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Aula 1.

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DISFUNCIONALIDADE
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Conteúdo licenciado para Fabio Borges Menezes - 752.146.360-91


Princípios da disfuncionalidade

Antes de falar realmente sobre como a gente deve controlar a ansiedade é


importante entender quando a gente deve se submeter a um tratamento de
terapia para controlar a ansiedade ou quando a gente deve ajudar alguém para
controlar a ansiedade.

No mundo da Hipnose, no mundo da Hipnoterapia, existe uma ideia muito


ruim que é a ideia de que as pessoas devem ser corrigidas e consertadas,
inclusive em inglês é muito comum nas convenções de Hipnose eles usarem o
verbo fix, que é um verbo usado para consertar um carro por exemplo e usam
esse mesmo verbo para falar “I Fix people”, ou seja, “Eu conserto as pessoas” e
é uma concepção muito equivocada! Nosso objetivo não é falar o que as
pessoas devem fazer ou como elas devem reagir, como se existisse um manual
do comportamento humano, não!

O nosso objetivo não é encaixotar as pessoas, não é formatá-las, não! O nosso


objetivo é outro, é acabar com o sofrimento, é no mínimo eliminar uma
disfuncionalidade.

Eu vejo muito terapeuta usando o termo normal, cara normal é ser igual a
maior parte das pessoas, normalidade fala disso, de uma curva em formato de
sino, o problema é que quando vamos falar da subjetividade humana a gente
não tem que falar de normalidade, o termo é outro, o que importa não é se é
normal ou se é anormal, seja lá o que isso signifique, e sim o que é
disfuncional, o quanto que aquela pessoa está afastada das suas atividades do
dia a dia devido a problemas.

Então a pessoa precisa controlar a ansiedade quando existe uma


disfuncionalidade, ou seja, um problema que não permite que essa pessoa viva
normalmente.

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Oras, mas como que eu consigo identificar o que é disfuncionalidade? a gente
vai ter três elementos que vão te ajudar nessa tarefa de identificar se existe
realmente disfuncionalidade:
Primeiro elemento: o quanto que esse problema realmente interfere nos seus
objetivos de vida
Segundo elemento: a quantidade de sofrimento que surge quando acontece
alguma situação que envolve a ansiedade por exemplo.
Terceiro elemento: a frequência com que esse problema acontece.

Então para falar da disfuncionalidade envolvendo algum comportamento,


disfuncionalidade envolvendo algumas reação sua, eu tenho que ver esses três
elementos: O quanto que esse problema te interfere na hora de atingir seu
objetivo, o quanto de sofrimento que ele causa e a quantidade de vezes que
você sofre com isso, a frequência. Vamos falar de cada um deles com um pouco
mais de detalhes para ficar um pouco mais claro.

E para falar do primeiro elemento eu vou falar de mim. Olha não sei se você vai
acreditar, as pessoas que convivem comigo sabem disso: eu sou uma pessoa
extremamente tímida e como eu sou tímido, eu sempre tive problemas com
certas habilidades sociais em especial falar em público. Cara, eu chego na festa,
eu não vou ser a pessoa que vai sair comprimentando todo mundo, eu
geralmente vou ficar um pouco mais retraído.

Então eu sou tímido, se a pessoa vem conversar, eu converso! Claro que eu


converso, converso com fã, mas eu sou uma pessoa tímida. Só que tinha um
probleminha: eu decidi ser professor desde cedo e eu não gostava de falar em
público, mas resolvi ser professor.

Quando eu virei professor eu precisei dar um jeito nessa minha timidez, eu


não mudei, eu continuo sendo uma pessoa reservada, tímida, mais
introspectiva, mas eu aprendi no meu dia a dia a me comportar
adequadamente de acordo com o contexto. Se eu não aprendesse a controlar
esse meu medo de falar em público, eu jamais poderia ser professor, jamais!

Então o primeiro elemento para ser observado no caso de disfuncionalidade é


o quanto que esse elemento está atrapalhando você de atingir seu objetivo.
Tem gente por exemplo que ganha uma proposta de emprego, mas vai precisar
pegar avião todo final de semana e ela simplesmente desiste “Não, eu não
consigo lidar com isso, eu não consigo” então deixa de ter esse objetivo na vida
da pessoa.
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Agora outro elemento importante é o nível de sofrimento gerado pelo
comportamento, o segundo elemento. Imagine duas pessoas, as duas relatam
que tem medo de viajar de avião, uma delas fala que numa escala de 0 a 100 a
ansiedade é 30, ou seja, ela fica ansiosa, não relaxa no vôo, mas vai voar assim
mesmo, mas a outra pessoa relata que a ansiedade é nível 100, inclusive ela
comenta que já deixou de viajar várias vezes, ela precisa tomar algum tipo de
tranquilizante para poder viajar.

Observe que entre essas duas pessoas aquela que sofre com ansiedade 30 não
é realmente disfuncional, ela viaja se precisar, de vez em quando ela vai e viaja,
não tem problema! Mas a outra por mais que ela viaje raramente de avião,
toda vez que tiver uma viagem de avião a quantidade de transtorno que vai
surgir vai ser incalculável.

Então muitas vezes a situação vai requerer algum tipo de tratamento devido a
magnitude do estresse gerado ainda que raras vezes, mas a quantidade de
estresse é tão grande, tão grande, tão grande, que se torna disfuncional.

Tem gente que tem isso, por exemplo, com agulha, não, a gente não toma
agulhada com frequência, aliás, a gente raramente vai ter uma agulhada, às
vezes quando vai doar um sangue, vai fazer um exame, vai ter uma agulha e
tal, mas é bem raro.

Então se você tem uma leve ansiedade para doar sangue, para fazer exame,
isso não chega necessariamente a ser disfuncional! Não,não é disfuncional,
que você vai lá, tira o sangue normalmente, só fica ansioso um pouco, mas
aquilo acontece poucas vezes na sua vida, não! Não é um problema, mas tem
gente que tem tanto medo de agulha, tanto medo de agulha, cara que as raras
vezes que vai ter que doar sangue, que vai ter que tomar vacina, vai ser um
grande problema.

Tem um grande amigo meu, Caco Pena, que a gente chegou a fazer um
processo anos atrás envolvendo medo de agulha e ele tinha um pavor tão
grande que ele não vacinava com nada, ele falou que depois que ele cresceu ele
parou de se vacinar e o mais curioso foi que depois que a gente fez o processo
ele foi mordido por um cachorro na rua e tinha que tomar vacina, aí ele usou
os relaxamentos, as visualizações, que ensinei para ele, mas é importante
ressaltar que o nosso objetivo é acabar com a disfuncionalidade, então aquela
pessoa que de vez em quando tem ansiedade para tirar sangue não é a pessoa
que tem realmente um problema, ela pode resolver isso, mas não é primordial.

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A gente tem que focar em pessoas que querem a nossa ajuda, claro, não vou
forçar ninguém, não vou forçar ninguém a ser ajudado, muito pelo contrário!
Eu quero que as pessoas venham para mim pedindo ajuda, mas tem pessoas
que vão ao nosso consultório pedir nossa ajuda para controlar questões que
acontecem de vez em quando ou como a gente fala aqui no Brasil de vez em
nunca, de vez em nunca acontece, mas as poucas vezes que acontece causam
tanto estresse, tanto estresse, mas tanta disfuncionalidade, que o melhor é ter
algum tipo de terapia aí.

E o terceiro elemento que causa disfuncionalidade, ou seja, um terceiro


elemento para você repensar os gatilhos causadores da ansiedade é a
frequência com que aquilo acontece.

Lembra que eu falei do exemplo das duas pessoas que tinham ansiedade com
avião? Que uma delas era 30 a outra era 100? Pois é, eu era tipo 50, eu tinha
ansiedade, eu sentia ansiedade voando de avião, eu não relaxava nada, nem
lanchava dentro do avião, mas eu não deixava de viajar por conta disso e como
eu quase nunca pegava avião, claro eu quase nunca pegava avião então eu não
me preocupava muito com isso, só quando eventualmente ia pegar um avião
que eu ia ter algum tipo de sofrimento e não era tanto sofrimento assim.

Aí aconteceu uma coisa! a partir de 2014, eu comecei a viajar todo final de


semana pelo Brasil todo dando curso presencial de hipnose, cara, se você viaja
de vez em nunca, uma ansiedade de nível 50 para viajar de avião não é
realmente um problema, você vai lá faz sua viagem, acabou, pronto, não sabe
quando vai voltar, mas quando você começa a viajar todo final de semana,
aquela mesma ansiedade que não era tanto assim, ela começa a te incomodar
muito!

Ela começa a te incomodar pela frequência que vai ser o nosso terceiro
elemento causador de disfuncionalidade, aí eu tive que aprender a me
controlar, aprendi a fazer uns exercícios, aprendi a fazer umas visualizações,
inclusive eu tinha um certo pensamento obsessivo, algumas manias associadas
com essa ansiedade, enfim, falar de ansiedade filha, a gente tá junto porque eu
entendo desse negócio!

Então no momento que eu passei a viajar de avião com muita frequência isso
se tornou realmente um problema, o problema então não é você ter medo de
cobra se você mora no centro de São Paulo, no centro do Rio de Janeiro, Belo
Horizonte ou Salvador. Não cara, não vai ter cobra, quem que vai ser atacado
por uma cobra em uma grande cidade? Pouco provável, né?
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Mas se você mora no campo, aí aquela mesma ansiedade que era 50 se tornou
um grande problema, porque toda hora você vai vivendo aquilo e por ser
frequente você começa a querer desviar daquilo e vou falar isso depois, mas
toda vez que você tem a crise de ansiedade e você foge em vez de enfrentar,
em vez de usar alguma técnica, você foge, essa rota neural associada com a
reação de luta e fuga vai sendo fortalecida, então a cada dia, cada dia a
ansiedade vai se fortalecendo, fortalecendo, até que algum dia você vai
enfrentar isso e vai parar com esse ciclo.

Então nessa aula a gente falou dos três elementos que podem nos permitir
achar mais facilmente a chamada disfuncionalidade. Primeiro elemento: o
quanto que esse problema te afasta dos objetivos de vida. Segundo: o quanto
de sofrimento que ele causa, porque às vezes ele não é muito frequente, mas
causa tanta dor, tanta dor, tanta dor, que se torna um problema, se torna algo
disfuncional. E terceiro: a frequência, porque se acontece sempre, ainda que a
ansiedade gerada não seja tão grande, não tenha tanta magnitude, começa a se
tornar disfuncional.

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próxima aula.

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