (antonomásia). Em geral, emprego de nome
comum no lugar de nome próprio. Cidade Maravilhosa.
7) metonímia. Figura da substituição: autor pela obra
(vice-versa), continente pelo conteúdo, etc. Já li
Machado. Sinédoque é um tipo especial de metonímia:
uso do singular pelo plural (vice-versa). A mulher é
vaidosa.
8) personificação. Dá-se vida a algo inanimado. As
paredes ouviam.
9) hipérbole. Exagero de ideias. Morro de saudades.
10) apóstrofe. Interpelação ao interlocutor. Deus, ó
Deus, onde estás que não respondes?

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